O documento discute o conceito histórico de loucura desde a Grécia Antiga até Freud, destacando as diferentes concepções ao longo do tempo, como a visão mítica, organicista e psicanalítica. Também aborda brevemente a psicofarmacologia e os precursores da psicanálise.
2. BIBLIOGRAFIA
COCIUFFO, T. Encontro marcado com a loucura:
ensinando e aprendendo psicopatologia. São Paulo:
Luc Editora, 2001. cap. I, II.
3. LOUCURA: RESGATE HISTÓRICO
Homero (700 a.c.) - Grécia Antiga: loucura atribuída
à ação dos deuses;
Ésquilo (525-456 a.c.), Sófocles (496-406 a.c.),
Erípedes (485-407 a.c.): A loucura é produto dos
conflitos passionais do homem, das paixões, onde se
localiza a sede entre o desejo e a regra social
(semelhança com a psicanálise);
Platão (427-327 a.c.): A loucura acontecia quando a
alma irracional (tórax) estava de alguma forma
separada de sua parte racional (cérebro – imortal).
Ocorria pela má distribuição dos “humores”. Há
dualidade (mente/corpo);
4. Hipócrates (460 a.c. – 380 a.c.): Loucura
resultante da crise do sistema de humores
(concepção organicista). Cérebro como sede das
emoções e pensamento. Ex.: Causa: frustração
sexual; Sintoma: histeria; Terapêutica:
casamento.
Galeno (131 – 200 d.c.): loucura como disfunção
encefálica. Estudioso da anatomia: diferenciação
dos nervos sensoriais e motores. Prevalece o
modelo organicista (causas orgânicas);
Idade Média: reedita-se o modelo mítico de
Homero.
5. Renascimento (Séc. XV e XVI) e a Reforma (Sec.
XV): transição gradativa para a concepção
científica da loucura. Há a disputa entre médicos
e teólogos pelas histéricas, pois elas não seriam
responsáveis por seus atos, devendo ser
consideradas como doentes mentais e não como
bruxas;
Pinel (1745-1826): Priorizou os aspectos
comportamentais da loucura. Defendia que a
histeria era decorrente de afacções psíquicas
(psicogênese), ou seja, uma “neurose”;
Mesmer (1734-1815): loucura como desequilíbrio
do fluído universal. O médico era um magnetizador
restabelecendo a distribuição de fluído pelo corpo;
6. Braid (1795-1860): termo hipnotismo: provocar
estado de sono nos pacientes “nervosos”,
ressaltando a natureza psicológica, por meio da
exploração de conteúdo inconsciente como
originário do mau estado psíquico;
Liébeault (1823-1904) e Bernheim (1840-1919):
hipnotismo como tratamento, o qual era “mera
questão de sugestão”;
Charcot (1823-1893): estado hipnótico como
doença artificialmente produzida, com componentes
orgânicos, só podia ser provocada em histéricos.
Há tendência em explicar as desordens do compto.
e afetivas como produto de modificações
cerebrais;
7. Kraepelin (1856-1926): fundou a nosologia
psquiátrica. Há prevalência do corpo e
ausência do doente. Ignorava-se a fala;
Bleuler (1857-1939): importância da clínica
baseada na escuta do paciente;
Freud (Séc. XIX): sujeito do inconsciente, o
sujeito habitado por forças que desconhece –
subjetividade. Ressaltou a importância da
escuta e do tratamento. Não se sabe
exatamente onde começa e onde acaba a
sanidade mental – presença fluida da
psiquiatria.
8. 1950 - PSICOFARMACOLOGIA
Grande benefício
quando
administrada
adequadamente;
Conforto ( dor);
Remissão dos
sintomas.
Concepção reducionista
– psiquismo é
equivalente à cérebro;
Não podem curar o
sofrimento psiquico;
Não promove mudança
de perspectiva.
10. OPS!! PODE CAIR NA PROVA!!
Psicofarmacologia (aspectos positivos e
negativos);
Psicanálise (conceito de sanidade
mental);
Precursores da psicanálise e seus
pressupostos.
13. CRITÉRIOS DE NORMALIDADE EM
PSICOPATOLOGIA
1) Normalidade como ausência de doença: indivíduo
que não é portador de um transtorno mental
definido;
2) Normalidade ideal: supostamente “sadio”, é
socialmente construída;
3) Normalidade estatística: o normal passa a ser
aquilo que se observa com mais frequência;
4) Normalidade como bem-estar: completo bem-
estar físico, mental e social, e não simplesmente
como ausência de doença.
14. 1) Normalidade funcional: quando não há sofrimento;
2) Normalidade como processo: considera-se os
aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial;
3) Normalidade subjetiva: se dá maior ênfase à
percepção subjetiva do próprio indivíduo;
4) Normalidade como liberdade: quando não se está
limitado em suas possibilidades existenciais, como
acontece com a doença mental;
5) Normalidade operacional: defini-se “normal” e
“patológico” e trabalha-se operacionalmente c/ estes
conceitos.
16. BIBLIOGRAFIA
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia
dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2008. cap. 3
COCIUFFO, T. Encontro marcado com a loucura:
ensinando e aprendendo psicopatologia. São Paulo:
Luc Editora, 2001. cap. I, II.
18. LIMITES DA CIÊNCIA
PSICOPATOLÓGICA
Nunca se pode reduzir por completo o ser humano
a conceitos psicopatológicos!!!
Em todo o indivíduo, oculta-se algo que
não se pode conhecer!!!
20. CLASSIFICAÇÃO DOS
FENÔMENOS
• Comum em todas as pessoas
(ex.: fome, medo ...)Semelhantes
• Há fenômenos semelhantes,
porém com alguma alteração
(ex.: tristeza -> depressão)
Parcialmente
semelhantes
• Próprias das doenças mentais
– fenômenos psicóticos (ex.:
alucinações, delírios ...)
Diferentes
21. PSICANÁLISE
Freud: a neurose seria o resultado do conflito
entre o “ego” e o “id” e, em troca, a psicose,
o desenlace análogo de tal perturbação das
relações entre o “ego” e o mundo externo
• “ego” X “id”
Neurose
• “ego” X
mundo externoPsicose
22. PSICANÁLISE
Melanie Klein: o psicótico não conseguiu superar as
angústias primitivas da infância e regressou a elas
quando sua psicose se tornou manifesta. Todos
possuímos simultaneamente uma parte não psicótica
e uma outra psicótica.
A diferença está no
caráter regressivo
(quantitativo)!!
24. Objeto de estudo indivíduo em
sofrimento psíquico
intenso
Ressalta-se o caráter
HUMANO!!
25. PSICÓLOGO
Trabalha para além do diagnóstico, no encontro
do sofrimento do “outro” e na busca de sentido
para esse sofrimento, o que implica a
compreensão da realidade psíquica, cultural e
econômica dessa população.
Objetiva avaliar o grau de saúde que persiste no
paciente para, a partir daí, iniciar uma
psicoterapia.
Trabalha no encontro do sofrimento humano e na
busca de sentido desse sofrimento.
26. PARA REFLETIR ...
Como pensar no “outro” e em como
é possível atendê-lo, quando
estamos tão ocupados com nossas
angústias com relação ao nosso
desempenho e ao que temos para
oferecer?
27. VALE A PENA RELEMBRAR!! VAI QUE CAI
NA PROVA ....
Critérios de normalidade;
Psicopatologia (definição e seus fenômenos);
Sintomas (conteúdo e forma);
Classificação dos fenômenos;
Psicanálise (definição de psicose – Freud e M. Klein);
Entrevista psicológica;
Objeto de estudo da psicopatologia;
Papel do psicólogo em psicopatologia.
