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Lucas Cap 15, 11 - 32
Um homem tinha 2 filhos.
Disse o mais moço a seu pai:
- Meu pai, dá-me a parte dos bens que
me toca.
Ele repartiu seus haveres entre
ambos.
Poucos dias depois o filho mais moço
ajuntando tudo que era seu, partiu para
um país longínquo e lá dissipou todos
os seus bens, vivendo dissolutamente.
Depois de ter consumido tudo,
sobreveio a aquele país uma grande
fome e ele começou a passar
necessidades.
Foi encontrar-se com um dos cidadãos
naquele país e este o mandou para os
seus campos guardar porcos.
Ali desejava ele fartar-se das alfarrobas
que os porcos comiam, mas ninguém
lhe as dava.
Caindo porém em si, disse:
- Quantos jornaleiros de meu pai tem
pão com fartura e eu aqui estou
morrendo de fome!
Levantar-me-ei, irei a meu pai e dir-
lhe-ei:
- Pai, pequei contra o céu diante de ti.
Já não sou digno de ser chamado teu
filho, trata-me como um dos teus
Levantando-se foi para seu pai.
Estando ele ainda longe, seu pai o viu
e teve compaixão dele e correndo o
alcançou e o beijou.
Disse-lhe o filho:
- Pai, pequei contra o céu e diante de
ti, já não sou digno de ser chamado
teu filho.
O pai porém disse a seus servos:
-Trazei-me depressa a melhor roupa,
vesti-lha e põe-lhe o anel no dedo e
sandália nos pés. Trazei também um
novilho cevado, matai-o. Comamos e
regozijemo-nos, porque esse meu filho
era morto e reviveu, estava perdido e
se achou.
E começaram a regozijar-se.
Seu filho mais velho estava no campo.
Quando voltou e foi chegando a casa,
ouviu a música e a dança e chamando
um dos criados perguntou-lhe o que
era aquilo.
Este lhe respondeu:
- Chegou teu irmão e teu pai mandou
matar um novilho cevado, porque o
recuperou com saúde.
Ele se indignou e não queria entrar.
E saindo seu pai, procurava concilia-lo.
Mas ele respondeu a seu pai:
- A tantos anos que te sirvo, sem
jamais transgredir uma ordem tua e
nunca me destes um cabrito para eu
me regozijar com os meus amigos!
Mas quando veio este teu filho que
gastou seus bens com meretrizes, tu
mandaste matar para ele um novilho
cevado.
Replicou-lhe o pai:
- Filho, tu sempre estás comigo e tudo
que é meu é teu, entretanto cumpri a
regozijarmos e alegrarmos, porque
este teu irmão era morto e reviveu,
estava perdido e se achou.
A parábola é inconclusa, nós não
sabemos exatamente o que aconteceu
a partir daí.
Para nós podermos entender bem esta
parábola, vale a pena que
retrocedamos um pouco e observemos
em a narrativa do evangelista, que
Jesus estava sempre ao lado das
pessoas infelizes.
É notável observar-se por exemplo,
que ele preferia as meretrizes, os
ébrios, os hansenianos, todos estes
condenados taxativamente pelos
códigos de ética de Israel.
Israel tinha uma lei com 613 preceitos.
365 eram preceitos para os dias.
Naquela época o ano era lunar, então o
número de preceitos diários eram
menor. E os outros preceitos eram as
obrigações para com o corpo, para
com a família, para com Deus, para
com o sinédrio.
E então Jesus preferia quebrar todos
esses preceitos, para colocar a lei de
E narra Lucas, que logo no começo do
Seu ministério, ao estar com os
infelizes, Ele era duramente censurado
pelos fariseus.
Que perguntavam:
- Por que Ele come com os pecadores?
Por que as meretrizes?
Os hansenianos?
E as pessoas chamadas brahms haas
harres, os excluídos, eram cancelados
do livro dos vivos.
Toda vez que o indivíduo delinquia ou
era vítima de uma doença irreversível,
era expulso da cidade e tinha o seu
nome tirado do livro dos vivos.
Por isso que, toda vez que, quando
Jesus recuperava alguém, dizia:
- Agora vai e apresenta-te aos doutores
para que eles saibam o que pode fazer
aquele que veio em nome de Deus.
Então certo dia estando Jesus a
dialogar com os infelizes e os fariseus
reprochando com os seus discípulos,
Ele ouviu serenamente e com a Sua
sabedoria.
Ele aproximou-se daqueles rebeldes
dominados pela sombra e narrou 3
parábolas.
Qual o homem que tendo 100 ovelhas
e uma delas se perca, não abandona
as 99, para ir procurar aquela que
estava perdida?
E quando a encontra, rejubila-se e
convida os seus amigos, dá uma festa
e diz:
- A ovelha que eu havia perdido está
E logo depois:
Qual a mulher que tendo 10 drácmas,
(uma moeda grega), e havendo perdido
uma, não toma de um candeeiro, não
varre a casa, não a procura até
encontrá-la?
E quando a encontra, o júbilo que a
domina é tão grande, que ela diz a
suas amigas:
- Encontrei-a! Encontrei a moeda que
estava perdida.
Conta por fim a terceira parábola, a da
compaixão, a da misericórdia.
Se nós examinarmos do ponto de vista
da psicologia analítica, notemos a
sabedoria de Jesus.
Primeiro Ele usa a figura masculina:
Animus
Qual o homem?
O animus é a característica forte do
hebreu.
Qual o homem portanto que não se
rejubila quando ele consegue reabilitar-
se?
A ovelha pode ser um self. A superação
do ego reencontrando o self.
Quando o indivíduo faz essa fusão
entre aquilo que aparenta e aquilo que
é, que alegria!
Ele diz aos amigos:
- Você não imagina a luta que tenho
travado!
