2. BRUNO PILASTRE
Doutor em Linguística pela Universidade de
Brasília. É autor de obras didáticas de Língua
Portuguesa (Gramática, Texto, Redação Oficial
e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cur-
sos, publicou o “Guia Prático de Língua Portu-
guesa” e o “Guia de Redação Discursiva para
Concursos”. No Gran Cursos Online, atua na
área de desenvolvimento de materiais didáti-
cos (educação e popularização de C&T/CNPq:
http://lattes.cnpq.br/1396654209681297).
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GRAMÁTICA
Concordância, Regência e Colocação
Prof. Bruno Pilastre
Introdução.................................................................................................4
1. Concordância..........................................................................................4
1.1. Concordância Verbal..............................................................................6
1.2. Concordância Nominal...........................................................................6
2. Sintaxe de Regência.................................................................................7
3. Colocação.............................................................................................17
3.1. Fatores de Próclise..............................................................................18
3.2. Fatores de Mesóclise............................................................................18
3.3. Fatores de Ênclise...............................................................................18
Resumo....................................................................................................19
Questões de Concurso................................................................................20
Gabarito...................................................................................................26
Gabarito Comentado..................................................................................27
Glossário..................................................................................................38
Referências...............................................................................................39
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Concordância, Regência e Colocação
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Introdução
Olha que emoção, estamos quase no fim de nosso curso. Esta é a penúlti-
ma aula!
Muito do que será discutido nesta aula já foi abordado nas aulas anteriores. Por
isso, na parte teórica desta aula, eu darei destaque a pontos fundamentais do
que seja concordância, regência e colocação. Deixarei de lado aquelas minú-
cias e regras muito específicas. O importante é que você compreenda a essência
desses fenômenos sintáticos.
Com isso em mente, peço a sua atenção para os meus comentários na seção
Gabarito Comentado. É lá que discutirei os pormenores sobre Concordância, re-
gência e colocação.
Vamos à aula, então!
1. Concordância
O fenômeno de concordância é uma harmonização de propriedades (traços).
Em nossas aulas anteriores, principalmente a que trata das classes dos nomes e
dos verbos, vimos que essas classes gramaticais manifestam certas categorias gra-
maticais:
VERBO: modo, tempo, número, pessoa.
NOME: gênero e número.
Chamarei essas categorias gramaticais de traços. Quando observamos o fenô-
meno de concordância (verbal ou nominal), estamos diante de uma harmonização
desses traços, dessas categorias gramaticais. O verbo que é núcleo do predicado
manifesta, em sua morfologia (flexão), os traços do sujeito.
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Assim dizemos que, na concordância verbal, o verbo concorda com o seu sujeito
em pessoa e número. Essa é, portanto, a regra geral.
No caso dos nomes, o fenômeno de concordância ocorre entre um núcleo subs-
tantivo e seus adjuntos (e nos predicativos):
Os melhores presidentes americanos ...
O núcleo substantivo presidentes manifesta as propriedades de gênero mas-
culino e o número plural. Por isso, o artigo os e os adjetivos (melhores e ame-
ricanos) também assumem esses traços (ou seja, são harmonizados), sendo fle-
xionados no masculino e no plural. Como regra geral, na concordância nominal os
modificadores nominais (adjetivos, artigos e numerais) concordam com o núcleo
substantivo.
Também podemos dizer que:
• o sujeito da oração desencadeia a concordância (de pessoa e número) no
núcleo verbal do predicado.
• O núcleo substantivo desencadeia a concordância nominal (de gênero e nú-
mero) nos modificadores nominais (adjetivos, artigos e numerais).
A tradição gramatical elenca uma série de casos de concordância verbal/nomi-
nal. Não há muita estratégia didática para expor esses casos, por isso vou apre-
sentá-los diretamente. Lembro também que vimos muitos casos de concordância
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verbal e nominal nas aulas anteriores, por isso vou aos casos mais específicos.
Vamos começar pelos casos de concordância verbal.
1.1. Concordância Verbal
I – SUJEITO COMPOSTO: o verbo irá para o plural.
II – PRONOME DE TRATAMENTO: verbo sempre se flexiona na 3ª pessoa.
III – SÉRIE nem... nem: o verbo irá para o singular.
IV – SUJEITO LIGADO POR ou: o verbo irá para o singular se a conjunção ou
indicar exclusão, retificação e identidade/equivalência.
V – EXPRESSÕES PARTITIVAS a maioria de/a maior parte: o verbo irá para o
singular se o núcleo do sujeito não se referir à ideia de número.
VI – EXPRESSÃO cada um de + plural: verbo sempre fica no singular.
VII – EXPRESSÃO mais de um: verbo tipicamente irá para o plural.
VIII – PORCENTAGEM: o verbo concorda com o termo preposicionado que es-
pecifica a porcentagem; na ausência desse termo, a concordância ocorre com o
número presente na porcentagem.
