A ética de Aristóteles e as condições para a felicidade humana
1.
2. A ética e a política de Aristóteles formam o primeiro
grande tratado sobre o comportamento das pessoas
em sociedade;
Funda-se em quatro grandes eixos:
1) a ética é natural: emerge da estrutura biológica do
ser humano tomado em sua individualidade e
sociabilidade;
2) a ética é finalista: todas as escolhas e decisões
humanas visam alcançar um fim;
3) a ética é racional: a tarefa da ética está em
harmonizar os impulsos biológicos, instintivos e
sensitivos sob a orientação da razão;
4) a ética é heteronômica: O homem é apenas
potencialmente ético, por constituição natural e
biológica
3. O contexto metafísico da ética
O homem é um animal ético – político que
só se realiza na convivência social;
O homem é composto da mesma matéria
que os outros seres. A especificidade
humana está na racionalidade;
A ética nasce enquanto orientação para a
liberdade, para construir e conquistar a
finalidade da existência humana: a
felicidade em uma sociedade justa;
O homem em sua realização enquanto ser
ético busca seu crescimento moral,
intelectual e político;
4. A ética finalista
Em todas as suas ações o homem visa
alguma finalidade, alcançar algum bem;
o bem final que hierarquiza todos os
outros é a felicidade;
A felicidade está numa atividade, uma
função da alma. A finalidade específica do
homem é a atividade racional, o exercício
da mente;
Ser feliz não depende somente de mera
contemplação interior, mas das seguintes
condições:
5. Condições de felicidade
A prática das virtudes;
Um círculo de amigos;
Boa saúde;
Suficiência de bens materiais;
Viver numa sociedade justa;
Meditação filosófica;
6. O home virtuoso: a ética
racional
Virtude: vem do grego aretê e do latim virtus.
Quer dizer energia, vigor, vitalidade,
potencialidade;
O homem é dotado de muitas potencialidades
que ele pode ou não explicitar ao longo da
vida;
Virtudes classificadas em três modalidades:
vegetativa, sensitiva e intelectiva;
A ética consiste em disciplinar, harmonizar e
hierarquizar todas estas funções: trata-se de
uma educação de nossos instintos;
O homem só se tornará virtuoso pela via do
desenvolvimento e prática de seu auto-
controle;
7. A Sabedoria e a prudência
São as duas virtudes intelectivas;
A sabedoria corresponde ao conhecimento
obtido através do aprimoramento teórico e
técnico;
A prudência corresponde ao nosso
intelecto prático: ela discerne, escolhe,
pondera e decide, optando pelos melhores
meios para administrar os comportamentos
cotidianos. Nos leva a definir o que é bem
ou mal, o que é justo ou injusto;
8. A teoria do meio-termo: a ética
da decisão prudencial
A ciência da ética é apenas aproximativa e nunca
definitiva;
O meio-termo nunca é igual para todos, mas será
proporcional a cada pessoa e em cada
circunstância;
É difícil estabelecer o meio-termo virtuoso, pois as
ações humanas são flutuantes e mutáveis. Assim, a
virtude aparece como um equilíbrio de vida a ser
sempre restabelecido;
O meio-termo ético é decidido pela experiência de
vida e pelo juízo prudente de um homem sensato.
Cabe ao homem prudente descobrir o excesso ou a
deficiência nos seus comportamentos e definir os
meios mais adequados para alcançar seu bem
possível.
9. Justiça: Virtude e cidadania
Justiça consiste em cumprir as leis da
pólis;
Cidadão justo é aquele que se submete a
ordem legal;
Princípio da cidadania: garantia de
liberdade e igualdade a todos os cidadãos;
A justiça não é um fim, mas um meio de
criar o bem estar geral, o convívio pacífico
entre os cidadãos;
“Ao homem Não basta viver, ele quer viver
bem.”