O documento discute os conceitos de coesão e coerência textual. A coesão se refere às conexões entre palavras e frases em um texto, enquanto a coerência diz respeito à lógica e não-contradição entre as ideias apresentadas. Vários elementos gramaticais e léxicos podem ser usados para promover a coesão e coerência em um texto.
1. COESÃO ECOESÃO E
COERÊNCIACOERÊNCIA
TEXTUALTEXTUAL
"A coesão não nos revela a significação do"A coesão não nos revela a significação do
texto, revela-nos a construção do textotexto, revela-nos a construção do texto
enquanto edifício semântico." --M.enquanto edifício semântico." --M.
HallidayHalliday
2. COERÊNCIACOERÊNCIA
Um Um textotexto pode ser incoerente se o seu pode ser incoerente se o seu autorautor não não
consegue inferir um sentido ou uma idéia através da consegue inferir um sentido ou uma idéia através da
articulação de suas frases e parágrafos e por meio de articulação de suas frases e parágrafos e por meio de
recursos lingüísticos (pontuação, vocabulário, etc.).recursos lingüísticos (pontuação, vocabulário, etc.).
A coerência textual é a relação lógica entre as idéias; é A coerência textual é a relação lógica entre as idéias; é
o resultado da não-contradição entre as partes do texto.o resultado da não-contradição entre as partes do texto.
As crianças estão morrendo de fome por causa da riqueza doAs crianças estão morrendo de fome por causa da riqueza do
país.país.
Adoro sanduíche porque engorda.Adoro sanduíche porque engorda.
As frases acima são contraditórias, não apresentam As frases acima são contraditórias, não apresentam
informações claras, portanto, são incoerentes. informações claras, portanto, são incoerentes.
4. Conheci o pai da Joana, que me pareceuConheci o pai da Joana, que me pareceu
muito inteligente.muito inteligente.
Quem é inteligente: o pai ou Celina? Neste caso, aQuem é inteligente: o pai ou Celina? Neste caso, a
variação do pronomevariação do pronome queque exclui a ambigüidade.exclui a ambigüidade.
Conheci o pai da Joana, o qual me pareceuConheci o pai da Joana, o qual me pareceu
muito inteligente.muito inteligente.
Conheci o pai da Joana, a qual me pareceuConheci o pai da Joana, a qual me pareceu
muito inteligente.muito inteligente.
5. OsOs automóveisautomóveis colocados à vendacolocados à venda
durante a exposição não obtiveram muitodurante a exposição não obtiveram muito
sucesso. Isso talvez tenha ocorrido porquesucesso. Isso talvez tenha ocorrido porque
osos carroscarros não estavam em um lugar denão estavam em um lugar de
destaque no evento.destaque no evento.
OO Rio de JaneiroRio de Janeiro é uma das cidades maisé uma das cidades mais
importantes do Brasil.importantes do Brasil. A cidade maravilhosaA cidade maravilhosa
é conhecida mundialmente por suasé conhecida mundialmente por suas
belezas naturais, hospitalidade e carnaval.belezas naturais, hospitalidade e carnaval.
6. Há diversas formas de se garantir a coesão entre osHá diversas formas de se garantir a coesão entre os
elementos de uma frase ou de um texto:elementos de uma frase ou de um texto:
1. Substituição de palavras com o emprego de sinônimos1. Substituição de palavras com o emprego de sinônimos
ou de palavras ou expressões de mesmo campoou de palavras ou expressões de mesmo campo
associativo.associativo.
2. Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o2. Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o
substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar /substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar /
desgaste / desgastante).desgaste / desgastante).
3. Repetição na ligação semântica dos termos, empregada3. Repetição na ligação semântica dos termos, empregada
como recurso estilístico de intenção articulatória, e nãocomo recurso estilístico de intenção articulatória, e não
uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário.uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário.
