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4| Editorial
5| Protocolo, Ten. Cor. Adriano Firmino
10| Entrevista, Comandante José Vicente Moura,
Comité Olímpico de Portugal
14| Entrevista, João Lagos,
Lagos Premium Events
18| Arte & Cultura, A Bandeira Nacional,
Museu da Presidência da República
20| Entrevista, Jorge Baptista
22| Jogos Olímpicos Londres 2012,
Embaixador Alex Ellis
24| Espaço, Estádio Nacional do Jamor
26| Opinião, Maria Olímpia Simões
27| Como deve ser, Margarida de Mello Moser
28| 1º Encontro Empresarial,
Protocolo Social no Meio Profissional
30| Notícias, Concerto dos Mecenas,
Palácio Nacional da Ajuda
32| Notícias, Funchal 500 Tall Ships Regatta 2008
33| Notícias, Audi Med Cup 2008
34| Empresas & Marcas,
Breitling for Bentley
HP e NBA
PORTUGAL PROTOCOLO - Revista Trimestral | Nº 5 | 2008
Director João Micael
Editor de Fotografia António Homem Cardoso
Tratamento de Imagem Joana Regaleira
Arte Portugal Protocolo Design
Publicidade e R.P. Ana Ferreira
Colunistas Margarida de Mello Moser | Maria Olímpia Simões
Colunistas Convidados Embaixador Alex Ellis | Ten. Cor. Adriano Firmino
Assinaturas protocolo@portugalprotocolo.com
Propriedade João Micael - Protocolo, Imagem e Comunicação Unipessoal, Lda.
Rua Actor Augusto de Melo, 4 - 3º Dto. | 1900-013 Lisboa Portugal
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Registado no Instituto de Comunicação Social nº 124967
Depósito Legal: 24 90 99/06
ISSN - 1646 - 6055
INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E IMAGENS POR QUASQUER MEIOS
portugal protocolo nº5 | 3
s u m á r i o
4 | portugal protocolo nº5
e d i t o r i a l
A i m p o r t â n c i a d o d e s p o r t o
O desporto está intrinsecamente ligado à história da humanidade, o Homem
usa a sua destreza física em honra das suas divindades, de ideais políticos,
estéticos e bélicos.
Jogos como o Tlatchtli1
, os jogos olímpicos helénicos, as provas celtas, as
justas medievais e os actuais desportos como o futebol e as olimpíadas da era
moderna compartilham a mesma necessidade: regras de comportamento e o
reconhecimento dos vencedores através de rituais e
cerimoniais estabelecidos para o efeito, através da
simbologia dos metais preciosos, a coroa de louro e
de oliveira.
O Desporto utiliza o Protocolo nas suas diversas
actividades e cerimónias rituais, a nível amador,
profissional e olímpico.
Porque não tendo fronteiras, o desporto aglomera
diversas nacionalidades, etnias, religiões e culturas;
logo, todos estes aspectos distintos são alvo de uma
particular e meticulosa atenção, para que os
acontecimentos desportivos decorram numa atmosfera
propícia ao excelente desempenho das suas principais
personagens, os atletas participantes.
Mas, estas não estão sozinhas nos palcos desportivos
mundiais, outras desempenham papéis importantes
nestes eventos, são elas os dirigentes desportivos,
as autoridades oficiais, e, porventura militares, entre
outras.
Desde a acreditação, passando pelas relações com os
órgãos de comunicação social, até à observação das regras protocolares próprias
das entidades desportivas, que aliando-se às oficiais dos países anfitriões, tudo
concorre para um outro objectivo, tão importante como o anterior, a criação
de um ambiente sem incidentes, na gestão dos lugares para todos os convidados
especiais e a sua devida recepção, bem como aquele aspecto que, actualmente,
se tornou de vital importância – a Segurança.
O Protocolo organiza e regula as cerimónias de abertura, a entrega de prémios
e as de encerramento, sendo estas as mais visíveis são também as mais
importantes.
João Micael
1 Jogo sagrado dos astecas, precursor do basquetebol.
portugal protocolo nº5 | 5
A d e q u a r a o s n o v o s
d e s a f i o s
O mundo dos desportos é seguramente, em
matéria de organização de eventos, e com larga
diferença, aquele que maior número de
actividades suporta.
Todo e qualquer evento, desportivo ou não,
encontra-se profundamente dependente do tipo
de enquadramento social em que decorre e
quando a sua prática não respeita um conjunto
de rigorosos princípios profissionais e
pedagógicos, facilmente se transforma numa
nociva actividade social.
O desporto é algo mais que uma actividade que
desenvolve as qualidades físicas do indivíduo
que o pratica. Em redor daquele giram
numerosos aspectos como se de uma grande
empresa se tratasse, sendo sobejamente
reconhecida a importância que a imagem tem
na organização da competição, dando origem
a que muitos eventos desportivos, pela
repercussão social que têm, se convertam em
espectáculos, mais que em simples
acontecimentos desportivos. Face às
envolvências directas e indirectas, provocadas
10º Grande Prémio de Portugal–Algarve, F1 Motonáutica, 2008
p r o t o c o l o
e alimentadas pela capacidade multimédia actual, o
desporto em geral e os eventos desportivos em
particular, constituem-se num palco privilegiado para
que os políticos se identifiquem com os cidadãos.
Hoje em dia, e cada vez mais, a presença de entidades
e personalidades nos grandes eventos desportivos
reveste-se mais de um factor social e politico do que
desportivo, em que esta componente assume um
papel secundário ou meramente ocasional, quando,
por exemplo, se assiste a um Torneio de Ténis em
Wimbledon ou a um espectáculo no Teatro La Scala
de Milão.
O organizador de um evento desportivo deve participar
desde a sua gestão e já lá vai o tempo em que o
agente de protocolo se resignava a atribuir o aspecto
formal à estética daquele, sendo que nos nossos dias,
o responsável pelo protocolo integra-se total e
permanentemente com a essência do evento. As
instituições modernas, onde se incluem as desportivas,
pretendem adquirir e manter uma imagem de acordo
com os seus valores culturais, canalizando as suas
projecções num conceito de perfeição e eficácia,
utilizando o protocolo como instrumento idóneo da
sua politica de gestão através da adequada aplicação
6 | portugal protocolo nº5
p r o t o c o l o
da comunicação. Investir em protocolo significa investir
em imagem, caracterizando os procedimentos num
ponto de vista profissional, que transmita uma
mensagem de seriedade e capacidade a quem se
relaciona com a instituição em causa, mas apesar
disso, hoje em dia existem entidades desportivas,
nacionais e internacionais, que continuam a não
atribuir a adequada importância ao assunto, deixando
esta disciplina em mãos de pessoas que não têm
qualificação profissional suficiente para poder oferecer
um serviço de qualidade. Quantos eventos desportivos
vimos que perderam projecção ou interesse porque
a entrega de prémios foi um desastre ou porque a
tribuna de honra não dispunha dos lugares
devidamente atribuídos?
Nos tempos modernos, toda e qualquer organização
necessita de comunicar e exercer as suas habilidades
de persuasão com o seu público, para atingir os seus
objectivos. Um evento, bem planeado e programado,
desperta a atenção, provoca a curiosidade e motiva
o interesse, em que tudo é mensagem: o cenário, o
ambiente, a integração da presidência, a integração
dos convidados, a montagem e a logística, que se
devem conjugar com inovação e criatividade, equilíbrio
entre tradição e futuro e maior coordenação entre
organizações e protagonistas.
Carlos Fuente Lafuente afirmou a este respeito que
“…Os actos por si mesmos são puras estratégias de
uma ou várias mensagens, do colocar em cena de
uma necessidade de comunicação. O acto poderá ser
mais público ou privado, mas tem sempre uma
finalidade…”
Os desportos diferenciam-se entre si em numerosos
aspectos, todos com repercussão nas respectivas
actividades de planeamento e execução. O facto de
serem individuais e colectivos, concentrados num ou
em vários espaços, em recintos ao ar livre ou em
recintos cobertos, com duração de mais ou menos
tempo, ocorrerem em condições climáticas favoráveis
ou desfavoráveis, terem lugar num ou noutro país,
são características suficientemente influenciadoras
em vários aspectos relacionados com a organização
e particularmente com o protocolo. Senão vejamos:
no caso de desportos individuais e colectivos, nas
cerimónias de entrega de prémios não só varia o
número de troféus a serem entregues, como também
a dimensão do pódio de vencedores; mas mesmo nos
desportos individuais, a cerimónia de entrega de
medalhas num Campeonato do Mundo de Judo é
substancialmente diferente da entrega do troféu de
um torneio internacional de ténis, como assistimos
anualmente em Roland Garros; nos desportos
colectivos, e no caso do futebol, embora se dispute
um jogo para atribuição dos terceiro e quarto lugares,
na realidade, a cerimónia de entrega de prémios,
que ocorre imediatamente a seguir ao respectivo
jogo, só contempla a atribuição de troféus ao
primeiro e segundo classificados; ainda nos
desportos colectivos, no Torneio das 6 Nações
em Rugby, também há lugar à atribuição de um
troféu à equipa última classificada; no
automobilismo, por exemplo, entregam-se
prémios aos vencedores e à respectiva escudaria;
no hipismo, além dos prémios que se entregam
aos cavaleiros, coloca-se uma roseta no cavalo,
e depois todos os conjuntos premiados dão uma
volta de honra ao recinto; no ciclismo, na Volta
a Portugal, vão-se atribuindo troféus em cada
uma das chegadas à medida que a prova se vai
desenrolando; não se pode comparar o ambiente,
interesses e nível social que envolvem as corridas
de cavalos em Ascot com, por exemplo e sem
desprimor para a modalidade, o Campeonato
Europeu de Luta Greco-Romana; em
determinadas modalidades os prémios entregam-
se por ordem da vitória, isto é, do primeiro ao
terceiro, mas outros desportos cumprem a regra
do terceiro ao primeiro. Todos estes aspectos,
como se verifica, estão relacionados com a
tradição, mas dão igualmente a ideia das
diferenças protocolárias que existem conforme
a modalidade ou disciplina de que se trate. Face
às enormes envolvências e variantes do assunto,
o protocolo, sendo um dos elementos
constituintes da organização de um evento
desportivo, relaciona-se e depende praticamente
de todas as outras áreas, umas de forma mais
directa e outras menos, como sejam a
calendarização, os patrocínios, as relações
públicas, as relações desportivas, os transportes,
os alojamentos, a segurança, as acreditações,
a comunicação, a logística, a bilhética, a atenção
ao público e o voluntariado. Por outro lado, a
recepção de entidades oficiais e desportivas,
patrocinadores e convidados, gestão das
tribunas, cerimónias de abertura e encerramento,
cerimónias de entrega de prémios, outras
cerimónias, desportivas e não desportivas, são
da responsabilidade do protocolo.
Actualmente, o protocolo desportivo padece da
ausência ou escassez de normativas estatutárias
ou orientações que legislem as diferentes
situações protocolárias que se devem estabelecer,
tornando imprescindível que cada organização
tente resolver a questão isoladamente, gerando-
se situações insustentáveis e por vezes graves.
Em todas as organizações desportivas resulta
fundamental que se estabeleçam as precedências
para as autoridades desportivas e não
desportivas, na medida em que a sua falta é
portugal protocolo nº5 | 7
p r o t o c o l o
normalmente origem de conflitos, incomodidade
e situações desagradáveis, que se podem evitar.
Seria recomendável e desejável que no âmbito
da responsabilidade da política desportiva se
fixassem critérios e se criassem medidas que
se considerem aceitáveis para a maioria e que
fossem tomados em conta por todos. A partir
daqui, cada organismo, federação ou organização
desportiva deveria definir as precedências para
os seus próprios eventos. Embora reconhecendo
que existem algumas referências, estas são
escassas, desprovidas e carentes de bases
técnicas, estimando-se no entanto, e ao que à
precedência diz respeito, que as autoridades
desportivas deveriam ter um tratamento
equiparado, todavia, rigorosamente colocadas.
A verdade é que todas as incidências se vêm
resolvendo na aplicação do protocolo oficial e
das técnicas de organização de eventos. Na
falta de orientações específicas nesta matéria
por parte das entidades oficiais e responsáveis,
na organização dos mais variados eventos
desportivos, nacionais e internacionais, tem sido
usual aplicar o que se encontra contemplado
na Carta Olímpica, com as devidas adaptações.
O estabelecimento de precedências é
fundamental e necessário face à presença de
autoridades nos grandes eventos desportivos.
A organização e ordenamento de convidados
devem responder a critérios do anfitrião,
normativas internas e normativas da instituição.
Para as autoridades institucionais convidadas
segue-se o critério fixado pelas normativas
específicas vigentes e em caso de igualdade ou
equivalência de cargos, daremos precedência
às autoridades desportivas, no entanto,
funcionando a normativa das precedências como
um guia, não se deve ser obsessivo com o
protocolo. O anfitrião deve presidir ao evento
mas pode ceder a presidência quando estiver
presente uma autoridade política, a máxima
autoridade desportiva vinculada à actividade
em curso ou por razões de cortesia, a outras
autoridades desportivas ou não desportivas. Em
princípio, todo o evento desportivo, de carácter
nacional, celebrado ou não num recinto
desportivo, seja de competição ou não, deverá
ser presidido pela máxima autoridade do
desporto nacional que se encontre presente,
sem deixar de ter em conta o estabelecido na
Lei nº 40/2006, de 25 de Agosto, que respeita
às Precedências do Protocolo do Estado
Português. Em actividades de carácter
internacional que se celebrem no nosso país,
deverá considerar-se o disposto pela Federação
Internacional que organize esse evento, em que
a máxima autoridade desportiva do Estado
Português presente terá um lugar preferencial, que
não significa presidir.
Os trabalhos da equipa responsável pelo protocolo,
integrada na organização de um evento, além da
colaboração no planeamento, começam com os
convites. Em regra, às autoridades e personalidades
de grande relevância é enviada uma carta
personalizada da parte do anfitrião, juntamente com
um convite normal, ou inclusivamente, com uma
acreditação. Às instituições é costume enviar vários
convites para que o responsável da mesma os
distribua, sendo que aos mesmos se juntará a indicação
dos espaços reservados nas tribunas ou áreas
adjacentes. Aos convidados de menor relevância são
remetidos convites normais, individualizados. Em
qualquer dos casos, o convite deve ser acompanhado
de uma nota de protocolo, de tamanho inferior àquele,
em que se reflectem aspectos que não devem constar
no convite, tanto pela estética como pelo conteúdo,
nomeadamente, pormenores importantes na hora de
aclarar as questões dos convidados. Estes convites
deverão ter um logótipo da entidade que organiza o
evento e serão assinados pela máxima autoridade da
mesma.
No que respeita à recepção das entidades e convidados
em qualquer tipo de evento, e os desportivos não são
excepção, o anfitrião tem a obrigação de os receber
e de se despedir. Quando o anfitrião é a autoridade
mais conceituada de todas as assistentes do evento,
não subsistem dúvidas a quem cabem essas funções,
mas em certos casos estão presentes convidados com
status superior, pelo que, por deferência, as mesmas
deverão ser incluídas nesse acto, colocando-se por
ordem de precedência na chamada “linha de
cumprimentos”, localizada de acordo com os
pormenores da chegada da alta entidade. Na
acomodação dos lugares deverão ser tidos em
consideração todos os aspectos relacionados com as
precedências e resolvidos os sistemas que se elegeram
para definir as presidências, para colocar as autoridades
e as regras para situar os convidados, assim como
os respectivos acessos, assentes numa clara
justificação dos critérios adoptados. Na configuração
das tribunas devem ser incluídas as autoridades
desportivas, as autoridades políticas, os patrocinadores,
os convidados de honra, os convidados especiais, os
colaboradores e eventuais individualidades que pela
sua importância se entenda que merecem ocupar um
lugar especial. Se o espaço o permitir, poderá haver
mais que uma tribuna, onde se colocarão as pessoas
conforme os quadrantes e origens institucionais,
segundo um critério que o anfitrião defina e
obedecendo ao prescrito legal a que a matéria importa.
É comum admitir um sistema de ordenação em que
autoridades oficiais e desportivas ocupem lugares
alternados, embora o razoável seja a atribuição de
8 | portugal protocolo nº5
p r o t o c o l o
lugares que separem as autoridades desportivas das
restantes, que depois de definida a presidência e os
lugares de honra, se colocarão, respectivamente, à
sua direita e esquerda.
Todo o grande evento desportivo deve inaugurar-se
numa cerimónia de abertura, para definir o início
oficial da competição. Por norma, estas cerimónias
envolvem discursos breves das autoridades desportivas
e políticas, em que as primeiras se referem ao esforço
e trabalho desenvolvidos conducentes à realização
do evento, assim como ao espírito desportivo que
deve nortear todas as provas, e aos segundos,
compete-lhes a declaração de abertura da competição.
Não obstante, esta ordem pode sofrer alterações em
muitas ocasiões causadas por diversas situações,
constituindo-se numa demonstração de que o protocolo
não só não é uma ciência exacta, como também se
encontra ao serviço de objectivos concretos. Têm
igualmente lugar as cerimónias do hastear das
bandeiras e da entoação dos hinos, o desfile dos
atletas e um espectáculo habitualmente subordinado
a temas da tradição histórica e cultural regional ou
nacional.
