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LOUCURA: CONCEITO,
CONCEPÇÃO MÍTICA E SEU
DESENVOLVIMENTO
Profa. Lédice Oliveira
Psicopatologia Geral
BIBLIOGRAFIA
COCIUFFO, T. Encontro marcado com a loucura:
ensinando e aprendendo psicopatologia. São Paulo:
Luc Editora, 2001. cap. I, II.
LOUCURA: RESGATE HISTÓRICO
 Homero (700 a.c.) - Grécia Antiga: loucura atribuída
à ação dos deuses;
 Ésquilo (525-456 a.c.), Sófocles (496-406 a.c.),
Erípedes (485-407 a.c.): A loucura é produto dos
conflitos passionais do homem, das paixões, onde se
localiza a sede entre o desejo e a regra social
(semelhança com a psicanálise);
 Platão (427-327 a.c.): A loucura acontecia quando a
alma irracional (tórax) estava de alguma forma
separada de sua parte racional (cérebro – imortal).
Ocorria pela má distribuição dos “humores”. Há
dualidade (mente/corpo);
 Hipócrates (460 a.c. – 380 a.c.): Loucura
resultante da crise do sistema de humores
(concepção organicista). Cérebro como sede das
emoções e pensamento. Ex.: Causa: frustração
sexual; Sintoma: histeria; Terapêutica:
casamento.
 Galeno (131 – 200 d.c.): loucura como disfunção
encefálica. Estudioso da anatomia: diferenciação
dos nervos sensoriais e motores. Prevalece o
modelo organicista (causas orgânicas);
 Idade Média: reedita-se o modelo mítico de
Homero.
 Renascimento (Séc. XV e XVI) e a Reforma (Sec.
XV): transição gradativa para a concepção
científica da loucura. Há a disputa entre médicos
e teólogos pelas histéricas, pois elas não seriam
responsáveis por seus atos, devendo ser
consideradas como doentes mentais e não como
bruxas;
 Pinel (1745-1826): Priorizou os aspectos
comportamentais da loucura. Defendia que a
histeria era decorrente de afacções psíquicas
(psicogênese), ou seja, uma “neurose”;
 Mesmer (1734-1815): loucura como desequilíbrio
do fluído universal. O médico era um magnetizador
restabelecendo a distribuição de fluído pelo corpo;
 Braid (1795-1860): termo hipnotismo: provocar
estado de sono nos pacientes “nervosos”,
ressaltando a natureza psicológica, por meio da
exploração de conteúdo inconsciente como
originário do mau estado psíquico;
 Liébeault (1823-1904) e Bernheim (1840-1919):
hipnotismo como tratamento, o qual era “mera
questão de sugestão”;
 Charcot (1823-1893): estado hipnótico como
doença artificialmente produzida, com componentes
orgânicos, só podia ser provocada em histéricos.
Há tendência em explicar as desordens do compto.
e afetivas como produto de modificações
cerebrais;
 Kraepelin (1856-1926): fundou a nosologia
psquiátrica. Há prevalência do corpo e
ausência do doente. Ignorava-se a fala;
 Bleuler (1857-1939): importância da clínica
baseada na escuta do paciente;
 Freud (Séc. XIX): sujeito do inconsciente, o
sujeito habitado por forças que desconhece –
subjetividade. Ressaltou a importância da
escuta e do tratamento. Não se sabe
exatamente onde começa e onde acaba a
sanidade mental – presença fluida da
psiquiatria.
1950 - PSICOFARMACOLOGIA
 Grande benefício
quando
administrada
adequadamente;
 Conforto ( dor);
 Remissão dos
sintomas.
 Concepção reducionista
– psiquismo é
equivalente à cérebro;
 Não podem curar o
sofrimento psiquico;
 Não promove mudança
de perspectiva.
PSICANÁLISE
Charcot: método hipnótico
Breuer: método catártico
Freud: teoria sexual
(rompimento com Breuer)
OPS!! PODE CAIR NA PROVA!!
 Psicofarmacologia (aspectos positivos e
negativos);
 Psicanálise (conceito de sanidade
mental);
 Precursores da psicanálise e seus
pressupostos.
NORMAL
X
PATOLÓGICO
Profa. Lédice Oliveira
Psicopatologia Geral
BIBLIOGRAFIA
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia
dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2008. cap. 3
CRITÉRIOS DE NORMALIDADE EM
PSICOPATOLOGIA
1) Normalidade como ausência de doença: indivíduo
que não é portador de um transtorno mental
definido;
2) Normalidade ideal: supostamente “sadio”, é
socialmente construída;
3) Normalidade estatística: o normal passa a ser
aquilo que se observa com mais frequência;
4) Normalidade como bem-estar: completo bem-
estar físico, mental e social, e não simplesmente
como ausência de doença.
1) Normalidade funcional: quando não há sofrimento;
2) Normalidade como processo: considera-se os
aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial;
3) Normalidade subjetiva: se dá maior ênfase à
percepção subjetiva do próprio indivíduo;
4) Normalidade como liberdade: quando não se está
limitado em suas possibilidades existenciais, como
acontece com a doença mental;
5) Normalidade operacional: defini-se “normal” e
“patológico” e trabalha-se operacionalmente c/ estes
conceitos.
PSICOPATOLOGIA E SEUS
FENÔMENOS
Profa. Lédice Oliveira
Psicopatologia Geral
BIBLIOGRAFIA
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia
dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2008. cap. 3
COCIUFFO, T. Encontro marcado com a loucura:
ensinando e aprendendo psicopatologia. São Paulo:
Luc Editora, 2001. cap. I, II.
Conjunto de
conhecimentos
sobre o
adoecimento
mental do ser
humano
vivências
Estados
mentais
Padrões
de
comporta
mento
PSICOPATOLOGIA
LIMITES DA CIÊNCIA
PSICOPATOLÓGICA
Nunca se pode reduzir por completo o ser humano
a conceitos psicopatológicos!!!
Em todo o indivíduo, oculta-se algo que
não se pode conhecer!!!
Forma (estrutura)
Alucinação
Delírio
Idéia obsessiva
Labilidade afetiva
Conteúdo (o que
preenche)
Culpa
Religião
Persecutoriedade
Grandeza
SINTOMAS
CLASSIFICAÇÃO DOS
FENÔMENOS
• Comum em todas as pessoas
(ex.: fome, medo ...)Semelhantes
• Há fenômenos semelhantes,
porém com alguma alteração
(ex.: tristeza -> depressão)
Parcialmente
semelhantes
• Próprias das doenças mentais
– fenômenos psicóticos (ex.:
alucinações, delírios ...)
Diferentes
PSICANÁLISE
 Freud: a neurose seria o resultado do conflito
entre o “ego” e o “id” e, em troca, a psicose,
o desenlace análogo de tal perturbação das
relações entre o “ego” e o mundo externo
• “ego” X “id”
Neurose
• “ego” X
mundo externoPsicose
PSICANÁLISE
 Melanie Klein: o psicótico não conseguiu superar as
angústias primitivas da infância e regressou a elas
quando sua psicose se tornou manifesta. Todos
possuímos simultaneamente uma parte não psicótica
e uma outra psicótica.
A diferença está no
caráter regressivo
(quantitativo)!!
NA PRÁTICA ....
Entrevista
Psicológica
Existência de
transtornos
mentais
Aspectos da
personalidade
(desenvolvimento)
Grau de
sofrimento
psíquico
Objeto de estudo indivíduo em
sofrimento psíquico
intenso
Ressalta-se o caráter
HUMANO!!
PSICÓLOGO
 Trabalha para além do diagnóstico, no encontro
do sofrimento do “outro” e na busca de sentido
para esse sofrimento, o que implica a
compreensão da realidade psíquica, cultural e
econômica dessa população.
 Objetiva avaliar o grau de saúde que persiste no
paciente para, a partir daí, iniciar uma
psicoterapia.
 Trabalha no encontro do sofrimento humano e na
busca de sentido desse sofrimento.
PARA REFLETIR ...
Como pensar no “outro” e em como
é possível atendê-lo, quando
estamos tão ocupados com nossas
angústias com relação ao nosso
desempenho e ao que temos para
oferecer?
VALE A PENA RELEMBRAR!! VAI QUE CAI
NA PROVA ....
 Critérios de normalidade;
 Psicopatologia (definição e seus fenômenos);
 Sintomas (conteúdo e forma);
 Classificação dos fenômenos;
 Psicanálise (definição de psicose – Freud e M. Klein);
 Entrevista psicológica;
 Objeto de estudo da psicopatologia;
 Papel do psicólogo em psicopatologia.
FUNÇÕES PSÍQUICAS
I
Profa. Lédice Oliveira
Psicopatologia Geral
BIBLIOGRAFIA
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia
dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2008. cap. 9, 10 e 11.
FUNÇÕES PSIQUICAS
Consciência Atenção Orientação
Senso-
percepção
Afetividade Vontade
FUNÇÕES PSIQUICAS
Psicomo-
tricidade
Pensamen-
to
Júizo de
realidade
Linguagem
Valoração
do eu
Personali-
dade
Inteligên-
cia
Não existem de forma
isolada!
É sempre a pessoa em sua
totalidade que adoece!
A significação dos
fenômenos é + importante
que a descrição de
sintomas!
Cada aspecto da realidade
psic. só existe vinculada à
história do indivíduo!
FUNÇÕES
PSÍQUICAS
FUNÇÕES PSIQUICAS
Consciência Atenção Orientação
Senso-
percepção
Afetividade Vontade
O INCONSCIENTE
 Estrutura mental mais importante do
psiquismo humano;
 Regido pelo princípio do prazer;
 Atemporal;
 Isento de contradição;
 Processo primário;
 Possui caráter dinâmico (visa expulsar os
desejos para a consciência).
ALTERAÇÕES NORMAIS DA
CONSCIÊNCIA
 Sono normal: um estado comportamental e uma fase
fisiológica normal e necessária.
 Sono NREM(rapid eye movements):
Estágio 1: + leve e superficial;
Estágio 2: um pouco menos superficial;
Estágio 3: sono + profundo;
Estágio 4: sono muito profundo, é + difícil acordar.
 Sono REM: semelhante ao estágio 1 NREM. É quando
ocorre a maior parte dos sonhos. Há relaxamento
muscular profundo e movimentos oculares rápidos
O SONHO
 Vivência predominantemente visuais;
 Fenômeno rico e revelador de desejos e temores,
os quais são revelados de forma disfarçada e
indireta;
 O conteúdo do sonho tem um sentido!
 O sonho, assim como o sintoma, é uma formação
de compromisso entre o consciente e o
inconsciente.
 Moreau de Tours (1804-1884): “a loucura é o
sonho do homem acordado.”
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS
DA CONSCIÊNCIA
 Obnubilação ou turvação da consciência:
rebaixamento da consc. em grau leve e moderado; pac.
pode estar claramente sonolento ou parecer desperto;
há lentidão da compreensão e dificuldade de
concentração; demonstra perplexidade.
 Sopor: Marcante turvação da consc.; pac. é
despertado apenas c/ estímulo enérgico e doloroso; é
incapaz de qualquer reação espontânea.
 Coma: Grau mais profundo de rebaixamento da consc.,
pois há ausência de qq indício de consc. Grau I:
semicoma; Grau II: coma superficial; Grau III: coma
profundo; Grau IV: coma dépassé.
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
( CONSC.)
 Delirium (distúrbios cerebrais agudos e transtornos psicorgânicos):
 rebaixamento leve a moderado da consc.;
 desorientação termporoespacial;
 dificuldade de concentração;
 perplexidade;
 ansiedade em graus variados;
 agitação ou lentificação psicomotora;
 discurso ilógico ou confuso e/ou
 alucinações, quase sempre visuais;
 oscila ao longo do dia .
 Estado onírico (psicoses tóxicas, abstinência, quadros febris tóxico-
infecciosos)
 estado semelhante ao sonho muito vívido;
 atividade alucinatória visual intensa com caráter
cênico e fantástico;
 há intensa carga emocional, com angústia, terror ou
pavor;
 há amnésia consecutiva;
 excitação psicomotora;
 incoerência do pensamento;
 perplexidade.
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
( CONSC.)
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
DA CONSCIÊNCIA
 Estados crepusculares (causas orgânicas):
estreitamento transitório da consc. (certa
obnubilação); surge e desaparece de forma abrupta e
tem duração variável; atos explosivos violentos,
descontrole emocional; pode haver amnésia lacunar;
Frequente nos casos de epilepsia, intoxicação por
drogas, traumatismo craniano, quadros dissociativos
histéricos agudos e choques emocionais;
 Estado segundo (causas psicogenéticas e choques
emocionais): atos incongruentes, extravagantes e
inconvenientes; quase nunca são graves ou perigosos;
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
DA CONSCIÊNCIA
 Dissociação da consciência (quadros ansiosos e
histéricos): estado semelhante ao sonho (estado
onírico), geralmente desencadeado por acontecimentos
psicologicamente significativos, gerando gde
ansiedade; o indivíduo “desliga” da realidade p/ parar
de sofrer;
 Transe: assemelha-se ao sonhar acordado, porém c/
atividade motora automática (involuntária) e
repetitiva; ocorre em contextos religiosos e culturais.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
DA CONSCIÊNCIA
 Estado hipnótico: consciência reduzida e estreitada e
de atenção concentrada, induzido por outra pessoa;
podem ser induzidos fenômenos como anestesia,
paralisias, rigidez muscular.
 Experiência de quase-morte: são experiências muito
rápidas em que pacientes muito graves referem ter
vivenciado experiência de quase-morte, com sensação
de paz, de estar fora do corpo, luz intensa, contato
com entidade mística.
DICAS!!!
 Qq. alteração no nível de consciência reflete no
funcionamento global do psiquismo, por isso deve ser
avaliado em primeiro lugar;
 Sempre observar a atitude do paciente (desperto,
sonolento);
 Observar se o paciente está perplexo, c/ dificuldade
de integrar os estímulos do ambiente;
 A orientação, sobretudo, a temporoespacial é o melhor
meio de se avaliar o nível de consciência.
FUNÇÕES PSIQUICAS
Consciência Atenção Orientação
Senso-
percepção
Afetividade Vontade
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
 Hipoprosexia: concentração, percepção dos
estímulos ambientais e de compreensão, capacidade
de pensar e integrar informações.
 Aproxia: total abolição da capacidade de atenção, por +
fortes e variados que sejam os estímulos.
 Hiperprosexia: atenção, mantendo-se concentrado
sem fatigar-se.
 Distração: superconcentração ativa da atenção sobre
determinados conteúdos ou objetos, com a inibição de
tudo o mais
 Distraibilidade: é um estado patológico, c/ dificuldade
ou incapacidade p/ fixar-se em qq. coisa que implique em
esforço produtivo.
TRANSTORNOS MENTAIS
 Transtornos do humor / quadros depressivos:
geral da atenção, hipoprosexia;
 Quadros maníacos: atenção salta de um estímulo p/
outro;
 TOC: há vigilância excessiva e desregulada;
 Esquizofrenia: dificuldade de anular adequadamente
estímulos sensoriais irrelevantes enquanto realizam
tarefas, lentificação no tempo de reação em
consequência da distraibilidade;
 TDAH: prejuízo relacionado à filtragem de estímulos
irrelevantes à tarefa, com relutância em controlar
seus comportamentos e impulsos.
DICAS!!
 Perguntar ao paciente e à pessoa que o acompanha:
☺ Tem dificuldade p/ se concentrar ?
☺ Distrai-se c/ facilidade ?
☺ Não escuta qdo falam ?
☺ Tem problemas p/ finalizar tarefas ?
☺ Perde coisas necessárias p/ a realização das tarefas ?
 A avaliação simples e prática é pedir ao pac. que olhe
os objetos que estão na sala e que logo em seguida cite
o que viu.
