SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Baixar para ler offline
167
MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências
físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev.
Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.167, 2012.
CIÊNCIAS FÍSICAS E POPULARIZAÇÃO DA ASTRONOMIA NA CHAPADA
DIAMANTINA – BAHIA. RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
Milton Souza Ribeiro Miltão
1
Rainer Karl Madejsky
2
Antônio Vieira de Andrade-Neto
3
Péricles César de Araújo
4
Jossel Borges Santos
5
RESUMO
O Departamento de Física da UEFS desenvolve um programa de popularização de
Ciências, com ênfase em várias áreas das Ciências Físicas, particularmente em
Astronomia, na região da Chapada Diamantina Bahia. O trabalho tem como objetivo a
apresentação, na forma de palestras, minicursos e realizações experimentais, de
conceitos e teorias das Ciências Físicas e, em particular, de suas relações com o
cotidiano. Neste artigo descrevemos as atividades realizadas até o momento bem como
faremos algumas considerações sobre alguns desdobramentos delas.
Palavras-chave: Ciências Físicas. Divulgação Científica. Popularização da Astronomia.
PHYSICAL SCIENCES AND ASTRONOMY POPULARIZATION IN THE CHAPADA
DIAMANTINA - BAHIA. REPORT OF AN EXPERIENCE
ABSTRACT
The Physics Department at UEFS develops a program of popularization of science, with
emphasis on several areas of the Physical Sciences, particularly Astronomy, in the
Chapada Diamantina Bahia Brazil. This work aims to present in the form of lectures, short
courses and conducting experiments, theories and concepts of physical sciences and in
particular its relations with the everyday. In this paper we describe the activities
undertaken so far and we make some considerations about some of these developments.
Keywords: Physical Sciences. Scientific Diffusion. Astronomy Popularization
1
Professor adjunto da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tem experiência no Campo do Saber da
Física e no Campo do Saber da Educação
2
Professor pleno da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tem experiência na área de Astronomia,
com ênfase em Galáxias e Cosmologia observacional
3
Professor titular da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tem experiência na área de Física, com
ênfase em Física da Matéria Condensada
4
Professor assistente da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tem experiência nas áreas de
Educação Matemática, Probabilidade e Estatística
5
Professor assistente da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tem experiência na área de
Economia, com ênfase em Sindicatos, Dissídios Coletivos, Relações de Emprego (Empregador/Empregado)
168
MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências
físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev.
Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.168, 2012.
CIENCIAS FISICAS E POPULARIZACIÓN DE LA ASTRONOMIA IN NA REGIÃO DE LA
CHAPADA DIAMANTINA – BAHIA. REPORTE DE UMA EXPERIENCIA
RESUMEN
El Departamento de Física de la UEFS desarrolla un programa de popularización de las
Ciencias y en especial en varias áreas de las Ciencias Físicas, particularmente en
Astronomia, en la region de la Chapada Diamantina en el estado de Bahia, Brasil. El
trabajo tiene el objetivo de hacer presentaciones en forma de conferencias, minicursos y
conduciendo experiencias teóricas y conceptuales de la ciencia física, y en particular de
las relaciones cotidianas de las personas. En este artículo describimos las actividades
desarrolladas hasta ahora y hacemos algunas consideraciones sobre algunos de estos
resultados..
Palabras clave: Ciencias Físicas. Popularización Científica. Popularización de la
Astronomia.
INTRODUÇÃO
A ciência desempenha um papel central no mundo contemporâneo por, pelo
menos, dois motivos intimamente ligados.
Por um lado, há uma estreita relação entre desenvolvimento econômico das
nações e sua capacidade de produzir conhecimento e utilizá-lo na produção de riquezas,
em particular na produção de bens com alto valor tecnológico agregado. Um exemplo
sempre citado é o fato de que aproximadamente um terço do Produto Interno Bruto (PIB)
dos Estados Unidos é proveniente de tecnologias que têm como base a mecânica
quântica. Há vários outros exemplos na história. Um dos mais recentes é a China, cujo
rápido desenvolvimento econômico é largamente sustentado em desenvolvimento
científico e tecnológico. (RESENDE, 1994; SBF, 1990; SBF, 2005; SCHWARTZMANN,
1994)
Por outro lado, a ciência faz parte do arcabouço cultural do ser humano
contemporâneo, cuja visão de mundo e estilo de vida são influenciados pelo
desenvolvimento científico e tecnológico. Não apenas isso, mas até mesmo o pleno
exercício da cidadania passa hoje por algum conhecimento científico. Como se posicionar
frente a questões fundamentais para a humanidade, como mudanças climáticas, por
exemplo, sem alguma base científica?
