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Mestrado em Ensino de Matemática no 3º Ciclo e no Secundário




                      Raquel Cristina Sousa Camacho




                     Pré – Projecto

Será que a integração de
alunos imigrantes nas
escolas portuguesas é
bem sucedida?

- Estudo a alunos oriundos dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa)
inseridos numa escola da cidade do Funchal, na Região Autónoma da Madeira, que
frequentam o 3º ciclo do ensino básico e que estão em Portugal há menos de dois anos




                                       Funchal
                                         2010
Raquel Cristina Sousa Camacho




                    Pré – Projecto

Será que a integração de
alunos imigrantes nas
escolas portuguesas é
bem sucedida?

- Estudo a alunos oriundos dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa)
inseridos numa escola da cidade do Funchal, na Região Autónoma da Madeira, que
frequentam o 3º ciclo do ensino básico e que estão em Portugal há menos de dois anos




                                                   Pré-Projecto apresentado na disciplina
                                                   de Ciências da Educação IV – módulo
                                                   de Investigação em Educação, da
                                                   Universidade da Madeira.

                                                   Docente: Professora Mécia Melo




                                       Funchal
                                        2010
Sumário



1.   Resumo                                       2
2.   Introdução                                   3
3.   Fundamentação Teórica                        5
     3.1. Temática                                5
     3.2. Definição do Problema                   5
     3.3. Questões de Investigação                5
     3.4. Objectivos da Investigação             5
4.   Enquadramento Teórico                       6
5.   Metodologia                                  9
     5.1. Natureza do Estudo                      9
     5.2. População em Estudo                    10
     5.3. Recolha e Registo de Dados             10
     5.4. Análise e Interpretação dos Dados      11
6.   Cronograma                                  12
7.   Considerações Finais                        13
8.   Referências Bibliográficas                  14




                                                  1
1. Resumo


        A presente investigação reflecte sobre a problemática da integração social de
alunos imigrantes nas escolas portuguesas. Este estudo tem por objectivo responder a
algumas questões relativamente a esse fenómeno e procura compreender de que forma
está a ser encaminhada esta integração nas escolas nacionais.
        O estudo será realizado numa escola do Funchal e caracteriza-se por ter uma
natureza qualitativa, visto que procura compreender as características de um
determinado grupo. Neste caso, procura estudar os comportamentos e características dos
alunos imigrantes no processo de integração social.
        O grupo a estudar será composto por alunos oriundos dos PALOP, que
frequentem o 3º ciclo do ensino básico e que estejam em Portugal há menos de dois
anos.
        Em suma, o estudo procurará encontrar relações entre as possíveis variáveis em
estudo, como por exemplo a relação desses alunos com os colegas, com a escola e com
os professores. O objectivo do investigador será tentar compreender de que forma estas
possíveis variáveis influenciam no processo de integração.


        Palavras-chave:    Integração,    Imigração,    Educação,   Social,   PALOP,
Multiculturalidade




                                                                                    2
2. Introdução


       A palavra migrar vem do latim migro, que significa "ir de um lugar para outro".
A migração é um dos comportamentos mais característicos da Humanidade. A presença
de seres humanos em todos os continentes do nosso planeta, há já milhares de anos, é
um indicador dessa necessidade humana de se expandir e procurar novos horizontes.
       Na Pré-História, os ciclos migratórios de seres humanos estavam directamente
relacionados com a quantidade de comida disponível num determinado local. Quando
os recursos terminavam, era chegada a hora de partir para um outro local que
providenciasse as condições necessárias à sobrevivência.
       A descoberta de que os seres humanos poderiam manipular todos os alimentos
que necessitavam, através da agricultura, levou a uma grande mudança nos hábitos do
Homem. Se antes era necessário se deslocarem para obterem os elementos essenciais à
sua sobrevivência, a partir desta altura já têm os conhecimentos para cultivar a terra e,
deste modo, assentarem numa determinada região. O Homem nómada deu lugar ao
Homem sedentário.
       Por sua vez, a migração da era moderna está relacionada, essencialmente, com
factores económicos. As dificuldades em encontrar trabalho no seu país de origem e as
condições precárias desse trabalho (baixo salário, falta de seguro, falta de respeito pelos
direitos humanos, etc.) são dois dos motivos principais para a migração.
       Portugal tem um histórico e cultura de um país exportador de mão-de-obra. Quer
isto dizer que Portugal é, essencialmente, um país de emigrantes, ou seja, pessoas que
procuram condições de vida melhores noutros países e abandonam o seu país de origem.
       No início do século XX, houve um grande número de emigrantes a partir para a
América do Sul, mas também para as colónias portuguesas em África. A partir dos anos
60, essa emigração passou a direccionar-se para a Europa, principalmente para a França,
onde hoje temos uma grande comunidade portuguesa.
       No entanto, nos últimos anos temos assistido a um fenómeno contrário: a
imigração. Em geral, são pessoas cujos familiares emigraram para os países referidos
anteriormente e que regressam a Portugal.
       Nesta investigação consideraremos o caso particular de imigrantes oriundos das
antigas colónias portuguesas em África e daremos grande enfoque a investigar a
integração dos filhos desses imigrantes nas escolas portuguesas. A estratégia

                                                                                         3
metodológica a adoptar baseia-se num estudo de caso de alunos imigrantes que estejam
inseridos numa escola do Funchal e que frequentem o 3º ciclo do ensino básico, com a
condicionante de estarem no país há menos de dois anos. O estudo é de índole
exploratória, já que procuraremos observar determinados comportamentos dos alunos
em questão, dos professores e dos colegas que possam ajudar a compreender e definir
determinadas variáveis que venham a ser úteis à investigação, bem como a estudos
futuros.
       Deste modo, esta investigação procurará responder às seguintes questões:

           As escolas portuguesas estão preparadas para receber alunos imigrantes?
           A multiculturalidade das escolas é benéfica à aprendizagem dos alunos?
           Os resultados obtidos por alunos imigrantes diferem dos resultados de alunos
           portugueses?
           As diferenças culturais interferem nos resultados escolares de alunos
           imigrantes?

       Esta investigação e as respostas a estas perguntas são de extrema importância
para a nossa educação, pois vivemos num mundo cada vez mais globalizado, onde é
importante proporcionar todas as ferramentas necessárias para que todos os alunos
possam se adaptar e obter os melhores resultados.