FUNÇÕES PSÍQUICAS
II
Profa. Lédice Oliveira
Psicopatologia Geral
BIBLIOGRAFIA
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia
dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2008. cap. 12, 14, 16 e 17.
FUNÇÕES PSIQUICAS
Consciência Atenção Orientação
Senso-
percepção
Afetividade Vontade
ORIENTAÇÃO
IMPORTANTE P/ AVALIAR O NÍVEL DE CONSCIÊNCIA!!
AUTOPSÍQUICA
Relação à si mesmo
(3º) – revela se o
sujeito sabe quem
ele é.
AUTOPSÍQUICA
Relação ao mundo –
quanto ao tempo (1º)
e quanto ao tempo
(2º)
ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO
 Redução do nível de consciência (torporosa ou
confusa): Há alteração da atenção, concentração, da
capacidade de percepção e retenção dos estímulos
ambientais – Forma mais comum de desorientação!;
 Déficit de memória: típico em quadros demenciais;
 Desorientação apática ou abúlica: indivíduo torna-se
desorientado devido à alteração do humor e da
volição;
 Desorientação delirante: convicção plena que estão
habitando o lugar e/ou tempo de seus delírios;
ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO
 Por déficit intelectual: R.M. grave ou moderado;
 Por dissociação: desorientação histérica, c/ alteração
da identidade pessoal, desdobramento da
personalidade;
 Por desagregação: Atividade mental gravemente
desorganizada, desagregação profunda do
pensamento;
 Qto a própria idade: discrepância de 5 anos ou mais
– indicativo de déficit cognitivo na esquizofrenia.
FUNÇÕES PSIQUICAS
Consciência Atenção Orientação
Senso-
percepção
Afetividade Vontade
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
Hiperestesia: aumento da intensidade e duração das
percepções (sons, ruídos). Ocorre nas intoxicações
por substâncias, epilepsia, enxaqueca, esquizofrenia)
Hiperpatia: queimação dolorosa, produzida por um
leve estímulo na pele -quadros neurológicos;
Hipoestesia: o mundo circundante é percebido como
mais escuro – quadros depressivos.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
Ilusões: Se caracteriza pela percepção deformada, alterada, de um objeto
real e presente. Ocorre em estados de rebaixamento de consciência,
fadiga grave, estados afetivos alterados. São + comuns as visuais.
Alucinação: Percepção de um objeto, sem que este esteja presente (voz,
ruído, imagem);
Alucinose: Qdo o paciente percebe a alucinação como estranha à sua
pessoa. O paciente reconhece o caráter patológico do fenômeno.
Frequente em quadros psicorgânicos e em intoxicações por alucinógenos.
Pseudo-alucinação: Não apresenta uma imagem perceptiva real. “Parece
uma voz (ou imagem)...” ou que “... É como se fosse uma voz (ou imagem),
mas não é bem uma voz”. Frequente em psicoses orgânicas, estados
afetivos, na fadiga, rebaixamento consciência e intoxicações.
ALUCINAÇÕES
 Auditivas: Simples: qdo se ouve apenas ruídos.
Complexa: qdo se escuta vozes, s/ estímulo real.
Quase sempre de conteúdo depreciativo e/ou
perseguição; Muito frequente na esquizofrenia. Tb
pode ocorrer nos transtornos de humor, no alcoolismo
crônico, nos transtornos de personalidade
(histriônico, borderline) e transtornos dissociativos;
 Musicais: Audição de tons musicais, ritmos,
harmonias, s/ o estímulo auditivo externo;
ALUCINAÇÕES
 Visuais: Visões nítidas, s/ o estímulo visual. Figuras
ou imagem de pessoas, de partes do corpo, de
entidades, de objetos inanimados, animais ou crianças.
Frequente na esquizofrenia e em quadros orgânicos;
 Táteis: Sente espetadas, choques ou insetos ou
pequenos animais correndo sobre sua pele. Frequente
na esquizofrenia, nos quadros histéricos, no delirium
tremens e na psicoses tóxicas;
ALUCINAÇÕES
 Olfativas ou gustativas: Raras. “Sentir” o odor de
coisas podres, de cadáver, de fezes, de pano
queimado. Vêm acompanhadas de forte impacto
emocional. Nas gustativas, os pac. sentem na boca, o
sabor de ácido, de sangue, de urina;
 Cenestésicas: Sensações incomuns e claramente
anormais em diferentes partes do corpo, como sentir
o cérebro encolhendo ou o fígado despedaçando;
 Cinestésicas: Sensações alteradas de movimento do
corpo, como sentir o corpo afundando, as pernas
encolhendo ou um braço se elevando. Frequentes na
esquizofrenia e nas depressões graves.
TEORIAS PSICODINÂMICAS, PSICOLÓGICAS
E AFETIVAS DAS ALUCINAÇÕES
Necessidades e tendências afetivas, desejos e,
sobretudo, conflitos inconscientes. Como
mecanismo primitivo de defesa do ego;
Sentimento de culpa, gratificação, autoridade
dos pais (ex: verbais);
Tentativa de expulsar de seu interior conteúdos
conflituosos insuportáveis, material recalcado,
impossível de ser aceito pelo Eu consciente.
FUNÇÕES PSIQUICAS
Consciência Atenção Orientação
Senso-
percepção
Afetividade Vontade
ASPECTOS PSICODINÂMICOS
(PSICANÁLISE)
 Angústia: Conflito entre “princípio do prazer” e
“princípio da realidade”;
 Melancolia (depressão): Modo particular de
elaboração inconsciente de perdas reais ou
simbólicas. O sujeito deposita em si (no próprio Eu)
todo o rancor, ódio inconscientes que guardava pelo
objeto amado, surgindo as auto-acusações, os
sentimentos de culpa, a autopunição em forma de
descuido próprio, idéias e/ou atos suicidas.
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA
AFETIVIDADE
 Distimia: Termo que designa a alteração básica do
humor, tanto no sentido da inibição como no sentido da
exaltação; Pode ser hipotímica (melancólica) ou
hipertímica (maníaca);
 Disforia: Distimia acompanhada de uma tonalidade
afetiva desagradável, mal-humoradas, com forte
componente de irritação, amargura, desgosto ou
agressividade;
 Puerilidade: alteração do humor que se caracteriza pelo
aspecto infantil, simplório, regredido. O indivíduo ri ou
chora por motivos banais, sua vida afetiva é superficial,
sem afetos profundos, consistentes e duradouros.
Frequente na esquizofrenia, nos déficits intelectuais,
nos quadros histéricos;
 Estado de êxtase: Frequentemente associado à
experiências religiosas ou místicas;
 Irritabilidade patológica: Qq estímulo é sentido como
perturbador, e o indivíduo reage prontamente de forma
disfórica.
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA
AFETIVIDADE
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E
SENTIMENTOS
 Apatia: Os pac. queixam-se de não poderem sentir
nem alegria, nem tristeza, nem raiva, nem nada. Está
ligado ao afeto, o paciente relata espontaneamente
sem referir sofrimento. Próprio dos quadros
depressivos e em alguns casos de transtornos mentais;
 Embotamento afetivo: Perda profunda e todo tipo de
vivência afetiva. É um fenômeno observável (mímica,
postura, atitude). Frequente na esquizofrenia;
 Sentimento de falta de sentimento: O paciente
refere sofrimento. Típico em depressivos graves;
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E
SENTIMENTOS
 Anedonia: É a incapacidade total ou parcial de obter e
sentir prazer com determinadas atividade e
experiências da vida. É central nas depressões,
podendo ocorrer na esquizofrenia e nos transtornos de
personalidade;
 Indiferença afetiva: Trata-se de certa frieza
incompreensível diante dos sintomas que o pac.
apresenta, que parece indicar que, no fundo, o pac.
sabe que seus sintomas são psicogênicos e
potencialmente reversíveis (certo exibicionismo,
teatralidade) – histeria, depressão;
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E
SENTIMENTOS
 Labilidade afetiva: Mudanças súbitas e imotivadas de
humor, sentimentos ou emoções. Presentes em quadros
depressivos ou maníacos, estados graves de ansiedade,
esquizofrenia e quadros psicorgânicos;
 Ambivalência afetiva: Sentimentos opostos a um
mesmo estímulo ou objeto, de modo simultâneo.
Indicativo de cisão radical do Eu, de desarmonia
profunda das vivências psíquicas;
 Neotimia: (esquizoforia) Um tipo de experiência
afetiva, radicalmente nova, ameaçadora e estranha,
dos pacientes esquizofrênicos, no período que
antecede o surgimento da revelação delirante;
 Fobia: São medos específicos psicopatologicamente
desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades
de perigo real oferecidas pelos desencadeantes,
chamados de objetos ou situações fobígenas. Há
intensa crise de ansiedade. Ex.: Fobia simples, fobia
social, agorafobia (aglomeração), claustrofobia
(ambientes pequenos);
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E
SENTIMENTOS
 Pânico: Reação de intenso medo, de pavor, relacionada
geralmente ao perigo imaginário de morte iminente,
descontrole ou desintegração. Crises agudas e
intensas de ansiedade, acompanhadas por medo
intenso de morrer ou perder o controle. O paciente
relata frequentemente que tinha a nítida sensação de
que iria morrer, perder o controle ou ter um ataque do
coração.
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E
SENTIMENTOS
FUNÇÕES PSIQUICAS
Consciência Atenção Orientação
Senso-
percepção
Afetividade Vontade
ATO VOLITIVO OU ATO DE
VONTADE
Expressões típicas do “eu quero” ou
“eu não quero”!!
ALTERAÇÕES DA VONTADE
HIPOBULIA
ABULIA
Associada
a apatia
Fadiga
fácil
Dificuldade
de decisão
ATOS IMPULSIVOS E ATOS
COMPULSIVOS
 Ato impulsivo: Ações psicomotora automáticas, sem
reflexão, ponderação ou decisão prévia, de tipo
instantâneo e explosivo. Associado à incapacidade de
tolerância à frustração. É egossintônico;
 Ato compulsivo: É reconhecido pelo indivíduo como
indesejável e inadequado, assim como pela tentativa
de refreá-lo ou adiá-lo. É egodistônico. Também
associado à idéias obsessivas.
FUNÇÕES PSIQUICAS
Psicomo-
tricidade
Pensamen-
to
Júizo de
realidade
Linguagem
Valoração
do eu
Personali-
dade
Inteligên-
cia
ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
 Agitação psicomotora: Mais comum. Aceleração e
exaltação de toda atividade motora do indivíduo, em
geral secundária a taquipsiquismo acentuado. Associado
à hostilidade e heteroagressividade. Frequente em
quadros maníacos, esquizofrenia aguda, quadros
psicorgânicos, em deficiências mentais e síndromes
demenciais;
 Lentificação psicomotora: Profunda lentificação
psicomotora, com ausência de respostas motoras
adequadas, s/ que haja paralisias ou déficit motor;
 Estereotipias motoras: Perda do controle voluntário
sobre a esfera motora. O pac. repete o mesmo gesto
com as mãos dezenas ou centenas de vezes em um
mesmo dia. Frequente na esquizofrenia e na deficiência
mental;
 Maneirismo: É um tipo de estereotipia motora
caracterizada por movimentos bizarros e repetitivos
(mímicas, gestos, linguagem). Posturas e movimentos
estranhos, exagerados, afetados ou bizarros, de forma
involuntária. Acentuam-se com a ansiedade.
ALTERAÇÕES DA
PSICOMOTRICIDADE
 Conversão: Surgimento abrupto de sintomas físicos
(paralisias, anestesias, cegueira), de origem
psicogênica. Ocorre geralmente em situações
estressantes, de ameaça ou conflito intrapsíquico ou
interpessoal significativos para o indivíduo. A
conversão expressa a representação simbólica de um
conflito psíquico em termos de manifestações
motoras. Frequente na histeria e no transtorno de
personalidade histriônica.
ALTERAÇÕES DA
PSICOMOTRICIDADE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
III
Profa. Lédice Oliveira
Psicopatologia Geral
BIBLIOGRAFIA
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia
dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2008. cap. 17 (continuação), 18 e 19.
FUNÇÕES PSIQUICAS
Psicomo-
tricidade
(continuação)
Pensamen-
to
Júizo de
realidade
Linguagem
Valoração
do eu
Personali-
dade
Inteligên-
cia
ALTERAÇÕES DA MARCHA
 Paciente Histérico: A marcha é irregular, mutável,
bizarra, raramente revela um padrão preciso e estável.
Tem-se a impressão de que o paciente está prestes a
cair, mas raramente ele cai, a não ser na presença de
outros. Camptocormia: tronco p/ frente; Hemiplegia
histérica: arrasta o pé “paralisado”; Abasia:
impossibilidade ou dificuldade p/ a marcha; Astasia:
impossibilidade de ficar em pé.
 Pacientes esquizofrênicos: Marcadamente bizarra, com
maneirismos. Qdo tb deprimidos apresentam marcha
lentificada e difícil.
Os psicofármacos,
principalmente os neurolépticos
de 1ª geração (haloperidol,
clorpromazina, flufenazina,
etc), produzem uma série de
alterações no tônus muscular,
na postura e na movimentação
voluntária e involuntária do
paciente psicótico.
OUTRAS ALTERAÇÕES E APRAXIAS
 Hiperventilação Psicogênica: Aceleração da respiração.
Ocorre em situações estressantes e associadas à
ansiedade.
 Apragmatismo (ou hipopragmatismo): Dificuldade ou
incapacidade de realizar condutas volitivas e
psicomotoras minimamente complexas (higiene pessoal,
limpar o quarto, atividades produtivas diversas). Não há
lesão neurológica, corresponde a alteração das esferas
volitivas e afetivas (hipobulia, apatia). É frequente em
psicóticos crônicos, representando um desafio à
reabilitação.
OUTRAS ALTERAÇÕES E APRAXIAS
 Apraxia: Impossibilidade ou a dificuldade de realizar
atos intencionais, gestos complexos, voluntários,
conscientes, sem que haja paralisias e sem que faltem
tb o entendimento da ordem p/ fazê-lo ou a decisão de
fazê-lo. Decorre sempre de lesões neurais.
FUNÇÕES PSIQUICAS
Psicomo-
tricidade
Pensamen-
to
Júizo de
realidade
Linguagem
Valoração
do eu
Personali-
dade
Inteligên-
cia
ALTERAÇÃO DOS ELEMENTOS DO
PENSAMENTO
 Desintegração dos conceitos: Ocorre qdo os conceitos
sofrem um processo de perda de seu significado
original, uma mesma palavra passa a ter significados
cada vez mais diverso. Ex: ateu = “a teu comando”
(comando de Deus);
 Condensação dos conceitos: Qdo 2 ou + conceitos são
fundidos, o pacientes involuntariamente condensa duas
ou + idéias em um único conceito, que se expressa por 1
nova palavra (neologismos).
TIPOS ALTERADOS DE PENSAMENTO
 Pensamento mágico: Segue os designios dos desejos,
das fantasias e dos temores, conscientes ou
inconscientes, adequando a realidade ao pensamento. É
mais comum em crianças, mas tb pode ocorrer na
esquizofrenia, em quadros histriônicos, borderline,
narcisista e em obsessivos-compulsivos (pensamentos
mágicos + rituais compulsivos);
 Pensamento concreto ou concretismo: Incapacidade de
entender ou utilizar metáforas, o pensamento é muito
concreto. Pode ocorrer na D.M., nas demências e na
esquizofrenia grave.
TIPOS ALTERADOS DE PENSAMENTO
 Pensamento vago: O paciente expõe um pensamento
muito ambíguo, c/ falta de clareza e precisão. Pode ser
um sinal inicial de esquizofrenia e de quadros
demenciais e transtornos de personalidade.