1.2. Concordância Nominal
I – Quando há mais de um núcleo substantivo: (i) se forem do mesmo gênero,
a palavra determinante irá para o plural e para o gênero comum. Também é pos-
sível que a palavra determinante concorde com o gênero e número do núcleo mais
próximo.
II – Quando há mais de um determinante: a palavra determinada irá para o
plural ou ficará no singular.
III – CASOS ESPECIAIS:
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a) anexo, incluso, leso: como adjetivos, concordam com o substantivo em gê-
nero e número;
b) a olhos vistos é locução com função adverbial, invariável, portanto.
2. Sintaxe de Regência
O fenômeno de regência ocorre entre dois ou mais elementos: um núcleo e
seu(s) complemento(s). Esse núcleo pode ser nominal ou verbal. O núcleo que se-
leciona o complemento é denominado regente (subordinante). O complemento
selecionado pelo núcleo é chamado de termo regido (subordinado).
Olhe o exemplo a seguir:
1. O País inteiro assistiu aos jogos da Copa.
Onde está a regência na frase acima? O núcleo que seleciona algum comple-
mento é o verbo assistir. Nessa construção (e segundo a norma padrão), o verbo
assistir seleciona um complemento preposicionado (assistir a algo). Veja que a
preposição é exigida pelo verbo, por isso ele será classificado como transitivo in-
direto (quer dizer, ele é transitivo porque exige complemento e o complemento é
indireto porque há preposição obrigatória).
Lembrando a nossa aula sobre o período simples, temos o seguinte:
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A diferença entre verbos intransitivos e transitivos é a seguinte:
• os verbos intransitivos não exigem um termo que os complete (e esse
“completar” é semântico e categorial);
• os verbos transitivos são aqueles que exigem um termo que os comple-
te (e essa complementação é semântica e categorial). Esse termo é o que
estamos chamando de termo integrante. Na tradição gramatical, os termos
integrantes de verbos são chamados de complementos verbais.
A regência nominal não é diferente: certos nomes exigem complemento. Esse
complemento nominal é preposicionado, como vimos em nossa aula sobre o perí-
odo simples.
As bancas exigem o seu conhecimento sobre a semântica de cada regência. Assim,
você deve saber que o verbo assistir, por exemplo possui três regências - e cada
regência possui um sentido diferente:
assistir algo (transitivo direto; “passar a bola”);
assistir a algo (transitivo indireto; “ver e ouvir”);
e assistir em algum lugar (transitivo indireto; “residir, morar”).
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Vamos então à regência dos principais verbos (recorrentes em concursos pú-
blicos).
• Anuir
Com o sentido de concordar, condescender), é transitivo indireto com a prepo-
sição a:
a) Os presentes anuíram àquela proposta.
• Aproveitar
É transitivo direto (aproveitar alguma coisa):
a) Aproveitou a oportunidade para manifestar contrariedade ao tratamento à
questão.
ou
transitivo indireto (pronominal) (aproveitar-se de alguma coisa):
b) O relator aproveitou-se da oportunidade para emitir sua opinião sobre o as-
sunto.
• Aspirar
No sentido de respirar, é transitivo direto:
a) Aspiramos o ar puro da Graciosa.
No sentido de desejar ardentemente, de pretender, é transitivo indireto, regen-
do a preposição a:
b) O candidato aspira à estabilidade econômica do país.
Aspirar a um cargo na Universidade de Brasília
• Assistir
No sentido de auxiliar, ajudar, socorrer, é transitivo direto:
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a) Procuraremos assistir os refugiados da Síria.
No sentido de estar presente, comparecer, ver, é transitivo indireto, regendo a
preposição a:
b) Não assisti à Copa ontem.
• Atender
Transitivo direto ou indireto:
a) O treinador atendeu ao pedido da torcida.
b) O jogador atendeu o juiz.
• Avisar
Avisar alguém (avisá-lo) de alguma coisa (bitransitivo):
a) O professor avisou os alunos da necessidade do estudo.
• Comparecer
Comparecer a (ou em) algum lugar ou evento:
a) Compareci ao/no local estabelecido pelo edital.
b) A maioria dos candidatos compareceu à/na prova.
• Compartilhar
Compartilhar alguma (ou de alguma) coisa:
a) Os alunos compartilham os/dos ideais do professor.
• Consistir
Consistir em alguma coisa:
a) O projeto consiste em ampliar o investimento em educação.
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• Custar
No sentido usual de ter valor, valer, é transitivo direto:
a) A casa custou um milhão de cruzeiros.
• Declinar
No sentido de rejeitar, é transitivo indireto (declinar de alguma coisa):
Declinou do convite feito pelo Conselho.
• Implicar
No sentido de acarretar, produzir como consequência, é transitivo direto:
a) A assinatura do contrato implica a aceitação de todos os termos
• Incumbir
Incumbir alguém de alguma coisa:
a) Eu incumbi o assistente de fechar o escritório.
ou
Incumbir a alguém alguma coisa:
b) O auditor incumbiu ao contador preparar os documentos.
• Informar
Informar alguém de alguma coisa:
a) Eu informei os vendedores de que a loja será aberta no feriado.