                                                                                     4
3. Fundamentação Teórica


3.1. Temática
   De que forma está a ser feita a integração de alunos imigrantes nas escolas
portuguesas.


3.2. Definição do Problema
   Tendo em conta que o número de imigrantes tem aumentado nos últimos anos,
em Portugal, é importante discutir de que forma está a ser encaminhada a
integração dos filhos desses imigrantes no sistema educativo nacional.
   Assim, tentaremos desenvolver o trabalho em torno do seguinte problema: Será
que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem sucedida?


3.3. Questões de Investigação
   De forma a delimitar a nossa investigação ao que realmente procuramos saber, é
   importante definir algumas questões que, a juntar à questão central, conduzirão
   todo o estudo.
           As escolas portuguesas estão preparadas para receber alunos imigrantes?
           O multiculturalismo das escolas é benéfico à aprendizagem dos alunos?
           Os resultados obtidos por alunos imigrantes diferem dos resultados de
   alunos portugueses?
           As diferenças culturais interferem nos resultados escolares de alunos
   imigrantes?


3.4. Objectivos da Investigação
   Um dos objectivos desta investigação é proporcionar respostas às questões
levantadas, já que são de extrema importância para garantir que a integração dos
alunos imigrantes seja um sucesso.
   Um outro objectivo é fornecer ferramentas às escolas e aos professores para que
adoptem as estratégias necessárias para garantir a integração plena dos alunos em
questão.
   Compreender o fenómeno da integração social para melhor encaminhá-la no
caso dos alunos oriundos dos PALOP, é também um dos objectivos deste trabalho.


                                                                                   5
4. Enquadramento Teórico


       A integração social é uma temática muito abordada por diversos investigadores,
surgindo por isso várias definições e conceitos referentes a este processo social.
       Segundo Amaro (s.d.), “a integração social é um processo que viabiliza o acesso
às oportunidades da sociedade, permitindo a relação interactiva entre uma célula (o
individuo ou a família) que estava excluída e o organismo (a sociedade) a que ela
pertence, trazendo-lhe algo de próprio, de específico e de diferente, que o enriquece e
mantendo a sua individualidade e especificidade que a diferencia das outras células que
compõem o organismo.”
       Assim, a integração social envolve um esforço das partes envolvidas, sendo que
a sociedade tem a responsabilidade de aceitar as diferenças e os indivíduos o dever de
respeitar as regras em vigor na sociedade em que está inserido.
       Segundo um estudo efectuado sobre o fenómeno de inclusão social na América
Latina, “a integração social é concebida como um sistema compartilhado de esforços e
recompensas, igualador no tocante a oportunidades e meritocrático em termos de
retribuições.”
       Nesta definição não é dado ênfase à individualidade de cada pessoa. Segundo o
mesmo estudo, há integração social quando há uma partilha de serviços entre o
indivíduo e a sociedade.
       Uma visão que cremos mais neutra e abrangente de integração social é-nos
fornecida por Ferreira (2007) e diz que “a integração implica a co-existência de
características culturais próprias com a crescente participação nas estruturas
económicas, políticas e jurídicas da comunidade de acolhimento. Por outras palavras,
implica a manutenção da integridade cultural do grupo de pertença e, simultaneamente,
um movimento em direcção a uma relação positiva com o grupo de acolhimento.”
Assim, a integração social não apaga as diferenças; antes coordena-as e orienta-as.
       Em relação à integração social, em Portugal, de africanos oriundos dos PALOP
(Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) tem sido, segundo alguns autores, mal
encaminhada. Estes imigrantes têm sido segregados em bairros, onde são
marginalizados. Desta marginalização advêm comportamentos violentos, tráfico de
droga e o crime organizado.



                                                                                      6
Os filhos destes imigrantes, apesar de já terem nascido em Portugal, não se
identificam com a cultura do país e são muitas vezes discriminados pelas suas origens
culturais.
       Esta dificuldade em se identificar com a cultura do país, evidencia-se na escola,
já que os filhos desses imigrantes apresentam, geralmente, insucesso a nível escolar.
Esta discrepância a nível dos resultados escolares levantou a questão sobre o
multiculturalismo na educação e em todos os aspectos sociais do país. De facto, como
refere Dietz (citado por Casa-Nova, 2005), “a porta de entrada do multiculturalismo no
sistema educativo foi a discussão acerca do rendimento escolar das crianças
provenientes de minorias (étnicas, culturais, religiosas) ”. Assim, a partir dos resultados
negativos destes alunos a nível escolar, foi possível apercebermo-nos que a integração
social e escolar dos imigrantes poderia não estar a ser encaminhada da melhor forma, já
que o sistema educativo não fornecia um ensino multicultural.
       Desde então têm sido feitos esforços no sentido de criar estratégias que
proporcionem uma integração plena dos imigrantes nas escolas portuguesas. Esses
esforços políticos podem ser traduzido a partir do Despacho Normativo nº 7/2006 que
defende que “numa sociedade multicultural, como é a portuguesa, o reconhecimento e o
respeito pelas necessidades individuais de todos os alunos e, em particular, das
necessidades específicas dos alunos recém-chegados ao sistema educativo nacional
devem ser assumidos como princípio fundamental.”
       No entanto, segundo Araújo (s.d.), apesar destes esforços, “as escolas não têm
um ensino multicultural e não estão preparadas para receber e integrar alunos
imigrantes. A autora refere que o país “apesar de se ver como multicultural, nunca
soube incorporar a diversidade cultural nos seus currículos escolares”.
       De facto, existem alguns obstáculos que dificultam a integração social de
imigrantes e das minorias étnicas. Podemos dizer que, no caso de imigrantes oriundos
dos PALOP, a língua não é um obstáculo, podendo apenas surgir alguns termos
diferentes que podem ser facilmente compreendidos no contexto em que são
expressados. No entanto, os alunos provenientes de Cabo Verde apresentam dificuldade
na língua portuguesa, o que segundo Mateus (citado por Ferreira, 2007), deve-se ao
facto de viverem em “ambientes fechados” onde só falam crioulo. Estas crianças só têm
contacto com a língua portuguesa quando vão para a escola o que influencia
directamente nos seus resultados escolares.