 Pensamento prolixo: O paciente não consegue chegar a
qq conclusão sobre o tema, dá longas voltas ao redor do
tema. Pode ocorrer nos quadros iniciais da
esquizofrenia, nas D.M. e em neuróticos graves (T.O.C.)
TIPOS ALTERADOS DE PENSAMENTO
 Pensamento deficitário (ou oligofrênico): Há estrutura
pobre e rudimentar, tende ao raciocínio concreto,
porém a memorização de determinados conteúdos ou
temas pode ser muito extensa e numerosa, porém é
mecânica e rígida (Savant – um tipo de D.M.).
 Pensamento desagregado: Radicalmente incoerente, há
uma mistura aleatória de palavras (“salada de palavras”),
que nada comunica ao interlocutor. Ocorre nas formas
graves e avançadas da esquizofrenia.
 Pensamento obsessivo: Conteúdo absurdo, mas que se
impõe à consciência. Há angústia e luta constante.
DIMENSÕES DO PENSAR
Curso
Forma
Conteúdo
DIMENSÕES DO PENSAR
• Modo como o pensamento flui;
• Sua velocidade, ritmo ao longo do tempo.Curso
• Estrutura básica, sua “arquitetura”;
• Preenchida pelos + diversos conteúdos e
interesses do indivíduo.
Forma
• O que dá substância ao pensamento;
• Os temas predominantes, o assunto em
si.
Conteúdo
CURSO DO
PENSAMENTO
CURSO DO PENSAMENTO
 Aceleração do Pensamento: Flui de forma muito
acelerada, uma idéia se sucedendo à outra rapidamente.
Frequente nos quadros maníacos, na esquizofrenia e nos
quadros de ansiedade e de depressão ansiosa.
 Lentificação do Pensamento: Há certa latência entre
as perguntas e as respostas. Frequente nas depressões
graves, nos casos de rebaixamento do nível de
consciência e em certas intoxicações (sedativos).
CURSO DO PENSAMENTO
 Bloqueio ou interceptação do Pensamento: Ao relatar
algo, o paciente, no meio de uma conversa, brusca e
repentinamente interrompe seu pensamento, sem qq
motivo aparente. Exclusivo da esquizofrenia.
 Roubo do pensamento: O indivíduo tem a nítida
sensação de que seu pensamento foi roubado de sua
mente, por uma força estranha, por uma máquina, uma
antena, etc. Típico na esquizofrenia.
FORMA DO PENSAMENTO
FORMA DO PENSAMENTO
 Fuga de idéias: É secundária à aceleração do
pensamento. As associações entre as palavras deixam de
seguir uma lógica ou finalidade do pensamento e passam
a ocorrer por assonância (Ex.: amor, flor, cor ... Ou
cidade, idade, realidade). Frequente nos quadros
maníacos.
 Dissociação do pensamento: Os pensamentos passam
progressivamente a não seguir uma sequencia lógica e
bem organizada, mas ainda é possível captar aquilo que o
indivíduo quer comunicar. Encontrado em certas formas
de esquizofrenia.
FORMA DO PENSAMENTO
 Afrouxamento das associações: Embora ainda haja
concatenação lógica entre as idéias, nota-se já o
afrouxamento dos enlaces associativos. Manifesta-se
nas fases iniciais da esquizofrenia.
 Descarilhamento do pensamento: O pensamento passa
a extraviar-se de seu curso normal, toma atalhos,
desvios, pensamentos supérfluos, retornando aqui e
acolá ao seu curso original. Associado a distraibilidade.
É observado na esquizofrenia e, eventualmente, nos
quadros maníacos.
FORMA DO PENSAMENTO
 Desagregação do pensamento: Há profunda e radical
perda dos enlaces associativos, total perda da coerência
do pensamento, sobram apenas “pedaços” de
pensamento, conceitos e idéias fragmentadas, sem qq
articulação racional. Trata-se de alteração típica de
formas avançadas de esquizofrenia e de quadros
demenciais.
CONTEÚDO DO PENSAMENTO
CONTEÚDO DO PENSAMENTO
Persecutórios
Depressivos
Religiosos
Sexuais
De poder, riqueza, prestígio ou grandeza
De ruína ou culpa
Conteúdos hipocondríacos
FUNÇÕES PSIQUICAS
Psicomo-
tricidade
Pensamen-
to
Juízo de
realidade
Linguagem
Valoração
do eu
Personali-
dade
Inteligên-
cia
As alterações do
juízo de
realidade são
alterações do
pensamento!!
Juízos
patologicamente
falsos, são
chamados de
delírios.
O delírio é um
erro do ajuizar
(julgar) que tem
origem na doença
mental.
Não é tanto a
falsidade do
conteúdo q faz
uma crença ser
um delírio, mas
sobretudo a sua
justificativa.
Identifica
ção clínica
do delírio
Convicção
extraordinária
Impossível a
modificação do
delírio pela
experiência
objetiva (é
irremovível)
O seu conteúdo é
impossível
Os delírios agudos surgem de
forma rápida, podendo
desaparecer em pouco tempo
(horas e dias) – psicoses tóxicas
ou infecciosas.
Os delírios crônicos tendem a
ser persistentes, contínuos, de
longa duração (vários anos),
pouco modificáveis ao longo do
tempo.
Tal construção está inserida em
um processo de tentativa de
reorganização do funcionamento
mental: o esforço que o aparelho
psíquico empreende no sentido de
lidar com a desorganização que a
doença de fundo produz.
Portanto, nasce de uma
multiplicidade de fatores
complexos (psicológicos, orgânicos,
socioculturais, personalidade)
A inércia em mudar as próprias idéias e a
necessidade de sempre dar consistência ao
delírio;
A pobreza na comunicação interpessoal, falta
de contatos pessoais satisfatórios, isolamento
social;
Rejeição do meio social, contribuindo para
sentimentos paranóides, persecutórios e
agressivos;
A partir da perda de respeito e consideração,
o indivíduo tem a necessidade de construir
novas interpretações delirantes p/ manter sua
auto-estima.
MECANISMOS DE MANUTENÇÃO DO
DELÍRIO
DELÍRIO SEGUNDO SEU CONTEÚDO
 Persecutório: O pac. acredita ser vítima de um complô
e está sendo perseguido por pessoas conhecidas ou
desconhecidas. É o tema mais frequente dos delírios!
 Referência: O pac. afirma ser frequentemente alvo
de referências depreciativas, caluniosas. As vezes,
ouve o seu nome e que o xingam ou, simplesmente,
deduz que falam a seu respeito. Está associado à
perseguição.
 Influência ou controle: O pac. vivencia o fato de
estar sendo controlado, comandado ou influenciado
por força, pessoa ou entidade externa.
DELÍRIO SEGUNDO SEU CONTEÚDO
 Erótico: O pac. afirma que uma pessoa, geralmente de
destaque social ou de grande importância, está
totalmente apaixonada por ele e irá abandonar tudo
para que possam se casar.
 Depressivo: São aqueles delírios com temática triste,
como ruína, miséria, culpa, auto-acusação, doenças e
até mesmo desaparecimento de partes do corpo e
hipocondríacos. Associados à estados depressivos
profundos e em alguns casos de esquizofrenia.
DELÍRIO SEGUNDO SEU CONTEÚDO
 Grandeza: O pac. acredita ser extremamente
especial, dotado de capacidade e poderes. A auto-
estima pode estar extremamente aumentada. Ocorre
na esquizofrenia e em quadros maníacos.
 Místico ou Religioso: O pac. sente que tem poderes
místicos, ser um novo messias, Deus, um santo ou um
demônio.
 Ciúmes/Infidelidade: O pac. percebe-se traído pelo
cônjuge de forma vil e cruel. É presente no alcoolismo
crônico e no transtorno delirante crônico. É frequente
violência física e/ou homicídio.
FUNÇÕES PSÍQUICAS
IV
Profa. Lédice Oliveira
Psicopatologia Geral
BIBLIOGRAFIA
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia
dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2008. cap. 20 e 21.
FUNÇÕES PSIQUICAS
Psicomo-
tricidade
Pensamen-
to
Júizo de
realidade
Linguagem
Valoração
do eu
Personali-
dade
Inteligên-
cia
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Comunicação
Suporte ao
pensamento
(lógica)
Instrumento de
Expressão da
vida subjetiva
Afirmação do
EU
Expressão da
arte e do
lúdico (poesia,
dramatização)
A linguagem é uma atividade
social!! Só há linguagem onde
ocorre a possibilidade de
interação social, de diálogo.
A Linguagem está
contextualizada em
determinado ambiente
histórico, político e cultural.
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM
(SECUNDÁRIAS A LESÃO NEURAL)
 Afasia: perda da linguagem falada e escrita, por
incapacidade motora (do órgão fonador);
 Parafasias: Qdo o indivíduo deforma determinadas
palavras (cadeira por “cameila”, livro por “libro”);
 Agrafia: Perda da capacidade já adquirida de efetuar
a escrita.
 Alexia: Perda da capacidade já adquirida de efetuar a
leitura; dislexia: disfunção leve da alexia.
 Disartria: incapacidade de articular corretamente as
palavras, por paralisias musculares da fonação.
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM
(SECUNDÁRIAS A TRANST. PSIQ.)
 Logorréia: Produção aumentada e acelerada
(taquifasia) da linguagem verbal, associado ao
taquipsiquismo, podendo haver perda da lógica do
discurso;
 Bradifasia: Oposto da taquifasia, qdo as palavras
saguem-se umas às outras de forma lenta e difícil;
 Mutismo: Ausência de resposta verbal por parte do
doente, qdo fica no leito s/ responder ao
entrevistador;
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM
(SECUNDÁRIAS A TRANST. PSIQ.)
 Ecolalia: É a repetição da última ou das últimas
palavras que o entrevistador (ou alguém no ambiente)
falou ou dirigiu ao paciente: “Qual o seu nome?” e o
paciente responde: “Nome, nome, nome”.
 Palilalia: Repetição automática da última ou das últimas
palavras que ele próprio emitiu em seu discurso;
 Logoclonia: Repetição das últimas sílabas que o
paciente pronunciou: “Moro em Jundiaí, aí, aí, aí”;
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM
(SECUNDÁRIAS A TRANST. PSIQ.)
 Cropolalia: É a emissão involuntária de palavras
obscenas, vulgares ou relativas a excremento;
 Verbigeração: Repetição, de forma monótona e sem
sentido, de palavras, sílabas ou trechos de frases;
 Mussitação: Produção repetitiva de uma voz muito
baixa, murmurada, sem significado significativo;
 Para-respostas: O paciente “responde” como se
estivesse respondendo de fato a pergunta, mas o
conteúdo de sua fala é completamente disparatado em
relação ao conteúdo da pergunta.
O sinal extremo da desarmonia
das estruturas de pensamento e
de linguagem é o desenvolvimento
de uma linguagem completamente
incompreensível, uma língua
privada (do paciente) que ninguém
entende!!
FUNÇÕES PSIQUICAS
Psicomo-
tricidade
Pensamen-
to
Júizo de
realidade
Linguagem
Valoração
do eu
Personali-
dade
Inteligên-
cia
ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO
EU
 No início do desenvolvimento
psíquico da criança, não há,
entre o Eu e o mundo exterior,
discriminação e delimitação
claras.
 O eu do bebê estaria como
que “fundido” com o de sua mãe.
Para a Psicanálise, o Eu (ou ego) surge como a
diferenciação adaptativa do aparelho psíquico a partir
do contato da criança com a realidade, por meio do:
 Contato contínuo com a realidade
(princípio do prazer X princípio da
realidade);
Investimento amoroso e narcísico dos
pais sobre a criança;
Projeção dos desejos inconscientes dos
pais sobre a criança e consequente
assimilação desses desejos pela criança;
Identificação da própria criança, por
meio da introjeção das figuras parentais
primárias. A criança busca ser como o pai e
a mãe, copiá-los, agir e sentir como eles.
Tomada de
consciência
do pp.
Corpo – “Eu
físico”
“Eu
psíquico” e
“somático”
(ao mesmo
tempo)
Esquema ou
imagem
corporal
ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA DA
EXISTÊNCIA
Consiste na suspensão da sensação
normal do próprio Eu, corporal e
psíquico, na carência da consciência do
mundo perceptivo, na perda da
consciência do sentimento do Eu. Os
doentes relatam que se sentem
modificados, estranhos a si mesmos.
ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA DE
EXECUÇÃO
Quando o doente, ao pensar ou
desejar algo, sente porém que de
fato foi um outro que pensou ou
desejou tais pensamentos ou
desejos e os impôs de alguma
maneira. O doente não só se sente
mais senhor de seus pensamento,
como passa a viver sob a violência e
o julgo de um poder desconhecido.
CONSCIÊNCIA DE NÃO UNIDADE
DO EU
O indivíduo sente-se radicalmente dividido,
sente-se anjo e demônio ao mesmo tempo, ou
homem e mulher simultaneamente –
ambivalência.
CONSCIÊNCIA DE IDENTIDADE DO
EU NO TEMPO
Alguns pacientes relatam que
atualmente, em comparação à
sua vida anterior (em especial
antes do início da psicose), não
são a mesma pessoa. Alguns
chegam a usar a terceira
pessoa para se referirem ao
seu Eu do passado.
CONSCIÊNCIA DE IDENTIDADE DO
EU EM RELAÇÃO AO MUNDO
É a perda da sensação de oposição e
fronteira entre o Eu e o mundo. Os pacientes
identificam-se completamente com os
objetivos do mundo externo. O indivíduo
sente que seu Eu se expande para o mundo
exterior e não mais se diferencia deste.
DESPERSONALIZAÇÃO E
DESREALIZAÇÃO
É o sentimento de perda ou de
transformação do Eu. É uma vivência
profunda de estranhamento e
infamiliaridade consigo mesmo. O doente
sente-se estranho a si mesmo, vive
marcante transformação, com sentimentos
angustiantes, com a sensação que vai
enlouquecer, perder o controle (crises de
ansiedade, pânico, psicoses tóxicas,
esquizofrenia e depressão).
ALTERAÇÃO DO EU CORPORAL
(ESQUEMA CORPORAL)
É a representação que cada indivíduo faz
de seu próprio corpo, o que corresponde
à totalidade da organização psicológica
do indivíduo. Trata-se da forma como o
indivíduo se relaciona e cuida de seu
corpo
ALTERAÇÃO DO EU CORPORAL
(ESQUEMA CORPORAL) EM ALGUNS
TRANSTORNOS MENTAIS
 Deprimido: vive seu corpo como algo pesado, lento, difícil, fonte
de sofrimento e não de prazer;
Paciente maníaco: sente-se forte, ágil, não conseguindo parar e
repousar por período mais longo;
Esquizofrenia: o paciente tem a sensação de que alguém, algo ou
uma força externa desconhecida age sobre seu corpo, manipulando-o
ou controlando-o;
Histéricos: Tendem a erotizar intensamente o corpo todo,
todavia, não é incomum haver frigidez e anestesia genital;
ALTERAÇÃO DO EU CORPORAL
(ESQUEMA CORPORAL) EM ALGUNS
TRANSTORNOS MENTAIS
 Quadro obsessivo-compulsivo: vive seu corpo como sendo algo
sujo ou contaminado, tendo de esforçar-se constantemente para
limpá-lo, purificá-lo ou protegê-lo da contaminação;
Hipocondríaco: o corpo é o lugar de todo o seu sofrimento;
Dismorfofobia: o paciente se percebe distorcidamente, como
horrível e digno de enorme vergonha, partes de seu corpo (nariz,
orelham face, seios, mãos, etc);
Pacientes amputados: Podem apresentar o fenômeno de “membro
fantasma”, quando continuam sentindo seus membros mesmo após a
amputação (dor, coceira, aumento).
SE LIGA NO SIMULADO!!!!