Você não tem ideia do meu esforço!
A minha existência é uma peregrinação
permanente na busca da realidade que
eu sou.
E logo depois Jesus se utiliza da figura
feminina qual da mulher, a Anima.
Que havendo perdido uma drácma,
não a vai procurar?
Qual é a mulher?
A nossa anima, ela está em todos nós,
que depois de qualquer prejuízo não se
procura reabitar?
Encontrar um sentido existencial para
poder ficar integrado no conserto
universal?
Então as 2 primeiras parábolas são
eminentemente psicológicas.
A Anima e o Animus integram-se a
terceira parábola, a parábola do filho
pródigo, que está muito bem
representada por este quadro notável
de Rembrandt.
Este quadro foi produzido no ano de
1667 a 1669.
Rembrandt foi considerado um dos
maiores pintores no claro escuro.
Ele conseguia arrancar da treva, a
realidade dos seus desenhos.
E quando ele já estava velho, ele
dedicou-se a pintar particularmente
idosos e cegos, porque ele foi
perdendo a vista.
A história de Rembrandt, também é
uma história notável da psicologia
humana, da busca da verdade.
Ele nasceu em Leyden, numa cidade
da Holanda, no ano de 1606.
E logo, por volta de 1634, ele casou-se
com uma jovem muito bela, muito rica,
a quem muito amou, Saskia.
A vida de Rembrandt faz muito lembrar
a vida do filho pródigo, porque eles
tiveram 3 filhos que nasceram e
morreram sucessivamente.
O quarto filho de nome Titus
sobreviveu, mas veio a morrer depois.
Quando sua mulher morreu, Saskia,
ele entrou em desespero.
Ele era muito narcisista.
Os seus auto retratos iniciais são todos
eles com roupas de veludo, com
chapéus de pluma, como sendo dos
homens mais gozadores de Amisterdã.
Amealhou uma grande fortuna.
Mas com a morte de Saskia, ele
perdeu a direção da vida e entregou-se
as dissipações.
Teve relacionamentos desastrosos.
E por fim casou-se com uma mulher
que era portadora de alucinações
mentais.
Os biógrafos variam muito, dizendo
que o caráter de Rembrandt não era
dos melhores e que ele internou a
mulher num hospício para poder ver-se
Então foi isto, ele experimentou uma
grande dor, quando então casou-se
pela terceira vez.
Mas nesse período ele havia
malbaratado toda fortuna e os seus
bens foram levados a leilão 2 vezes.
Ele foi reduzido a miséria mais
extrema, de tal forma que ele foi residir
num bairro miserável de Amisterdã,
onde ele produziu telas incomparáveis
como a descida da cruz, que é uma
tela de um vigor incomum, em que no
meio da sombra, ele coloca o corpo de
Jesus em Luz, portando no estado
luminoso.
Porque é o primeiro pintor que tira
Jesus da cruz sem a coroa, é um Jesus
totalmente livre, sem ego, que havia
atingido a plenitude do Reino dos Céus
ainda na terra.
Um pai tinha 2 filhos, mas em verdade
não tinha filho nenhum.
Porque um viajou, foi embora e o outro
ficou, mas não por amor a seu pai,
ficou na expectativa da herança.
Porque entre os hebreus da época,
quando os filhos atingiam a idade
adulta, eles podiam reivindicar a
herança e foi o que aquele jovem fez:
- Dai o que é meu, meu pai.
E o pai lhe deu. Vendeu alguma coisa
para dar-lhe tudo em moedas.
E depois de lhe dar as moedas, o
jovem viajou e foi para um país
distante.
Esse país distante, na colocação
junguiana é o self.
Nós sempre estamos viajando para
longe do self.
O ego, a sombra, sempre nos leva para
a perdição, com falsas perspectivas de
triunfo, de glória, de júbilo.
E o pai que o amava muito e amava
muito aos 2 filhos, deu-lhe tudo aquilo
que ele queria e o jovem foi.
Foi cercado de luxo e de poder.
E nesse país distante ele era um
alienígena, porque não pertencia a
aquela raça, não participava dos
costumes, mas era rico e a riqueza
sempre atrai os bajuladores, como a
carne podre sempre atrai os abutres e
as hienas, porque não são amigos, são
interesseiros.
São aqueles amigos da mesa farta, são
aqueles que não tendo brilho, ficam ao
lado de pessoas importantes, para
poderem brilhar na sua claridade.
E o jovem esqueceu completamente do
pai, como o nosso ego esquece da
realidade que somos e por extensão da
divindade.
Na hora das nossas alegrias,
raramente nos lembramos de Deus.
Nós pedimos tudo, antes de reencarnar
nós pedimos mesmo os meus haveres,
porque eu pretendo viajar para um país
distante.
E a sombra toma conta de nós.
Desfrutamos, gozamos, malbaratamos
os bens, a saúde, a organização física,
as emoções e de repente... de repente
jogamos tudo fora como fez o jovem.
Ele desfrutou, gozou ao máximo e
como era inevitável, de repente ele
estava na miséria.
E ao estar na miséria os amigos
abandonaram-no, porque não eram
seus amigos, eram amigos dos seus
bens.
Há um ditado náutico que diz, que os
ratos são os primeiros a abandonar os
navios quando estes naufragam.
Assim também são os falsos amigos,
eles ficam acompanhando a
decadência e usurpando até o
momento em que o outro cai em
desgraça e ele foge para não ser
arrastado na mesma onda de
decadência e no íntimo, goza... goza
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Naquele momento em que ele estava
na miséria, veio uma seca.
Como diz o ditado: Uma miséria nunca
vem a sós, sempre vem acompanhada
de outra.
Então advindo a miséria, graças a
seca, ele ficou ainda mais arruinado.
