Os slides a seguir tem como base de referência o livro
A página violada e da tese de doutorado As existências da narrativa no livro, ambos de Paulo Silveira
2. O livro de
Artista
Os slides a seguir tem como base de referência o livro
A página violada e da tese de doutorado As existências
da narrativa no livro, ambos de Paulo Silveira
3. Construção de uma nova categoria de arte em um grau
crescente até sua exasperação pelo dano, momento em que
as violação aos arquétipos é consumada e no qual é
caracterizado o abandono do livro gráfico tradicional.
Parece se desenvolver pela expressão de sua
própria referência: próprio livro.
Se presentifica em sua forma de:
- códice,
- de rolo,
- de sanfona.
- Qualquer uma de suas variantes:
Incluindo sua anulação e sua destruição
O livro de
Artista
4. “O gesto de abrir um livro é o gesto
do livro de abrir os olhos e enxergar”
Paulo Silveira
O livro de
Artista
5. È um campo da arte que se expressa pela apropriação
artística do livro, em idéia ou pela forma, por meios gráficos
ou plásticos, persistindo o livro na criação final, ainda que
remissivamente ou remotamente, ou ainda pela sua
negação ou ausência.
O livro de
Artista
7. Se revela principalmente pela repulsa ao objeto gráfico
multiplicado, expressa pela construção de objetos plásticos mais ou
menos matéricos.
Busca o ferimento da página até sua completa anulação, criando
metáforas (ou protestos) ao uso de um suporte preexistente.
Ela se expressa por obliterações, furos, cortes, sobreimpressões,
manchas, empastamentos, sugestões de mumificação e morte.
É fruto das inversões, inversões e subversões. Seu contraponto é o
regresso ao pedestal.
A desconstrução pode ser reacionária, na medida em que pode fazer
regressar o pensamento artístico à realidade do objeto aurático de
salões e galerias, convertendo peças potencialmente intermediais em
esculturas.
O livro de
Artista
9. O diário pessoal
reivindica para si a premonição de ser objeto museológico,
o mesmo não acontece com um livro impresso que aceita e impõe
sua condição de veículo.
Nele, elementos inovadores podem ser introduzidos. As funções
de sua atividades relacionadas podem ser pervertidas o não.
O livro de
Artista
15. O estabelecimento do moderno livro de artista dentro de
uma nova categoria da arte – que incluiu o livro-objeto e
outras manifestações que utilizassem a conformação
bibliomórfica como referência ou assunto – deu-se num
momento de flexão das concepções teóricas do que seja um
livro e do que possa ou não ser a própria arte.
O livro de
Artista
17. Um livro fotográfico que é mais do que apenas um álbum e que
reclama uma funcionalidade outra, se coloca passiva ou
ativamente num território diferenciado, sobre o qual estão se
construindo estas reflexões.
O livro de
Artista
18. De Alfredo Jaar,
A hundred times Nguyen
tem 208 folhas, ou 104
páginas, incluídas
uma primeira folha de papel
vegetal e três no final com o
histórico da obra, produzida
em 1994 pelo Fotografiska
Museet e o Moderna Museet,
Estocolmo.
O livro de
Artista
19. No outono de 1991, Jaar viajou a Hong Kong para verificar
as condições de vida nos centros de asilados do Vietnam aguardando
repatriação.
Durante a visita ao Pillar Point Refugee Centre ele foi seguido por Nguyen
Thi Thuy, uma menina que não falava, provavelmente nascida no centro e
de quem não conseguiu saber a idade.
Ele pediu para fazer as fotos e ela aceitou. E a partir de um certo
momento ela passou andar com Jaar de mãos dadas de um lado para o
outro até ele deixar o local.
O livro é dedicado a ela: “Das 1378 fotografias que tirei em Hong
Kong, as imagens de Nguyen são as que permaneceram na minha
memória. Para sempre.”
O volume é isso, uma passagem hierática de um estoicismo de fachada em
direção ao tributo a uma lembrança vivida, um ícone pagão de memória.
O livro de
Artista
22. LIVROBJETO: uma escultura possível
“O livro que recolhe o espírito recolhe, portanto, um poder extremo de
explosão, uma inquietude sem limites, que o livro não pode conter, que
exclui todo conteúdo, todo sentido limitado, definido e completo.
Maurice Blanchot(O livro por vir)
O livro de
Artista
30. Livro de ar - Paulo Brusky
http://arteseanp.blogspot.com.br/2012/02/paulo-bruscky-arte-experimental.html
O livro de
Artista
31. Por ser contemporâneo, o livro de artista, objeto
de nossa atenção, porta, em maior ou menor
grau, uma gama de informações verbo-visuais
características, emprestadas do mercado
cultural no qual está inserido hoje.
O livro de
Artista
32. Chega-se a dois artistas cotados entre os fundadores dos livros de artista:
o alemão Dieter Roth (1930-1998)
e o norte-americano Edward Ruscha (1937).