Gioconda, 32 anos, chega para internação na Enfermaria Psiquiátrica do
hospital geral em que você trabalha. A paciente tem 1º grau completo
e trabalha de atendente de uma loja de móveis. Ao entrar na sala,
onde você fará o acolhimento e a primeira entrevista, a paciente se
mostra muito agitada, com maquiagem e batom fortíssimos. Você inicia
a entrevista, porém Gioconda não deixa você nem mesmo terminar a
frase. Sua fala é rápida e sem momentos de pausa. Ela conta que a
estão internando porque é milionária e querem tomar o dinheiro dela.
Segundo a paciente, ela é “miss Brasil e universo. Todos os homens me
olham e querem estar comigo. Minha irmã, com raiva disso me
internou, mas ela também quer meu dinheiro, pois sabe que sou
milionária. Eu sei disso porque ouço ela falando com o namorado, ouço
eles conversando sobre e isso e me acordando à noite gritando que vão
pegar toda minha fortuna”. Relata não usar drogas. Durante o
atendimento, por diversas vezes, a paciente mudou de assunto
repentinamente. Além disso não soube dizer qual era o dia de semana
e nem as horas em que foi internada.
Dalgalarrondo, no capítulo em seu livro “Psicopatologia e Semiologia dos
Transtornos Mentais, cita diversas alterações quantitativas e
qualitativas das funções psíquicas.
Baseado no exame psíquico de Gioconda, assinale a alternativa correta.
A)( ) Gioconda apresenta rebaixamento do nível de consciência,
pois está perdida no tempo, espaço e sua atenção voluntária está
dispersa. A paciente apresenta humor irritado e delírios de
grandeza, porém sem alucinações.
B)( ) A paciente apresenta alteração da orientação autopsíquica,
transtorno de humor (mania), distraibilidade, delírios
persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas.
C)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação qutopsíquica,
Transtorno de humor (mania), com hipoprosexia, delírios
persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas.
D)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação alopsíquica,
Transtorno de humor (depressão), distraibilidade, delírios
sexualizados, além de alucinações auditivas.
E)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação alopsíquica,
Transtorno de humor (mania), distraibilidade, delírios
persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas.
1) MODELO TÉCNICO DO
PROCESSO TERAPÊUTICO
2) O ENCONTRO COM O
LOUCO: ANTES E DEPOIS
Profa. Lédice Oliveira
Psicopatologia Geral
BIBLIOGRAFIA
Moffat, A. Terapia de crise. São Paulo: Ed. Cortez,
Parte V. p. 109-150.
Cociuffo, T. Encontro marcado com a loucura:
ensinando e aprendendo psicopatologia. São Paulo:
LUC Editora, 2001. Cap. 4 e 5. p. 57-96.
COMO O TERAPEUTA AJUDA O PACIENTE A
CAMINHAR DA DOENÇA À SAÚDE?
 A tarefa do terapeuta consiste em sustentar a
passagem, sendo ele o vínculo que estrutura essa nova
crise (iatrogênica) que é a “cura”;
 Pode ser que se revivam experiências muito dolorosas,
terríveis, trabalhosamente reprimidas e o terapeuta
deve acompanhá-lo nesta viagem pelo tempo, sustentando
o medo do paciente (ego auxiliar), p/ q possa reorganizar
sua realidade a partir das explicações compartilhadas e
não a partir de sua subjetividade, que no momento está
em confusão e ansiedade;
 A “cura” se produz quando o paciente consegue ter
insight do conflito que havia sido reprimido no
inconsciente, por meio da revivência transferencial com o
analista (neurose de transferência).
NEUROSE DE TRANSFERÊNCIA???
 Quando o paciente repete na transferência os seus
conflitos infantis (seus equivalentes simbólicos) e assim,
substituímos a sua neurose comum (sintoma/queixa) por
uma neurose de transferência de que pode ser curado
pelo trabalho terapêutico;
 Na neurose de transferência, todo o comportamento
patológico do paciente vem se recentrar na sua relação
com o analista;
 FREUD: “o doente não pode recordar-se de tudo o que
nele está recalcado, nem talvez do essencial (...). Ele é
antes obrigado a repetir o recalcado, como vivência no
presente”, para preencher lacunas do passado infantil.
Conteúdos da transferência
Afetos
dirigidos
aos objetos
primários
Conflitos
infantis
Figuras
parentais
PORÉM ....
Se o nível de ansiedade do paciente
estiver elevado, como sucede no caso da
crise, até mesmo nas mais leves, o
trabalho de exploração é impossível, pois
todas as energias psíquicas do paciente
devem se concentrar em proteger o seu
eu da desorganização.
Então, como deve ser o manejo
com o paciente psicótico ???
 Terapias de evolução (Moffat, 1982): Trata-se de um
lento trabalho de condicionamento nas reabilitações, com
vistas a resolver a lenta reaprendizagem de vínculos e
estruturas nas psicoses;
 Nesta vertente a terapia se define como um
adestramento, como um ensinar a poder ficar triste,
superar o medo, sentir prazer, etc. O terapeuta deve
perceber nos pacientes o que lhes falta fazer (o que não
puderam) e ajudar-lhes a fazê-lo para se completar;
 Em geral, trata-se de reaprender a função psicológica que
foi mal ensinada na infância.
COMUNIDADE TERAPÊUTICA
Criação de um meio ou um ambiente
que estruture a saúde, como se se
tratasse de uma oficina de
reaprendizagem de vínculos
organizados a partir da interação
grupal e não da subjetividade do
delírio!!
A história familiar
 É por meio dela que se tenta detectar os temas não
resolvidos, que passam de avós para pais e destes aos
filhos (que são, nesse momento, os pacientes);
 Pichon Riviere: em toda família há um segredo que gera
culpas ocultas que retornam como sintomas.
A história infantil
 Onde está a chave daquilo que atualmente não se
entende, especialmente nos traumatismos infantis e o
terapeuta propõe hipóteses para unir indícios na
reconstrução do que aconteceu lá no fundo da história
do paciente;
O presente
 A análise da situação atual nos permite também avaliar
o “solo” familiar com o qual o paciente pode contar e
seu prognóstico depende mais do apoio que lhe possam
dispensar do que do grau da própria enfermidade;
 Respaldados por pais muito comprometidos
psiquicamente, a cura torna-se extremamente difícil,
pois o paciente é o depositário da loucura da geração
anterior.
Ações como parte do
tratamento
 A trama cotidiana: única terapia possível no caso dos
pacientes psicóticos crônicos (Moffat, 1982).
Reintegração no mundo
familiar e o encontro de
formas mais criativas de
realização pessoal
Reaprendizagem de vínculos e
estruturas compartilhadas
(objetos primários), buscando um
ambiente sadio.
Aprendizagem das
regras de uso do espaço
(cultura onde está
inserido)
Ações como parte do
tratamento
 Reintegração na família: na fase de maior
estruturação o paciente não corresponderá ao papel que
tinha a partir da doença. Foco nas novas interações que
deverão surgir no interior da família;
 Reintegração no trabalho: ajudar o paciente a
encontrar um melhor ajuste social, considerando a
possibilidade de algum sintoma residual.
SEMIOLOGIA DAS
FUNÇÕES PSÍQUICAS
Profa. Lédice Oliveira
Psicopatologia Geral
BIBLIOGRAFIA
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia
dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2008. cap. 10, 11, 12, 14, 16, 17, 18
e 19.
CONSCIÊNCIA
 Lembrar que qualquer alteração do nível de
consciência repercute no funcionamento global do
psiquismo. Ele deve ser avaliado em primeiro lugar.
 Observar se o paciente está desperto ou sonolento.
 Observar se o paciente está perplexo, com dificuldade
de integrar coerentemente os estímulos ambientais.
 Lembrar que é por meio da orientação (sobretudo
temporoespacial) que, muitas vezes, se avalia o nível
de consciência.
 Teste da parede ou do papel branco. Pedir ao pac que
olhe atenta e fixamente p/ parede branca (ou papel); o
pac c/ leve rebaixamento do nível de consciência pode,
ao fazer isso, apresentar alucinações visuais simples
ou complexas.
ATENÇÃO
 Perguntar ao paciente (ou acompanhante): Tem
dificuldade p/ se concentrar? Distrai-se c/
facilidade? Não escuta qdo lhe falam? Tem problemas
para terminar tarefas ? Não consegue organizar as
tarefas ? Perde coisas necessárias p/ a realização das
tarefas ?
 A avaliação mais simples e prática da atenção é pedir
ao paciente que olhe os objetos que estão na sala da
entrevista e que logo em seguida cite o que viu.
ORIENTAÇÃO
 Orientação Temporal: Que dia é hoje ? Qual o dia da
semana ? Em que mês estamos ? Aproximadamente que
horas são ? (atentar-se a pacientes c/ baixo nível de
escolaridade)
 Orientação Espacial: Onde estamos ? Como se chama
a cidade em que estamos ? E o bairro ? Qual o caminho
e quanto tempo leva para vir de sua casa até aqui ?
Que edifício é este (hospital, ambulatório, consultório,
etc) em que estamos ? Em que andar estamos ?
 Orientação autopsíquica: Qual o seu nome ? O que
faz? Qual sua profissão ? Quem são seus pais ? Qual a
sua idade (verificar antecipadamente a ideda real do
paciente) ? Qual o seu estado civil ?
SENSOPERCEPÇÃO
 Alucinações auditivas: Tem ouvido vozes de pessoas
estranhas ou conhecidas ? Ouve vozes s/ saber de
onde vêm ? São vozes de homens, mulheres ou
crianças ? Fica irritado ? Tem medo ? Por que ? Que
lhe dizem as vozes ? Xingam, insultam ou ameaçam ?
As vozes ordenam ou proíbem alguma coisa ? São
repetições dos seus pensamentos ? Ouve as vozes
durante a entrevista ?
 Alucinações visuais: Tem visto algo estranho, que
chamou a atenção? Talvez tenha percebido visões,
animais, homens, figuras, sombras, fogo, fantasma,
demônios ou coisas do tipo? Tem as visões de noite ou
tb de dia? Apenas qdo está acordado ou adormecendo
ou a qq hora? Descreva p/ mim. De onde vem essa
visões?
SENSOPERCEPÇÃO
 Alucinações Olfativas e Gustativas: Tem notado
sabor ou cheiro ruim na comida ? Alguém tem querido
lhe envenenar ? Os cheiros eram agradáveis ou
desagradáveis ? De onde você acredita que vem esses
cheiros ou gosto ruim ?
 Alucinações Cinestésicas: Tem feito movimentos
contra sua vontade ? Partes do corpo tem mudado de
posição sem o seu controle ? Sente como se
levantassem seu corpo no ar ? Sente como se levasse
um empurrão ?
AFETIVIDADE
 Humor ansioso: Sente-se nervoso ? Sente-se
agoniado ? Com inquietação interna ? Sente angústia
ou ansiedade? Sente medos ou temores ? Tem
dificuldade para relaxar ? Tem dificuldade para se
concentrar ? Tem insônia ? Tem taquicardia, falta de
ar ?
 Humor irritado: Você tem se irritado com mais
facilidade que antes ? Os ruídos (televisão, de pessoa,
buzinas, etc) o incomodam muito ? As crianças o
incomodam ? Tem discutido ou brigado com
facilidade? Às vezes acha que vai explodir ?
AFETIVIDADE
 Humor triste, apático: Você tem se sentido triste ?
Desanimado ? As coisas que lhe davam prazer agora
lhe são indiferentes ? Sente-se cansado, sem energia?
Sente-se fraco ? Não se alegra com mais nada ?
Perdeu (ou aumentou) o apetite ou o sono ? Perdeu o
interesse pelas coisas ? Tem vontade de sumir ou
morrer ? Realizar as tarefas rotineiras passou a ser
um fardo para vc ? Prefere se isolar, não receber
visitas ?
 Humor hipertímico (alegre): Sente-se mais alegre
que o comum ? Mais disposto ? Tem, nos últimos dias,
mais vontade de falar e andar que geralmente ?
Sente-se mais forte ? Tem muitos amigos ? Tem
propriedades ou é uma pessoa muito influente ?
VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE
 O paciente vem à consulta por iniciativa própria ou é
trazido por alguém ?
 A atitude geral do paciente é passiva ou ativa ? Seus
gestos são lentos ou difíceis ou rápidos e fáceis ?
Anda de um lado para outro ? Esfrega as mãos ? Mexe
as pernas inquietamente ?
 O tom da voz é alto, baixo ou extridente ?
 Fala espontaneamente ou apenas quando é solicitado ?
 Mostra-se hostil, contrariado, agressivo ? Parece ter
dificuldade de controlar os impulsos ?
 Faz movimentos inadequados ? Faz movimentos ou
gestos bizarros ?
VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE
 Pragmatismo: O que você tem feito nos últimos dias e
semanas ? Tem sido capaz de trabalhar ou estudar no
último mês ? O que você tem sido capaz de fazer ?
Tem dificuldade em terminar o que começa ? O que
faz para se divertir ?
 Impulsividade (perguntar ao paciente, mas
sobretudo, aos acompanhantes): Ele (você) responde
sem pensar ? Interrompe com frequencia os outros ?
Não consegue esperar a sua vez ? Tem pavio curto, é
explosivo ? Descreva sua explosões.
VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE
 Impulso ou ideação suicida: A ideação, os impulsos e
os planos suicidas devem ser sempre investigados no
caso de mínima suspeita. Após contato inicial, inquirir
de modo que seja mais fácil para o paciente falar
sobre o tema, começando a perguntar sobre o desejo
de “desaparecer”, de “sair de cena”, de “dormir para
sempre”, até o desejo definido de se matar. O
paciente potencialmente suicida sente-se, muitas
vezes, aliviado por poder falar sobre o tema.
VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE
 Ficar atento aos pacientes que:
1. Tentaram o suicídio recentemente (nos últimos
meses ou anos) e continuam com graves problemas;
2. Estavam muito deprimidos e “melhoraram”
subitamente (pois tal “melhora” pode resultar em,
finalmente, ter se decidido a cometer o suicídio e,
assim, livrar-se do sofrimento);
3. Embora neguem o impulso suicida, comportam-se de
forma muito autodestrutiva, revelando o seu
potencial suicida;
4. “Resolvem” seus negócios (vendem pertences, fazem
testamento, etc.) sem motivo aparente.
PENSAMENTO
 Ao longo da entrevista verificar:
1) Como flui o pensamento do paciente: observar o seu curso
(velocidade, ritmo), forma e conteúdos. O pensamento é
lento e difícil ou rápido e fácil ? O raciocínio alcança o seu
objetivo, chega a um ponto final, ou fica “orbitando” em
tema secundários ?
2) A forma e o tipo de pensamento: O pensamento é
coerente e bem-compreensível ? Há fuga de idéias ? É
concreto ou revela capacidade de abstração e uso de
símbolos ? O pensamento respeita a realidade ou segue os
desígnios dos desejos e temores do paciente ?
3) Em caso de pensamento desorganizado: É do tipo
confusional (alteração da consciência), demencial (alteração
da cognição) ou deficitária (pobreza homogênea) ? Há
afrouxamento, descarrilhamento ou desagregação do
pensamento ? Quais os conteúdos mais frequentes no
discurso ?
JUÍZO DA REALIDADE
 Idéias/delírios de perseguição: Você tem motivos
para desconfiar de algúem? Alguém tentou prejudica-
lo? Recebeu ameaças? Como se comporta sua família
em relação a você? E a(o) sua(eu) esposa(o), confia
nele(a)? Tb quer prejudica-lo(a)? Você está certo do
que me disse ou acha que pode ser “coisas de sua
imaginação”? Como pensa defender-se desses perigos?
 Idéias/delírios de referência: Observou se as
pessoas falam de você quando conversam ? Tem
notado se, na rua ou em outro lugar, alguém o segue ou
espia ? Alguém faz gestos ou sinais qdo vc passa ? Viu
nos jornais ou na televisão alguma coisa a seu
respeito? Conhece as pessoas que fazem essas coisas
Que intenção elas tem ?