E por ser estrangeiro, por ser judeu, ele
não tinha amigos, recorreu a um
conhecido e pediu um trabalho.
Ele não desejava ficar as costas
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Nosso ego quando se dá conta das
dissipações arrepende-se.
Arrepende e procura uma solução
apressada que seja, sem pensar,
qualquer solução serve.
E o amigo sabendo que ele era judeu,
para humilha-lo, para degrada-lo,
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mandou-o cuidar de porcos.
Ora veja, cuidar de porcos é uma das
piores funções que se pode dedicar a
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Porque pela tradição, porco é um
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enfermidade que pode afetar o
indivíduo.
Quando os ovos, essas larvas
desenvolvem-se no organismo humano
são sempre fatais, especialmente
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cérebro.
Então o judeu detesta o suíno, sequer
pronuncia-lhe o nome.
E aquele amigo perversamente
colocou-o para cuidar de suínos e ele
vai cuidar.
E a fome era tal, que a alfarroba que
era jogada para os suínos, não dava
para ele.
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E então naquela mendicância, naquele
estado de desesperação, ele tem um
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Sempre a sombra lembra-se do self,
sempre a aparência tem aquele
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E ele aí diz:
- Não, eu não preciso de estar aqui, eu
estou auto punindo-me, eu vou
procurar meu pai.
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arrependido, porque meu pai é um
homem bom.
Então ele recorda-se do pai que é tão
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Deus, porque fui cuidar de porcos, o
que é proibido pela torá e pequei
contra ti, porque eu te abandonei.
E com este sentimento de entusiasmo,
ele volta.
Ele sai do país distante e volta para
casa.
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E eu nem quero ser mais seu filho, eu
quero ser seu empregado.
E então ele parte para casa e vai
jubiloso, na certeza de que o pai o
espera.
A parábola tem um detalhe comovedor:
Dizia o pai:
Quando o viu saiu correndo, porque o
pai sabia que ele ia voltar e estava
sempre olhando, com seus olhos
cansados ele olhava a estrada que
serpenteava a distancia, porque ele
sabia que o filho inexperiente ia voltar a
casa.
É curioso notar como ele está
destroçado!
A aparência dele gasta!
Como ele se encontra roto!
Toda miséria... como ele se encontra
com os cabelos raspados, o que em
Israel era uma ofensa ao tal muth.
Raspar os cabelos, raspar a barba do
corpo, era imitar os romanos e os
romanos eram detestados, daí não se
cortavam o cabelo nunca, nem a barba.
Então o pai vai e beija-o.
O beijo na face tem um significado
profundo.
Veja Jesus quando vai a casa do rico,
para um banquete e a mulher vai lavar-
Lhe os pés com unguento e o rico
censura.
Ele diz:
- Quando vim a tua casa não me
beijaste como é recomendado, não me
deste água para as abluções, mas esta
mulher desde que chegou chora e com
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os enxuga com seus cabelos.
Se nós observarmos a mão esquerda
deste homem, essa mão esquerda é
grosseira, é o Animus, é a mão que
trabalhou a terra, é a mão do arado.
A outra mão é a mão direita, os dedos
mais longos, não calejados, é a Anima.
E então é curioso notar também o olhar
e este é um olhar duro, um olhar
masculino, como quem diz:
- Eu sabia que você ia voltar. Você
abandonou-me porque era
inexperiente.
E este outro olhar é de infinita ternura.
Esta mão pousa suavemente. A outra
crava e crava na parte rasgada do
tecido, para o contato com a pele.
Rembrandt consegue penetrar na
simbologia junguiana de uma maneira
impressionante.
Então o que sucede: Nós vamos ver
que ele está com os sapatos rotos.
Entre os judeus é um sinal de
indignidade.
Só os escravos andavam descalçados.
A primeira providência do pai é:
- Traga-lho um par de sandálias para
caçar-lhe os pés.
Aí estão os pés experimentando a
destruição do tempo, tudo aquilo que a
perversão lhe fez.
Então a ternura deste pai vigilante:
- Traga-lhe o manto.
O manto que caracterizava a ordem, o
poder e também a abundância, é o
sinal.
Nós veremos também Jesus muitas
vezes usando o manto, característico
da nobreza israelita.
Então nós observamos ai a figura de
todos nós semidestruídos,
amargurados, sofridos, voltando a casa
de Deus.
- Vinde a Mim todos vós que estais
cansados e aflitos. Tomais sobre vós o
Meu fardo, recebei o meu julgo e
aprendei comigo que sou manso e
Então observemos bem o dedo
tocando o filho com imensa ternura.
E nós temos aqui uma proposta
cósmica:
A cabeça do filho está praticamente no
cosmo, no centro cardíaco, no plexo
solar do pai.
E se nós observarmos o trabalho de
Rembrandt, o rosto está inconcluído.
Por que?
Porque o renascimento leva-nos a
infância. Ele é um feto.
A proposta de natureza teológica, é
que com isso nasce uma nova teologia:
Deus não é aquele ser distante, é o Pai
amor que está ao alcance do nosso
grito, basta que nós lhe peçamos
socorro e Ele distende as mãos
generosamente e vem atrás de nós,
vem nos buscar.
E Rembrandt vai adiante mostrando os
pés, que tem um significado
psicológico muito grande: Os pés são
nossos alicerces, são as raízes que
nós plantamos no solo para podermos
ficar apoiados em nossa segurança.
Então os pés tem que ser revestidos
para que dê dignidade ao corpo. Foram
as sandálias que o mandou buscar.
E há um detalhe curioso, o anel:
-Traga o anel.
Que indicava o indivíduo como
proprietário das terras, como membro
da família.
O filho queria apenas ser um servo.