                                                                                         7
Porém, são as diferenças culturais que surgem como os obstáculos mais difíceis
de ultrapassar. Estas diferenças, segundo Casa-Nova (2005), podem originar minorias
étnicas, já que lutam “de acordo com as suas próprias estratégias de (sobre)vivência, por
um lugar provisório na sociedade de “acolhimento”, conquistado e/ou cedido nas
negociações e lutas desiguais entre grupos socioculturais com diferentes tipos e
montantes de poder que originam oportunidades e modos de vida desiguais”.
       Esta dificuldade em lidar com as diferenças é transportada para a escola e a
diversidade cultural, em vez de ser tida como algo positivo e benéfico para a educação
de todos os alunos, é vista como algo a eliminar. Repare-se que a escola promove um
ensino igual para todos e é indiferente à diferença. Assim, os alunos que não se adaptam
ao ensino promovido pela escola são “eliminados” e aqueles que obtêm um bom
desempenho continuam a vida escolar, que virá a abrir portas para um melhor futuro
profissional.
       Sendo assim caberá ao professor lidar com essas diferenças na sala de aula e
recai sobre ele a responsabilidade de gerir os conflitos que possam surgir dessas
diferenças, marcando sempre a posição de que não há uma cultura mais “correcta” do
que outra e de que é possível uma cooperação entre todos para desenvolver uma
sociedade melhor e multicultural.
       Uma medida defendida por um documento publicado pela Agência de Execução
relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura, diz-nos que um dos papéis
fundamentais que a escola e o professor devem ter para ajudar na integração dos jovens
imigrantes é estabelecer uma relação com as famílias desses jovens. Sabemos que a
família, como primeiro agente de socialização, desempenha um importante papel na
formação dos jovens. Assim, se a escola e o professor conseguirem o seu apoio isso será
uma mais valia para que a integração desses jovens seja um sucesso.
       Deste modo, numa sociedade que se diz e quer multicultural, não é possível
manter uma educação unidireccional. É preciso fazerem-se esforços para lidar com as
diferenças, como algo mais a aprender e não como algo a ignorar ou destruir. A
integração social não é sinónimo de assimilação, é sinónimo de cooperação e de
aceitação.
       Neste contexto, Wolton (2004) encaminha-nos para uma frase que se enche de
sentido: “Aprender a gerir a diversidade cultural será amanhã a verdadeira riqueza das
sociedades.”


                                                                                       8
5. Metodologia


   5.1. Natureza do Estudo
         Tendo em conta os objectivos propostos neste trabalho, nomeadamente o
compreender de que forma está a ser encaminhada a integração de alunos imigrantes nas
escolas portuguesas e o tentar encontrar estratégias para que a discrepância de
resultados possa ser anulada, optamos por um estudo de natureza qualitativa. Segundo
Bento (2009), num estudo de natureza qualitativa “os dados são analisados em função
das respostas de cada um dos participantes às questões formuladas e que vão reflectir as
suas convicções”. Assim, este trabalho é de índole, simultaneamente, exploratória e
descritiva, já que visa explorar e descrever as características de uma determinada
população ou fenómeno, e identificar relações entre as possíveis variáveis (Vergara,
2000).
         Uma vez que esta é uma investigação extremamente complexa que envolve
determinadas componentes de difícil estudo, nomeadamente o comportamento humano
numa situação de adaptação, optou-se por uma abordagem metodológica baseada no
estudo de caso. Yin (citado por Bento, 2009) define “estudo de caso” com base nas
“características do fenómeno em estudo e com base num conjunto de características
associadas ao processo de recolha de dados e às estratégias de análise dos mesmos”.
         Assim, e segundo Benbasat et al (1987) um estudo de caso deve possuir as
seguintes características:
         - Fenómeno observado no seu ambiente natural;
         - Dados recolhidos utilizando diversos meios (Observações directas e indirectas,
         entrevistas, questionários, registos de áudio e vídeo, diários, cartas, entre outros);
         - Uma ou mais entidades (pessoa, grupo, organização) são analisadas;
         - A complexidade da unidade é estudada aprofundadamente;
         - Pesquisa dirigida aos estágios de exploração, classificação e desenvolvimento
         de hipóteses do processo de construção do conhecimento;
         - Não são utilizados formas experimentais de controlo ou manipulação;
         - O investigador não precisa especificar antecipadamente o conjunto de variáveis
         dependentes e independentes;
         - Os resultados dependem fortemente do poder de integração do investigador;
         - Podem ser feitas mudanças na selecção do caso ou dos métodos de recolha de
         dados à medida que o investigador desenvolve novas hipóteses;
                                                                                             9
- Pesquisa envolvida com questões "Como?" e "Porquê?" ao contrário de “O
       quê?” e “Quantos?”
       Assim, com esta investigação procuramos explorar, descrever e explicar este
fenómeno social que é a integração e de que forma uma integração bem sucedida pode
ter influência nos resultados escolares dos alunos imigrantes.



   5.2. População em Estudo
       Esta investigação será desenvolvida numa escola de 3º ciclo no Funchal, na
Região Autónoma da Madeira (RAM), durante o ano lectivo de 2010/2011.
       O estudo terá como população alvo os alunos imigrantes que frequentem a
escola escolhida e que estejam no país há menos de dois anos.
       Tendo em conta tratar-se um pré-projecto, ainda não foi seleccionada a escola
onde esta investigação poderá ter lugar. Consequentemente, ainda não foram solicitadas
as autorizações necessárias para que o estudo venha a se realizar.




   5.3. Recolha e Registo de Dados
       Tendo em atenção os objectivos a alcançar, iremos utilizar vários métodos de
recolha de informação. É preciso ter noção que os métodos de recolhas de dados podem
influenciar nos resultados do trabalho. Assim, a escolha dos métodos e dos instrumentos
a utilizar é uma etapa muito importante numa investigação que se quer séria e rigorosa.
       Numa primeira abordagem, utilizaremos a observação directa, onde poderemos
reunir numerosas informações que serão analisadas posteriormente. Esta abordagem
apresenta algumas vantagens tais como a autenticidade dos acontecimentos e a
espontaneidade dos participantes. No entanto, para que esta observação seja fiável, é
necessário que o investigador consiga a aceitação do grupo a ser observado. Além disso,
a interpretação dessas observações está sujeita à subjectividade do investigador.
       Assim, nesta primeira fase, pretendemos observar os alunos imigrantes e o modo
como interagem com os outros alunos e com os professores. Serão feitas várias
observações na sala de aula e num contexto menos formal (por exemplo, no intervalo
das aulas). Como existem várias turmas de 3º ciclo na escola, teremos que ir alternando
as sessões de observação entre cada uma delas.



