Aparelho psíquico designa os modelos concebidos por Sigmund Freud para explicar a organização e o funcionamento da mente. Para isso, ele propôs cronologicamente algumas hipóteses. Definições!
1. Minha primeira aula de Psicanálise.....módulo Teoria Psicanalítica I (Freud)
Aparelho psíquico designa os modelos concebidos por Sigmund Freud para explicar a
organização e o funcionamento da mente. Para isso, ele propôs cronologicamente
algumas hipóteses, entre as quais as mais conhecidas são:
1. a hipótese econômica, que concerne essencialmente à quantidade e movimento da
energia na atividade psíquica;
2. a hipótese topográfica, que tenta localizar a atividade mental em alguma parte do
aparelho, que ele inicialmente dividiu em consciente, pré-
consciente e inconsciente; e a
3. hipótese estrutural, na qual ele finalmente dividiu a mente em três instâncias
funcionais: id, ego e superego, atribuindo a cada uma delas uma função
específica.
Embora cada hipótese represente uma evolução do pensamento de Freud, não se afirma
categoricamente que a mais recente suprime as anteriores, mas apenas que a partir dali a
psicanálise passou a enfocar as relações entre as três instâncias psíquicas em vez de
apenas classificar um conteúdo mental como consciente ou inconsciente. A ênfase,
portanto, está na busca contínua através de décadas de estudos no sentido de aprimorar a
tópica do aparelho psíquico.
A teoria psicanalítica foi desenvolvida pelo neurologista austríaco Sigmund Freud (1856-
1939) e está intimamente relacionada a sua prática psicoterapêutica. É uma teoria que
procura descrever a etiologia dos transtornos mentais, o desenvolvimento do homem e de
sua personalidade, além de explicar a motivação humana. Com base nesse corpo teórico
Freud desenvolveu um tipo de psicoterapia. Ao conjunto formado pela teoria, a prática
psicoterapêutica nela baseada e os métodos utilizados dá-se o nome de psicanálise.
A Primeira Tópica: Teoria Topográfica
História de Freud(1885)
Histeria:
Histeria ou neurose histérica é uma psiconeurose caracterizada por
alterações transitórias da consciência, como períodos de amnésia ou perda de
memória, e por várias manifestações sensitivas ou motoras, também
passageiras, como tiques, perda da sensibilidade cutânea, paralisia dos
membros, cegueira ou convulsões.
Hipnose: O termo "hipnose" (grego hipnos = sono + latim osis = ação ou processo) deve
o seu nome ao médico e pesquisador britânico James Braid (1795-1860), que o introduziu
pois acreditou tratar-se de uma espécie de sono induzido (Hipnos era também o nome do
deus grego do sono). Quando tal equívoco foi reconhecido, o termo já estava consagrado,
e permaneceu nos usos científico e popular.
Contudo, deve ficar claro que hipnose não é uma espécie ou forma de sono.
Segundo Milton H. Erickson:
“Suscetibilidade ampliada para a região das capacidades sensoriais e motoras
para iniciar um comportamento apropriado.”
Segundo a American Psychological Association — (1993):
2. “A hipnose é um procedimento durante o qual um pesquisador ou profissional da
saúde, sugere que um cliente, paciente ou indivíduo experimente mudanças nas
sensações, percepções, pensamentos ou comportamento.”
Segundo os psicólogos Clystine Abram e Gil Gomes:
“A hipnose é um estado de concentração focalizada que permite acessar as
estruturas cognitivas, os pensamentos e as crenças, identificando os sentimentos
que estão relacionados a essa forma de processar os estímulos percebidos.
Adequando o processamento das percepções e absorvendo o que é
sugestionado.”
Segundo o psicólogo e especialista em Hipnose, Odair J. Comin:
“A hipnose é um conjunto de fenômenos específicos e naturais da mente, que
produzem diferentes impactos, tanto físicos quanto psíquicos. Esses fenômenos
poderão ser induzidos ou autoinduzidos através de estímulos provenientes dos
cinco sentidos, sejam eles conscientes ou não.”
Segundo o Dr. Sydney James Van Pelt — (1949):
“Hipnose é uma super concentração da mente. Normalmente a mente se ocupa de
vários estímulos ao mesmo tempo; no estado de hipnose, a concentração se dá
apenas em uma única coisa, mas em um grau mais elevado do que o estado
comum.”
Segundo Adriano Faccioli (2006):
"A hipnose, em termos mais estritamente descritivos, é o procedimento de
sugestões reiteradas e exaustivas, aplicadas geralmente com voz serena e
monotônica em sujeitos que algumas vezes correspondem às mesmas, realizando-
as, seja no plano psicológico ou comportamental. Estes sujeitos responsivos
também costumam relatar alterações de percepção e consciência durante a
indução hipnótica. E em alguns casos respondem de modo surpreendente ao que
lhes é sugerido, o que pode incluir, por exemplo, anestesia, alucinações,
comportamento bizarro e ataques convulsivos."
Catarse: Significa "purificação", "evacuação" ou "purgação". Segundo Aristóteles, a catarse
refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por
um trauma.