Mas quando é que um filho é servo de
um pai?
O Pai sempre nos vê a todos da
mesma forma, com a mesma ternura,
com a mesma majestade, com o
mesmo carinho.
E logo Rembrandt nos oferece algo
peculiar que não está na parábola:
Uma testemunha, alguém que está
observando a cena.
Essa testemunha Animus.
O apóstolo Paulo dirá:
- Há uma testemunha, uma nuvem que
nos acompanha, são os espíritos.
Todos os nossos atos estão
observados.
Uma testemunha masculina.
Sempre há alguém a que nós vemos
um ser físico.
Mas, prossegue Rembrandt:
Com uma figura feminina: o Ânimus e a
Ânima.
Ninguém sabe de quem se trata essa
mulher, ela não está na parábola.
Observem os olhos
desmesuradamente abertos, ela está
olhando a atitude do pai, ela está
surpresa.
Porque ninguém em Israel aceitaria um
réprobo de volta, que gastou seu
dinheiro com as meretrizes.
Mas então sucede algo muito bonito na
cena:
Na cena nós vemos o irmão mais velho
e Rembrandt pinta-o de uma forma
especial:
A palidez dele é quase mortal, os olhos
estão cravados no irmão, o que não
aconteceu.
Porque o irmão entrou e ele chegou
depois.
Quando ele chegou depois estranhou a
festa:
- Mas o que é isto?
E os servos disseram:
-Teu pai que recebeu de volta teu irmão
e como ele estava vivo, estava salvo,
teu pai mandou matar o novilho mais
gordo, que sempre era reservado para
um banquete.
Então ele foi dominado pela sombra, o
ressentimento.
E Joanna de Ângelis escreve isto como
uma maneira grandiosa no livro.
Esse ressentimento dele, não é porque
o irmão voltou, é porque veio talvez
tirar a parte da herança dele. Não era
por amor ao pai, ele não estava ali por
amor como eu já disse, esperava o pai
morrer, para entrar na herança toda e
recusou-se a entrar.
Então quando o pai soube, foi correndo
até ele e lhe disse:
-Meu filho! Meu filho! diz o pai: Entra.
Teu irmão estava morto.
Não sei se notaram um detalhe:
Este teu filho que gastou tudo com as
meretrizes.
Ele não chamou o filho do homem
generoso de seu irmão.
Ali estava a competição máxima, a
sombra densa.
Tu o recebes e mandas matar um
novilho!
O ciúme: A mim tu não me dás nem um
cabrito para eu comemorar com os
meus amigos.
E o pai diz:
Para mim é o momento culminante da
parábola
- Meu filho, tudo que é meu é teu.
O pai sabia que ele estava com medo
de perder a sua parte.
-Tudo que é meu é teu. Tu sempre
estivestes comigo.
Mas ele não, ele estava perdido e ele
foi achado.
E então há um detalhe curioso, da tela,
há uma pintura tão delicada, eu
consegui descobrir com uma lupa, é
impressionante, é que eu pedi a um
especialista para clarear e notem o que
aparece:
Uma mulher.
E Joanna de Ângelis me disse:
- É a mãe.
Porque a parábola fala que um pai
tinha 2 filhos. Não fala que era um pai
viúvo, a mulher deveria estar morta.
E essa mãe que nunca deixou o filho,
foi buscar o filho, trouxe para o pai,
atraiu o outro e fez o triângulo do
equilíbrio.
É notável nós observarmos o
semblante generoso da mãe. Ela ali
está trazendo o filho ao regaço.
Deus Pai, Deus Mãe.
E neste momento, o irmão mais velho
fica profundamente magoado e o seu
olhar agora é duro, é um olhar de
severidade.
- Para que voltou, infame! Por que veio
tirar de mim aquilo que é meu?
Notem as mãos, a postura das mãos
em defesa.
Ele segura o cajado.
Notem o cajado, ele está torto da
pressão que ele faz com tanta força.
Ele servia para expulsar os espíritos.
Portanto aí está como ele segura o
cajado, com todo vigor, o que ocorre a
sutileza de Rembrandt.
Que ternura de olho, na tela agente
não vê direito.
O olhar agora do pai, severo. Da mãe
dócil.
Da mãe que diz:
- Que bom meu filho! Quanto foi bom
você ter chegado de volta!
Como ela o bem diz!
Então nós verificamos agora a tela
integral e quase o desaparecimento da
figura da mãe.
A cena total representando portanto
nosso retorno a casa do Pai, depois de
peregrinarmos longamente por este
país muito distante.
Então Joanna de Ângelis disse-me e
escreveu no seu livro:
- Meu filho, como a parábola ficou no ar
porque o pai pede para que ele volte,
diz que ele é também filho amado e
encerra-se.
Joanna me disse:
- Quando o filho pródigo soube que seu
irmão estava muito magoado com a
sua volta, ele foi ao seu irmão,
ajoelhou-se-lhe aos pés e pediu-lhe
perdão.
E disse-lhe:
- Perdoa, eu não venho tomar o teu
lugar. Tu és o filho bom, és aquele que
suportou o vendaval, a canícula, o frio,
a chuva, enquanto eu desperdiçava os
bens de meu pai que ele me deu, com
as meretrizes, aceita-me de volta.
E então Joanna diz:
- Diante do gesto de humildade ele
desarmou-se, abraçou ternamente teu
irmão, tendo-o de volta ao seu regaço.
A parábola do filho pródigo e sua análise psicológica

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A parábola do filho pródigo e sua análise psicológica

  • 1.
  • 2.
  • 3. Lucas Cap 15, 11 - 32 Um homem tinha 2 filhos. Disse o mais moço a seu pai: - Meu pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Ele repartiu seus haveres entre ambos.
  • 4.
