Apresentação da comunicação realizada no XVIII Colóquio do Programa de Pós-Graduação em Música na UniRio, em 7/10/2013.
Parte da minha (ainda futura) dissertação de mestrado, pretende apontar algumas das discussões acerca da relação espaço-música
A espacialidade sob o foco da análise - quatro muros a serem derrubados
1. A espacialidade
sob o foco da análise
quatro muros a serem derrubados
Renato Borges
Prof. Dr. Eduardo Lakschevitz
Colóquio UniRio PPGM 2013
2. Espacialidade
Relação entre música e espaço
• Alterações causadas ao que é ouvido
• Alterações causadas ao que é composto
Tipos de espaço
• Espaço atual: música no espaço.
• Espaço virtual: espaço na música.
3. Espacialidade em música
1500
1600
1700
1800
Ignazio Donati
Samuel Scheidt
Heinrich Schütz
Biagio Marini
Adrian Willaert
Gioseffo Zarlino
Andrea Gabrieli
Giovanni Gabrieli
Antonio Vivaldi
W. A. Mozart
1900
2000
Hector Berlioz
Gustav Mahler
Charles Ives
John Cage
Edgar Varèse
Henry Brant
K. Stockhausen
Gyorgy Ligeti
Iannis Xenakis
Robert Erickson
Denis Smalley
4. Dificuldades encontradas pela análise
Debate sobre a espacialidade
Condições acústicas
Formação e prática
Espaço virtual acústico
5. Debate sobre espacialidade
Falta ou imprecisão de vocabulário específico
Documentação silenciosa e/ou ambígua como
resultado
Ruptura entre notação e escuta (experiência da
música ouvida): grafia destinada a cantores e
instrumentistas
6. Debate sobre espacialidade
Grafia de intensidades
• Originária do século XVI
• Usada regularmente a partir do século XVIII
• Não-padronizada até hoje
(andamento, expressão, articulação, ornamentação, etc)
7. Condições acústicas (e sua repetição)
Parcela da música é produzida pela sala
“Não existe música ao ar livre” (BERLIOZ, 1844)
Agentes modificadores: posicionamento dos
performers,
tamanho
e
formato
do
auditório, trajetórias de propagação, padrões de
reflexos,
direcionalidade
intrínseca
dos
instrumentos, reverberação, posição do ouvinte
(ERICKSON,
1975),
constituição
dos
instrumentos, e técnica.
8. Formação e prática
Aspectos qualitativos
• Distribuição temporal do repertório (século
XVI, 1955+); e
• Pouco contato e discussão sobre repertório
Aspectos quantitativos
• formações não-canônicas
• grande quantidade de participantes (100+)
9. Henry Brant – Orbits: A Spatial Symphonic Ritual (1979)
80 trombones, órgão e sopranino (Nova Iorque, 2009)
10. Espaço Virtual Acústico
Pontos de partida
• Espaço atual: Blesser & Salter, Harley, Solomon
• Espaço virtual eletroacústico: Macedo, Smalley
Opção atual mais adequada
• Uma trajetória do espaço virtual acústico
• Musicologia baseada na transcrição de
espaços
13. 1597
Giovanni Gabrieli
Sacrae Symphoniae: Canzon Duodecimi Toni a 10
The Canzonas and Sonatas from Sacrae Symphoniae
Timothy Roberts, His Majestys Sagbutts and Cornetts
Hyperion Records, 1997
14.
15.
16.
17. 1624
Samuel Scheidt
Tabulatura Nova: Echo ad manuale duplex, forte et
lene. Echo alio modo (SSWV 128)
Spielereien: the Baroque organist's playthings
Franz Haselböck
Musical Heritage Society, 1978(?)
18.
19.
20. 1725
Antonio Vivaldi
Concerto in Mi maggiore op. 8 No. 1 (RV 269) - La
Primavera - I. Allegro
Il Cimento dell'Armonia e dell'Inventione op. 8 Nos. 1-6
Stefano Montanari (vln), Ottavio Dantone, Accademia Bizantina
ARTS, 2007
21.
22. Referências - I
ARNOLD, Denis. The Significance of “Cori Spezzati”. In: Music & Letters, Vol. 40, No. 1 (Jan). Oxford: Oxford University
Press, 1959, pp. 4‐14.
______ (ed.). The New Oxford Companion to Music. Oxford: Oxford University Press, 1984.
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BERLIOZ, Hector. Grand Traité d’Instrumenation et d’Orchestration Modernes. Paris: Schonenberger, 1843.
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BRYANT, David. The 'cori spezzati' of St Mark's: Myth and Reality. In: Early Music History – Vol. 1. Cambridge: Cambridge
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CARVER, Anthony F. Cori Spezzati – Volume 1 – The development of sacred polychoral music to the time of Schütz.
Cambridge, Cambridge University Press, 1988.
CHRISTENSEN, Thomas (ed.). The Cambridge History of Western Music Theory. Cambridge: Cambridge University
Press, 2008.
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Interpolated Head‐Related Transfer Functions (HRTFs). In: Computer Music Journal, Vol. 25, No. 4 (Inverno). Boston: The
MIT Press, 2001, pp. 57‐80.
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23. Referências - II
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