Para enfrentar esses desafios são necessárias várias ações, não só do ponto de
vista de uma política nacional, mas, também, do ponto de vista regional. A formação de
recursos humanos deve ser ampliada, aperfeiçoada e diversificada; o incremento aos
investimentos em Ciência e Tecnologia (C&T) e Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) deve
ser considerado em todas as áreas do conhecimento humano; e a questão ambiental
deve sempre ser levada em consideração.
Outro ponto fundamental diz respeito à necessidade de redução dos desequilíbrios
regionais, principalmente aqueles ligados à Ciência e Tecnologia (BRASIL, 2002). Uma
sentença que se torna mais contundente quando as políticas estaduais na área da
educação superior não acenam para discussões substantivas sobre a função social e os
169
MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências
físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev.
Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.169, 2012.
problemas de cada unidade do sistema acadêmico, como é o caso, especificamente do
Estado da Bahia (RANGEL, 2005).
Considerando o desequilíbrio regional observado na Bahia, em particular na região
da Chapada Diamantina, e a obrigação das Universidades que lidam com aspectos da
C&T e P&D (especificamente, as instituições públicas) em estreitar os seus laços para
minimizar esses problemas, nomeadamente a Universidade Estadual de Feira de Santana
(UEFS), que tem um Câmpus Avançado em Lençóis, é imprescindível que uma ação
conjunta de seus professores se estabeleça para que o enfrentamento de tais desafios
ocorra de uma maneira mais efetiva.
Com o objetivo de apresentar as Ciências Físicas e as suas relações com o
quotidiano a fim de popularizar as Ciências e não só contribuir na melhoria da qualidade
do ensino-aprendizagem nas Escolas da Educação Básica, como também na formação
dos professores da região da Chapada Diamantina, nasceu o desejo e a idéia de
desenvolver um projeto de extensão na Chapada Diamantina relacionado com as
Ciências Físicas e que congregue o Departamento de Física da UEFS bem como outros
que tenham ações relacionadas ao Campo do Saber da Física.
Para alcançar esse objetivo e essas finalidades, desenvolveram-se diversas
atividades, tais como a proferição de palestras para um público amplo, a realização de
minicursos para professores e a promoção de observações astronômicas com
telescópios.
Nesse sentido, como uma verificação da necessidade e aceitação por parte da
comunidade da realização de tal projeto, no período entre os dias 04 e 07 de outubro de
2007, durante a IV Semana de Ciência e Tecnologia realizada no Câmpus Avançado de
Lençóis, na Chapada Diamantina, desenvolvemos uma atividade piloto denominada As
Ciências Físicas na Chapada Diamantina: aspectos gerais, Astrofísica, e
experimentos de Óptica (NOLASCO, 2007) constituída das seguintes ações: palestras e
discussões com alunos do ensino fundamental e médio, realização de experimentos
didáticos de caráter demonstrativo (vasos comunicantes, reflexão e refração da luz,
dentre outros).
Podemos afirmar que a atividade piloto obteve pleno êxito, visto que as sessões de
apresentação com os alunos foram participativas e o corpo docente da escola se
envolveu, demonstrando forte interesse. Isso nos indicou, portanto, a necessidade de
desenvolvimento de tal ação na Chapada Diamantina, justificando, dessa forma, a
elaboração de um projeto para contemplar as questões indicadas acima.
