Memorial de Projeto do Trabalho Final de Graduação apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Nove de Julho, para obtenção do grau de Arquiteto e Urbanista.
TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante
1. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Nanci Aparecida Justiniano
TEATRO FLUTUANTE ITINERANTE
Um Instrumento de Cultura e Lazer Para o Rio Tiete
Município de São Paulo
São Paulo
2012
2. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Nanci Aparecida Justiniano
TEATRO FLUTUANTE ITINERANTE
Um Instrumento de Cultura e Lazer Para o Rio Tiete
Município de São Paulo
Memorial de Projeto do Trabalho Final de Graduação
apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Nove de Julho, para obtenção do grau de Arquiteto e Urbanista, sob a
orientação do Professor Dr. Gerson Moura Duarte.
São Paulo
2012
3. JUSTINIANO, Nanci Aparecida.
Teatro flutuante Itinerante: um instrumento de cultura e lazer para rio Tiete. São
Paulo, Universidade Nove de Julho ( curso de arquitetura e urbanismo) 2012.
105 paginas
1. Arquitetura flutuante; 2. Cultura; 3. Teatro (*) CDD- 725.82
4. - 1 -
FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO DA BANCA
NOME DO AUTOR: Nanci Aparecida Justiniano
DATA DA REALIZAÇÃO DA BANCA: 04/12 /2012
TITULO DO TRABALHO: TEATRO FLUTUANTE ITINERANTE: Um Instrumento Cultura e Lazer Para o Rio Tiete
BANCA EXAMINADORA:
PROFESSOR ORIENTADOR: Prof. Dr. Gerson Moura Duarte
PROFESSOR PARTICIPANTE UNINOVE: Prof. Rômulo do Amaral Russi
PARTICIPANTE CONVIDADA: Arquiteta Marcia Cristina Setsuko Wada Harada
5. - 2 -
RESUMO
Este trabalho divide-se em duas partes: uma geral ilustrando as características culturais do rio Tietê e outra específica sobre
Teatro flutuante.
Na primeira parte, preocupamo-nos em abordar a importância do rio Tietê como eixo estruturante para o desenvolvimento
urbano da cidade de São Paulo e importante caminho indutor para a urbanização do interior do Estado e a forma como foi utilizado
pelos bandeirantes. Demonstramos como o mesmo caminho, percorrido com tantas glórias e conquistas, passou a ser um caminho
destruído e sem vida, até ao seu esquecimento como fonte utilizável de navegação no percurso urbano da cidade de São Paulo.
Na segunda parte, fundamentada em pesquisas feitas pela autora junto aos órgãos competentes, bibliografias e mídias
demonstramos que apesar de ao longo do tempo ter sido levado à morte é possível fazer com que o rio Tietê volte a suas
características de oferecer cultura e lazer à população paulistana e com isso, propõe-se um projeto singular, um teatro flutuante
itinerante, que visa contribuir para devolver à vida o rio Tietê e integrá-lo ao cotidiano da cidade. A singularidade do projeto proposto
trará uma nova imagem ao trecho urbano do rio Tietê, devolvendo a nossa cidade e seus cidadãos a sua identidade original.
Palavras-chave: 1. Arquitetura flutuante; 2. Cultura; 3. Teatro
6. - 3 -
A Deus, ao meu marido Mario Augusto, meus filhos Gabriel Vinícius e Maria Antonia e a meu pai Clemente.
7. - 4 -
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus que durante todo esse tempo me preservou e esteve comigo, principalmente nos
momentos que me faltavam forças. A minha família pela paciência, o auxilio, o incentivo e carinho constantes e incondicional.
Agradeço a todos que me ajudaram, incentivaram e estimularam no desenvolvimento deste trabalho, principalmente aqueles que
estiveram mais próximos nesses últimos meses:
Ao meu orientador Professor Gerson Moura Duarte pelo incentivo e a interatividade em todas as etapas do trabalho.
A Professora Maria Eugenia Ximenes que desde o início acreditou no meu trabalho me incentivou e não me deixou desistir.
Ao Engenheiro e professor Eduardo Mercuri pelo respeito que teve ao meu trabalho, a paciência e auxílio nas questões
estruturais.
A Professora Eliana Maria Zmyslowski pelo carinho, a paciência e o auxílio nas questões de luminotécnica e iluminação
cênica.
Ao arquiteto Osmar Panegassi por acreditar no meu trabalho, pelo valioso incentivo e disposição em auxiliar no
desenvolvimento do trabalho.
Ao Marcelo Poncci Bandeira gerente de atendimento do Departamento de Hidrovia do município de São Paulo pelo auxilio
nas pesquisas sobre a navegabilidade do rio Tietê.
Ao Ricardo Peres, diretor de teatro alternativo atualmente em “ As notas de Luiza” de Louise Coehm, pela ajuda na questão
de definição do palco de arena.
8. - 5 -
SUMÁRIO
Introdução -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 11
1. Rio Tiete --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14
1.1 Um olhar sobre o Tietê -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 16
1.2 Histórico -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18
1.2.1 O rio que a cidade e a cidade de São Paulo -------------------------------------------------------------------------------- 19
1.2.2 O sufoco do rio ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 20
1.2.3 O renascimento de um gigante ------------------------------------------------------------------------------------------------- 21
1.3 O rio Tietê sob o olhar de Mario de Andrade ---------------------------------------------------------------------------------------------- 22
1.3.1 Meditando sobre o tema através de um Poema ---------------------------------------------------------------------------- 24
1.4 Propostas ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25
1.4.1 Esforços entusiastas --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25
1.4.2 Ações concretas em favor do rio ----------------------------------------------------------------------------------------------- 26
1.5 Tema ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27
1.5.1 Tipologia ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 27
1.5.2 Conceituação do Tema ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 27
1.6 Algumas referências no Brasil ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 28
9. - 6 -
1.7 Estudos de casos -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29
1.7.1 Teatro Del Mondo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29
1.7.1.1 Plantas, cortes e elevações ----------------------------------------------------------------------------------------- 30
1.7.1.2 Ilustrações---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 32
1.7.1.3 Considerações sobre esse estudo de caso --------------------------------------------------------------------- 33
1.7.2 Water Cube--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 34
1.7.2.1 Considerações sobre esse estudo de caso --------------------------------------------------------------------- 36
1.7.3 Rotterdam Floating Pavilion – Pavilhão de exposições-------------------------------------------------------------------- 37
1.7.3.1 Considerações sobre esse estudo de caso---------------------------------------------------------------------- 30
2. Localização para a proposta final-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 40
2.1 Trecho de intervenção------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 40
2.1.2 Trecho com indicação das pontes---------------------------------------------------------------------------------------------- 41
2.2 Características da área de intervenção---------------------------------------------------------------------------------------------------- 42
2.2.1 Distritos pertencentes às subprefeituras-------------------------------------------------------------------------------------- 42
2.2.2 Projeção de crescimento populacional---------------------------------------------------------------------------------------- 43
2.2.3 Considerações sobre as características da área de intervenção------------------------------------------------------- 44
2.3 Análise do entorno------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 45
10. - 7 -
2.3.1 Uso do solo predominante-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 45
2.3.2 Mapa da rede hídrica estrutural + áreas verdes---------------------------------------------------------------------------- 46
2.3.3 Mapa da rede viária estrutural--------------------------------------------------------------------------------------------------- 47
2.3.4 Mapa estrutural do transporte público----------------------------------------------------------------------------------------- 48
2.4 Legislação de referência---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 49
2.4.1 Considerações sobre esta Lei--------------------------------------------------------------------------------------------------- 50
2.5 O local---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 53
2.5.1 Trecho com indicação dos pontos de parada do teatro------------------------------------------------------------------- 53
2.5.2 Características dos pontos de parada----------------------------------------------------------------------------------------- 54
2.5.3 Ponto 1 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 54
2.5.4 Ponto 2--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 55
2.5.5 Ponto 3 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 56
3. A proposta ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 57
3.1 Índices urbanísticos----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 58
3.2 Programa de necessidades e dimensionamento---------------------------------------------------------------------------------------- 59
3.2.1 Teatro flutuante --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 59
3.2.2 Edifício de apoio técnico --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 60
11. - 8 -
3.2.3 Funcionograma --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 61
3.3 Partido --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 62
4. Materiais e soluções adotadas --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 63
4.1 Uso da edificação------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 63
4.1.1 Vagas de estacionamento-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 64
4.1.2 Dimensionamento da caixa d´água-------------------------------------------------------------------------------------------- 65
4.2 Circulação vertical e horizontal-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 66
4.2.1 Elevador------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 66
4.2.2 Escadas------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 67
4.2.3 Saídas de emergência------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 68
4.4.5 Lanchas de socorro---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 69
4.3 Equipamentos------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 70
4.3.1 Pistão hidráulico e estaca--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 70
4.3.2 Segurança e salvatagem---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 71
4.3.3 Poste de facilidades---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 72
4.4 Resíduos sanitários----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 73
4.5 Energia elétrica---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 73
12. - 9 -
4.6 Sistema de fechamento do teatro flutuante----------------------------------------------------------------------------------------------- 74
4.6.1 Fluoropolímero (ETFE etileno-tetrafluorotileno)----------------------------------------------------------------------------- 74
4.6.1.1 Tabela de apontamento das características e propriedades do material--------------------------------- 76
4.6.1.2 Instalação das membranas infláveis------------------------------------------------------------------------------- 77
4.7 Passarelas---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 78
4.7.1 Passarela sobre a marginal e passarela de ligação----------------------------------------------------------------------- 78
4.7.2 Considerações sobre a passarela---------------------------------------------------------------------------------------------- 79
4.8 Edifício de apoio--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 80
4.8.1 Sistema estrutural e materiais aplicados------------------------------------------------------------------------------------- 81
4.9 Iluminância interna------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 82
4.9.1 Tabela de cálculo luminotécnico------------------------------------------------------------------------------------------------ 83
4.9.2 Cálculo para iluminação cênica------------------------------------------------------------------------------------------------- 84
4.9.3 Iluminação geral -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 85
4.9.4 Distribuição das luminárias------------------------------------------------------------------------------------------------------- 86
5. Considerações finais---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 87
6. Referências bibliográficas---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 88
7. Apêndices------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 92
13. - 10 -
7.1 Entrevistas relacionadas ao rio Tietê em são Paulo------------------------------------------------------------------------------------ 92
7.1.2 Entrevistas relacionadas às dimensões do rio Tietê em são Paulo---------------------------------------------------- 93
7.1.3 Entrevistas relacionadas ao barco Almirante do Lago-------------------------------------------------------------------- 94
8. Anexos---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 95
8.1 Alckmin quer barco turístico no Tietê------------------------------------------------------------------------------------------------------- 95
8.2 Risco de atraso na limpeza do Tietê faz Estado cobrar Sabesp-------------------------------------------------------------------- 97
8.3 Sabesp afirma que prazo para limpar Tietê será cumprido--------------------------------------------------------------------------- 100
8.4 Altura regulamentada das pontes, viadutos e passarelas---------------------------------------------------------------------------- 101
8.4.1 Marginal Tietê sentido Castelo Branco/ Airton Senna--------------------------------------------------------------------- 101
8.4.2 Marginal Tietê sentido Airton Senna/ Castelo Branco--------------------------------------------------------------------- 102
14. - 11 -
INTRODUÇÃO
Inspirada pela história do rio Tietê, que tanto serviu à cidade e ao Estado, foi esquecido e hoje volta a atrair olhares mais
cuidadosos de profissionais que entendem o seu potencial e o valorizam. O foco deste trabalho é o desenvolvimento de um projeto
conceitual que visa trazer uma reflexão sobre o uso do rio Tietê. O trabalho consiste numa proposta de implantação, sem
possibilidade de compromisso imediato, pois depende das condições do rio para ser implantado, a que se implementar a
consolidação do cenário de despoluição do rio, bem como, após mudanças na legislação ambiental para APPs(área de proteção
permanente) que incidem na execução de um equipamento público e de lazer dessa envergadura. Já considerando as intervenções
propostas e em desenvolvimento, sendo o rio um marco na paisagem cria-se um ponto de interesse e atração, tanto para os
moradores lindeiros como para a população em geral. A busca de uma conexão entre o rio e a cidade é o elemento principal para o
desenvolvimento do projeto. A singularidade do projeto proposto trará uma nova imagem ao trecho urbano do rio Tietê, promovendo
a união do rio com um equipamento de lazer diferente dos padrões convencionais, devolvendo a nossa cidade e seus cidadãos a
sua identidade original.