Não há cerimónia desportiva que se preze que não
utilize bandeiras. Estas não são apenas símbolos
representativos dos países, mas também constituem
um atractivo dos cenários. Num evento internacional
é hasteada a bandeira da entidade desportiva
responsável pelo evento, assim como a do país
organizador, havendo lugar ao respectivo hino, e
ocupando aquelas um local de destaque. As bandeiras
correspondentes aos países participantes são
hasteadas, ou já assim se encontrarão num
determinado local onde se desenvolvem as provas e
por vezes também no exterior do recinto, ficando
expostas até final do evento, desde a direita em
formato linear, ou do centro em alternância regular
e por ordem alfabética no idioma do país organizador,
aplicando o critério olímpico, com a excepção dos
Jogos Olímpicos em que a bandeira da Grécia ocupa
o segundo lugar. Se no caso de existirem bandeiras
oficiais e bandeiras desportivas de carácter não oficial,
deverão colocar-se separadamente. Por ocasião de
eventos desportivos nacionais elege-se a bandeira
nacional como símbolo máximo do torneio ou
campeonato, assumindo a bandeira da Federação
responsável pela organização, idêntica e proporcional
posição de destaque, e a partir daqui, definem-se as
regras para a colocação das restantes bandeiras
representativas das entidades desportivas
participantes. Em situações de eventos desportivos
realizados em recintos cobertos, a colocação das
bandeiras no interior do recinto não deve apoiar-se
em mastros verticais. Nestes casos, utiliza-se uma
fixação pela vertical, podendo as bandeiras manterem
a sua posição normal ou ficar fixas superiormente
pela tralha. Outra diferença assenta no facto
das bandeiras de mastro serem hasteadas
manualmente enquanto as bandeiras de fixação
vertical o são mecanicamente. Quando as
competições não envolvem países mas sim
clubes, não se utilizam as bandeiras
representativas dos países, mas sim as bandeiras
desportivas representativas dos clubes
participantes e da entidade organizadora.
As cerimónias de entrega de prémios, com
variantes muito distintas consoante as
modalidades, podem ser actos isolados ou
únicos, ou podem ir decorrendo ao longo das
provas. É o caso, respectivamente, de um Torneio
de Golf, em que apenas ocorre uma cerimónia
no final da competição, e que pode ou não ter
lugar nas imediações do local onde se
desenvolveu o torneio, ou de um Campeonato
do Mundo de Equitação, em que os prémios se
entregam no local principal das provas, à medida
que as disciplinas da modalidade vão terminando.
Durante o normal decurso das competições
podem ter lugar outras cerimónias, desportivas
ou não, nos recintos desportivos ou noutros
locais, que pela sua importância e envolvência,
merecem especial atenção da equipa de
protocolo. Incluem-se nestes casos as recepções,
as homenagens, o descerramento de placas
comemorativas, banquetes, refeições oficiais,
reuniões e entrevistas, que deverão ser
preparadas de acordo com as orientações que
forem determinadas para o efeito.
Às cerimónias de entrega de prémios, que são
uma atribuição exclusiva do protocolo, além dos
desportistas, assistem as autoridades oficiais
que estarão encarregadas de entregar os
correspondentes troféus, constituindo uma
comitiva que tomará o devido lugar destinado
para o efeito. Num local prévio tem lugar a
colocação das pessoas para o cortejo da comitiva,
cuja ordem estará de acordo com a posterior
localização nas imediações do pódio e com o
critério que a organização entender, assim como
também se confirmam as medalhas ou troféus
que irão ser entregues, os ramos de flores ou
outros objectos alusivos ao acto, o vestuário
definido e a gravação do hino correspondente
ao vencedor.
O pódio, constituído por três níveis, contempla
o 1º ao centro, cedendo a direita ao 2º lugar e
a esquerda ao 3º. Deve estar localizado em
frente à tribuna principal e o local do hastear
das bandeiras deve ser lateral em relação àquele.
Quando se trata de desportos colectivos, e
portugal protocolo nº5 | 9
consoante o número de atletas das equipas, o
pódio deve ter as dimensões adequadas para o
efeito, de modo a permitir uma acomodação
espaçosa dos medalhados. Um locutor anuncia
as entidades que entregam os prémios e quem
os acompanha, no idioma do país organizador
e em inglês. Conforme as situações e
características específicas da modalidade e
respectiva federação, podem-se entregar os
prémios do 1º ao 3º lugar, ou na ordem inversa,
como é o caso dos Jogos Olímpicos. Por fim, é
anunciada a interpretação do hino do país do
atleta vencedor e simultaneamente são içadas
as três bandeiras correspondentes aos atletas
agraciados, dispostas segundo o mesmo critério
do pódio, tomando aqueles uma posição frontal
às bandeiras, rodando nas suas posições.
Normalmente, o hino do vencedor dura entre
30 a 40 segundos, na sua versão reduzida.
As cerimónias de encerramento têm usualmente
o mesmo formato que as cerimónias de abertura,
embora com menor duração. Muitos eventos
desportivos acabam por não definir um programa
específico para a cerimónia de encerramento
porque aproveitam os festejos da entrega de
prémios para coincidir com o final do evento,
que na maioria das ocasiões, traduz o
encerramento da competição.
Em eventos de grande projecção, as cerimónias
de encerramento celebram-se imediatamente
depois da entrega do último troféu da
competição. A ordem dos discursos é a inversa
à da cerimónia de abertura, havendo referência
à forma como decorreu, sendo enaltecidos os
valores desportivos, e terminando com a
declaração de encerramento da competição.
Tem lugar a passagem do testemunho, arreando-
se e hasteando-se, respectivamente, as
bandeiras representativas do organizador que
termina e as do organizador seguinte,
acompanhando com os hinos. Normalmente tem
lugar um espectáculo de diversão, culminando
com um convívio entre todos os participantes.
Uma das últimas preocupações e tarefas dos
responsáveis pelo protocolo, após terminarem
as actividades desportivas, é preparar e enviar
os agradecimentos a todas as entidades que
directa e indirectamente tiveram influência na
realização do evento. Os agradecimentos
contemplam factos formais da colaboração
efectiva que teve lugar ou simplesmente
manifestam o gosto e prazer tidos pelas
respectivas presenças.
Finalmente, mas não menos importante, é
fundamental realizar uma reunião de rescaldo
e conclusões, elaborando um arquivo escrito ou digital,
em que participam todos os elementos da equipa de
protocolo e sob coordenação do responsável máximo
por essa pasta, revendo e analisando
pormenorizadamente todas as etapas do
acontecimento, de modo a que os aspectos menos
conseguidos possam ser revistos e rectificados, para
eventual aplicação em futuras ocasiões nas condições
ideais, num conceito de lições aprendidas.
Não restam pois dúvidas que em qualquer evento, e
particularmente nos desportivos, o responsável pelo
protocolo deve trabalhar em equipa de modo a garantir
o melhor êxito. A experiência diz que sempre surge
um imprevisto, e nesse caso, há que reagir em tempo,
encontrar uma solução possível, mesmo que não seja
a melhor, adivinhando as consequências. As sequências
das cerimónias especificas devem ser bem planeadas,
e se possível, treinadas. O profissional de protocolo
não pode permitir que aspectos menores interfiram
na prossecução do seu plano, e como tal, deve estar
sempre muito atento, prever desenvolvimentos
inesperados, dividir tarefas e transmitir confiança aos
seus colaboradores.
O protocolo é a “Ciência da Excelência”, isto é, a
técnica que atende à necessidade de alcançar a
eficiência e a perfeição daquelas actividades ou acções
humanas que têm por objectivo mostrar a imagem
pública de uma instituição ou de uma empresa no
âmbito da comunicação global. E por isso é algo que
interessa a todos, quer seja uma instituição ou uma
empresa, grande ou pequena, que pretenda dar boa
imagem de si perante o seu público, e organizar os
seus actos com brilhantismo e eficiência.
Não se trata exclusivamente de uma mera técnica de
ordenação ou colocação das autoridades ou das
personalidades num acto público oficial, de instituição
ou de empresa. O protocolo é, no nosso âmbito, algo
mais do que uma ciência auxiliar ou mero recurso
plástico formal para que os eventos respondam àquilo
a que genericamente chamamos “a percepção do
correcto”. O protocolo adaptou-se às novas realidades
e costumes da vida moderna que forma parte da
estrutura da actividade humana em que a boa
intercomunicação e as relações fluidas são essenciais.
A nós cabe-nos acompanhar.
Texto Adriano Firmino
p r o t o c o l o
José Vicente Moura, capitão-de-mar-e-guerra, reformado, desenvolveu
paralelamente à sua vida militar uma actividade desportiva como nadador.
Posteriormente começou uma carreira no dirigismo desportivo na área da
natação. Já no Comité Olímpico, começou como secretário-adjunto, depois
vogal, segue-se a vice-presidência e finalmente como presidente, cumprindo
o seu terceiro mandato consecutivo.
10 | portugal protocolo nº5
j o s é v i c e n t e m o u r a
portugal protocolo nº5 | 11
Como eram os Jogos Olímpicos da
Antiguidade?
Tanto quanto se sabe eram jogos só para os
cidadãos helénicos livres, excluindo escravos e
as mulheres, que não podiam participar nem
assistir aos jogos. Eram jogos com maiores
preocupações religiosas do que físicas. Os antigos
gregos adoravam os deuses do Olimpo, que
apesar de serem divinos se comportavam como
humanos. Os gregos tinham uma verdadeira
paixão pela beleza física, tanto feminina como
masculina, e, portanto, os jogos também
visavam homenagear o ideal de beleza nos
atletas. Os seus feitos atléticos, de certa forma,
imolavam-nos aos seus deuses.
Durante o período dos jogos havia uma trégua
tácita nas guerras no mundo grego, anunciada
por mensageiros.
Os jogos eram tão importantes que um atleta
vencedor, não recebia directamente qualquer
prémio monetário, somente uma coroa de louros,
mais tarde de ramos de oliveira, tornava-se um
semi-deus adorado por todos.
Houve evolução desde os primeiros Jogos
Olímpicos Modernos em 1896, em Atenas?
Houve uma série de acontecimentos
interessantes. Após a descoberta das ruínas da
cidade de Olímpia, no século XVIII, pelo inglês
Richard Chandler, havia um grande interesse
pela arqueologia e pelo passado clássico. Já
com o barão Pierre de Coubertin, interessado
pelos desportos e após uma visita a uma escola
em Rugby na Inglaterra, ficou tão impressionado
com a educação daqueles jovens, baseada no
desporto para mais tarde seguirem a carreira
das armas que decidiu recuperar o ideal dos
jogos olímpicos gregos num congresso em Paris.
Aí foi, também, criado o Comité Olímpico
Internacional, para a organização dos primeiros
Jogos Olímpicos, em Atenas.
Com o barão Pierre de Coubertin os jogos eram
realizados com uma atitude muito utópica – não
se aceitavam participações femininas, nem
atletas profissionais, somente os amadores e
em que o mais importante era participar e não
ganhar. Com a sua saída os jogos evoluíram
globalmente, já se recebendo todos os países,
inclusivamente os países de Leste. A partir de
1984, em Los Angeles, o profissionalismo entrou
finalmente nos jogos olímpicos.
Os Jogos Olímpicos, de Los Angeles,
atingiram uma outra notoriedade global?
Sim. Porque o investimento financeiro foi imenso,
em infra-estruturas e foram organizados por
entidades privadas com fins lucrativos. A partir
de então os jogos olímpicos tornaram-se num
evento muito lucrativo a todos os níveis, e,
nunca mais faltaram candidaturas de várias
cidades à sua organização.
j o s é v i c e n t e m o u r a
12 | portugal protocolo nº5
j o s é v i c e n t e m o u r a
Qual o cerimonial, ou, cerimoniais mais
importantes dos Jogos Olímpicos? Como
se processam?
Há cerimoniais próprios como o acender da
chama olímpica em Olímpia pelo método antigo,
em que se acende a tocha com a ajuda de um
espelho hiperbólico por mulheres vestidas como
as antigas sacerdotisas. Esta é como um farol
anunciador, que se desloca pelos continentes
difundindo a paz e a mensagem que os jogos
serão realizados na cidade anfitriã onde a chama
finalizará o seu percurso.
Este cerimonial termina no estádio olímpico
construído nessa cidade, depois do desfile da
apresentação dos atletas participantes e
finalmente entra um atleta transportando a
chama que se dirige à pira olímpica acendendo-
a. Também aí os atletas e os árbitros fazem o
juramento, segurando a bandeira olímpica,
comprometem-se a competir cumprindo as
regras desportivas com fairplay. Normalmente
são libertadas centenas de pombas como
símbolos da paz.
Os jogos são iniciados com uma frase
pronunciada pela personalidade oficial mais
importante, geralmente o chefe de Estado do
país anfitrião: “Declaro os Jogos Olímpicos da
Era Moderna oficialmente abertos”. O içar da
bandeira olímpica é feito ao som do hino olímpico,
para além da presença das bandeiras dos países
participantes. Esta bandeira fica hasteada
juntamente com as bandeiras do Comité Olímpico
Internacional e do país anfitrião à parte das
restantes bandeiras nacionais.
Há, claro, o cerimonial da entrega das medalhas
onde num pódio aquelas são distribuídas e é
imposta uma coroa de louros, seguindo-se a
execução do hino nacional do país do atleta
vencedor. Este é o cerimonial que nenhum atleta
esquecerá.
Há um Protocolo Olímpico?
Sim. Este é definido pelo Comité Olímpico
Internacional, sendo o Protocolo oficial da inteira
responsabilidade do país organizador. Isto, por
vezes, origina alguns problemas. O comité
olímpico organizador só dá estatuto de grande
entidade ao chefe de Estado e ao Primeiro-
ministro, excluindo desta categoria os ministros
que nem podem representar o Primeiro-ministro
na sua ausência, os secretários de estado, por
exemplo, nem estão contemplados oficialmente,
só como convidados particulares do presidente
do comité olímpico do seu país.
Nem sempre esta organização e reconhecimento
portugal protocolo nº5 | 13
j o s é v i c e n t e m o u r a
de precedências é compreendido e aceite
provocando algumas situações desagradáveis.
Quais as diferenças mais relevantes na
organização dos Jogos Olímpicos de um
outro evento desportivo internacional?
A diferença mais relevante é, naturalmente, o
estatuto do Comité Olímpico Internacional e dos
seus membros. Estes têm todos os direitos,
privilégios e apoios. São os “depositários” do
olimpismo internacional, e comportam-se como
tal. Diferenciam-se dos restantes comités
olímpicos nacionais.
Já nos outros eventos desportivos internacionais
tal não acontece. É entidade máxima o presidente
internacional desse desporto e os restantes
estão igualmente equiparados.
Quais são os cuidados extraordinários na
sua realização, na recepção e acolhimento
de atletas, convidados oficiais e VIP?
Dá-se sempre muita atenção a este aspecto. A
nossa principal preocupação é os resultados,
bem como dar total apoio aos atletas – este é
o nosso objectivo!
Paralelamente há a comitiva olímpica que não
integra a missão olímpica – são convidados
especiais como membros do governo, parentes
de atletas, particulares, etc. Há vários níveis de
acreditação, e esta indica o que se pode fazer,
assistir, onde estar. São direccionadas para o
tipo de convidados, como por exemplo, o
dirigente da missão do atletismo só poderá
assistir às provas daquela modalidade.
Portugal reúne as condições ideais –
humanas e logísticas – para a realização
dos Jogos Olímpicos?
Há possibilidade de se organizar jogos olímpicos
em Portugal. Não agora, mais tarde. As
estruturas constroem-se, bastando para tal
haver dinheiro.
Identifico dois problemas para a sua realização:
a existência de um número suficiente de
medalhas justificativo da realização dos jogos
– não seria compreensível que, ao fim de alguns
dias, os atletas portugueses estivessem todos
eliminados, criando um ambiente de
desapontamento. Por outro lado é necessário
que os portugueses acreditem em si mesmos.
O que se verifica cada vez menos.
Texto João Micael
Fotografias Homem Cardoso
14 | portugal protocolo nº5
j o ã o l a g o s
Figura incontornável do desporto de elite de Portugal, João Lagos tem uma
longa e reconhecida carreira no mundo desportivo, no ensino e comunicação
social especializada. Organizou eventos desportivos como o golfe, ténis, hipismo,
motonáutica, rugby, volei de praia, surf, ciclismo, automobilismo e vela.
Foi várias vezes campeão nacional absoluto no ténis, tendo participado várias
vezes, como jogador e capitão, na selecção nacional na Taça Davis.
Além de outras distinções foi reconhecido como “Personalidade do Século XX”
no ténis por parte da Confederação do Desporto, bem como o grau de
Comendador da Ordem de Mérito, no dia 10 de Junho de 2005.
portugal protocolo nº5 | 15
j o ã o l a g o s
Como nasceu a empresa Lagos Premium Events?