A mente não convive bem com nenhuma emoção ruim, desagradável.
OBS.: 20% a razão domina o emocional ....80% é dominado pelo
emocional......podemos adoecer por desejos, fantasias......Freud inaugura
psicologia profunda.
“Isso não existe, não é real! “ 80% do que não existe, existe e é responsável pelo
nosso comportamento.
3. Freud abandona a sugestão/hipnose pois entende que se o paciente tiver
confiança ele vai falar(Catarse).
Considerada a obra-prima de Freud, A interpretação dos sonhos, publicado
em 1900, marcou o início da psicanálise. O “livro dos sonhos”, como ficaria
conhecido, abalou as convicções da época e abriu caminho para uma
nova interpretação do homem, reconhecendo seus desejos e sua censura
inconsciente.
*Consciente: Acesso imediato
*Pré-consciente: traumas que podemos esquecer ou que foram esquecidas
mas podem ser resgatadas
*Inconsciente: impulsos, fantasias e experiências esquecidas, aspectos que
não se encontram sob o domínio da consciência
A Segunda Tópica: A teoria Estrutural
I)O ID
Id (em alemão es, "ele, isso") designa na teoria psicanalítica uma das três estruturas do
modelo triádico do aparelho psíquico. O id seria a fonte da energia psíquica (libido). É
formado pelas pulsões - instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes. Funciona
segundo o princípio do prazer (al. Lustprinzip), ou seja, busca sempre o que produzprazer
e evita o que é aversivo.
O id não faz planos, não espera, busca uma solução imediata para as tensões, não aceita
frustrações e não conhece inibição. Ele não tem contato com a realidade, e uma satisfação
na fantasia pode ter o mesmo efeito de atingir o objetivo através de uma ação concreta.
O id desconhece juízo, lógica, valores, ética ou moral, sendo exigente, impulsivo, cego,
irracional, antissocial, egoísta e dirigido ao prazer.
Id é uma palavra do latim com o significado de ele, isto.
De acordo com os autores, o id seria completamente inconsciente.
Pulsão= desejo + instinto
II)O superego
Fortalece o lado racional.
Superego (al. Überich, "supereu") designa na teoria psicanalítica uma das três instâncias
dinâmicas do aparelho psíquico. É a parte moral psique e representa
os valores da sociedade.
O superego divide-se em dois subsistemas: o Ideal do ego, que dita o bem a ser
procurado; e a consciência moral (al. Gewissen), que determina o mal a ser evitado[1][2].
O superego tem três objetivos:
1. inibir (através de punição ou sentimento de culpa) qualquer impulso contrário às
regras e ideais por ele ditados (consciência moral);
2. forçar o ego a se comportar de maneira moral (mesmo que irracional)
3. conduzir o indivíduo à perfeição - em gestos, pensamentos e palavras (ideal do
ego).
O superego forma-se após o ego, durante o esforço da criança de introjetar os valores
recebidos dos pais e da sociedade a fim de receber amor e afeição. Ele pode funcionar de
uma maneira bastante primitiva, punindo o indivíduo não apenas por ações praticadas,
4. mas também por pensamentos; outra
característica sua é o pensamento dualista
(tudo ou nada, certo ou errado, sem meio-
termo).
Costuma dizer-se que "o superego é o
herdeiro do complexo de Édipo", levando em
consideração que durante a fase falica há a
castração, a proibição do incesto, dada pelo
pai, que ao mesmo tempo que corta lhe dá
possibilidade. Os psicopatas têm
um id dominante e um superego muito
reduzido, o que lhes tolhe o remorso,
sobressaindo a falta de consciência moral.
O superego nem sempre é consciente, muitos
valores e ideais podem ser despercebidos
pelo eu consciente.
O preço da civilização é a
frustração........Liberdade plena não existe!!
Todo desejo passado pela razão torna-se desejo.
A sexualidade infantil
Sexualidade é uma forma de energia de satisfação. Não tem relação com ato sexual.
A fase oral
A primeira fase do desenvolvimento é a fase oral, que se estende desde o nascimento até
aproximadamente dois anos de vida. Nessa fase a criança vivencia prazer e dor através da
satisfação (ou frustração) de pulsões orais, ou seja, pela boca. Essa satisfação se dá
independente da satisfação da fome, mas inicialmente por ela. Assim, para a criança
sugar, mastigar, comer, morder, cuspir etc. têm uma função ligada ao prazer, além de
servirem à alimentação. Ao ser confrontada com frustrações a criança é obrigada a
desenvolver mecanismos para lidar com tais frustrações. Esses mecanismos são a base
da futura personalidade da pessoa. Assim, uma satisfação insuficiente das pulsões orais
pode conduzir a uma tendência para ansiedade e pessimismo; já uma excessiva
satisfação pode levar, através de uma fixação nessa fase, a dificuldades de aceitar novos
objetos como fonte de prazer/dor em fases posteriores, aumentando assim a probabilidade
de uma regressão[5].