O projeto inverte a idéia do rio como um espaço sem qualidade urbana de uso, dessa forma, o rio Tietê, passa a ser
identificável ao longo do trecho urbano do município, não mais com olhar negativo, despertando em seus moradores o sentimento
de pertencimento ao rio e de reconstrução de sua identidade, vivenciando de maneira não convencional a arte, a cultura e o lazer
para isso, faz-se a inserção de um teatro, não às margens, mas no leito do rio e a população da cidade é convidada a ir ao rio.
O PNV - Plano Nacional de Viação (Lei 5.917/73) e o PNVNI - Plano Nacional de Vias Navegáveis Interiores (PL 1.176/95),
ambos elaborados pelo Ministério dos Transportes, consideram o Rio Tietê por inteiro, com cerca de 1.000 km navegáveis e
potencialmente navegáveis, desde Mogi das Cruzes, próximo à sua nascente, até a sua foz no Rio Paraná, incluindo o percurso
dentro malha urbana de São Paulo.
15. - 12 -
A recente conclusão das obras de Ampliação da Calha do Rio Tietê para fins de controle de cheias, e o Programa de Obras
de Controle da Poluição do rio para melhorar de forma gradativa as águas do rio Tietê, em desenvolvimento, abrem a perspectiva da
utilização do rio Tietê no trecho urbano do município, para usos múltiplos. Após as obras na calha, executadas pelo DAEE, um
trecho de 41 km, entre as barragens Edgard de Souza e Penha, já é totalmente navegável viabilizando a interligação de transporte
cultural entre as zonas Leste e Oeste de São Paulo usando o rio como instrumento condutor.
Na medida em que etapas do programa de melhoramento das águas do rio vão se concretizando, viabilizam-se propostas que
venham a fazer da cidade uma melhor convergência de transporte e população, construindo-se caminhos para a integração e a
convivência dos mesmos, como, por exemplo, a criação de uma hidrovia urbana que venha trazer vantagens e benefícios para a
cidade e seus cidadãos. O Tietê é um rio paulistano e está inserido na história da cidade e é preciso incentivo para que seja feitas
intervenções culturais no seu leito e às suas margens, além de reestruturação da infraestrutura existente, para que uma parte tão
importante da cidade não fique ociosa.
A falta de atrativos aliada á dificuldade de ligação entre um lado e outro da malha urbana, empurra a população para longe do
rio e com isso não desenvolve o sentido de pertencimento do rio à cidade e aos seus cidadãos. É justamente esse o objetivo
principal deste projeto, criar para a cidade de São Paulo e seus moradores uma identidade a ser construída através da cultura, e da
incorporação do Rio Tietê como um elemento integrador e condutor, gerando uma centralidade que converge múltiplos usos
sustentados pela oferta de diferentes modalidades.
Com isso, a inserção de um equipamento teatral no leito do rio, justifica-se pelo contingente da população dos bairros
margeantes e pela escassez de um equipamento de cultura, público ou privado, nas imediações do mesmo.
16. - 13 -
São Paulo é um dos principais centros de produção teatral do país. A cidade dispõe de 246 salas adequadas a montagens
teatrais, que atraem público proveniente não apenas do município, mas também de cidades do interior do Estado e de todo o País,
caracterizando um fluxo de turismo cultural dirigido especificamente a este tipo de espetáculo. Há um total de 52.370 assentos
disponíveis em teatros no município. A maioria dos estabelecimentos é mantida por instituições de cunho privado e concentra-se nos
bairros da Bela Vista, da República e na região da Avenida Paulista (subprefeituras Sé e Pinheiros). O setor público mantém uma
rede de 36 salas dedicadas às artes cênicas, das quais 18 são municipais. Destas, várias estão localizadas em bairros distantes da
área mais central da cidade.
17. - 14 -
1. RIO TIETÊ
Figura 1 – O caminho do Tietê no Estado de são Paulo
Fonte: http://www.sp-turismo.com/mapa.htm
Destaque para o rio que corta o Estado
exibindo seus poucos meandros em busca de
descanso no Oceano, contando a história da
cidade de São Paulo e fazendo história pelas
regiões por onde passa, gerando o
desenvolvimento no interior do Estado.
Sua importância é contada pela própria
história, foi caminho usado pelos Bandeirantes
em suas expedições rumo ao interior em busca
de riquezas, gerando, com isso, a colonização
dessas regiões, abrindo caminho para as
Monções, nome dado às expedições de
comércio com destino ao sertão.
O rio Tietê é um rio paulista, nascido no
interior, paulistano por natureza e brasileiro por
devoção.
18. - 15 -
1.1 UM OLHAR SOBRE TIETÊ
O caminho do Tietê dentro da cidade de São Paulo.
Figura 2 – Percurso do rio na cidade de São Paulo
Fonte: http://www.sp-turismo.com/mapa.htm
O rio que desfila pela cidade buscando
atenção outrora perdida.
Caminhando a passos moderados o rio vai
atravessando a cidade de Leste a Oeste
tentando se mostrar, se fazer enxergar.
Nesse caminho encontra obstáculos,
dificuldades, quase não aparece ou quase
não o notam. Onde está a sua gente?
Esqueceram será dos seus encantos?
O rio que tanto se dedicou ao povo desta
cidade, hoje espera que este mesmo povo
possa mudar sua história e devolvê-lo à
vida.
Cebolão
Parque Ecológico
do Tietê
19. - 16 -
Como objeto de estudo para a elaboração da proposta, foi escolhido a área do rio Tietê e sua várzea. Primeiro busca-se
compreender os projetos de intervenção realizados no rio e na sua várzea buscando a retificação e despoluição do rio tornando-o
navegável novamente. Compreender tais projetos é muito importante para que se conheça as características de lazer do rio na sua
origem antes de se tornar um local inadequado para o lazer. Isso vai dar subsídios para a implantação da proposta.
O rio Tietê conta a história da cidade, foi fundamental na ocupação da região. No inicio do século XX a cidade sofreu uma
rápida expansão urbana que despertou o interesse dos especuladores em tornar a área urbanizável levando a cidade a outro
sofrimento, o da especulação do solo urbano de capital. Ainda, assim, no inicio do século XX, havia atividades de lazer no rio como a
prática de esportes e regatas oferecidas por clubes instalados nas margens do rio como é o caso do clube regatas do Tietê figura 4,
a Associação atlética de São Paulo figura 5 e o Clube Espéria no Tietê figura 3, que até 1945 incentivavam competições de natação
e remo sendo interrompidas nesse período, pois as águas já haviam se tornado inadequadas para tal uso. O crescimento rápido e
desordenado da população levou o rio, então a ser usado como canal para a deposição da sujeira da cidade e não mais como fonte
de vida e lazer.
O rio e sua várzea foi violentamente sufocado pela aceleração do crescimento desordenado da população, a industrialização,
os automóveis e a necessidade de um sistema viário que privilegia os automóveis, eliminando, a principio, qualquer possibilidade de
vida passível de um dia ser recuperada.
Com o crescimento da indústria automobilística o rio ficou preso entre duas grandes avenidas, cortando qualquer vínculo com
a população, impedindo-a de participar da vida do rio em sua vocação mais nobre, a de oferecer lazer, prática de esporte, pesca,
seus clubes de regatas, seus barcos e etc. Tudo parecia ser tragado pela força da industrialização. O rio foi se perdendo da história
da cidade, dele só restavam as lembranças dos mais saudosos ou aquelas descritas em livros de autores mais entusiastas ou até
mesmo nas propostas utópicas de profissionais sonhadores.
20. - 17 -
Com o passar do tempo, sentindo o sufocamento que rio vinha sofrendo, houve a conscientização de alguns e então foram
apresentados planos e propostas numa tentativa de salvar o que restava do rio e dar a ele novos usos.
Reconhecendo o potencial que rio tinha para ajudar a cidade economicamente ou urbanisticamente ou culturalmente ou
simplesmente traçando um desenho bonito de se ver numa São Paulo tão apaixonante, surgiram alguns projetos
impressionantemente utópicos para transformar a imagem negativa que o rio, mesmo que sem pedir, transmitia a seus moradores e
a seus visitantes.
Com isso o rio passa por diversas fases ao longo dos anos, e para um melhor entendimento apresenta-se um breve histórico
do rio mais Paulistano dos rios.
Figura 3- Sede do Clube Espéria - década de 20 (acervo Clube Espéria)
Fonte: http://www.ecotiete.org.br/cultural/museu_hist.htm
Extraído em 27/07/2012 -17h30min
Por Fausto Henrique Gomes Nogueira
Figura 4 – Clube de Regatas Tietê
Fonte: http://www.artigosecronicas.com.br/sao-paulo-ontem-e-hoje/
Extraído em: 27/07/2012 – 18h 03min
Por Sonia Costa
Figura 5– Associação Atlética de São Paulo - 1916
Fonte: http://www.ibamendes.com/2011/08/fotos-antigas-do-rio-tiete-iv.html
Extraído em: 27/07/2012 – 18h12min
Por Iba Mendes
21. - 18 -
1.2 HISTÓRICO
Não só de uma cidade, não só de um Estado, mas de um povo.
O rio Tietê é um típico paulista interiorano que nasce em uma pequena cidade chamada Salesópolis na serra do mar a 22 km do
litoral e a 140 km da capital paulista.
Ele nasce aqui, ver figura 6, a água brota em vários olhos d´água, mas contraria o seu
curso natural deixando o seu berço e saindo para o interior do sudeste em direção ao noroeste
do Estado. Ele vai embora cruzando as fronteiras de São Paulo e aconchegando-se nos braços
do rio Paraná numa impressionante imagem como mostra a figura 7. Daí para frente ele segue
como rio Paraná até chegar a Bacia do Prata e finalmente ao Oceano Atlântico onde descansa
depois de percorrer mais de 5.000km.
Figura 7 – O encontro dos rios Tietê e Paraná
Fonte: http://www.aipomesp.com.br/colonias.html
Extraído em 20/04/2012 -21h0min - Direitos da foto: Robson Leandro
Figura 6 – Nascente do rio Tietê
Fonte: Nanci Justiniano - em 18/03/2012
22. - 19 -
1.2.1 O RIO E A CIDADE DE SÃO PAULO
O rio Tietê se entregou aos paulistanos, se deu à cidade de São Paulo tudo que era possível dar, abriu caminho para que os
corajosos Bandeirantes desbravassem os sertões e dessem ao Estado a forma que ele tem hoje, abasteceu a província com seus
peixes, serviu como meio de transporte de pessoas, mercadorias, foi local para reunião de lavadeiras, local de passeio, lazer e
pratica de esportes. Doou-se com tamanha força, forneceu água para que os caçadores de progresso fossem saciados na sua
busca por riquezas, entregou o seu leito para que fosse usado como estrada para os que sonhavam com um futuro grandioso, doou
o barro para que casas fossem edificadas, mas a sua doação mais nobre foi se entregar para o deleite de todos quantos o
procurasse para o prazer, a diversão e a convivência com a família e os amigos, sem se esquecer dos que queriam se relacionar
com ele apenas por esporte.