Extensão é o conjunto de atos praticados por uma instituição no sentido de
integrar-se à sociedade, para atender as finalidades básicas do compromisso político-
social e da prática acadêmica. Refere-se o compromisso social à obrigação da
Universidade em reverter seus benefícios em favor da maioria da população, sem perda
da pluralidade, que é essencial à prática universitária, e sem confundir definição filosófico-
política com postura político partidária; já a prática acadêmica refere-se à extensão como
o elemento articulador do ensino e da pesquisa com a sociedade, outorgando à
Universidade uma função transformadora do meio social. Em termos da natureza das
atividades de extensão, desenvolvemos basicamente aquelas de ‘Divulgação Científica’,
compreendida como a ação em que a Universidade é tomada como um polo de onde
emanam e circulam os produtos culturais/científicos por ela criados, e de ‘Ação Cultural’,
170
MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências
físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev.
Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.170, 2012.
compreendida como a ação em que a Universidade estabelece uma relação com a
comunidade, tanto externa quanto interna, na qual ambas (a Universidade e a
comunidade) comportam-se ativamente como sujeitos objetivando a sensibilização e
conscientização junto às comunidades na valorização e proteção do patrimônio histórico,
artístico, científico e cultural, e visando a uma formação crítica da opinião pública, e,
também à prática humanística. (ÁREA DE FÍSICA DA UEFS, 1998; MILTÃO; FARIAS,
2008).
Antes de relatar as atividades realizadas até o momento, porém, falemos
brevemente sobre essa importante região da Bahia.
SOBRE A CHAPADA DIAMANTINA
Considerando que o espaço físico no qual o trabalho foi desenvolvido é a Chapada
Diamantina, os preceitos da pedagogia nos indicam que devemos contextualizá-lo para
que as ações desenvolvidas ocorram de maneira significativa (MOREIRA, 2006). Nesse
sentido, faremos uma breve descrição da Chapada Diamantina para que aquele cenário
fique melhor compreendido. Com isso, tivemos a oportunidade de, nas argumentações
utilizadas com os professores e estudantes, bem como com a comunidade, nos aproximar
o mais possível de seus conhecimentos prévios.
A Chapada Diamantina está situada na região central do estado da Bahia e
abrange uma área de 38.000 km2
. É uma região de relevo montanhoso, com altitudes que
variam entre 400 m a 1.800 m. Os dois pontos mais elevados da Bahia situam-se nessa
região: o Pico das Almas, com 1.958 m, e o Pico do Barbado, o mais alto do nordeste,
com 2.033 m. De modo geral, seu clima é classificado como tropical semi-úmido, embora
a diversidade de altitude e relevos observada na Chapada Diamantina proporcione a
existência de diversos microclimas. Na parte oeste da Chapada, o clima é tropical com
precipitação pluviométrica que cresce das menores para as maiores altitudes. A média
anual nas áreas mais baixas é cerca de 500 mm; já nas partes mais altas pode
ultrapassar 1.000 mm. Na parte leste, a precipitação média anual é de 670 a 860 mm. As
chuvas são mais abundantes no verão, entre os meses de novembro a janeiro. A
diversidade climática reflete uma grande diversidade vegetal (TEIXEIRA; LINSKER,
2005).
Antes da chegada dos exploradores que procuravam ouro e diamante, essa região
era habitada pelos índios maracás, do grupo dos tapuias. No início do século XVII,
ocorreu a descoberta de ouro no sul da Chapada iniciando-se, assim, a colonização da
região. A exploração do diamante teve início por volta de 1820 na serra do Sincorá. Com
essa exploração, criaram-se povoados que depois originaram as cidades de Mucugê,
Andaraí e Lençóis. O ciclo do diamante nessa região durou cerca de 25 anos. O seu
declínio teve como causas a queda no preço e a concorrência da África do Sul. Uma
alternativa ao declínio da produção do diamante foi a exploração de carbonatos. A partir
de 1870 esse material passou por uma elevação de preços, graças à grande procura no
mercado internacional, uma vez que, em razão de sua alta resistência mecânica, ele era
empregado em máquinas de perfuração, como as utilizadas na construção do canal do
Panamá.
171
MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências
físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev.
Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.171, 2012.
A exploração do diamante e do carbonato teve importância econômica relevante
até as primeiras décadas do século XX. Depois dessa época, observou-se um longo
período de estagnação econômica. A partir da década de 1970, observa-se uma
recuperação econômica da região, tendo como base o turismo e a criação de modernos
polos de agricultura.