A fase oral se divide em duas fases menores, definidas pelo nascimento dos dentes. Até
então a criança se encontra em uma fase passiva-receptiva; com os primeiros dentes a
criança passa a uma fase sádica-ativa através da possibilidade de morder. O principal
objeto de ambas as fases, o seio materno, se torna, assim, um objeto ambivalente. Essa
ambivalência caracteriza a maior parte dos relacionamentos humanos, tanto com pessoas
como com objetos.
A fase oral apresenta, assim, cinco modos de funcionamento que podem se desenvolver
em características da personalidade adulta[5]:
1. O incorporar do alimento se mostra no adulto como um "incorporar" de saber ou
poder, ou ainda como a capacidade de se identificar com outras pessoas ou de se
integrar em grupos;
2. O segurar o seio, não querendo se separar dele, se mostram posteriormente como
persistência e perseverança ou ainda como decisão;
3. Morder é o protótipo da destrutividade, assim do sarcasmo, cinismo e tirania;
5. 4. Cuspir se transforma em rejeição e
5. O fechar a boca, impedindo a alimentação, conduz a rejeição, negatividade ou
introversão.
O principal processo na fase oral é a criação da ligação entre mãe e filho.
A fase anal
A segunda fase, segundo Freud, é a fase anal, que vai aproximadamente do primeiro ao
terceiro ano de vida. Nessa fase a satisfação das pulsões se dirige ao ânus, ao controle da
tensão intestinal. Nessa fase a criança tem de aprender o controle dos esfincteres sobre o
ato de defecar e, dessa forma, deve aprender a lidar com a frustração do desejo de
satisfazer suas necessidades imediatamente. Como na fase oral, também os mecanismos
desenvolvidos nesta fase influenciam o desenvolvimento da personalidade. O defecar
imediato e descontrolado é o protótipo dos ataques de raiva; já uma educação muito rígida
com relação à higiene pode conduzir tanto a uma tendência ao caos, ao descuido, à
bagunça quanto a uma tendência a uma organização compulsiva e exageradamente
controlada. Se a mãe faz elogios demais ao fato de a criança conseguir esperar até o
banheiro, pode surgir uma ligação entre dar (as fezes) e receber amor, e a pessoa pode
desenvolver generosidade; se a mãe supervaloriza essas necessidades biológicas, a
criança pode se desenvolver criativa e produtiva ou, pelo contrário, se tornar depressiva,
caso ela não corresponda às expectativas; crianças que se recusam a defecar podem se
desenvolver como colecionadores, coletores ou avaros.
A fase fálica
A fase fálica, que vai dos três aos cinco anos de vida, se caracteriza segundo Freud pela
importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do falo ou pênis; nessa fase
prazer e desprazer estão, assim, centrados na região genital. As dificuldades dessa fase
estão ligadas ao direcionamento da pulsão sexual ou libidinosa ao genitor do sexo oposto
e aos problemas resultantes. A resolução desse conflito está relacionada ao complexo de
Édipo e à identificação com o genitor de mesmo sexo[5].
Freud desenvolveu sua teoria tendo sobretudo os meninos em vista, uma vez que, para
ele, estes vivenciariam o conflito da fase fálica de maneira mais intensa e ameaçadora.
Segundo Freud o menino deseja nessa fase ter a mãe só para si e não partilhá-la mais
com o pai; ao mesmo tempo ele teme que o pai se vingue, castrando-o. A solução para
esse conflito consiste na repressão tanto do desejo libidinoso com relação à mãe como
dos sentimentos agressivos para com o pai; em um segundo momento realiza-se a
identificação do menino com seu pai, o que os aproxima e conduz, assim, a uma
internalização por parte do menino dos valores, convicções, interesses e posturas do pai.
O complexo de Édipo representa um importante passo na formação do superego e na
socialização dos meninos, uma vez que o menino aprende a seguir os valores dos pais.
Essa solução de compromisso permite que tanto o ego (através da diminuição do medo) e
o id (por o menino poder possuir a mãe indiretamente através do pai, com o qual ele se
identifica) sejam parcialmente satisfeitos.
O conflito vivenciado pelas meninas é parecido, contudo com mais possibilidades de
solução. A menina deseja o próprio pai, em parte devido à inveja que sente por não ter um
pênis (al. Penisneid); ela sente-se castrada e culpa à própria mãe por tê-la privado de um
falo. Por outro lado, a mãe representa uma ameaça menos séria, uma vez que uma
castração não é possível. Devido a essa situação diferente, a identificação da menina com
a própria mãe é menos forte do que a do menino com seu pai e, por isso, as meninas
teriam uma consciência menos desenvolvida - afirmação esta que foi rejeitada pela
pesquisa empírica[5]. Freud usou o termo "complexo de Édipo" para ambos os sexos;
autores posteriores limitaram o uso da expressão aos meninos, reservando para as
meninas o termo "complexo de Electra", mas que foi rejeitado por Freud no texto "Sobre a
Sexualidade Feminina" de 1931.
