5. E aconteceu que, enquanto orava, mudou-se-
lhe o semblante e suas vestes se tornaram
alvas e resplandescentes; e eis que dois
varões apareceram cheios de glória e
falavam com ele, a saber: Moisés e Elias.
6. Pedro e seus companheiros achavam-se
premidos pelo sono, mas conservando-se
acordados viram a majestade de Jesus e os
dois homens que com ele se achavam.
7. Eis que em dado momento veio uma nuvem
que os envolveu e dela veio uma voz dizendo:
“Este é o meu filho bem amado em quem pus
todas as minhas complacências, escutai-o.”
(Lucas cap. 9)
8. O fenômeno que se produziu no Monte
Tabor em presença dos discípulos, foi uma
formidável manifestação espírita que teve
por fim mostrar a elevação espiritual de
Jesus,...
9.
10. ...afirmar a sua missão como o Cristo, o
filho do Deus vivo, e enunciar, sob um véu
que a nova revelação levantaria mais tarde,
as promessas para o futuro.
11. Retomando momentaneamente, diante
daqueles discípulos, por meio da
Transfiguração, os atributos da natureza que
lhe era própria, se bem que velados ainda,
pois que de outro modo os discípulos não lhe
teriam podido suportar o brilho, Jesus lhe
dava uma ideia da sua grandeza espiritual.
12.
13. A presença visível de Moisés e Elias que,
como outros Espíritos, tanto e ainda mais
elevados, rodeiam incessantemente Jesus, foi
um meio de que se serviu Jesus para lhes
ferir a imaginação e de, por assim dizer,
confirmar, diante deles, a sua elevação
espiritual e que ele era o Cristo, o Messias
prometido.
14. Ambos, Moisés e Elias, haviam anunciado o
Messias.
A presença ali dos dois, como que
sancionava e santificava aos olhos dos
Apóstolos a missão que ele, Jesus,
desempenhava.
15. A voz que saiu da nuvem e que se foi
perdendo no espaço, depois de haver dito:
“Este é o meu filho bem amado em quem pus
todas as minhas complacências, escutai-o”,
voltava a afirmar, dessa forma, em nome do
Pai Celestial a missão de Jesus.
16.
17. As vestes de Jesus se tornaram tão alvas que
nenhum lavadeiro na Terra jamais poderia
consegui-las, confirmado a elevação do
Cristo, significando que ninguém jamais
poderia igualá-lo em elevação.
18.
19. Com efeito, ainda quando haja alcançado a
perfeição sideral, isto é, se tenha tornado
puro Espírito, qualquer dos que encarnem no
nosso planeta, será sempre menos adiantado
do que Jesus.
20. É que Jesus na sua caminhada evolutiva,
jamais se afastou da diretriz traçada pelas
leis do Pai Celestial, continuando a
progredir em ciência universal, visto que
esse progresso é infindável.
21.
22. Assim sendo, nunca poderá ser Ele
alcançado, na senda desse progresso, por
qualquer outro Espírito, que haja retardado a
marcha da sua evolução, do seu
aperfeiçoamento moral , por efeito de uma
transgressão que seja daquelas leis.
23.
24. Escutai-o:
- Este fato constituiria uma promessa feita
para o futuro, promessa que se cumpre,
quando muitas manifestações se produzem
ostensivamente por toda a parte, explicadas
pela Nova Revelação.
25.
26. Nessas condições, a revelação espírita é bem
o Consolador Prometido, o Espírito de
Verdade, prometido.
27. Por apresentarem as condições mais
favoráveis à torná-los aptos mediunicamente
com a doação do ectoplasma para a
materialização dos Espíritos, Pedro, Tiago e
João, caíram em estado de torpor em que
ficam os médiuns quando se dá uma forte
manifestação espírita.
28. Os Apóstolos permaneceram amedrontados,
sendo tocados por Jesus, que mandou que se
levantassem, dizendo que não tivessem
medo.
Levantando-se, eles viram apenas Jesus, já
em seu estado físico normal.
29. O fato da transfiguração se produziu para
eles, com o esplendor correspondente à
elevação dos Espíritos que no mesmo fato
tomavam parte.
30. Os Espíritos têm a faculdade de tornarem-se
visíveis e tangíveis, sob a forma humana,
transfigurando-se, reunindo em torno de si os
fluidos luminosos que sejam necessários à
produção do fenômeno.
31. Com efeito, ainda que tenha se tornado
Espírito Puro, qualquer dos que encarnem no
nosso planeta, será sempre menos adiantado
do que Jesus.