A Lagos Premium Events não é propriamente uma
empresa mas sim uma "bandeira" ou marca sob a
qual se aglutinam os eventos "Premium" promovidos
pelas empresas do Grupo, com maior destaque para
a João Lagos Sports S.A. É uma designação que surge
quando transferimos uma parte significativa do nosso
esforço e trabalho para a organização de eventos de
nível "Premium", com estatuto e dimensão
internacional, que contribuem não só para a divulgação
da modalidade em causa mas simultaneamente para
a promoção além-fronteiras da imagem do nosso
País.
Que eventos organiza actualmente?
Referenciando exclusivamente os eventos "Premium"
regulares (anuais) do nosso portfolio actual, temos
o Estoril Open (ténis), o Portugal Trophy (vela) e a
"Volta a Portugal" (ciclismo). No seguimento da
Grande Partida do Lisboa-Dakar em 2006 e 2007
(a edição de 2008 foi abruptamente cancelada na
sequência de ameaças terroristas), com o qual
pretendemos manter um ligação futura, iremos lançar
ainda em 2008 uma nova e importante prova de
Todo-o-Terreno integrada no Dakar Series e que
manterá no futuro a ligação Portugal / África. Em
anos anteriores, para além de eventos na área do
golfe (Open de Portugal, Madeira Open e Estoril Open),
do hipismo (Gala Equestre), da Motonáutica (Lisbon
Grand Prix) e do Surf (Figueira Pro), entre muitos
outros, merece destaque particular a organização
da Tennis Masters Cup em Lisboa no ano 2000, que
marcou decisivamente a nossa credibilidade
internacional.
É importante o uso do Protocolo no seu trabalho?
O Protocolo constitui uma preocupação natural e
constante nas nossas organizações, onde a presença
de entidades oficiais ao mais alto nível é uma
constante. Contudo, tendo em conta que os eventos
desportivos são encarados pelas entidades oficiais
com maior "à vontade", a importância do Protocolo
acaba por ser algo relativizada, em nossa opinião
com efeitos indesejáveis. A dificuldade com que o
promotor se depara para saber ao certo e com
antecedência quem marcará presença nas funções
oficiais (por exemplo a cerimónia de distribuição de
prémios), obriga a um esforço de improviso nada
aconselhável em questões de Protocolo, exponenciando
a possibilidade de gaffes protocolares. E se algumas
personalidades por um lado não dão grande atenção
às atempadas confirmações de presença, por vezes
quando o tal improviso as prejudica não têm a mesma
postura "desportiva"...
16 | portugal protocolo nº5
j o ã o l a g o s
às atempadas confirmações de presença, por
vezes quando o tal improviso as prejudica não
têm a mesma postura "desportiva"...
Quais as diferenças mais relevantes na
organização de um evento desportivo
internacional de elite?
No fundo, se não considerarmos uma provável
maior complexidade logística e organizacional
pela dimensão do evento, nada mais o diferencia
de um qualquer evento desportivo nacional que
se preze, onde o selo de qualidade e objectivo
de excelência devem ser igualmente elevados.
Quais são os cuidados extraordinários na
sua realização, na recepção e acolhimento
de convidados VIP?
Durante muitos anos os eventos desportivos
não eram mais do que isso, eventos centrados
na competição desportiva, onde a envolvente
protocolar e de RP pouca expressão tinha. Hoje
em dia a realidade é bem diferente, já que as
grandes realizações desportivas constituem
veículos de comunicação e de desenvolvimento
de acções RP para os seus patrocinadores de
valor muito significativo. Aliás o Estoril Open,
evento de notoriedade assinalável no tecido
desportivo nacional, construiu muito do seu
sucesso nessa componente corporate, até para
poder compensar e ultrapassar a enorme
décalage de audiências de que Ténis sofria há
20 anos atrás.
Portugal reúne as condições ideais,
humanas e logísticas, para a realização
destes eventos?
Não tenho dúvidas de que existe em nós,
portugueses, excelentes capacidades
organizativas, largamente demonstradas em
grandes realizações como a Expo 98, o Tennis
Masters Cup 2000 ou o Euro 2004, entre outras.
O nosso grande calcanhar de Aquiles continua
a residir nas infra-estruturas, já que o património
nacional para eventos de grande dimensão se
confina praticamente aos novos estádios de
futebol construídos e remodelados para o Euro
2004 e ao Pavilhão Atlântico, o que é muito
pouco se quisermos ser mais competitivos a
nível internacional.
Que falta para se atingir a Excelência neste
campo?
Naturalmente não podemos esquecer a dimensão
do mercado nacional, que cerceia bastante a
possibilidade de realização de grandes eventos,
As grandes realizações desportivas constituem veículos
de comunicação com valor muito significativo.
portugal protocolo nº5 | 17
j o ã o l a g o s
nomeadamente quando estão sujeitos a
processos de candidatura ou concorrência
internacional rigorosos onde a capacidade
financeira constitui factor preponderante.
Contudo, a maior limitação reside ainda no
parco leque de infra-estruturas de qualidade de
que dispomos, que permitam aos eventos atingir
esse nível de excelência.
Qual o episódio mais exemplificativo do
correcto uso do Protocolo que tenha
contribuído para o sucesso de um evento
e da sua organização?
Na medida em que o Protocolo não constitui
um factor decisivo de sucesso nos eventos
desportivos, apesar da sua importância, não
me ocorre nenhum exemplo marcante nesse sentido.
Recordo contudo uma experiência negativa por parte
de um membro do Governo que, ao não ser convidado
a participar a cerimónia de entrega de prémios (não
nos apercebêramos da sua presença pois não tinha
sido anunciada), sentiu--se pessoalmente atingido e
reagiu de forma desadequada pondo fim a uma
parceria que se desenvolvia há anos (iniciada em
Governo anterior) abruptamente e sem dar qualquer
tipo de explicações.
Texto João Micael
Fotografias Homem Cardoso
18 | portugal protocolo nº5
a r t e & c u l t u r a
Museu da Presidência da República
A Bandeira Nacional
Após a vitória da revolução republicana de 5 de Outubro de 1910, os novos
dirigentes vêm na redefinição dos símbolos nacionais uma das suas prioridades.
O Hino da Carta é substituído pela marcha A Portuguesa, a bandeira azul e
branca pela verde e rubra. Porém, a ruptura não é pacífica. Especialmente no
que respeita à bandeira e às suas cores em particular a polémica é violenta
e duradoira.
Tendo constado junto da opinião pública que o recém-empossado Governo
estaria inclinado em manter na bandeira as cores azul e branca da monarquia
constitucional, a ala republicana mais radical dá a conhecer o seu desacordo.
Para esta, as cores azul e branco representam a decadência da monarquia dos
Bragança. Reclama antes a evocação da bandeira da jornada revolucionária
de 3 a 5 de Outubro e da primeira bandeira a ser desfraldada depois da
implantação da República, de cores verde e encarnada, bipartida verticalmente,
vermelha junto à tralha, ocupando o verde a maior parte, com a esfera armilar
de ouro assente em fundo azul, encimada por uma estrela de prata com
resplendor de ouro.
Procurando solucionar a questão, a 15 de Outubro de 1910 o Governo nomeia
uma comissão para o estudo da Bandeira e do Hino Nacionais. Dela fazem
parte eminentes personalidades da vida nacional: o pintor Columbano Bordalo
Pinheiro; o escritor Abel Botelho; o jornalista João Chagas; e dois destacados
combatentes do 5 de Outubro, o tenente Ladislau Pereira e o capitão Afonso
Palla. A 29 de Outubro a comissão apresenta o seu projecto. Em tudo idêntico
à bandeira da revolução, apenas se altera a localização das cores e a sua
proporcionalidade, ficando agora o verde junto à tralha e ocupando maior
espaço o vermelho. A proposta é apreciada em Conselho de Ministros realizado
no dia seguinte e são sugeridas algumas modificações. A segunda versão da
comissão é avaliada e aprovada pelo Conselho de Ministros menos de uma
portugal protocolo nº5 | 19
a r t e & c u l t u r a
Museu da Presidência da República
semana depois, a 6 de Novembro. Respeitando na globalidade o projecto anterior, é suprimida
a estrela e são introduzidas ligeiras alterações à esfera armilar.
A 29 de Novembro o Governo Provisório aprova o último projecto, ao que se soube pela
maioria de um voto, e estabelece por decreto o 1 de Dezembro como o Dia da Festa da
Bandeira, dia em que simultaneamente se celebra a Restauração da Independência em
1640. É o primeiro feriado da jovem República e a primeira grande festa cívica por ela
realizada. Na manhã de 1 de Dezembro, frente à Câmara Municipal de Lisboa, a Escola
Naval e a Escola do Exército em parada militar e ao som de A Portuguesa prestam homenagem
à bandeira verde e rubra.
Todavia, a controvérsia não termina. Multiplicam-se os projectos de bandeira, travam-se
de razões os seus autores, discutem-se as cores, as armas e a simbologia. As cores são o
principal ponto de discórdia. Ao apoio dado ao verde e rubro por Afonso Costa, António
José de Almeida ou Teófilo Braga, opõe-se o azul e branco defendido por não menos
prestigiadas figuras, de que são exemplo Guerra Junqueiro, Braamcamp Freire, Lopes de
Mendonça ou Sampaio Bruno. Os primeiros evocam o verde e rubro da bandeira içada na
malograda revolta de 31 de Janeiro de 1891 no Porto e a posterior propaganda republicana,
os segundos sublinham a tradição histórica, falam do branco e azul como espelho da alma
nacional, lembram que a bandeira verde e rubra içada na varanda do município de Lisboa
a 5 de Outubro estava ladeada por duas bandeiras azuis e brancas.
O plebiscito reclamado pelos partidários do azul e branco não é aceite pelo Governo e a
19 de Junho de 1911, na sessão de abertura da Assembleia Nacional Constituinte, é
sancionado o projecto aprovado anteriormente: “A Bandeira Nacional é bipartida verticalmente
em duas cores fundamentais, verde-escuro e escarlate, ficando o verde-escuro ao lado da
tralha. Ao centro, e sobreposto à união das duas cores, terá o escudo das Armas Nacionais,
orlado de branco e assentando sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada
de negro”. Dias depois é publicado o parecer técnico sobre as medidas e proporções da
bandeira nacional, das bandeiras regimentais e do Jack para os navios.
O triunfo da bandeira verde/rubra corresponde à confirmação simbólica dos princípios
ideológicos e políticos da propaganda republicana. A matriz democrática, positivista,
nacionalista e colonial, laica e anti-clerical do republicanismo histórico é consagrada. O
vermelho é a cor dos movimentos revolucionários e populares, o verde a cor destinada por
Comte aos pavilhões das nações positivistas do futuro; o escudo das quinas e a esfera
armilar a evocação dos dois momentos mais altos da história portuguesa – a fundação da
nacionalidade e a epopeia marítima. Pelo contrário, a expulsão do azul-branco é a ruptura
com a monarquia e com o culto católico de Nossa Senhora da Conceição. O verde e o
vermelho são, aliás, as cores sempre presentes em toda a iconografia que simboliza a
República entre 1891 e 1910, ou seja, durante o “período de propaganda” do republicanismo.
Por esta ser, mais que a bandeira nacional, a bandeira da República, com uma legitimidade
sobretudo política, o seu reconhecimento é complexo. Nem entre os republicanos a opção
é consensual. Os actos de desrespeito e repúdio são inicialmente frequentes, mesmo entre
os militares. Apenas o tempo e a travessia das vicissitudes políticas e militares a confirmam
definitivamente como símbolo nacional.
Susana Martins
Diário da Assembleia Nacional Constituinte, n.º 1, sessão de 19 de Junho de 1911, p. 1.
Fotografia - Imagens de Luz-MPR
20 | portugal protocolo nº5
j o r g e b a p t i s t a
Trabalha para a FIFA desde 1991 como media officer, tendo sido convidado
para este cargo após o seu desempenho como chefe de imprensa no mundial
sub-21 em Portugal, no estádio da Luz. Mais tarde ingressou na UEFA em 1998,
trabalhando desde então nos campeonatos mundiais e europeus, bem como
em competições como a Liga dos Campeões, os sub-17, 19 e 21. Desenvolve,
desde 2007, a actividade de formador na FIFA, realizando seminários de
comunicação aos media a alguns países, como a Namíbia, a Guiana Inglesa e
o Brunei. Acha, também, que algumas equipas, portuguesas incluídas, deveriam
assistir a estes seminários pois são deficitários no campo da comunicação e da
imagem.
portugal protocolo nº5 | 21
j o r g e b a p t i s t a
Há um Protocolo Desportivo?
Há, obviamente, regras e normas internacionais da
FIFA e das federações no mundo do futebol. Quando
se disputam os jogos internacionais há um protocolo
específico, inclusivamente, existe um departamento
especializado nessa área.
Onde se vê esse Protocolo?
Nas competições internacionais, como a Liga dos
Campeões e os campeonatos europeus e mundiais –
marcação de lugares, a relação com os meios de
comunicação social, a atribuição de bilhetes de oferta
às diversas personalidades, o relacionamento com os
patrocinadores, o acompanhamento aos presidentes,
a visita aos campos antes dos jogos, o acolhimento
dos árbitros, as forças policiais, o almoço ou jantar
entre as equipas, a troca de presentes, e,
particularmente a comunicação com o departamento
de protocolo do clube adversário e as entidades oficiais
locais.
O Protocolo no futebol é diferente do usado nos
outros desportos?
É o mais mediático, mas, não é muito diferente dos
outros desportos.
Quais são os maiores eventos no futebol?
Em Portugal são os grandes derbies, como por exemplo
o Benfica-Sporting, a final da Taça de Portugal, e, a
nível internacional os jogos das selecções, a Liga dos
Campeões e os campeonatos europeus e mundiais.
Qual é a reputação dos portugueses no meio do
futebol?
Antigamente éramos considerados “picuinhas”, no
sentido de se tomar uma postura de diva. Tempos
houve, em que certas organizações “fugiam” dos
portugueses, porque estes punham tudo em causa,
protestavam por tudo, devido a um certo complexo
de inferioridade, e, outras vezes devido ao seu
contrário. Hoje, já é diferente, também devido há
internacionalização de alguns jogadores e treinadores.
Os estrangeiros aprenderam a separar o trigo do joio,
não generalizando a sua opinião somente pela
nacionalidade.
O Euro 2004 foi o marco da diferenciação na percepção
dos portugueses no futebol, porque a sua organização
foi impecável, o ambiente e envolvimento do povo
português alterou a sua imagem junto dos
estrangeiros.
Texto João Micael
Fotografias Homem Cardoso
22 | portugal protocolo nº5
j o g o s o l í m p i c o s l o n d r e s 2 0 1 2
Há já mais de um século que os Jogos Olímpicos são um símbolo de união
entre nações e culturas. Hoje em dia os Jogos reflectem a diversidade global
de culturas, idiomas e religiões – unidas pelo desporto. As excelentes Olimpíadas
deste ano em Pequim mostraram-nos a todos o que os Jogos Olímpicos podem
alcançar.
As Olimpíadas de Londres
Um grande evento desportivo e uma oportunidade
para negócios
portugal protocolo nº5 | 23
j o g o s o l í m p i c o s l o n d r e s 2 0 1 2
A Grã-Bretanha tem orgulho no sua herança
olímpica e desportiva. Os Jogos Olímpicos de
1908 e 1948 realizaram-se em Londres. Foi na
Grã-Bretanha que tiveram origem muitos dos
desportos mais populares a nível mundial. É
também o país onde se realizam alguns dos
maiores eventos desportivos, nomeadamente
Wimbledon, Grand National, FA Premier League,
e a Maratona de Londres.
O anúncio de que a candidatura de Londres
tinha saído vitoriosa foi feito pelo Comité Olímpico
Internacional em Singapura em Julho de 2005.
Londres teve que enfrentar a difícil concorrência
de algumas das principais cidades mundiais,
tais como Paris, Moscovo, Nova Iorque e Madrid.
O resultado é um tributo à extraordinária
dedicação e imaginação daqueles que
contribuíram para tornar um sonho na realidade
actual. A nação uniu-se em torno deste projecto.
Um dos factores que marcam a diferença e
contribuíram para o sucesso da nossa
candidatura, é o modo como está direccionada
para os jovens – encorajando um número cada
vez maior a manter uma boa condição física e
a praticar desporto, e encorajando-os,
independentemente das suas proezas físicas, a
oferecerem os seus serviços à causa olímpica
como voluntários.
Pensamos que a escolha de Londres para acolher
os Jogos Olímpicos de 2012 foi acertada. Londres
é uma das cidades do mundo onde existe maior
diversidade. Os londrinos falam 300 idiomas e
as suas raízes estendem-se a todos os cantos
do globo. Um quarto dos londrinos nasceu fora
do Reino Unido. Um em cada três londrinos
pertence a uma minoria étnica.
Consideramos que os Jogos de Londres 2012
são importantes por serem não só uma
celebração do desporto, mas também um factor
de regeneração. Estão a transformar uma das
zonas mais degradadas de Londres, à semelhança do
que aconteceu com a regeneração de uma das zonas
mais bonitas de Lisboa por ocasião da Expo98. Irão
criar milhares de postos de trabalho e habitações,
oferecer novas oportunidades para negócios na zona
de Londres, deixando também um legado a todo o
país, dado que haverá competições olímpicas em
Glasgow, Cardiff, Weymouth, Birmingham, Manchester
e Newcastle.
