Winnicott era pediatra e psicanalista que se focou no desenvolvimento inicial e nas experiências de crianças. Ele enfatizou o papel do ambiente, especialmente na infância, no desenvolvimento da pessoa e acreditava que adoecimento emocional está associado a ambientes pouco acolhedores. Winnicott também questionou conceitos freudianos como pulsão de morte e complexo de Édipo, acreditando em uma tendência inata à saúde.
1. 5 coisas que você precisa saber
para começar a
estudar Winnicott
1 – Além de psicanalista, Donald Woods Winnicott era também pediatra. A
experiência no cuidado de bebês e crianças de colo deu a ele a oportunidade
de entrar em contato com fenômenos que ocorrem em etapas muito precoces
do desenvolvimento, os quais não puderam ser descritos e analisados por
Freud, já que o pai da Psicanálise só trabalhava com adultos.
2 – Embora não rejeite a teoria do desenvolvimento psicossexual freudiana,
Winnicott não enfatiza o papel dos impulsos sexuais e do complexo de Édipo
na formação da personalidade. O foco do psicanalista inglês está voltado
para uma dimensão muito mais básica da subjetividade que tem a ver com as
experiências de sermos nós mesmos, de termos um corpo próprio e de
estarmos inseridos na realidade.
3 – Winnicott tem dificuldade de admitir a existência de uma pulsão de
morte, tal como Freud supunha. Para ele, os fenômenos que indicariam a
existência desse instinto autodestrutivo seriam, na verdade, formas reativas
que o sujeito encontrou para se defender de perigos imaginários derivados
do mau acolhimento proporcionado pelo ambiente.
4 – Ambiente, aliás, é um dos termos mais importantes para se compreender
o pensamento de Winnicott. Diferentemente de Freud, que dava mais ênfase
aos fenômenos que acontecem dentro do sujeito, o psicanalista inglês volta
seu olhar para o papel que o ambiente, especialmente na infância, exerce
sobre o desenvolvimento da pessoa. Para ele, o adoecimento emocional está
2. sempre associado à relação com um ambiente pouco acolhedor, invasivo ou
negligente.
5 – A dificuldade que Winnicott tem para aceitar o conceito freudiano de
pulsão de morte tem a ver também com o fato de ele acreditar, à luz de sua
experiência como médico de crianças, que todos nós somos animados por
uma tendência inata para a saúde, ou seja, para ele a gente nasceria
querendo crescer, se expandir, amadurecer. Só deixaríamos de buscar a
saúde em função de um eventual mau acolhimento do ambiente.