A apresentação do complexo de Édipo dada acima é, no entanto, simplificada. Na
realidade o resultado da resolução do complexo de Édipo é sempre uma identificação
6. como ambos os pais e a força de cada uma dessas identificações depende de diferentes
fatores, como a relação entre os elementos masculinos e femininos na predisposição
fisiológica da criança ou a intensidade do medo de castração ou da inveja do pênis. Além
disso, a mãe mantém em ambos os sexos um papel primordial, permanecendo sempre o
principal objeto da libido.
O período de latência
Depois da agitação dos primeiros anos de vida segue-se uma fase mais tranquila que se
estende até a puberdade. Nessa fase a libido é desinvestida das fantasias e da
sexualidade, tornando-as secundárias, mas reinvestida em outros meios como o
desenvolvimento cognitivo, aprendizado, a assimilação de valores e normas sociais que se
tornam as atividades principais da criança, continuando o desenvolvimento do ego e do
superego.
A fase genital
A última fase do desenvolvimento psicossocial é a fase genital, que se dá durante
a adolescência. Nessa fase as pulsões sexuais, depois da longa fase de latência e
acompanhando as mudanças corporais, despertam-se novamente, mas desta vez se
dirigem a uma pessoa do sexo oposto. Como se depreende da explanação anterior, a
escolha do parceiro não se dá independente dos processos de desenvolvimento
anteriores, mas é influenciada pela vivência nas fases anteriores. Além disso, apesar de
continuarem agindo durante toda a vida do indivíduo, os conflitos internos típicos das fases
anteriores atingem na fase genital uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma
estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta.
Completude: resignação com que se tem! Somos incompletos dentro de nossa neurose.
Complexo de Édipo
Na teoria clássica da psicanálise, o complexo de Édipo ocorre durante o estágio
fálico do desenvolvimento psicossexual (a idade de 3 até 6 anos), quando ocorre também
a formação da libido e do ego; no entanto, pode se manifestar em idade mais precoce.[8][9]
O infantilismo psicossexual - Apesar da mãe ser o parente que gratifica principalmente os
desejos da criança, a criança começa a formar uma identidade discreta sexual - "menino",
"menina" - que altera a dinâmica do relacionamento entre pais e filhos; os pais tornam-se
objetos de energia libidinal infantil. O menino dirige sua libido (desejo sexual) para a sua
mãe, e direciona o ciúme e a rivalidade emocional contra seu pai - porque é o que dorme
com a mãe. Além disso, para facilitar a união com a mãe, o Id do menino quer matar o pai
(como fez Édipo), mas o ego pragmático, baseado no princípio da realidade, sabe que o
pai é o mais forte entre os dois homens que competem a posse da mulher. No entanto, o
menino permanece ambivalente sobre o lugar do pai na família, o que se manifesta como
o medo da castração pelo pai fisicamente maior; o medo é uma manifestação irracional e
inconsciente do ID infantil.
Complexo de Electra
O complexo de Electra define-se como sendo uma atitude emocional que, segundo
algumas doutrinas psicanalíticas, todas as meninas têm para com a sua mãe; trata-se de
uma atitude que implica uma identificação tão completa com a mãe que a filha deseja,
inconscientemente, eliminá-la e possuir o pai.
Sigmund Freud referia-se a ele como Complexo de Édipo Feminino, tendo Carl Gustav
Jung dado o nome "Complexo de Electra", baseando-se no mito grego de Electra, filha
de Agamemnon, a qual quis que o irmão se vingasse da morte do pai de ambos matando,
por fim, sua mãe Clitemnestra. Freud rejeitava o uso de tal termo por este enfatizar a
analogia da atitude entre os dois sexos.
O complexo de Electra é, muitas vezes, incluído no complexo de Édipo, já que os
princípios que se aplicam a ambos são muito semelhantes.
7. Mecanismo de defesa ou ajustamento designa em psicologia em geral e na teoria
psicanalítica em particular as ações psicológicas que têm por finalidade reduzir qualquer
manifestação que pode colocar em perigo a integridade do ego, onde o indivíduo não
consiga lidar com situações que por algum motivo considere ameaçadoras. São
processos subconscientes ou mesmo inconscientes que permitem à mente encontrar uma
solução para conflitos não resolvidos no nível da consciência. As bases dos mecanismos
de defesa são as angústias. Quanto mais angustiados estivermos, mais fortes os
mecanismos de defesa ficam ativados.
Um conflito cria em nós certa angústia. Essa angústia é o que nos motiva a resolver esse
problema. Porém nem sempre o indivíduo é capaz de resolver um problema de forma
imediata e direta, pois nossos problemas pessoais não podem ser resolvidos através
somente da razão. Isso se dá pelo fato de que os problemas pessoais têm um certo
envolvimento emocional que diminui nossa objetividade, e consequentemente somos
levados a resolvê-los de forma indireta e tortuosamente, buscando um ajustamento, a fim
de adaptar-nos às exigências que nos são impostas pela sociedade em que vivemos. Tais
processos adaptativos são o que chamamos de mecanismos de defesa. Os mecanismos
mais comuns são a Repressão, a Regressão, a Projecção, a Formação Reactiva e a
Sublimação.