As Olimpíadas de Londres 2012 representam muito
mais do que uma grande oportunidade para exibir
talentos desportivos; são uma oportunidade para
promover competências e talentos entre a comunidade
local e para promover o comércio e o emprego.
Números recentes mostram que mais de uma em
cada 10 pessoas que estão a trabalhar no Parque
Olímpico em Londres estavam desempregadas; um
terço das 2.275 pessoas que lá trabalham vivia na
zona; calcula-se que cerca de 10.000 trabalhadores
da construção civil estarão empregados quando o
contracto atingir o seu ponto mais alto em 2009/10.
Isto mostra como os Jogos podem ser um elemento
catalizador da mudança económica e social. Mas tão
importante como o legado dos Jogos de 2012 em
termos de infra-estruturas, será o legado em termos
de emprego duradouro e competências para as pessoas
locais e para o sector da construção no Reino Unido.
Apelamos a pessoas e empresas para que façam parte
deste projecto: façam parte de um país que tem
estado na primeira linha do combate contra as
alterações climáticas; um país reconhecido como o
melhor local na Europa para se ser bem sucedido no
comércio global; um país inclusivo, virado para o
futuro, dinâmico e inovador, que é visitado todos os
anos por cerca de 32 milhões de pessoas.
Por tudo isto, a minha mensagem para todos em
Portugal é: venham fazer parte deste grande projecto!
Alex Ellis, Embaixador Britânico em Portugal
24 | portugal protocolo nº5
e s p a ç o
O Estádio Nacional pretendia melhorar a
“formação física da mocidade” e permitir a
realização de exercícios e de jogos que gerassem,
cultivassem ou demonstrassem a destreza e a
força dos indivíduos e dos grupos”
O Estádio Nacional do Jamor
portugal protocolo nº5 | 25
e s p a ç o
A promessa feita por Salazar, em 1933, de
construir um estádio, começou a tomar forma
um ano depois, com o Plano Geral de Distribuição
de uma Cidade olímpica, desenvolvido pelo
Arqt.º Jorge Segurado, no espaço vizinho ao da
projectada Cidade Universitária, no Campo
Grande, em Lisboa.
O Estádio Nacional foi construído noutro local,
na Cruz Quebrada a 10 km de Lisboa.
A sua relação com o ambiente envolvente, no
plano de 1939, delineado pelo Arqt.º Jacoberty
rosa e pelo Eng.º Almeida e Brito, já incluía
uma ligação ao rio Tejo e a construção de
equipamentos construídos na parai da Cruz
Quebrada – uma marina, cais fluvial e clubes
náuticos.
A sua construção iniciou-se em 1938, sob a
tutela do então ministro das Obras Públicas e
Comunicações, o Eng.º Duarte Pacheco, tendo
ficado concluído em 1944.
Exceptuando o hipódromo e as obras fluviais,
o programa de construção foi praticamente
cumprido. Este previa: estádio de atletismo e
futebol, praça da maratona, miradouro da Boa-
Viagem, campos de treinos, estádio de ténis,
courts de ténis, piscinas, hipódromos, marina,
clubes náuticos, cais fluvial, acampamentos
para a mocidade Portuguesa, campistas e para
atletas, o Parque Florestal da Encosta do Esteiro,
oito parques de estacionamento, estação de
eléctricos, estação de comboios, miradouro do
grande estádio, capela, farol, depósito de água,
caracol de Santa Catarina, parque de jogos e
o Instituto Nacional de Educação Física.
A disposição do estádio de atletismo e futebol,
comum na Antiguidade Clássica, aproveitando
o declive natural do terreno, construindo aí as
bancadas. Esta integração paisagística permitiu
a construção daquela estrutura capaz de acolher
48 000 pessoas.
Este tipo de arquitectura era também muito
usual nos regimes fascistas, como o projectado
Foro Mussolini, em 1927 para Roma; a nova
Chancelaria do III Reich, em Berlim, projectada
em 1938 e a imponente Universidade de
Moscovo, nas colinas de Lenine.
O Estádio Nacional de atletismo e futebol foi
inaugurado durante a II Guerra Mundial, e,
contou com a presença de cerca de 60 000
pessoas. A cerimónia oficial de inauguração,
organizada por António Ferro, decorreu no dia
10 de Junho de 1944, contando com uma
grandiosa festa desportiva.
A cerimónia incluiu uma parada desportiva,
tendo sido o estádio decorado pelos pintores
Carlos Botelho e José Rocha.
Mais de 3000 rapazes da Mocidade Portuguesa,
vestidos de branco, bem como a classe de ginástica
feminina da FNAT (Fundação Nacional para a Alegria
no Trabalho), participaram naquela parada.
Este festival foi filmado pelo realizador António Lopes
Ribeiro, num documentário que mostrava a cerimónia
de inauguração e ainda o decorrer das obras de
construção do estádio.
O Complexo Desportivo do Jamor foi, no fim do século
passado, aumentado com novos equipamentos:
piscinas, parque urbano, pista de corta-mato). Também
o estádio foi remodelado, os anteriores 48 000 lugares
passaram a 37 700, com a instalação de cadeiras de
plástico. Foi construído, também, um sistema de
iluminação. Para Jorge Paulino Pereira estas alterações
retiraram “parte do seu carácter majestático, tornando-
se mais um recinto desportivo, talvez mais
apetrechado, mas menos nobre na aparência…”
Agradecimentos ao Instituto do Desporto de Portugal
Bibliografia:
Revista “História”, Ana Assis Pacheco
Revista Olisipo, Jorge Paulino Pereira
Fotografias: Instituto do Desporto de Portugal
o p i n i ã o
Os Jogos Olímpicos antigos, eram um festival
religioso e atlético da Grécia antiga, que se realizavam
no santuário de Olímpia, em honra de Zeus. Eram
um acontecimento único, tudo parava para a realização
dos jogos, até as guerras pois tinham um carácter
religioso e ético. Após diversos estudos atribui-se o
ano de 776 a.C. à primeira edição destes festivais
religiosos e atléticos.
Zeus, era o pai e o soberano dos deuses, a quem foi
erigida uma estátua em mármore cristalizado, da
autoria de Fídias, considerada uma das sete maravilhas
do mundo antigo, colocada no santuário construído
em sua memoria, (ainda hoje se podem ver as ruínas)
na cidade de Olímpia, num local paradisíaco no centro
de um bosque.
Estes festivais eram constituídos por diversas provas
como: Corridas Pedestres que incluíam a corrida de
192 metros, o comprimento do estádio sendo esta
prova a mais antiga e de maior prestígio, já que o
seu vencedor daria o nome aos jogos, duplo estádio
e corrida com armas; Corridas Equestres que incluíam
as corridas de carro ou de cavalo de cela; Luta onde
era obrigado provocar e derrubar três vezes o
adversário, para se consagrar vencedor; Pugilato, em
que se atacava só com os punhos, e os concorrentes
envolviam os dedos com tiras de couro; Pancrácio
era uma combinação de luta e pugilato, por vezes
levava o concorrente à morte, onde tudo era permitido
excepto enfiar os dedos nos olhos, atacar a região
genital ou morder e, o Pentatlo que era composto
pelo lançamento do disco, por vezes feito de pedra,
bronze ou ferro, com mais de 2,5kgs., lançamento
do dardo, salto em comprimento, corrida de estádio
e a luta.
Estas provas duravam 5 dias e terminavam com uma
procissão, liderada pelos atletas vencedores até
ao Templo de Zeus, onde eram premiados um
por um com uma coroa de louro atribuída pelos
juízes, os espectadores atiravam pétalas e folhas
sobre os vencedores e à noite havia grandes
festas e banquetes.
Esta é a história conhecida e resumida do início
dos jogos olímpicos, os quais foram
interrompidos após a guerra do Peloponeso.
O renascimento dos Jogos Olímpicos, depois de
16 séculos da sua extinção, foi realizado com
a preciosa mão de Pierre de Fredy, pedagogo
francês, Barão de Coubertin, onde esperava
reviver a antiga tradição grega e unir os povos.
Assim em 1894, contando com a presença de
representantes de 15 Países, fundou o Comité
Olímpico Internacional (C.O.I), organismo que
ainda hoje controla todo o mundo olímpico. Dois
anos depois, realizava-se em Atenas os primeiros
jogos olímpicos da era moderna contando com
285 atletas de 13 países.
A partir daqui as olimpíadas são realizadas de
4 em 4 anos e a cidade onde se realizam os
jogos é decidida numa reunião do C.O.I., sete
anos antes da prova.
Existem centenas de desportos mas nem todos
são considerados olímpicos, para serem
aprovados têm que ser praticados por homens
em pelo menos 75 países e em 4 continentes,
e, por mulheres em pelo menos 40 países e em
3 continentes.
O Hino dos Jogos Olímpicos foi composto por
Spirou Samara, baseado num poema de um
poeta grego Costis Palamas e foi ouvido pela
primeira vez na primeira edição dos jogos
olímpicos modernos, em 1896.
A Tocha Olímpica, arde pela 1ª vez em 1936
em Berlim. Esta tocha é acendida em Olímpia
e chega ao estado olímpico desse ano, sempre
acesa. O criador desta cerimónia foi o alemão
Carl Diem e recorda a tradição grega que se
acendia uma fogueira no altar da Deusa Hera
durante a realização dos festivais.
A Bandeira Olímpica, idealizada pelo Barão de
Coubertin, é toda branca, com os cinco anéis
entrelaçados e é a bandeira actual dos jogos
olímpicos. A primeira bandeira foi costurada em
Paris e apareceu pela primeira vez oficialmente
em 1914 mas só foi hasteada em 1920 em
Antuérpia.
Os anéis representam os continentes (azul a
Europa, amarelo a Ásia, verde a Oceânia, e o
verde a América)
O Lema Olímpico “Citius, Altius, Fortius” –
traduzido para português significa “mais rápido,
mais alto, mais forte”, foi criado por um monge
francês chamado Didon amigo do Barão de
Coubertin.
Maria Olímpia Simões
26 | portugal protocolo nº5
portugal protocolo nº5 | 27
c o m o d e v e s e r
Não há desporto sem protocolo e algumas
modalidades desportivas têm até regras de
protocolo bastante rígidas. Mas há também
muitas regras de cortesia que não são
obrigatórias e não constam dos regulamentos
que regem as modalidades e que se tornaram
uma tradição.
O Protocolo Desportivo tem mais visibilidade
nos grandes acontecimentos internacionais,
onde os países, as delegações, os dirigentes,
os atletas e os espectadores, através de atitudes
carregadas de simbolismo, trocam cumprimentos
e agradecimentos e prestam as devidas honras
protocolares.
Os jogos olímpicos foram e são sempre um bom
exemplo da rigidez e da flexibilidade do protocolo,
pela diversidade de modalidades envolvidas,
pela diversidade de povos e países que neles
participam e pelos diversos protocolos e tipo de
cortesias que é preciso ter em conta e conciliar,
numa organização daquelas dimensões.
E mais do que a propósito dos jogos olímpicos
deste ano, e no âmbito das regras de
comportamento que dizem respeito a todos e
a cada um dos membros de uma delegação
olímpica, cabe aqui falar do comportamento dos
atletas nacionais que se deslocaram a Pequim
e que tiveram a ousadia de, em plenos jogos,
aproveitar o tempo de antena para fazer as
suas reclamações e exigências, bem como dos
dirigentes que não souberam estar à altura dos
acontecimentos, dando uma imagem pouco
digna da representação portuguesa. Não era o
tempo e não era com toda a certeza o lugar.
Pode dizer-se que foi uma belíssima “queda”
protocolar.
Mas voltemos ao protocolo propriamente dito.
As Bandeiras e os Hinos dos Países intervenientes
numa competição, a quem é prestada a
homenagem e honra devidas em competições
que envolvem dois ou mais países ou quando
os atletas sobem ao pódio para receber uma
medalha de ouro, são um ponto alto do protocolo
desportivo.
As regras de comportamento e os trajes são
formalidades que fazem parte do dia a dia de
muitas modalidades e podem ir desde o vestuário
do praticante ao vestuário e ao comportamento
mais ou menos elegante e mais ou menos rígido
do espectador. As corridas de cavalos de Royal
Ascot são um bom exemplo da rigidez de regras
que não podem ser infringidas sob pena de os
espectadores verem a sua entrada barrada no
recinto do acontecimento. Este ano, a Rainha
Isabel II, impôs rigorosas regras de protocolo
para Royal Ascot, no que se refere ao traje,
proibindo as mulheres de mostrarem os ombros e de
usarem mini-saia, cujo uso foi considerado impróprio.
Estas corridas são um dos mais tradicionais eventos
da elite britânica, famoso pelos chapéus usados pelas
espectadoras. Quem assistiu às corridas na presença
da Rainha cumpriu rigorosamente as regras de
protocolo criadas pelo Duque de Devonshire e
aprovadas pela soberana:
- Os homens com fatos de três peças e chapéu alto;
- As mulheres, de chapéu, ombros e pernas cobertos
e com vestidos ou conjuntos de calças; as alças, com
mais de 25 mm de largura.
O Desporto não existe se só tiver atletas, precisa de
espectadores para que a competição tenha visibilidade,
para que exista de facto. É fundamental que, à partida,
algumas regras de convivência estejam definidas para
serem cumpridas, porque mesmo com regras,
passamos a vida a ouvir falar de ausência de
desportivismo e de falta de fair play. E o protocolo
e a etiqueta valem para todos: para atletas, para
dirigentes e para espectadores.
Margarida de Mello Moser
28 | portugal protocolo nº5
1 º e n c o n t r o e m p r e s a r i a l
As empresas privadas e as entidades oficiais organizam, cada vez mais, reuniões
e eventos com um forte impacto social. Pela importância que estes acontecimentos
têm, são colocados aos profissionais novos desafios a nível protocolar que
obrigam a um maior profissionalismo.
Para dar resposta a estas e outras questões, o Gabinete Portugal Protocolo e
o IAEC, realizaram o I Encontro Empresarial no dia 24 de Junho, no Hotel
Avenida Palace, em Lisboa.
Naquela sessão, num ambiente informal e descontraído, foi debatida a importância
do Protocolo Social no Meio Profissional, onde houve lugar para a colocação
de questões e dúvidas sobre esta temática. Este debate foi conduzido por
Henrique Pietra Torres, especialista na área do Protocolo.
Este encontro visou igualmente a vertente de entreajuda onde foram leiloadas
peças de relevantes artistas portugueses: uma pintura de Virgínia Goes, uma
edição de colecção do livro “29 Janelas de Maluda” de António Homem Cardoso,
a colecção “Aqua Librae” de Manuel Carmo, uma peça de cerâmica de Dário
Vidal e uma peça de joalharia de Filipe Caracol, cujo valor reverteu a favor da
SOL – Associação de Apoio às crianças infectadas pelo Vírus da Sida
e suas Famílias, representada por Teresa de Almeida, presidente da associação,
como convidada de honra.
Protocolo Social no meio Profissional
portugal protocolo nº5 | 29
1 º e n c o n t r o e m p r e s a r i a l
1
2 4
5 6
1. Margarida Lima Fonseca, Leonor
Correia de Sá, João Micael, Teresa de
Almeida e Maria do Rosário Ramos
2. Virgínia Goes
3. Manuel Carmo
4. Filipe Caracol
5. Piedade Polignac de Barros
6. Maria Hermínia Caetano Ramos
30 | portugal protocolo nº5
n o t í c i a s
Palácio da Ajuda homenageia
mecenas e voluntários
Mecenas e doadores do Palácio Nacional da Ajuda
foram homenageados, no dia 25 de Outubro, num
concerto de música clássica com a actuação do barítono
Luc Lalonde, os pianistas Wonny Song e David
Triestam, o violinista Alexander da Costa, que
interpretaram obras de Ravel, Stenhammmar e
Beethoven; e entrega de diplomas a 17 voluntários
para distinguir o seu "trabalho excepcional" no palácio.
Esteve presente a Secretária de Estado da Cultura,
Paula Fernandes dos Santos e o director do Instituto
de Museus e Conservação, Manuel Bairrão Oleiro.
Após o concerto foi servida uma ceia, oferecida pela
Nestlé, aos convidados desta homenagem.
Secretária de Estado da Cultura,
Paula Fernandes dos Santos
portugal protocolo nº5 | 31
n o t í c i a s
1
2 3
4 5
1. O barítono Luc Lalonde
2. Isabel Silveira Godinho e Manuel
Bairrão Oleiro
3. Entrega de diplomas
4.Isabel Silveira Godinho e
5. Embaixadora do Peru, Luzmila Zanabria
e João Micael
n o t í c i a s
32 | portugal protocolo nº5
Funchal 500 Tall Ships Regatta 2008
O Funchal recebeu, em Outubro, os grandes veleiros
participantes na Tall Ships Regatta Funchal 500 Anos.
O programa, integrado na comemoração dos 500
anos de instituição como cidade pela coroa Portuguesa,
a primeira a ser instituída nos vastos domínios dos
Descobrimentos, foi variado e promoveu a interacção
entre a população da cidade e os tripulantes: como
a visita a alguns dos mais emblemáticos veleiros do
mundo; o cocktail oferecido pelo embaixador do
México, no navio Cuauhtemoc a Miguel de Albuquerque,
presidente da Câmara Municipal do Funchal e
convidados; a exposição fotográfica "Tall Ships Race
- Funchal 500 Anos - Na rota dos Grandes Veleiros",
de Leonel Nóbrega e a assinatura de protocolo de
cooperação entre o Funchal e Ílhavo.