                                                                                     10
Numa etapa posterior, escolhemos como método de recolha de informação a
entrevista, por ser um método complementar da observação directa e por proporcionar
respostas muito subjectivas por parte do entrevistado, o que permite ao investigador ter
uma noção de como o individuo se posiciona em relação a si mesmo e em relação ao
meio que o envolve. Esta entrevista será semi-estruturada, permitindo ao investigador
ter um guião que lhe ajude a fazer as perguntas que interessam ao seu estudo, mas que
permite também que este tenha a liberdade para explorar um outro caminho, caso as
respostas do entrevistado o justifiquem.
         As respostas serão recolhidas através da gravação áudio, se o entrevistado
conceder a autorização para tal. Caso contrário, registaremos as respostas num bloco de
notas.
         Passaremos depois para uma fase em que as informações serão recolhidas
através de uma observação indirecta, onde os registos de vídeo e áudio terão um papel
central. A ideia será introduzir uma câmara de vídeo, nas salas de aula, com o
conhecimento e autorização prévios dos alunos e do professor. O registo vídeo permitirá
compreender as estratégias adoptadas pelo professor para integrar os alunos imigrantes
na sala de aula e permitirá compreender a relação entre estes e os restantes alunos.
         Por fim, será distribuído, aleatoriamente, um questionário a 20% dos alunos
(imigrantes e portugueses) de 3º ciclo dessa escola, com o intuito de compreender as
condições de vida e hábitos de cada um, de modo a poder estabelecer uma comparação
entre as condições de vida dos alunos imigrantes e os alunos portugueses e as
repercussões dessas diferenças nos resultados escolares.


   5.4. Análise e Interpretação dos Dados
         A análise e interpretação de dados serão efectuadas a partir das informações que
o investigador achar relevantes nas entrevistas e questionários feitos aos alunos. Essas
informações serão dispostas numa tabela que, ao ser analisada, poderá proporcionar ao
investigador uma visão mais geral das possíveis variáveis a relacionar no estudo
mencionado.
         Numa fase posterior, faremos uma análise aos registos vídeo, de modo a poder
reflectir sobre as relações interpessoais dos alunos imigrantes dentro da sala de aula e
fora dela.
         Por fim, cruzaremos as informações obtidas nestas duas fases da investigação
com o que foi observado directamente, de modo a obter algumas conclusões.

                                                                                       11
6. Cronograma

                Com o objectivo de obter uma visão mais abrangente sobre as actividades
       a desenvolver pelo investigador, segue-se um cronograma que descreve todas
       essas actividades e o período em que serão desenvolvidas. Consideremos o
       período compreendido entre Setembro de 2010 e Agosto de 2011.



                                 2010                                      2011

   Actividades         Set.   Out.   Nov.   Dez.   Jan.   Fev.   Mar.   Abr.   Maio   Jun.   Jul.   Ago.

Entrega do projecto

     Revisão de
      Literatura
    Redacção da
  Introdução e do
  Enquadramento
       Teórico
    Redacção da
   Metodologia a
     utilizar na
    Investigação
  Observação das
     aulas e dos
   intervalos dos
       alunos
   Preparação das
 Entrevistas e dos
   Questionários
   Aplicação das
   entrevistas aos
 alunos imigrantes
   Aplicação dos
    questionários
     Observação
 Indirecta (registo
das aulas através de
 câmara de vídeo)
       Análise,
    Tratamento e
  Interpretação de
        Dados
    Conclusão




                                                                                              12
7. Considerações Finais


        Com o objectivo de procurar compreender de que forma é feita a integração de
alunos imigrantes, nas escolas portuguesas, optamos pelo estudo de caso de alunos
oriundos dos PALOP, que frequentam o 3º ciclo do ensino básico e que estão em
Portugal há menos de dois anos.
        Através da metodologia referida, procuramos responder às questões levantadas.
As respostas obtidas serão de extrema importância para a nossa educação, pois, num
mundo cada vez mais global, é importante proporcionarmos uma educação diversificada
e multicultural. Além disso, poderemos, através desta investigação, fornecer
ferramentas aos professores e às escolas para conseguirem uma integração plena dos
alunos africanos e, assim, proporcionar-lhes oportunidades de vida idênticas às dos
alunos portugueses.
        Tivemos ainda em consideração a escolha de uma metodologia que poderá
levantar novas questões que, por sua vez, poderão originar outros estudos. Por exemplo,
a análise dos questionários poderá levantar a questão se existem diferenças
significativas nas condições sociais dos alunos, portugueses e imigrantes, e se essas
diferenças influenciam o desempenho escolar dos alunos.
        Outra questão poderá advir da análise dos registos vídeo das aulas, já que
poderemos questionar se a personalidade do professor pode influenciar na integração
dos alunos imigrantes.
        Existem inúmeras relações que poderemos fazer entre as possíveis variáveis.
Nem todas essas relações poderão ser analisadas nesta investigação, o que abre portas
para estudos futuros.
        É importante o investigador deixar estas portas abertas para que outros (ou ele
mesmo) possam continuar e aperfeiçoar o seu trabalho.




