2. As pesquisas sobre o processo de alfabetização vêm
mostrando que, para poder se apropriar do nosso
sistema de representação da escrita, a criança precisa
construir respostas para duas questões:
1. O que a escrita representa?
2. Qual a estrutura do modo de representação da
escrita?
3. O que a criança não compreende é que a escrita
representa a fala, o som das palavras, e não o objeto
a que o nome se refere.
Exemplo: em duas fichas com as palavras BOI e
ARANHA, ao ser questionada onde está a palavra
BOI a criança aponta para ARANHA pois faz
assimilação com o tamanho.
4. Enquanto não encontra respostas satisfatórias para
as duas perguntas fundamentais: "o que a escrita
representa?" e "qual a estrutura do modo de
representação da escrita?", a criança continua
pensando e tentando adequar suas hipóteses às
informações que recebe do mundo. A descoberta de
que a escrita representa a fala leva a criança a
formular uma hipótese ao mesmo tempo falsa e
necessária: a hipótese silábica.
5. No processo de alfabetização, a hipótese silábica
é, ao mesmo tempo, um grande avanço conceitual e
uma enorme fonte de conflito cognitivo.
Imaginem como fica conflitante para a criança
defrontar-se com o fato de que, por exemplo, sua
escrita para "pato" (AO) ficou igual à que ela
produziu para "gato".
6. Se o professor compreende a hipótese com que a
criança está trabalhando, passa a ser possível
problematizá-la, intervindo nas contradições que
vão gerar os avanços necessários para a compreensão
do sistema alfabético.
Sendo justamente para isso a necessidade da
SONDAGEM.
7. E agora, estou com as
sondagens dos meus
alunos, o que fazer?
Como nortear minha
prática a partir dessa
avaliação?
8. 1- O primeiro passo é saber quais saberes meus alunos
possuem em cada hipótese e o que eles precisam
para avançar.
2- Depois é necessário dinamizar tempos e espaços
escolares e organizá-los de modo que façam
construções sobre suas hipóteses, que são os
agrupamentos produtivos.
9. PRÉ- SILÁBICA
Saberes do meu aluno: Saberes que ele necessita:
Escreve com desenhos ou Ampliar seu repertório de
letras;
mistura letras e números.
Manusear e visualizar
Escreve utilizando as diferentes materiais
letras do nome. escritos;
Utiliza muitas e variadas Compreender que cada
sílaba representa uma valor
letras para escrever. sonoro na palavra.
Realiza uma leitura Ler silabicamente.
global.
10. SILÁBICA SEM VALOR
SONORO
Saberes do meu aluno: Saberes que ele
Cada letra ou símbolo necessita:
corresponde a uma sílaba
falada.
O que se escreve não tem Compreender que a
correspondência com o escrita tem
som convencional correspondência com o
daquela sílaba.
som convencional
Realiza uma leitura
silabada. daquela sílaba.
11. SILÁBICA COM VALOR
SONORO
Saberes do meu aluno: Saberes que ele
Já supõe que a escrita necessita:
representa a fala; Iniciar a superação da
hipótese silábica;
Compreende que cada Compreender que a
letra corresponde a uma escrita representa o som
sílaba falada , o que se
escreve tem da fala;
correspondência com o Combinar vogais e
valor sonoro consoantes numa mesma
convencional. palavra;
12. SILÁBICO- ALFABÉTICA
Saberes do meu aluno: Saberes que ele
Compreendeu que a necessita:
escrita representa a fala.
Escreve combinando Compreender o sistema
vogais e cosoantes em
uma mesma palavra. de escrita, entendendo
Está na transição da que cada um dos
hipótese silábica para a caracteres da palavra
alfabética, podendo gerar corresponde a um valor
vários conflitos sonoro menor do que a
cognitivos. sílaba.
13. ALFABÉTICA
Saberes do meu aluno: Saberes que ele
Compreendeu o necessita:
sistema de Dominar as convenções
escrita, entendendo ortográficas.
que cada um dos Adquirir fluência na
caracteres da palavra leitura.
corresponde a um valor Iniciar a produções de
sonoro menor do que a pequeno textos.
sílaba.
14. De posse do conhecimento dos saberes dos alunos,
como otimizo o tempo e os espaços escolares,
formando agrupamentos para obter avanços nesse
processo de alfabetização.
25. Nessa situação, a distância de saberes entre as
crianças será muito grande, impossibilitando um
agrupamento realmente produtivo.
26. É necessário refletir que os agrupamentos devem ser
realizados de acordo com as características
específicas de cada turma.
Portanto, não há regras prontas e sim sugestões para
avanços na nossa prática.
27. A medida que as crianças avançam em suas
hipóteses os agrupamento precisam ser revistos.
28. TAREFA:
Agrupar os alunos de acordo com suas hipóteses e
aplicar uma atividade de análise e reflexão sobre o
sistema de escrita.
Relatar pontos positivos e dúvidas.
29. Bibliografia:
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino
Fundamental. Programa de formação de professores
alfabetizadores. Brasília: MEC/SEF, 2001.
MOGI DAS CRUZES, Secretaria Municipal de Educação.
Matrizes curriculares municipais para a educação básica:
9 anos- Língua Portuguesa. Secretaria Municipal de
Educação. Mogi das Cruzes: SME, 2009.