1
2
1. Comandante do navio Cuauhtemoc, embaixador e embaixatriz
do México, Miguel e Elizabeth de Albuquerque e um oficial do
veleiro mexicano
2. Assinatura do protocolo d ecooperação entre o Funchal e Ílhavo,
no Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal
portugal protocolo nº5 | 33
n o t í c i a s
Audi Med Cup 2008
A final do circuito de regatas líder mundial – o Troféu
de Portugal: Audi Med Cup, teve lugar em Portimão,
em Setembro. Este foi o segundo ano consecutivo
em que esta cidade recebeu este evento internacional.
O circuito de regatas contou, este ano, com 20 equipas
oriundas de dez diferentes países, entre eles Portugal.
1
2
3
4
1. João Lagos e Manuel da Luz
2. Bebé Arnoso e João Sachetti
3. Helena Gil, António Ponces de Carvalho e Margarida Ruas.
4. Júlia e Sílvio Santos
5. Manuel e Daiana Pinto Coelho, Madalena Mendonça, António e
Sandra Garcia Pereira
Protocolo no desporto

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Protocolo no desporto

  • 1.
  • 2. w w w. p o r t u g a l p r o t o c o l o . c o m p r o t o c o l o @ p o r t u g a l p r o t o c o l o . c o m
  • 3. 4| Editorial 5| Protocolo, Ten. Cor. Adriano Firmino 10| Entrevista, Comandante José Vicente Moura, Comité Olímpico de Portugal 14| Entrevista, João Lagos, Lagos Premium Events 18| Arte & Cultura, A Bandeira Nacional, Museu da Presidência da República 20| Entrevista, Jorge Baptista 22| Jogos Olímpicos Londres 2012, Embaixador Alex Ellis 24| Espaço, Estádio Nacional do Jamor 26| Opinião, Maria Olímpia Simões 27| Como deve ser, Margarida de Mello Moser 28| 1º Encontro Empresarial, Protocolo Social no Meio Profissional 30| Notícias, Concerto dos Mecenas, Palácio Nacional da Ajuda 32| Notícias, Funchal 500 Tall Ships Regatta 2008 33| Notícias, Audi Med Cup 2008 34| Empresas & Marcas, Breitling for Bentley HP e NBA PORTUGAL PROTOCOLO - Revista Trimestral | Nº 5 | 2008 Director João Micael Editor de Fotografia António Homem Cardoso Tratamento de Imagem Joana Regaleira Arte Portugal Protocolo Design Publicidade e R.P. Ana Ferreira Colunistas Margarida de Mello Moser | Maria Olímpia Simões Colunistas Convidados Embaixador Alex Ellis | Ten. Cor. Adriano Firmino Assinaturas protocolo@portugalprotocolo.com Propriedade João Micael - Protocolo, Imagem e Comunicação Unipessoal, Lda. Rua Actor Augusto de Melo, 4 - 3º Dto. | 1900-013 Lisboa Portugal Tel. +351 21 410 63 56 | +351 21 410 71 95 | Telem. +351 91 287 10 44 www.portugalprotocolo.com protocolo@portugalprotocolo.com Registado no Instituto de Comunicação Social nº 124967 Depósito Legal: 24 90 99/06 ISSN - 1646 - 6055 INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E IMAGENS POR QUASQUER MEIOS portugal protocolo nº5 | 3 s u m á r i o
  • 4. 4 | portugal protocolo nº5 e d i t o r i a l A i m p o r t â n c i a d o d e s p o r t o O desporto está intrinsecamente ligado à história da humanidade, o Homem usa a sua destreza física em honra das suas divindades, de ideais políticos, estéticos e bélicos. Jogos como o Tlatchtli1 , os jogos olímpicos helénicos, as provas celtas, as justas medievais e os actuais desportos como o futebol e as olimpíadas da era moderna compartilham a mesma necessidade: regras de comportamento e o reconhecimento dos vencedores através de rituais e cerimoniais estabelecidos para o efeito, através da simbologia dos metais preciosos, a coroa de louro e de oliveira. O Desporto utiliza o Protocolo nas suas diversas actividades e cerimónias rituais, a nível amador, profissional e olímpico. Porque não tendo fronteiras, o desporto aglomera diversas nacionalidades, etnias, religiões e culturas; logo, todos estes aspectos distintos são alvo de uma particular e meticulosa atenção, para que os acontecimentos desportivos decorram numa atmosfera propícia ao excelente desempenho das suas principais personagens, os atletas participantes. Mas, estas não estão sozinhas nos palcos desportivos mundiais, outras desempenham papéis importantes nestes eventos, são elas os dirigentes desportivos, as autoridades oficiais, e, porventura militares, entre outras. Desde a acreditação, passando pelas relações com os órgãos de comunicação social, até à observação das regras protocolares próprias das entidades desportivas, que aliando-se às oficiais dos países anfitriões, tudo concorre para um outro objectivo, tão importante como o anterior, a criação de um ambiente sem incidentes, na gestão dos lugares para todos os convidados especiais e a sua devida recepção, bem como aquele aspecto que, actualmente, se tornou de vital importância – a Segurança. O Protocolo organiza e regula as cerimónias de abertura, a entrega de prémios e as de encerramento, sendo estas as mais visíveis são também as mais importantes. João Micael 1 Jogo sagrado dos astecas, precursor do basquetebol.
  • 5. portugal protocolo nº5 | 5 A d e q u a r a o s n o v o s d e s a f i o s O mundo dos desportos é seguramente, em matéria de organização de eventos, e com larga diferença, aquele que maior número de actividades suporta. Todo e qualquer evento, desportivo ou não, encontra-se profundamente dependente do tipo de enquadramento social em que decorre e quando a sua prática não respeita um conjunto de rigorosos princípios profissionais e pedagógicos, facilmente se transforma numa nociva actividade social. O desporto é algo mais que uma actividade que desenvolve as qualidades físicas do indivíduo que o pratica. Em redor daquele giram numerosos aspectos como se de uma grande empresa se tratasse, sendo sobejamente reconhecida a importância que a imagem tem na organização da competição, dando origem a que muitos eventos desportivos, pela repercussão social que têm, se convertam em espectáculos, mais que em simples acontecimentos desportivos. Face às envolvências directas e indirectas, provocadas 10º Grande Prémio de Portugal–Algarve, F1 Motonáutica, 2008 p r o t o c o l o e alimentadas pela capacidade multimédia actual, o desporto em geral e os eventos desportivos em particular, constituem-se num palco privilegiado para que os políticos se identifiquem com os cidadãos. Hoje em dia, e cada vez mais, a presença de entidades e personalidades nos grandes eventos desportivos reveste-se mais de um factor social e politico do que desportivo, em que esta componente assume um papel secundário ou meramente ocasional, quando, por exemplo, se assiste a um Torneio de Ténis em Wimbledon ou a um espectáculo no Teatro La Scala de Milão. O organizador de um evento desportivo deve participar desde a sua gestão e já lá vai o tempo em que o agente de protocolo se resignava a atribuir o aspecto formal à estética daquele, sendo que nos nossos dias, o responsável pelo protocolo integra-se total e permanentemente com a essência do evento. As instituições modernas, onde se incluem as desportivas, pretendem adquirir e manter uma imagem de acordo com os seus valores culturais, canalizando as suas projecções num conceito de perfeição e eficácia, utilizando o protocolo como instrumento idóneo da sua politica de gestão através da adequada aplicação
  • 6. 6 | portugal protocolo nº5 p r o t o c o l o da comunicação. Investir em protocolo significa investir em imagem, caracterizando os procedimentos num ponto de vista profissional, que transmita uma mensagem de seriedade e capacidade a quem se relaciona com a instituição em causa, mas apesar disso, hoje em dia existem entidades desportivas, nacionais e internacionais, que continuam a não atribuir a adequada importância ao assunto, deixando esta disciplina em mãos de pessoas que não têm qualificação profissional suficiente para poder oferecer um serviço de qualidade. Quantos eventos desportivos vimos que perderam projecção ou interesse porque a entrega de prémios foi um desastre ou porque a tribuna de honra não dispunha dos lugares devidamente atribuídos? Nos tempos modernos, toda e qualquer organização necessita de comunicar e exercer as suas habilidades de persuasão com o seu público, para atingir os seus objectivos. Um evento, bem planeado e programado, desperta a atenção, provoca a curiosidade e motiva o interesse, em que tudo é mensagem: o cenário, o ambiente, a integração da presidência, a integração dos convidados, a montagem e a logística, que se devem conjugar com inovação e criatividade, equilíbrio entre tradição e futuro e maior coordenação entre organizações e protagonistas. Carlos Fuente Lafuente afirmou a este respeito que “…Os actos por si mesmos são puras estratégias de uma ou várias mensagens, do colocar em cena de uma necessidade de comunicação. O acto poderá ser mais público ou privado, mas tem sempre uma finalidade…” Os desportos diferenciam-se entre si em numerosos aspectos, todos com repercussão nas respectivas actividades de planeamento e execução. O facto de serem individuais e colectivos, concentrados num ou em vários espaços, em recintos ao ar livre ou em recintos cobertos, com duração de mais ou menos tempo, ocorrerem em condições climáticas favoráveis ou desfavoráveis, terem lugar num ou noutro país, são características suficientemente influenciadoras em vários aspectos relacionados com a organização e particularmente com o protocolo. Senão vejamos: no caso de desportos individuais e colectivos, nas cerimónias de entrega de prémios não só varia o número de troféus a serem entregues, como também a dimensão do pódio de vencedores; mas mesmo nos desportos individuais, a cerimónia de entrega de medalhas num Campeonato do Mundo de Judo é substancialmente diferente da entrega do troféu de um torneio internacional de ténis, como assistimos anualmente em Roland Garros; nos desportos colectivos, e no caso do futebol, embora se dispute um jogo para atribuição dos terceiro e quarto lugares, na realidade, a cerimónia de entrega de prémios, que ocorre imediatamente a seguir ao respectivo jogo, só contempla a atribuição de troféus ao primeiro e segundo classificados; ainda nos desportos colectivos, no Torneio das 6 Nações em Rugby, também há lugar à atribuição de um troféu à equipa última classificada; no automobilismo, por exemplo, entregam-se prémios aos vencedores e à respectiva escudaria; no hipismo, além dos prémios que se entregam aos cavaleiros, coloca-se uma roseta no cavalo, e depois todos os conjuntos premiados dão uma volta de honra ao recinto; no ciclismo, na Volta a Portugal, vão-se atribuindo troféus em cada uma das chegadas à medida que a prova se vai desenrolando; não se pode comparar o ambiente, interesses e nível social que envolvem as corridas de cavalos em Ascot com, por exemplo e sem desprimor para a modalidade, o Campeonato Europeu de Luta Greco-Romana; em determinadas modalidades os prémios entregam- se por ordem da vitória, isto é, do primeiro ao terceiro, mas outros desportos cumprem a regra do terceiro ao primeiro. Todos estes aspectos, como se verifica, estão relacionados com a tradição, mas dão igualmente a ideia das diferenças protocolárias que existem conforme a modalidade ou disciplina de que se trate. Face às enormes envolvências e variantes do assunto, o protocolo, sendo um dos elementos constituintes da organização de um evento desportivo, relaciona-se e depende praticamente de todas as outras áreas, umas de forma mais directa e outras menos, como sejam a calendarização, os patrocínios, as relações públicas, as relações desportivas, os transportes, os alojamentos, a segurança, as acreditações, a comunicação, a logística, a bilhética, a atenção ao público e o voluntariado. Por outro lado, a recepção de entidades oficiais e desportivas, patrocinadores e convidados, gestão das tribunas, cerimónias de abertura e encerramento, cerimónias de entrega de prémios, outras cerimónias, desportivas e não desportivas, são da responsabilidade do protocolo. Actualmente, o protocolo desportivo padece da ausência ou escassez de normativas estatutárias ou orientações que legislem as diferentes situações protocolárias que se devem estabelecer, tornando imprescindível que cada organização tente resolver a questão isoladamente, gerando- se situações insustentáveis e por vezes graves. Em todas as organizações desportivas resulta fundamental que se estabeleçam as precedências para as autoridades desportivas e não desportivas, na medida em que a sua falta é
  • 7. portugal protocolo nº5 | 7 p r o t o c o l o normalmente origem de conflitos, incomodidade e situações desagradáveis, que se podem evitar. Seria recomendável e desejável que no âmbito da responsabilidade da política desportiva se fixassem critérios e se criassem medidas que se considerem aceitáveis para a maioria e que fossem tomados em conta por todos. A partir daqui, cada organismo, federação ou organização desportiva deveria definir as precedências para os seus próprios eventos. Embora reconhecendo que existem algumas referências, estas são escassas, desprovidas e carentes de bases técnicas, estimando-se no entanto, e ao que à precedência diz respeito, que as autoridades desportivas deveriam ter um tratamento equiparado, todavia, rigorosamente colocadas. A verdade é que todas as incidências se vêm resolvendo na aplicação do protocolo oficial e das técnicas de organização de eventos. Na falta de orientações específicas nesta matéria por parte das entidades oficiais e responsáveis, na organização dos mais variados eventos desportivos, nacionais e internacionais, tem sido usual aplicar o que se encontra contemplado na Carta Olímpica, com as devidas adaptações. O estabelecimento de precedências é fundamental e necessário face à presença de autoridades nos grandes eventos desportivos. A organização e ordenamento de convidados devem responder a critérios do anfitrião, normativas internas e normativas da instituição. Para as autoridades institucionais convidadas segue-se o critério fixado pelas normativas específicas vigentes e em caso de igualdade ou equivalência de cargos, daremos precedência às autoridades desportivas, no entanto, funcionando a normativa das precedências como um guia, não se deve ser obsessivo com o protocolo. O anfitrião deve presidir ao evento mas pode ceder a presidência quando estiver presente uma autoridade política, a máxima autoridade desportiva vinculada à actividade em curso ou por razões de cortesia, a outras autoridades desportivas ou não desportivas. Em princípio, todo o evento desportivo, de carácter nacional, celebrado ou não num recinto desportivo, seja de competição ou não, deverá ser presidido pela máxima autoridade do desporto nacional que se encontre presente, sem deixar de ter em conta o estabelecido na Lei nº 40/2006, de 25 de Agosto, que respeita às Precedências do Protocolo do Estado Português. Em actividades de carácter internacional que se celebrem no nosso país, deverá considerar-se o disposto pela Federação Internacional que organize esse evento, em que a máxima autoridade desportiva do Estado Português presente terá um lugar preferencial, que não significa presidir. Os trabalhos da equipa responsável pelo protocolo, integrada na organização de um evento, além da colaboração no planeamento, começam com os convites. Em regra, às autoridades e personalidades de grande relevância é enviada uma carta personalizada da parte do anfitrião, juntamente com um convite normal, ou inclusivamente, com uma acreditação. Às instituições é costume enviar vários convites para que o responsável da mesma os distribua, sendo que aos mesmos se juntará a indicação dos espaços reservados nas tribunas ou áreas adjacentes. Aos convidados de menor relevância são remetidos convites normais, individualizados. Em qualquer dos casos, o convite deve ser acompanhado de uma nota de protocolo, de tamanho inferior àquele, em que se reflectem aspectos que não devem constar no convite, tanto pela estética como pelo conteúdo, nomeadamente, pormenores importantes na hora de aclarar as questões dos convidados. Estes convites deverão ter um logótipo da entidade que organiza o evento e serão assinados pela máxima autoridade da mesma. No que respeita à recepção das entidades e convidados em qualquer tipo de evento, e os desportivos não são excepção, o anfitrião tem a obrigação de os receber e de se despedir. Quando o anfitrião é a autoridade mais conceituada de todas as assistentes do evento, não subsistem dúvidas a quem cabem essas funções, mas em certos casos estão presentes convidados com status superior, pelo que, por deferência, as mesmas deverão ser incluídas nesse acto, colocando-se por ordem de precedência na chamada “linha de cumprimentos”, localizada de acordo com os pormenores da chegada da alta entidade. Na acomodação dos lugares deverão ser tidos em consideração todos os aspectos relacionados com as precedências e resolvidos os sistemas que se elegeram para definir as presidências, para colocar as autoridades e as regras para situar os convidados, assim como os respectivos acessos, assentes numa clara justificação dos critérios adoptados. Na configuração das tribunas devem ser incluídas as autoridades desportivas, as autoridades políticas, os patrocinadores, os convidados de honra, os convidados especiais, os colaboradores e eventuais individualidades que pela sua importância se entenda que merecem ocupar um lugar especial. Se o espaço o permitir, poderá haver mais que uma tribuna, onde se colocarão as pessoas conforme os quadrantes e origens institucionais, segundo um critério que o anfitrião defina e obedecendo ao prescrito legal a que a matéria importa. É comum admitir um sistema de ordenação em que autoridades oficiais e desportivas ocupem lugares alternados, embora o razoável seja a atribuição de