32. Não existem de forma
isolada!
É sempre a pessoa em sua
totalidade que adoece!
A significação dos
fenômenos é + importante
que a descrição de
sintomas!
Cada aspecto da realidade
psic. só existe vinculada à
história do indivíduo!
FUNÇÕES
PSÍQUICAS
34. O INCONSCIENTE
Estrutura mental mais importante do
psiquismo humano;
Regido pelo princípio do prazer;
Atemporal;
Isento de contradição;
Processo primário;
Possui caráter dinâmico (visa expulsar os
desejos para a consciência).
35. ALTERAÇÕES NORMAIS DA
CONSCIÊNCIA
Sono normal: um estado comportamental e uma fase
fisiológica normal e necessária.
Sono NREM(rapid eye movements):
Estágio 1: + leve e superficial;
Estágio 2: um pouco menos superficial;
Estágio 3: sono + profundo;
Estágio 4: sono muito profundo, é + difícil acordar.
Sono REM: semelhante ao estágio 1 NREM. É quando
ocorre a maior parte dos sonhos. Há relaxamento
muscular profundo e movimentos oculares rápidos
36. O SONHO
Vivência predominantemente visuais;
Fenômeno rico e revelador de desejos e temores,
os quais são revelados de forma disfarçada e
indireta;
O conteúdo do sonho tem um sentido!
O sonho, assim como o sintoma, é uma formação
de compromisso entre o consciente e o
inconsciente.
Moreau de Tours (1804-1884): “a loucura é o
sonho do homem acordado.”
37. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS
DA CONSCIÊNCIA
Obnubilação ou turvação da consciência:
rebaixamento da consc. em grau leve e moderado; pac.
pode estar claramente sonolento ou parecer desperto;
há lentidão da compreensão e dificuldade de
concentração; demonstra perplexidade.
Sopor: Marcante turvação da consc.; pac. é
despertado apenas c/ estímulo enérgico e doloroso; é
incapaz de qualquer reação espontânea.
Coma: Grau mais profundo de rebaixamento da consc.,
pois há ausência de qq indício de consc. Grau I:
semicoma; Grau II: coma superficial; Grau III: coma
profundo; Grau IV: coma dépassé.
38. SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
( CONSC.)
Delirium (distúrbios cerebrais agudos e transtornos psicorgânicos):
rebaixamento leve a moderado da consc.;
desorientação termporoespacial;
dificuldade de concentração;
perplexidade;
ansiedade em graus variados;
agitação ou lentificação psicomotora;
discurso ilógico ou confuso e/ou
alucinações, quase sempre visuais;
oscila ao longo do dia .
39. Estado onírico (psicoses tóxicas, abstinência, quadros febris tóxico-
infecciosos)
estado semelhante ao sonho muito vívido;
atividade alucinatória visual intensa com caráter
cênico e fantástico;
há intensa carga emocional, com angústia, terror ou
pavor;
há amnésia consecutiva;
excitação psicomotora;
incoerência do pensamento;
perplexidade.
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
( CONSC.)
40. ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
DA CONSCIÊNCIA
Estados crepusculares (causas orgânicas):
estreitamento transitório da consc. (certa
obnubilação); surge e desaparece de forma abrupta e
tem duração variável; atos explosivos violentos,
descontrole emocional; pode haver amnésia lacunar;
Frequente nos casos de epilepsia, intoxicação por
drogas, traumatismo craniano, quadros dissociativos
histéricos agudos e choques emocionais;
Estado segundo (causas psicogenéticas e choques
emocionais): atos incongruentes, extravagantes e
inconvenientes; quase nunca são graves ou perigosos;
41. ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
DA CONSCIÊNCIA
Dissociação da consciência (quadros ansiosos e
histéricos): estado semelhante ao sonho (estado
onírico), geralmente desencadeado por acontecimentos
psicologicamente significativos, gerando gde
ansiedade; o indivíduo “desliga” da realidade p/ parar
de sofrer;
Transe: assemelha-se ao sonhar acordado, porém c/
atividade motora automática (involuntária) e
repetitiva; ocorre em contextos religiosos e culturais.
42. ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
DA CONSCIÊNCIA
Estado hipnótico: consciência reduzida e estreitada e
de atenção concentrada, induzido por outra pessoa;
podem ser induzidos fenômenos como anestesia,
paralisias, rigidez muscular.
Experiência de quase-morte: são experiências muito
rápidas em que pacientes muito graves referem ter
vivenciado experiência de quase-morte, com sensação
de paz, de estar fora do corpo, luz intensa, contato
com entidade mística.
43. DICAS!!!
Qq. alteração no nível de consciência reflete no
funcionamento global do psiquismo, por isso deve ser
avaliado em primeiro lugar;
Sempre observar a atitude do paciente (desperto,
sonolento);
Observar se o paciente está perplexo, c/ dificuldade
de integrar os estímulos do ambiente;
A orientação, sobretudo, a temporoespacial é o melhor
meio de se avaliar o nível de consciência.
45. ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
Hipoprosexia: concentração, percepção dos
estímulos ambientais e de compreensão, capacidade
de pensar e integrar informações.
Aproxia: total abolição da capacidade de atenção, por +
fortes e variados que sejam os estímulos.
Hiperprosexia: atenção, mantendo-se concentrado
sem fatigar-se.
Distração: superconcentração ativa da atenção sobre
determinados conteúdos ou objetos, com a inibição de
tudo o mais
Distraibilidade: é um estado patológico, c/ dificuldade
ou incapacidade p/ fixar-se em qq. coisa que implique em
esforço produtivo.
46. TRANSTORNOS MENTAIS
Transtornos do humor / quadros depressivos:
geral da atenção, hipoprosexia;
Quadros maníacos: atenção salta de um estímulo p/
outro;
TOC: há vigilância excessiva e desregulada;
Esquizofrenia: dificuldade de anular adequadamente
estímulos sensoriais irrelevantes enquanto realizam
tarefas, lentificação no tempo de reação em
consequência da distraibilidade;
TDAH: prejuízo relacionado à filtragem de estímulos
irrelevantes à tarefa, com relutância em controlar
seus comportamentos e impulsos.
47. DICAS!!
Perguntar ao paciente e à pessoa que o acompanha:
☺ Tem dificuldade p/ se concentrar ?
☺ Distrai-se c/ facilidade ?
☺ Não escuta qdo falam ?
☺ Tem problemas p/ finalizar tarefas ?
☺ Perde coisas necessárias p/ a realização das tarefas ?
A avaliação simples e prática é pedir ao pac. que olhe
os objetos que estão na sala e que logo em seguida cite
o que viu.
51. ORIENTAÇÃO
IMPORTANTE P/ AVALIAR O NÍVEL DE CONSCIÊNCIA!!
AUTOPSÍQUICA
Relação à si mesmo
(3º) – revela se o
sujeito sabe quem
ele é.
AUTOPSÍQUICA
Relação ao mundo –
quanto ao tempo (1º)
e quanto ao tempo
(2º)
52. ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO
Redução do nível de consciência (torporosa ou
confusa): Há alteração da atenção, concentração, da
capacidade de percepção e retenção dos estímulos
ambientais – Forma mais comum de desorientação!;
Déficit de memória: típico em quadros demenciais;
Desorientação apática ou abúlica: indivíduo torna-se
desorientado devido à alteração do humor e da
volição;
Desorientação delirante: convicção plena que estão
habitando o lugar e/ou tempo de seus delírios;
53. ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO
Por déficit intelectual: R.M. grave ou moderado;
Por dissociação: desorientação histérica, c/ alteração
da identidade pessoal, desdobramento da
personalidade;
Por desagregação: Atividade mental gravemente
desorganizada, desagregação profunda do
pensamento;
Qto a própria idade: discrepância de 5 anos ou mais
– indicativo de déficit cognitivo na esquizofrenia.
55. ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
Hiperestesia: aumento da intensidade e duração das
percepções (sons, ruídos). Ocorre nas intoxicações
por substâncias, epilepsia, enxaqueca, esquizofrenia)
Hiperpatia: queimação dolorosa, produzida por um
leve estímulo na pele -quadros neurológicos;
Hipoestesia: o mundo circundante é percebido como
mais escuro – quadros depressivos.
56. ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
Ilusões: Se caracteriza pela percepção deformada, alterada, de um objeto
real e presente. Ocorre em estados de rebaixamento de consciência,
fadiga grave, estados afetivos alterados. São + comuns as visuais.
Alucinação: Percepção de um objeto, sem que este esteja presente (voz,
ruído, imagem);
Alucinose: Qdo o paciente percebe a alucinação como estranha à sua
pessoa. O paciente reconhece o caráter patológico do fenômeno.
Frequente em quadros psicorgânicos e em intoxicações por alucinógenos.
Pseudo-alucinação: Não apresenta uma imagem perceptiva real. “Parece
uma voz (ou imagem)...” ou que “... É como se fosse uma voz (ou imagem),
mas não é bem uma voz”. Frequente em psicoses orgânicas, estados
afetivos, na fadiga, rebaixamento consciência e intoxicações.
57. ALUCINAÇÕES
Auditivas: Simples: qdo se ouve apenas ruídos.
Complexa: qdo se escuta vozes, s/ estímulo real.
Quase sempre de conteúdo depreciativo e/ou
perseguição; Muito frequente na esquizofrenia. Tb
pode ocorrer nos transtornos de humor, no alcoolismo
crônico, nos transtornos de personalidade
(histriônico, borderline) e transtornos dissociativos;
Musicais: Audição de tons musicais, ritmos,
harmonias, s/ o estímulo auditivo externo;
58. ALUCINAÇÕES
Visuais: Visões nítidas, s/ o estímulo visual. Figuras
ou imagem de pessoas, de partes do corpo, de
entidades, de objetos inanimados, animais ou crianças.
Frequente na esquizofrenia e em quadros orgânicos;
Táteis: Sente espetadas, choques ou insetos ou
pequenos animais correndo sobre sua pele. Frequente
na esquizofrenia, nos quadros histéricos, no delirium
tremens e na psicoses tóxicas;
59. ALUCINAÇÕES
Olfativas ou gustativas: Raras. “Sentir” o odor de
coisas podres, de cadáver, de fezes, de pano
queimado. Vêm acompanhadas de forte impacto
emocional. Nas gustativas, os pac. sentem na boca, o
sabor de ácido, de sangue, de urina;
Cenestésicas: Sensações incomuns e claramente
anormais em diferentes partes do corpo, como sentir
o cérebro encolhendo ou o fígado despedaçando;
Cinestésicas: Sensações alteradas de movimento do
corpo, como sentir o corpo afundando, as pernas
encolhendo ou um braço se elevando. Frequentes na
esquizofrenia e nas depressões graves.
60. TEORIAS PSICODINÂMICAS, PSICOLÓGICAS
E AFETIVAS DAS ALUCINAÇÕES
Necessidades e tendências afetivas, desejos e,
sobretudo, conflitos inconscientes. Como
mecanismo primitivo de defesa do ego;
Sentimento de culpa, gratificação, autoridade
dos pais (ex: verbais);
Tentativa de expulsar de seu interior conteúdos
conflituosos insuportáveis, material recalcado,
impossível de ser aceito pelo Eu consciente.
62. ASPECTOS PSICODINÂMICOS
(PSICANÁLISE)
Angústia: Conflito entre “princípio do prazer” e
“princípio da realidade”;
Melancolia (depressão): Modo particular de
elaboração inconsciente de perdas reais ou
simbólicas. O sujeito deposita em si (no próprio Eu)
todo o rancor, ódio inconscientes que guardava pelo
objeto amado, surgindo as auto-acusações, os
sentimentos de culpa, a autopunição em forma de
descuido próprio, idéias e/ou atos suicidas.
63. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA
AFETIVIDADE
Distimia: Termo que designa a alteração básica do
humor, tanto no sentido da inibição como no sentido da
exaltação; Pode ser hipotímica (melancólica) ou
hipertímica (maníaca);
Disforia: Distimia acompanhada de uma tonalidade
afetiva desagradável, mal-humoradas, com forte
componente de irritação, amargura, desgosto ou
agressividade;
64. Puerilidade: alteração do humor que se caracteriza pelo
aspecto infantil, simplório, regredido. O indivíduo ri ou
chora por motivos banais, sua vida afetiva é superficial,
sem afetos profundos, consistentes e duradouros.
Frequente na esquizofrenia, nos déficits intelectuais,
nos quadros histéricos;
Estado de êxtase: Frequentemente associado à
experiências religiosas ou místicas;
Irritabilidade patológica: Qq estímulo é sentido como
perturbador, e o indivíduo reage prontamente de forma
disfórica.
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA
AFETIVIDADE
65. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E
SENTIMENTOS
Apatia: Os pac. queixam-se de não poderem sentir
nem alegria, nem tristeza, nem raiva, nem nada. Está
ligado ao afeto, o paciente relata espontaneamente
sem referir sofrimento. Próprio dos quadros
depressivos e em alguns casos de transtornos mentais;
Embotamento afetivo: Perda profunda e todo tipo de
vivência afetiva. É um fenômeno observável (mímica,
postura, atitude). Frequente na esquizofrenia;
Sentimento de falta de sentimento: O paciente
refere sofrimento. Típico em depressivos graves;
66. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E
SENTIMENTOS
Anedonia: É a incapacidade total ou parcial de obter e
sentir prazer com determinadas atividade e
experiências da vida. É central nas depressões,
podendo ocorrer na esquizofrenia e nos transtornos de
personalidade;
Indiferença afetiva: Trata-se de certa frieza
incompreensível diante dos sintomas que o pac.
apresenta, que parece indicar que, no fundo, o pac.
sabe que seus sintomas são psicogênicos e
potencialmente reversíveis (certo exibicionismo,
teatralidade) – histeria, depressão;
67. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E
SENTIMENTOS
Labilidade afetiva: Mudanças súbitas e imotivadas de
humor, sentimentos ou emoções. Presentes em quadros
depressivos ou maníacos, estados graves de ansiedade,
esquizofrenia e quadros psicorgânicos;
Ambivalência afetiva: Sentimentos opostos a um
mesmo estímulo ou objeto, de modo simultâneo.
Indicativo de cisão radical do Eu, de desarmonia
profunda das vivências psíquicas;
68. Neotimia: (esquizoforia) Um tipo de experiência
afetiva, radicalmente nova, ameaçadora e estranha,
dos pacientes esquizofrênicos, no período que
antecede o surgimento da revelação delirante;
Fobia: São medos específicos psicopatologicamente
desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades
de perigo real oferecidas pelos desencadeantes,
chamados de objetos ou situações fobígenas. Há
intensa crise de ansiedade. Ex.: Fobia simples, fobia
social, agorafobia (aglomeração), claustrofobia
(ambientes pequenos);
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E
SENTIMENTOS
69. Pânico: Reação de intenso medo, de pavor, relacionada
geralmente ao perigo imaginário de morte iminente,
descontrole ou desintegração. Crises agudas e
intensas de ansiedade, acompanhadas por medo
intenso de morrer ou perder o controle. O paciente
relata frequentemente que tinha a nítida sensação de
que iria morrer, perder o controle ou ter um ataque do
coração.