Informar a alguém alguma coisa:
b) Informarei à autoridade os dados do veículo roubado.
• Obedecer
Obedecer a alguém ou a alguma coisa (obedecer-lhe):
a) A eleição obedece à Legislação Eleitoral.
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• Pedir
Pedir a alguém (pedir-lhe) alguma coisa:
a) Eu pedi à equipe o relatório de vendas.
• Preferir
Preferir uma coisa (preferi-la) a outra:
a) Eu prefiro o cinema ao teatro.
• Referir
No sentido de relatar, é transitivo direto:
a) Ele referiu as informações ao chefe.
• Visar
Com o sentido de ter por finalidade, a regência originária é transitiva indireta,
com a preposição a:
a) O projeto visa ao bem das gestantes.
É possível, no entanto, o emprego desse verbo como transitivo direto com essa
mesma acepção:
b) O projeto visa o bem das gestantes.
Vejamos também a regência de alguns nomes:
• Abuso de, contra
• Acatado de, por, em
• Acessível a
• Acostumado a, com
• Adesão a
• Aflito com, por
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• Alheio a, de
• Alusão a
• Análogo a
• Ansioso de, para, por
• Assíduo a, em
• Atenção a, para
• Atencioso com, para
• Atento a, em
• Aversão a, por
• Ávido de, por
• Benéfico a
• Benefício a
• Bom para
• Capaz de, para
• Certeza de
• Coerente com
• Compatível com
• Cuidadoso com
• Compaixão de, para com, por
• Compatível com
• Concordância a, com, de, entre
• Conforme a, com
• Constituído com, de, por
• Constante de, em
• Contemporâneo de
• Contente com, de, em, por
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• Contíguo a
• Cruel com, para
• Cuidadoso com
• Cúmplice em
• Curioso de
• Desacostumado a, com
• Desatento a
• Descontente com
• Desejoso de
• Desfavorável a
• Desgostoso com, de
• Desleal a
• Desprezo a, de, por
• Desrespeito a
• Devoção a, por, para, com
• Devoto a, de
• Diferente de
• Dificuldade com, de, em, para
• Digno de
• Discordância com, de, sobre
• Disposição para
• Dotado de
• Dúvida sobre, em, acerca de
• Dúvida em, sobre, acerca de
• Empenho de, em, por
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• Escasso de
• Estranho a
• Essencial para
• Facilidade de, em, para
• Falho de, em
• Farto de
• Favorável a
• Fiel a
• Grato a
• Hábil em
• Habituado a
• Hostil a, contra, para com
• Imbuído de, em
• Impossibilidade de, em
• Impotente para, contra
• Impróprio para
• Imune a, de
• Inábil para
• Inacessível a
• Inclinação a, para, por
• Incompatível com
• Indeciso em
• Indiferente a
• Indulgente com, para com
• Inerente a
• Inofensivo a, para
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• Inútil para
• Isento de
• Invasão de
• Junto a, de
• Leal a
• Maior de
• Medo de, a
• Natural de
• Necessário a
• Necessidade de
• Nocivo a
• Ódio a ou contra
• Posterior a
• Preferência a, por
• Propenso a, para
• Propício a
• Próprio de, para
• Próximo a, de
• Receio de
• Relacionado com
• Respeito a, com, de, por, para
• Sensível a
• Útil a, para
• Vazio de
• Versado em
• Visível a
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3. Colocação
Nessa parte da aula, falaremos sobre os pronomes pessoais oblíquos, os quais
funcionam como complemento verbal. Esses pronomes têm a característica de pre-
cisarem estar próximos a uma forma tônica, tipicamente o verbo que os seleciona.
Vamos lembrar novamente os pronomes pessoais oblíquos.
Oblíquos átonos Oblíquos tônicos
me
te
o, a, lhe, se
nos
vos
os, as,
lhes, se
mim
ti
ele/ela/si
nós
vós,
eles/elas/si
Os oblíquos átonos são aqueles que ocorrem contíguos aos verbos, sem a pre-
sença de uma preposição. Os oblíquos tônicos, por sua vez, ocorrem após uma
preposição.
Essas formas pronominais (pessoais e oblíquas) podem estar em três posições
em relação ao verbo: antes, no “meio” e depois.
RAIZ VERBAL+FLEXÃO
ANTES ENTRE RAIZ E FLEXÃO DEPOIS
As gramáticas (e os gramáticos) dão nomes chiques para cada uma dessas po-
sições: próclise, mesóclise e ênclise.
RAIZ VERBAL+FLEXÃO
ANTES ENTRE RAIZ E FLEXÃO DEPOIS
PRÓCLISE MESÓCLISE ÊNCLISE
“lhe darei” “dar-lhe-ei” “dar-lhe”
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O importante neste conteúdo é identificar as razões que levam a forma pro-
nominal (reta e oblíqua) a estar antes, no “meio” ou depois do verbo. A tradição
gramatical justifica essas regras de colocação por razões de eufonia1
e de clareza
da organização sintática.