Repressão/recalque
Recalque [1] é um dos conceitos fundamentais da psicanálise, tendo sido desenvolvido
por Sigmund Freud. Denota um mecanismo mental de defesa contra ideias que sejam
incompatíveis com o eu. Freud dividiu a repressão psicológica em dois tipos: a repressão
primária, na qual o inconsciente é constituído; e a repressão secundária, que envolve a
rejeição de representações inconscientes. A repressão é o processo psíquico através do
qual o sujeito rejeita determinadas representações, ideias, pensamentos, lembranças ou
desejos, submergindo-os na negação inconsciente, no esquecimento, bloqueando, assim,
os conflitos geradores de angústia.[2]
Diagrama em alemão mostrando o mecanismo psicológico da repressão: a linha vermelha
representa a repressão, que bloqueia a "imaginação incompatível" (unvereinbare Vorstellung) e
redireciona o eu (sek Bw) para a "ativação da imaginação" (aktivierende Vorstellung)
Segundo Sigmund Freud, os conteúdos refutados, longe de serem destruídos ou
esquecidos definitivamente através da repressão psíquica, ao se ligarem à pulsão,
mantêm sua efetividade psíquica no inconsciente. O reprimido (ou recalcado) constitui,
para Freud, o componente central do inconsciente. "O recalcado se sintomatiza", diz o
fundador da psicanálise. Ou seja: pela repressão, os processos inconscientes só se
tornam conscientes através de seus derivados - os sonhos ou os sintomas neuróticos.[3] O
conceito de repressão psicológica não foi originalmente definido por Freud. No século XIX,
já havia sido utilizado por Johann Friedrich Herbart e por Theodor Meynert. Mas foi
Sigmund Freud quem conseguiu descrevê-lo como um mecanismo essencial da cisão
originária entre o consciente e o inconsciente no aparato psíquico.
Para Freud, a repressão opera porque a satisfação direta da moção pulsional, que se
destina a causar prazer, poderia causar desprazer ao entrar em dissonância com as
8. exigências provenientes de outras estruturas psíquicas ou exigências do meio
exterior.Em sentido estrito, trata-se do mecanismo típico da neurose histérica, mas, em
sentido amplo, é um processo que ocorre em todos os seres humanos, dado que constitui
originariamente o inconsciente. O conceito foi adotado por distintas escolas e orientações
dentro da psicanálise mas também por outras teorias psicológicas, resultando em
definições às vezes muito diferentes entre si. Lacan, por exemplo, nos anos 1950,
reinterpretou a teoria da repressão e do deslocamento de Freud usando as
categorias linguísticas de metáfora e metonímia. Na medida em que a metáfora envolve a
substituição de um termo por um outro que "desliza por baixo do balcão", ela seria,
segundo Lacan, o correlato linguístico do mecanismo de repressão ou recalque.
Racionalização
Existe em nós uma luta constante para dar sentido ao nosso próprio mundo de
experiências, uma procura de explicações para nossos fenômenos internos,
nossos comportamentos e sentimentos. Para satisfazer essa busca, evitando a angústia e
mantendo o autorrespeito, criamos “explicações” altamente racionais para fatores
emocionais e motivacionais, para justificar nosso eu (ego); buscamos “boas razões”, ainda
que falsas, para nossas atitudes e fracassos.
Tal acomodação ao conflito é o que chamamos de racionalização.
São exemplos de racionalização:
um rapaz que viaja de graça em um ônibus e busca várias justificativas para seu ato
como “a passagem é muito cara”, “a empresa já tem muito dinheiro”, “eu pago
passagem todo dia, um dia a menos não vai fazer diferença”, “o ônibus está lotado,
não vou passar pela borboleta, vou ficar aqui mesmo”;
um aluno que, não conseguindo responder a uma questão, diz “isso não é interessante
de saber mesmo”, “não respondi porque não tive tempo de estudar, pois lá em casa
fazem muito barulho”;
alguém que não consegue algo que deseja e logo se justifica dizendo que, na verdade,
não queria aquilo;
um rapaz que foi dispensado por uma garota, da qual estava a fim, logo diz “ela nem
era tão boa assim, era até feia, não sei como fui gostar dela”.
A racionalização sobre algum fato não é apenas uma simples “explicação”, ela envolve um
conjunto complexo de “explicações”, evitando assim ataques, ou seja, se uma for destruída
haverá outra para substituí-la. O que difere a racionalização da dissimulação é o fato de
que tais “explicações” não são simples mentiras, geralmente não estamos em boas
condições e nem temos a intenção de enganar, simplesmente não estamos conscientes
das deformações em nosso pensamento. Ela também pode ser confundida com a razão,
apesar de não existir uma linha muito clara que diferencie as duas, e de que a razão
também pode ser influenciada por fatores emocionais e motivacionais, pois na
racionalização há uma nítida preocupação em justificar a si mesmo; consequentemente
tomamos uma atitude agressiva contra os contestadores de tais “explicações”, uma vez
que são as defesas de nosso ego.