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E
SENTIMENTOS
73. ATOS IMPULSIVOS E ATOS
COMPULSIVOS
Ato impulsivo: Ações psicomotora automáticas, sem
reflexão, ponderação ou decisão prévia, de tipo
instantâneo e explosivo. Associado à incapacidade de
tolerância à frustração. É egossintônico;
Ato compulsivo: É reconhecido pelo indivíduo como
indesejável e inadequado, assim como pela tentativa
de refreá-lo ou adiá-lo. É egodistônico. Também
associado à idéias obsessivas.
75. ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
Agitação psicomotora: Mais comum. Aceleração e
exaltação de toda atividade motora do indivíduo, em
geral secundária a taquipsiquismo acentuado. Associado
à hostilidade e heteroagressividade. Frequente em
quadros maníacos, esquizofrenia aguda, quadros
psicorgânicos, em deficiências mentais e síndromes
demenciais;
Lentificação psicomotora: Profunda lentificação
psicomotora, com ausência de respostas motoras
adequadas, s/ que haja paralisias ou déficit motor;
76. Estereotipias motoras: Perda do controle voluntário
sobre a esfera motora. O pac. repete o mesmo gesto
com as mãos dezenas ou centenas de vezes em um
mesmo dia. Frequente na esquizofrenia e na deficiência
mental;
Maneirismo: É um tipo de estereotipia motora
caracterizada por movimentos bizarros e repetitivos
(mímicas, gestos, linguagem). Posturas e movimentos
estranhos, exagerados, afetados ou bizarros, de forma
involuntária. Acentuam-se com a ansiedade.
ALTERAÇÕES DA
PSICOMOTRICIDADE
77. Conversão: Surgimento abrupto de sintomas físicos
(paralisias, anestesias, cegueira), de origem
psicogênica. Ocorre geralmente em situações
estressantes, de ameaça ou conflito intrapsíquico ou
interpessoal significativos para o indivíduo. A
conversão expressa a representação simbólica de um
conflito psíquico em termos de manifestações
motoras. Frequente na histeria e no transtorno de
personalidade histriônica.
ALTERAÇÕES DA
PSICOMOTRICIDADE
81. ALTERAÇÕES DA MARCHA
Paciente Histérico: A marcha é irregular, mutável,
bizarra, raramente revela um padrão preciso e estável.
Tem-se a impressão de que o paciente está prestes a
cair, mas raramente ele cai, a não ser na presença de
outros. Camptocormia: tronco p/ frente; Hemiplegia
histérica: arrasta o pé “paralisado”; Abasia:
impossibilidade ou dificuldade p/ a marcha; Astasia:
impossibilidade de ficar em pé.
Pacientes esquizofrênicos: Marcadamente bizarra, com
maneirismos. Qdo tb deprimidos apresentam marcha
lentificada e difícil.
82. Os psicofármacos,
principalmente os neurolépticos
de 1ª geração (haloperidol,
clorpromazina, flufenazina,
etc), produzem uma série de
alterações no tônus muscular,
na postura e na movimentação
voluntária e involuntária do
paciente psicótico.
83. OUTRAS ALTERAÇÕES E APRAXIAS
Hiperventilação Psicogênica: Aceleração da respiração.
Ocorre em situações estressantes e associadas à
ansiedade.
Apragmatismo (ou hipopragmatismo): Dificuldade ou
incapacidade de realizar condutas volitivas e
psicomotoras minimamente complexas (higiene pessoal,
limpar o quarto, atividades produtivas diversas). Não há
lesão neurológica, corresponde a alteração das esferas
volitivas e afetivas (hipobulia, apatia). É frequente em
psicóticos crônicos, representando um desafio à
reabilitação.
84. OUTRAS ALTERAÇÕES E APRAXIAS
Apraxia: Impossibilidade ou a dificuldade de realizar
atos intencionais, gestos complexos, voluntários,
conscientes, sem que haja paralisias e sem que faltem
tb o entendimento da ordem p/ fazê-lo ou a decisão de
fazê-lo. Decorre sempre de lesões neurais.
86. ALTERAÇÃO DOS ELEMENTOS DO
PENSAMENTO
Desintegração dos conceitos: Ocorre qdo os conceitos
sofrem um processo de perda de seu significado
original, uma mesma palavra passa a ter significados
cada vez mais diverso. Ex: ateu = “a teu comando”
(comando de Deus);
Condensação dos conceitos: Qdo 2 ou + conceitos são
fundidos, o pacientes involuntariamente condensa duas
ou + idéias em um único conceito, que se expressa por 1
nova palavra (neologismos).
87. TIPOS ALTERADOS DE PENSAMENTO
Pensamento mágico: Segue os designios dos desejos,
das fantasias e dos temores, conscientes ou
inconscientes, adequando a realidade ao pensamento. É
mais comum em crianças, mas tb pode ocorrer na
esquizofrenia, em quadros histriônicos, borderline,
narcisista e em obsessivos-compulsivos (pensamentos
mágicos + rituais compulsivos);
Pensamento concreto ou concretismo: Incapacidade de
entender ou utilizar metáforas, o pensamento é muito
concreto. Pode ocorrer na D.M., nas demências e na
esquizofrenia grave.
88. TIPOS ALTERADOS DE PENSAMENTO
Pensamento vago: O paciente expõe um pensamento
muito ambíguo, c/ falta de clareza e precisão. Pode ser
um sinal inicial de esquizofrenia e de quadros
demenciais e transtornos de personalidade.
Pensamento prolixo: O paciente não consegue chegar a
qq conclusão sobre o tema, dá longas voltas ao redor do
tema. Pode ocorrer nos quadros iniciais da
esquizofrenia, nas D.M. e em neuróticos graves (T.O.C.)
89. TIPOS ALTERADOS DE PENSAMENTO
Pensamento deficitário (ou oligofrênico): Há estrutura
pobre e rudimentar, tende ao raciocínio concreto,
porém a memorização de determinados conteúdos ou
temas pode ser muito extensa e numerosa, porém é
mecânica e rígida (Savant – um tipo de D.M.).
Pensamento desagregado: Radicalmente incoerente, há
uma mistura aleatória de palavras (“salada de palavras”),
que nada comunica ao interlocutor. Ocorre nas formas
graves e avançadas da esquizofrenia.
Pensamento obsessivo: Conteúdo absurdo, mas que se
impõe à consciência. Há angústia e luta constante.
91. DIMENSÕES DO PENSAR
• Modo como o pensamento flui;
• Sua velocidade, ritmo ao longo do tempo.Curso
• Estrutura básica, sua “arquitetura”;
• Preenchida pelos + diversos conteúdos e
interesses do indivíduo.
Forma
• O que dá substância ao pensamento;
• Os temas predominantes, o assunto em
si.
Conteúdo
93. CURSO DO PENSAMENTO
Aceleração do Pensamento: Flui de forma muito
acelerada, uma idéia se sucedendo à outra rapidamente.
Frequente nos quadros maníacos, na esquizofrenia e nos
quadros de ansiedade e de depressão ansiosa.
Lentificação do Pensamento: Há certa latência entre
as perguntas e as respostas. Frequente nas depressões
graves, nos casos de rebaixamento do nível de
consciência e em certas intoxicações (sedativos).
