2. 1
Índice:
Introdução.
Emigração segundo o país de destino.
Emigração segundo os grupos etários dos indivíduos.
Emigração segundo o grau de instrução.
Emigração por dimensão da família.
Emigração segundo o Género.
Leis da Emigração.
Ciência às quais recorrer no estudo da emigração.
Para saber mais…
Introdução:
Portugal, de um modo crescente ao longo dos últimos anos, viu agravada a sua tradição
migratória de uma forma muito profunda. De facto, num passado recente, a realidade
migratória portuguesa assenta sobretudo na emigração. Hoje, a emigração apresenta valores
semelhantes aos dos anos 60, com saldos migratórios consecutivamente negativos, algo
realizado pela última vez em 1970 (segundo o INE). Em 2014, registou-se um saldo migratório
4692 5396
8813
6687
43998
51958 53786
49572
16641 14827
18545 20321
50980
69460
74322
85052
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
90000
2000 2001 2002 2003 2011 2012 2013 2014
População
Anos
EmigraçãoPermanente e Temporária
Permanente Temporária
Fontes:INEe Pordata
3. 2
de -30100 indivíduos, sendo o valor total desde 2011 de cerca de -128000 indivíduos (valor
semelhante ao apresentado em 1970). Segundo o INE, em Portugal, no ano de 2014 emigraram
134 624 indivíduos, valor superior em 5% ao ano anterior. Os dados do INE contemplam tanto
os emigrantes permanentes como os temporários e pode constatar-se que o aumento
registado foi, em termos absolutos, muito semelhante. Tendo ainda por referência estes dois
tipos de emigração, a sua distribuição em 2014 foi de 36,8% (emigração permanente) e de
63,2% (emigração temporária); esta última, desde 1993, continua amplamente maioritária.
Emigração segundo o País de Destino:
Nos anos de 2001 a 2011, os países commaior número de emigrantes foram a França e os EUA,
passando a Suíça a terceira classificada no ranking. Até 2011, verificam-se algumas surpresas no
topo da lista (como o aparecimento de Espanha e do Reino Unido) e a decadência imigratória
de países que outrora acolheram números estratosféricos de Portugueses, tais como a
Alemanha e o Luxemburgo. No seu conjunto, os três principais países de destino dos
emigrantes Portugueses, França, EUA e Suíça acolheram cerca de 56% do total de emigrantes.
Podemos também afirmar que em 2011 existiam1619685 Portugueses no estrangeiro. Vemos
também, nesta lista de países, alguns comum longo passado histórico com Portugal, sendo que
quer por partilharem a língua ou pela cooperação incentivada pela CPLP são escolhidos como
destino migratório de muitos Portugueses, países tal como o Brasil. Também pelas relações
comerciais entre esses países e acima de tudo pela forte emigração da década de 60 fixada
41.690
53.477
84.000
92.343
139.973
146.298
150.390
164.691
166.583
580.240
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 700000
Luxemburgo
Venezuela
Reino Unido
Alemanha
Brasil
Espanha
Canadá
Suíça
EUA
França
População
PaísesdeDestino
10 Paísescom mais Portugueses emigrados 2001-2011
Fonte:ObservatóriodaEmigração
4. 3
neles, a França, Suíça e Luxemburgo são destinos migratórios muito escolhidos por
Portugueses, sendo a França o país que ainda tem mais emigrantes provenientes de Portugal
(580240).
Emigração segundo os Grupos Etários dos indivíduos:
Em 2013, tal como nos anos precedentes, é nas camadas mais jovens da população que se
concentra a maior parte dos emigrantes. Consequentemente, tem-se vindo a registar uma
importância crescente da população que se situa no grupo dos 20 aos 44 anos. De facto, neste
grupo etário concentram-se 67% dos que emigraram em 2013.
Emigração segundo o Grau de instrução:
Da população emigrante por nível de escolaridade completo, em 2002, a que apresenta maior
valor é do básico (81,1%), contando o 1º ciclo com 40,1% e os 2º e 3º ciclos com 41%, sendo
que o valor mais baixo é o de 7,6%, correspondente aos emigrantes semqualificações
académicas. Quanto ao valor intermédio, correspondente aos graus académicos mais
avançados, têm o secundário e o ensino superior 11,3%. Assim, verificamos o facto da quase
totalidade da alfabetização da população, verificando-se uma maior escassez da população em
cada extremo do gráfico.
<15
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
40-49
50-54
55-59 60-64 >65
EMIGRANTES PERMANENTES SEGUNDO O GRUPO
ETÁRIO, 2013
Fontes:Pordatae INE
5. 4
Notícia:
Fuga de cérebros custa 8,8 mil milhões aos cofres do Estado
De acordo com o estudo 'Exportar mão-de-obra qualificada a custo zero: quanto perde Portugal
com a fuga de cérebros' em 2010 e 2011 vai custar pelo menos 8,8 mil milhões de euros aos
cofres públicos ao longo dos próximos anos.
O valor foi calculado somando os custos de formação académica (uma média de 70 mil euros
para os homens e 69 mil euros para mulheres, de acordo com a OCDE), os impostos não
cobrados pelo Fisco e as contribuições que seriam feitas para a Segurança Social, esclarece o
Diário Económico.
Os autores do estudo garantem que cerca de 43% dos emigrantes não pensam voltar durante
os próximos dez anos, criando um "êxodo" que cria "um fenómeno de descapitalização
intelectual e profissional do país". A situação é agravada pelo impacto positivo criado nos países
que recebem os jovens portugueses.