  • 5. Poucos dias depois o filho mais moço ajuntando tudo que era seu, partiu para um país longínquo e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio a aquele país uma grande fome e ele começou a passar necessidades.
  • 6.
  • 7. Foi encontrar-se com um dos cidadãos naquele país e este o mandou para os seus campos guardar porcos. Ali desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhe as dava.
  • 8.
  • 9. Caindo porém em si, disse: - Quantos jornaleiros de meu pai tem pão com fartura e eu aqui estou morrendo de fome! Levantar-me-ei, irei a meu pai e dir- lhe-ei: - Pai, pequei contra o céu diante de ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus
  • 10. Levantando-se foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu e teve compaixão dele e correndo o alcançou e o beijou. Disse-lhe o filho: - Pai, pequei contra o céu e diante de ti, já não sou digno de ser chamado teu filho.
  • 11.
  • 12. O pai porém disse a seus servos: -Trazei-me depressa a melhor roupa, vesti-lha e põe-lhe o anel no dedo e sandália nos pés. Trazei também um novilho cevado, matai-o. Comamos e regozijemo-nos, porque esse meu filho era morto e reviveu, estava perdido e se achou. E começaram a regozijar-se.
  • 13.
  • 14. Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltou e foi chegando a casa, ouviu a música e a dança e chamando um dos criados perguntou-lhe o que era aquilo. Este lhe respondeu: - Chegou teu irmão e teu pai mandou matar um novilho cevado, porque o recuperou com saúde.
  • 15. Ele se indignou e não queria entrar. E saindo seu pai, procurava concilia-lo.
  • 16. Mas ele respondeu a seu pai: - A tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir uma ordem tua e nunca me destes um cabrito para eu me regozijar com os meus amigos! Mas quando veio este teu filho que gastou seus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele um novilho cevado.
  • 17.
  • 18. Replicou-lhe o pai: - Filho, tu sempre estás comigo e tudo que é meu é teu, entretanto cumpri a regozijarmos e alegrarmos, porque este teu irmão era morto e reviveu, estava perdido e se achou.
  • 19. A parábola é inconclusa, nós não sabemos exatamente o que aconteceu a partir daí.
  • 20. Para nós podermos entender bem esta parábola, vale a pena que retrocedamos um pouco e observemos em a narrativa do evangelista, que Jesus estava sempre ao lado das pessoas infelizes.
  • 21. É notável observar-se por exemplo, que ele preferia as meretrizes, os ébrios, os hansenianos, todos estes condenados taxativamente pelos códigos de ética de Israel.
  • 22.
  • 23. Israel tinha uma lei com 613 preceitos. 365 eram preceitos para os dias. Naquela época o ano era lunar, então o número de preceitos diários eram menor. E os outros preceitos eram as obrigações para com o corpo, para com a família, para com Deus, para com o sinédrio. E então Jesus preferia quebrar todos esses preceitos, para colocar a lei de
  • 24. E narra Lucas, que logo no começo do Seu ministério, ao estar com os infelizes, Ele era duramente censurado pelos fariseus. Que perguntavam: - Por que Ele come com os pecadores? Por que as meretrizes? Os hansenianos?
  • 25. E as pessoas chamadas brahms haas harres, os excluídos, eram cancelados do livro dos vivos. Toda vez que o indivíduo delinquia ou era vítima de uma doença irreversível, era expulso da cidade e tinha o seu nome tirado do livro dos vivos.
  • 26. Por isso que, toda vez que, quando Jesus recuperava alguém, dizia: - Agora vai e apresenta-te aos doutores para que eles saibam o que pode fazer aquele que veio em nome de Deus.
  • 27. Então certo dia estando Jesus a dialogar com os infelizes e os fariseus reprochando com os seus discípulos, Ele ouviu serenamente e com a Sua sabedoria. Ele aproximou-se daqueles rebeldes dominados pela sombra e narrou 3 parábolas.
  • 28. Qual o homem que tendo 100 ovelhas e uma delas se perca, não abandona as 99, para ir procurar aquela que estava perdida? E quando a encontra, rejubila-se e convida os seus amigos, dá uma festa e diz: - A ovelha que eu havia perdido está
  • 29.
  • 30. E logo depois: Qual a mulher que tendo 10 drácmas, (uma moeda grega), e havendo perdido uma, não toma de um candeeiro, não varre a casa, não a procura até encontrá-la? E quando a encontra, o júbilo que a domina é tão grande, que ela diz a suas amigas: - Encontrei-a! Encontrei a moeda que estava perdida.
  • 31.
  • 32. Conta por fim a terceira parábola, a da compaixão, a da misericórdia. Se nós examinarmos do ponto de vista da psicologia analítica, notemos a sabedoria de Jesus.
  • 33. Primeiro Ele usa a figura masculina: Animus Qual o homem? O animus é a característica forte do hebreu.
  • 34. Qual o homem portanto que não se rejubila quando ele consegue reabilitar- se? A ovelha pode ser um self. A superação do ego reencontrando o self. Quando o indivíduo faz essa fusão entre aquilo que aparenta e aquilo que é, que alegria!
  • 35. Ele diz aos amigos: - Você não imagina a luta que tenho travado! Você não tem ideia do meu esforço! A minha existência é uma peregrinação permanente na busca da realidade que eu sou.
  • 36. E logo depois Jesus se utiliza da figura feminina qual da mulher, a Anima. Que havendo perdido uma drácma, não a vai procurar? Qual é a mulher?
  • 37. A nossa anima, ela está em todos nós, que depois de qualquer prejuízo não se procura reabitar? Encontrar um sentido existencial para poder ficar integrado no conserto universal?
