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7º Ano

Capítulo 9 – A organização do
      espaço nordestino
A formação socioespacial do nordeste
  O Nordeste compreende uma área
  de cerca de 1,5 milhão de km².

        Aproximadamente 18% do território brasileiro.


População nordestina: em torno de
50,4 milhões de habitantes.

                           Cerca de 27,7% dos brasileiros.

Do início do século XVI à segunda metade do século XVII, a
região constituiu o principal centro econômico e social da
colônia, em razão das atividades econômicas ali desenvolvidas.
A cana-de-açúcar




                                   Erich Lessing/ Album/LatinStock
Iniciou-se o cultivo em
1550, no litoral nordestino.

O sucesso que a produção
açucareira obteve na região se
deve, entre outros fatores:
• ao clima quente e úmido;
• ao solo de massapê;
• à sua maior proximidade da
Europa;
• à administração do donatário
Duarte Coelho, que introduziu na                                     Mapa mostrando um engenho de
capitania o cultivo do produto.                                      cana-de-açúcar do período colonial.
A economia açucareira influenciou bastante a formação e a
organização do espaço nordestino.


Os reflexos desse tipo de organização:


                                         Favorável aos
                                         interesses de
São sentidos até hoje na sociedade
                                         apenas uma
e no espaço nordestinos: grande
                                         pequena parte de
concentração da propriedade rural e
                                         seus componentes.
forte influência dos “coronéis” na
vida política.
A criação de gado e o algodão
Paralelamente ao cultivo da cana-de-açúcar, foram
introduzidas na colônia as primeiras cabeças de gado.


          Que serviam tanto para a alimentação quanto para
          movimentar os engenhos e para o transporte.



         Mas apesar de sua utilidade como força de
         tração nos engenhos.


 A pecuária não poderia disputar terras com a cana. O gado
        passou a ser criado em regiões do interior.
A partir da revolução industrial, com o desenvolvimento da
indústria têxtil na Inglaterra, Portugal iniciou o cultivo do algodão
na colônia. A produção de algodão também era voltada para o
mercado externo e controlada pelos latifundiários.




Litografia Engenho de Açúcar, de Johann Moritz Rugendas.
O nordeste: nível socioeconômico e a
    concentração da propriedade e da
                  renda
 Em nenhuma outra região do Brasil os indicadores sociais e a
 desigualdade de renda são tão insatisfatórios como no Nordeste.

Historicamente, as políticas do governo federal para
o desenvolvimento da região pouco contribuíram
para alterar as suas condições socioeconômicas.


            Pelo contrário, frequentemente até colaboraram para
            aumentar as desigualdades sociais, pois parte
            considerável dos recursos enviados ao Nordeste
            beneficiou os latifundiários e os proprietários e não
            aqueles que mais precisavam desses recursos.
Observe as tabelas.




   Por mil nascidos vivos.
   Fonte: IBGE, Indicadores Sociais, 2007.
Fonte: IBGE. Indicadores Sociais, 2007.




         Ao observarmos os dados das duas
         tabelas, a qual conclusão podemos
        chegar em relação à região Nordeste?
A atual situação socioeconômica do Nordeste é caracterizada,
 em boa parte, pela forte concentração da propriedade da terra e
 pela influência dos grandes proprietários rurais na vida política
 da região.


 Muitos desses latifundiários detêm o poder político e econômico,
 sustentado na exploração de uma mão-de-obra farta e barata.
 De modo geral, eles relutam em aceitar transformações que
 possam trazer elevação nos níveis salariais.

É em razão dessa estrutura agrária que muitos
trabalhadores saem do campo em direção às cidades.


                  Nesses lugares, porém, vão constituir uma
                  mão-de-obra desqualificada, que o
                  empresariado explora pagando baixos salários.
Observe o mapa.
                      Brasil – terras ociosas




Fonte: Atlas
nacional do Brasil.
Rio de Janeiro:
IBGE, 2000. p. 135
(adaptado).
Distribuição da renda
   A melhoria da distribuição de renda no Nordeste
   depende, entre outros fatores, de uma distribuição
   mais equitativa da terra no campo.


          Porém, apenas as terras não bastam.

Segundo os especialistas, é necessário encontrar alternativas
para a infraestrutura de distribuição da água, de como é feita a
manutenção dos açudes, como armazenar água em uma região
quente como o semiárido e quem tem o controle dessa água.


           Tudo isso envolve poder político, não é um
     problema da seca e sim de como conviver com ela.
As subregiões nordestinas

De acordo com as condições naturais e
 a organização do espaço, costuma-se
dividir o Nordeste em subregiões, que
   podem ser observadas no mapa a
                seguir.
SUBREGIÕES NORDESTINAS


Mário Yoshida




                Fonte: Atlas nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1992 (adaptado).
Das quatro subregiões, a Zona da Mata é a
mais povoada, a que concentra o maior
número de indústrias e a mais urbanizada.
Uma área que atrai muitos turistas. Nela
predominam as grandes propriedades rurais.