Figura 8 – Natação e remo no rio Tietê(anos 30) Figura 9 – Encontro de lavadeiras
Fonte: http://arvoresvivas.wordpress.com/page/8/?pages-list - Extraído em 22/04/2012 Fonte: idem figura 8 - Extraído em 22/04/2012
23. - 20 -
1.2.2 O SUFOCO DO RIO
Como os que se doam sem pensar em si, sofreu as dores causadas pela ação do homem que tomou o seu espaço, gemeu,
se contorceu resistiu bravamente conservando uns pedacinhos intactos como a sua nascente, mas chegou a um ponto aonde já não
encontrava mais forças para resistir e pediu ajuda. A urbanização desenfreada aliada a falta de politicas públicas que orientassem a
implantação de indústrias e a construção em áreas de mananciais levou o rio
antes fonte de lazer e convivência ao horror que mostra a figura 10. Assim era o
Tietê nos anos 90: um depositário de lixo urbano, dado por muitos, como morto,
totalmente sem esperança de sobreviver a esse caos. O rio tão grandioso sentia
o peso de ser paulistano a cada quilo de resíduos que recebia em seu leito.
Como águas, tão frágeis, e tão fortes poderiam suportar tamanha
pressão? Não poderiam. E a resposta poderia ser vista e sentida por qualquer
que passasse as suas margens. Já não era mais possível olhar para o rio sem
sentir o horror que era transmitido pelo lixo e o mau cheiro que agora o cobria.
O rio pedia socorro enquanto muitos lhe viravam as costas.
Figura 10 - Poluição extrema do rio Tietê.(anos 90) ,
A nova função que a cidade deu ao rio: deposito de lixo, mau cheiro e repudio.
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/foto/0,15616394-EX,00.jpg
Extraído em 22/04/2012
24. - 21 -
1.2.3 O RENASCIMENTO DE UM GIGANTE
Com o passar do tempo, sentindo o sufocamento que rio vinha sofrendo, houve a conscientização de alguns e então foram
apresentados planos e propostas numa tentativa de salvar o que restava do rio e dar a ele novos usos. O desejo de salvar aquele
que teve seu destino cruelmente traçado ao nascer, mobilizou a população e a mídia numa pressão social para despoluição do rio,
alcançando mais de um milhão de assinaturas em um abaixo assinado, iniciando assim, o Projeto Tietê – Sabesp, um programa de
saneamento básico ambiental referência como um dos maiores do País com o objetivo de coletar e tratar o esgoto da região
metropolitana de São Paulo. Após vinte anos, várias ações surtiram efeito, como o aumento da coleta e tratamento de esgoto,
reduzindo a mancha numa extensão de 160 quilometros. Agora o rio já pode começar ser visto com um pouco mais de sensibilidade
e menos de horror. (Fonte: http://site.sabesp.com.br/site/imprensa/noticias-detalhe.aspx?secaoId=66&id=2872)
25. - 22 -
1.3 O RIO TIETÊ SOB O OLHAR DE MÁRIO DE ANDRADE
“Água do meu Tietê,
Onde me queres levar?
Rio que entras pela terra
E que me afastas do mar”
“Meu rio, meu Tietê, onde me levas?
Sarcástico rio que contradizes o curso das águas
E te afastas do mar e te adentras na terra dos homens,
Onde me queres levar?”
“E os lindos versos que falam em partir e nunca mais voltar?
Rio que fazes terra, húmus da terra, bicho da terra,
Me induzindo com a tua insistência turrona paulista
Para as tempestades humanas da vida, rio, meu rio!...
Já nada me amarga mais a recusa da vitória
Do indivíduo, e de me sentir feliz em mim.
Eu mesmo desisti dessa felicidade deslumbrante,
E fui por tuas águas levado,
A me reconciliar com a dor humana pertinaz,
e a me purificar no barro dos sofrimentos dos homens...”.
“...Mas porém, rio, meu rio, de cujas águas eu nasci,
Eu nem tenho direito mais de ser melancólico e frágil,
Nem de me estrelar nas volúpias inúteis da lágrima!
“...Eu vejo; não é por mim, o meu verso tomando
As cordas oscilantes da serpente, rio.
Toda a graça, todo o prazer da vida se acabou...”
“Isto não são águas que se beba, conhecido, isto são
Águas do vício da terra. Os jabirus e os socós
Gargalham depois morrem. E as antas e os bandeirantes e os ingás,
26. - 23 -
Depois morrem. Sobra não. Nem siquer o Boi Paciência
Se muda não. Vai tudo ficar na mesma, mas vai!... e os corpos
Podres envenenam estas águas completas no bem e no mal.
“Si as tuas águas estão podres de fel
E majestade falsa? A culpa é tua
Onde estão os amigos? Onde estão os inimigos?
Onde estão os pardais? e os teus estudiosos e sábios, e
Os iletrados?
Onde o teu povo?”
“ Mas as águas,
As águas choram baixas num murmúrio lívido, e se difundem
Tecidas de peixe e abandono, na mais incompetente solidão”
“É noite... Rio! meu rio! meu Tietê!
É noite muito!... As formas... Eu busco em vão as formas Que me ancorem num porto
seguro na terra dos homens.”
(Mário de Andrade, A Meditação sobre o Tietê 1944/45) Figura 11- imagem disponível em google imagens -
http://luluyse.blogspot.com.br/2011/11/mario-de-andrade.html extraída em 02/06/2012 – 23h29min
27. - 24 -
1.3.1 MEDITANDO SOBRE O TEMA A PARTIR DE UM POEMA
Esta meditação remete a um grito desesperado de socorro, buscando salvação antes de se ver sem esperança alguma. Um
grito de alerta através de um poema.
Na busca desenfreada pelo progresso, a industrialização abafou a voz do rio no poema apaixonante deste que era um dos
mais apaixonantes poetas. Entende-se que mesmo olhando para suas águas agonizantes, era possível enxergar o potencial deste
grandioso rio que já na década de 40 espremia-se entre o progresso e a necessidade de respirar, entre o crescimento desordenado
de uma cidade sem limites e o desejo de liberdade de seguir naturalmente o seu curso.
É preciso voltar os olhos ao rio e reconhecer a sua grandiosidade e o seu potencial de ajudar a cidade e o seu povo, seja
economicamente, urbanisticamente ou culturalmente ao invés de denegri-lo e afastar a sua gente.
Assim, a união do rio com um equipamento urbano de lazer que foge totalmente dos padrões convencionais de vivenciar a
cultura, pode abrir caminhos para que novas propostas sejam feitas e novos usos sejam dados ao rio. Com a proposta de um teatro
flutuante itinerante, que visa contribuir para devolver á vida ao rio Tietê e integrá-lo ao cotidiano da cidade busca-se um
levantamento de referências que fundamentam a definição e a criação do projeto proposto.
28. - 25 -
1.4 PROPOSTAS
1.4.1 ESFORÇOS ENTUSIASTAS
Desde a década de 20 são retratados esforços de profissionais que colocaram suas experiências em projetos de revitalização,
recuperação e reinserção do rio Tietê a cidade. Abaixo, relaciona-se algumas propostas de Arquitetos Urbanistas em ordem
cronológica:
1925 – Francisco Saturnino Rodrigues de Britto propõe drenar a várzea com o objetivo de conter as inundações;
1928 – João Florence de Oliveira Cintra e Lisandro Pereira da Silva, propõe retificar o leito do rio reduzindo 46km do percurso
original a fim de conter as inundações projetou diques e o aprofundamento da calha do rio;
1977 – Ruy Ohtake propõe proteger o rio através do parque ecológico do Tietê, incluindo toda a extensão do rio;
1980 – Paulo Mendes da Rocha propõe criar uma cidade porto-fluvial, através de um sistema fluvial e alimentação do sistema
ferroviário;
1996 – Marcos Acayaba propõe urbanizar a área do rio, através de edifícios-ponte conectando os dois lados do rio excluindo o
trafego pesado;
1996 – Bruno Padovani propõe reverter o processo de degradação do meio ambiente através de despoluição, redesenho do sistema
metropolitano de transporte fluvial individual e de cargas e a criação de lagos artificiais;
1998 – Alexandre Delijaikov propõe promover a integração urbanística da cidade com a criação da orla fluvial integrando o rio com a
cidade dando ênfase a função de porto fluvial, parque e habitação.
29. - 26 -
1.4.2 AÇÕES CONCRETAS EM FAVOR DO RIO
1992 – O governo do Estado iniciou o Projeto Tietê Vivo, ainda em execução, tendo como objetivo a ampliação da coleta e do
tratamento de esgotos da população da região metropolitana de São Paulo, redução dos poluentes nos rios e córregos afluentes e
melhoramento da qualidade da água do Tietê. Divididos em etapas, o projeto já passou pela 1ª que foi entregue em 1998.
2002 – O governo do Estado anuncia o início das obras de rebaixamento da calha do rio Tietê, iniciando, assim segunda fase, o
projeto de despoluição do rio, que foi entregue em 2007.
2007 - Foi implantado o projeto de paisagismo nas margens do rio Tietê para integrar as margens do rio à paisagem urbana da
cidade, impedir ocupações irregulares e reforçar os cuidados ambientais.
2009 – O governo anuncia o Projeto Nova Marginal Tietê que inclui novas faixas à marginal com o objetivo de melhorar a fluidez
desta que é uma das vias mais congestionadas da capital paulista.
30. - 27 -
1.5 TEMA
Teatro Flutuante Itinerante – Um instrumento de lazer para o rio Tietê
1.5.1 TIPOLOGIA
Teatro de Arena – Espaço teatral aberto ou fechado com palco abaixo da platéia que tem a visão do todo
1.5.2 CONCEITUAÇÃO DO TEMA
O desenvolvimento da sociedade atua diretamente na modificação do panorama mundial. O crescimento populacional tem
forçado o homem a buscar novas alternativas para moradia, esporte e lazer adaptando-as a ambientes antes não considerados,
como o aquático envolvendo rios, lagos e mares, usando de tecnologia que tem sido desenvolvida a fim de viabilizar tais
alternativas. Muitos são os projetos de construções flutuantes como igrejas, escritórios, residências, restaurantes, hotéis, portos,
supermercados, hospitais, universidades, estacionamentos, ilhas, vilas e até cidades inteiras, alguns utópicos outros prontos a
serem utilizados e outros já sendo utilizados com bastante êxito.
O despertar para a importância do rio Tietê e as inúmeras possibilidades de uso que ele oferece busca-se um levantamento
para que possamos entender a análise que será feita, para a definição e criação do projeto.
Os edifícios que tem suas estruturas projetadas com a tecnologia atual, ainda são vulneráveis aos fenômenos atmosféricos,
aliado a isso a escassez do solo tem levado muitos países a buscar tecnologias alternativas para estruturação de suas edificações,
alternativas, essas, que passam pelo conceito de arquitetura flutuante. Este conceito que a principio pode parecer estranho a
conceitos conservadores de habitar, definitivamente pode vir a inspirar o futuro das habitações e da arquitetura.