94. CURSO DO PENSAMENTO
Bloqueio ou interceptação do Pensamento: Ao relatar
algo, o paciente, no meio de uma conversa, brusca e
repentinamente interrompe seu pensamento, sem qq
motivo aparente. Exclusivo da esquizofrenia.
Roubo do pensamento: O indivíduo tem a nítida
sensação de que seu pensamento foi roubado de sua
mente, por uma força estranha, por uma máquina, uma
antena, etc. Típico na esquizofrenia.
96. FORMA DO PENSAMENTO
Fuga de idéias: É secundária à aceleração do
pensamento. As associações entre as palavras deixam de
seguir uma lógica ou finalidade do pensamento e passam
a ocorrer por assonância (Ex.: amor, flor, cor ... Ou
cidade, idade, realidade). Frequente nos quadros
maníacos.
Dissociação do pensamento: Os pensamentos passam
progressivamente a não seguir uma sequencia lógica e
bem organizada, mas ainda é possível captar aquilo que o
indivíduo quer comunicar. Encontrado em certas formas
de esquizofrenia.
97. FORMA DO PENSAMENTO
Afrouxamento das associações: Embora ainda haja
concatenação lógica entre as idéias, nota-se já o
afrouxamento dos enlaces associativos. Manifesta-se
nas fases iniciais da esquizofrenia.
Descarilhamento do pensamento: O pensamento passa
a extraviar-se de seu curso normal, toma atalhos,
desvios, pensamentos supérfluos, retornando aqui e
acolá ao seu curso original. Associado a distraibilidade.
É observado na esquizofrenia e, eventualmente, nos
quadros maníacos.
98. FORMA DO PENSAMENTO
Desagregação do pensamento: Há profunda e radical
perda dos enlaces associativos, total perda da coerência
do pensamento, sobram apenas “pedaços” de
pensamento, conceitos e idéias fragmentadas, sem qq
articulação racional. Trata-se de alteração típica de
formas avançadas de esquizofrenia e de quadros
demenciais.
102. As alterações do
juízo de
realidade são
alterações do
pensamento!!
Juízos
patologicamente
falsos, são
chamados de
delírios.
O delírio é um
erro do ajuizar
(julgar) que tem
origem na doença
mental.
Não é tanto a
falsidade do
conteúdo q faz
uma crença ser
um delírio, mas
sobretudo a sua
justificativa.
104. Os delírios agudos surgem de
forma rápida, podendo
desaparecer em pouco tempo
(horas e dias) – psicoses tóxicas
ou infecciosas.
Os delírios crônicos tendem a
ser persistentes, contínuos, de
longa duração (vários anos),
pouco modificáveis ao longo do
tempo.
105. Tal construção está inserida em
um processo de tentativa de
reorganização do funcionamento
mental: o esforço que o aparelho
psíquico empreende no sentido de
lidar com a desorganização que a
doença de fundo produz.
Portanto, nasce de uma
multiplicidade de fatores
complexos (psicológicos, orgânicos,
socioculturais, personalidade)
106. A inércia em mudar as próprias idéias e a
necessidade de sempre dar consistência ao
delírio;
A pobreza na comunicação interpessoal, falta
de contatos pessoais satisfatórios, isolamento
social;
Rejeição do meio social, contribuindo para
sentimentos paranóides, persecutórios e
agressivos;
A partir da perda de respeito e consideração,
o indivíduo tem a necessidade de construir
novas interpretações delirantes p/ manter sua
auto-estima.
MECANISMOS DE MANUTENÇÃO DO
DELÍRIO
107. DELÍRIO SEGUNDO SEU CONTEÚDO
Persecutório: O pac. acredita ser vítima de um complô
e está sendo perseguido por pessoas conhecidas ou
desconhecidas. É o tema mais frequente dos delírios!
Referência: O pac. afirma ser frequentemente alvo
de referências depreciativas, caluniosas. As vezes,
ouve o seu nome e que o xingam ou, simplesmente,
deduz que falam a seu respeito. Está associado à
perseguição.
Influência ou controle: O pac. vivencia o fato de
estar sendo controlado, comandado ou influenciado
por força, pessoa ou entidade externa.
108. DELÍRIO SEGUNDO SEU CONTEÚDO
Erótico: O pac. afirma que uma pessoa, geralmente de
destaque social ou de grande importância, está
totalmente apaixonada por ele e irá abandonar tudo
para que possam se casar.
Depressivo: São aqueles delírios com temática triste,
como ruína, miséria, culpa, auto-acusação, doenças e
até mesmo desaparecimento de partes do corpo e
hipocondríacos. Associados à estados depressivos
profundos e em alguns casos de esquizofrenia.
109. DELÍRIO SEGUNDO SEU CONTEÚDO
Grandeza: O pac. acredita ser extremamente
especial, dotado de capacidade e poderes. A auto-
estima pode estar extremamente aumentada. Ocorre
na esquizofrenia e em quadros maníacos.
Místico ou Religioso: O pac. sente que tem poderes
místicos, ser um novo messias, Deus, um santo ou um
demônio.
Ciúmes/Infidelidade: O pac. percebe-se traído pelo
cônjuge de forma vil e cruel. É presente no alcoolismo
crônico e no transtorno delirante crônico. É frequente
violência física e/ou homicídio.
113. FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Comunicação
Suporte ao
pensamento
(lógica)
Instrumento de
Expressão da
vida subjetiva
Afirmação do
EU
Expressão da
arte e do
lúdico (poesia,
dramatização)
114. A linguagem é uma atividade
social!! Só há linguagem onde
ocorre a possibilidade de
interação social, de diálogo.
A Linguagem está
contextualizada em
determinado ambiente
histórico, político e cultural.
115. ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM
(SECUNDÁRIAS A LESÃO NEURAL)
Afasia: perda da linguagem falada e escrita, por
incapacidade motora (do órgão fonador);
Parafasias: Qdo o indivíduo deforma determinadas
palavras (cadeira por “cameila”, livro por “libro”);
Agrafia: Perda da capacidade já adquirida de efetuar
a escrita.
Alexia: Perda da capacidade já adquirida de efetuar a
leitura; dislexia: disfunção leve da alexia.
Disartria: incapacidade de articular corretamente as
palavras, por paralisias musculares da fonação.
116. ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM
(SECUNDÁRIAS A TRANST. PSIQ.)
Logorréia: Produção aumentada e acelerada
(taquifasia) da linguagem verbal, associado ao
taquipsiquismo, podendo haver perda da lógica do
discurso;
Bradifasia: Oposto da taquifasia, qdo as palavras
saguem-se umas às outras de forma lenta e difícil;
Mutismo: Ausência de resposta verbal por parte do
doente, qdo fica no leito s/ responder ao
entrevistador;
117. ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM
(SECUNDÁRIAS A TRANST. PSIQ.)
Ecolalia: É a repetição da última ou das últimas
palavras que o entrevistador (ou alguém no ambiente)
falou ou dirigiu ao paciente: “Qual o seu nome?” e o
paciente responde: “Nome, nome, nome”.
Palilalia: Repetição automática da última ou das últimas
palavras que ele próprio emitiu em seu discurso;
Logoclonia: Repetição das últimas sílabas que o
paciente pronunciou: “Moro em Jundiaí, aí, aí, aí”;
118. ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM
(SECUNDÁRIAS A TRANST. PSIQ.)
Cropolalia: É a emissão involuntária de palavras
obscenas, vulgares ou relativas a excremento;
Verbigeração: Repetição, de forma monótona e sem
sentido, de palavras, sílabas ou trechos de frases;
Mussitação: Produção repetitiva de uma voz muito
baixa, murmurada, sem significado significativo;
Para-respostas: O paciente “responde” como se
estivesse respondendo de fato a pergunta, mas o
conteúdo de sua fala é completamente disparatado em
relação ao conteúdo da pergunta.