                                                                                    13
8. Referências Bibliográficas



BENTO, António (2009). Pré-Projecto Dissertação - A Supervisão Pedagógica.
Instituto Politécnico de Santarém


CASA-NOVA, Maria (2005). (I)Migrantes, diversidades e desigualdades no sistema
educativo português: balanço e perspectivas. Instituto de Educação e Psicologia,
Universidade do Minho

CAMPENHOUDT, L.V., QUIVY, R. (2008). Manual de Investigação em Ciências
Sociais. Faculdade de Ciências Sociais, Universidade Católica Portuguesa



Sítios da Internet:

• Rede Eurydice (2009). Integração Escolar das Crianças Imigrantes na Europa.
Consultado a (2010-06-10) em:
http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice/documents/thematic_reports/101PT.pdf


• FONTES, Carlos (s.d.). Africanos em Portugal: De Imigrantes a grupos étnicos.
Consultado a (2010-06-10) em:
http://imigrantes.no.sapo.pt/page2.africanos.html


• Integração Social (s.d.). Consultado a (2010-06-11) em:
http://www.infopedia.pt/$integracao-social


• Coesão Social: Um enfoque conceitual (s.d.). Consultado a (2010-06-11) em:
http://www.eclac.cl/publicaciones/xml/4/29354/Cap2Cohesionpr.pdf


• Estudo de Caso (s.d.). Consultado a (2010-06-11) em:
http://grupo4te.com.sapo.pt/mie2.html


• Metodologia (s.d.). Consultado a (2010-06-13) em:
http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0410700_06_cap_03.pdf



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Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem sucedida?