  • 38. Então as 2 primeiras parábolas são eminentemente psicológicas. A Anima e o Animus integram-se a terceira parábola, a parábola do filho pródigo, que está muito bem representada por este quadro notável de Rembrandt.
  • 39.
  • 40. Este quadro foi produzido no ano de 1667 a 1669. Rembrandt foi considerado um dos maiores pintores no claro escuro. Ele conseguia arrancar da treva, a realidade dos seus desenhos. E quando ele já estava velho, ele dedicou-se a pintar particularmente idosos e cegos, porque ele foi perdendo a vista.
  • 41. A história de Rembrandt, também é uma história notável da psicologia humana, da busca da verdade. Ele nasceu em Leyden, numa cidade da Holanda, no ano de 1606.
  • 42. E logo, por volta de 1634, ele casou-se com uma jovem muito bela, muito rica, a quem muito amou, Saskia. A vida de Rembrandt faz muito lembrar a vida do filho pródigo, porque eles tiveram 3 filhos que nasceram e morreram sucessivamente.
  • 43. O quarto filho de nome Titus sobreviveu, mas veio a morrer depois. Quando sua mulher morreu, Saskia, ele entrou em desespero.
  • 44. Ele era muito narcisista. Os seus auto retratos iniciais são todos eles com roupas de veludo, com chapéus de pluma, como sendo dos homens mais gozadores de Amisterdã. Amealhou uma grande fortuna. Mas com a morte de Saskia, ele perdeu a direção da vida e entregou-se as dissipações.
  • 45.
  • 46. Teve relacionamentos desastrosos. E por fim casou-se com uma mulher que era portadora de alucinações mentais. Os biógrafos variam muito, dizendo que o caráter de Rembrandt não era dos melhores e que ele internou a mulher num hospício para poder ver-se
  • 47. Então foi isto, ele experimentou uma grande dor, quando então casou-se pela terceira vez. Mas nesse período ele havia malbaratado toda fortuna e os seus bens foram levados a leilão 2 vezes.
  • 48. Ele foi reduzido a miséria mais extrema, de tal forma que ele foi residir num bairro miserável de Amisterdã, onde ele produziu telas incomparáveis como a descida da cruz, que é uma tela de um vigor incomum, em que no meio da sombra, ele coloca o corpo de Jesus em Luz, portando no estado luminoso.
  • 49.
  • 50. Porque é o primeiro pintor que tira Jesus da cruz sem a coroa, é um Jesus totalmente livre, sem ego, que havia atingido a plenitude do Reino dos Céus ainda na terra.
  • 51. Um pai tinha 2 filhos, mas em verdade não tinha filho nenhum. Porque um viajou, foi embora e o outro ficou, mas não por amor a seu pai, ficou na expectativa da herança.
  • 52. Porque entre os hebreus da época, quando os filhos atingiam a idade adulta, eles podiam reivindicar a herança e foi o que aquele jovem fez: - Dai o que é meu, meu pai. E o pai lhe deu. Vendeu alguma coisa para dar-lhe tudo em moedas.
  • 53. E depois de lhe dar as moedas, o jovem viajou e foi para um país distante. Esse país distante, na colocação junguiana é o self.
  • 54. Nós sempre estamos viajando para longe do self. O ego, a sombra, sempre nos leva para a perdição, com falsas perspectivas de triunfo, de glória, de júbilo.
  • 55.
  • 56. E o pai que o amava muito e amava muito aos 2 filhos, deu-lhe tudo aquilo que ele queria e o jovem foi. Foi cercado de luxo e de poder.
  • 57.
  • 58. E nesse país distante ele era um alienígena, porque não pertencia a aquela raça, não participava dos costumes, mas era rico e a riqueza sempre atrai os bajuladores, como a carne podre sempre atrai os abutres e as hienas, porque não são amigos, são interesseiros.
  • 59. São aqueles amigos da mesa farta, são aqueles que não tendo brilho, ficam ao lado de pessoas importantes, para poderem brilhar na sua claridade.
  • 60. E o jovem esqueceu completamente do pai, como o nosso ego esquece da realidade que somos e por extensão da divindade. Na hora das nossas alegrias, raramente nos lembramos de Deus.
  • 61. Nós pedimos tudo, antes de reencarnar nós pedimos mesmo os meus haveres, porque eu pretendo viajar para um país distante.
  • 62. E a sombra toma conta de nós. Desfrutamos, gozamos, malbaratamos os bens, a saúde, a organização física, as emoções e de repente... de repente jogamos tudo fora como fez o jovem. Ele desfrutou, gozou ao máximo e como era inevitável, de repente ele estava na miséria.
  • 63. E ao estar na miséria os amigos abandonaram-no, porque não eram seus amigos, eram amigos dos seus bens. Há um ditado náutico que diz, que os ratos são os primeiros a abandonar os navios quando estes naufragam.
  • 64. Assim também são os falsos amigos, eles ficam acompanhando a decadência e usurpando até o momento em que o outro cai em desgraça e ele foge para não ser arrastado na mesma onda de decadência e no íntimo, goza... goza de ver a ruína dos outros.
  • 65. Naquele momento em que ele estava na miséria, veio uma seca. Como diz o ditado: Uma miséria nunca vem a sós, sempre vem acompanhada de outra. Então advindo a miséria, graças a seca, ele ficou ainda mais arruinado.
  • 66. E por ser estrangeiro, por ser judeu, ele não tinha amigos, recorreu a um conhecido e pediu um trabalho. Ele não desejava ficar as costas daquele conhecido, pediu trabalho.
  • 67. Nosso ego quando se dá conta das dissipações arrepende-se. Arrepende e procura uma solução apressada que seja, sem pensar, qualquer solução serve.
  • 68. E o amigo sabendo que ele era judeu, para humilha-lo, para degrada-lo, porque ele havia sido seu competidor, mandou-o cuidar de porcos.