Na sequência final dessa aula, eu apresento os principais fatores de próclise,
mesóclise e ênclise em relação a um só verbo.
3.1. Fatores de Próclise
O pronome pessoal oblíquo será atraído (deverá estar próximo) por:
I – advérbios (incluindo formas negativas não, nunca, jamais), desde que não
haja pausa;
II – conjunções subordinativas;
III – pronomes (relativos, indefinidos, demonstrativos, interrogativos);
IV – com o gerúndio precedido da preposição em.
3.2. Fatores de Mesóclise
I – Quando o verbo estiver conjugado no futuro do presente ou no futuro do
pretérito (desde que não haja palavra atrativa).
3.3. Fatores de Ênclise
I – Em início de período ou após pausa intensa (com verbo no início tanto do
período quanto após a pausa intensa);
II – no imperativo afirmativo;
III – verbo no infinitivo não flexionado ou no gerúndio (sem palavra atrativa).
1
Qualidade acústica favorável da emissão e/ou da audição de um significante pela articulação de
certos fonemas. No domínio fônico, a eufonia procura evitar sons estranhos, contrastantes, dis-
cordantes, repetições desagradáveis.
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RESUMO
Regra geral de concordância verbal: o verbo concorda com o seu sujeito em
pessoa e número.
Regra geral de concordância nominal: os modificadores nominais (adjetivos,
artigos e numerais) concordam com o núcleo substantivo.
Colocação pronominal (fundamentos):
• PRÓCLISE: quando há formas atrativas;
• MESÓCLISE: futuro do presente e futuro do pretérito;
• ÊNCLISE: início de período.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2018)
8| Embora, infelizmente, tais metas não tenham sido
9| atingidas, ocorreram diversos avanços, como, por exemplo,
10| a diminuição da mortalidade infantil e do analfabetismo;
A correção gramatical e os sentidos do trecho acima seriam preservados caso a
forma verbal “ocorreram” (l. 9) fosse substituída por aconteceu.
Questão 2 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
24| Ao buscar as causas da grandeza da Roma antiga,
25| Maquiavel acaba por encontrá-las na discórdia entre seus
26| cidadãos, naquilo que tradicionalmente era estigmatizado como
27| “tumultos”. Trata-se de uma visão revolucionária, já que o
28| convencional era fazer o elogio da harmonia e da unidade.
Se a expressão “uma visão revolucionária” (l. 27) fosse substituída por ideias re-
volucionárias, seria necessário alterar a forma verbal “Trata-se” para Tratam-se,
para se manter a correção gramatical do texto.
Questão 3 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
17| Grandes jornais seriam levados à falência por difamações
involuntárias, exércitos inteiros seriam imobilizados por
19| manuais de instrução militar sutilmente alterados, gerações de
estudantes seriam desencaminhadas por cartilhas ambíguas
e fórmulas de químicas incompletas.
A substituição da forma verbal “desencaminhadas” (l. 20) por desencaminhados
manteria a correção gramatical e a coerência textual, caso em que passaria a
concordar com “estudantes” (l. 20).
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Questão 4 (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRF-1ª/2017)
15| A Vale S.A. e o estado do Pará, por intermédio de
seus representantes, buscaram a rejeição dos argumentos das
comunidades indígenas [...]
No contexto em que foi empregada, a forma verbal “buscaram” (l. 16) poderia
ter sido flexionada no singular, buscou, sem que houvesse prejuízo para a cor-
reção gramatical do texto.
Questão 5 (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF-1ª/2017)
1| O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer
as operações de circulação, compra e venda de mercadorias; e,
ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade
4| de localizações, paisagens, topografias físicas e simbólicas que
são de diferentes modos incorporadas à dinâmica mercantil.
Hoje, podemos talvez acrescentar que a cidade se torna o lugar
7| do consumismo e do consumismo de lugar. O que isso quer
dizer e que implicações isso tem para o compartilhamento da
cidade como espaço público?
Na linha 8, caso fosse suprimido o vocábulo “isso”, seria necessário flexionar a for-
ma verbal “tem” no plural — têm —, para que se mantivessem o sentido e a corre-
ção gramatical do texto.
Questão 6 (CESPE/MÉDIO/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/2017)
1| O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos
estão na base das Constituições democráticas modernas.
A forma verbal “estão” (l. 2) está no plural para concordar com “direitos humanos”
(l. 1).
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Questão 7 (CESPE/PROFESSOR/SE-DF/2017) Seriam mantidos a correção gra-
matical e o sentido original do texto se o trecho “São duas gramáticas distintas”
fosse reescrito da seguinte forma: Tratam-se de duas gramáticas diferentes.
Questão 8 (CESPE/AUXILIAR/FUB/2016)
A estrutura administrativa e financeira era amparada
19| por um conceito novo nos anos 60 e até hoje menina dos olhos
dos gestores universitários: a autonomia.
No último parágrafo do texto, a expressão “era amparada” está no singular para
concordar com a palavra “estrutura”, que é núcleo do sujeito.