119. O sinal extremo da desarmonia
das estruturas de pensamento e
de linguagem é o desenvolvimento
de uma linguagem completamente
incompreensível, uma língua
privada (do paciente) que ninguém
entende!!
121. ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO
EU
No início do desenvolvimento
psíquico da criança, não há,
entre o Eu e o mundo exterior,
discriminação e delimitação
claras.
O eu do bebê estaria como
que “fundido” com o de sua mãe.
122. Para a Psicanálise, o Eu (ou ego) surge como a
diferenciação adaptativa do aparelho psíquico a partir
do contato da criança com a realidade, por meio do:
Contato contínuo com a realidade
(princípio do prazer X princípio da
realidade);
Investimento amoroso e narcísico dos
pais sobre a criança;
Projeção dos desejos inconscientes dos
pais sobre a criança e consequente
assimilação desses desejos pela criança;
Identificação da própria criança, por
meio da introjeção das figuras parentais
primárias. A criança busca ser como o pai e
a mãe, copiá-los, agir e sentir como eles.
124. ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA DA
EXISTÊNCIA
Consiste na suspensão da sensação
normal do próprio Eu, corporal e
psíquico, na carência da consciência do
mundo perceptivo, na perda da
consciência do sentimento do Eu. Os
doentes relatam que se sentem
modificados, estranhos a si mesmos.
125. ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA DE
EXECUÇÃO
Quando o doente, ao pensar ou
desejar algo, sente porém que de
fato foi um outro que pensou ou
desejou tais pensamentos ou
desejos e os impôs de alguma
maneira. O doente não só se sente
mais senhor de seus pensamento,
como passa a viver sob a violência e
o julgo de um poder desconhecido.
126. CONSCIÊNCIA DE NÃO UNIDADE
DO EU
O indivíduo sente-se radicalmente dividido,
sente-se anjo e demônio ao mesmo tempo, ou
homem e mulher simultaneamente –
ambivalência.
127. CONSCIÊNCIA DE IDENTIDADE DO
EU NO TEMPO
Alguns pacientes relatam que
atualmente, em comparação à
sua vida anterior (em especial
antes do início da psicose), não
são a mesma pessoa. Alguns
chegam a usar a terceira
pessoa para se referirem ao
seu Eu do passado.
128. CONSCIÊNCIA DE IDENTIDADE DO
EU EM RELAÇÃO AO MUNDO
É a perda da sensação de oposição e
fronteira entre o Eu e o mundo. Os pacientes
identificam-se completamente com os
objetivos do mundo externo. O indivíduo
sente que seu Eu se expande para o mundo
exterior e não mais se diferencia deste.
129. DESPERSONALIZAÇÃO E
DESREALIZAÇÃO
É o sentimento de perda ou de
transformação do Eu. É uma vivência
profunda de estranhamento e
infamiliaridade consigo mesmo. O doente
sente-se estranho a si mesmo, vive
marcante transformação, com sentimentos
angustiantes, com a sensação que vai
enlouquecer, perder o controle (crises de
ansiedade, pânico, psicoses tóxicas,
esquizofrenia e depressão).
130. ALTERAÇÃO DO EU CORPORAL
(ESQUEMA CORPORAL)
É a representação que cada indivíduo faz
de seu próprio corpo, o que corresponde
à totalidade da organização psicológica
do indivíduo. Trata-se da forma como o
indivíduo se relaciona e cuida de seu
corpo
131. ALTERAÇÃO DO EU CORPORAL
(ESQUEMA CORPORAL) EM ALGUNS
TRANSTORNOS MENTAIS
Deprimido: vive seu corpo como algo pesado, lento, difícil, fonte
de sofrimento e não de prazer;
Paciente maníaco: sente-se forte, ágil, não conseguindo parar e
repousar por período mais longo;
Esquizofrenia: o paciente tem a sensação de que alguém, algo ou
uma força externa desconhecida age sobre seu corpo, manipulando-o
ou controlando-o;
Histéricos: Tendem a erotizar intensamente o corpo todo,
todavia, não é incomum haver frigidez e anestesia genital;
132. ALTERAÇÃO DO EU CORPORAL
(ESQUEMA CORPORAL) EM ALGUNS
TRANSTORNOS MENTAIS
Quadro obsessivo-compulsivo: vive seu corpo como sendo algo
sujo ou contaminado, tendo de esforçar-se constantemente para
limpá-lo, purificá-lo ou protegê-lo da contaminação;
Hipocondríaco: o corpo é o lugar de todo o seu sofrimento;
Dismorfofobia: o paciente se percebe distorcidamente, como
horrível e digno de enorme vergonha, partes de seu corpo (nariz,
orelham face, seios, mãos, etc);
Pacientes amputados: Podem apresentar o fenômeno de “membro
fantasma”, quando continuam sentindo seus membros mesmo após a
amputação (dor, coceira, aumento).
134. Gioconda, 32 anos, chega para internação na Enfermaria Psiquiátrica do
hospital geral em que você trabalha. A paciente tem 1º grau completo
e trabalha de atendente de uma loja de móveis. Ao entrar na sala,
onde você fará o acolhimento e a primeira entrevista, a paciente se
mostra muito agitada, com maquiagem e batom fortíssimos. Você inicia
a entrevista, porém Gioconda não deixa você nem mesmo terminar a
frase. Sua fala é rápida e sem momentos de pausa. Ela conta que a
estão internando porque é milionária e querem tomar o dinheiro dela.
Segundo a paciente, ela é “miss Brasil e universo. Todos os homens me
olham e querem estar comigo. Minha irmã, com raiva disso me
internou, mas ela também quer meu dinheiro, pois sabe que sou
milionária. Eu sei disso porque ouço ela falando com o namorado, ouço
eles conversando sobre e isso e me acordando à noite gritando que vão
pegar toda minha fortuna”. Relata não usar drogas. Durante o
atendimento, por diversas vezes, a paciente mudou de assunto
repentinamente. Além disso não soube dizer qual era o dia de semana
e nem as horas em que foi internada.
Dalgalarrondo, no capítulo em seu livro “Psicopatologia e Semiologia dos
Transtornos Mentais, cita diversas alterações quantitativas e
qualitativas das funções psíquicas.
Baseado no exame psíquico de Gioconda, assinale a alternativa correta.
135. A)( ) Gioconda apresenta rebaixamento do nível de consciência,
pois está perdida no tempo, espaço e sua atenção voluntária está
dispersa. A paciente apresenta humor irritado e delírios de
grandeza, porém sem alucinações.
B)( ) A paciente apresenta alteração da orientação autopsíquica,
transtorno de humor (mania), distraibilidade, delírios
persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas.
C)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação qutopsíquica,
Transtorno de humor (mania), com hipoprosexia, delírios
persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas.
D)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação alopsíquica,
Transtorno de humor (depressão), distraibilidade, delírios
sexualizados, além de alucinações auditivas.
E)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação alopsíquica,
Transtorno de humor (mania), distraibilidade, delírios
persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas.
136. 1) MODELO TÉCNICO DO
PROCESSO TERAPÊUTICO
2) O ENCONTRO COM O
LOUCO: ANTES E DEPOIS
Profa. Lédice Oliveira
Psicopatologia Geral
137. BIBLIOGRAFIA
Moffat, A. Terapia de crise. São Paulo: Ed. Cortez,
Parte V. p. 109-150.