31. - 28 -
1.6 ALGUMAS REFERÊNCIAS QUE UTILIZAM O CONCEITO DE ARQUITETURA FLUTUANTE NO BRASIL
No Brasil a arquitetura flutuante é muito tímida. Aos poucos está se despontando na região Amazônica em forma de pontos
turísticos como restaurantes, hotéis e centros de pesquisa.
Hotel Othon Jungle Palace – Amazonas Brasil
Figura 12 - Vista expandida Figura 13 - Fachada do hotel
Fonte: imagens extraída do site: http://www.amazonlodges.net/ http://www.bresil-decouverte.com/hotels/hotels_Bresil/
jungle-othon- palace - 28/10/2012 – 19h17min Amazonie/Amazonie+Jungle/Amazon+Jungle+Palace
O Othon Jungle Palace é um hotel flutuante que fica ancorado a 50 km de
Manaus na margem esquerda do Rio Negro no coração da floresta
Amazônica, a maior floresta tropical do mundo. O hotel foi todo construído
sobre uma extensa balsa de aço, e é ecologicamente correto por não poluir
ou interferir na exuberância da natureza. O projeto foi todo desenvolvido
para estar em harmonia com a natureza. O mirante oferece uma bela vista
para o Rio Negro e a floresta podendo também, admirar o nascer do sol.
CASA FLUTUANTE
Figura 14 – Fachada Fonte: http://raisisdoser.blogspot.com.br/2012/01/reserva-
no-am-ganha-casa-flutuante.html - Por: Celina Lago – 28/10/2012 - 21:00 h
Construída na Reserva de Desenvolvimento
Sustentável Amanã, no Amazonas para receber
pesquisadores, a casa flutuante tem capacidade para
abrigar até 20 pessoas. A casa tem 12m de largura
por 18m de comprimento, a eletricidade é gerada a
partir de luz solar, a água é coletada da chuva e do
próprio rio, as telhas são feitas de plástico PET.
32. - 29 -
1.7 ESTUDOS DE CASOS
Diante da conceituação e do tema escolhido para o desenvolvimento deste trabalho, opta-se por fazer estudo de casos em
algumas edificações que usam da tecnologia desenvolvida para arquitetura flutuante. A escolha desses projetos teve por objetivo o
de extrair elementos que possam fundamentar e respaldar o projeto proposto
1.7.1 TEATRO DEL MONDO
Figura. 15 - Implantação
Fonte: imagens extraída do site: http://www.designlaboratory.com/
courses/a222.f95/a222.f95.finex.delic.html - 12/03/2012 -13h30min
Ficha técnica:
Localização: Veneza, Itália
Data: 1979
Tipo de edifício: Teatro temporário
Arquiteto: Aldo Rossi
Sistema de construção: Estrutura metálica tubular, madeira
Clima: Mediterrâneo
Contexto: Flutuar sobre aguas, beira mar urbano
Estilo: Moderno
Plástica: Forma lúdica, uma torre sobre uma plataforma
Capacidade: 250 espectadores
Construído para a Bienal de Veneza em 1979, essa obra do arquiteto italiano Aldo
Rossi caracteriza-se pelo emprego de formas arquetípicas numa tentativa de buscar
uma conexão com a memória coletiva do ambiente urbano. O arquiteto busca um
resgate da história da cidade e essa obra alcança um silêncio que lhe permite fazer
parte da nossa memória. Inspirada nos cinemas populares, flutuantes do sec. XVIII o
teatro dá uma impressão de sonho em sua simplicidade formal e suas cores ousadas
onde a simplificação dos elementos arquitetônicos dá uma sensação de saudades.
33. - 30 -
1.7.1.1 PLANTAS, CORTE E ELEVAÇÃO
Figura 16 – Croqui do autor
Fonte: imagem extraída do site:
http://www.designlaboratory.com/courses/a222.f95/a222
.f95.finex.delic.html - 12/03/2012 – 13h30
Figura 17 – Croqui do autor
Fonte: imagem extraída do site:
http://www.questoesdeconcursos.com.br/pesquisar/
prova/ fcc-2009-trt-3a-regiao-mg-analista-judiciario-
arquitetura?page=7&pp=&pv=920 - 25/10/2012
Figura. 18 - Vista frontal
Fonte: imagens extraída do site:
http://www.designlaboratory.com/courses/
a222.f95/a222.f95.finex.delic.html -
12/03/2012 – 13h30min
Figura. 19 - Esqueleto da estrutura metálica
Fonte: imagens extraída do site:
http://www.designlaboratory.com/ courses/a222.f95/ a222.
f95.finex.delic.html - 12/03/2012 – 13h30min
“O Teatro del Mondo foi inaugurado oficialmente em Veneza em 11 de novembro de 1979, no lado oposto da Alfândega, para
a Bienal de Teatro / Arquitetura. A idéia da Bienal foi recordar os teatros flutuantes que eram tão característicos de Veneza, no século
18, mantendo o conceito de edifício-com-barca”.
“Construído nos estaleiros Fushina, o Teatro foi rebocado através de Veneza por rebocador. O edifício foi construído sobre
vigas de aço, soldados juntos para formar uma jangada. O topo do cubo dá acesso a uma varanda com vista para a Giudecca, em
San Marco, quase no mesmo nível que a estátua da fortuna que fica no edifício da Alfândega. A estrutura de aço tubular é revestida
com madeira, tanto dentro como fora”. - Gianni Braghieri. Aldo Rossi: Obras e Projetos. p116.
Fonte: Extraído do site: http://www.greatbuildings.com/buildings/Il_Teatro_del_Mondo.html
Acessado em 12/03/2012 – 13h30min
34. - 31 -
LEGENDA
Arquibancada nível inferior
Figura. 20 – Planta nível 1 - imagem extraída do site:
http://www.designlaboratory.com/courses/a222.f95/a222.f95.finex.delic.html - 12/03/2012 –
13h30min
Figura. 21 – Planta nível 2 - imagem extraída do site:
http://www.designlaboratory.com/courses/a222.f95/a222.f95.finex.delic.html - 12/03/2012 –
13h30min
Acesso às arquibancadas
Acesso principal
Escada de acesso aos níveis superiores
Balcão superior
Acesso à torre
Balcão
Acesso ao balcão
Estrutura metálica
O arquiteto fez uso generoso do aço em todo o edifício
que foi construído sobre uma plataforma flutuante, formando um
paralelepípedo central de base quadrada medindo 9,5x9,5 com
11m de altura e uma cobertura formando um octógono com 6m
de altura que também foi desenvolvida com estrutura metálica e
zinco. O palco na área central e arquibancadas paralelas o teatro
foi construído com capacidade para 400 expectadores sendo 250
sentados.
A
B
C
D
E
F
G
H
A
B
C
D
G
H
F
E
I
I
35. - 32 -
1.7.1.2 ILUSTRAÇÃO
Figura 22 - Corte longitudinal e corte transversal
http://www.designlaboratory.com/courses/a222.f95/a222.f95.
finex.delic.htm - 12/03/2012 – 13h30min
Fig. 23 – Edifício sendo construído
http://www.designlaboratory.com/
courses/a222.f95/a222.f95.finex.delic.
htmAcessado em: 12/03/2012
Fig. 24 – Cobertura - imagem extraída do site:
http://www.designlaboratory.com/courses/a222.f95/
a222.f95.finex.delic.html - Acessado em: 12/03/2012
Figura 25 – Perspectiva
Figura 26 – Vista superior Figura 27 – Vista interna com incidência de luz Figura 28 – Vista interna da disposição da plateia Figura 29 - Vista interna da caixa superior
36. - 33 -
1.7.1.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE ESTUDO DE CASO
A simplicidade formal da arquitetura característica do arquiteto Aldo Rossi foi plenamente expressa nesta obra. Um edifício
em forma de torre tendo como pano de fundo os canais de Veneza. A simplicidade da forma de ângulos retos sendo quebrada por
um volume octogonal de cobertura, e as cores utilizadas no acabamento conferiu ao teatro uma imagem de sonho, projeto este, que
enfatizava uma visão pós-moderna de resgate historicista, diferindo da proposta desse Trabalho Final de Graduação que propõe um
projeto contemporâneo em acordo com as especificidades locais.
A obra de Aldo Rossi foi fundamental na escolha do tema para o projeto a ser desenvolvido, possibilitando a sua evolução,
retratando a busca de uma conexão entre o rio e a cidade como elemento principal para o desenvolvimento do projeto. O fator de
referência é a aplicação do conceito de arquitetura flutuante uma vez que o projeto a ser desenvolvido fará uso deste conceito.
37. - 34 -
1.7.2 WATER CUBE (CUBO D´ÁGUA )
Figura 30- Transparência do material Figura 31 – Transparência sendo quebrada pela luz
Ficha técnica:
Localização: China
Data: 2008
Tipo de edifício: Estádio Olímpico
Arquiteto: PTW Architect e Ove Arup
Sistema de construção: estrutura em aço
revestida com etileno-tetrafluoretileno
(ETFE),
Área construída: 79,5 mil m2
Tempo de construção: 04 anos
Estilo: Contemporâneo
O Centro Nacional de Natação, também conhecido como Water Cube (Cubo de Água), é considerado um dos símbolos das
Olimpíadas de Pequim 2008, na China, o espaço reúne arquitetura e arte. A transparência, caracterizada pelo revestimento, pode
ser percebida quando um jogo de luzes azuis internas entre as camadas fazendo uma composição arquitetônica reflete no exterior
dando o efeito de bolhas d’água – Figura 31. O edifício tem sua estrutura em aço revestida com etileno- tetrafluoretileno (ETFE),
material transparente que é empregado na construção devido a sua resistência às intempéries. – Figura 30
38. - 35 -
Figura 32 – Fonte: F:Cubo D'Água - China#SitesBird's Nest and the Water
Cube – Emchina2010.htm –acessado em: 26/10/21012
Figura 33 - Imagem: Google imagens - Disponível em:
http://www.woww.com.br/2008/08/ pequim- 2008-centro-aqutico-nacional
-o.html - Crédito: woww - acessado em 18/09/2012 - 23:30h
Figura 34 – Composição colorida
Fonte: http://www.portobello.com.br/blog/decoracao/parque-
aquatico-nacional-de-peguim/- acessado em: 10/11/2012
Devido ao revestimento de alta tecnologia em ETFE, o Cubo foi projetado para funcionar como uma estufa gigante. Cerca de
90% da energia solar que incide sobre o edifício é captada – o que permite o aquecimento da área interior e da água das piscinas.
Estima-se que este conceito sustentável tem o poder de reduzir o consumo de energia na área de piscinas em até 30%. Outra
vantagem da energia solar é que ela assegura que a edificação seja bem iluminada durante o dia, com os níveis adequados de
conforto visual. Neste sentido, a economia pode chegar a 55%.
O projeto ainda tem como filosofia central a inclusão de sistemas eficientes de conservação de água. A água no norte da
China é um produto valioso e Pequim atualmente carece de recursos hídricos para satisfazer a demanda. A combinação de baixa
disponibilidade de água, elevados níveis de utilização, a poluição e os fatores climáticos contribuem para a inerente necessidade de
desenvolver sistemas eficazes para maximizar a reutilização e oportunidades de reciclagem. No Cubo, a idéia é reutilizar e reciclar
80% de toda a água armazenada a partir da captação do telhado, sistemas de piscinas e fluxos por terra. O projeto prevê economia
em todo o sistema de abastecimento de água e na rede de esgotos.