Questão 9 (CESPE/AUXILIAR/FUB/2016)
Darci e Anísio convidaram cientistas, artistas e
12| professores das mais tradicionais faculdades brasileiras para
assumir o comando das salas de aula da jovem UnB.
Nas linhas 11 e 12, a forma verbal “convidaram” está no plural porque concorda
com os termos “cientistas”, “artistas” e “professores”.
Questão 10 (CESPE/AUXILIAR/FUB/2016)
13| Sua missão é ser uma instituição inovadora,
comprometida com a excelência acadêmica, científica e
tecnológica, e formar cidadãos conscientes do seu papel
16| transformador na sociedade, respeitadas a ética e a valorização
de identidades e culturas com responsabilidade social.
No parágrafo acima, o adjetivo “respeitadas” (l. 16) encontra-se no plural porque
concorda com os termos “ética”, “valorização”, “identidades” e “culturas”.
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GRAMÁTICA
Concordância, Regência e Colocação
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Questão 11 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)
1| SEM DATA 1926
Carlos,
Tenho estado pensando todos estes dias em você e Dolores.
4| Como vai ela agora? Não tenho direito de exigir contínuas
porque imagino as preocupações de você porém assim que
ela melhorar me mande apenas uma nota avisando que ela
7| melhorou. Meu pensamento está aí com vocês e meus desejos
nem se fala!
Me lembre a Dolores e tenha a certeza deste abraço de
10| companhia
Mário
Aí vai o conto. Mando a primeira redação. Peço guardar recato.
13| Porque o livro Histórias de Belasarte não sai tão já.
O sentido do trecho “Me lembre a Dolores” (l. 9) seria alterado caso ele fosse rees-
crito como Me lembre da Dolores.
Questão 12 (CESPE/ANALISTA/STM/2018) Em “disse-o quem sabia” e em “Quem
não sabe deve perguntar”, o verbo saber é intransitivo.
Questão 13 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas
7| natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua
artificialmente construída.
A regência do verbo preferir observada no quarto período do texto é típica da
variedade culta do português europeu, sendo pouco frequente na variedade bra-
sileira do português, principalmente em textos informais.
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Concordância, Regência e Colocação
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Questão 14 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
No trecho “estado de que meu coração precisava”, a preposição “de” é regida
pela formal verbal “precisava”, não pela palavra “estado”.
Questão 15 (CESPE/TÉCNICO/TRF-1ª/2017)
14| O parasita, feliz por ver quanto o amigo aviltava a
mulher, concordava em tudo plenamente [...]
Seriam preservados os sentidos originais, bem como a correção gramatical do
texto, caso a expressão “em tudo” (l. 15) fosse substituída por com tudo.
Questão 16 (CESPE/PROFESSOR/SE-DF/2017)
Considerando-se as regências do verbo esquecer prescritas para o português,
estaria correta a seguinte reescrita para a oração “Já esqueci a língua” (l. 13):
Já esqueci da língua.
Questão 17 (CESPE/ANALISTA/INSS/2016)
O Sr. Estêvão Soares levou sua amabilidade
23| ao ponto de pedir a comédia para ler segunda vez [...]
Na linha 23, o termo introduzido pela preposição “para” exerce a função de com-
plemento do verbo “pedir”.
Questão 18 (CESPE/TÉCNICO/INSS/2016) A correção gramatical e o sentido do
texto seriam preservados, caso se substituísse o trecho “lembrei-me de que” por
lembrei que.
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Questão 19 (CESPE/SUPERIOR/TJ-DFT/2015)
Art. 1º Reeditar o Programa de Responsabilidade
Socioambiental do TJDFT Viver Direito, cuja base é a Agenda
Socioambiental do TJDFT que, em permanente revisão,
10| estabelece novas ações sociais e ambientais e as integra às
existentes no âmbito do Poder Judiciário do Distrito Federal e
Territórios, visando à preservação e à recuperação do meio
13| ambiente, por meio de ações sociais sustentáveis, a fim de
torná-lo e mantê-lo ambientalmente correto, socialmente justo
e economicamente viável.
O termo “à recuperação do meio ambiente” (l. 12 e 13) desempenha a função de
complemento verbal na oração em que ocorre.
Questão 20 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/FUB/2015) Mantém-se a correção gramatical
do primeiro período do texto ao se substituir “agradar os superiores” por agradar
aos superiores.
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GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. E
5. E
6. E
7. E
8. C
9. E
10. E
11. C
12. C
13. E
14. C
15. C
16. E
17. E
18. C
19. C
20. C
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2018)
8| Embora, infelizmente, tais metas não tenham sido
9| atingidas, ocorreram diversos avanços, como, por exemplo,
10| a diminuição da mortalidade infantil e do analfabetismo;
A correção gramatical e os sentidos do trecho acima seriam preservados caso a
forma verbal “ocorreram” (l. 9) fosse substituída por aconteceu.
Errado.