  • 69.
  • 70. Ora veja, cuidar de porcos é uma das piores funções que se pode dedicar a um servo de Israel, por várias razões: Porque pela tradição, porco é um animal imundo, ele é portador de uma enfermidade que pode afetar o indivíduo.
  • 71. Quando os ovos, essas larvas desenvolvem-se no organismo humano são sempre fatais, especialmente quando vai ao coração, quando vai ao cérebro. Então o judeu detesta o suíno, sequer pronuncia-lhe o nome.
  • 72. E aquele amigo perversamente colocou-o para cuidar de suínos e ele vai cuidar. E a fome era tal, que a alfarroba que era jogada para os suínos, não dava para ele. A alfarroba tem uma semente dura,
  • 73.
  • 74. E então naquela mendicância, naquele estado de desesperação, ele tem um insight. Sempre a sombra lembra-se do self, sempre a aparência tem aquele momento que descobre que não é isto. Eu não sou isto! Eu estou isto.
  • 75. É o momento a que Joanna se refere como a experiência da iluminação. E ele aí diz: - Não, eu não preciso de estar aqui, eu estou auto punindo-me, eu vou procurar meu pai. Eu lhe direi... eu lhe direi que estou arrependido, porque meu pai é um homem bom.
  • 76. Então ele recorda-se do pai que é tão bom e diz: - Eu lhe peço perdão, eu pequei contra Deus, porque fui cuidar de porcos, o que é proibido pela torá e pequei contra ti, porque eu te abandonei.
  • 77. E com este sentimento de entusiasmo, ele volta. Ele sai do país distante e volta para casa.
  • 78. - Meu pai tem tudo em abundância! E eu nem quero ser mais seu filho, eu quero ser seu empregado. E então ele parte para casa e vai jubiloso, na certeza de que o pai o espera.
  • 79. A parábola tem um detalhe comovedor: Dizia o pai: Quando o viu saiu correndo, porque o pai sabia que ele ia voltar e estava sempre olhando, com seus olhos cansados ele olhava a estrada que serpenteava a distancia, porque ele sabia que o filho inexperiente ia voltar a casa.
  • 80.
  • 81. É curioso notar como ele está destroçado! A aparência dele gasta! Como ele se encontra roto!
  • 82.
  • 83. Toda miséria... como ele se encontra com os cabelos raspados, o que em Israel era uma ofensa ao tal muth. Raspar os cabelos, raspar a barba do corpo, era imitar os romanos e os romanos eram detestados, daí não se cortavam o cabelo nunca, nem a barba.
  • 84. Então o pai vai e beija-o. O beijo na face tem um significado profundo.
  • 85.
  • 86. Veja Jesus quando vai a casa do rico, para um banquete e a mulher vai lavar- Lhe os pés com unguento e o rico censura.
  • 87. Ele diz: - Quando vim a tua casa não me beijaste como é recomendado, não me deste água para as abluções, mas esta mulher desde que chegou chora e com as suas lágrimas, lava os meus pés e os enxuga com seus cabelos.
  • 88.
  • 89.
  • 90. Se nós observarmos a mão esquerda deste homem, essa mão esquerda é grosseira, é o Animus, é a mão que trabalhou a terra, é a mão do arado. A outra mão é a mão direita, os dedos mais longos, não calejados, é a Anima.
  • 91.
  • 92. E então é curioso notar também o olhar e este é um olhar duro, um olhar masculino, como quem diz: - Eu sabia que você ia voltar. Você abandonou-me porque era inexperiente.
  • 93. E este outro olhar é de infinita ternura. Esta mão pousa suavemente. A outra crava e crava na parte rasgada do tecido, para o contato com a pele. Rembrandt consegue penetrar na simbologia junguiana de uma maneira impressionante.
  • 94.
  • 95. Então o que sucede: Nós vamos ver que ele está com os sapatos rotos. Entre os judeus é um sinal de indignidade. Só os escravos andavam descalçados.
  • 96.
  • 97. A primeira providência do pai é: - Traga-lho um par de sandálias para caçar-lhe os pés. Aí estão os pés experimentando a destruição do tempo, tudo aquilo que a perversão lhe fez.
  • 98. Então a ternura deste pai vigilante: - Traga-lhe o manto. O manto que caracterizava a ordem, o poder e também a abundância, é o sinal. Nós veremos também Jesus muitas vezes usando o manto, característico da nobreza israelita.
  • 99.
  • 100. Então nós observamos ai a figura de todos nós semidestruídos, amargurados, sofridos, voltando a casa de Deus. - Vinde a Mim todos vós que estais cansados e aflitos. Tomais sobre vós o Meu fardo, recebei o meu julgo e aprendei comigo que sou manso e
  • 101. Então observemos bem o dedo tocando o filho com imensa ternura. E nós temos aqui uma proposta cósmica: A cabeça do filho está praticamente no cosmo, no centro cardíaco, no plexo solar do pai.
  • 102.
  • 103. E se nós observarmos o trabalho de Rembrandt, o rosto está inconcluído. Por que? Porque o renascimento leva-nos a infância. Ele é um feto.
  • 104. A proposta de natureza teológica, é que com isso nasce uma nova teologia: Deus não é aquele ser distante, é o Pai amor que está ao alcance do nosso grito, basta que nós lhe peçamos socorro e Ele distende as mãos generosamente e vem atrás de nós, vem nos buscar.
  • 105.
  • 106. E Rembrandt vai adiante mostrando os pés, que tem um significado psicológico muito grande: Os pés são nossos alicerces, são as raízes que nós plantamos no solo para podermos ficar apoiados em nossa segurança.
  • 107. Então os pés tem que ser revestidos para que dê dignidade ao corpo. Foram as sandálias que o mandou buscar.