Ruscha, Produziu cerca de duas dezenas de livretos. A esses trabalhos é
atribuída a designação conceitual “livro-obra”, do inglês bookwork, específica
para uma obra de arte fundada na estrutura gráfica do livro comum, sem
pertencer conceitualmente ao universo literário, mas apenas ao artístico.
O livro de
Artista
33. Edward Ruscha.
Twentysix gasoline stations.
Alhambra (California):
The Cunningham Press,
1969. 48p. 17,9 x 14 x 0,5cm.,
aproximadamente.
1a edição, 1963, 400 exemplares;
2a edição, 1967,
500 ex.; 3a edição (foto), 1969, 3.000 ex.
Bibliothèque National de France, Paris./
O livro de
Artista
35. É todo em preto-e-branco, salvo a capa e a lombada, que têm o título
em vermelho.
O interior do volume apresenta 26 fotos, a maioria da largura de uma
página, mas algumas ocupando duas.
Cada foto é acompanhada de uma pequena legenda
com a marca da gasolina, o nome da cidade onde estava o posto e o
nome do estado norte-americano correspondente.
O livro de
Artista
36. As fotos do interior são exclusivamente de postos de gasolina de beira de
estrada ou saídas de cidade.
Os cenários são áridos, sem personagens. Os prédios, de função específica,
são solitários de história e de seres humanos. Carregam uma
aparência datada pelo seu tempo e marcada pelo seu lugar geográfico. A
estrada é a folclórica Rota 66, que vai de Los Angeles a Oklahoma City
(hoje o trajeto é feito pela Rota 40).
O livro de
Artista
37. Ruscha nasceu em Omaha, Nebraska, mas cresceu em Oklahoma até
os dezoito anos, quando se mudou em definitivo para Los Angeles, onde
cursaria a escola de artes. Cinco ou seis vezes por ano ele retornava para ver
seus pais (e a partir de 1959, apenas sua mãe, já que seu pai falecera). Numa
dessas visitas ele teve a idéia do livro. E tudo, conforme depoimento seu, a
partir do título, Vinte e seis postos de gasolina, que descreve exatamente o
que está visualmente explícito no livro, buscando impedir uma
predisposição poética ou uma expectativa romântica
quanto ao conteúdo. As páginas parecem mostrar o
que o título promete e nada mais.
Ruscha continuaria com o mesmo recurso na maior parte de seus livros
seguintes, com coleções de imagens da mesma natureza, geralmente
retirados da vida urbana.
O livro de
Artista
38. Various small fires: and milk (1964), https://www.artgallery.nsw.gov.au/collection/works/428.2008.a-s/ VERSÃO DE 1937
O livro de
Artista
39. O livro de
Artista
Lista: Seria assim, por exemplo, em Various small fires: and milk (1964), Some Los Angeles apartments (1965), Every
building on the Sunset Strip (1966), Thirtyfour parking lots: in Los Angeles (1967), Nine swimming pools: and a broken
glass (1968), Babycakes: with weights (1970), Real estate opportunities (1970), A few palm trees (1971), Records (1971) e
outros.
40. Livros ou álbuns elaborados por artistas com a narração ou descrição dos
resultados de expedições, cenários raros ou de viagens intercontinentais estavam
destinados a não ter sucessores. Que recantos do planeta restaram?
Pois justamente do pouco, do pequeno e do precário surgiram livros muito
especiais, amparados por uma arte que se queria autônoma a ponto de com
freqüência ser auto-referente.
A arte conceitual de modo geral (incluindo seus prolongamentos), certas lições
(ou diversões) aprendidas do pensamento minimalista e os exercícios da land art
(não apenas os grandiosos esforços da vertente earthworks, mas também os
exercícios de reconhecimento do pormenor natural), dentre outras correntes,
ofereceriam um substrato até então inesperado:
a otimização do aproveitamento artístico do documento e do detalhe.
Quanto ao registro de ações, de deslocamentos geográficos ou do detalhamento
da mínima porção de ambiente natural ou urbano, o universo dos assuntos se
multiplicou num repertório amplo, ainda que com limites, mas com
produção sem fim.
O livro de
Artista
41. Excursões, por menores que sejam, substituem grandes viagens. Richard
Long
resumo: “Uma caminhada é apenas mais uma camada, uma marca, assentada
sobre milhares de outras camadas de história geográfica e humana sobre a
superfície da terra”
A aventura do artista frente ao mundo natural teve (talvez ainda tenha) seu
ponto máximo na land art, momento em que a natureza e
a paisagem tiveram um retorno pleno ao mundo da arte, como material e
assunto, amparadas em fundamentos conceituais. Como muitas ações eram
efêmeras, o uso da fotografia para registrá-las se tornou uma constante.
Além de fotos, eram usados croquis,
diagramas, tabelas estatísticas, memoriais descritivos e todo tipo de
documentos.
Essa coleção de registros acabava principalmente nas paredes e vitrinas de
museus e galerias, em filmes e vídeos, e em publicações diversas.