O sujeito da forma verbal ocorreram está posposto. Se perguntarmos ao verbo “o
que é que ocorreram?”, a resposta será: diversos avanços. Assim, a substitui-
ção pela forma verbal aconteceu, flexionada na terceira pessoa do singular, não
manteria a correção gramatical, dado que o sujeito (diversos avanços) manifesta
traços de terceira pessoa do plural. A forma verbal correta, observando apenas a
questão de adequação gramatical (concordância), deveria ser aconteceram.
Questão 2 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
24| Ao buscar as causas da grandeza da Roma antiga,
25| Maquiavel acaba por encontrá-las na discórdia entre seus
26| cidadãos, naquilo que tradicionalmente era estigmatizado como
27| “tumultos”. Trata-se de uma visão revolucionária, já que o
28| convencional era fazer o elogio da harmonia e da unidade.
Se a expressão “uma visão revolucionária” (l. 27) fosse substituída por ideias re-
volucionárias, seria necessário alterar a forma verbal “Trata-se” para Tratam-se,
para se manter a correção gramatical do texto.
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Errado.
Lembra-se daquela aula em que destaquei que o sujeito de uma oração NUNCA
pode ser preposicionado? Pois então: no trecho em análise, uma visão revolu-
cionária é iniciado pela preposição de. Por esse motivo, não importa a forma (se
singular ou plural) do que está após a preposição, pois a sequência de uma visão
revolucionária/ideias revolucionárias nunca desencadeará concordância na
forma verbal.
O sujeito da forma verbal Trata-se é classificado como indeterminado (verbo na
terceira pessoa do singular + partícula apassivadora).
Questão 3 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
17| Grandes jornais seriam levados à falência por difamações
involuntárias, exércitos inteiros seriam imobilizados por
19| manuais de instrução militar sutilmente alterados, gerações de
estudantes seriam desencaminhadas por cartilhas ambíguas
e fórmulas de químicas incompletas.
A substituição da forma verbal “desencaminhadas” (l. 20) por desencaminhados
manteria a correção gramatical e a coerência textual, caso em que passaria a
concordar com “estudantes” (l. 20).
Errado.
A forma verbal desencaminhadas concorda com o núcleo gerações – e a predi-
cação recai sobre esse núcleo. Caso a predicação recaia sobre o termo estudan-
tes, a coerência textual sofre alteração.
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Questão 4 (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRF-1ª/2017)
15| A Vale S.A. e o estado do Pará, por intermédio de
seus representantes, buscaram a rejeição dos argumentos das
comunidades indígenas [...]
No contexto em que foi empregada, a forma verbal “buscaram” (l. 16) poderia
ter sido flexionada no singular, buscou, sem que houvesse prejuízo para a cor-
reção gramatical do texto.
Errado.
O verbo deve concordar obrigatoriamente com o sujeito composto A Vale S.A. E o
estado do Pará.
Questão 5 (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF-1ª/2017)
1| O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer
as operações de circulação, compra e venda de mercadorias; e,
ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade
4| de localizações, paisagens, topografias físicas e simbólicas que
são de diferentes modos incorporadas à dinâmica mercantil.
Hoje, podemos talvez acrescentar que a cidade se torna o lugar
7| do consumismo e do consumismo de lugar. O que isso quer
dizer e que implicações isso tem para o compartilhamento da
cidade como espaço público?
Na linha 8, caso fosse suprimido o vocábulo “isso”, seria necessário flexionar a for-
ma verbal “tem” no plural — têm —, para que se mantivessem o sentido e a corre-
ção gramatical do texto.
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Errado.
A forma pronominal (neutra) isso na linha 7 faz referência à ideia expressa ante-
riormente. Na linha 8, esse pronome é novamente utilizado e possui o mesmo refe-
rente (a ideia expressa anteriormente). Com a retirada do pronome, temos ainda o
mesmo referente para o verbo: a forma pronominal neutra singular isso, que agora
está elíptica. É por esse motivo que o verbo NÃO pode ser flexionado no plural.
Questão 6 (CESPE/MÉDIO/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/2017)
1| O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos
estão na base das Constituições democráticas modernas.
A forma verbal “estão” (l. 2) está no plural para concordar com “direitos humanos”
(l. 1).
Errado.
A concordância ocorre porque o sujeito é composto:
[O reconhecimento]1
E [a proteção dos direitos humanos]2
estão
Observe que o termo direitos humanos está precedido de preposição, o que o
impossibilita de ser sujeito da forma verbal estão.
Questão 7 (CESPE/PROFESSOR/SE-DF/2017) Seriam mantidos a correção gra-
matical e o sentido original do texto se o trecho “São duas gramáticas distintas”
fosse reescrito da seguinte forma: Tratam-se de duas gramáticas diferentes.
Errado.
Observe bem e me diga se “duas gramáticas diferentes” pode ser sujeito das formas
verbais são ou tratam-se. É CLARO QUE NÃO! Olha a preposição de introduzindo
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a forma nominal! Assim, o verbo não pode concordar com de duas gramáticas
diferentes pelo simples fato de esse termo ser preposicionado (novamente, para
nunca mais esquecer: EM PORTUGUÊS, NÃO EXISTE SUJEITO PREPOSICIONADO).
