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IMMANUEL KANT

Filosofia da Ciência

Prof. Dr. Paulo Gomes Lima – UNASP
Kant


A contribuição de
Immanuel Kant
circunscreve-se a um campo puramente
teórico, se bem que ainda hoje é ponto de
partida para o desenvolvimento de inúmeros
trabalhos na área do desenvolvimento da
moralidade infantil. Em suas obras Crítica da
razão pura” e “Crítica da razão prática” estão
os fundamentos de sua discussão sobre a
moralidade e a aquisição do conhecimento.
Kant


opõe-se tanto aos empiristas que afirmavam que o
conhecimento era fruto tão somente do mundo
sensível, como também aos inatistas, pautados pela
orientação de que tudo que conhecemos está e vem
do nosso interior, portanto, o conhecimento é fruto de
uma capacidade racional.



Seu posicionamento é pela síntese destes dois
pólos, isto é, o ser humano conhece tanto pelo
contato com o mundo sensível como pelas
abstrações advindas de sua estrutura racional
universal.
Kant


Kant defende que a moralidade resulta da luta interior
entre a razão e nossas inclinações individuais,
levando-nos a observar o imperativo categórico de
observarmos a lei moral.



. Agir de forma moral é agir pelo dever, não em troca
de benefícios ou punição – este é o tipo de
obediência voluntária que deve inclusive ocorrer nas
escolas.



estabelece o marco de seu pensamento educacional:
“o homem só pode tornar-se homem por meio da
educação. O homem não é senão aquilo que a
educação faz dele.”
Kant


A noção de bondade ou de maldade da criança não
se lhe mostra como problema, pois ele reitera que a
criança será boa ou má dependendo de como é
educada, de quais valores morais recebe e como os
interioriza .



Embora de tendência idealista, Kant observa que a
experiência e o trabalho são exemplos de educação
ativa e que devem ser cultivadas na escola. Esta, por
sua vez deve promover o desenvolvimento da criança
considerando o desenvolvimento de quatro
componentes ideais da educação: a disciplina, a
cultura, a moralidade e a civilidade.
Kant


A disciplina
é o “freio da selvageria”, é o
componente que auxilia o homem a refrear sua
animalidade natural;



a cultura resulta da instrução, dos ensinamentos
que o indivíduo aprende quando em socialização com
o outro,



a moralidade é a capacidade escolher os “melhores
fins” quanto ao padrão de conduta pessoal e social e



a civilidade que é a expressão da educação
recebida, formar o homem para exercer sua
cidadania dentro do padrão da moralidade esperada.
Kant


O conceito de verdade e de valores portanto surgem
do desenvolvimento da moralidade do indivíduo que
aprende a ter e ser autônomo pelas construções que
estabelece entre o pensar e o agir. O homem desde
tenra idade deve ser iniciado ao desenvolvimento do
caráter moral pois este é o imperativo da educação
que o torna homem em primeiro plano e o aproxima
do conhecimento de todas as coisas, inclusive do
próprio Deus, o princípio de todo fundamento moral.

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Filosofia da ciencia

  • 1. IMMANUEL KANT Filosofia da Ciência Prof. Dr. Paulo Gomes Lima – UNASP
  • 2. Kant  A contribuição de Immanuel Kant circunscreve-se a um campo puramente teórico, se bem que ainda hoje é ponto de partida para o desenvolvimento de inúmeros trabalhos na área do desenvolvimento da moralidade infantil. Em suas obras Crítica da razão pura” e “Crítica da razão prática” estão os fundamentos de sua discussão sobre a moralidade e a aquisição do conhecimento.
  • 3. Kant  opõe-se tanto aos empiristas que afirmavam que o conhecimento era fruto tão somente do mundo sensível, como também aos inatistas, pautados pela orientação de que tudo que conhecemos está e vem do nosso interior, portanto, o conhecimento é fruto de uma capacidade racional.  Seu posicionamento é pela síntese destes dois pólos, isto é, o ser humano conhece tanto pelo contato com o mundo sensível como pelas abstrações advindas de sua estrutura racional universal.
  • 4. Kant  Kant defende que a moralidade resulta da luta interior entre a razão e nossas inclinações individuais, levando-nos a observar o imperativo categórico de observarmos a lei moral.  . Agir de forma moral é agir pelo dever, não em troca de benefícios ou punição – este é o tipo de obediência voluntária que deve inclusive ocorrer nas escolas.  estabelece o marco de seu pensamento educacional: “o homem só pode tornar-se homem por meio da educação. O homem não é senão aquilo que a educação faz dele.”
  • 5. Kant  A noção de bondade ou de maldade da criança não se lhe mostra como problema, pois ele reitera que a criança será boa ou má dependendo de como é educada, de quais valores morais recebe e como os interioriza .  Embora de tendência idealista, Kant observa que a experiência e o trabalho são exemplos de educação ativa e que devem ser cultivadas na escola. Esta, por sua vez deve promover o desenvolvimento da criança considerando o desenvolvimento de quatro componentes ideais da educação: a disciplina, a cultura, a moralidade e a civilidade.
  • 6. Kant  A disciplina é o “freio da selvageria”, é o componente que auxilia o homem a refrear sua animalidade natural;  a cultura resulta da instrução, dos ensinamentos que o indivíduo aprende quando em socialização com o outro,  a moralidade é a capacidade escolher os “melhores fins” quanto ao padrão de conduta pessoal e social e  a civilidade que é a expressão da educação recebida, formar o homem para exercer sua cidadania dentro do padrão da moralidade esperada.
  • 7. Kant  O conceito de verdade e de valores portanto surgem do desenvolvimento da moralidade do indivíduo que aprende a ter e ser autônomo pelas construções que estabelece entre o pensar e o agir. O homem desde tenra idade deve ser iniciado ao desenvolvimento do caráter moral pois este é o imperativo da educação que o torna homem em primeiro plano e o aproxima do conhecimento de todas as coisas, inclusive do próprio Deus, o princípio de todo fundamento moral.