O documento discute como médicos e pacientes devem desenvolver critérios para avaliar a grande quantidade de evidências publicadas na área da saúde. É explicado que ler 19 artigos por dia seria necessário para acompanhar tudo o que é publicado, portanto é importante saber como selecionar artigos de qualidade. O documento fornece diretrizes sobre como realizar uma leitura crítica de artigos científicos, incluindo entender os principais delineamentos de pesquisa, avaliar a validade metodológica e estatística e analis
3. Introdução
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• A quantidade de
informações publicadas
na área da saúde é
surpreendente, gerando
grande número de
evidências
• Isto exige dos médicos
(gestor) e dos pacientes
(sociedade) o
estabelecimento de
critérios que apoiem as
decisões tomadas para
assegurar o máximo
benefício com o mínimo
risco e custo.
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4. Introdução
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Médicos generalistas, para conhecerem o que de
interesse é publicado em revistas, teriam que examinar
19 artigos/dia durante 365 dias do ano
Davidoff et al: Evidence based medicine: a new journal to help doctors identify the
information they need. BMJ 1995; 310: 1085. 310: 1085,1995)
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6. A ciência de “rejeitar” artigos
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• Segundo fontes do BMJ* muito (senão a
maioria) do que é publicado é puro lixo.
• Deste modo, devemos estar preparados para
selecionar aqueles artigos que tem uma maior
probabilidade de apresentar informação de
qualidade
Greenhalgh, T. How to read a paper. BMJ 1997; 315: 243-6.
Altman, D. The scandal of poor medical research. BMJ 1994; 308: 283-4.
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7. Coma assim, puro lixo?
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• Se está publicado o artigo não deveria ser
bom?
• Se isso fosse verdade revistas de ponta (e.g.
BMJ, JAMA, Lancet, NEJM, AIM) não
publicariam regularmente artigos
metodológicos alertando sobre este fato.
• O corpo editorial procura ser cuidadoso, mas
a responsabilidade final é do leitor.
• VOCÊ!
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9. O que fazer?
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• Procurar boa fontes
– São bastante úteis
• American College of Physicians
(ACP Journal Club)
• Evidence-Based Medicine
• Journal of Evidence-Based Health
Care
• Bandolier
• Elaborar um sistema de leitura
crítica de artigos que seja
compatível com suas
necessidades.
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Primeiro passo para a leitura crítica:
CONHECER O BÁSICO
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11. Primeiros passos
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• Abordagens de pesquisa clínico-
epidemiológica
• Delineamentos de pesquisa mais comuns
• Rudimentos de estatística
• Aplicar um protocolo específico para cada tipo
de estudo
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12. Abordagens de pesquisa
clínico-epidemiológica
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• Terapia: testar a eficácia de tratamentos com
drogas, procedimentos cirúrgicos, métodos
alternativos de atendimento à população
(serviços de saúde) ou outras intervenções.
• Diagnóstico: demonstrar se um novo teste ou
procedimento diagnóstico é válido (podemos
confiar nele?) e preciso (os resultados são os
mesmos em múltiplas testagens?).
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• Etiologia: determinar se um potencial agente
ou hábito “de risco” está relacionado com o
desenvolvimento de doença.
• Prognóstico: demonstrar o que pode
acontecer no curso natural de uma doença ou
condição clínica (geralmente a partir de um
estágio precoce).
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14. Delineamentos de pesquisa mais
comuns
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Primários Secundários
• Observacionais • Revisão sistemática
– série de casos (metanálise)
– estudo transversal • Diretrizes (guidelines)
– estudo de coorte • Outros
– estudo de caso-controle – análise decisória
• Experimentais – análise econômica
– experimento
laboratorial
– ensaio clínico
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15. A hierarquia dos
delineamentos de pesquisa
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• Metanálise
• Ensaio clínico randomizado
• Coorte contemporânea
(est. Incidência)
• Coorte histórica
• Ca-co (c. Incidentes -
aninhado)
• Ca-co (c. Prevalentes -
aninhado)
• Estudo transversal/est.
Prevalência/est. Ecológico
• Estudo de casos; série de Estudos
casos Transversais
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16. Abordagens de pesquisa clínico-
epidemiológica:
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• Delineamentos de pesquisa preferenciais
– Terapia: Ensaio clínico randomizado
– Diagnóstico: Estudo transversal/Estudo de coorte
– Etiologia: Estudo de coorte; Estudo de caso-
controle
– Prognóstico: Estudo de coorte
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Segundo passo para a leitura crítica:
MONTANDO UMA ABORDAGEM
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18. Montando uma abordagem
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• Avaliar se o título interessa e o resumo traz
elementos informativos necessários e
suficientes
• Avaliar aspectos de validade
(pontos primários e secundários)
• Avaliar os resultados (utilidade)
• Aspectos práticos
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19. Aspectos da validade
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• Problemas metodológicos e erros sitemáticos
(vieses: seleção, aferição, confusão). Cada tipo
de artigo deve sofrer uma avaliação específica
(de acordo com sua abordagem clínico-
epidemiológica), considerando pontos
primários (mais grosseiros) e pontos
secundários (mais detalhados).
• Questões estatísticas
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20. Pontos primários
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• Terapia
– randomização?
– seguimento completo, longo e intention-to-treat?
• Diagnóstico
– compara com padrão-ouro?
– espectro adequado para prática clínica?
• Etiologia
– grupos semelhantes no basal?
– desfecho/exposição medidos igualmente nos grupos?
– seguimento completo e longo?
• Prognóstico
– amostra bem definida em ponto comum (pref. precoce)
– seguimento completo e longo?
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21. A ciência de “rejeitar”
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• Quando um artigo não atingir os pontos
primários no protocolo de avaliação crítica, o
melhor a se fazer é descartá-lo e passar para o
próximo.
• Artigos que atingem os pontos primários
(e secundários) possuem a maior
probabilidade de apresentar informação de
qualidade.
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23. Questões estatísticas
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• Ajuste para fatores de confusão
• General linear models
– ANOVA multiway; ANCOVA, regressão linear múltipla
– regressão logística
– regressão de Cox (proportional hazards model)
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24. Aspectos dos Resultados
• Observar se eles foram descritos e
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apresentados de forma objetiva, clara, precisa
e em uma sequência lógica,
– Medidas resumidoras adequadas
• Analisar as tabelas, gráficos e figuras
• Valor P (papel do acaso)
• Verificar a magnitude do efeito
– RR,RP, IC95%
• Os resultados estão de acordo com o
delineamento proposto
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29. Aplicabilidade
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• Os resultados ajudarão
no cuidado dos
pacientes
• Considerar o tipo de
paciente
• Análise de subgrupo
• O desfecho tem
importância clínica
• Balanço
custo/benefício (NNT)
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