        Em alguns trechos do Sertão, pratica-se a criação de
        gado e, em outros, a agricultura, inclusive irrigada,
        principalmente no vale do rio São Francisco.

        O Meio-Norte é uma área de transição entre o Sertão e
        a Amazônia.


No Agreste predominam as pequenas e médias propriedades
rurais, onde se desenvolvem a policultura e a pecuária leiteira.
O Agreste é uma área de transição entre a Zona da Mata, de
clima úmido, e o Sertão, de clima semiárido.
Ângelo Maciel/SambaPhoto


                                                     Canal de irrigação em
                                                     Fortaleza, CE.




                                                     Antonio Milena/AE




                           Coco babaçu no município de
                           Lima Campos, MA (2007).
A economia do nordeste
   A economia da região sempre esteve baseada
   principalmente na agroindústria do açúcar e do cacau.

      Há algumas décadas, teve início o desenvolvimento
      de lavouras de fruticultura para exportação.

O sertão semiárido também é visto como espaço favorável a
atividades econômicas como caprinocultura, apicultura, ecoturismo
e extrativismo mineral.
No litoral vem se desenvolvendo a carcinocultura e principalmente
o turismo.

            O petróleo é explorado no litoral e na
            plataforma continental.
Com o processo de integração econômica do território brasileiro, o
Nordeste, ao integrar-se ao mercado interno, passa a ser
comprador de grandes quantidades de produtos industrializados
vindos do Centro-Sul.


Ao mesmo
tempo, fornece
                   Juca Martins/Olhar Imgem




alguns tipos de
matérias-primas
e, sobretudo,
mão-de-obra
barata.



Polo petroquímico em
Camaçari, BA (2002).
Atraindo indústrias para o nordeste
Desde os anos 1990, o baixo custo de mão-de-obra vem
atraindo empresários do Centro-Sul e do exterior.




  Os incentivos do governo também têm estimulado
  a instalação de indústrias no nordeste.


   Também o setor de tecnologia da informação tem
    recebido empresas de software, equipamentos e
                     acessórios.
Leo Caldas/Titular




                                                           Construção da italiana MG,
                                                           produtora de recipientes,
                                                           no Complexo Industrial e
                                                           Portuário de Suape, PE
                                                           (2008).

                                      Leo Caldas/Titular




                     Porto Digital em
                     Recife, PE (2000).
Expansão da criação de gado




Mário Yoshida




Fonte: Elaborado pelos autores com base em Caio Prado Jr. História
econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1976. p. 44-5.

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IECJ - Cap. 7 - A urbanização brasileira
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IECJ - Cap. 9 - A organização do espaço nordestino