O livro de
Artista
42. Richard Long. A walk past standing stones. 1980
http://accordionpublications.blogspot.com.br/2012/11/richard-long-walk-past-standing-stones.html
O livro de
Artista
43. Quanto à apresentação gráfica, o livro resultante fica no limite
entre um livro-obra e apenas um livro. Por isso, alguns
pesquisadores não o aceitariam como livro de artista, o que é
uma divertida conseqüência de se apostar na vida
na fronteira.
O livro de
Artista
44. Donald Judd
s/ título, ferro galvanizado,
1965, 22,8cmx101,6cmx78,7cm (cada bloco)
http://www.tumblr.com/tagged/d
onald-judd?before=1345900789
O livro de
Artista
45. A propósito de artistas e fragmentos, pode
ser lembrado o uso da serialização.
Para recompor uma seqüência com
acontecimentos desenvolvidos em uma dada
duração, podemos quebrá-la em um
conjunto de fragmentos, nesse caso
“tomadas”, selecionar o que for mais
importante e reordenar cronologicamente ou
arbitrariamente para a reconstrução do relato.
Tome-se como exemplo a estruturação sobre
a insistência narrativa das fotos de uma
mesma cabine telefônica em Nova Iorque no
livro de Sophie Calle e Paul Auster (ele
autor dos textos), Gotham Handbook: New
York, mode d’emploi, publicado em 1998.
O livro de
Artista
46. Mary Ellen Carroll. A artista montou uma câmera nas costas e
percorreu a Broadway, em Nova Iorque, do rio Harlem até Battery
Park, fotografando sua caminhada em intervalos
(talvez em cada cruzamento), mantendo os acidentes visuais,
como a trepidação (e o foco mantido no infinito).
O livro resultante, Without intent, 1996,
é simples como um passeio no campo
O livro de
Artista
47. Por fim, resta reconhecer que as soluções visuais através de sistemas
artificialmente constituídos
(e com graus narrativos variados) estão hoje definitivamente
estabelecidas no repertório artístico. O artista apresenta e classifica
como o faziam seus antecessores, mas propondo sua própria
realidade cartográfica, taxonômica, topográfica etc.
Embora o vídeo tenha absorvido boa parte dos experimentos com
deslocamentos ou trajetórias, os formatos gráficos ainda guardam
possibilidades específicas insuperáveis, como o sabor cosmopolita da
arte postal, diretamente associada a muitas manifestações do livro de
artista.
O livro de
Artista
48. Livro em Branco
A artista registrou o verso de 101 fotos furtadas da biblioteca em 2005 e que
foram devolvidas em péssimo estado de conservação.
https://istoe.com.br/54634_HISTORIA+EM+BRANCO/
Rosângela Rennó
O livro de
Artista
49. Sophie Calle
Para a artista e escritora francesa Sophie Calle, a única
maneira de fazer arte é usar a narrativa e dentro desse
terreno, seu artifício preferido, que a tornou
mundialmente conhecida, é o de se valer de
experiências de sua vida pessoal para a criação de seus
trabalhos.
O livro de
Artista
50. Sophie Calle
Invertendo o jogo, em La Filature, de1981, Calle manda contratar um detetive particular
para segui-la e constituir um relato sobre suas atividade ao longo de um dia. Ela não conhece a
pessoa que a seguirá, mas pede a um terceiro que se coloque num ponto de seu caminho e
fotografe as ações de qualquer um que pareça segui-la.
http://www.studium.iar.unicamp.br/22/05.html
O livro de
Artista
51. Sophie Calle
Muitos de seus trabalhos
incluem fotografias, relatos
textuais, além de um envolvimento
performático da própria artista.
Em Suíte Vénitienne, de
1980, ela escolhe aleatoriamente
um personagem em Paris e o
segue até Veneza durante quase
duas semanas, fotografando-o e
entrevistando pessoas com quem
ele se encontra, sem jamais
abordá-lo diretamente. Nas
imagens e textos publicados, a
identidade e o rosto do homem
tampouco são revelados ao
público.
http://www.studium.iar.unicamp.br/22/05.html
O livro de
Artista
60. Percorrer aspectos que envolvem a narração visual no
livro de artista ao mesmo tempo em que a arte
contemporânea, com suas objeções, estabelecia a
contradição ou a coexistência divergente de valores
como a proximidade e o distanciamento do público.
Os motes são narração e narrativa.
O livro de
Artista
61. Sophie Calle.
Doubles-jeux. Arles: Actes Sud, 1998.
Estojo com 7 livros: De l’obéissance
(64p.); Le rituel d’anniversaire (64p.);
Les panoplies (48p.); A suivre...
(152p.); L’hôtel (176p.); Le carnet
d’adresses (24p.); e Gotham
Handbook (96p.), imagem acima.
Formato do estojo: 19,6 x 10,2 x
7,5cm. Formato de cada livro: 19 x
10cm.
O livro de
Artista