Por exemplo, “Por exemplo, “GrandeGrande no pensamento,no pensamento, grandegrande na ação,na ação,
grandegrande na glória,na glória, grandegrande no infortúnio, ele morreuno infortúnio, ele morreu
desconhecido e só.” (Rocha Lima)desconhecido e só.” (Rocha Lima)
7. 4. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com4. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com
base na maior especificidade do significado de umbase na maior especificidade do significado de um
deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móveldeles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel
(mais genérico).(mais genérico).
5. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de5. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de
sentido mais amplo com outros de sentido maissentido mais amplo com outros de sentido mais
específico. Por exemplo, felino está numa relação deespecífico. Por exemplo, felino está numa relação de
hiperonímia com gato.hiperonímia com gato.
6. Substitutos universais6. Substitutos universais
Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro.Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro.
A coesão apoiada na gramática dá-se no uso deA coesão apoiada na gramática dá-se no uso de
conectivos, como certos pronomes, certos advérbios econectivos, como certos pronomes, certos advérbios e
expressões adverbiais, conjunções, elipses, entreexpressões adverbiais, conjunções, elipses, entre
outros.outros.
8. A coesão textual pode ser feita através deA coesão textual pode ser feita através de
termos que:termos que:
retomam palavras, expressões ou frasesretomam palavras, expressões ou frases jájá
ditas, através de pronomes, verbos,ditas, através de pronomes, verbos,
numerais, advérbios, substantivos,numerais, advérbios, substantivos,
adjetivos.adjetivos.
encadeiam partes ou segmentos do textoencadeiam partes ou segmentos do texto::
são palavras ou expressões que criam assão palavras ou expressões que criam as
relações entre os elementos do texto.relações entre os elementos do texto.
9. aa) fazem uma) fazem uma gradaçãogradação na direção de umana direção de uma conclusãoconclusão: "até",: "até",
"mesmo", "inclusive" etc;"mesmo", "inclusive" etc;
b) argumentam em direção ab) argumentam em direção a conclusões opostasconclusões opostas: "caso: "caso
contrário", "ou", "ou então", "quer... quer"; etc;contrário", "ou", "ou então", "quer... quer"; etc;
c) ligam argumentos em favor de uma mesma conclusão: "e",c) ligam argumentos em favor de uma mesma conclusão: "e",
"também", "ainda", "nem", "não só... mas também" etc;"também", "ainda", "nem", "não só... mas também" etc;
d) fazemd) fazem comparaçãocomparação de superioridade, de inferioridade oude superioridade, de inferioridade ou
igualdade: "mais... do que", "menos... do que", "tanto...igualdade: "mais... do que", "menos... do que", "tanto...
quanto", etcquanto", etc
e)e) justificamjustificam ou explicam o que foi dito: "porque", "já que",ou explicam o que foi dito: "porque", "já que",
"que", "pois" etc;"que", "pois" etc;
f)f) introduzem uma conclusãointroduzem uma conclusão: portanto, logo, por: portanto, logo, por
conseguinte, pois, etc;conseguinte, pois, etc;
11. 2) Os elementos coesivos por 2) Os elementos coesivos por justaposiçãojustaposição estabelecem a estabelecem a
seqüência do texto, ou seja: seqüência do texto, ou seja:
a) a) introduzem o tema ou indicam mudança de assuntointroduzem o tema ou indicam mudança de assunto: "a : "a
propósito", "por falar nisso", "mas voltando ao assunto" propósito", "por falar nisso", "mas voltando ao assunto"
etc;etc;
b) marcam a b) marcam a seqüência temporalseqüência temporal: "cinco anos depois", "um : "cinco anos depois", "um
pouco mais tarde", etc;pouco mais tarde", etc;
c) indicam a c) indicam a ordenação espacialordenação espacial: "à direita", "na frente", : "à direita", "na frente",
"atrás", etc;"atrás", etc;
d) indicam a d) indicam a ordem dos assuntos do texto: "primeiramente",ordem dos assuntos do texto: "primeiramente",
"a seguir", "finalmente", etc;"a seguir", "finalmente", etc;