  • 1. 7º Ano Capítulo 9 – A organização do espaço nordestino
  • 2. A formação socioespacial do nordeste O Nordeste compreende uma área de cerca de 1,5 milhão de km². Aproximadamente 18% do território brasileiro. População nordestina: em torno de 50,4 milhões de habitantes. Cerca de 27,7% dos brasileiros. Do início do século XVI à segunda metade do século XVII, a região constituiu o principal centro econômico e social da colônia, em razão das atividades econômicas ali desenvolvidas.
  • 3. A cana-de-açúcar Erich Lessing/ Album/LatinStock Iniciou-se o cultivo em 1550, no litoral nordestino. O sucesso que a produção açucareira obteve na região se deve, entre outros fatores: • ao clima quente e úmido; • ao solo de massapê; • à sua maior proximidade da Europa; • à administração do donatário Duarte Coelho, que introduziu na Mapa mostrando um engenho de capitania o cultivo do produto. cana-de-açúcar do período colonial.
  • 4. A economia açucareira influenciou bastante a formação e a organização do espaço nordestino. Os reflexos desse tipo de organização: Favorável aos interesses de São sentidos até hoje na sociedade apenas uma e no espaço nordestinos: grande pequena parte de concentração da propriedade rural e seus componentes. forte influência dos “coronéis” na vida política.
  • 5. A criação de gado e o algodão Paralelamente ao cultivo da cana-de-açúcar, foram introduzidas na colônia as primeiras cabeças de gado. Que serviam tanto para a alimentação quanto para movimentar os engenhos e para o transporte. Mas apesar de sua utilidade como força de tração nos engenhos. A pecuária não poderia disputar terras com a cana. O gado passou a ser criado em regiões do interior.
  • 6. A partir da revolução industrial, com o desenvolvimento da indústria têxtil na Inglaterra, Portugal iniciou o cultivo do algodão na colônia. A produção de algodão também era voltada para o mercado externo e controlada pelos latifundiários. Litografia Engenho de Açúcar, de Johann Moritz Rugendas.
  • 7. O nordeste: nível socioeconômico e a concentração da propriedade e da renda Em nenhuma outra região do Brasil os indicadores sociais e a desigualdade de renda são tão insatisfatórios como no Nordeste. Historicamente, as políticas do governo federal para o desenvolvimento da região pouco contribuíram para alterar as suas condições socioeconômicas. Pelo contrário, frequentemente até colaboraram para aumentar as desigualdades sociais, pois parte considerável dos recursos enviados ao Nordeste beneficiou os latifundiários e os proprietários e não aqueles que mais precisavam desses recursos.
  • 8. Observe as tabelas. Por mil nascidos vivos. Fonte: IBGE, Indicadores Sociais, 2007.
  • 9. Fonte: IBGE. Indicadores Sociais, 2007. Ao observarmos os dados das duas tabelas, a qual conclusão podemos chegar em relação à região Nordeste?
  • 10. A atual situação socioeconômica do Nordeste é caracterizada, em boa parte, pela forte concentração da propriedade da terra e pela influência dos grandes proprietários rurais na vida política da região. Muitos desses latifundiários detêm o poder político e econômico, sustentado na exploração de uma mão-de-obra farta e barata. De modo geral, eles relutam em aceitar transformações que possam trazer elevação nos níveis salariais. É em razão dessa estrutura agrária que muitos trabalhadores saem do campo em direção às cidades. Nesses lugares, porém, vão constituir uma mão-de-obra desqualificada, que o empresariado explora pagando baixos salários.
  • 11. Observe o mapa. Brasil – terras ociosas Fonte: Atlas nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. p. 135 (adaptado).
  • 12. Distribuição da renda A melhoria da distribuição de renda no Nordeste depende, entre outros fatores, de uma distribuição mais equitativa da terra no campo. Porém, apenas as terras não bastam. Segundo os especialistas, é necessário encontrar alternativas para a infraestrutura de distribuição da água, de como é feita a manutenção dos açudes, como armazenar água em uma região quente como o semiárido e quem tem o controle dessa água. Tudo isso envolve poder político, não é um problema da seca e sim de como conviver com ela.
  • 13. As subregiões nordestinas De acordo com as condições naturais e a organização do espaço, costuma-se dividir o Nordeste em subregiões, que podem ser observadas no mapa a seguir.
  • 14. SUBREGIÕES NORDESTINAS Mário Yoshida Fonte: Atlas nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1992 (adaptado).
  • 15. Das quatro subregiões, a Zona da Mata é a mais povoada, a que concentra o maior número de indústrias e a mais urbanizada. Uma área que atrai muitos turistas. Nela predominam as grandes propriedades rurais. Em alguns trechos do Sertão, pratica-se a criação de gado e, em outros, a agricultura, inclusive irrigada, principalmente no vale do rio São Francisco. O Meio-Norte é uma área de transição entre o Sertão e a Amazônia. No Agreste predominam as pequenas e médias propriedades rurais, onde se desenvolvem a policultura e a pecuária leiteira. O Agreste é uma área de transição entre a Zona da Mata, de clima úmido, e o Sertão, de clima semiárido.
  • 16. Ângelo Maciel/SambaPhoto Canal de irrigação em Fortaleza, CE. Antonio Milena/AE Coco babaçu no município de Lima Campos, MA (2007).
  • 17. A economia do nordeste A economia da região sempre esteve baseada principalmente na agroindústria do açúcar e do cacau. Há algumas décadas, teve início o desenvolvimento de lavouras de fruticultura para exportação. O sertão semiárido também é visto como espaço favorável a atividades econômicas como caprinocultura, apicultura, ecoturismo e extrativismo mineral. No litoral vem se desenvolvendo a carcinocultura e principalmente o turismo. O petróleo é explorado no litoral e na plataforma continental.
  • 18. Com o processo de integração econômica do território brasileiro, o Nordeste, ao integrar-se ao mercado interno, passa a ser comprador de grandes quantidades de produtos industrializados vindos do Centro-Sul. Ao mesmo tempo, fornece Juca Martins/Olhar Imgem alguns tipos de matérias-primas e, sobretudo, mão-de-obra barata. Polo petroquímico em Camaçari, BA (2002).
  • 19. Atraindo indústrias para o nordeste Desde os anos 1990, o baixo custo de mão-de-obra vem atraindo empresários do Centro-Sul e do exterior. Os incentivos do governo também têm estimulado a instalação de indústrias no nordeste. Também o setor de tecnologia da informação tem recebido empresas de software, equipamentos e acessórios.
  • 20. Leo Caldas/Titular Construção da italiana MG, produtora de recipientes, no Complexo Industrial e Portuário de Suape, PE (2008). Leo Caldas/Titular Porto Digital em Recife, PE (2000).
  • 21. Expansão da criação de gado Mário Yoshida Fonte: Elaborado pelos autores com base em Caio Prado Jr. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1976. p. 44-5.