JUÍZO DA REALIDADE
 Idéias/delírios de influência: Já sentiu algo externo
influenciando seu corpo ? Já recebeu algum tipo de
mensagem ? Alguma força externa influencia ou
controla seus pensamentos ? Já teve a sensação de que
alguém ou algo pode ler a sua mente ?
 Idéias/delírios de ciúmes: Vc confia na(o) sua (seu)
esposa(o) ? Tem motivos para suspeitar de sua
fidelidade ? Tem provas que o(a) enganou ou o(a) traiu ?
Como foi que começou ? Como tem certeza de que o(a)
traiu ?
 Idéias/delírios religiosos: Já teve contato ou recebeu
influência de espíritos ou forças sobrenaturais ? Vc
sente que tem relação especial com Deus ?
JUÍZO DA REALIDADE
 Idéias/delírios depressivos e hipocondríacos: Tem pensamentos
tristes ou negativos? Há algo de que se arrepende? Fez mal a
alguma pessoa? As pessoas reprovam ou condenam seu
comportamento? Preocupa-se com sua saúde? Que partes do eu
corpo estão doentes? Algo está errado com seu corpo ? Falta algo
em seu corpo? Alguma parte de seu corpo está podre ou
estragada?
 Idéias/delírios de grandeza: Sente-se especialmente forte e
capaz? Tem algum talento ou alguma habilidade especial? Observou
se uma pessoa importante se interessa por você? Você é uma
pessoa rica?
 Idéias obsessivas: Há pensamentos ou idéias que surgem com
frequência em sua mente? Eles se repetem constantemente? De
onde vem tais pensamentos? São desagradáveis? Quais são esses
pensamentos? Vc faz algo p/ livrar-se deles? Pratica rituais para
atenuar ou neutralizar esses pensamentos?

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  • 1. LOUCURA: CONCEITO, CONCEPÇÃO MÍTICA E SEU DESENVOLVIMENTO Profa. Lédice Oliveira Psicopatologia Geral
  • 2. BIBLIOGRAFIA COCIUFFO, T. Encontro marcado com a loucura: ensinando e aprendendo psicopatologia. São Paulo: Luc Editora, 2001. cap. I, II.
  • 3. LOUCURA: RESGATE HISTÓRICO  Homero (700 a.c.) - Grécia Antiga: loucura atribuída à ação dos deuses;  Ésquilo (525-456 a.c.), Sófocles (496-406 a.c.), Erípedes (485-407 a.c.): A loucura é produto dos conflitos passionais do homem, das paixões, onde se localiza a sede entre o desejo e a regra social (semelhança com a psicanálise);  Platão (427-327 a.c.): A loucura acontecia quando a alma irracional (tórax) estava de alguma forma separada de sua parte racional (cérebro – imortal). Ocorria pela má distribuição dos “humores”. Há dualidade (mente/corpo);
  • 4.  Hipócrates (460 a.c. – 380 a.c.): Loucura resultante da crise do sistema de humores (concepção organicista). Cérebro como sede das emoções e pensamento. Ex.: Causa: frustração sexual; Sintoma: histeria; Terapêutica: casamento.  Galeno (131 – 200 d.c.): loucura como disfunção encefálica. Estudioso da anatomia: diferenciação dos nervos sensoriais e motores. Prevalece o modelo organicista (causas orgânicas);  Idade Média: reedita-se o modelo mítico de Homero.
  • 5.  Renascimento (Séc. XV e XVI) e a Reforma (Sec. XV): transição gradativa para a concepção científica da loucura. Há a disputa entre médicos e teólogos pelas histéricas, pois elas não seriam responsáveis por seus atos, devendo ser consideradas como doentes mentais e não como bruxas;  Pinel (1745-1826): Priorizou os aspectos comportamentais da loucura. Defendia que a histeria era decorrente de afacções psíquicas (psicogênese), ou seja, uma “neurose”;  Mesmer (1734-1815): loucura como desequilíbrio do fluído universal. O médico era um magnetizador restabelecendo a distribuição de fluído pelo corpo;
  • 6.  Braid (1795-1860): termo hipnotismo: provocar estado de sono nos pacientes “nervosos”, ressaltando a natureza psicológica, por meio da exploração de conteúdo inconsciente como originário do mau estado psíquico;  Liébeault (1823-1904) e Bernheim (1840-1919): hipnotismo como tratamento, o qual era “mera questão de sugestão”;  Charcot (1823-1893): estado hipnótico como doença artificialmente produzida, com componentes orgânicos, só podia ser provocada em histéricos. Há tendência em explicar as desordens do compto. e afetivas como produto de modificações cerebrais;
  • 7.  Kraepelin (1856-1926): fundou a nosologia psquiátrica. Há prevalência do corpo e ausência do doente. Ignorava-se a fala;  Bleuler (1857-1939): importância da clínica baseada na escuta do paciente;  Freud (Séc. XIX): sujeito do inconsciente, o sujeito habitado por forças que desconhece – subjetividade. Ressaltou a importância da escuta e do tratamento. Não se sabe exatamente onde começa e onde acaba a sanidade mental – presença fluida da psiquiatria.
  • 8. 1950 - PSICOFARMACOLOGIA  Grande benefício quando administrada adequadamente;  Conforto ( dor);  Remissão dos sintomas.  Concepção reducionista – psiquismo é equivalente à cérebro;  Não podem curar o sofrimento psiquico;  Não promove mudança de perspectiva.
  • 9. PSICANÁLISE Charcot: método hipnótico Breuer: método catártico Freud: teoria sexual (rompimento com Breuer)
  • 10. OPS!! PODE CAIR NA PROVA!!  Psicofarmacologia (aspectos positivos e negativos);  Psicanálise (conceito de sanidade mental);  Precursores da psicanálise e seus pressupostos.
  • 12. BIBLIOGRAFIA DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. cap. 3
  • 13. CRITÉRIOS DE NORMALIDADE EM PSICOPATOLOGIA 1) Normalidade como ausência de doença: indivíduo que não é portador de um transtorno mental definido; 2) Normalidade ideal: supostamente “sadio”, é socialmente construída; 3) Normalidade estatística: o normal passa a ser aquilo que se observa com mais frequência; 4) Normalidade como bem-estar: completo bem- estar físico, mental e social, e não simplesmente como ausência de doença.
  • 14. 1) Normalidade funcional: quando não há sofrimento; 2) Normalidade como processo: considera-se os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial; 3) Normalidade subjetiva: se dá maior ênfase à percepção subjetiva do próprio indivíduo; 4) Normalidade como liberdade: quando não se está limitado em suas possibilidades existenciais, como acontece com a doença mental; 5) Normalidade operacional: defini-se “normal” e “patológico” e trabalha-se operacionalmente c/ estes conceitos.
  • 15. PSICOPATOLOGIA E SEUS FENÔMENOS Profa. Lédice Oliveira Psicopatologia Geral
  • 16. BIBLIOGRAFIA DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. cap. 3 COCIUFFO, T. Encontro marcado com a loucura: ensinando e aprendendo psicopatologia. São Paulo: Luc Editora, 2001. cap. I, II.
  • 17. Conjunto de conhecimentos sobre o adoecimento mental do ser humano vivências Estados mentais Padrões de comporta mento PSICOPATOLOGIA
  • 18. LIMITES DA CIÊNCIA PSICOPATOLÓGICA Nunca se pode reduzir por completo o ser humano a conceitos psicopatológicos!!! Em todo o indivíduo, oculta-se algo que não se pode conhecer!!!
  • 19. Forma (estrutura) Alucinação Delírio Idéia obsessiva Labilidade afetiva Conteúdo (o que preenche) Culpa Religião Persecutoriedade Grandeza SINTOMAS
  • 20. CLASSIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS • Comum em todas as pessoas (ex.: fome, medo ...)Semelhantes • Há fenômenos semelhantes, porém com alguma alteração (ex.: tristeza -> depressão) Parcialmente semelhantes • Próprias das doenças mentais – fenômenos psicóticos (ex.: alucinações, delírios ...) Diferentes
  • 21. PSICANÁLISE  Freud: a neurose seria o resultado do conflito entre o “ego” e o “id” e, em troca, a psicose, o desenlace análogo de tal perturbação das relações entre o “ego” e o mundo externo • “ego” X “id” Neurose • “ego” X mundo externoPsicose
  • 22. PSICANÁLISE  Melanie Klein: o psicótico não conseguiu superar as angústias primitivas da infância e regressou a elas quando sua psicose se tornou manifesta. Todos possuímos simultaneamente uma parte não psicótica e uma outra psicótica. A diferença está no caráter regressivo (quantitativo)!!
  • 23. NA PRÁTICA .... Entrevista Psicológica Existência de transtornos mentais Aspectos da personalidade (desenvolvimento) Grau de sofrimento psíquico
  • 24. Objeto de estudo indivíduo em sofrimento psíquico intenso Ressalta-se o caráter HUMANO!!
  • 25. PSICÓLOGO  Trabalha para além do diagnóstico, no encontro do sofrimento do “outro” e na busca de sentido para esse sofrimento, o que implica a compreensão da realidade psíquica, cultural e econômica dessa população.  Objetiva avaliar o grau de saúde que persiste no paciente para, a partir daí, iniciar uma psicoterapia.  Trabalha no encontro do sofrimento humano e na busca de sentido desse sofrimento.
  • 26. PARA REFLETIR ... Como pensar no “outro” e em como é possível atendê-lo, quando estamos tão ocupados com nossas angústias com relação ao nosso desempenho e ao que temos para oferecer?
  • 27. VALE A PENA RELEMBRAR!! VAI QUE CAI NA PROVA ....  Critérios de normalidade;  Psicopatologia (definição e seus fenômenos);  Sintomas (conteúdo e forma);  Classificação dos fenômenos;  Psicanálise (definição de psicose – Freud e M. Klein);  Entrevista psicológica;  Objeto de estudo da psicopatologia;  Papel do psicólogo em psicopatologia.
  • 28. FUNÇÕES PSÍQUICAS I Profa. Lédice Oliveira Psicopatologia Geral
  • 29. BIBLIOGRAFIA DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. cap. 9, 10 e 11.
  • 30. FUNÇÕES PSIQUICAS Consciência Atenção Orientação Senso- percepção Afetividade Vontade
  • 32. Não existem de forma isolada! É sempre a pessoa em sua totalidade que adoece! A significação dos fenômenos é + importante que a descrição de sintomas! Cada aspecto da realidade psic. só existe vinculada à história do indivíduo! FUNÇÕES PSÍQUICAS
  • 33. FUNÇÕES PSIQUICAS Consciência Atenção Orientação Senso- percepção Afetividade Vontade
  • 34. O INCONSCIENTE  Estrutura mental mais importante do psiquismo humano;  Regido pelo princípio do prazer;  Atemporal;  Isento de contradição;  Processo primário;  Possui caráter dinâmico (visa expulsar os desejos para a consciência).
  • 35. ALTERAÇÕES NORMAIS DA CONSCIÊNCIA  Sono normal: um estado comportamental e uma fase fisiológica normal e necessária.  Sono NREM(rapid eye movements): Estágio 1: + leve e superficial; Estágio 2: um pouco menos superficial; Estágio 3: sono + profundo; Estágio 4: sono muito profundo, é + difícil acordar.  Sono REM: semelhante ao estágio 1 NREM. É quando ocorre a maior parte dos sonhos. Há relaxamento muscular profundo e movimentos oculares rápidos
  • 36. O SONHO  Vivência predominantemente visuais;  Fenômeno rico e revelador de desejos e temores, os quais são revelados de forma disfarçada e indireta;  O conteúdo do sonho tem um sentido!  O sonho, assim como o sintoma, é uma formação de compromisso entre o consciente e o inconsciente.  Moreau de Tours (1804-1884): “a loucura é o sonho do homem acordado.”
  • 37. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA CONSCIÊNCIA  Obnubilação ou turvação da consciência: rebaixamento da consc. em grau leve e moderado; pac. pode estar claramente sonolento ou parecer desperto; há lentidão da compreensão e dificuldade de concentração; demonstra perplexidade.  Sopor: Marcante turvação da consc.; pac. é despertado apenas c/ estímulo enérgico e doloroso; é incapaz de qualquer reação espontânea.  Coma: Grau mais profundo de rebaixamento da consc., pois há ausência de qq indício de consc. Grau I: semicoma; Grau II: coma superficial; Grau III: coma profundo; Grau IV: coma dépassé.
  • 38. SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS ( CONSC.)  Delirium (distúrbios cerebrais agudos e transtornos psicorgânicos):  rebaixamento leve a moderado da consc.;  desorientação termporoespacial;  dificuldade de concentração;  perplexidade;  ansiedade em graus variados;  agitação ou lentificação psicomotora;  discurso ilógico ou confuso e/ou  alucinações, quase sempre visuais;  oscila ao longo do dia .
  • 39.  Estado onírico (psicoses tóxicas, abstinência, quadros febris tóxico- infecciosos)  estado semelhante ao sonho muito vívido;  atividade alucinatória visual intensa com caráter cênico e fantástico;  há intensa carga emocional, com angústia, terror ou pavor;  há amnésia consecutiva;  excitação psicomotora;  incoerência do pensamento;  perplexidade. SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS ( CONSC.)
  • 40. ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA CONSCIÊNCIA  Estados crepusculares (causas orgânicas): estreitamento transitório da consc. (certa obnubilação); surge e desaparece de forma abrupta e tem duração variável; atos explosivos violentos, descontrole emocional; pode haver amnésia lacunar; Frequente nos casos de epilepsia, intoxicação por drogas, traumatismo craniano, quadros dissociativos histéricos agudos e choques emocionais;  Estado segundo (causas psicogenéticas e choques emocionais): atos incongruentes, extravagantes e inconvenientes; quase nunca são graves ou perigosos;
  • 41. ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA CONSCIÊNCIA  Dissociação da consciência (quadros ansiosos e histéricos): estado semelhante ao sonho (estado onírico), geralmente desencadeado por acontecimentos psicologicamente significativos, gerando gde ansiedade; o indivíduo “desliga” da realidade p/ parar de sofrer;  Transe: assemelha-se ao sonhar acordado, porém c/ atividade motora automática (involuntária) e repetitiva; ocorre em contextos religiosos e culturais.
  • 42. ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA CONSCIÊNCIA  Estado hipnótico: consciência reduzida e estreitada e de atenção concentrada, induzido por outra pessoa; podem ser induzidos fenômenos como anestesia, paralisias, rigidez muscular.  Experiência de quase-morte: são experiências muito rápidas em que pacientes muito graves referem ter vivenciado experiência de quase-morte, com sensação de paz, de estar fora do corpo, luz intensa, contato com entidade mística.
  • 43. DICAS!!!  Qq. alteração no nível de consciência reflete no funcionamento global do psiquismo, por isso deve ser avaliado em primeiro lugar;  Sempre observar a atitude do paciente (desperto, sonolento);  Observar se o paciente está perplexo, c/ dificuldade de integrar os estímulos do ambiente;  A orientação, sobretudo, a temporoespacial é o melhor meio de se avaliar o nível de consciência.
  • 44. FUNÇÕES PSIQUICAS Consciência Atenção Orientação Senso- percepção Afetividade Vontade
  • 45. ANORMALIDADES DA ATENÇÃO  Hipoprosexia: concentração, percepção dos estímulos ambientais e de compreensão, capacidade de pensar e integrar informações.  Aproxia: total abolição da capacidade de atenção, por + fortes e variados que sejam os estímulos.  Hiperprosexia: atenção, mantendo-se concentrado sem fatigar-se.  Distração: superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos ou objetos, com a inibição de tudo o mais  Distraibilidade: é um estado patológico, c/ dificuldade ou incapacidade p/ fixar-se em qq. coisa que implique em esforço produtivo.