  • 1. Mestrado em Ensino de Matemática no 3º Ciclo e no Secundário Raquel Cristina Sousa Camacho Pré – Projecto Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem sucedida? - Estudo a alunos oriundos dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) inseridos numa escola da cidade do Funchal, na Região Autónoma da Madeira, que frequentam o 3º ciclo do ensino básico e que estão em Portugal há menos de dois anos Funchal 2010
  • 2. Raquel Cristina Sousa Camacho Pré – Projecto Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem sucedida? - Estudo a alunos oriundos dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) inseridos numa escola da cidade do Funchal, na Região Autónoma da Madeira, que frequentam o 3º ciclo do ensino básico e que estão em Portugal há menos de dois anos Pré-Projecto apresentado na disciplina de Ciências da Educação IV – módulo de Investigação em Educação, da Universidade da Madeira. Docente: Professora Mécia Melo Funchal 2010
  • 3. Sumário 1. Resumo 2 2. Introdução 3 3. Fundamentação Teórica 5 3.1. Temática 5 3.2. Definição do Problema 5 3.3. Questões de Investigação 5 3.4. Objectivos da Investigação 5 4. Enquadramento Teórico 6 5. Metodologia 9 5.1. Natureza do Estudo 9 5.2. População em Estudo 10 5.3. Recolha e Registo de Dados 10 5.4. Análise e Interpretação dos Dados 11 6. Cronograma 12 7. Considerações Finais 13 8. Referências Bibliográficas 14 1
  • 4. 1. Resumo A presente investigação reflecte sobre a problemática da integração social de alunos imigrantes nas escolas portuguesas. Este estudo tem por objectivo responder a algumas questões relativamente a esse fenómeno e procura compreender de que forma está a ser encaminhada esta integração nas escolas nacionais. O estudo será realizado numa escola do Funchal e caracteriza-se por ter uma natureza qualitativa, visto que procura compreender as características de um determinado grupo. Neste caso, procura estudar os comportamentos e características dos alunos imigrantes no processo de integração social. O grupo a estudar será composto por alunos oriundos dos PALOP, que frequentem o 3º ciclo do ensino básico e que estejam em Portugal há menos de dois anos. Em suma, o estudo procurará encontrar relações entre as possíveis variáveis em estudo, como por exemplo a relação desses alunos com os colegas, com a escola e com os professores. O objectivo do investigador será tentar compreender de que forma estas possíveis variáveis influenciam no processo de integração. Palavras-chave: Integração, Imigração, Educação, Social, PALOP, Multiculturalidade 2
  • 5. 2. Introdução A palavra migrar vem do latim migro, que significa "ir de um lugar para outro". A migração é um dos comportamentos mais característicos da Humanidade. A presença de seres humanos em todos os continentes do nosso planeta, há já milhares de anos, é um indicador dessa necessidade humana de se expandir e procurar novos horizontes. Na Pré-História, os ciclos migratórios de seres humanos estavam directamente relacionados com a quantidade de comida disponível num determinado local. Quando os recursos terminavam, era chegada a hora de partir para um outro local que providenciasse as condições necessárias à sobrevivência. A descoberta de que os seres humanos poderiam manipular todos os alimentos que necessitavam, através da agricultura, levou a uma grande mudança nos hábitos do Homem. Se antes era necessário se deslocarem para obterem os elementos essenciais à sua sobrevivência, a partir desta altura já têm os conhecimentos para cultivar a terra e, deste modo, assentarem numa determinada região. O Homem nómada deu lugar ao Homem sedentário. Por sua vez, a migração da era moderna está relacionada, essencialmente, com factores económicos. As dificuldades em encontrar trabalho no seu país de origem e as condições precárias desse trabalho (baixo salário, falta de seguro, falta de respeito pelos direitos humanos, etc.) são dois dos motivos principais para a migração. Portugal tem um histórico e cultura de um país exportador de mão-de-obra. Quer isto dizer que Portugal é, essencialmente, um país de emigrantes, ou seja, pessoas que procuram condições de vida melhores noutros países e abandonam o seu país de origem. No início do século XX, houve um grande número de emigrantes a partir para a América do Sul, mas também para as colónias portuguesas em África. A partir dos anos 60, essa emigração passou a direccionar-se para a Europa, principalmente para a França, onde hoje temos uma grande comunidade portuguesa. No entanto, nos últimos anos temos assistido a um fenómeno contrário: a imigração. Em geral, são pessoas cujos familiares emigraram para os países referidos anteriormente e que regressam a Portugal. Nesta investigação consideraremos o caso particular de imigrantes oriundos das antigas colónias portuguesas em África e daremos grande enfoque a investigar a integração dos filhos desses imigrantes nas escolas portuguesas. A estratégia 3
  • 6. metodológica a adoptar baseia-se num estudo de caso de alunos imigrantes que estejam inseridos numa escola do Funchal e que frequentem o 3º ciclo do ensino básico, com a condicionante de estarem no país há menos de dois anos. O estudo é de índole exploratória, já que procuraremos observar determinados comportamentos dos alunos em questão, dos professores e dos colegas que possam ajudar a compreender e definir determinadas variáveis que venham a ser úteis à investigação, bem como a estudos futuros. Deste modo, esta investigação procurará responder às seguintes questões: As escolas portuguesas estão preparadas para receber alunos imigrantes? A multiculturalidade das escolas é benéfica à aprendizagem dos alunos? Os resultados obtidos por alunos imigrantes diferem dos resultados de alunos portugueses? As diferenças culturais interferem nos resultados escolares de alunos imigrantes? Esta investigação e as respostas a estas perguntas são de extrema importância para a nossa educação, pois vivemos num mundo cada vez mais globalizado, onde é importante proporcionar todas as ferramentas necessárias para que todos os alunos possam se adaptar e obter os melhores resultados. 4
  • 7. 3. Fundamentação Teórica 3.1. Temática De que forma está a ser feita a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas. 3.2. Definição do Problema Tendo em conta que o número de imigrantes tem aumentado nos últimos anos, em Portugal, é importante discutir de que forma está a ser encaminhada a integração dos filhos desses imigrantes no sistema educativo nacional. Assim, tentaremos desenvolver o trabalho em torno do seguinte problema: Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem sucedida? 3.3. Questões de Investigação De forma a delimitar a nossa investigação ao que realmente procuramos saber, é importante definir algumas questões que, a juntar à questão central, conduzirão todo o estudo. As escolas portuguesas estão preparadas para receber alunos imigrantes? O multiculturalismo das escolas é benéfico à aprendizagem dos alunos? Os resultados obtidos por alunos imigrantes diferem dos resultados de alunos portugueses? As diferenças culturais interferem nos resultados escolares de alunos imigrantes? 3.4. Objectivos da Investigação Um dos objectivos desta investigação é proporcionar respostas às questões levantadas, já que são de extrema importância para garantir que a integração dos alunos imigrantes seja um sucesso. Um outro objectivo é fornecer ferramentas às escolas e aos professores para que adoptem as estratégias necessárias para garantir a integração plena dos alunos em questão. Compreender o fenómeno da integração social para melhor encaminhá-la no caso dos alunos oriundos dos PALOP, é também um dos objectivos deste trabalho. 5