Questão 8 (CESPE/AUXILIAR/FUB/2016)
A estrutura administrativa e financeira era amparada
19| por um conceito novo nos anos 60 e até hoje menina dos olhos
dos gestores universitários: a autonomia.
No último parágrafo do texto, a expressão “era amparada” está no singular para
concordar com a palavra “estrutura”, que é núcleo do sujeito.
Certo.
O trecho administrativa e financeira é adjunto do núcleo do sujeito estrutura
(um substantivo). Observe que esse núcleo é precedido de um artigo definido (A).
O predicado (verbo auxiliar + particípio) manifesta as propriedades desse núcleo
substantivo, e por isso deve estar na terceira pessoa do singular (auxiliar) e no fe-
minino singular (particípio).
Questão 9 (CESPE/AUXILIAR/FUB/2016)
Darci e Anísio convidaram cientistas, artistas e
12| professores das mais tradicionais faculdades brasileiras para
assumir o comando das salas de aula da jovem UnB.
Nas linhas 11 e 12, a forma verbal “convidaram” está no plural porque concorda
com os termos “cientistas”, “artistas” e “professores”.
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Errado.
Vamos perguntar ao verbo: “quem é que convidaram?” A resposta será: Darci
(Ribeiro) E Anísio (Teixeira). Assim, o verbo está no plural porque concorda com o
sujeito composto Darci E Anísio. Os termos cientistas, artistas e professores
formam o objeto direto da forma verbal convidaram.
Questão 10 (CESPE/AUXILIAR/FUB/2016)
13| Sua missão é ser uma instituição inovadora,
comprometida com a excelência acadêmica, científica e
tecnológica, e formar cidadãos conscientes do seu papel
16| transformador na sociedade, respeitadas a ética e a valorização
de identidades e culturas com responsabilidade social.
No parágrafo acima, o adjetivo “respeitadas” (l. 16) encontra-se no plural porque
concorda com os termos “ética”, “valorização”, “identidades” e “culturas”.
Errado.
Essa questão é interessante. Vamos à explicação.
O adjetivo respeitadas está no plural porque concorda com os núcleos ética e
valorização. O termo valorização, por sua vez, é complementada pelas formas
de identidades e culturas. Esse complemento nominal NÃO desencadeia concor-
dância no adjetivo respeitadas. A representação da relação de concordância fica
assim:
respeitadas [A] e [B]
respeitadas [a ética]A
e [a valorização de identidades e culturas]B
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Questão 11 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)
1| SEM DATA 1926
Carlos,
Tenho estado pensando todos estes dias em você e Dolores.
4| Como vai ela agora? Não tenho direito de exigir contínuas
porque imagino as preocupações de você porém assim que
ela melhorar me mande apenas uma nota avisando que ela
7| melhorou. Meu pensamento está aí com vocês e meus desejos
nem se fala!
Me lembre a Dolores e tenha a certeza deste abraço de
10| companhia
Mário
Aí vai o conto. Mando a primeira redação. Peço guardar recato.
13| Porque o livro Histórias de Belasarte não sai tão já.
O sentido do trecho “Me lembre a Dolores” (l. 9) seria alterado caso ele fosse rees-
crito como Me lembre da Dolores.
Certo.
O trecho “Me lembre a Dolores” é construído com o verbo transitivo direto lembrar
(sentido de sugerir, trazer à lembrança - no caso, fazer a Dolores se lembrar dele).
Na construção “Me lembre da Dolores”, temos um objeto indireto (e o sentido é
outro: fazer recordar - no caso, alguém deve lembrar o homem (Mário)).
Questão 12 (CESPE/ANALISTA/STM/2018) Em “disse-o quem sabia” e em “Quem
não sabe deve perguntar”, o verbo saber é intransitivo.
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Certo.
Não há complemento exigido pela forma verbal - há apenas o sujeito da oração. Por
isso, o verbo nas construções classificado como intransitivo.
Questão 13 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas
7| natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua
artificialmente construída.
A regência do verbo preferir observada no quarto período do texto é típica da
variedade culta do português europeu, sendo pouco frequente na variedade bra-
sileira do português, principalmente em textos informais.
Errado.
No texto, observamos a seguinte estrutura
[alguém] preferirá [algo] [do que alguma coisa]
A preposição utilizada no texto, então, é de.
Isso é diferente do que se estabelece na norma culta (Brasileira e, consequente-
mente, Europeia, dado que a nossa tradição assumiu como corretas as caracterís-
ticas desta): o verbo preferir é transitivo direto e indireto, selecionando a preposi-
ção a.
Então o item está errado por afirmar que a construção preferir algo do que alguma
coisa é pouco frequente - na verdade, ela é muito frequente!
Outro erro do item: a regência típica da variedade culta do português europeu é:
[alguém] preferirá [algo] [a alguma coisa]
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Questão 14 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
No trecho “estado de que meu coração precisava”, a preposição “de” é regida
pela formal verbal “precisava”, não pela palavra “estado”.