  • 8. 8 | portugal protocolo nº5 p r o t o c o l o lugares que separem as autoridades desportivas das restantes, que depois de definida a presidência e os lugares de honra, se colocarão, respectivamente, à sua direita e esquerda. Todo o grande evento desportivo deve inaugurar-se numa cerimónia de abertura, para definir o início oficial da competição. Por norma, estas cerimónias envolvem discursos breves das autoridades desportivas e políticas, em que as primeiras se referem ao esforço e trabalho desenvolvidos conducentes à realização do evento, assim como ao espírito desportivo que deve nortear todas as provas, e aos segundos, compete-lhes a declaração de abertura da competição. Não obstante, esta ordem pode sofrer alterações em muitas ocasiões causadas por diversas situações, constituindo-se numa demonstração de que o protocolo não só não é uma ciência exacta, como também se encontra ao serviço de objectivos concretos. Têm igualmente lugar as cerimónias do hastear das bandeiras e da entoação dos hinos, o desfile dos atletas e um espectáculo habitualmente subordinado a temas da tradição histórica e cultural regional ou nacional. Não há cerimónia desportiva que se preze que não utilize bandeiras. Estas não são apenas símbolos representativos dos países, mas também constituem um atractivo dos cenários. Num evento internacional é hasteada a bandeira da entidade desportiva responsável pelo evento, assim como a do país organizador, havendo lugar ao respectivo hino, e ocupando aquelas um local de destaque. As bandeiras correspondentes aos países participantes são hasteadas, ou já assim se encontrarão num determinado local onde se desenvolvem as provas e por vezes também no exterior do recinto, ficando expostas até final do evento, desde a direita em formato linear, ou do centro em alternância regular e por ordem alfabética no idioma do país organizador, aplicando o critério olímpico, com a excepção dos Jogos Olímpicos em que a bandeira da Grécia ocupa o segundo lugar. Se no caso de existirem bandeiras oficiais e bandeiras desportivas de carácter não oficial, deverão colocar-se separadamente. Por ocasião de eventos desportivos nacionais elege-se a bandeira nacional como símbolo máximo do torneio ou campeonato, assumindo a bandeira da Federação responsável pela organização, idêntica e proporcional posição de destaque, e a partir daqui, definem-se as regras para a colocação das restantes bandeiras representativas das entidades desportivas participantes. Em situações de eventos desportivos realizados em recintos cobertos, a colocação das bandeiras no interior do recinto não deve apoiar-se em mastros verticais. Nestes casos, utiliza-se uma fixação pela vertical, podendo as bandeiras manterem a sua posição normal ou ficar fixas superiormente pela tralha. Outra diferença assenta no facto das bandeiras de mastro serem hasteadas manualmente enquanto as bandeiras de fixação vertical o são mecanicamente. Quando as competições não envolvem países mas sim clubes, não se utilizam as bandeiras representativas dos países, mas sim as bandeiras desportivas representativas dos clubes participantes e da entidade organizadora. As cerimónias de entrega de prémios, com variantes muito distintas consoante as modalidades, podem ser actos isolados ou únicos, ou podem ir decorrendo ao longo das provas. É o caso, respectivamente, de um Torneio de Golf, em que apenas ocorre uma cerimónia no final da competição, e que pode ou não ter lugar nas imediações do local onde se desenvolveu o torneio, ou de um Campeonato do Mundo de Equitação, em que os prémios se entregam no local principal das provas, à medida que as disciplinas da modalidade vão terminando. Durante o normal decurso das competições podem ter lugar outras cerimónias, desportivas ou não, nos recintos desportivos ou noutros locais, que pela sua importância e envolvência, merecem especial atenção da equipa de protocolo. Incluem-se nestes casos as recepções, as homenagens, o descerramento de placas comemorativas, banquetes, refeições oficiais, reuniões e entrevistas, que deverão ser preparadas de acordo com as orientações que forem determinadas para o efeito. Às cerimónias de entrega de prémios, que são uma atribuição exclusiva do protocolo, além dos desportistas, assistem as autoridades oficiais que estarão encarregadas de entregar os correspondentes troféus, constituindo uma comitiva que tomará o devido lugar destinado para o efeito. Num local prévio tem lugar a colocação das pessoas para o cortejo da comitiva, cuja ordem estará de acordo com a posterior localização nas imediações do pódio e com o critério que a organização entender, assim como também se confirmam as medalhas ou troféus que irão ser entregues, os ramos de flores ou outros objectos alusivos ao acto, o vestuário definido e a gravação do hino correspondente ao vencedor. O pódio, constituído por três níveis, contempla o 1º ao centro, cedendo a direita ao 2º lugar e a esquerda ao 3º. Deve estar localizado em frente à tribuna principal e o local do hastear das bandeiras deve ser lateral em relação àquele. Quando se trata de desportos colectivos, e
  • 9. portugal protocolo nº5 | 9 consoante o número de atletas das equipas, o pódio deve ter as dimensões adequadas para o efeito, de modo a permitir uma acomodação espaçosa dos medalhados. Um locutor anuncia as entidades que entregam os prémios e quem os acompanha, no idioma do país organizador e em inglês. Conforme as situações e características específicas da modalidade e respectiva federação, podem-se entregar os prémios do 1º ao 3º lugar, ou na ordem inversa, como é o caso dos Jogos Olímpicos. Por fim, é anunciada a interpretação do hino do país do atleta vencedor e simultaneamente são içadas as três bandeiras correspondentes aos atletas agraciados, dispostas segundo o mesmo critério do pódio, tomando aqueles uma posição frontal às bandeiras, rodando nas suas posições. Normalmente, o hino do vencedor dura entre 30 a 40 segundos, na sua versão reduzida. As cerimónias de encerramento têm usualmente o mesmo formato que as cerimónias de abertura, embora com menor duração. Muitos eventos desportivos acabam por não definir um programa específico para a cerimónia de encerramento porque aproveitam os festejos da entrega de prémios para coincidir com o final do evento, que na maioria das ocasiões, traduz o encerramento da competição. Em eventos de grande projecção, as cerimónias de encerramento celebram-se imediatamente depois da entrega do último troféu da competição. A ordem dos discursos é a inversa à da cerimónia de abertura, havendo referência à forma como decorreu, sendo enaltecidos os valores desportivos, e terminando com a declaração de encerramento da competição. Tem lugar a passagem do testemunho, arreando- se e hasteando-se, respectivamente, as bandeiras representativas do organizador que termina e as do organizador seguinte, acompanhando com os hinos. Normalmente tem lugar um espectáculo de diversão, culminando com um convívio entre todos os participantes. Uma das últimas preocupações e tarefas dos responsáveis pelo protocolo, após terminarem as actividades desportivas, é preparar e enviar os agradecimentos a todas as entidades que directa e indirectamente tiveram influência na realização do evento. Os agradecimentos contemplam factos formais da colaboração efectiva que teve lugar ou simplesmente manifestam o gosto e prazer tidos pelas respectivas presenças. Finalmente, mas não menos importante, é fundamental realizar uma reunião de rescaldo e conclusões, elaborando um arquivo escrito ou digital, em que participam todos os elementos da equipa de protocolo e sob coordenação do responsável máximo por essa pasta, revendo e analisando pormenorizadamente todas as etapas do acontecimento, de modo a que os aspectos menos conseguidos possam ser revistos e rectificados, para eventual aplicação em futuras ocasiões nas condições ideais, num conceito de lições aprendidas. Não restam pois dúvidas que em qualquer evento, e particularmente nos desportivos, o responsável pelo protocolo deve trabalhar em equipa de modo a garantir o melhor êxito. A experiência diz que sempre surge um imprevisto, e nesse caso, há que reagir em tempo, encontrar uma solução possível, mesmo que não seja a melhor, adivinhando as consequências. As sequências das cerimónias especificas devem ser bem planeadas, e se possível, treinadas. O profissional de protocolo não pode permitir que aspectos menores interfiram na prossecução do seu plano, e como tal, deve estar sempre muito atento, prever desenvolvimentos inesperados, dividir tarefas e transmitir confiança aos seus colaboradores. O protocolo é a “Ciência da Excelência”, isto é, a técnica que atende à necessidade de alcançar a eficiência e a perfeição daquelas actividades ou acções humanas que têm por objectivo mostrar a imagem pública de uma instituição ou de uma empresa no âmbito da comunicação global. E por isso é algo que interessa a todos, quer seja uma instituição ou uma empresa, grande ou pequena, que pretenda dar boa imagem de si perante o seu público, e organizar os seus actos com brilhantismo e eficiência. Não se trata exclusivamente de uma mera técnica de ordenação ou colocação das autoridades ou das personalidades num acto público oficial, de instituição ou de empresa. O protocolo é, no nosso âmbito, algo mais do que uma ciência auxiliar ou mero recurso plástico formal para que os eventos respondam àquilo a que genericamente chamamos “a percepção do correcto”. O protocolo adaptou-se às novas realidades e costumes da vida moderna que forma parte da estrutura da actividade humana em que a boa intercomunicação e as relações fluidas são essenciais. A nós cabe-nos acompanhar. Texto Adriano Firmino p r o t o c o l o
  • 10. José Vicente Moura, capitão-de-mar-e-guerra, reformado, desenvolveu paralelamente à sua vida militar uma actividade desportiva como nadador. Posteriormente começou uma carreira no dirigismo desportivo na área da natação. Já no Comité Olímpico, começou como secretário-adjunto, depois vogal, segue-se a vice-presidência e finalmente como presidente, cumprindo o seu terceiro mandato consecutivo. 10 | portugal protocolo nº5 j o s é v i c e n t e m o u r a
  • 11. portugal protocolo nº5 | 11 Como eram os Jogos Olímpicos da Antiguidade? Tanto quanto se sabe eram jogos só para os cidadãos helénicos livres, excluindo escravos e as mulheres, que não podiam participar nem assistir aos jogos. Eram jogos com maiores preocupações religiosas do que físicas. Os antigos gregos adoravam os deuses do Olimpo, que apesar de serem divinos se comportavam como humanos. Os gregos tinham uma verdadeira paixão pela beleza física, tanto feminina como masculina, e, portanto, os jogos também visavam homenagear o ideal de beleza nos atletas. Os seus feitos atléticos, de certa forma, imolavam-nos aos seus deuses. Durante o período dos jogos havia uma trégua tácita nas guerras no mundo grego, anunciada por mensageiros. Os jogos eram tão importantes que um atleta vencedor, não recebia directamente qualquer prémio monetário, somente uma coroa de louros, mais tarde de ramos de oliveira, tornava-se um semi-deus adorado por todos. Houve evolução desde os primeiros Jogos Olímpicos Modernos em 1896, em Atenas? Houve uma série de acontecimentos interessantes. Após a descoberta das ruínas da cidade de Olímpia, no século XVIII, pelo inglês Richard Chandler, havia um grande interesse pela arqueologia e pelo passado clássico. Já com o barão Pierre de Coubertin, interessado pelos desportos e após uma visita a uma escola em Rugby na Inglaterra, ficou tão impressionado com a educação daqueles jovens, baseada no desporto para mais tarde seguirem a carreira das armas que decidiu recuperar o ideal dos jogos olímpicos gregos num congresso em Paris. Aí foi, também, criado o Comité Olímpico Internacional, para a organização dos primeiros Jogos Olímpicos, em Atenas. Com o barão Pierre de Coubertin os jogos eram realizados com uma atitude muito utópica – não se aceitavam participações femininas, nem atletas profissionais, somente os amadores e em que o mais importante era participar e não ganhar. Com a sua saída os jogos evoluíram globalmente, já se recebendo todos os países, inclusivamente os países de Leste. A partir de 1984, em Los Angeles, o profissionalismo entrou finalmente nos jogos olímpicos. Os Jogos Olímpicos, de Los Angeles, atingiram uma outra notoriedade global? Sim. Porque o investimento financeiro foi imenso, em infra-estruturas e foram organizados por entidades privadas com fins lucrativos. A partir de então os jogos olímpicos tornaram-se num evento muito lucrativo a todos os níveis, e, nunca mais faltaram candidaturas de várias cidades à sua organização. j o s é v i c e n t e m o u r a
  • 12. 12 | portugal protocolo nº5 j o s é v i c e n t e m o u r a Qual o cerimonial, ou, cerimoniais mais importantes dos Jogos Olímpicos? Como se processam? Há cerimoniais próprios como o acender da chama olímpica em Olímpia pelo método antigo, em que se acende a tocha com a ajuda de um espelho hiperbólico por mulheres vestidas como as antigas sacerdotisas. Esta é como um farol anunciador, que se desloca pelos continentes difundindo a paz e a mensagem que os jogos serão realizados na cidade anfitriã onde a chama finalizará o seu percurso. Este cerimonial termina no estádio olímpico construído nessa cidade, depois do desfile da apresentação dos atletas participantes e finalmente entra um atleta transportando a chama que se dirige à pira olímpica acendendo- a. Também aí os atletas e os árbitros fazem o juramento, segurando a bandeira olímpica, comprometem-se a competir cumprindo as regras desportivas com fairplay. Normalmente são libertadas centenas de pombas como símbolos da paz. Os jogos são iniciados com uma frase pronunciada pela personalidade oficial mais importante, geralmente o chefe de Estado do país anfitrião: “Declaro os Jogos Olímpicos da Era Moderna oficialmente abertos”. O içar da bandeira olímpica é feito ao som do hino olímpico, para além da presença das bandeiras dos países participantes. Esta bandeira fica hasteada juntamente com as bandeiras do Comité Olímpico Internacional e do país anfitrião à parte das restantes bandeiras nacionais. Há, claro, o cerimonial da entrega das medalhas onde num pódio aquelas são distribuídas e é imposta uma coroa de louros, seguindo-se a execução do hino nacional do país do atleta vencedor. Este é o cerimonial que nenhum atleta esquecerá. Há um Protocolo Olímpico? Sim. Este é definido pelo Comité Olímpico Internacional, sendo o Protocolo oficial da inteira responsabilidade do país organizador. Isto, por vezes, origina alguns problemas. O comité olímpico organizador só dá estatuto de grande entidade ao chefe de Estado e ao Primeiro- ministro, excluindo desta categoria os ministros que nem podem representar o Primeiro-ministro na sua ausência, os secretários de estado, por exemplo, nem estão contemplados oficialmente, só como convidados particulares do presidente do comité olímpico do seu país. Nem sempre esta organização e reconhecimento
  • 13. portugal protocolo nº5 | 13 j o s é v i c e n t e m o u r a de precedências é compreendido e aceite provocando algumas situações desagradáveis. Quais as diferenças mais relevantes na organização dos Jogos Olímpicos de um outro evento desportivo internacional? A diferença mais relevante é, naturalmente, o estatuto do Comité Olímpico Internacional e dos seus membros. Estes têm todos os direitos, privilégios e apoios. São os “depositários” do olimpismo internacional, e comportam-se como tal. Diferenciam-se dos restantes comités olímpicos nacionais. Já nos outros eventos desportivos internacionais tal não acontece. É entidade máxima o presidente internacional desse desporto e os restantes estão igualmente equiparados. Quais são os cuidados extraordinários na sua realização, na recepção e acolhimento de atletas, convidados oficiais e VIP? Dá-se sempre muita atenção a este aspecto. A nossa principal preocupação é os resultados, bem como dar total apoio aos atletas – este é o nosso objectivo! Paralelamente há a comitiva olímpica que não integra a missão olímpica – são convidados especiais como membros do governo, parentes de atletas, particulares, etc. Há vários níveis de acreditação, e esta indica o que se pode fazer, assistir, onde estar. São direccionadas para o tipo de convidados, como por exemplo, o dirigente da missão do atletismo só poderá assistir às provas daquela modalidade. Portugal reúne as condições ideais – humanas e logísticas – para a realização dos Jogos Olímpicos? Há possibilidade de se organizar jogos olímpicos em Portugal. Não agora, mais tarde. As estruturas constroem-se, bastando para tal haver dinheiro. Identifico dois problemas para a sua realização: a existência de um número suficiente de medalhas justificativo da realização dos jogos – não seria compreensível que, ao fim de alguns dias, os atletas portugueses estivessem todos eliminados, criando um ambiente de desapontamento. Por outro lado é necessário que os portugueses acreditem em si mesmos. O que se verifica cada vez menos. Texto João Micael Fotografias Homem Cardoso
  • 14. 14 | portugal protocolo nº5 j o ã o l a g o s Figura incontornável do desporto de elite de Portugal, João Lagos tem uma longa e reconhecida carreira no mundo desportivo, no ensino e comunicação social especializada. Organizou eventos desportivos como o golfe, ténis, hipismo, motonáutica, rugby, volei de praia, surf, ciclismo, automobilismo e vela. Foi várias vezes campeão nacional absoluto no ténis, tendo participado várias vezes, como jogador e capitão, na selecção nacional na Taça Davis. Além de outras distinções foi reconhecido como “Personalidade do Século XX” no ténis por parte da Confederação do Desporto, bem como o grau de Comendador da Ordem de Mérito, no dia 10 de Junho de 2005.