Em 1985, criou-se o Parque Nacional da Chapada Diamantina, que tem como
objetivos não só preservar os recursos naturais da região, oportunizando as atividades de
educação e pesquisa, como também contribuir para a preservação de sítios de interesse
histórico-cultural (TEIXEIRA; LINSKER, 2005).
Figura 1: Localização da Chapada Diamantina. Fonte: http://www.floracomunicacao.com.br/wp-
content/uploads/2010/06/mapa-mundi-site.jpg
Figura 2: Localização da Chapada Diamantina, com suas principais cidades. Fonte:
http://www.guiachapadadiamantina.com.br/wpcontent/themes/guiachapadadiamantina/images/mapa_localiz
acao.jpg
172
MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências
físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev.
Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.172, 2012.
ATIVIDADES
Para a consecução do trabalho, adotamos as seguintes estratégias com os seus
respectivos significados:
I. Ciclo de palestras para a comunidade sobre as Ciências Físicas - visa
difundir no seio da comunidade conhecimentos relacionados com as Ciências Físicas,
buscando, de forma dialógica, sensibilizar e conscientizar tal comunidade da
necessidade de valorização e proteção do patrimônio histórico-cultural-ambiental da
Chapada Diamantina;
II. Aperfeiçoamento dos professores do Ensino Fundamental e Médio nas
Ciências Físicas - utilizando a transposição didática, visa desenvolver uma educação
continuada para os professores, propiciando-lhes um panorama atualizado dos temas
das Ciências Físicas;
III. Visitas nas Escolas do Ensino Fundamental e Médio com exposições
sobre as Ciências Físicas - com o fito de demonstrar a beleza e fascínio das Ciências
Físicas e por intermédio da exposição oral e de experimentos, sempre com linguagem
apropriada à percepção cognitiva de estudantes do ensino fundamental e médio, visa
apresentar-lhes temas relacionados a tal Campo do Saber.
DESENVOLVIMENTO
Em termos de desenvolvimento do trabalho, subdividimos cada visita feita à
Chapada Diamantina em três momentos.
Figura 3: Palestra para estudantes
Nos anos de 2007 e 2008, em consonância com as estratégias previamente
definidas, realizaram-se palestras de interesse geral como, por exemplo, “Energia e Meio
173
MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências
físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev.
Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.173, 2012.
Ambiente”, e visitas às escolas, onde foram apresentados tópicos de Física e Astronomia
(energia, gravitação e óptica). No que tange ao mini-curso para a formação dos
professores, já foram apresentados temas de Mecânica Clássica, Termodinâmica,
Eletromagnetismo e Física Moderna e Contemporânea, como suas relações históricas e
sociais e aplicação em Astronomia.
Em 2009, em comemoração ao Ano Internacional da Astronomia, a Fundação de
Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) lançou um edital de popularização de Ciências –
Astronomia. O grupo, que já vinha desenvolvendo o projeto supracitado, concorreu com o
projeto intitulado Sob as Estrelas das EFAs e da Chapada Diamantina: Uma
Astronomia Popular, que foi aprovado.
As EFAs (Escolas Famílias Agrícolas) são escolas que surgem como uma
alternativa viável para o desenvolvimento rural, visando contribuir para a sustentabilidade,
através do trabalho das associações das escolas. Elas promovem uma formação teórica e
prática dos educandos, respeitando a sua cultura e o seu meio, de forma que os mesmos
adquiram conhecimentos técnicos e filosóficos que favoreçam não só o seu próprio
desenvolvimento como também o de sua comunidade. A proposta educacional das EFAs
baseia-se na Pedagogia da Alternância, que atribui grande importância à articulação entre
momentos de atividade no meio socioprofissional do jovem e momentos de atividade
escolar propriamente dita, nos quais se focaliza o conhecimento acumulado,
considerando sempre as experiências concretas dos educandos.
Figura 4: Etapa de formação dos responsáveis pela manutenção e utilização dos Telescópios
Desse modo, o projeto teve sua área de atuação ampliada para outras cidades
além de Lençóis. Com o financiamento da FAPESB, adquiriram-se telescópios que
puderam ser emprestados às escolas para que os interessados realizem, de forma
autônoma, observações astronômicas a partir das orientações da equipe (veja Figura 4).