Fonte: F:Cubo D'Água - China#SitesConstrução e Negócios - Editoral Magazine.htm - Texto: Aline Cunha - Fotos: PTW Architects/Vector Foiltec/Blain Crellin
39. - 36 -
1.7.2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE ESTUDO DE CASO
A concepção estrutural da obra é baseada numa formação de bolhas dando aparência de que a obra foi feita de forma
aleatória. É construída com duas ou mais películas de ETFE fechadas no seu perímetro e presas ao sistema de fixação perimetral. A
transparência do material pode ser percebida na parte interna e na parte externa do edifício. Durante o dia é possível obter claridade
e conforto visual e pode mudar de cor conforme a projeção de luz.
A aparência insólita esconde uma interessante trama geométrica que pode ser encontrada em sistemas naturais como: as
células e as estruturas moleculares como mostra as figuras 32 e 33.
O fator que relaciona o Cubo D´água com o projeto proposto é a utilização do material, as almofadas de membranas
compostas por finas películas de ETFE e pneumaticamente pressurizadas são utilizadas como revestimento de parte da vedação e
cobertura. A leveza do material associado com uma estrutura metálica em tramas garante segurança, estética, e o interessante é
que o revestimento acompanha o desenho da trama que pode variar conforme projeto arquitetônico.
40. - 37 -
1.7.3 ROTTERDAM FLOATING PAVILION – PAVILHÃO DE EXPOSIÇÕES
Figura 35 – Vista geral
http://thegreentake.wordpress.com/2010/10/18/rotterdam/ acesso 24/09/2012 – 14h15min
Ficha Técnica
Local: Porto Rijnhaven Rotterdam, Holanda
Projeto arquitetônico: Grupos de arquitetos DeltaSync e Arquitetos Domínio
Público
Sistema construtivo: Estrutura geodésida em aço
Revestimento: Folhas de ETFE (03 camadas)
O pavilhão é constituído por três meias esferas interligadas, sendo que a
maior possui um raio de 12m sendo a área total de aproximadamente 46 por
25 metros. O pavilhão flutuante pode ser alugado para recepções e outros
eventos. O pavilhão apresenta exposições sobre a mudança da água de
Rotterdam, clima, gestão e energia.
Figura 36 - Vista do acesso principal Figura 37 - Vista iluminação noturna Figura 38 - Detalhe do pavilhão ancorado e a passarela de acesso
41. - 38 -
Para manter o peso para baixo a um nível mínimo, as cúpulas foram revestidas com película de ETFE especial que é
aproximadamente 100 vezes mais leve do que o vidro. "Como resultado, a construção cúpula pesa apenas 35 quilogramas por
metro quadrado." As folhas de ETFE foram esticadas sobre a estrutura de aço. O projeto foi desenvolvido de forma flexível para
caber em mais de um lugar conforme a necessidade. O deslocamento do edifício se dá através de rebocador.
O complexo abriga entre outros espaços, salas para conferências, espaço para café, um teatro com capacidade para 150
expectadores e o Centro nacional de Aguas.
Figura 39 - Detalhe interno da ligação entre as esferas Figura 40 - Detalhe da abertura em veneziana Figura 41 - Vista interna do teatro
42. - 39 -
1.7.3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE ESTUDO DE CASO
A concepção estrutural geodésica que forma a obra usa além de alta tecnologia sustentável como sistema de captação de
energia solar a aplicação da película de ETFE na vedação e cobertura o que garante conforto térmico e visual além de uma leveza
impressionante dado ao fato de o material aplicado, se comparado ao vidro é 100 vezes mais leve.
Estas construções têm um grande potencial para o futuro sendo um passo para a urbanização flutuante e um exemplo da
utilização intensiva do espaço urbano.
A relação desta obra com o projeto proposto é a utilização do espaço aquático, a aplicação do material de vedação e
cobertura e a destinação, uma vez que o espaço se destina também a palestras e apresentações à população, além de ser um
ponto de atração turística.
43. - 40 -
2. LOCALIZAÇÃO PARA A PROPOSTA FINAL
O Rio Tietê faz parte da história da cidade de São Paulo, um marco do seu desenvolvimento, do seu crescimento e de suas
conquistas. Seu traçado urbano formando um eixo de configuração para as atividades econômicas é conveniente à arte e a cultura
fomentando o turismo.
2.1 TRECHO DE INTERVENÇÃO
A proposta é que o teatro percorra o trecho compreendido entre a Ponte Imigrantes Nordestinos, próximo ao Parque
Ecológico do Tietê, e a Ponte da Vila Guilherme com três pontos para atracação como mostra a figura abaixo.
Figura 42 – Indicação do trecho de intervenção
Imagem: Google maps – intervenção: Nanci Justiniano
3
2
1
44. - 41 -
2.1.2 TRECHO COM INDICAÇÃO DAS PONTES
Figura 43 – Pontes existentes no trecho
A indicação das pontes, pensadas exclusivamente para os automóveis, nos mostra que elas são para o pedestre, o único
elemento de conexão entre os dois lados da marginal do rio Tietê, com isso, o rio ladeado pelas marginais ficou obrigado a se
afastar da sua gente e carregar o título de barreira quase que intransponível ao pedestre.
Imagens: http://maps.google.com.br/maps?hl=ptBR&q=ponte+janio+quadros+sp&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.r_qf.&biw=1366&bih=559&wrapid=tlif134488064510310&um=1&ie=UTF-8&sa=N&tab=wl
Acessado em: 13/08/2012 – 16h36minh - Intervenção Nanci Justiniano
45. - 42 -
2.2 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
Para melhor entendimento da área de intervenção insere-se os dados demográficos da cidade de São Paulo-SP, segundo o
censo 2010 – IBGE, e dos bairros margeantes ao trecho do rio Tietê objeto de estudo.
População 2010 11.253.503
Área da unidade territorial (Km²) * 1.523,278
Densidade demográfica (hab/Km²) 7.387,69
2.2.1 DISTRITOS PERTENCENTES ÀS SUBPREFEITURAS
Localização dos Distritos que integram
e limitam a área de inserção do projeto.
Subprefeituras Distritos Área
(km²)
População
(1996)
População
(2000)
População
(2010)
Densidade
Demográfica
(Hab/km²)
Penha
Cangaíba 16,00 127,206 137,243 136.623 8.539
Penha 11,30 128,451 124,392 127.820 11.312
TOTAL 17,30 255,657 261,635 264.443 15.857
Vila Maria
Vila
Guilherme
6,90 55,049 50,090 54.331 7,874
Vila Maria 11,80 118,014 113,944 113.463 9,616
TOTAL 18,70 173,063 164,844 167.794 8,972
Mooca
Belém 6,00 43,974 39,712 45.057 7,510
Pari 2,90 17,491 14,877 17.299 5.965
Tatuapé 8,20 80,678 79,418 91.672 11.180
TOTAL 7,10 142,143 134,007 154.028 9.007
Fig. 44 – Dados indicadores da área de estudo consultados no site http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/subprefeituras/dados_demograficos/index.php?p=12758
47. - 44 -
2.2.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
Com base nos dados do censo de 2010 – IBGE e a projeção da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano/SMDU –
Departamento de Estatística e Produção de Informação/Dipro, percebe-se que a análise da SMDU prevê um crescimento
populacional para 2012, de 1% para o município de São Paulo, já as subprefeituras as quais pertencem os bairros que margeantes a
área de projeto, com exceção da Mooca que apresenta um crescimento de 2,1%, a Subprefeitura da Vila Maria/Vila Guilherme e a
Subprefeitura da Penha mostram uma pequena queda de 1%.
48. - 45 -
2.3 ANÁLISE DO ENTORNO
2.3.1 USO DO SOLO PREDOMINANTE - SUBPREFEITURAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - 2008
No detalhe do mapa de usos, percebe-se que a
predominância é para os usos residencial horizontal médio e
alto padrão seguido por um misto de residencial com
indústrias e armazéns. Há, ainda, uma pequena faixa
localizada a sudoeste da subprefeitura da Penha e a sudeste
da subprefeitura de Vila Maria que não contém informações
de seus usos.
As informações de predominâncias dos usos do solo vêm a
justificar e fundamentar a inserção de um equipamento de
uso público na região.
Figura 45 – usos do solo
Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/desenvolvimento
urbano/mapa/06_Uso_solo.jpg
49. - 46 -
2.3.2MAPA DA REDE HÍDRICA ESTRUTURAL, PARQUE E ÁREAS VERDES
Figura 46 – rede hídrica
Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/desenvolvimento
urbano/mapa/06_Uso_solo.jpg
No detalhe do mapa da Rede Hídrica Estrutural que indica a
localização dos parques e áreas verdes, percebe-se a
existência de um parque em cada sub-regional. Na Sub-
regional da Penha temos o Parque Ecológico do Tietê, Na
Sub-regional da Mooca temos o Parque do Piqueri e na Sub-
regional da Vila Maria/Vila Guilherme, o Parque de Vila
Guilherme.
O mapa mostra também que existe a preocupação com a
implantação de caminhos verdes nos córregos que
desembocam no rio Tietê como é o caso dos córregos do rio
Tiquatira, do rio Aricanduva e o córrego Novo Mundo e a
preocupação com a contenção de enchentes com a
implantação de 02 piscinões no córrego Rincão, localizado
na Radial Leste, próximo da área de estudo.
50. - 47 -
2.3.3 MAPA DA REDE VIÁRIA ESTRUTURAL
Figura 47 – rede viária
No detalhe do mapa Viário do Munícipio
de São Paulo, percebe-se que o sistema
viário municipal é suficiente para garantir
o acesso do pedestre ao local do projeto.
O tráfego de ônibus nas ruas e avenidas
dentro da área de projeto, com exceção
da via marginal expressa, é bastante
intenso, com pontos de ônibus para
carga e descarga de passageiros muito
próximos um do outro.
Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/desenvolvimento
urbano/mapa/06_Uso_solo.jpg
51. - 48 -
2.3.4 MAPA DA REDE ESTRUTURAL DE TRANSPORTE PÚBLICO
Figura 48 – transporte público
Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/
desenvolvimentourbano/mapa/06_Uso_solo.jpg
O detalhe do mapa destacando
os corredores de ônibus dentro
da área de estudo e os que tem
maior proximidade.
52. - 49 -
2.4 LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA
Lei Federal nº 4.771/65 – cap. II – seção I - da delimitação das Áreas de Preservação Permanente, alterada pela
Lei nº 12.727, de 2012.
Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, Áreas de Preservação Permanente e as Áreas de Reserva
Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e
prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.
Segundo a Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) Nº 303/2002 em seu Art. 3° (item Ib) constitui
Área de Preservação Permanente a área situada em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com
largura mínima, de 50 metros para cursos d´água com larguras variando de 10 a 50 metros de largura.
Ainda, a Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 369/ 2006 - Publicada no DOU(Diário Oficial
da União) no
61, de 29 de março de 2006, Seção 1, páginas 150 – 151 dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública,
interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão.
Ainda na Seção III - Da implantação de Área Verde de Domínio Público em Área Urbana, no Item II, fala da aprovação
pelo órgão ambiental competente de um projeto técnico que priorize a restauração e/ou manutenção das características do
ecossistema local, e que contemple medidas necessárias para manutenção. E no Item III fala dos percentuais de impermeabilização
e alteração para ajardinamento limitados a respectivamente 5% e 15% da área total da APP inserida na área verde de domínio
público entendo:
53. - 50 -
§ 1o Considera-se área verde de domínio público, para efeito desta Resolução, o espaço de domínio público que
desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da
cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização.