Certo.
Lembra-se da aula sobre as subordinadas adjetivas? Pois é, eu falei lá que o
complemento indireto do verbo da subordinada pode estar à frente do sujeito (da
subordinada). Assim, a ordem direta da subordinada é a seguinte:
meu coração precisava de que
Suj v Obj.
Ind.
Assim, o item está certo ao afirmar que a preposição de é regida pela forma verbal
precisava.
Questão 15 (CESPE/TÉCNICO/TRF-1ª/2017)
14| O parasita, feliz por ver quanto o amigo aviltava a
mulher, concordava em tudo plenamente [...]
Seriam preservados os sentidos originais, bem como a correção gramatical do
texto, caso a expressão “em tudo” (l. 15) fosse substituída por com tudo.
Certo.
Tanto a preposição em quanto a preposição com podem ser selecionadas pelo ver-
bo concordar: o sentido será o mesmo (pôr de acordo).
Questão 16 (CESPE/PROFESSOR/SE-DF/2017)
Considerando-se as regências do verbo esquecer prescritas para o português,
estaria correta a seguinte reescrita para a oração “Já esqueci a língua” (l. 13):
Já esqueci da língua.
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Errado.
Esquecer é transitivo direto (como no trecho). Esquecer-se, pronominal, é tran-
sitivo indireto (seleciona a preposição de). Assim, o trecho só estaria correto se
houvesse o pronome me: Já me esqueci da língua.
Questão 17 (CESPE/ANALISTA/INSS/2016)
O Sr. Estêvão Soares levou sua amabilidade
23| ao ponto de pedir a comédia para ler segunda vez [...]
Na linha 23, o termo introduzido pela preposição “para” exerce a função de com-
plemento do verbo “pedir”.
Errado.
O termo é mero adjunto, como se pode verificar por sua opcionalidade: O homem
pediu o livro.
Questão 18 (CESPE/TÉCNICO/INSS/2016) A correção gramatical e o sentido do
texto seriam preservados, caso se substituísse o trecho “lembrei-me de que” por
lembrei que.
Certo.
No trecho original, a forma verbal lembrei-me é pronominal, selecionando com-
plemento indireto (preposição de). Na substituição proposta pelo item, a forma
verbal lembrei não é mais pronominal, selecionando agora complemento direto.
Em ambos os casos, o sentido é o mesmo.
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Questão 19 (CESPE/SUPERIOR/TJ-DFT/2015)
Art. 1º Reeditar o Programa de Responsabilidade
Socioambiental do TJDFT Viver Direito, cuja base é a Agenda
Socioambiental do TJDFT que, em permanente revisão,
10| estabelece novas ações sociais e ambientais e as integra às
existentes no âmbito do Poder Judiciário do Distrito Federal e
Territórios, visando à preservação e à recuperação do meio
13| ambiente, por meio de ações sociais sustentáveis, a fim de
torná-lo e mantê-lo ambientalmente correto, socialmente justo
e economicamente viável.
O termo “à recuperação do meio ambiente” (l. 12 e 13) desempenha a função de
complemento verbal na oração em que ocorre.
Certo.
O termo em destaque é complemento do verbo visar. Os complementos indiretos
desse verbo são dois (e estão em coordenação).
visando [à preservação]1
e [à recuperação do meio ambiente]2
Questão 20 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/FUB/2015) Mantém-se a correção gramatical
do primeiro período do texto ao se substituir “agradar os superiores” por agradar
aos superiores.
Certo.
No sentido de causar agrado ou prazer/satisfazer, o verbo agradar pode ser
transitivo direto ou indireto.
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GLOSSÁRIO
Concordância
Relação em que um termo impõe alterações formais a outro(s), resultando na
adequação, entre eles, das marcas de pessoa, gênero, número etc.
Ênclise
Colocação do pronome pessoal átono depois do verbo.
Mesóclise
Colocação do pronome oblíquo átono entre o radical e a desinência das formas
verbais do futuro do presente e do futuro do pretérito.
Oblíquo
Diz-se dos pronomes pessoais que exercem na frase a função de complemento
ou adjunto.
Próclise
Incorporação de um vocábulo átono a outro acentuado que vem em seguida,
formando uma unidade de acentuação, além dos artigos, pronomes oblíquos áto-
nos e preposições, ficam em próclise certos monossílabos e mesmo dissílabos em
determinadas construções.
Regência
Relação de dependência entre duas palavras numa construção, na qual uma (a
regida) complementa a outra (a regente).
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REFERÊNCIAS
BECHARA, E. Lições de português pela análise sintática. São Paulo, SP: Padrão, 1988.
BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República.
2. ed. Brasília: Presidência da República, 2002.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed. Rio
de Janeiro: Lexicon, 2008.
HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Edito-
ra Objetiva. 2009.
HAUY, A. Gramática da língua portuguesa padrão. São Paulo: Editora da Universi-
dade de São Paulo, 2014.
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