  • 46. TRANSTORNOS MENTAIS  Transtornos do humor / quadros depressivos: geral da atenção, hipoprosexia;  Quadros maníacos: atenção salta de um estímulo p/ outro;  TOC: há vigilância excessiva e desregulada;  Esquizofrenia: dificuldade de anular adequadamente estímulos sensoriais irrelevantes enquanto realizam tarefas, lentificação no tempo de reação em consequência da distraibilidade;  TDAH: prejuízo relacionado à filtragem de estímulos irrelevantes à tarefa, com relutância em controlar seus comportamentos e impulsos.
  • 47. DICAS!!  Perguntar ao paciente e à pessoa que o acompanha: ☺ Tem dificuldade p/ se concentrar ? ☺ Distrai-se c/ facilidade ? ☺ Não escuta qdo falam ? ☺ Tem problemas p/ finalizar tarefas ? ☺ Perde coisas necessárias p/ a realização das tarefas ?  A avaliação simples e prática é pedir ao pac. que olhe os objetos que estão na sala e que logo em seguida cite o que viu.
  • 48. FUNÇÕES PSÍQUICAS II Profa. Lédice Oliveira Psicopatologia Geral
  • 49. BIBLIOGRAFIA DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. cap. 12, 14, 16 e 17.
  • 50. FUNÇÕES PSIQUICAS Consciência Atenção Orientação Senso- percepção Afetividade Vontade
  • 51. ORIENTAÇÃO IMPORTANTE P/ AVALIAR O NÍVEL DE CONSCIÊNCIA!! AUTOPSÍQUICA Relação à si mesmo (3º) – revela se o sujeito sabe quem ele é. AUTOPSÍQUICA Relação ao mundo – quanto ao tempo (1º) e quanto ao tempo (2º)
  • 52. ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO  Redução do nível de consciência (torporosa ou confusa): Há alteração da atenção, concentração, da capacidade de percepção e retenção dos estímulos ambientais – Forma mais comum de desorientação!;  Déficit de memória: típico em quadros demenciais;  Desorientação apática ou abúlica: indivíduo torna-se desorientado devido à alteração do humor e da volição;  Desorientação delirante: convicção plena que estão habitando o lugar e/ou tempo de seus delírios;
  • 53. ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO  Por déficit intelectual: R.M. grave ou moderado;  Por dissociação: desorientação histérica, c/ alteração da identidade pessoal, desdobramento da personalidade;  Por desagregação: Atividade mental gravemente desorganizada, desagregação profunda do pensamento;  Qto a própria idade: discrepância de 5 anos ou mais – indicativo de déficit cognitivo na esquizofrenia.
  • 54. FUNÇÕES PSIQUICAS Consciência Atenção Orientação Senso- percepção Afetividade Vontade
  • 55. ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS Hiperestesia: aumento da intensidade e duração das percepções (sons, ruídos). Ocorre nas intoxicações por substâncias, epilepsia, enxaqueca, esquizofrenia) Hiperpatia: queimação dolorosa, produzida por um leve estímulo na pele -quadros neurológicos; Hipoestesia: o mundo circundante é percebido como mais escuro – quadros depressivos.
  • 56. ALTERAÇÕES QUALITATIVAS Ilusões: Se caracteriza pela percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Ocorre em estados de rebaixamento de consciência, fadiga grave, estados afetivos alterados. São + comuns as visuais. Alucinação: Percepção de um objeto, sem que este esteja presente (voz, ruído, imagem); Alucinose: Qdo o paciente percebe a alucinação como estranha à sua pessoa. O paciente reconhece o caráter patológico do fenômeno. Frequente em quadros psicorgânicos e em intoxicações por alucinógenos. Pseudo-alucinação: Não apresenta uma imagem perceptiva real. “Parece uma voz (ou imagem)...” ou que “... É como se fosse uma voz (ou imagem), mas não é bem uma voz”. Frequente em psicoses orgânicas, estados afetivos, na fadiga, rebaixamento consciência e intoxicações.
  • 57. ALUCINAÇÕES  Auditivas: Simples: qdo se ouve apenas ruídos. Complexa: qdo se escuta vozes, s/ estímulo real. Quase sempre de conteúdo depreciativo e/ou perseguição; Muito frequente na esquizofrenia. Tb pode ocorrer nos transtornos de humor, no alcoolismo crônico, nos transtornos de personalidade (histriônico, borderline) e transtornos dissociativos;  Musicais: Audição de tons musicais, ritmos, harmonias, s/ o estímulo auditivo externo;
  • 58. ALUCINAÇÕES  Visuais: Visões nítidas, s/ o estímulo visual. Figuras ou imagem de pessoas, de partes do corpo, de entidades, de objetos inanimados, animais ou crianças. Frequente na esquizofrenia e em quadros orgânicos;  Táteis: Sente espetadas, choques ou insetos ou pequenos animais correndo sobre sua pele. Frequente na esquizofrenia, nos quadros histéricos, no delirium tremens e na psicoses tóxicas;
  • 59. ALUCINAÇÕES  Olfativas ou gustativas: Raras. “Sentir” o odor de coisas podres, de cadáver, de fezes, de pano queimado. Vêm acompanhadas de forte impacto emocional. Nas gustativas, os pac. sentem na boca, o sabor de ácido, de sangue, de urina;  Cenestésicas: Sensações incomuns e claramente anormais em diferentes partes do corpo, como sentir o cérebro encolhendo ou o fígado despedaçando;  Cinestésicas: Sensações alteradas de movimento do corpo, como sentir o corpo afundando, as pernas encolhendo ou um braço se elevando. Frequentes na esquizofrenia e nas depressões graves.
  • 60. TEORIAS PSICODINÂMICAS, PSICOLÓGICAS E AFETIVAS DAS ALUCINAÇÕES Necessidades e tendências afetivas, desejos e, sobretudo, conflitos inconscientes. Como mecanismo primitivo de defesa do ego; Sentimento de culpa, gratificação, autoridade dos pais (ex: verbais); Tentativa de expulsar de seu interior conteúdos conflituosos insuportáveis, material recalcado, impossível de ser aceito pelo Eu consciente.
  • 61. FUNÇÕES PSIQUICAS Consciência Atenção Orientação Senso- percepção Afetividade Vontade
  • 62. ASPECTOS PSICODINÂMICOS (PSICANÁLISE)  Angústia: Conflito entre “princípio do prazer” e “princípio da realidade”;  Melancolia (depressão): Modo particular de elaboração inconsciente de perdas reais ou simbólicas. O sujeito deposita em si (no próprio Eu) todo o rancor, ódio inconscientes que guardava pelo objeto amado, surgindo as auto-acusações, os sentimentos de culpa, a autopunição em forma de descuido próprio, idéias e/ou atos suicidas.
  • 63. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE  Distimia: Termo que designa a alteração básica do humor, tanto no sentido da inibição como no sentido da exaltação; Pode ser hipotímica (melancólica) ou hipertímica (maníaca);  Disforia: Distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável, mal-humoradas, com forte componente de irritação, amargura, desgosto ou agressividade;
  • 64.  Puerilidade: alteração do humor que se caracteriza pelo aspecto infantil, simplório, regredido. O indivíduo ri ou chora por motivos banais, sua vida afetiva é superficial, sem afetos profundos, consistentes e duradouros. Frequente na esquizofrenia, nos déficits intelectuais, nos quadros histéricos;  Estado de êxtase: Frequentemente associado à experiências religiosas ou místicas;  Irritabilidade patológica: Qq estímulo é sentido como perturbador, e o indivíduo reage prontamente de forma disfórica. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE
  • 65. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS  Apatia: Os pac. queixam-se de não poderem sentir nem alegria, nem tristeza, nem raiva, nem nada. Está ligado ao afeto, o paciente relata espontaneamente sem referir sofrimento. Próprio dos quadros depressivos e em alguns casos de transtornos mentais;  Embotamento afetivo: Perda profunda e todo tipo de vivência afetiva. É um fenômeno observável (mímica, postura, atitude). Frequente na esquizofrenia;  Sentimento de falta de sentimento: O paciente refere sofrimento. Típico em depressivos graves;
  • 66. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS  Anedonia: É a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas atividade e experiências da vida. É central nas depressões, podendo ocorrer na esquizofrenia e nos transtornos de personalidade;  Indiferença afetiva: Trata-se de certa frieza incompreensível diante dos sintomas que o pac. apresenta, que parece indicar que, no fundo, o pac. sabe que seus sintomas são psicogênicos e potencialmente reversíveis (certo exibicionismo, teatralidade) – histeria, depressão;
  • 67. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS  Labilidade afetiva: Mudanças súbitas e imotivadas de humor, sentimentos ou emoções. Presentes em quadros depressivos ou maníacos, estados graves de ansiedade, esquizofrenia e quadros psicorgânicos;  Ambivalência afetiva: Sentimentos opostos a um mesmo estímulo ou objeto, de modo simultâneo. Indicativo de cisão radical do Eu, de desarmonia profunda das vivências psíquicas;
  • 68.  Neotimia: (esquizoforia) Um tipo de experiência afetiva, radicalmente nova, ameaçadora e estranha, dos pacientes esquizofrênicos, no período que antecede o surgimento da revelação delirante;  Fobia: São medos específicos psicopatologicamente desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidas pelos desencadeantes, chamados de objetos ou situações fobígenas. Há intensa crise de ansiedade. Ex.: Fobia simples, fobia social, agorafobia (aglomeração), claustrofobia (ambientes pequenos); ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS
  • 69.  Pânico: Reação de intenso medo, de pavor, relacionada geralmente ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração. Crises agudas e intensas de ansiedade, acompanhadas por medo intenso de morrer ou perder o controle. O paciente relata frequentemente que tinha a nítida sensação de que iria morrer, perder o controle ou ter um ataque do coração. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS
  • 70. FUNÇÕES PSIQUICAS Consciência Atenção Orientação Senso- percepção Afetividade Vontade
  • 71. ATO VOLITIVO OU ATO DE VONTADE Expressões típicas do “eu quero” ou “eu não quero”!!
  • 72. ALTERAÇÕES DA VONTADE HIPOBULIA ABULIA Associada a apatia Fadiga fácil Dificuldade de decisão
  • 73. ATOS IMPULSIVOS E ATOS COMPULSIVOS  Ato impulsivo: Ações psicomotora automáticas, sem reflexão, ponderação ou decisão prévia, de tipo instantâneo e explosivo. Associado à incapacidade de tolerância à frustração. É egossintônico;  Ato compulsivo: É reconhecido pelo indivíduo como indesejável e inadequado, assim como pela tentativa de refreá-lo ou adiá-lo. É egodistônico. Também associado à idéias obsessivas.
  • 75. ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE  Agitação psicomotora: Mais comum. Aceleração e exaltação de toda atividade motora do indivíduo, em geral secundária a taquipsiquismo acentuado. Associado à hostilidade e heteroagressividade. Frequente em quadros maníacos, esquizofrenia aguda, quadros psicorgânicos, em deficiências mentais e síndromes demenciais;  Lentificação psicomotora: Profunda lentificação psicomotora, com ausência de respostas motoras adequadas, s/ que haja paralisias ou déficit motor;
  • 76.  Estereotipias motoras: Perda do controle voluntário sobre a esfera motora. O pac. repete o mesmo gesto com as mãos dezenas ou centenas de vezes em um mesmo dia. Frequente na esquizofrenia e na deficiência mental;  Maneirismo: É um tipo de estereotipia motora caracterizada por movimentos bizarros e repetitivos (mímicas, gestos, linguagem). Posturas e movimentos estranhos, exagerados, afetados ou bizarros, de forma involuntária. Acentuam-se com a ansiedade. ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
  • 77.  Conversão: Surgimento abrupto de sintomas físicos (paralisias, anestesias, cegueira), de origem psicogênica. Ocorre geralmente em situações estressantes, de ameaça ou conflito intrapsíquico ou interpessoal significativos para o indivíduo. A conversão expressa a representação simbólica de um conflito psíquico em termos de manifestações motoras. Frequente na histeria e no transtorno de personalidade histriônica. ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
  • 78. FUNÇÕES PSÍQUICAS III Profa. Lédice Oliveira Psicopatologia Geral
  • 79. BIBLIOGRAFIA DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. cap. 17 (continuação), 18 e 19.
  • 81. ALTERAÇÕES DA MARCHA  Paciente Histérico: A marcha é irregular, mutável, bizarra, raramente revela um padrão preciso e estável. Tem-se a impressão de que o paciente está prestes a cair, mas raramente ele cai, a não ser na presença de outros. Camptocormia: tronco p/ frente; Hemiplegia histérica: arrasta o pé “paralisado”; Abasia: impossibilidade ou dificuldade p/ a marcha; Astasia: impossibilidade de ficar em pé.  Pacientes esquizofrênicos: Marcadamente bizarra, com maneirismos. Qdo tb deprimidos apresentam marcha lentificada e difícil.
  • 82. Os psicofármacos, principalmente os neurolépticos de 1ª geração (haloperidol, clorpromazina, flufenazina, etc), produzem uma série de alterações no tônus muscular, na postura e na movimentação voluntária e involuntária do paciente psicótico.
  • 83. OUTRAS ALTERAÇÕES E APRAXIAS  Hiperventilação Psicogênica: Aceleração da respiração. Ocorre em situações estressantes e associadas à ansiedade.  Apragmatismo (ou hipopragmatismo): Dificuldade ou incapacidade de realizar condutas volitivas e psicomotoras minimamente complexas (higiene pessoal, limpar o quarto, atividades produtivas diversas). Não há lesão neurológica, corresponde a alteração das esferas volitivas e afetivas (hipobulia, apatia). É frequente em psicóticos crônicos, representando um desafio à reabilitação.
  • 84. OUTRAS ALTERAÇÕES E APRAXIAS  Apraxia: Impossibilidade ou a dificuldade de realizar atos intencionais, gestos complexos, voluntários, conscientes, sem que haja paralisias e sem que faltem tb o entendimento da ordem p/ fazê-lo ou a decisão de fazê-lo. Decorre sempre de lesões neurais.
  • 86. ALTERAÇÃO DOS ELEMENTOS DO PENSAMENTO  Desintegração dos conceitos: Ocorre qdo os conceitos sofrem um processo de perda de seu significado original, uma mesma palavra passa a ter significados cada vez mais diverso. Ex: ateu = “a teu comando” (comando de Deus);  Condensação dos conceitos: Qdo 2 ou + conceitos são fundidos, o pacientes involuntariamente condensa duas ou + idéias em um único conceito, que se expressa por 1 nova palavra (neologismos).
  • 87. TIPOS ALTERADOS DE PENSAMENTO  Pensamento mágico: Segue os designios dos desejos, das fantasias e dos temores, conscientes ou inconscientes, adequando a realidade ao pensamento. É mais comum em crianças, mas tb pode ocorrer na esquizofrenia, em quadros histriônicos, borderline, narcisista e em obsessivos-compulsivos (pensamentos mágicos + rituais compulsivos);  Pensamento concreto ou concretismo: Incapacidade de entender ou utilizar metáforas, o pensamento é muito concreto. Pode ocorrer na D.M., nas demências e na esquizofrenia grave.
  • 88. TIPOS ALTERADOS DE PENSAMENTO  Pensamento vago: O paciente expõe um pensamento muito ambíguo, c/ falta de clareza e precisão. Pode ser um sinal inicial de esquizofrenia e de quadros demenciais e transtornos de personalidade.  Pensamento prolixo: O paciente não consegue chegar a qq conclusão sobre o tema, dá longas voltas ao redor do tema. Pode ocorrer nos quadros iniciais da esquizofrenia, nas D.M. e em neuróticos graves (T.O.C.)