  • 8. 4. Enquadramento Teórico A integração social é uma temática muito abordada por diversos investigadores, surgindo por isso várias definições e conceitos referentes a este processo social. Segundo Amaro (s.d.), “a integração social é um processo que viabiliza o acesso às oportunidades da sociedade, permitindo a relação interactiva entre uma célula (o individuo ou a família) que estava excluída e o organismo (a sociedade) a que ela pertence, trazendo-lhe algo de próprio, de específico e de diferente, que o enriquece e mantendo a sua individualidade e especificidade que a diferencia das outras células que compõem o organismo.” Assim, a integração social envolve um esforço das partes envolvidas, sendo que a sociedade tem a responsabilidade de aceitar as diferenças e os indivíduos o dever de respeitar as regras em vigor na sociedade em que está inserido. Segundo um estudo efectuado sobre o fenómeno de inclusão social na América Latina, “a integração social é concebida como um sistema compartilhado de esforços e recompensas, igualador no tocante a oportunidades e meritocrático em termos de retribuições.” Nesta definição não é dado ênfase à individualidade de cada pessoa. Segundo o mesmo estudo, há integração social quando há uma partilha de serviços entre o indivíduo e a sociedade. Uma visão que cremos mais neutra e abrangente de integração social é-nos fornecida por Ferreira (2007) e diz que “a integração implica a co-existência de características culturais próprias com a crescente participação nas estruturas económicas, políticas e jurídicas da comunidade de acolhimento. Por outras palavras, implica a manutenção da integridade cultural do grupo de pertença e, simultaneamente, um movimento em direcção a uma relação positiva com o grupo de acolhimento.” Assim, a integração social não apaga as diferenças; antes coordena-as e orienta-as. Em relação à integração social, em Portugal, de africanos oriundos dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) tem sido, segundo alguns autores, mal encaminhada. Estes imigrantes têm sido segregados em bairros, onde são marginalizados. Desta marginalização advêm comportamentos violentos, tráfico de droga e o crime organizado. 6
  • 9. Os filhos destes imigrantes, apesar de já terem nascido em Portugal, não se identificam com a cultura do país e são muitas vezes discriminados pelas suas origens culturais. Esta dificuldade em se identificar com a cultura do país, evidencia-se na escola, já que os filhos desses imigrantes apresentam, geralmente, insucesso a nível escolar. Esta discrepância a nível dos resultados escolares levantou a questão sobre o multiculturalismo na educação e em todos os aspectos sociais do país. De facto, como refere Dietz (citado por Casa-Nova, 2005), “a porta de entrada do multiculturalismo no sistema educativo foi a discussão acerca do rendimento escolar das crianças provenientes de minorias (étnicas, culturais, religiosas) ”. Assim, a partir dos resultados negativos destes alunos a nível escolar, foi possível apercebermo-nos que a integração social e escolar dos imigrantes poderia não estar a ser encaminhada da melhor forma, já que o sistema educativo não fornecia um ensino multicultural. Desde então têm sido feitos esforços no sentido de criar estratégias que proporcionem uma integração plena dos imigrantes nas escolas portuguesas. Esses esforços políticos podem ser traduzido a partir do Despacho Normativo nº 7/2006 que defende que “numa sociedade multicultural, como é a portuguesa, o reconhecimento e o respeito pelas necessidades individuais de todos os alunos e, em particular, das necessidades específicas dos alunos recém-chegados ao sistema educativo nacional devem ser assumidos como princípio fundamental.” No entanto, segundo Araújo (s.d.), apesar destes esforços, “as escolas não têm um ensino multicultural e não estão preparadas para receber e integrar alunos imigrantes. A autora refere que o país “apesar de se ver como multicultural, nunca soube incorporar a diversidade cultural nos seus currículos escolares”. De facto, existem alguns obstáculos que dificultam a integração social de imigrantes e das minorias étnicas. Podemos dizer que, no caso de imigrantes oriundos dos PALOP, a língua não é um obstáculo, podendo apenas surgir alguns termos diferentes que podem ser facilmente compreendidos no contexto em que são expressados. No entanto, os alunos provenientes de Cabo Verde apresentam dificuldade na língua portuguesa, o que segundo Mateus (citado por Ferreira, 2007), deve-se ao facto de viverem em “ambientes fechados” onde só falam crioulo. Estas crianças só têm contacto com a língua portuguesa quando vão para a escola o que influencia directamente nos seus resultados escolares. 7
  • 10. Porém, são as diferenças culturais que surgem como os obstáculos mais difíceis de ultrapassar. Estas diferenças, segundo Casa-Nova (2005), podem originar minorias étnicas, já que lutam “de acordo com as suas próprias estratégias de (sobre)vivência, por um lugar provisório na sociedade de “acolhimento”, conquistado e/ou cedido nas negociações e lutas desiguais entre grupos socioculturais com diferentes tipos e montantes de poder que originam oportunidades e modos de vida desiguais”. Esta dificuldade em lidar com as diferenças é transportada para a escola e a diversidade cultural, em vez de ser tida como algo positivo e benéfico para a educação de todos os alunos, é vista como algo a eliminar. Repare-se que a escola promove um ensino igual para todos e é indiferente à diferença. Assim, os alunos que não se adaptam ao ensino promovido pela escola são “eliminados” e aqueles que obtêm um bom desempenho continuam a vida escolar, que virá a abrir portas para um melhor futuro profissional. Sendo assim caberá ao professor lidar com essas diferenças na sala de aula e recai sobre ele a responsabilidade de gerir os conflitos que possam surgir dessas diferenças, marcando sempre a posição de que não há uma cultura mais “correcta” do que outra e de que é possível uma cooperação entre todos para desenvolver uma sociedade melhor e multicultural. Uma medida defendida por um documento publicado pela Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura, diz-nos que um dos papéis fundamentais que a escola e o professor devem ter para ajudar na integração dos jovens imigrantes é estabelecer uma relação com as famílias desses jovens. Sabemos que a família, como primeiro agente de socialização, desempenha um importante papel na formação dos jovens. Assim, se a escola e o professor conseguirem o seu apoio isso será uma mais valia para que a integração desses jovens seja um sucesso. Deste modo, numa sociedade que se diz e quer multicultural, não é possível manter uma educação unidireccional. É preciso fazerem-se esforços para lidar com as diferenças, como algo mais a aprender e não como algo a ignorar ou destruir. A integração social não é sinónimo de assimilação, é sinónimo de cooperação e de aceitação. Neste contexto, Wolton (2004) encaminha-nos para uma frase que se enche de sentido: “Aprender a gerir a diversidade cultural será amanhã a verdadeira riqueza das sociedades.” 8
  • 11. 5. Metodologia 5.1. Natureza do Estudo Tendo em conta os objectivos propostos neste trabalho, nomeadamente o compreender de que forma está a ser encaminhada a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas e o tentar encontrar estratégias para que a discrepância de resultados possa ser anulada, optamos por um estudo de natureza qualitativa. Segundo Bento (2009), num estudo de natureza qualitativa “os dados são analisados em função das respostas de cada um dos participantes às questões formuladas e que vão reflectir as suas convicções”. Assim, este trabalho é de índole, simultaneamente, exploratória e descritiva, já que visa explorar e descrever as características de uma determinada população ou fenómeno, e identificar relações entre as possíveis variáveis (Vergara, 2000). Uma vez que esta é uma investigação extremamente complexa que envolve determinadas componentes de difícil estudo, nomeadamente o comportamento humano numa situação de adaptação, optou-se por uma abordagem metodológica baseada no estudo de caso. Yin (citado por Bento, 2009) define “estudo de caso” com base nas “características do fenómeno em estudo e com base num conjunto de características associadas ao processo de recolha de dados e às estratégias de análise dos mesmos”. Assim, e segundo Benbasat et al (1987) um estudo de caso deve possuir as seguintes características: - Fenómeno observado no seu ambiente natural; - Dados recolhidos utilizando diversos meios (Observações directas e indirectas, entrevistas, questionários, registos de áudio e vídeo, diários, cartas, entre outros); - Uma ou mais entidades (pessoa, grupo, organização) são analisadas; - A complexidade da unidade é estudada aprofundadamente; - Pesquisa dirigida aos estágios de exploração, classificação e desenvolvimento de hipóteses do processo de construção do conhecimento; - Não são utilizados formas experimentais de controlo ou manipulação; - O investigador não precisa especificar antecipadamente o conjunto de variáveis dependentes e independentes; - Os resultados dependem fortemente do poder de integração do investigador; - Podem ser feitas mudanças na selecção do caso ou dos métodos de recolha de dados à medida que o investigador desenvolve novas hipóteses; 9