32. Quanto mais elevado, tanto mais luminoso se
revela o Espírito às vistas humanas.
Do mesmo modo quanto mais elevado é um
planeta na escala dos mundos, tanto mais
branca e refulgente é a sua luz.
33.
34. O fenômeno da transfiguração do Divino
Mestre, assim como a de um Espírito muito
elevado, nada tem de comum com o da
transfiguração do ser humano.
No Espírito elevado, há a ação exclusiva do
Espírito sobre o seu corpo perispirítico.
35. Nos outros casos, há necessidade de uma
combinação do perispírito do Espírito que
opera, com a do encarnado que lhe serve de
instrumento, sendo, portanto, aparente a
transfiguração, visto que resulta do aspecto
que o desencarnado dá aos fluidos em que
envolve o encarnado.
37. Jesus respondeu: - Em verdade Elias tem que
vir e restabelecerá todas as coisas.
Mas eu vos digo que Elias já veio e não o
reconheceram.
Então seus discípulos compreenderam que
Jesus se referia a João Batista.
38.
39. Naquela ocasião, Jesus não podia nem devia
dizer o que nos diz a Nova Revelação, de
que Moisés, Elias e João, são a mesma e
única individualidade.
40.
41.
42.
43. Os três são um só, o mesmo Espírito
encarnado três vezes em missão.
Moisés preparou a vinda do Cristo e a
anunciou veladamente.
44. Elias deu um grande brilho à tradição
hebraica e anunciou em suas profecias que
seria o precursor do Cristo.
Quando reencarnou como João Batista, filho
de Zacarias, sua profecia se cumpriu.
45.
46. Essas três figuras formam o emblema de uma
tríplice missão desempenhada em três épocas
diferentes e, por meio da transfiguração de
Jesus e a aparição de Moisés e de Elias, no
Tabor, aos três discípulos, foram elas postas
ao alcance das inteligências humanas,
quando Jesus ensinou aos homens que João
Batista fora Elias, que voltara à Terra.
47. Assim, Moisés, Elias e João foram sempre o
mesmo Espírito reencarnado, porém não a
mesma personalidade humana, mas sim, a
mesma individualidade terrena.
48. Haverá, talvez, quem objete que, sendo os
três um só Espírito, não poderiam Moisés e
Elias aparecer no Tabor como dois Espíritos
distintos, conforme se verificou.
49. Entretanto, a Nova Revelação explica o fato,
ensinando que, ali, um Espírito Superior, da
mesma elevação que Elias e João, tomou a
figura, a aparência de Moisés.
Tais substituições se dão, quando necessárias,
por Espíritos da mesma ordem.
50.
51. Alguns esclarecimentos:
Como teriam os discípulos reconhecido
Moisés que viveu 1500 anos antes e Elias
que viveu 900 anos antes, se não havia
nenhum retrato deles, coisa terminantemente
proibida conforme:
Êx. 20:4; Lev. 26:1; Deut. 4:16, 23 e 5:8
52. No entanto, ninguém afirmou que os
discípulos os “reconheceram”.
Lucas, em sua frase informativa, diz que
“viram dois homens”; depois esclarece que
eram Moisés e Elias.
Deduz-se daí, que os discípulos obtiveram
essa informação do próprio Jesus.
53. Essa informação tanto pode ser verídica que
logo após os quatro descerem do monte, a
conversa girou precisamente sobre a vinda
de Elias antes do ministério de Jesus.
Como poderia vir se ainda “estava no
espaço”?
O mestre , então, lhes explica o processo da
“reencarnação”
54.
55. Outro fato que não pode ser descartado é
que segundo a narração do evangelista, “os
discípulos estavam oprimidos pelo sono,
mas conservando-se plenamente
despertos” isto é, fisicamente em transe
hipnótico, com o corpo adormecido, mas
perfeitamente conscientes nos planos menos
densos.
56. Então, o que de fato eles viram, não foi o
corpo físico de Jesus modificado, mas sim a
forma espiritual do Mestre e, ao seu lado, as
formas espirituais de Moisés e Elias.
É o que inegavelmente sugere a frase de
Lucas, que possibilita essa interpretação.
57. Se lhe chamamos Senhor e Mestre, Divino
Amigo e Redentor da Humanidade, Sol de
nossas vidas e Advogado de nossos destinos,
por um dever de consciência devemos
afeiçoar o nosso coração e conjugar o nosso
esforço no devotamento à vinha que por Ele
nos foi confiada.
Estudando a mediunidade- cap. 23 - Martins Peralva