  • 89. TIPOS ALTERADOS DE PENSAMENTO  Pensamento deficitário (ou oligofrênico): Há estrutura pobre e rudimentar, tende ao raciocínio concreto, porém a memorização de determinados conteúdos ou temas pode ser muito extensa e numerosa, porém é mecânica e rígida (Savant – um tipo de D.M.).  Pensamento desagregado: Radicalmente incoerente, há uma mistura aleatória de palavras (“salada de palavras”), que nada comunica ao interlocutor. Ocorre nas formas graves e avançadas da esquizofrenia.  Pensamento obsessivo: Conteúdo absurdo, mas que se impõe à consciência. Há angústia e luta constante.
  • 91. DIMENSÕES DO PENSAR • Modo como o pensamento flui; • Sua velocidade, ritmo ao longo do tempo.Curso • Estrutura básica, sua “arquitetura”; • Preenchida pelos + diversos conteúdos e interesses do indivíduo. Forma • O que dá substância ao pensamento; • Os temas predominantes, o assunto em si. Conteúdo
  • 93. CURSO DO PENSAMENTO  Aceleração do Pensamento: Flui de forma muito acelerada, uma idéia se sucedendo à outra rapidamente. Frequente nos quadros maníacos, na esquizofrenia e nos quadros de ansiedade e de depressão ansiosa.  Lentificação do Pensamento: Há certa latência entre as perguntas e as respostas. Frequente nas depressões graves, nos casos de rebaixamento do nível de consciência e em certas intoxicações (sedativos).
  • 94. CURSO DO PENSAMENTO  Bloqueio ou interceptação do Pensamento: Ao relatar algo, o paciente, no meio de uma conversa, brusca e repentinamente interrompe seu pensamento, sem qq motivo aparente. Exclusivo da esquizofrenia.  Roubo do pensamento: O indivíduo tem a nítida sensação de que seu pensamento foi roubado de sua mente, por uma força estranha, por uma máquina, uma antena, etc. Típico na esquizofrenia.
  • 96. FORMA DO PENSAMENTO  Fuga de idéias: É secundária à aceleração do pensamento. As associações entre as palavras deixam de seguir uma lógica ou finalidade do pensamento e passam a ocorrer por assonância (Ex.: amor, flor, cor ... Ou cidade, idade, realidade). Frequente nos quadros maníacos.  Dissociação do pensamento: Os pensamentos passam progressivamente a não seguir uma sequencia lógica e bem organizada, mas ainda é possível captar aquilo que o indivíduo quer comunicar. Encontrado em certas formas de esquizofrenia.
  • 97. FORMA DO PENSAMENTO  Afrouxamento das associações: Embora ainda haja concatenação lógica entre as idéias, nota-se já o afrouxamento dos enlaces associativos. Manifesta-se nas fases iniciais da esquizofrenia.  Descarilhamento do pensamento: O pensamento passa a extraviar-se de seu curso normal, toma atalhos, desvios, pensamentos supérfluos, retornando aqui e acolá ao seu curso original. Associado a distraibilidade. É observado na esquizofrenia e, eventualmente, nos quadros maníacos.
  • 98. FORMA DO PENSAMENTO  Desagregação do pensamento: Há profunda e radical perda dos enlaces associativos, total perda da coerência do pensamento, sobram apenas “pedaços” de pensamento, conceitos e idéias fragmentadas, sem qq articulação racional. Trata-se de alteração típica de formas avançadas de esquizofrenia e de quadros demenciais.
  • 100. CONTEÚDO DO PENSAMENTO Persecutórios Depressivos Religiosos Sexuais De poder, riqueza, prestígio ou grandeza De ruína ou culpa Conteúdos hipocondríacos
  • 102. As alterações do juízo de realidade são alterações do pensamento!! Juízos patologicamente falsos, são chamados de delírios. O delírio é um erro do ajuizar (julgar) que tem origem na doença mental. Não é tanto a falsidade do conteúdo q faz uma crença ser um delírio, mas sobretudo a sua justificativa.
  • 103. Identifica ção clínica do delírio Convicção extraordinária Impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva (é irremovível) O seu conteúdo é impossível
  • 104. Os delírios agudos surgem de forma rápida, podendo desaparecer em pouco tempo (horas e dias) – psicoses tóxicas ou infecciosas. Os delírios crônicos tendem a ser persistentes, contínuos, de longa duração (vários anos), pouco modificáveis ao longo do tempo.
  • 105. Tal construção está inserida em um processo de tentativa de reorganização do funcionamento mental: o esforço que o aparelho psíquico empreende no sentido de lidar com a desorganização que a doença de fundo produz. Portanto, nasce de uma multiplicidade de fatores complexos (psicológicos, orgânicos, socioculturais, personalidade)
  • 106. A inércia em mudar as próprias idéias e a necessidade de sempre dar consistência ao delírio; A pobreza na comunicação interpessoal, falta de contatos pessoais satisfatórios, isolamento social; Rejeição do meio social, contribuindo para sentimentos paranóides, persecutórios e agressivos; A partir da perda de respeito e consideração, o indivíduo tem a necessidade de construir novas interpretações delirantes p/ manter sua auto-estima. MECANISMOS DE MANUTENÇÃO DO DELÍRIO
  • 107. DELÍRIO SEGUNDO SEU CONTEÚDO  Persecutório: O pac. acredita ser vítima de um complô e está sendo perseguido por pessoas conhecidas ou desconhecidas. É o tema mais frequente dos delírios!  Referência: O pac. afirma ser frequentemente alvo de referências depreciativas, caluniosas. As vezes, ouve o seu nome e que o xingam ou, simplesmente, deduz que falam a seu respeito. Está associado à perseguição.  Influência ou controle: O pac. vivencia o fato de estar sendo controlado, comandado ou influenciado por força, pessoa ou entidade externa.
  • 108. DELÍRIO SEGUNDO SEU CONTEÚDO  Erótico: O pac. afirma que uma pessoa, geralmente de destaque social ou de grande importância, está totalmente apaixonada por ele e irá abandonar tudo para que possam se casar.  Depressivo: São aqueles delírios com temática triste, como ruína, miséria, culpa, auto-acusação, doenças e até mesmo desaparecimento de partes do corpo e hipocondríacos. Associados à estados depressivos profundos e em alguns casos de esquizofrenia.
  • 109. DELÍRIO SEGUNDO SEU CONTEÚDO  Grandeza: O pac. acredita ser extremamente especial, dotado de capacidade e poderes. A auto- estima pode estar extremamente aumentada. Ocorre na esquizofrenia e em quadros maníacos.  Místico ou Religioso: O pac. sente que tem poderes místicos, ser um novo messias, Deus, um santo ou um demônio.  Ciúmes/Infidelidade: O pac. percebe-se traído pelo cônjuge de forma vil e cruel. É presente no alcoolismo crônico e no transtorno delirante crônico. É frequente violência física e/ou homicídio.
  • 110. FUNÇÕES PSÍQUICAS IV Profa. Lédice Oliveira Psicopatologia Geral
  • 111. BIBLIOGRAFIA DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. cap. 20 e 21.
  • 113. FUNÇÕES DA LINGUAGEM Comunicação Suporte ao pensamento (lógica) Instrumento de Expressão da vida subjetiva Afirmação do EU Expressão da arte e do lúdico (poesia, dramatização)
  • 114. A linguagem é uma atividade social!! Só há linguagem onde ocorre a possibilidade de interação social, de diálogo. A Linguagem está contextualizada em determinado ambiente histórico, político e cultural.
  • 115. ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM (SECUNDÁRIAS A LESÃO NEURAL)  Afasia: perda da linguagem falada e escrita, por incapacidade motora (do órgão fonador);  Parafasias: Qdo o indivíduo deforma determinadas palavras (cadeira por “cameila”, livro por “libro”);  Agrafia: Perda da capacidade já adquirida de efetuar a escrita.  Alexia: Perda da capacidade já adquirida de efetuar a leitura; dislexia: disfunção leve da alexia.  Disartria: incapacidade de articular corretamente as palavras, por paralisias musculares da fonação.
  • 116. ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM (SECUNDÁRIAS A TRANST. PSIQ.)  Logorréia: Produção aumentada e acelerada (taquifasia) da linguagem verbal, associado ao taquipsiquismo, podendo haver perda da lógica do discurso;  Bradifasia: Oposto da taquifasia, qdo as palavras saguem-se umas às outras de forma lenta e difícil;  Mutismo: Ausência de resposta verbal por parte do doente, qdo fica no leito s/ responder ao entrevistador;
  • 117. ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM (SECUNDÁRIAS A TRANST. PSIQ.)  Ecolalia: É a repetição da última ou das últimas palavras que o entrevistador (ou alguém no ambiente) falou ou dirigiu ao paciente: “Qual o seu nome?” e o paciente responde: “Nome, nome, nome”.  Palilalia: Repetição automática da última ou das últimas palavras que ele próprio emitiu em seu discurso;  Logoclonia: Repetição das últimas sílabas que o paciente pronunciou: “Moro em Jundiaí, aí, aí, aí”;
  • 118. ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM (SECUNDÁRIAS A TRANST. PSIQ.)  Cropolalia: É a emissão involuntária de palavras obscenas, vulgares ou relativas a excremento;  Verbigeração: Repetição, de forma monótona e sem sentido, de palavras, sílabas ou trechos de frases;  Mussitação: Produção repetitiva de uma voz muito baixa, murmurada, sem significado significativo;  Para-respostas: O paciente “responde” como se estivesse respondendo de fato a pergunta, mas o conteúdo de sua fala é completamente disparatado em relação ao conteúdo da pergunta.
  • 119. O sinal extremo da desarmonia das estruturas de pensamento e de linguagem é o desenvolvimento de uma linguagem completamente incompreensível, uma língua privada (do paciente) que ninguém entende!!
  • 121. ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO EU  No início do desenvolvimento psíquico da criança, não há, entre o Eu e o mundo exterior, discriminação e delimitação claras.  O eu do bebê estaria como que “fundido” com o de sua mãe.
  • 122. Para a Psicanálise, o Eu (ou ego) surge como a diferenciação adaptativa do aparelho psíquico a partir do contato da criança com a realidade, por meio do:  Contato contínuo com a realidade (princípio do prazer X princípio da realidade); Investimento amoroso e narcísico dos pais sobre a criança; Projeção dos desejos inconscientes dos pais sobre a criança e consequente assimilação desses desejos pela criança; Identificação da própria criança, por meio da introjeção das figuras parentais primárias. A criança busca ser como o pai e a mãe, copiá-los, agir e sentir como eles.
  • 123. Tomada de consciência do pp. Corpo – “Eu físico” “Eu psíquico” e “somático” (ao mesmo tempo) Esquema ou imagem corporal
  • 124. ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA DA EXISTÊNCIA Consiste na suspensão da sensação normal do próprio Eu, corporal e psíquico, na carência da consciência do mundo perceptivo, na perda da consciência do sentimento do Eu. Os doentes relatam que se sentem modificados, estranhos a si mesmos.
  • 125. ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA DE EXECUÇÃO Quando o doente, ao pensar ou desejar algo, sente porém que de fato foi um outro que pensou ou desejou tais pensamentos ou desejos e os impôs de alguma maneira. O doente não só se sente mais senhor de seus pensamento, como passa a viver sob a violência e o julgo de um poder desconhecido.
  • 126. CONSCIÊNCIA DE NÃO UNIDADE DO EU O indivíduo sente-se radicalmente dividido, sente-se anjo e demônio ao mesmo tempo, ou homem e mulher simultaneamente – ambivalência.
  • 127. CONSCIÊNCIA DE IDENTIDADE DO EU NO TEMPO Alguns pacientes relatam que atualmente, em comparação à sua vida anterior (em especial antes do início da psicose), não são a mesma pessoa. Alguns chegam a usar a terceira pessoa para se referirem ao seu Eu do passado.
  • 128. CONSCIÊNCIA DE IDENTIDADE DO EU EM RELAÇÃO AO MUNDO É a perda da sensação de oposição e fronteira entre o Eu e o mundo. Os pacientes identificam-se completamente com os objetivos do mundo externo. O indivíduo sente que seu Eu se expande para o mundo exterior e não mais se diferencia deste.
  • 129. DESPERSONALIZAÇÃO E DESREALIZAÇÃO É o sentimento de perda ou de transformação do Eu. É uma vivência profunda de estranhamento e infamiliaridade consigo mesmo. O doente sente-se estranho a si mesmo, vive marcante transformação, com sentimentos angustiantes, com a sensação que vai enlouquecer, perder o controle (crises de ansiedade, pânico, psicoses tóxicas, esquizofrenia e depressão).
  • 130. ALTERAÇÃO DO EU CORPORAL (ESQUEMA CORPORAL) É a representação que cada indivíduo faz de seu próprio corpo, o que corresponde à totalidade da organização psicológica do indivíduo. Trata-se da forma como o indivíduo se relaciona e cuida de seu corpo
  • 131. ALTERAÇÃO DO EU CORPORAL (ESQUEMA CORPORAL) EM ALGUNS TRANSTORNOS MENTAIS  Deprimido: vive seu corpo como algo pesado, lento, difícil, fonte de sofrimento e não de prazer; Paciente maníaco: sente-se forte, ágil, não conseguindo parar e repousar por período mais longo; Esquizofrenia: o paciente tem a sensação de que alguém, algo ou uma força externa desconhecida age sobre seu corpo, manipulando-o ou controlando-o; Histéricos: Tendem a erotizar intensamente o corpo todo, todavia, não é incomum haver frigidez e anestesia genital;
  • 132. ALTERAÇÃO DO EU CORPORAL (ESQUEMA CORPORAL) EM ALGUNS TRANSTORNOS MENTAIS  Quadro obsessivo-compulsivo: vive seu corpo como sendo algo sujo ou contaminado, tendo de esforçar-se constantemente para limpá-lo, purificá-lo ou protegê-lo da contaminação; Hipocondríaco: o corpo é o lugar de todo o seu sofrimento; Dismorfofobia: o paciente se percebe distorcidamente, como horrível e digno de enorme vergonha, partes de seu corpo (nariz, orelham face, seios, mãos, etc); Pacientes amputados: Podem apresentar o fenômeno de “membro fantasma”, quando continuam sentindo seus membros mesmo após a amputação (dor, coceira, aumento).
  • 133. SE LIGA NO SIMULADO!!!!
  • 134. Gioconda, 32 anos, chega para internação na Enfermaria Psiquiátrica do hospital geral em que você trabalha. A paciente tem 1º grau completo e trabalha de atendente de uma loja de móveis. Ao entrar na sala, onde você fará o acolhimento e a primeira entrevista, a paciente se mostra muito agitada, com maquiagem e batom fortíssimos. Você inicia a entrevista, porém Gioconda não deixa você nem mesmo terminar a frase. Sua fala é rápida e sem momentos de pausa. Ela conta que a estão internando porque é milionária e querem tomar o dinheiro dela. Segundo a paciente, ela é “miss Brasil e universo. Todos os homens me olham e querem estar comigo. Minha irmã, com raiva disso me internou, mas ela também quer meu dinheiro, pois sabe que sou milionária. Eu sei disso porque ouço ela falando com o namorado, ouço eles conversando sobre e isso e me acordando à noite gritando que vão pegar toda minha fortuna”. Relata não usar drogas. Durante o atendimento, por diversas vezes, a paciente mudou de assunto repentinamente. Além disso não soube dizer qual era o dia de semana e nem as horas em que foi internada. Dalgalarrondo, no capítulo em seu livro “Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais, cita diversas alterações quantitativas e qualitativas das funções psíquicas. Baseado no exame psíquico de Gioconda, assinale a alternativa correta.