§ 2o O projeto técnico que deverá ser objeto de aprovação pela autoridade ambiental competente, poderá incluir a
implantação de equipamentos públicos, entre outros:
a) mirantes;
b) equipamentos de segurança, lazer, cultura e esporte;
c) bancos, sanitários, chuveiros e bebedouros públicos;
d) rampas de lançamento de barcos e pequenos ancoradouros.
2.4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTA LEI
A Lei em referência é uma Lei Federal, portanto destinada a ser aplicada em diversas situações sem atender casos
específicos, como seria o caso nesta proposta. Apesar da mesma prevê adequação de leis municipais, justamente em virtude de
especialidades locais, ela é incapaz de abarcar a diversidade brasileira.
A atual legislação estabelece parâmetros, definições e limites referentes às APPs, tanto para domínio rural como urbano e
constitui o principal aparato legal vigente sobre o tema. A questão principal é que a atual legislação não foi inspirada pela realidade
urbana, com isso inviabilizando a implantação em tais áreas de projetos planejados e dotados de adequados controles ambientais,
como o desta proposta, além de induzir a ocupações irregulares, do tipo sub-habitações, causando um maior comprometimento dos
recursos naturais e da qualidade ambiental dessas áreas.
54. - 51 -
A aplicabilidade da legislação não reflete a dinâmica urbana, haveria de se produzir uma nova legislação especificamente
voltada ao espaço urbano de tratamento legal diferenciado para as APPs, principalmente de faixas marginais de cursos d’água que
promovesse, inclusive, a consciência ambiental junto à população. Nesse sentido é preciso educar, mostrar, valorizar os recursos
naturais, estejam eles preservados ou necessitados de recuperação. Promovendo esta consciência ambiental melhor serão
cumpridas as atribuições ambientais de regulação entre outros, o lazer, o embelezamento da paisagem urbana e a aproximação dos
cidadãos com a natureza.
Especialmente sobre o rio Tietê, ressalta-se a sua importância para a cidade de São Paulo e a necessidade que ele volte a
figurar no cotidiano da sociedade como um bem a ser valorizado a ponto de se tornar um patrimônio que gere orgulho a população
paulistana. Nesse sentido, propõem-se o uso do rio através da implantação de um equipamento de lazer em seu leito que busca
resgatar a relação da cidade com o mesmo.
O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nas Resoluções nº 303/2002 e 369/ 2006 já citadas deixa uma
brecha para que se pense em uma legislação ambiental que regulamente melhor as APPs e nesse espaço é providencial a base
para a inserção da proposta a ser desenvolvida.
O projeto proposto mira e busca a necessidade de produção de uma legislação ambiental municipal que regulamente às
APPs de faixas de proteção ao longo dos cursos d’água especificamente voltada à realidade urbana da cidade de São Paulo. Uma
legislação que a partir das características próprias do espaço urbano seja capaz de analisar a relação com as formas de apropriação
do espaço urbano, de contemplar e assegurar atributos ambientais indispensáveis à qualidade de vida da população paulistana com
isso viabilizando a implantação da proposta.
55. - 52 -
Lei Est. n. 1172/76, esta lei disciplina o uso do solo para a proteção dos mananciais, cursos e reservatórios de água e demais
recursos hídricos de interesse da Região Metropolitana da Grande São Paulo, em cumprimento ao disposto nos incisos II e III do
artigo 2º e inciso VIII do artigo 3º da Lei Complementar nº 94, de 29 de maio de 1974, onde são declaradas áreas de proteção e,
como tais reservadas, as referentes aos mananciais, cursos e reservatórios de água e demais recursos hídricos de interesse da
Região Metropolitana da Grande São Paulo entre outros o rio Tietê, até a confluência com o rio Botujuru, no município de Moji das
Cruzes(Item XV).
Lei 898/75, Esta Lei normatiza a construção de ancoradouros de pequeno porte. Em seu Artigo 10 - Parágrafo único, ela
diz que é permitida, observado o disposto no parágrafo único do artigo 3º da mesma Lei, a construção de ancoradouros de pequeno
porte, rampas de lançamento de barcos, praias artificiais, pontões de pesca e tanques para piscicultura.
Lei Federal n. 9.537/97, dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional e dá outras
providências em seu Art. 2º ela fala sobre navegação interior, ou seja, rios, lagos e represas.
NORMAM-02/DPC(Diretoria de Portos e Costas) - Mod. 1, fala sobre as Normas da Autoridade Marítima para embarcações
empregadas na navegação interior.
56. - 53 -
2.5 O LOCAL
2.5.1 TRECHO COM INDICAÇÃO DOS PONTOS DE PARADA DO TEATRO
Os pontos foram escolhidos como diretrizes de projeto podendo ser moldados em outros pontos conforme a configuração
local.
Figura 49 - Trecho de intervenção
3 – Ponte da Vila Guilherme 2 – Parque do Piqueri 1 – Ponte dos Imigrantes Nordestinos
Fonte: Google Earth - arquivo e intervenção de Nanci Justiniano
3
2
1
57. - 54 -
2.5.2 CARACTERÍSTICAS DOS PONTOS DE PARADA
A localização dos terrenos apresentados em cada ponto para edificação de apoio serve como diretrizes de projeto e vão ficar
em nível de estudo preliminar.
2.5.3 Ponto 1
Vista aproximada
Localizado na Rua Vitória Calegari esquina com
a Rodovia Airton Senna da Silva, Distrito de
Cangaíba, o terreno pertence à Ecopistas,
empresa do grupo EcoRodovias, administradora
da SP-15 marginal Tietê (trecho leste) e SP-70
Rodovia Airton Senna e hoje uma parte do
mesmo funciona como um depósito aberto de
resíduos asfálticos.
Figura. 50 – Ponto 1
Fonte: http://www3.prefeitura.sp.gov.br/DU0107_MDC/paginaspublicas/index.aspx
N
Esc. 1:1000
N
58. - 55 -
2.5.4 Ponto 2
Vista aproximada
Para a implantação da edificação de apoio no ponto de parada
número 02, sugere-se que se edifique dentro do próprio parque
tendo em vista a existência de edificações de suporte como
vestiários, sanitários, guarita e estacionamento sendo o último
localizado na frente do parque com aproximadamente 100 vagas
a 45º. O parque localiza-se na Av. Cda. Elisabeth de Robiano
(Marginal Tietê) esquina com a rua Tuiuti, no bairro do Tatuapé.
Figura. 51 – Ponto 2
Fonte: http://www3.prefeitura.sp.gov.br/DU0107_MDC/paginaspublicas/index.aspx
N
N
Esc. 1:1000
N
59. - 56 -
2.5.5 Ponto 3
Vista aproximada
Localizado na Rua Carlos de Campos
esquina com a Av. Presidente Castelo
Branco (Marginal Tietê) na alça de acesso
a Ponte da Vila Guilherme no bairro do
Pari.
Figura 52 – Ponto 3
Fonte: http://www3.prefeitura.sp.gov.br/DU0107_MDC/paginaspublicas/index.aspx
Esc. 1:1000
N
60. - 57 -
3. A PROPOSTA
Compreendido a área de estudo, e os projetos já propostos, e as referências encontradas, faz-se a elaboração de um projeto
que visa uma reflexão sobre o uso do rio como fonte de cultura e lazer em um espaço provocativo, navegando em seu leito.
A Política Nacional de Recursos Hídricos (lei nº 9.433, de 08/01/1997), considera as águas um bem público e um recurso
natural limitado, cujo uso deve ser racionalizado de maneira a permitir o acesso do maior número de pessoas e com diversas
finalidades, incluindo inclusive (Capítulo II, Artigo 2º) o transporte aquaviário na utilização integrada dos recursos hídricos, visando o
desenvolvimento sustentável.
Com base na noção de uso múltiplo das águas estabelecido pela PNRH, a proposta trata de um teatro de arena sobre uma
estrutura flutuante que percorrerá o leito do rio a partir das proximidades do parque ecológico do Tietê até a Ponte da Vila Guilherme
com pontos para ancoragem e conexão da estrutura flutuante com a estrutura física, modulados conforme desenho urbano
apresentado nos locais onde serão edificados.
Para o desenvolvimento do projeto escolheu-se o ponto número 01 localizado à Rua Vitória Calegari esquina com a Av.
Morvan Figueiredo (marginal Tietê sentido Castelo Branco), próximo ao Parque Ecológico do Tietê, no distrito de Cangaíba
pertencente à subprefeitura da Penha.
Figura 53 – Local para implantação da edificação de apoio
Fonte: http://www3.prefeitura.sp.gov.br/DU0107_MDC/
paginaspublicas/index.aspx
Foto 1 - Entorno visto de sobre a ponte
Fonte: Nanci Justiniano
Foto 2 - Margem do rio
Fonte: Nanci Justiniano
Foto 3 - Bairro da Penha e Cangaíba ao
fundo
Fonte: Nanci Justiniano
2
LOCAL
3
1
N
61. - 58 -
3.1 ÍNDICES URBANÍSTICOS
Considerou-se para o desenvolvimento deste trabalho, um ponto para ancoragem localizado próximo ao Viaduto Imigrantes
Nordestinos.
Figura 54 - Sistema de fluxos Figura 55 - usos e ocupação do solo local
Fonte: Estudos Nanci Justiniano Fonte: Estudos Nanci Justiniano
62. - 59 -
3.2 O PROGRAMA DE NECESSIDADES E DIMENSIONAMENTO
3.2.1 TEATRO FLUTUANTE
A partir de estudos realizados para a elaboração da proposta chegou-se ao programa de necessidades, abordados na
proposta. Teatro Flutuante Itinerante - Capacidade para até 160 espectadores
Tabela 1. Ambientes destinados aos artistas e técnicos, ficando o público limitado a platéia e sanitários.
ÁREA = 331.00 M
2
SETOR DE ACESSO AO PUBLICO
AMBIENTE ÁREA (m
2
)
1º PAVIMENTO Platéia 173.00
1º PAVIMENTO Sanitários 15.00
SETOR ARTÍSTICO
2º PAVIMENTO AMBIENTE ÁREA (m
2
)
1º PAVIMENTO Palco 77.50
1º PAVIMENTO Camarim 20.00
2º PAVIMENTO Cabine comandande 17.50
Sanitários 3.50
SETOR DE APOIO TÉCNICO
2º PAVIMENTO AMBIENTE ÁREA (m
2
)
2º PAVIMENTO Cabine de Som 10.50
1º PAVIMENTO Casa Máquinas 9.00
2º PAVIMENTO Caixa D’água 5.00
63. - 60 -
3.2.2 EDIFÍCIO DE APOIO TÉCNICO ADMINISTRATIVO
Tabela 2. Ambientes idealizados para ser parte integrante dos espaços fixos(estações de acesso ao teatro) modulados conforme o desenho urbano
apresentado nos locais onde serão edificados. As passarelas não constam como um item do programa, pois elas se adaptarão ao trecho e ao vão aonde serão
instaladas.