  • 108.
  • 109. E há um detalhe curioso, o anel: -Traga o anel. Que indicava o indivíduo como proprietário das terras, como membro da família. O filho queria apenas ser um servo.
  • 110. Mas quando é que um filho é servo de um pai? O Pai sempre nos vê a todos da mesma forma, com a mesma ternura, com a mesma majestade, com o mesmo carinho.
  • 111. E logo Rembrandt nos oferece algo peculiar que não está na parábola: Uma testemunha, alguém que está observando a cena. Essa testemunha Animus.
  • 112. O apóstolo Paulo dirá: - Há uma testemunha, uma nuvem que nos acompanha, são os espíritos. Todos os nossos atos estão observados.
  • 113. Uma testemunha masculina. Sempre há alguém a que nós vemos um ser físico.
  • 114.
  • 115. Mas, prossegue Rembrandt: Com uma figura feminina: o Ânimus e a Ânima. Ninguém sabe de quem se trata essa mulher, ela não está na parábola.
  • 116.
  • 117. Observem os olhos desmesuradamente abertos, ela está olhando a atitude do pai, ela está surpresa. Porque ninguém em Israel aceitaria um réprobo de volta, que gastou seu dinheiro com as meretrizes.
  • 118. Mas então sucede algo muito bonito na cena: Na cena nós vemos o irmão mais velho e Rembrandt pinta-o de uma forma especial: A palidez dele é quase mortal, os olhos estão cravados no irmão, o que não aconteceu.
  • 119.
  • 120. Porque o irmão entrou e ele chegou depois. Quando ele chegou depois estranhou a festa: - Mas o que é isto?
  • 121. E os servos disseram: -Teu pai que recebeu de volta teu irmão e como ele estava vivo, estava salvo, teu pai mandou matar o novilho mais gordo, que sempre era reservado para um banquete. Então ele foi dominado pela sombra, o ressentimento.
  • 122. E Joanna de Ângelis escreve isto como uma maneira grandiosa no livro. Esse ressentimento dele, não é porque o irmão voltou, é porque veio talvez tirar a parte da herança dele. Não era por amor ao pai, ele não estava ali por amor como eu já disse, esperava o pai morrer, para entrar na herança toda e recusou-se a entrar.
  • 123. Então quando o pai soube, foi correndo até ele e lhe disse: -Meu filho! Meu filho! diz o pai: Entra. Teu irmão estava morto. Não sei se notaram um detalhe: Este teu filho que gastou tudo com as meretrizes.
  • 124. Ele não chamou o filho do homem generoso de seu irmão. Ali estava a competição máxima, a sombra densa.
  • 125. Tu o recebes e mandas matar um novilho! O ciúme: A mim tu não me dás nem um cabrito para eu comemorar com os meus amigos.
  • 126. E o pai diz: Para mim é o momento culminante da parábola - Meu filho, tudo que é meu é teu.
  • 127. O pai sabia que ele estava com medo de perder a sua parte. -Tudo que é meu é teu. Tu sempre estivestes comigo. Mas ele não, ele estava perdido e ele foi achado.
  • 128. E então há um detalhe curioso, da tela, há uma pintura tão delicada, eu consegui descobrir com uma lupa, é impressionante, é que eu pedi a um especialista para clarear e notem o que aparece: Uma mulher.
  • 129.
  • 130. E Joanna de Ângelis me disse: - É a mãe. Porque a parábola fala que um pai tinha 2 filhos. Não fala que era um pai viúvo, a mulher deveria estar morta.
  • 131. E essa mãe que nunca deixou o filho, foi buscar o filho, trouxe para o pai, atraiu o outro e fez o triângulo do equilíbrio.
  • 132. É notável nós observarmos o semblante generoso da mãe. Ela ali está trazendo o filho ao regaço. Deus Pai, Deus Mãe.
  • 133. E neste momento, o irmão mais velho fica profundamente magoado e o seu olhar agora é duro, é um olhar de severidade. - Para que voltou, infame! Por que veio tirar de mim aquilo que é meu?
  • 134. Notem as mãos, a postura das mãos em defesa. Ele segura o cajado.
  • 135. Notem o cajado, ele está torto da pressão que ele faz com tanta força. Ele servia para expulsar os espíritos. Portanto aí está como ele segura o cajado, com todo vigor, o que ocorre a sutileza de Rembrandt.
  • 136.
  • 137. Que ternura de olho, na tela agente não vê direito. O olhar agora do pai, severo. Da mãe dócil.
  • 138. Da mãe que diz: - Que bom meu filho! Quanto foi bom você ter chegado de volta! Como ela o bem diz!
  • 139.
  • 140. Então nós verificamos agora a tela integral e quase o desaparecimento da figura da mãe. A cena total representando portanto nosso retorno a casa do Pai, depois de peregrinarmos longamente por este país muito distante.
  • 141. Então Joanna de Ângelis disse-me e escreveu no seu livro: - Meu filho, como a parábola ficou no ar porque o pai pede para que ele volte, diz que ele é também filho amado e encerra-se.
  • 142. Joanna me disse: - Quando o filho pródigo soube que seu irmão estava muito magoado com a sua volta, ele foi ao seu irmão, ajoelhou-se-lhe aos pés e pediu-lhe perdão.
  • 143. E disse-lhe: - Perdoa, eu não venho tomar o teu lugar. Tu és o filho bom, és aquele que suportou o vendaval, a canícula, o frio, a chuva, enquanto eu desperdiçava os bens de meu pai que ele me deu, com as meretrizes, aceita-me de volta.
  • 144. E então Joanna diz: - Diante do gesto de humildade ele desarmou-se, abraçou ternamente teu irmão, tendo-o de volta ao seu regaço.