  • 15. portugal protocolo nº5 | 15 j o ã o l a g o s Como nasceu a empresa Lagos Premium Events? A Lagos Premium Events não é propriamente uma empresa mas sim uma "bandeira" ou marca sob a qual se aglutinam os eventos "Premium" promovidos pelas empresas do Grupo, com maior destaque para a João Lagos Sports S.A. É uma designação que surge quando transferimos uma parte significativa do nosso esforço e trabalho para a organização de eventos de nível "Premium", com estatuto e dimensão internacional, que contribuem não só para a divulgação da modalidade em causa mas simultaneamente para a promoção além-fronteiras da imagem do nosso País. Que eventos organiza actualmente? Referenciando exclusivamente os eventos "Premium" regulares (anuais) do nosso portfolio actual, temos o Estoril Open (ténis), o Portugal Trophy (vela) e a "Volta a Portugal" (ciclismo). No seguimento da Grande Partida do Lisboa-Dakar em 2006 e 2007 (a edição de 2008 foi abruptamente cancelada na sequência de ameaças terroristas), com o qual pretendemos manter um ligação futura, iremos lançar ainda em 2008 uma nova e importante prova de Todo-o-Terreno integrada no Dakar Series e que manterá no futuro a ligação Portugal / África. Em anos anteriores, para além de eventos na área do golfe (Open de Portugal, Madeira Open e Estoril Open), do hipismo (Gala Equestre), da Motonáutica (Lisbon Grand Prix) e do Surf (Figueira Pro), entre muitos outros, merece destaque particular a organização da Tennis Masters Cup em Lisboa no ano 2000, que marcou decisivamente a nossa credibilidade internacional. É importante o uso do Protocolo no seu trabalho? O Protocolo constitui uma preocupação natural e constante nas nossas organizações, onde a presença de entidades oficiais ao mais alto nível é uma constante. Contudo, tendo em conta que os eventos desportivos são encarados pelas entidades oficiais com maior "à vontade", a importância do Protocolo acaba por ser algo relativizada, em nossa opinião com efeitos indesejáveis. A dificuldade com que o promotor se depara para saber ao certo e com antecedência quem marcará presença nas funções oficiais (por exemplo a cerimónia de distribuição de prémios), obriga a um esforço de improviso nada aconselhável em questões de Protocolo, exponenciando a possibilidade de gaffes protocolares. E se algumas personalidades por um lado não dão grande atenção às atempadas confirmações de presença, por vezes quando o tal improviso as prejudica não têm a mesma postura "desportiva"...
  • 16. 16 | portugal protocolo nº5 j o ã o l a g o s às atempadas confirmações de presença, por vezes quando o tal improviso as prejudica não têm a mesma postura "desportiva"... Quais as diferenças mais relevantes na organização de um evento desportivo internacional de elite? No fundo, se não considerarmos uma provável maior complexidade logística e organizacional pela dimensão do evento, nada mais o diferencia de um qualquer evento desportivo nacional que se preze, onde o selo de qualidade e objectivo de excelência devem ser igualmente elevados. Quais são os cuidados extraordinários na sua realização, na recepção e acolhimento de convidados VIP? Durante muitos anos os eventos desportivos não eram mais do que isso, eventos centrados na competição desportiva, onde a envolvente protocolar e de RP pouca expressão tinha. Hoje em dia a realidade é bem diferente, já que as grandes realizações desportivas constituem veículos de comunicação e de desenvolvimento de acções RP para os seus patrocinadores de valor muito significativo. Aliás o Estoril Open, evento de notoriedade assinalável no tecido desportivo nacional, construiu muito do seu sucesso nessa componente corporate, até para poder compensar e ultrapassar a enorme décalage de audiências de que Ténis sofria há 20 anos atrás. Portugal reúne as condições ideais, humanas e logísticas, para a realização destes eventos? Não tenho dúvidas de que existe em nós, portugueses, excelentes capacidades organizativas, largamente demonstradas em grandes realizações como a Expo 98, o Tennis Masters Cup 2000 ou o Euro 2004, entre outras. O nosso grande calcanhar de Aquiles continua a residir nas infra-estruturas, já que o património nacional para eventos de grande dimensão se confina praticamente aos novos estádios de futebol construídos e remodelados para o Euro 2004 e ao Pavilhão Atlântico, o que é muito pouco se quisermos ser mais competitivos a nível internacional. Que falta para se atingir a Excelência neste campo? Naturalmente não podemos esquecer a dimensão do mercado nacional, que cerceia bastante a possibilidade de realização de grandes eventos, As grandes realizações desportivas constituem veículos de comunicação com valor muito significativo.
  • 17. portugal protocolo nº5 | 17 j o ã o l a g o s nomeadamente quando estão sujeitos a processos de candidatura ou concorrência internacional rigorosos onde a capacidade financeira constitui factor preponderante. Contudo, a maior limitação reside ainda no parco leque de infra-estruturas de qualidade de que dispomos, que permitam aos eventos atingir esse nível de excelência. Qual o episódio mais exemplificativo do correcto uso do Protocolo que tenha contribuído para o sucesso de um evento e da sua organização? Na medida em que o Protocolo não constitui um factor decisivo de sucesso nos eventos desportivos, apesar da sua importância, não me ocorre nenhum exemplo marcante nesse sentido. Recordo contudo uma experiência negativa por parte de um membro do Governo que, ao não ser convidado a participar a cerimónia de entrega de prémios (não nos apercebêramos da sua presença pois não tinha sido anunciada), sentiu--se pessoalmente atingido e reagiu de forma desadequada pondo fim a uma parceria que se desenvolvia há anos (iniciada em Governo anterior) abruptamente e sem dar qualquer tipo de explicações. Texto João Micael Fotografias Homem Cardoso
  • 18. 18 | portugal protocolo nº5 a r t e & c u l t u r a Museu da Presidência da República A Bandeira Nacional Após a vitória da revolução republicana de 5 de Outubro de 1910, os novos dirigentes vêm na redefinição dos símbolos nacionais uma das suas prioridades. O Hino da Carta é substituído pela marcha A Portuguesa, a bandeira azul e branca pela verde e rubra. Porém, a ruptura não é pacífica. Especialmente no que respeita à bandeira e às suas cores em particular a polémica é violenta e duradoira. Tendo constado junto da opinião pública que o recém-empossado Governo estaria inclinado em manter na bandeira as cores azul e branca da monarquia constitucional, a ala republicana mais radical dá a conhecer o seu desacordo. Para esta, as cores azul e branco representam a decadência da monarquia dos Bragança. Reclama antes a evocação da bandeira da jornada revolucionária de 3 a 5 de Outubro e da primeira bandeira a ser desfraldada depois da implantação da República, de cores verde e encarnada, bipartida verticalmente, vermelha junto à tralha, ocupando o verde a maior parte, com a esfera armilar de ouro assente em fundo azul, encimada por uma estrela de prata com resplendor de ouro. Procurando solucionar a questão, a 15 de Outubro de 1910 o Governo nomeia uma comissão para o estudo da Bandeira e do Hino Nacionais. Dela fazem parte eminentes personalidades da vida nacional: o pintor Columbano Bordalo Pinheiro; o escritor Abel Botelho; o jornalista João Chagas; e dois destacados combatentes do 5 de Outubro, o tenente Ladislau Pereira e o capitão Afonso Palla. A 29 de Outubro a comissão apresenta o seu projecto. Em tudo idêntico à bandeira da revolução, apenas se altera a localização das cores e a sua proporcionalidade, ficando agora o verde junto à tralha e ocupando maior espaço o vermelho. A proposta é apreciada em Conselho de Ministros realizado no dia seguinte e são sugeridas algumas modificações. A segunda versão da comissão é avaliada e aprovada pelo Conselho de Ministros menos de uma
  • 19. portugal protocolo nº5 | 19 a r t e & c u l t u r a Museu da Presidência da República semana depois, a 6 de Novembro. Respeitando na globalidade o projecto anterior, é suprimida a estrela e são introduzidas ligeiras alterações à esfera armilar. A 29 de Novembro o Governo Provisório aprova o último projecto, ao que se soube pela maioria de um voto, e estabelece por decreto o 1 de Dezembro como o Dia da Festa da Bandeira, dia em que simultaneamente se celebra a Restauração da Independência em 1640. É o primeiro feriado da jovem República e a primeira grande festa cívica por ela realizada. Na manhã de 1 de Dezembro, frente à Câmara Municipal de Lisboa, a Escola Naval e a Escola do Exército em parada militar e ao som de A Portuguesa prestam homenagem à bandeira verde e rubra. Todavia, a controvérsia não termina. Multiplicam-se os projectos de bandeira, travam-se de razões os seus autores, discutem-se as cores, as armas e a simbologia. As cores são o principal ponto de discórdia. Ao apoio dado ao verde e rubro por Afonso Costa, António José de Almeida ou Teófilo Braga, opõe-se o azul e branco defendido por não menos prestigiadas figuras, de que são exemplo Guerra Junqueiro, Braamcamp Freire, Lopes de Mendonça ou Sampaio Bruno. Os primeiros evocam o verde e rubro da bandeira içada na malograda revolta de 31 de Janeiro de 1891 no Porto e a posterior propaganda republicana, os segundos sublinham a tradição histórica, falam do branco e azul como espelho da alma nacional, lembram que a bandeira verde e rubra içada na varanda do município de Lisboa a 5 de Outubro estava ladeada por duas bandeiras azuis e brancas. O plebiscito reclamado pelos partidários do azul e branco não é aceite pelo Governo e a 19 de Junho de 1911, na sessão de abertura da Assembleia Nacional Constituinte, é sancionado o projecto aprovado anteriormente: “A Bandeira Nacional é bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde-escuro e escarlate, ficando o verde-escuro ao lado da tralha. Ao centro, e sobreposto à união das duas cores, terá o escudo das Armas Nacionais, orlado de branco e assentando sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada de negro”. Dias depois é publicado o parecer técnico sobre as medidas e proporções da bandeira nacional, das bandeiras regimentais e do Jack para os navios. O triunfo da bandeira verde/rubra corresponde à confirmação simbólica dos princípios ideológicos e políticos da propaganda republicana. A matriz democrática, positivista, nacionalista e colonial, laica e anti-clerical do republicanismo histórico é consagrada. O vermelho é a cor dos movimentos revolucionários e populares, o verde a cor destinada por Comte aos pavilhões das nações positivistas do futuro; o escudo das quinas e a esfera armilar a evocação dos dois momentos mais altos da história portuguesa – a fundação da nacionalidade e a epopeia marítima. Pelo contrário, a expulsão do azul-branco é a ruptura com a monarquia e com o culto católico de Nossa Senhora da Conceição. O verde e o vermelho são, aliás, as cores sempre presentes em toda a iconografia que simboliza a República entre 1891 e 1910, ou seja, durante o “período de propaganda” do republicanismo. Por esta ser, mais que a bandeira nacional, a bandeira da República, com uma legitimidade sobretudo política, o seu reconhecimento é complexo. Nem entre os republicanos a opção é consensual. Os actos de desrespeito e repúdio são inicialmente frequentes, mesmo entre os militares. Apenas o tempo e a travessia das vicissitudes políticas e militares a confirmam definitivamente como símbolo nacional. Susana Martins Diário da Assembleia Nacional Constituinte, n.º 1, sessão de 19 de Junho de 1911, p. 1. Fotografia - Imagens de Luz-MPR
  • 20. 20 | portugal protocolo nº5 j o r g e b a p t i s t a Trabalha para a FIFA desde 1991 como media officer, tendo sido convidado para este cargo após o seu desempenho como chefe de imprensa no mundial sub-21 em Portugal, no estádio da Luz. Mais tarde ingressou na UEFA em 1998, trabalhando desde então nos campeonatos mundiais e europeus, bem como em competições como a Liga dos Campeões, os sub-17, 19 e 21. Desenvolve, desde 2007, a actividade de formador na FIFA, realizando seminários de comunicação aos media a alguns países, como a Namíbia, a Guiana Inglesa e o Brunei. Acha, também, que algumas equipas, portuguesas incluídas, deveriam assistir a estes seminários pois são deficitários no campo da comunicação e da imagem.
  • 21. portugal protocolo nº5 | 21 j o r g e b a p t i s t a Há um Protocolo Desportivo? Há, obviamente, regras e normas internacionais da FIFA e das federações no mundo do futebol. Quando se disputam os jogos internacionais há um protocolo específico, inclusivamente, existe um departamento especializado nessa área. Onde se vê esse Protocolo? Nas competições internacionais, como a Liga dos Campeões e os campeonatos europeus e mundiais – marcação de lugares, a relação com os meios de comunicação social, a atribuição de bilhetes de oferta às diversas personalidades, o relacionamento com os patrocinadores, o acompanhamento aos presidentes, a visita aos campos antes dos jogos, o acolhimento dos árbitros, as forças policiais, o almoço ou jantar entre as equipas, a troca de presentes, e, particularmente a comunicação com o departamento de protocolo do clube adversário e as entidades oficiais locais. O Protocolo no futebol é diferente do usado nos outros desportos? É o mais mediático, mas, não é muito diferente dos outros desportos. Quais são os maiores eventos no futebol? Em Portugal são os grandes derbies, como por exemplo o Benfica-Sporting, a final da Taça de Portugal, e, a nível internacional os jogos das selecções, a Liga dos Campeões e os campeonatos europeus e mundiais. Qual é a reputação dos portugueses no meio do futebol? Antigamente éramos considerados “picuinhas”, no sentido de se tomar uma postura de diva. Tempos houve, em que certas organizações “fugiam” dos portugueses, porque estes punham tudo em causa, protestavam por tudo, devido a um certo complexo de inferioridade, e, outras vezes devido ao seu contrário. Hoje, já é diferente, também devido há internacionalização de alguns jogadores e treinadores. Os estrangeiros aprenderam a separar o trigo do joio, não generalizando a sua opinião somente pela nacionalidade. O Euro 2004 foi o marco da diferenciação na percepção dos portugueses no futebol, porque a sua organização foi impecável, o ambiente e envolvimento do povo português alterou a sua imagem junto dos estrangeiros. Texto João Micael Fotografias Homem Cardoso
  • 22. 22 | portugal protocolo nº5 j o g o s o l í m p i c o s l o n d r e s 2 0 1 2 Há já mais de um século que os Jogos Olímpicos são um símbolo de união entre nações e culturas. Hoje em dia os Jogos reflectem a diversidade global de culturas, idiomas e religiões – unidas pelo desporto. As excelentes Olimpíadas deste ano em Pequim mostraram-nos a todos o que os Jogos Olímpicos podem alcançar. As Olimpíadas de Londres Um grande evento desportivo e uma oportunidade para negócios
  • 23. portugal protocolo nº5 | 23 j o g o s o l í m p i c o s l o n d r e s 2 0 1 2 A Grã-Bretanha tem orgulho no sua herança olímpica e desportiva. Os Jogos Olímpicos de 1908 e 1948 realizaram-se em Londres. Foi na Grã-Bretanha que tiveram origem muitos dos desportos mais populares a nível mundial. É também o país onde se realizam alguns dos maiores eventos desportivos, nomeadamente Wimbledon, Grand National, FA Premier League, e a Maratona de Londres. O anúncio de que a candidatura de Londres tinha saído vitoriosa foi feito pelo Comité Olímpico Internacional em Singapura em Julho de 2005. Londres teve que enfrentar a difícil concorrência de algumas das principais cidades mundiais, tais como Paris, Moscovo, Nova Iorque e Madrid. O resultado é um tributo à extraordinária dedicação e imaginação daqueles que contribuíram para tornar um sonho na realidade actual. A nação uniu-se em torno deste projecto. Um dos factores que marcam a diferença e contribuíram para o sucesso da nossa candidatura, é o modo como está direccionada para os jovens – encorajando um número cada vez maior a manter uma boa condição física e a praticar desporto, e encorajando-os, independentemente das suas proezas físicas, a oferecerem os seus serviços à causa olímpica como voluntários. Pensamos que a escolha de Londres para acolher os Jogos Olímpicos de 2012 foi acertada. Londres é uma das cidades do mundo onde existe maior diversidade. Os londrinos falam 300 idiomas e as suas raízes estendem-se a todos os cantos do globo. Um quarto dos londrinos nasceu fora do Reino Unido. Um em cada três londrinos pertence a uma minoria étnica. Consideramos que os Jogos de Londres 2012 são importantes por serem não só uma celebração do desporto, mas também um factor de regeneração. Estão a transformar uma das zonas mais degradadas de Londres, à semelhança do que aconteceu com a regeneração de uma das zonas mais bonitas de Lisboa por ocasião da Expo98. Irão criar milhares de postos de trabalho e habitações, oferecer novas oportunidades para negócios na zona de Londres, deixando também um legado a todo o país, dado que haverá competições olímpicas em Glasgow, Cardiff, Weymouth, Birmingham, Manchester e Newcastle. As Olimpíadas de Londres 2012 representam muito mais do que uma grande oportunidade para exibir talentos desportivos; são uma oportunidade para promover competências e talentos entre a comunidade local e para promover o comércio e o emprego. Números recentes mostram que mais de uma em cada 10 pessoas que estão a trabalhar no Parque Olímpico em Londres estavam desempregadas; um terço das 2.275 pessoas que lá trabalham vivia na zona; calcula-se que cerca de 10.000 trabalhadores da construção civil estarão empregados quando o contracto atingir o seu ponto mais alto em 2009/10. Isto mostra como os Jogos podem ser um elemento catalizador da mudança económica e social. Mas tão importante como o legado dos Jogos de 2012 em termos de infra-estruturas, será o legado em termos de emprego duradouro e competências para as pessoas locais e para o sector da construção no Reino Unido. Apelamos a pessoas e empresas para que façam parte deste projecto: façam parte de um país que tem estado na primeira linha do combate contra as alterações climáticas; um país reconhecido como o melhor local na Europa para se ser bem sucedido no comércio global; um país inclusivo, virado para o futuro, dinâmico e inovador, que é visitado todos os anos por cerca de 32 milhões de pessoas. Por tudo isto, a minha mensagem para todos em Portugal é: venham fazer parte deste grande projecto! Alex Ellis, Embaixador Britânico em Portugal