ÁREA (medidas internas excluindo o mirante)= 595 M
2
SETOR ADMINISTRATIVO -
AMBIENTE ÁREA (m
2
)
1º PAVIMENTO Administração 16.00
1º PAVIMENTO Secretaria 18.00
1º PAVIMENTO Sanitários 27.00
SETOR DE SERVIÇOS
AMBIENTE ÁREA (m
2
)
1º PAVIMENTO Zeladoria 10.00
1º PAVIMENTO Almoxarife 12.00
1º PAVIMENTO Estacionamento 63 vagas
1º PAVIMENTO Refeitório 15.00
1º PAVIMENTO Segurança 8.00
1º PAVIMENTO Monitoramento 8.00
1º PAVIMENTO Vestiário 7.00
1º PAVIMENTO Sanitários 8.00
SETOR DE ACESSO AO PUBLICO
AMBIENTE ÁREA (m
2
)
3º PAVIMENTO Acesso principal - Mirante 358.00
2º PAVIMENTO Foyer 235.00
2º PAVIMENTO Café 64.00
2º PAVIMENTO Souvenir 33.00
1º PAVIMENTO Bilhetria 14.00
1º PAVIMENTO Catracas 14.00
2º PAVIMENTO Sanitários 26.00
1º PAVIMENTO Hall 80.00
2º PAVIMENTO Caixa d´água 4.33
64. - 61 -
3.2.3 FUNCIONOGRAMA
Acesso Principal
Mirante
FoyerCafé SouvenirSanitários Jardim
Hall
Sanitários Administração Secretaria SegurançaMonitoria
Almoxarife
Vestiário Catraca acesso
ao Teatro
ao Teatro
Zeladoria
Bilheteria SanitáriosRefeitório
Píer
Sanitários Plateia Palco Cabine
Som
Camarim
Sanitário
Cabine
Comando
Cx. D’água Casa
Máquinas
65. - 62 -
3.3 PARTIDO
A busca de uma conexão entre o rio e a cidade, priorizando retomar a interação outrora perdida, foi o ponto inicial deste
projeto. Nesse aspecto, o teatro como equipamento agregador, localizado no leito do rio aparecerá com formas simples, limpas e
puras, constituído por um casco de alumínio onde nasce um paralelepípedo com arestas arredondadas fazendo alusão a um barco.
Todo o equipamento é envolvido por almofadas de ar fixadas em uma trama de alumínio que forma a estrutura.
66. - 63 -
4. MATERIAIS E SOLUÇÕES ADOTADAS
Para a escolha dos materiais, dimensionamento dos ambientes, circulação e soluções adequadas para o
desenvolvimento da proposta fez-se um estudo considerando a classificação da tipologia e usos da edificação.
4.1 USO DA EDIFICAÇÃO: De acordo com o Código de Obras do município de São Paulo (Lei Nº 11.228, de 25 de
junho de 1992) no capitulo 8.8 - Locais de reunião, inclui-se as edificações destinadas a abrigar eventos geradores de público,
dentre outros, os seguintes tipos:
a) Cinemas, auditórios, teatros ou salas de concerto;
Com base nessa Lei e pela finalidade do projeto que se propõe e conforme o disposto no capitulo 12.6.1- tabela para cálculo
de lotação e desenvolvido o programa de necessidades chega-se a um dimensionamento total de 926.00m2
de área construída
incluindo o edifício de apoio técnico e o teatro flutuante.
OCUPAÇÃO M² POR PESSOA
LOCAIS DE REUNIÃO
Setor para público em pé 0,40
Setor para público sentado 1,00
Atividades não específicas ou administrativas 7,00
67. - 64 -
4.1.1 VAGAS PARA ESTACIONAMENTO
Tabela 13.3.4-Porcentagem de vagas destinadas a deficientes físicos e motocicletas
Estacionamento Deficientes Físicos Motocicletas
Privativo até 100 vagas -x- 10%
Privativo mais de 100 vagas 1% 10%
Coletivo até 10 vagas -x- 20%
Coletivo mais de 10 vagas 3% 20%
Parâmetros adotados no Município de São Paulo – Índice de vagas em pólo gerador de tráfego
TIPO DE POLO GERADOR QUANTIDADE DE VAGAS
Local de reunião, culto, cinema, teatro, etc. 1 vaga/40m2
A.C.
Fonte: Apostila fornecida pela Prof.ª Valéria Nagy para desenvolvimento de trabalho acadêmico
Considerando os parâmetros adotados no Município de São Paulo, tabelas 13.2, 13.2.1, e 13.3.2, a localização do projeto, a
finalidade do projeto, a acessibilidade e para maior conforto dos usuários adotou-se o numero de 63 vagas com as seguintes
dimensões:
39 vagas grandes= 2.50mx5.50m 05 agas para PNE= 3.50mx5.50m 16 vagas para motos = 1.00mx2.00m 03 vagas para ônibus = 8.90mx4.50m
68. - 65 -
4.1.2 DIMENSIONAMENTO PARA CAIXA D´ÁGUA
A Norma que fixa as exigências à maneira e os critérios para projetar as instalações prediais de água fria, atendendo às
condições técnicas mínimas de higiene, economia, segurança e conforto aos usuários, é a NBR 5626 – Instalação Predial de Água
Fria.
De acordo com a NBR 5626 para calcular e dimensionar a caixa d´água de um edifício de teatro, considera-se o consumo
médio por assento de 02 litros/dia. As edificações com área total construída menor que 750 m2 e/ou menor que 12 metros de altura
exigem-se extintores, portanto para o projeto proposto (área construída = 926m2
) sendo 595m2
para o edifício de apoio e 331m2
para o teatro flutuante. Por tanto, por se tratar de dois edifícios distintos com medidas diferenciadas e ambos não atingem a
metragem quadrada de 750m e a altura de 12m, não se faz necessário à instalação do reservatório inferior e nem o percentual para
a reserva de incêndio. A área do mirante não se integra a área construída por tratar-se de área descoberta.
Para o cálculo de consumo de água e dimensionamento do reservatório levou-se em conta o número de assentos: 160
assentosx2 litros por dia = 320L como o reservatório deverá atender por 02 dias calcula-se 320 litrosx2 dias= 640L para cada
edifício, neste caso seria uma caixa d´água com capacidade para 1500L, como se trata de dois edifícios sugere-se duas caixas
d´água com capacidade para 500 litros para o teatro flutuante e uma caixa d´água com capacidade para 750 litros para o edifício de
apoio, ambas sendo instaladas em um ambiente específico com acessos para manutenção explicitados nas plantas.
Capacidade
em
litros
Dimensão em metros Peso em quilos
A B C D E Caixa vazia Caixa cheia
500 0,72 0,58 1,24 1,22 0,95 10,50 510,50
750 0,91 0,73 1,37 1,35 1,00 14,50 764,50
Fonte: Fortlev
69. - 66 -
4.2 CIRCULAÇÃO VERTICAL E HORIZONTAL
O acesso ao teatro se dá através da estrutura elevada que constitui a passarela utilizando escada e elevador. Para a escolha
do tipo de acesso foi dada uma atenção maior à dificuldade de acesso por portadores de necessidades especiais com a adoção do
sistema de circulação vertical também através de elevador.
4.2.1 ELEVADOR
Para maior conforto dos usuários optou-se pelo uso de elevador panorâmico com capacidade para 20 passageiros que atenda
as especificações técnicas estabelecidas pela NBR 9050, mas que acima de tudo atenda as necessidades dos passageiros
portadores de necessidades especiais ou não portadores, com eficiência e conforto em conformidade com a ABNT NBR NM
313:2007 que dispõe sobre elevadores de passageiros – Requisitos de segurança para construção e instalação – Requisitos
particulares para a acessibilidade das pessoas, incluindo pessoas com deficiência.
Figura 56 – Vista externa Figura 57 – Vista interna
CARACTERÍSTICAS:
Fabricante: Alfabra Elevadores
Dimensões: 1600mmx2000mm
Capacidade para 1.500kg
Fonte: http://www.alfabra.com.br/elevadores-panoramicos/elevadores-panoramicos-belle-vision.html#
70. - 67 -
4.2.2 ESCADAS
Adotou-se para o projeto a circulação horizontal (corredores) entre 1,20m e 1.50m e a circulação vertical (escadas) com as
dimensões abaixo:
Escada Teatro Flutuante
Largura: 1.22
e= 0.17
p= 0.32
patamar= 1.28
Escada de acesso localizada no estacionamento
Largura: 1.20
e= 0.18
p= 0.32
patamar= 1.20
Fonte: Estudos Nanci Justiniano
71. - 68 -
4.2.3 SAIDAS DE EMERGENCIA: Conforme tabela abaixo:
Fonte: Apostila fornecida pela Prof.ª Valéria Nagy para desenvolvimento de trabalho acadêmico
Escada Saída de emergênciaDistância percorrida = 15m
De saída
da
edificação
(piso de
descarga)
4
5m
45mF
72. - 69 -
4.2.4 LANCHAS DE SOCORRO
Para o resgate e a realização de atendimentos de emergência adotou-se o sistema de lanchas de socorro com características
de navegabilidade adequada ao rio Tietê. Com programa adaptado, elas transportariam equipes de bombeiros e para-médicos para
resgate e socorro de vítimas no rio.
Figura 58 - Exemplo de lancha de socorro
73. - 70 -
4.3 EQUIPAMENTOS
4.3.1 Pistão Hidráulico e Estaca
O embarque e desembarque se dará através de uma plataforma instalada no píer. Em época de chuva, no caso de o rio ficar
acima do nível mínimo propõem-se um sistema de estaca vertical que se conecta a plataforma através de pistões hidráulicos e
conforme o nível da água sobe e desce é acionado o sistema de guincho hidráulico, como os usados nas balsas.
Figura 59 – Sistema hidráulico usado na balsa de travessia Guarujá/Santos
Fonte: Nanci Justiniano – Outubro/2012
Figura 60 – Exemplo de estaca
Fonte:http://www.amilibiamarinas.com.br/produtos.po
rtasdeacesso.html Figura 61 – Âncora
Fonte:
http://www.eboat.com.br/opensite/ancoras
CARACTERÍSTICAS
Modelo: Danforth
Material: Alumínio
Obs. Âncora destinada aos
fundos de areia, lama ou
cascalho,
Tabela para âncoras de
alumínio.
Peso
do
ferro
Comprimento
do
barco em pés
Diâmetro
da
corrente
(mm)
4 lbs. até 16 6
74. - 71 -
4.3.2 SEGURANÇA E SALVATAGEM
O teatro será equipado com 200 coletes salva-vidas, a capacidade máxima da embarcação e bóias conforme a NORMAM
5/DPC.
Figura 62 – Colete salva-Vidas
CARACTERÍSTICAS
Modelo: Tipo Canga (águas
interiores e abrigadas)
Figura 63 – Bóia
CARACTERÍSTICAS
Distribuidor: APL Equipamentos de segurança
Equipamento: Bóias
Material: Produzidas em poliuretano expandido injetado em
carcaça de polietileno fundido com proteção UV. Possuem
de 4 alças de cabo náutico flutuante inserido na Classe II
(com refletivos)
Diâmetros: de 50 e 60 cm.
Figura 64 – Defensas
CARACTERÍSTICAS
Distribuidor: APL Equipamentos de segurança
Material: poliuretano expandido contendo em seu interior um cilindro de espuma de
polietileno de baixa densidade que fixa uma corda em sisal responsável pela estrutura
interna e resistência a tração
Largura: 60cm
Altura: 16cm
Peso Líquido: 1.350 Kg
Peso Bruto: 1.380 Kg
Embalagem: 0.030 Kg – Saco Plástico
Obs. Equipamento para proteção da embarcação contra impactos e atrito junto a outras
embarcações e píeres ou atracadouros.