Sublimação
Próxima ao isolamento, a sublimação consiste na busca de modos socialmente aceitáveis
de satisfazer, ao menos parcialmente, as pulsões do id. Caracteriza-se por apresentar uma
inibição do objeto e uma dessexualização do mesmo. É responsável pela civilização, já
que é resultante de pulsões subjacentes que encontram vias aceitáveis para o que é
reprimido. Dessa forma, é o único mecanismo que nunca é patológico. Exemplo: um
indivíduo com alta agressividade pode se tornar cirurgião, para o que necessita cortar
tecidos sem hesitação; é uma forma de socializar a agressividade.
9. Projeção
Projeção é o processo mental pelo qual as características que estão ligadas ao eu são
gradativamente afastadas deste em direção a outros objetos e pessoas. Essas projeções
tendem a deslocar-se em direção a objetos e pessoas cujas qualidades e características
são mais adequadas para encaixar o material deslocado.
Identificação
O indivíduo pode diminuir ou evitar a angústia identificando-se com outras pessoas ou
grupos, de forma a se proteger. Por exemplo, uma pessoa que sofreu um recente fracasso
pode identificar-se com o triunfo de outras, como se aquele triunfo também fosse dela.
Também, ameaças externas ao eu podem ser reduzidas quando a pessoa passa a ver
essas ameaças voltadas para um grupo mais amplo ao qual se identifica e não apenas a
ela. Por isso, temos a tendência de fazer algo que consideramos perigoso quando
estamos em grupo, assim o sentimento de culpa e angústia ligados a tal ação se dilui no
grupo inteiro.
A maior parte das identificações ocorre no mundo da fantasia, temos como exemplo: a
criança que se identifica com seu herói favorito; a moça que se identifica com a “mocinha”
da novela, etc. Algumas ocorrem, ainda, em grupos antissociais, como
grupos neonazistas, por exemplo: essas, a longo prazo, podem trazer dificuldades ainda
mais sérias de ajustamento.
De forma branda, a identificação pode ajudar a pessoa a torna-se mais confiante e ajudar
em seus ajustamentos. Porém, em excesso, causa dependência e impede o indivíduo de
enfrentar seu problema. Um caso excepcional de identificação defensiva é a identificação
com o agressor: nesse tipo de identificação, o indivíduo procura se identificar com pessoas
ou grupos que o ameaçam, ele é transformado de agredido para agressor. Isso explica
a síndrome de Estocolmo.
Regressão
É o retorno do indivíduo a níveis anteriores do desenvolvimento sempre que depara com
uma frustração. É uma sucessão genética e designa o retorno do sujeito a etapas
ultrapassadas do seu desenvolvimento. Por exemplo, o choro das pessoas em certas
situações pode ser uma regressão à infância, que pode ter tido uma situação em que o
choro "resolveu" o "problema", então a pessoa inconscientemente usa aquele mesmo
"método" para "resolver" a nova situação.
Usamos a regressão para fantasiar, com o objetivo de criar uma válvula de escape.
Defender-nos de ameaças e angústias é muito eficiente, pois dissipa a angústia e nos
torna capazes de enfrentar novamente o problema. Entretanto, de forma constante, nos
afasta da realidade, nos fornece falsos e efêmeros sentimentos de triunfo e o despertar
para a realidade (através das constantes pressões do mundo objetivo) pode ser
extremamente doloroso.
A regressão geralmente é assemelhada a um ato infantil, mas é mais comum do que as
pessoas imaginam, a regressão pode ser desde assistir a um filme até o ato estereótipo da
regressão, que seria agir como uma criança e fantasiar seu próprio mundo. Fumar e usar
outros tipos de objetos orais que nos proporcionam prazer momentâneo é uma regressão
também porque nos remete à satisfação do bebê com a boca e o ato de sugar o leite.
Substituição
Substituição: o inconsciente oferece à consciência um substituto aceitável para ela e
por meio do qual ela pode satisfazer o id ou o superego. É a satisfação imaginária do
desejo. Processo pelo qual um objeto valorizado emocionalmente, mas que não pode
ser possuído, é inconscientemente substituído por outro, que geralmente se
assemelha ao proibido. É uma forma de deslocamento. Um exemplo é o bebê chupar
o dedo ou a chupeta para sentir o prazer como se estivesse no seio da mãe.
10. Muitas vezes nos defendemos da angústia gerada por fracasso, culpa ou nossos defeitos
projetando a responsabilidade por esse fato em alguém ou em algo.
Temos como exemplos:
um jogador de tênis que, ao perder uma partida, justifica sua perda botando a culpa na
qualidade da raquete (aqui se assemelha ao deslocamento);
o fato de tratarmos uma pessoa com hostilidade, justificando a nós mesmos que ela é
uma pessoa hostil, mas na verdade o único agente cometendo hostilidade somos nós,
a outra pessoa está agindo normalmente;
o marido feio que exige que sua mulher seja bela, mas na verdade ele pode estar
projetando o desejo de ser belo na mulher, já que foi incapaz de cumpri-lo
Transferência
Transferência: representa o motor da cura e pode ser vista como a repetição, face
ao analista, de atitudes emocionais, inconscientes, amigáveis, hostis ou
ambivalentes, que o paciente estabeleceu na sua infância, no contato com os pais
e com as pessoas que o rodeiam. Um exemplo pode ser a menina que não teve
pai ser muito apegada ao namorado, fazendo então uma transferência, passando
todos os sentimentos e ações para o namorado, como se fosse um pai.