Ano Nível de Escolaridade Completo
Nenhum 1º Ciclo 2º e 3º Ciclos Secundário ou Superior
2002 7,6% 40,1% 41 % 11,3%
6. 5
"A fuga de cérebros significa que os países recetores irão beneficiar de capital humano
altamente qualificado a custo zero", conclui o estudo coordenado pelo investigador Rui
Machado Gomes. Os dados serão analisados esta sexta-feira numa conferência internacional na
Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Fonte: notíciasaominuto.com, 14/09/15
Emigração segundo a Dimensão da Família:
Cerca de 58% dos indivíduos que emigraram em 2002 pertenciam a famílias de maior dimensão
(4 ou mais elementos) e cerca de 27% provinham de famílias com3 elementos. Assim, podemos
afirmar que as famílias menos aptas a emigrar são as de menor dimensão, correspondendo as
com 1 elemento (3,1 %) e de 2 elementos (12.1%) às percentagens mais pequenas, apenas
igualadas coma emigração de famílias de muito larga dimensão (6-10 elementos) com cerca de
4% do total. Podemos ainda dizer que, ao longo dos últimos anos, esta tendência se tem vindo
a alterar, sendo que os que mais emigram são os jovens (1/2 elemento(s)) que, finalizando um
curso superior, se veem apostos ao desemprego e forçados a emigrar na procura de melhores
condições de vida.
1 elemento
3.1% 2 elementos
12.1%
3 elementos
27.0%
4 elementos
31.6%
5 elementos
22.3%
6-10 elementos
4.0%
EMIGRAÇÃO POR DIMENSÃO DA FAMÍLIA, 2002
Fonte:INE
7. 6
Emigração segundo o Género:
Quanto aos emigrantes Portugueses em 2014, há um valor acentuado referente a
predominância de emigrantes do sexo masculino (93101) correspondente a 69, 2% dos
emigrantes. Quanto às emigrantes do sexo feminino, correspondem a 41523 pessoas, ou seja,
30,8% da população.
Leis da Emigração:
Quanto às leis da emigração, podemos dizer que estão facilitadas para a maioria, aqueles que
vivem na Europa. Isto deve-se à existência do Acordo de Schengen que permite a livre
circulação de pessoas e mercadorias.
Países pertencentes ao Acordo de Schengen:
Bélgica
Países Baixos
Luxemburgo
Alemanha
França
Itália
Espanha
Portugal
Grécia
93101
41523
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
90000
100000
Masculino Feminino
População
Género
Emigração segundo o género, 2014
Fontes:INEe Pordata
8. 7
Áustria
Dinamarca
Finlândia
Islândia
Noruega
Suécia
Suíça
República Tcheca
Estónia
Hungria
Letónia
Lituânia
Malta
Polónia
Eslováquia
Eslovénia
Ciência às quais recorrer no estudo da emigração:
Psicologia Social
Economia
Geografia
História
Psicologia
Sociologia
Política
Direito
Para saber mais:
Migração – Deslocação de uma pessoa através de um determinado limite espacial, com
intenção de mudar de residência de forma temporária ou permanente. A migração subdivide-se
em migração internacional (migração entre países) e migração interna (migração no interior de
um país).
9. 8
Emigrante permanente - Pessoa (nacional ou estrangeira) que, no período de referência, tendo
permanecido no país por um período contínuo de pelo menos um ano, o deixou com a intenção
de residir noutro país por um período contínuo igual ou superior a um ano.
Emigrante temporário – Pessoa (nacional ou estrangeira) que, no período de referência, tendo
permanecido no país por um período contínuo de pelo menos um ano, o deixou, com a
intenção de residir noutro país por um período inferior a um ano. Nota: Excluem-se desta
situação as deslocações comcarácter de: turismo, negócios, estudo, saúde, religião ou outro de
igual teor.
INE - O Instituto Nacional de Estatística (também conhecido pela sua sigla INE) é o organismo
oficial de Portugal responsável por produzir e divulgar informação estatística oficial de
qualidade, promovendo a coordenação, o desenvolvimento e a divulgação da atividade
estatística nacional. O INE foi criado em 1935 por transformação da Direcção-Geral de
Estatística. O Instituto Nacional de Estatística está sob a tutela da Presidência do Conselho de
Ministros do Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares.
Observatório da Emigração – O Observatório da Emigração foi criado em 2008, com base num
protocolo entre a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas
(DGACCP) e o CIES/ISCTE - Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, ISCTE - Instituto
Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). O Observatório da Emigração centra a sua actividade, em
primeiro lugar, na recolha, análise e disponibilização de indicadores estatísticos e de outra
informação documental, de diferentes origens, sobre a emigração e as comunidades
portuguesas. Em segundo lugar, o Observatório realiza e promove estudos e sessões de debate
público, e facilita e incentiva a realização de teses de mestrado e de doutoramento naqueles
domínios.
Pordata - A Pordata é uma base de dados sobre Portugal contemporâneo com estatísticas
oficiais e certificadas sobre o país e a Europa, dividida num amplo conjunto de temas como a
população, educação, saúde, entre outros. Esta está disponível para todos os cidadãos, é
gratuita, de informação rigorosa e isenta. Toda a sua informação provém de entidades oficiais,
tais como o Instituto Nacional de Estatística ou o Eurostat. A Pordata, foi organizada pela
Fundação Francisco Manuel dos Santos. Lançada ao público a 23 de Fevereiro de 2010, sob a
direção da Prof. Maria João Valente Rosa, a Pordata incluía apenas conteúdos sobre Portugal, a
nível nacional. Já a 3 de Novembro de 2010 a Fundação, lança um alargamento desta mesma
base de dados para a Pordata Europa. Passa a incluir não só os dados para Portugal, mas
também para a União Europeia, Espaço Schengen, Estados Unidos da América e Japão.
Tomás Pinto, 10ºH, Nº28