Fonte: http://www.aplequipamentos.com.br/
75. - 72 -
4.3.3 POSTES DE FACILIDADES
Instalados no píer o poste de facilidades (armário de serviços) auxilia quando o teatro está ancorado
Figura 65 - poste de serviços Figura 66 - Extintor de incêndio
Fonte: http://www.amilibiamarinas.com.br/produtos.portasdeacesso.html -
CARACTERÍSTICAS
Armário de serviços para acomodação de tomada elétrica, torneira,
mangueira, medidores de água e luz, iluminação indireta e caixa com
disjuntores podendo ser instalados pontos de cabo de tv e telefone figura
65. Armário para acomodação de extintor de incêndio e bóia figura 66.
Marca: Amilibia Marinas
Modelo: Guadiana - 90/2
Estrutura: Alumínio 4mm
Base: Alumínio 8mm
Acabamento: Fibra de vidro e resina de poliéster
Visor: Metacrilato 3mm
Torneira: Inox
Dimensões: Altura 0,93cm e seção 230x180mm
76. - 73 -
4.4 RESIDUOS DOS SANITÁRIOS
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010), o gerenciamento integrado incluindo
coleta, transporte, transbordo, e tratamento deve ter destinação final ambientalmente adequada.
Para evitar a poluição do rio, os detritos são descarregados por uma embarcação especial por meio de uma conexão com um
sistema de esgoto.
4.5 ENERGIA ELÉTRICA
A energia consumida no teatro será produzida por meio geradores instalados na embarcação
77. - 74 -
4.6 SISTEMA DE FECHAMENTO DO TEATRO FLUTUANTE
4.6.1 FLUORPOLÍMERO (ETFE - etileno-tetrafluoretileno)
Dentre os diversos materiais que podem compor o sistema de fechamento em tramas escolheu-se o Fluorpolímero (ETFE -
etileno-tetrafluoretileno) por ser um material leve e baixo custo ambiental.
Os Fluorpolímeros usados atualmente em construção incluem os PTFE, ETFE,
TFA/PFA, THV, FEP que são mais conhecidos por suas marcas como Teflon, Hostaflon,
Polyflon, Toyoflon or Tedlar. São materiais extremamente resistentes aos ataques químicos
e biológicos e também à exposição continuada às condições atmosféricas e aos raios
ultravioleta sendo desnecessário qualquer tipo de revestimento para preservar a manta
destes materiais que funcionam como uma superfície à prova d´água.
Figura 67 – Vista aproximada
As características do material
• resistente às intempéries naturais e artificiais
• resistência >50 N/mm²
• resistência ao gelo até -160ºC
• elevada penetração de luz incluindo radiação solar (UV)
• resistência ao granizo em conformidade com o SIA V280 e EN 13583
• classe de incêndio B1, irrigação não combustível até 250ºC
• soldável
• estruturas primárias mais leves possibilitando variados efeitos arquitetônicos
• boa acústica com pouco tempo de reverberação
• excelente isolamento térmico
78. - 75 -
Em razão da flexibilidade e da orientação das juntas de solda, as almofadas podem ser modeladas quase que sem limites em
formas de base triangular, losangos, curvas, redondas, quadradas, possibilitando uma variedade de formas, que contribuem para
enriquecer os mais simples projetos arquitetônicos, dando uma notável expressividade. A largura das almofadas pode chegar a 4,9m
sem qualquer esforço adicional sendo que o comprimento não se limita, além disso elas podem ser fixadas numa estrutura primária
leve ou diretamente às cordas. Exigindo uma inclinação de pouquíssimos graus a acumulação de águas da chuva pode ser evitada.
A polarização pneumática com um sistema de ar a baixa pressão impede batimentos ou vibração das membranas e confere
às almofadas uma forma estável. As almofadas são incorporadas de modo rotativo sobre uma tubulação num perfil de liga metálica
leve, este perfil aparafusado a uma construção primária fornece uma estrutura onde as almofadas são esticadas.
Fonte: Google pesquisas - http://www.vector-foiltec.com/en/home.html - Acesso em 24/09/2012
79. - 76 -
4.6.1.1 TABELA DE APONTAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO MATERIAL
Construção Filme de Fluoropolímero
(ETFE)
Construção Filme de Fluoropolímero
(ETFE)
Uso em coberturas
e fachadas
Permanente interno + extremo Cores Transparentes, cores brancas
com possibilidade de coloração
através de impressão
Propriedades
especiais
Material padrão de alta
qualidade, usada em
construções pneumáticas
Propriedade auto limpante Excelente por possuir
superfícies antiaderentes e
deslizantes
Impermeável Sim Resistência a químicos Excelente
Inflamabilidade Incombustível Peso(km/m2
) 0,05 a 2,0
Resistencia a raios
UV
Excelente por ser estável e
resistente ao envelhecimento
causado por raios UV
Resistência à tração(N/5cm) 300 a 600
Durabilidade 20 a 30 anos Maleabilidade Incapaz
Translucidez Até 96% Reciclabilidade Excelente
Reflexão da luz Até 60% Temperatura recomendável
para construções
Limites não estabelecidos
Tabela adaptada – Por Nanci Justiniano
Fonte: Google pesquisas - http://www.vector-foiltec.com/en/home.html
Acesso em 24/09/2012
80. - 77 -
4.6.1.2 INSTALAÇÃO MEMBRANAS INFLÁVEIS
Figura 68 – A montagem da estrutura do Édem Project Figura 69 – A montagem da estrutura do Édem Project
Figura 70 – A montagem da estrutura do Édem Project Figura 71 – A montagem da estrutura do Édem Project
Fonte: DINIZ, João Valle. Estruturas Geodésicas: Estudos retrospectivos e proposta para um espaço de educação
ambiental. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Engenharia Civil da Escola de Minas
da Universidade Federal de Ouro Preto, como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia
Civil, área de concentração: Construção Metálica. Disponível em PDF em Google pesquisas. Ouro Preto, 2006.
O fechamento do teatro se dará por meio de painéis
de ETFE transparente, formando almofadas de ar, os
painéis serão cortados e soldados em uma moldura de
alumínio com forma hexagonal e colocados um a um,
fixados com clips sobre a estrutura modulada de
seções retangulares ocas de 0.50cmx1.30cm como
no exemplo abaixo.
Cada travesseiro é ligado a um sistema de
aeração (fig. 71). A pressão dentro dos travesseiros é
de cerca de 300 Pa. A altura máxima do travesseiro
inflado é de 10 a 15% de sua extensão máxima e a
espessura entre 50μm a 200μm
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4.7 PASSARELAS
4.7.1 PASSARELA SOBRE A MARGINAL E PASSARELA DE LIGAÇÃO
Para o desenvolvimento da passarela de acesso localizada sobre a marginal procurou-se atender a maior variedade possível
de potenciais usuários, para isso, foi considerado alguns parâmetros antropométricos de dimensionamento relevantes para
portadores de deficiência ambulatória em conformidade com a NBR 9050.
Figura 72 - Parâmetros antropométricos relevantes para portadores de deficiência ambulatória. Fonte: NBR 9050
Para o dimensionamento adotou-se a medida de 3.00m de largura para 3.50m de altura, considerando o tráfego ao mesmo
tempo, de duas cadeiras de rodas confortavelmente, para o guarda corpo adotou-se a medida de h=1.00m exercendo a função de
proporcionar segurança no trajeto e impedir quedas acidentais pelas laterais da passarela, a função do guarda corpo é a mesma
tanto para os portadores de necessidades especiais como para os não portadores. Para o piso foi considerado que tenha superfície
regular, estável e antiderrapante, sob quaisquer condições climáticas, para tanto, optou-se por um piso com as seguintes
características e especificações do fabricante:
• Fabricante: Madereira Base Sólida do Brasil
• Madeira maciça de massaranduba com anti derrapante, madeira beneficiada com bordas arredondadas
• Largura 14cm e espessura de 2cm
• Cor pardo esverdeado sem cheiro resistente a cupins, brocas, fungos, insetos e às intempéries do tempo e durabilidade de 20 a 40
anos.
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4.7.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PASSARELAS
Reuniu-se informações, imagens e modelos de diferentes passarelas como referências de modelo arquitetônico com atenção
especial aos modelos presentes no Brasil o que permitiu conhecer algumas passarelas interessantes e obter parâmetros para a
elaboração do projeto da passarela em questão. Entre várias referências arquitetônicas, a que mais se aproximou do modelo
desejado foi a passarela de Curitiba que faz ligação entre o Shopping Center Mueller e o estacionamento, a passarela possui
estrutura metálica em alumínio e vista panorâmica e está suspensa a 8,50 metros do nível da rua.
Para elaboração da passarela adotou-se estrutura de alumínio com pilares tubular de 14” e 10“, vigas tubulares de 10”,
diagonais de 4” e treliça tubular de 2”. Para a cobertura painéis de alumínio composto com estrutura calandrada. As dimensões dos
painéis variam entre 1.40m e 1.50 de comprimento e largura igual a 1.20m aplicados nas passarelas, mirante e caixa de escadas.
A escolha dos materiais que compõem a passarela teve como base aspectos estéticos, arquitetônicos e construtivos
resistência, durabilidade e conforto visual.
83. - 80 -
4.8 EDIFÍCIO DE APOIO
4.8.1 SISTEMA ESTRUTURAL E MATERIAIS APLICADOS
Para o edifício de apoio foi adotado o sistema de fundação tipo radier em razão da capacidade de carregamento permissível
do solo ser baixa, estruturação metálica com pilares de 14” e vedação em alvenaria e vidro estrutural de 12mm. Para maior proteção
da laje de radier e do solo optou-se pelo uso de manta de polietileno de alta densidade.
Segundo a NBR-6122 (NB-51) que dispõe sobre projeto e execução de fundações, os terrenos com forte presença de
umidade ou próximo a córregos são classificados como sendo de argila mole ou muito mole, portanto necessitam de estudo de solo
no local para determinar a espessura da laje de radier. Abaixo esquema de fundação.
Figura 73 – esquema da laje de radier
Fonte: www.fkcomercio.com.br/dicas_para_fundacao.html - Acessado em 25/11/2012
Figura 74 – esquema da laje de fundação
Fonte: Estudos Nanci Justiniano
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4.9 ILUMINÂNCIA INTERNA
A Norma que estabelece os valores de iluminâncias médias mínimas em serviço para iluminação artificial em interiores, onde se
realizem atividades de comércio, indústria, ensino, esporte e outras é a NBR 5413.
Para a iluminação do Teatro Flutuante e do Edifício de Apoio de acordo com a Tabela 2 - Fatores determinantes da
iluminância adequada, escolheu-se luminárias com as características descritas abaixo e distribuídas conforme necessidade de
cada ambiente como mostra a tabela de cálculo.
Luminária: FBS 322 em mm Marca: Philips
Linha: LED - D’ECO Light Collection
Modelo: FBS322 máscara anti-ofuscamento
Materiais e Corpo: Chapa de Alumínio
Acabamentos: Refletor: Alumínio com Acabamento Metalizado
Máscaras: Alumínio com Acabamento Metalizado
Montagem: Embutir no teto, em nichos de Ø200mm
Lâmpada: 2xPL-C/4P26W/840 EB
Fluxo Luminoso: 2 x 1800 lm
Para plateia e os demais ambientes do teatro escolheu-se a luminária com as
seguinte característica:
Modelo: LuxSpace BBS481 3000K
Fluxo Luminoso: 1 x 1100 lm
Figura 75 – modelos de luminárias
Fonte: Google pesquisas - catálogo Philips
Para obter uma iluminação adequada a cada ambiente e a quantificação de luminárias elaborou-se um cálculo de iluminância
como mostra a tabela a seguir:
Sendo: Nº. E x S
X F.U X F.M
S = Área
E = Quantidade de Lux
= Fluxo da Lâmpada
F.U = Fator de Utilização
F.M= Fator de Manutenção