Fantasia
Fantasia: é um processo psíquico em que o indivíduo concebe uma situação em sua
mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não pode ser, na vida real,
satisfeito. Exemplo: Um homossexual que precisa manter o casamento e que, quando
procurado pela esposa para o sexo, fantasia que está tendo relações homossexuais e
não heterossexuais durante o ato. Fantasiar pode ajudar em certos conflitos
psicológicos, mas não "resolve" o conflito. Certas pessoas podem passar a vida inteira
fantasiando, mas, quando caem na realidade, o conflito retorna.
Compensação
Compensação: é o processo psíquico em que o indivíduo se compensa por alguma
deficiência, pela imagem que tem de si próprio, por meio de um outro aspecto que o
caracterize, que ele, então, passa a considerar como um trunfo. Exemplo: um aluno
ruim nos esportes se consola por ser bom em matemática.
Isolamento
É o mecanismo de defesa que envolve uma “separação de sistemas” para que os
sentimentos perturbadores possam ser isolados, de tal forma que a pessoa se torna
completamente insensível em relação ao acontecimento sublimado e passe a comentá-lo
como se tivesse acontecido com terceiros. Nosso pensamento parece capaz, em certas
circunstâncias, de manter, lado a lado, dois conceitos logicamente incompatíveis, sem
tomarmos consciência de suas gritantes divergências, o que também chamamos de
“comportamentos lógicos de estanques”.
É um processo de isolar uma, dentre as várias partes do conteúdo mental, de tal forma
que as interações normais que ocorreriam entre elas se reduzam e assim os conflitos
sejam evitados.
São exemplos de isolamento:
11. um ladrão que rouba e não experimenta os sentimentos de culpa que estão ligados a
esse ato;
um filho que, após a morte de sua mãe, fala com uma frequente e enorme
naturalidade sobre a morte dela.
OBS.: Compulsão: O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), distúrbio obsessivo-
compulsivo (DOC) ou Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC) é um transtorno de
ansiedade caracterizado por pensamentos obsessivos e compulsivos, no qual o indivíduo
tem comportamentos considerados estranhos pela sociedade ou por si próprio;
normalmente trata-se de ideias exageradas e irracionais
de saúde, higiene, organização, simetria, perfeição ou manias e "rituais" que são
incontroláveis ou dificilmente controláveis.
O transtorno obsessivo-compulsivo é considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico mais
frequente na população. De acordo com os dados da Organização Mundial de
Saúde (OMS), até o ano 2020 o transtorno obsessivo-compulsivo estará entre as dez
causas mais importantes de comprometimento por doença.[2] Além da interferência nas
atividades, os sintomas obsessivo-compulsivos (SOC) causam incómodo e angústia aos
pacientes e seus familiares.
Apesar de ter sido descrito há mais de um século,[3] e dos vários estudos publicados até o
momento, o transtorno obsessivo-compulsivo ainda é considerado um "enigma". Questões
como a descoberta de possíveis fatores etiológicos, diversidade de sintomas e como
respondem aos tratamentos continuam sendo um desafio para os pesquisadores.[4]
Estudos indicam que uma das dificuldades para encontrar essas respostas deve-se ao
caráter heterogêneo do transtorno. Vários estudos têm apontado para a importância da
identificação de subgrupos mais homogêneos de pacientes com Transtorno Obsessivo-
Compulsivo. Esta abordagem visa a buscar fenótipos mais específicos que possam dar
pistas para a identificação dos mecanismos etiológicos da doença, incluindo genes de
vulnerabilidade e, por fim, o estabelecimento de abordagens terapêuticas mais eficazes
Formação reativa
Quando a repressão de fortes impulsos é acompanhada por uma tendência contrária, sob
a forma de comportamentos e sentimentos exatamente opostos às tendências reprimidas,
tal tendência é o que chamamos de formação reativa. Uma mãe que se preocupa
exageradamente com o filho pode ser reflexo de uma verdadeira hostilidade a ele. Uma
pessoa demasiadamente valente pode ser reflexo de um medo do oculto. Porém, vale
salientar que existem outros fatores que levam a mãe a preocupar-se com o filho e um
homem a ser valente, sem ser obrigatoriamente um exemplo de formação de reação.
Esse mecanismo de defesa mantém o impulso indesejado longe do consciente,
superenfatizando o impulso oposto. É um processo psíquico que se caracteriza pela
adoção de uma atitude de sentido oposto a um desejo que tenha sido recalcado,
constituindo-se, então, numa reação contra ele. Uma definição: é o processo psíquico por
meio do qual um impulso indesejável é mantido inconsciente por conta de uma forte
adesão ao seu contrário.