Cociuffo, T. Encontro marcado com a loucura:
ensinando e aprendendo psicopatologia. São Paulo:
LUC Editora, 2001. Cap. 4 e 5. p. 57-96.
138. COMO O TERAPEUTA AJUDA O PACIENTE A
CAMINHAR DA DOENÇA À SAÚDE?
A tarefa do terapeuta consiste em sustentar a
passagem, sendo ele o vínculo que estrutura essa nova
crise (iatrogênica) que é a “cura”;
Pode ser que se revivam experiências muito dolorosas,
terríveis, trabalhosamente reprimidas e o terapeuta
deve acompanhá-lo nesta viagem pelo tempo, sustentando
o medo do paciente (ego auxiliar), p/ q possa reorganizar
sua realidade a partir das explicações compartilhadas e
não a partir de sua subjetividade, que no momento está
em confusão e ansiedade;
A “cura” se produz quando o paciente consegue ter
insight do conflito que havia sido reprimido no
inconsciente, por meio da revivência transferencial com o
analista (neurose de transferência).
139. NEUROSE DE TRANSFERÊNCIA???
Quando o paciente repete na transferência os seus
conflitos infantis (seus equivalentes simbólicos) e assim,
substituímos a sua neurose comum (sintoma/queixa) por
uma neurose de transferência de que pode ser curado
pelo trabalho terapêutico;
Na neurose de transferência, todo o comportamento
patológico do paciente vem se recentrar na sua relação
com o analista;
FREUD: “o doente não pode recordar-se de tudo o que
nele está recalcado, nem talvez do essencial (...). Ele é
antes obrigado a repetir o recalcado, como vivência no
presente”, para preencher lacunas do passado infantil.
141. PORÉM ....
Se o nível de ansiedade do paciente
estiver elevado, como sucede no caso da
crise, até mesmo nas mais leves, o
trabalho de exploração é impossível, pois
todas as energias psíquicas do paciente
devem se concentrar em proteger o seu
eu da desorganização.
142. Então, como deve ser o manejo
com o paciente psicótico ???
Terapias de evolução (Moffat, 1982): Trata-se de um
lento trabalho de condicionamento nas reabilitações, com
vistas a resolver a lenta reaprendizagem de vínculos e
estruturas nas psicoses;
Nesta vertente a terapia se define como um
adestramento, como um ensinar a poder ficar triste,
superar o medo, sentir prazer, etc. O terapeuta deve
perceber nos pacientes o que lhes falta fazer (o que não
puderam) e ajudar-lhes a fazê-lo para se completar;
Em geral, trata-se de reaprender a função psicológica que
foi mal ensinada na infância.
143. COMUNIDADE TERAPÊUTICA
Criação de um meio ou um ambiente
que estruture a saúde, como se se
tratasse de uma oficina de
reaprendizagem de vínculos
organizados a partir da interação
grupal e não da subjetividade do
delírio!!
144. A história familiar
É por meio dela que se tenta detectar os temas não
resolvidos, que passam de avós para pais e destes aos
filhos (que são, nesse momento, os pacientes);
Pichon Riviere: em toda família há um segredo que gera
culpas ocultas que retornam como sintomas.
145. A história infantil
Onde está a chave daquilo que atualmente não se
entende, especialmente nos traumatismos infantis e o
terapeuta propõe hipóteses para unir indícios na
reconstrução do que aconteceu lá no fundo da história
do paciente;
146. O presente
A análise da situação atual nos permite também avaliar
o “solo” familiar com o qual o paciente pode contar e
seu prognóstico depende mais do apoio que lhe possam
dispensar do que do grau da própria enfermidade;
Respaldados por pais muito comprometidos
psiquicamente, a cura torna-se extremamente difícil,
pois o paciente é o depositário da loucura da geração
anterior.
147. Ações como parte do
tratamento
A trama cotidiana: única terapia possível no caso dos
pacientes psicóticos crônicos (Moffat, 1982).
Reintegração no mundo
familiar e o encontro de
formas mais criativas de
realização pessoal
Reaprendizagem de vínculos e
estruturas compartilhadas
(objetos primários), buscando um
ambiente sadio.
Aprendizagem das
regras de uso do espaço
(cultura onde está
inserido)
148. Ações como parte do
tratamento
Reintegração na família: na fase de maior
estruturação o paciente não corresponderá ao papel que
tinha a partir da doença. Foco nas novas interações que
deverão surgir no interior da família;
Reintegração no trabalho: ajudar o paciente a
encontrar um melhor ajuste social, considerando a
possibilidade de algum sintoma residual.
151. CONSCIÊNCIA
Lembrar que qualquer alteração do nível de
consciência repercute no funcionamento global do
psiquismo. Ele deve ser avaliado em primeiro lugar.
Observar se o paciente está desperto ou sonolento.
Observar se o paciente está perplexo, com dificuldade
de integrar coerentemente os estímulos ambientais.
Lembrar que é por meio da orientação (sobretudo
temporoespacial) que, muitas vezes, se avalia o nível
de consciência.
Teste da parede ou do papel branco. Pedir ao pac que
olhe atenta e fixamente p/ parede branca (ou papel); o
pac c/ leve rebaixamento do nível de consciência pode,
ao fazer isso, apresentar alucinações visuais simples
ou complexas.
152. ATENÇÃO
Perguntar ao paciente (ou acompanhante): Tem
dificuldade p/ se concentrar? Distrai-se c/
facilidade? Não escuta qdo lhe falam? Tem problemas
para terminar tarefas ? Não consegue organizar as
tarefas ? Perde coisas necessárias p/ a realização das
tarefas ?
A avaliação mais simples e prática da atenção é pedir
ao paciente que olhe os objetos que estão na sala da
entrevista e que logo em seguida cite o que viu.
153. ORIENTAÇÃO
Orientação Temporal: Que dia é hoje ? Qual o dia da
semana ? Em que mês estamos ? Aproximadamente que
horas são ? (atentar-se a pacientes c/ baixo nível de
escolaridade)
Orientação Espacial: Onde estamos ? Como se chama
a cidade em que estamos ? E o bairro ? Qual o caminho
e quanto tempo leva para vir de sua casa até aqui ?
Que edifício é este (hospital, ambulatório, consultório,
etc) em que estamos ? Em que andar estamos ?
Orientação autopsíquica: Qual o seu nome ? O que
faz? Qual sua profissão ? Quem são seus pais ? Qual a
sua idade (verificar antecipadamente a ideda real do
paciente) ? Qual o seu estado civil ?
154. SENSOPERCEPÇÃO
Alucinações auditivas: Tem ouvido vozes de pessoas
estranhas ou conhecidas ? Ouve vozes s/ saber de
onde vêm ? São vozes de homens, mulheres ou
crianças ? Fica irritado ? Tem medo ? Por que ? Que
lhe dizem as vozes ? Xingam, insultam ou ameaçam ?
As vozes ordenam ou proíbem alguma coisa ? São
repetições dos seus pensamentos ? Ouve as vozes
durante a entrevista ?
Alucinações visuais: Tem visto algo estranho, que
chamou a atenção? Talvez tenha percebido visões,
animais, homens, figuras, sombras, fogo, fantasma,
demônios ou coisas do tipo? Tem as visões de noite ou
tb de dia? Apenas qdo está acordado ou adormecendo
ou a qq hora? Descreva p/ mim. De onde vem essa
visões?
155. SENSOPERCEPÇÃO
Alucinações Olfativas e Gustativas: Tem notado
sabor ou cheiro ruim na comida ? Alguém tem querido
lhe envenenar ? Os cheiros eram agradáveis ou
desagradáveis ? De onde você acredita que vem esses
cheiros ou gosto ruim ?