  • 12. - Pesquisa envolvida com questões "Como?" e "Porquê?" ao contrário de “O quê?” e “Quantos?” Assim, com esta investigação procuramos explorar, descrever e explicar este fenómeno social que é a integração e de que forma uma integração bem sucedida pode ter influência nos resultados escolares dos alunos imigrantes. 5.2. População em Estudo Esta investigação será desenvolvida numa escola de 3º ciclo no Funchal, na Região Autónoma da Madeira (RAM), durante o ano lectivo de 2010/2011. O estudo terá como população alvo os alunos imigrantes que frequentem a escola escolhida e que estejam no país há menos de dois anos. Tendo em conta tratar-se um pré-projecto, ainda não foi seleccionada a escola onde esta investigação poderá ter lugar. Consequentemente, ainda não foram solicitadas as autorizações necessárias para que o estudo venha a se realizar. 5.3. Recolha e Registo de Dados Tendo em atenção os objectivos a alcançar, iremos utilizar vários métodos de recolha de informação. É preciso ter noção que os métodos de recolhas de dados podem influenciar nos resultados do trabalho. Assim, a escolha dos métodos e dos instrumentos a utilizar é uma etapa muito importante numa investigação que se quer séria e rigorosa. Numa primeira abordagem, utilizaremos a observação directa, onde poderemos reunir numerosas informações que serão analisadas posteriormente. Esta abordagem apresenta algumas vantagens tais como a autenticidade dos acontecimentos e a espontaneidade dos participantes. No entanto, para que esta observação seja fiável, é necessário que o investigador consiga a aceitação do grupo a ser observado. Além disso, a interpretação dessas observações está sujeita à subjectividade do investigador. Assim, nesta primeira fase, pretendemos observar os alunos imigrantes e o modo como interagem com os outros alunos e com os professores. Serão feitas várias observações na sala de aula e num contexto menos formal (por exemplo, no intervalo das aulas). Como existem várias turmas de 3º ciclo na escola, teremos que ir alternando as sessões de observação entre cada uma delas. 10
  • 13. Numa etapa posterior, escolhemos como método de recolha de informação a entrevista, por ser um método complementar da observação directa e por proporcionar respostas muito subjectivas por parte do entrevistado, o que permite ao investigador ter uma noção de como o individuo se posiciona em relação a si mesmo e em relação ao meio que o envolve. Esta entrevista será semi-estruturada, permitindo ao investigador ter um guião que lhe ajude a fazer as perguntas que interessam ao seu estudo, mas que permite também que este tenha a liberdade para explorar um outro caminho, caso as respostas do entrevistado o justifiquem. As respostas serão recolhidas através da gravação áudio, se o entrevistado conceder a autorização para tal. Caso contrário, registaremos as respostas num bloco de notas. Passaremos depois para uma fase em que as informações serão recolhidas através de uma observação indirecta, onde os registos de vídeo e áudio terão um papel central. A ideia será introduzir uma câmara de vídeo, nas salas de aula, com o conhecimento e autorização prévios dos alunos e do professor. O registo vídeo permitirá compreender as estratégias adoptadas pelo professor para integrar os alunos imigrantes na sala de aula e permitirá compreender a relação entre estes e os restantes alunos. Por fim, será distribuído, aleatoriamente, um questionário a 20% dos alunos (imigrantes e portugueses) de 3º ciclo dessa escola, com o intuito de compreender as condições de vida e hábitos de cada um, de modo a poder estabelecer uma comparação entre as condições de vida dos alunos imigrantes e os alunos portugueses e as repercussões dessas diferenças nos resultados escolares. 5.4. Análise e Interpretação dos Dados A análise e interpretação de dados serão efectuadas a partir das informações que o investigador achar relevantes nas entrevistas e questionários feitos aos alunos. Essas informações serão dispostas numa tabela que, ao ser analisada, poderá proporcionar ao investigador uma visão mais geral das possíveis variáveis a relacionar no estudo mencionado. Numa fase posterior, faremos uma análise aos registos vídeo, de modo a poder reflectir sobre as relações interpessoais dos alunos imigrantes dentro da sala de aula e fora dela. Por fim, cruzaremos as informações obtidas nestas duas fases da investigação com o que foi observado directamente, de modo a obter algumas conclusões. 11
  • 14. 6. Cronograma Com o objectivo de obter uma visão mais abrangente sobre as actividades a desenvolver pelo investigador, segue-se um cronograma que descreve todas essas actividades e o período em que serão desenvolvidas. Consideremos o período compreendido entre Setembro de 2010 e Agosto de 2011. 2010 2011 Actividades Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Entrega do projecto Revisão de Literatura Redacção da Introdução e do Enquadramento Teórico Redacção da Metodologia a utilizar na Investigação Observação das aulas e dos intervalos dos alunos Preparação das Entrevistas e dos Questionários Aplicação das entrevistas aos alunos imigrantes Aplicação dos questionários Observação Indirecta (registo das aulas através de câmara de vídeo) Análise, Tratamento e Interpretação de Dados Conclusão 12
  • 15. 7. Considerações Finais Com o objectivo de procurar compreender de que forma é feita a integração de alunos imigrantes, nas escolas portuguesas, optamos pelo estudo de caso de alunos oriundos dos PALOP, que frequentam o 3º ciclo do ensino básico e que estão em Portugal há menos de dois anos. Através da metodologia referida, procuramos responder às questões levantadas. As respostas obtidas serão de extrema importância para a nossa educação, pois, num mundo cada vez mais global, é importante proporcionarmos uma educação diversificada e multicultural. Além disso, poderemos, através desta investigação, fornecer ferramentas aos professores e às escolas para conseguirem uma integração plena dos alunos africanos e, assim, proporcionar-lhes oportunidades de vida idênticas às dos alunos portugueses. Tivemos ainda em consideração a escolha de uma metodologia que poderá levantar novas questões que, por sua vez, poderão originar outros estudos. Por exemplo, a análise dos questionários poderá levantar a questão se existem diferenças significativas nas condições sociais dos alunos, portugueses e imigrantes, e se essas diferenças influenciam o desempenho escolar dos alunos. Outra questão poderá advir da análise dos registos vídeo das aulas, já que poderemos questionar se a personalidade do professor pode influenciar na integração dos alunos imigrantes. Existem inúmeras relações que poderemos fazer entre as possíveis variáveis. Nem todas essas relações poderão ser analisadas nesta investigação, o que abre portas para estudos futuros. É importante o investigador deixar estas portas abertas para que outros (ou ele mesmo) possam continuar e aperfeiçoar o seu trabalho. 13
  • 16. 8. Referências Bibliográficas BENTO, António (2009). Pré-Projecto Dissertação - A Supervisão Pedagógica. Instituto Politécnico de Santarém CASA-NOVA, Maria (2005). (I)Migrantes, diversidades e desigualdades no sistema educativo português: balanço e perspectivas. Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho CAMPENHOUDT, L.V., QUIVY, R. (2008). Manual de Investigação em Ciências Sociais. Faculdade de Ciências Sociais, Universidade Católica Portuguesa Sítios da Internet: • Rede Eurydice (2009). Integração Escolar das Crianças Imigrantes na Europa. Consultado a (2010-06-10) em: http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice/documents/thematic_reports/101PT.pdf • FONTES, Carlos (s.d.). Africanos em Portugal: De Imigrantes a grupos étnicos. Consultado a (2010-06-10) em: http://imigrantes.no.sapo.pt/page2.africanos.html • Integração Social (s.d.). Consultado a (2010-06-11) em: http://www.infopedia.pt/$integracao-social • Coesão Social: Um enfoque conceitual (s.d.). Consultado a (2010-06-11) em: http://www.eclac.cl/publicaciones/xml/4/29354/Cap2Cohesionpr.pdf • Estudo de Caso (s.d.). Consultado a (2010-06-11) em: http://grupo4te.com.sapo.pt/mie2.html • Metodologia (s.d.). Consultado a (2010-06-13) em: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0410700_06_cap_03.pdf 14