  • 24. 24 | portugal protocolo nº5 e s p a ç o O Estádio Nacional pretendia melhorar a “formação física da mocidade” e permitir a realização de exercícios e de jogos que gerassem, cultivassem ou demonstrassem a destreza e a força dos indivíduos e dos grupos” O Estádio Nacional do Jamor
  • 25. portugal protocolo nº5 | 25 e s p a ç o A promessa feita por Salazar, em 1933, de construir um estádio, começou a tomar forma um ano depois, com o Plano Geral de Distribuição de uma Cidade olímpica, desenvolvido pelo Arqt.º Jorge Segurado, no espaço vizinho ao da projectada Cidade Universitária, no Campo Grande, em Lisboa. O Estádio Nacional foi construído noutro local, na Cruz Quebrada a 10 km de Lisboa. A sua relação com o ambiente envolvente, no plano de 1939, delineado pelo Arqt.º Jacoberty rosa e pelo Eng.º Almeida e Brito, já incluía uma ligação ao rio Tejo e a construção de equipamentos construídos na parai da Cruz Quebrada – uma marina, cais fluvial e clubes náuticos. A sua construção iniciou-se em 1938, sob a tutela do então ministro das Obras Públicas e Comunicações, o Eng.º Duarte Pacheco, tendo ficado concluído em 1944. Exceptuando o hipódromo e as obras fluviais, o programa de construção foi praticamente cumprido. Este previa: estádio de atletismo e futebol, praça da maratona, miradouro da Boa- Viagem, campos de treinos, estádio de ténis, courts de ténis, piscinas, hipódromos, marina, clubes náuticos, cais fluvial, acampamentos para a mocidade Portuguesa, campistas e para atletas, o Parque Florestal da Encosta do Esteiro, oito parques de estacionamento, estação de eléctricos, estação de comboios, miradouro do grande estádio, capela, farol, depósito de água, caracol de Santa Catarina, parque de jogos e o Instituto Nacional de Educação Física. A disposição do estádio de atletismo e futebol, comum na Antiguidade Clássica, aproveitando o declive natural do terreno, construindo aí as bancadas. Esta integração paisagística permitiu a construção daquela estrutura capaz de acolher 48 000 pessoas. Este tipo de arquitectura era também muito usual nos regimes fascistas, como o projectado Foro Mussolini, em 1927 para Roma; a nova Chancelaria do III Reich, em Berlim, projectada em 1938 e a imponente Universidade de Moscovo, nas colinas de Lenine. O Estádio Nacional de atletismo e futebol foi inaugurado durante a II Guerra Mundial, e, contou com a presença de cerca de 60 000 pessoas. A cerimónia oficial de inauguração, organizada por António Ferro, decorreu no dia 10 de Junho de 1944, contando com uma grandiosa festa desportiva. A cerimónia incluiu uma parada desportiva, tendo sido o estádio decorado pelos pintores Carlos Botelho e José Rocha. Mais de 3000 rapazes da Mocidade Portuguesa, vestidos de branco, bem como a classe de ginástica feminina da FNAT (Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho), participaram naquela parada. Este festival foi filmado pelo realizador António Lopes Ribeiro, num documentário que mostrava a cerimónia de inauguração e ainda o decorrer das obras de construção do estádio. O Complexo Desportivo do Jamor foi, no fim do século passado, aumentado com novos equipamentos: piscinas, parque urbano, pista de corta-mato). Também o estádio foi remodelado, os anteriores 48 000 lugares passaram a 37 700, com a instalação de cadeiras de plástico. Foi construído, também, um sistema de iluminação. Para Jorge Paulino Pereira estas alterações retiraram “parte do seu carácter majestático, tornando- se mais um recinto desportivo, talvez mais apetrechado, mas menos nobre na aparência…” Agradecimentos ao Instituto do Desporto de Portugal Bibliografia: Revista “História”, Ana Assis Pacheco Revista Olisipo, Jorge Paulino Pereira Fotografias: Instituto do Desporto de Portugal
  • 26. o p i n i ã o Os Jogos Olímpicos antigos, eram um festival religioso e atlético da Grécia antiga, que se realizavam no santuário de Olímpia, em honra de Zeus. Eram um acontecimento único, tudo parava para a realização dos jogos, até as guerras pois tinham um carácter religioso e ético. Após diversos estudos atribui-se o ano de 776 a.C. à primeira edição destes festivais religiosos e atléticos. Zeus, era o pai e o soberano dos deuses, a quem foi erigida uma estátua em mármore cristalizado, da autoria de Fídias, considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo, colocada no santuário construído em sua memoria, (ainda hoje se podem ver as ruínas) na cidade de Olímpia, num local paradisíaco no centro de um bosque. Estes festivais eram constituídos por diversas provas como: Corridas Pedestres que incluíam a corrida de 192 metros, o comprimento do estádio sendo esta prova a mais antiga e de maior prestígio, já que o seu vencedor daria o nome aos jogos, duplo estádio e corrida com armas; Corridas Equestres que incluíam as corridas de carro ou de cavalo de cela; Luta onde era obrigado provocar e derrubar três vezes o adversário, para se consagrar vencedor; Pugilato, em que se atacava só com os punhos, e os concorrentes envolviam os dedos com tiras de couro; Pancrácio era uma combinação de luta e pugilato, por vezes levava o concorrente à morte, onde tudo era permitido excepto enfiar os dedos nos olhos, atacar a região genital ou morder e, o Pentatlo que era composto pelo lançamento do disco, por vezes feito de pedra, bronze ou ferro, com mais de 2,5kgs., lançamento do dardo, salto em comprimento, corrida de estádio e a luta. Estas provas duravam 5 dias e terminavam com uma procissão, liderada pelos atletas vencedores até ao Templo de Zeus, onde eram premiados um por um com uma coroa de louro atribuída pelos juízes, os espectadores atiravam pétalas e folhas sobre os vencedores e à noite havia grandes festas e banquetes. Esta é a história conhecida e resumida do início dos jogos olímpicos, os quais foram interrompidos após a guerra do Peloponeso. O renascimento dos Jogos Olímpicos, depois de 16 séculos da sua extinção, foi realizado com a preciosa mão de Pierre de Fredy, pedagogo francês, Barão de Coubertin, onde esperava reviver a antiga tradição grega e unir os povos. Assim em 1894, contando com a presença de representantes de 15 Países, fundou o Comité Olímpico Internacional (C.O.I), organismo que ainda hoje controla todo o mundo olímpico. Dois anos depois, realizava-se em Atenas os primeiros jogos olímpicos da era moderna contando com 285 atletas de 13 países. A partir daqui as olimpíadas são realizadas de 4 em 4 anos e a cidade onde se realizam os jogos é decidida numa reunião do C.O.I., sete anos antes da prova. Existem centenas de desportos mas nem todos são considerados olímpicos, para serem aprovados têm que ser praticados por homens em pelo menos 75 países e em 4 continentes, e, por mulheres em pelo menos 40 países e em 3 continentes. O Hino dos Jogos Olímpicos foi composto por Spirou Samara, baseado num poema de um poeta grego Costis Palamas e foi ouvido pela primeira vez na primeira edição dos jogos olímpicos modernos, em 1896. A Tocha Olímpica, arde pela 1ª vez em 1936 em Berlim. Esta tocha é acendida em Olímpia e chega ao estado olímpico desse ano, sempre acesa. O criador desta cerimónia foi o alemão Carl Diem e recorda a tradição grega que se acendia uma fogueira no altar da Deusa Hera durante a realização dos festivais. A Bandeira Olímpica, idealizada pelo Barão de Coubertin, é toda branca, com os cinco anéis entrelaçados e é a bandeira actual dos jogos olímpicos. A primeira bandeira foi costurada em Paris e apareceu pela primeira vez oficialmente em 1914 mas só foi hasteada em 1920 em Antuérpia. Os anéis representam os continentes (azul a Europa, amarelo a Ásia, verde a Oceânia, e o verde a América) O Lema Olímpico “Citius, Altius, Fortius” – traduzido para português significa “mais rápido, mais alto, mais forte”, foi criado por um monge francês chamado Didon amigo do Barão de Coubertin. Maria Olímpia Simões 26 | portugal protocolo nº5
  • 27. portugal protocolo nº5 | 27 c o m o d e v e s e r Não há desporto sem protocolo e algumas modalidades desportivas têm até regras de protocolo bastante rígidas. Mas há também muitas regras de cortesia que não são obrigatórias e não constam dos regulamentos que regem as modalidades e que se tornaram uma tradição. O Protocolo Desportivo tem mais visibilidade nos grandes acontecimentos internacionais, onde os países, as delegações, os dirigentes, os atletas e os espectadores, através de atitudes carregadas de simbolismo, trocam cumprimentos e agradecimentos e prestam as devidas honras protocolares. Os jogos olímpicos foram e são sempre um bom exemplo da rigidez e da flexibilidade do protocolo, pela diversidade de modalidades envolvidas, pela diversidade de povos e países que neles participam e pelos diversos protocolos e tipo de cortesias que é preciso ter em conta e conciliar, numa organização daquelas dimensões. E mais do que a propósito dos jogos olímpicos deste ano, e no âmbito das regras de comportamento que dizem respeito a todos e a cada um dos membros de uma delegação olímpica, cabe aqui falar do comportamento dos atletas nacionais que se deslocaram a Pequim e que tiveram a ousadia de, em plenos jogos, aproveitar o tempo de antena para fazer as suas reclamações e exigências, bem como dos dirigentes que não souberam estar à altura dos acontecimentos, dando uma imagem pouco digna da representação portuguesa. Não era o tempo e não era com toda a certeza o lugar. Pode dizer-se que foi uma belíssima “queda” protocolar. Mas voltemos ao protocolo propriamente dito. As Bandeiras e os Hinos dos Países intervenientes numa competição, a quem é prestada a homenagem e honra devidas em competições que envolvem dois ou mais países ou quando os atletas sobem ao pódio para receber uma medalha de ouro, são um ponto alto do protocolo desportivo. As regras de comportamento e os trajes são formalidades que fazem parte do dia a dia de muitas modalidades e podem ir desde o vestuário do praticante ao vestuário e ao comportamento mais ou menos elegante e mais ou menos rígido do espectador. As corridas de cavalos de Royal Ascot são um bom exemplo da rigidez de regras que não podem ser infringidas sob pena de os espectadores verem a sua entrada barrada no recinto do acontecimento. Este ano, a Rainha Isabel II, impôs rigorosas regras de protocolo para Royal Ascot, no que se refere ao traje, proibindo as mulheres de mostrarem os ombros e de usarem mini-saia, cujo uso foi considerado impróprio. Estas corridas são um dos mais tradicionais eventos da elite britânica, famoso pelos chapéus usados pelas espectadoras. Quem assistiu às corridas na presença da Rainha cumpriu rigorosamente as regras de protocolo criadas pelo Duque de Devonshire e aprovadas pela soberana: - Os homens com fatos de três peças e chapéu alto; - As mulheres, de chapéu, ombros e pernas cobertos e com vestidos ou conjuntos de calças; as alças, com mais de 25 mm de largura. O Desporto não existe se só tiver atletas, precisa de espectadores para que a competição tenha visibilidade, para que exista de facto. É fundamental que, à partida, algumas regras de convivência estejam definidas para serem cumpridas, porque mesmo com regras, passamos a vida a ouvir falar de ausência de desportivismo e de falta de fair play. E o protocolo e a etiqueta valem para todos: para atletas, para dirigentes e para espectadores. Margarida de Mello Moser
  • 28. 28 | portugal protocolo nº5 1 º e n c o n t r o e m p r e s a r i a l As empresas privadas e as entidades oficiais organizam, cada vez mais, reuniões e eventos com um forte impacto social. Pela importância que estes acontecimentos têm, são colocados aos profissionais novos desafios a nível protocolar que obrigam a um maior profissionalismo. Para dar resposta a estas e outras questões, o Gabinete Portugal Protocolo e o IAEC, realizaram o I Encontro Empresarial no dia 24 de Junho, no Hotel Avenida Palace, em Lisboa. Naquela sessão, num ambiente informal e descontraído, foi debatida a importância do Protocolo Social no Meio Profissional, onde houve lugar para a colocação de questões e dúvidas sobre esta temática. Este debate foi conduzido por Henrique Pietra Torres, especialista na área do Protocolo. Este encontro visou igualmente a vertente de entreajuda onde foram leiloadas peças de relevantes artistas portugueses: uma pintura de Virgínia Goes, uma edição de colecção do livro “29 Janelas de Maluda” de António Homem Cardoso, a colecção “Aqua Librae” de Manuel Carmo, uma peça de cerâmica de Dário Vidal e uma peça de joalharia de Filipe Caracol, cujo valor reverteu a favor da SOL – Associação de Apoio às crianças infectadas pelo Vírus da Sida e suas Famílias, representada por Teresa de Almeida, presidente da associação, como convidada de honra. Protocolo Social no meio Profissional
  • 29. portugal protocolo nº5 | 29 1 º e n c o n t r o e m p r e s a r i a l 1 2 4 5 6 1. Margarida Lima Fonseca, Leonor Correia de Sá, João Micael, Teresa de Almeida e Maria do Rosário Ramos 2. Virgínia Goes 3. Manuel Carmo 4. Filipe Caracol 5. Piedade Polignac de Barros 6. Maria Hermínia Caetano Ramos
  • 30. 30 | portugal protocolo nº5 n o t í c i a s Palácio da Ajuda homenageia mecenas e voluntários Mecenas e doadores do Palácio Nacional da Ajuda foram homenageados, no dia 25 de Outubro, num concerto de música clássica com a actuação do barítono Luc Lalonde, os pianistas Wonny Song e David Triestam, o violinista Alexander da Costa, que interpretaram obras de Ravel, Stenhammmar e Beethoven; e entrega de diplomas a 17 voluntários para distinguir o seu "trabalho excepcional" no palácio. Esteve presente a Secretária de Estado da Cultura, Paula Fernandes dos Santos e o director do Instituto de Museus e Conservação, Manuel Bairrão Oleiro. Após o concerto foi servida uma ceia, oferecida pela Nestlé, aos convidados desta homenagem. Secretária de Estado da Cultura, Paula Fernandes dos Santos
  • 31. portugal protocolo nº5 | 31 n o t í c i a s 1 2 3 4 5 1. O barítono Luc Lalonde 2. Isabel Silveira Godinho e Manuel Bairrão Oleiro 3. Entrega de diplomas 4.Isabel Silveira Godinho e 5. Embaixadora do Peru, Luzmila Zanabria e João Micael
  • 32. n o t í c i a s 32 | portugal protocolo nº5 Funchal 500 Tall Ships Regatta 2008 O Funchal recebeu, em Outubro, os grandes veleiros participantes na Tall Ships Regatta Funchal 500 Anos. O programa, integrado na comemoração dos 500 anos de instituição como cidade pela coroa Portuguesa, a primeira a ser instituída nos vastos domínios dos Descobrimentos, foi variado e promoveu a interacção entre a população da cidade e os tripulantes: como a visita a alguns dos mais emblemáticos veleiros do mundo; o cocktail oferecido pelo embaixador do México, no navio Cuauhtemoc a Miguel de Albuquerque, presidente da Câmara Municipal do Funchal e convidados; a exposição fotográfica "Tall Ships Race - Funchal 500 Anos - Na rota dos Grandes Veleiros", de Leonel Nóbrega e a assinatura de protocolo de cooperação entre o Funchal e Ílhavo. 1 2 1. Comandante do navio Cuauhtemoc, embaixador e embaixatriz do México, Miguel e Elizabeth de Albuquerque e um oficial do veleiro mexicano 2. Assinatura do protocolo d ecooperação entre o Funchal e Ílhavo, no Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal
  • 33. portugal protocolo nº5 | 33 n o t í c i a s Audi Med Cup 2008 A final do circuito de regatas líder mundial – o Troféu de Portugal: Audi Med Cup, teve lugar em Portimão, em Setembro. Este foi o segundo ano consecutivo em que esta cidade recebeu este evento internacional. O circuito de regatas contou, este ano, com 20 equipas oriundas de dez diferentes países, entre eles Portugal. 1 2 3 4 1. João Lagos e Manuel da Luz 2. Bebé Arnoso e João Sachetti 3. Helena Gil, António Ponces de Carvalho e Margarida Ruas. 4. Júlia e Sílvio Santos 5. Manuel e Daiana Pinto Coelho, Madalena Mendonça, António e Sandra Garcia Pereira