  • 135. A)( ) Gioconda apresenta rebaixamento do nível de consciência, pois está perdida no tempo, espaço e sua atenção voluntária está dispersa. A paciente apresenta humor irritado e delírios de grandeza, porém sem alucinações. B)( ) A paciente apresenta alteração da orientação autopsíquica, transtorno de humor (mania), distraibilidade, delírios persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas. C)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação qutopsíquica, Transtorno de humor (mania), com hipoprosexia, delírios persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas. D)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação alopsíquica, Transtorno de humor (depressão), distraibilidade, delírios sexualizados, além de alucinações auditivas. E)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação alopsíquica, Transtorno de humor (mania), distraibilidade, delírios persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas.
  • 136. 1) MODELO TÉCNICO DO PROCESSO TERAPÊUTICO 2) O ENCONTRO COM O LOUCO: ANTES E DEPOIS Profa. Lédice Oliveira Psicopatologia Geral
  • 137. BIBLIOGRAFIA Moffat, A. Terapia de crise. São Paulo: Ed. Cortez, Parte V. p. 109-150. Cociuffo, T. Encontro marcado com a loucura: ensinando e aprendendo psicopatologia. São Paulo: LUC Editora, 2001. Cap. 4 e 5. p. 57-96.
  • 138. COMO O TERAPEUTA AJUDA O PACIENTE A CAMINHAR DA DOENÇA À SAÚDE?  A tarefa do terapeuta consiste em sustentar a passagem, sendo ele o vínculo que estrutura essa nova crise (iatrogênica) que é a “cura”;  Pode ser que se revivam experiências muito dolorosas, terríveis, trabalhosamente reprimidas e o terapeuta deve acompanhá-lo nesta viagem pelo tempo, sustentando o medo do paciente (ego auxiliar), p/ q possa reorganizar sua realidade a partir das explicações compartilhadas e não a partir de sua subjetividade, que no momento está em confusão e ansiedade;  A “cura” se produz quando o paciente consegue ter insight do conflito que havia sido reprimido no inconsciente, por meio da revivência transferencial com o analista (neurose de transferência).
  • 139. NEUROSE DE TRANSFERÊNCIA???  Quando o paciente repete na transferência os seus conflitos infantis (seus equivalentes simbólicos) e assim, substituímos a sua neurose comum (sintoma/queixa) por uma neurose de transferência de que pode ser curado pelo trabalho terapêutico;  Na neurose de transferência, todo o comportamento patológico do paciente vem se recentrar na sua relação com o analista;  FREUD: “o doente não pode recordar-se de tudo o que nele está recalcado, nem talvez do essencial (...). Ele é antes obrigado a repetir o recalcado, como vivência no presente”, para preencher lacunas do passado infantil.
  • 140. Conteúdos da transferência Afetos dirigidos aos objetos primários Conflitos infantis Figuras parentais
  • 141. PORÉM .... Se o nível de ansiedade do paciente estiver elevado, como sucede no caso da crise, até mesmo nas mais leves, o trabalho de exploração é impossível, pois todas as energias psíquicas do paciente devem se concentrar em proteger o seu eu da desorganização.
  • 142. Então, como deve ser o manejo com o paciente psicótico ???  Terapias de evolução (Moffat, 1982): Trata-se de um lento trabalho de condicionamento nas reabilitações, com vistas a resolver a lenta reaprendizagem de vínculos e estruturas nas psicoses;  Nesta vertente a terapia se define como um adestramento, como um ensinar a poder ficar triste, superar o medo, sentir prazer, etc. O terapeuta deve perceber nos pacientes o que lhes falta fazer (o que não puderam) e ajudar-lhes a fazê-lo para se completar;  Em geral, trata-se de reaprender a função psicológica que foi mal ensinada na infância.
  • 143. COMUNIDADE TERAPÊUTICA Criação de um meio ou um ambiente que estruture a saúde, como se se tratasse de uma oficina de reaprendizagem de vínculos organizados a partir da interação grupal e não da subjetividade do delírio!!
  • 144. A história familiar  É por meio dela que se tenta detectar os temas não resolvidos, que passam de avós para pais e destes aos filhos (que são, nesse momento, os pacientes);  Pichon Riviere: em toda família há um segredo que gera culpas ocultas que retornam como sintomas.
  • 145. A história infantil  Onde está a chave daquilo que atualmente não se entende, especialmente nos traumatismos infantis e o terapeuta propõe hipóteses para unir indícios na reconstrução do que aconteceu lá no fundo da história do paciente;
  • 146. O presente  A análise da situação atual nos permite também avaliar o “solo” familiar com o qual o paciente pode contar e seu prognóstico depende mais do apoio que lhe possam dispensar do que do grau da própria enfermidade;  Respaldados por pais muito comprometidos psiquicamente, a cura torna-se extremamente difícil, pois o paciente é o depositário da loucura da geração anterior.
  • 147. Ações como parte do tratamento  A trama cotidiana: única terapia possível no caso dos pacientes psicóticos crônicos (Moffat, 1982). Reintegração no mundo familiar e o encontro de formas mais criativas de realização pessoal Reaprendizagem de vínculos e estruturas compartilhadas (objetos primários), buscando um ambiente sadio. Aprendizagem das regras de uso do espaço (cultura onde está inserido)
  • 148. Ações como parte do tratamento  Reintegração na família: na fase de maior estruturação o paciente não corresponderá ao papel que tinha a partir da doença. Foco nas novas interações que deverão surgir no interior da família;  Reintegração no trabalho: ajudar o paciente a encontrar um melhor ajuste social, considerando a possibilidade de algum sintoma residual.
  • 149. SEMIOLOGIA DAS FUNÇÕES PSÍQUICAS Profa. Lédice Oliveira Psicopatologia Geral
  • 150. BIBLIOGRAFIA DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. cap. 10, 11, 12, 14, 16, 17, 18 e 19.
  • 151. CONSCIÊNCIA  Lembrar que qualquer alteração do nível de consciência repercute no funcionamento global do psiquismo. Ele deve ser avaliado em primeiro lugar.  Observar se o paciente está desperto ou sonolento.  Observar se o paciente está perplexo, com dificuldade de integrar coerentemente os estímulos ambientais.  Lembrar que é por meio da orientação (sobretudo temporoespacial) que, muitas vezes, se avalia o nível de consciência.  Teste da parede ou do papel branco. Pedir ao pac que olhe atenta e fixamente p/ parede branca (ou papel); o pac c/ leve rebaixamento do nível de consciência pode, ao fazer isso, apresentar alucinações visuais simples ou complexas.
  • 152. ATENÇÃO  Perguntar ao paciente (ou acompanhante): Tem dificuldade p/ se concentrar? Distrai-se c/ facilidade? Não escuta qdo lhe falam? Tem problemas para terminar tarefas ? Não consegue organizar as tarefas ? Perde coisas necessárias p/ a realização das tarefas ?  A avaliação mais simples e prática da atenção é pedir ao paciente que olhe os objetos que estão na sala da entrevista e que logo em seguida cite o que viu.
  • 153. ORIENTAÇÃO  Orientação Temporal: Que dia é hoje ? Qual o dia da semana ? Em que mês estamos ? Aproximadamente que horas são ? (atentar-se a pacientes c/ baixo nível de escolaridade)  Orientação Espacial: Onde estamos ? Como se chama a cidade em que estamos ? E o bairro ? Qual o caminho e quanto tempo leva para vir de sua casa até aqui ? Que edifício é este (hospital, ambulatório, consultório, etc) em que estamos ? Em que andar estamos ?  Orientação autopsíquica: Qual o seu nome ? O que faz? Qual sua profissão ? Quem são seus pais ? Qual a sua idade (verificar antecipadamente a ideda real do paciente) ? Qual o seu estado civil ?
  • 154. SENSOPERCEPÇÃO  Alucinações auditivas: Tem ouvido vozes de pessoas estranhas ou conhecidas ? Ouve vozes s/ saber de onde vêm ? São vozes de homens, mulheres ou crianças ? Fica irritado ? Tem medo ? Por que ? Que lhe dizem as vozes ? Xingam, insultam ou ameaçam ? As vozes ordenam ou proíbem alguma coisa ? São repetições dos seus pensamentos ? Ouve as vozes durante a entrevista ?  Alucinações visuais: Tem visto algo estranho, que chamou a atenção? Talvez tenha percebido visões, animais, homens, figuras, sombras, fogo, fantasma, demônios ou coisas do tipo? Tem as visões de noite ou tb de dia? Apenas qdo está acordado ou adormecendo ou a qq hora? Descreva p/ mim. De onde vem essa visões?
  • 155. SENSOPERCEPÇÃO  Alucinações Olfativas e Gustativas: Tem notado sabor ou cheiro ruim na comida ? Alguém tem querido lhe envenenar ? Os cheiros eram agradáveis ou desagradáveis ? De onde você acredita que vem esses cheiros ou gosto ruim ?  Alucinações Cinestésicas: Tem feito movimentos contra sua vontade ? Partes do corpo tem mudado de posição sem o seu controle ? Sente como se levantassem seu corpo no ar ? Sente como se levasse um empurrão ?
  • 156. AFETIVIDADE  Humor ansioso: Sente-se nervoso ? Sente-se agoniado ? Com inquietação interna ? Sente angústia ou ansiedade? Sente medos ou temores ? Tem dificuldade para relaxar ? Tem dificuldade para se concentrar ? Tem insônia ? Tem taquicardia, falta de ar ?  Humor irritado: Você tem se irritado com mais facilidade que antes ? Os ruídos (televisão, de pessoa, buzinas, etc) o incomodam muito ? As crianças o incomodam ? Tem discutido ou brigado com facilidade? Às vezes acha que vai explodir ?
  • 157. AFETIVIDADE  Humor triste, apático: Você tem se sentido triste ? Desanimado ? As coisas que lhe davam prazer agora lhe são indiferentes ? Sente-se cansado, sem energia? Sente-se fraco ? Não se alegra com mais nada ? Perdeu (ou aumentou) o apetite ou o sono ? Perdeu o interesse pelas coisas ? Tem vontade de sumir ou morrer ? Realizar as tarefas rotineiras passou a ser um fardo para vc ? Prefere se isolar, não receber visitas ?  Humor hipertímico (alegre): Sente-se mais alegre que o comum ? Mais disposto ? Tem, nos últimos dias, mais vontade de falar e andar que geralmente ? Sente-se mais forte ? Tem muitos amigos ? Tem propriedades ou é uma pessoa muito influente ?
  • 158. VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE  O paciente vem à consulta por iniciativa própria ou é trazido por alguém ?  A atitude geral do paciente é passiva ou ativa ? Seus gestos são lentos ou difíceis ou rápidos e fáceis ? Anda de um lado para outro ? Esfrega as mãos ? Mexe as pernas inquietamente ?  O tom da voz é alto, baixo ou extridente ?  Fala espontaneamente ou apenas quando é solicitado ?  Mostra-se hostil, contrariado, agressivo ? Parece ter dificuldade de controlar os impulsos ?  Faz movimentos inadequados ? Faz movimentos ou gestos bizarros ?
  • 159. VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE  Pragmatismo: O que você tem feito nos últimos dias e semanas ? Tem sido capaz de trabalhar ou estudar no último mês ? O que você tem sido capaz de fazer ? Tem dificuldade em terminar o que começa ? O que faz para se divertir ?  Impulsividade (perguntar ao paciente, mas sobretudo, aos acompanhantes): Ele (você) responde sem pensar ? Interrompe com frequencia os outros ? Não consegue esperar a sua vez ? Tem pavio curto, é explosivo ? Descreva sua explosões.
  • 160. VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE  Impulso ou ideação suicida: A ideação, os impulsos e os planos suicidas devem ser sempre investigados no caso de mínima suspeita. Após contato inicial, inquirir de modo que seja mais fácil para o paciente falar sobre o tema, começando a perguntar sobre o desejo de “desaparecer”, de “sair de cena”, de “dormir para sempre”, até o desejo definido de se matar. O paciente potencialmente suicida sente-se, muitas vezes, aliviado por poder falar sobre o tema.
  • 161. VOLIÇÃO E PSICOMOTRICIDADE  Ficar atento aos pacientes que: 1. Tentaram o suicídio recentemente (nos últimos meses ou anos) e continuam com graves problemas; 2. Estavam muito deprimidos e “melhoraram” subitamente (pois tal “melhora” pode resultar em, finalmente, ter se decidido a cometer o suicídio e, assim, livrar-se do sofrimento); 3. Embora neguem o impulso suicida, comportam-se de forma muito autodestrutiva, revelando o seu potencial suicida; 4. “Resolvem” seus negócios (vendem pertences, fazem testamento, etc.) sem motivo aparente.
  • 162. PENSAMENTO  Ao longo da entrevista verificar: 1) Como flui o pensamento do paciente: observar o seu curso (velocidade, ritmo), forma e conteúdos. O pensamento é lento e difícil ou rápido e fácil ? O raciocínio alcança o seu objetivo, chega a um ponto final, ou fica “orbitando” em tema secundários ? 2) A forma e o tipo de pensamento: O pensamento é coerente e bem-compreensível ? Há fuga de idéias ? É concreto ou revela capacidade de abstração e uso de símbolos ? O pensamento respeita a realidade ou segue os desígnios dos desejos e temores do paciente ? 3) Em caso de pensamento desorganizado: É do tipo confusional (alteração da consciência), demencial (alteração da cognição) ou deficitária (pobreza homogênea) ? Há afrouxamento, descarrilhamento ou desagregação do pensamento ? Quais os conteúdos mais frequentes no discurso ?
  • 163. JUÍZO DA REALIDADE  Idéias/delírios de perseguição: Você tem motivos para desconfiar de algúem? Alguém tentou prejudica- lo? Recebeu ameaças? Como se comporta sua família em relação a você? E a(o) sua(eu) esposa(o), confia nele(a)? Tb quer prejudica-lo(a)? Você está certo do que me disse ou acha que pode ser “coisas de sua imaginação”? Como pensa defender-se desses perigos?  Idéias/delírios de referência: Observou se as pessoas falam de você quando conversam ? Tem notado se, na rua ou em outro lugar, alguém o segue ou espia ? Alguém faz gestos ou sinais qdo vc passa ? Viu nos jornais ou na televisão alguma coisa a seu respeito? Conhece as pessoas que fazem essas coisas Que intenção elas tem ?
  • 164. JUÍZO DA REALIDADE  Idéias/delírios de influência: Já sentiu algo externo influenciando seu corpo ? Já recebeu algum tipo de mensagem ? Alguma força externa influencia ou controla seus pensamentos ? Já teve a sensação de que alguém ou algo pode ler a sua mente ?  Idéias/delírios de ciúmes: Vc confia na(o) sua (seu) esposa(o) ? Tem motivos para suspeitar de sua fidelidade ? Tem provas que o(a) enganou ou o(a) traiu ? Como foi que começou ? Como tem certeza de que o(a) traiu ?  Idéias/delírios religiosos: Já teve contato ou recebeu influência de espíritos ou forças sobrenaturais ? Vc sente que tem relação especial com Deus ?
  • 165. JUÍZO DA REALIDADE  Idéias/delírios depressivos e hipocondríacos: Tem pensamentos tristes ou negativos? Há algo de que se arrepende? Fez mal a alguma pessoa? As pessoas reprovam ou condenam seu comportamento? Preocupa-se com sua saúde? Que partes do eu corpo estão doentes? Algo está errado com seu corpo ? Falta algo em seu corpo? Alguma parte de seu corpo está podre ou estragada?  Idéias/delírios de grandeza: Sente-se especialmente forte e capaz? Tem algum talento ou alguma habilidade especial? Observou se uma pessoa importante se interessa por você? Você é uma pessoa rica?  Idéias obsessivas: Há pensamentos ou idéias que surgem com frequência em sua mente? Eles se repetem constantemente? De onde vem tais pensamentos? São desagradáveis? Quais são esses pensamentos? Vc faz algo p/ livrar-se deles? Pratica rituais para atenuar ou neutralizar esses pensamentos?