Alucinações Cinestésicas: Tem feito movimentos
contra sua vontade ? Partes do corpo tem mudado de
posição sem o seu controle ? Sente como se
levantassem seu corpo no ar ? Sente como se levasse
um empurrão ?
156. AFETIVIDADE
Humor ansioso: Sente-se nervoso ? Sente-se
agoniado ? Com inquietação interna ? Sente angústia
ou ansiedade? Sente medos ou temores ? Tem
dificuldade para relaxar ? Tem dificuldade para se
concentrar ? Tem insônia ? Tem taquicardia, falta de
ar ?
Humor irritado: Você tem se irritado com mais
facilidade que antes ? Os ruídos (televisão, de pessoa,
buzinas, etc) o incomodam muito ? As crianças o
incomodam ? Tem discutido ou brigado com
facilidade? Às vezes acha que vai explodir ?
157. AFETIVIDADE
Humor triste, apático: Você tem se sentido triste ?
Desanimado ? As coisas que lhe davam prazer agora
lhe são indiferentes ? Sente-se cansado, sem energia?
Sente-se fraco ? Não se alegra com mais nada ?
Perdeu (ou aumentou) o apetite ou o sono ? Perdeu o
interesse pelas coisas ? Tem vontade de sumir ou
morrer ? Realizar as tarefas rotineiras passou a ser
um fardo para vc ? Prefere se isolar, não receber
visitas ?
Humor hipertímico (alegre): Sente-se mais alegre
que o comum ? Mais disposto ? Tem, nos últimos dias,
mais vontade de falar e andar que geralmente ?
Sente-se mais forte ? Tem muitos amigos ? Tem
propriedades ou é uma pessoa muito influente ?
158. VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE
O paciente vem à consulta por iniciativa própria ou é
trazido por alguém ?
A atitude geral do paciente é passiva ou ativa ? Seus
gestos são lentos ou difíceis ou rápidos e fáceis ?
Anda de um lado para outro ? Esfrega as mãos ? Mexe
as pernas inquietamente ?
O tom da voz é alto, baixo ou extridente ?
Fala espontaneamente ou apenas quando é solicitado ?
Mostra-se hostil, contrariado, agressivo ? Parece ter
dificuldade de controlar os impulsos ?
Faz movimentos inadequados ? Faz movimentos ou
gestos bizarros ?
159. VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE
Pragmatismo: O que você tem feito nos últimos dias e
semanas ? Tem sido capaz de trabalhar ou estudar no
último mês ? O que você tem sido capaz de fazer ?
Tem dificuldade em terminar o que começa ? O que
faz para se divertir ?
Impulsividade (perguntar ao paciente, mas
sobretudo, aos acompanhantes): Ele (você) responde
sem pensar ? Interrompe com frequencia os outros ?
Não consegue esperar a sua vez ? Tem pavio curto, é
explosivo ? Descreva sua explosões.
160. VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE
Impulso ou ideação suicida: A ideação, os impulsos e
os planos suicidas devem ser sempre investigados no
caso de mínima suspeita. Após contato inicial, inquirir
de modo que seja mais fácil para o paciente falar
sobre o tema, começando a perguntar sobre o desejo
de “desaparecer”, de “sair de cena”, de “dormir para
sempre”, até o desejo definido de se matar. O
paciente potencialmente suicida sente-se, muitas
vezes, aliviado por poder falar sobre o tema.
161. VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE
Ficar atento aos pacientes que:
1. Tentaram o suicídio recentemente (nos últimos
meses ou anos) e continuam com graves problemas;
2. Estavam muito deprimidos e “melhoraram”
subitamente (pois tal “melhora” pode resultar em,
finalmente, ter se decidido a cometer o suicídio e,
assim, livrar-se do sofrimento);
3. Embora neguem o impulso suicida, comportam-se de
forma muito autodestrutiva, revelando o seu
potencial suicida;
4. “Resolvem” seus negócios (vendem pertences, fazem
testamento, etc.) sem motivo aparente.
162. PENSAMENTO
Ao longo da entrevista verificar:
1) Como flui o pensamento do paciente: observar o seu curso
(velocidade, ritmo), forma e conteúdos. O pensamento é
lento e difícil ou rápido e fácil ? O raciocínio alcança o seu
objetivo, chega a um ponto final, ou fica “orbitando” em
tema secundários ?
2) A forma e o tipo de pensamento: O pensamento é
coerente e bem-compreensível ? Há fuga de idéias ? É
concreto ou revela capacidade de abstração e uso de
símbolos ? O pensamento respeita a realidade ou segue os
desígnios dos desejos e temores do paciente ?
3) Em caso de pensamento desorganizado: É do tipo
confusional (alteração da consciência), demencial (alteração
da cognição) ou deficitária (pobreza homogênea) ? Há
afrouxamento, descarrilhamento ou desagregação do
pensamento ? Quais os conteúdos mais frequentes no
discurso ?
163. JUÍZO DA REALIDADE
Idéias/delírios de perseguição: Você tem motivos
para desconfiar de algúem? Alguém tentou prejudica-
lo? Recebeu ameaças? Como se comporta sua família
em relação a você? E a(o) sua(eu) esposa(o), confia
nele(a)? Tb quer prejudica-lo(a)? Você está certo do
que me disse ou acha que pode ser “coisas de sua
imaginação”? Como pensa defender-se desses perigos?
Idéias/delírios de referência: Observou se as
pessoas falam de você quando conversam ? Tem
notado se, na rua ou em outro lugar, alguém o segue ou
espia ? Alguém faz gestos ou sinais qdo vc passa ? Viu
nos jornais ou na televisão alguma coisa a seu
respeito? Conhece as pessoas que fazem essas coisas
Que intenção elas tem ?
164. JUÍZO DA REALIDADE
Idéias/delírios de influência: Já sentiu algo externo
influenciando seu corpo ? Já recebeu algum tipo de
mensagem ? Alguma força externa influencia ou
controla seus pensamentos ? Já teve a sensação de que
alguém ou algo pode ler a sua mente ?
Idéias/delírios de ciúmes: Vc confia na(o) sua (seu)
esposa(o) ? Tem motivos para suspeitar de sua
fidelidade ? Tem provas que o(a) enganou ou o(a) traiu ?
Como foi que começou ? Como tem certeza de que o(a)
traiu ?
Idéias/delírios religiosos: Já teve contato ou recebeu
influência de espíritos ou forças sobrenaturais ? Vc
sente que tem relação especial com Deus ?
165. JUÍZO DA REALIDADE
Idéias/delírios depressivos e hipocondríacos: Tem pensamentos
tristes ou negativos? Há algo de que se arrepende? Fez mal a
alguma pessoa? As pessoas reprovam ou condenam seu
comportamento? Preocupa-se com sua saúde? Que partes do eu
corpo estão doentes? Algo está errado com seu corpo ? Falta algo
em seu corpo? Alguma parte de seu corpo está podre ou
estragada?
Idéias/delírios de grandeza: Sente-se especialmente forte e
capaz? Tem algum talento ou alguma habilidade especial? Observou
se uma pessoa importante se interessa por você? Você é uma
pessoa rica?
Idéias obsessivas: Há pensamentos ou idéias que surgem com
frequência em sua mente? Eles se repetem constantemente? De
onde vem tais pensamentos? São desagradáveis? Quais são esses
pensamentos? Vc faz algo p/ livrar-se deles? Pratica rituais para
atenuar ou neutralizar esses pensamentos?