Muitas atitudes neuróticas são tentativas evidentes de negar ou reprimir alguns impulsos
ou de defender a pessoa contra um perigo instintivo. São atitudes tolhidas, rígidas, que
obstam a expressão de impulsos contrários, os quais, no entanto, de vez em quando,
irrompem por diversos modos.
Nas peculiaridades dessa ordem, a psicanálise, psicologia “desmascaradora” que é,
consegue provar que a atitude oposta original ainda está presente no inconsciente.
Chamam-se formações reativas essas atitudes opostas secundárias. As formações
reativas representam mecanismo de defesa separado e independente ou podem constituir
consequência e reafirmação de uma repressão estabelecida.
Quando menores, contudo, significam certo tipo de repressão que é possível distinguir de
outras repressões. Digamos: é um tipo de repressão em que a contracatexia é manifesta e
12. que, portanto, tem êxito no evitar atos muito repetidos de repressão secundária. As
formações reativas evitam repressões secundárias pela promoção de modificação
definitiva, “de uma vez por todas”, da personalidade. O indivíduo que haja constituído
formações reativas não desenvolve certos mecanismos de defesa de que se sirva ante a
ameaça de perigo instintivo: ele modificou a estrutura da sua personalidade, como se esse
perigo estivesse sem cessar presente, de maneira que ele esteja pronto sempre que
ocorra.
Com o passar do tempo, outros mecanismos de defesa foram apresentados, sendo, em
parte, variações dos mecanismos acima apresentados:
Intelectualização: "Eu sei, eu já li tudo isso! Não é bem assim, tem muita discussão
nova!". É quando se lida de modo intelectual com o problema, afastando os afetos;
assemelha-se ao isolamento e à racionalização.
Introjeção: mecanismo de defesa que consiste na adoção de regras e
comportamentos que podem nos livrar de uma situação ameaçadora ou perigosa. Ela
se inicia na infância, quando começamos a aceitar como nossas, regras e valores
sociais, não porque acreditávamos que isto fosse o correto a fazer, já que ainda não
tínhamos uma opinião formada sobre a vida, mas porque isto nos foi imposto, tanto
pela nossa família quanto pelo que éramos capazes de perceber no comportamento
dos que nos rodeavam e sabíamos que, “se não dançássemos conforme a música”,
seríamos punidos ou marginalizados. Temos como exemplo o ditado popular: “se não
pode vencê-los, junte-se a eles”.[2]
Anulação: ações, rituais mágicos que contestam ou desfazem um dano que o
indivíduo imagina que pode ser causado por seus desejos. Exemplo: fazer o sinal da
cruz para afastar um pensamento pecaminoso.
Deslocamento: consiste em transferir as características ou atributos de um
determinado objeto para outro objeto. Exemplo: receber uma bronca do chefe e, assim
que chegar em casa, chutar o cachorro como se ele fosse o responsável pela
frustração.
Idealização: consiste em atribuir a outro indivíduo qualidades de perfeição, vendo o
outro de modo ideal. É o que fazem os adolescentes com seus ídolos, a quem
consideram perfeitos.
Conversão: consiste em uma transposição de um conflito psíquico e uma tentativa de
resolução desse conflito por meio de expressões somáticas como dores de cabeça.
Passa-se o problema da mente para o corpo.
Fantasia: é um processo psíquico em que o indivíduo concebe uma situação em sua
mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não pode ser, na vida real,
satisfeito. Exemplo: Um homossexual que precisa manter o casamento e que, quando
procurado pela esposa para o sexo, fantasia que está tendo relações homossexuais e
não heterossexuais durante o ato. Fantasiar pode ajudar em certos conflitos
psicológicos, mas não "resolve" o conflito. Certas pessoas podem passar a vida inteira
fantasiando, mas, quando caem na realidade, o conflito retorna.
Expiação: é o processo psíquico em que o indivíduo quer pagar pelo seu erro
imediatamente. Sendo que imediatamente quer dizer que a pessoa, incapaz de lidar
com o sentimento de culpa, precisa "expiar" ou projetar em alguém já pré-determinado
essa angústia. Para isso existem os tais "bodes expiatórios" sempre prontos para levar
a culpa.
13. Clivagem: é a separação dos aspectos bons e maus do outro. Exemplo: identificação
com o agressor, negando o aspecto violento, como uma sequestrada que se identifica
com seu sequestrador.
Resistência: é o processo de resistência ao trabalho terapêutico, no qual o paciente
tenta manter no inconsciente os acontecimentos esquecidos.
Contratransferência: trata-se de uma resposta do analista à transferência do
paciente, mas que designa também, de forma mais geral, o conjunto das reações
inconscientes do analista perante o paciente.
Recalque: exclusão de ideias, sentimentos e desejos que o indivíduo não quisera
admitir e que no entanto continuam a fazer parte da vida psíquica. É semelhante à
repressão. Certos traumas e conflitos não resolvidos são recalcados e, se não forem
resolvidos, podem se tornar neuroses, psicoses ou doenças psicossomáticas.