Esse é um dado importante em um projeto de popularização de ciências em face do
enorme fascínio que a Astronomia exerce sobre as pessoas.
174
MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências
físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev.
Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.174, 2012.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse trabalho objetivamos desenvolver atividades de extensão com a finalidade
de propiciar uma difusão de conhecimentos científicos voltados para uma formação crítica
e uma prática humanística. As atividades deste projeto nos indicam que o interesse tem
aumentado (a considerar a frequência cada vez maior dos participantes), demonstrando
que devemos continuar essas ações. E sua importância não é menor no que tange à
formação de professores, na medida em que os docentes estão aplicando esses
conhecimentos em suas aulas, segundo os depoimentos em sala, nas respectivas escolas
da região.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à UEFS, à FAPESB e ao MEC – PROEXT 2009 o apoio
financeiro.
REFERÊNCIAS
ÁREA DE FÍSICA DA UEFS. Projeto do Departamento de Física da UEFS. Feira de
Santana, BA: PUBLIFIS - Publicações da Área de Física, 1998.
BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Relatório Apresentado ao Ministério da
Ciência e Tecnologia sobre alguns aspectos da física brasileira. Brasília, DF, 2002.
MILTÃO, M. S. R.; FARIAS, F. A. Departamento de Física: Proposta de Atividade de
Extensão de uma Unidade Acadêmica Universitária. Caderno de Física da UEFS, Feira
de Satana, v. 6, n. 1/2, p. 19-29, jan./dez. 2008.
MOREIRA, M. A. A Teoria da Aprendizagem Significativa e sua implementação em
sala de aula. Brasília, DF: Ed. da UnB, 2006.
NOLASCO, M. C. (Org.). Relatório de atividades desenvolvidas na IV Semana de
Ciência e Tecnologia realizada no Campus Avançado de Lençóis. Feira de Santana:
UEFS, 2007. Publicação interna.
RANGEL, H. A caminho do ocaso. A Tarde, ano 92, n. 31.477, p. 2, 13 jun. 2005.
RESENDE, S. A física no Brasil. Estudos da SBF, São Paulo, v. 1, p. 4-39, maio 1994.
SCHWARTZMANN, S. (Org.). Estado atual e papel futuro da ciência e tecnologia no
Brasil (EAFP). Brasília, DF: MCT, 1994.
175
MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências
físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev.
Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.175, 2012.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA (SBF). A física no Brasil na próxima década.
São Paulo, 1990. 3 v.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA (SBF). Física para o Brasil: pensando o futuro.
São Paulo, 2005.
TEIXEIRA, W.; LINSKER, R. (Coord.). Chapada Diamantina: águas no sertão. São
Paulo: Terra Virgem Editora, 2005.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Planejamento anual 2º ano - física
Planejamento anual   2º ano - físicaPlanejamento anual   2º ano - física
Planejamento anual 2º ano - físicaGenivania Martins
 
1º a, b.física márcio-pdf
1º a, b.física márcio-pdf1º a, b.física márcio-pdf
1º a, b.física márcio-pdfFatima Moraes
 
Antropologia - Relatorio XIII SEMANA DA GEOGRAFIA E VIII ENCONTRO DE ESTUDAN...
Antropologia - Relatorio XIII SEMANA DA GEOGRAFIA E  VIII ENCONTRO DE ESTUDAN...Antropologia - Relatorio XIII SEMANA DA GEOGRAFIA E  VIII ENCONTRO DE ESTUDAN...
Antropologia - Relatorio XIII SEMANA DA GEOGRAFIA E VIII ENCONTRO DE ESTUDAN...Jessica Amaral
 
Apresentação pisa com alterações e algumas animações final
Apresentação  pisa  com alterações e algumas animações finalApresentação  pisa  com alterações e algumas animações final
Apresentação pisa com alterações e algumas animações finalAndreus Cruz
 
Cilindro das horas(instruções)
Cilindro das horas(instruções)Cilindro das horas(instruções)
Cilindro das horas(instruções)Manoel Junior
 
Ciencias da natureza_2ªlic_b3(1)
Ciencias da natureza_2ªlic_b3(1)Ciencias da natureza_2ªlic_b3(1)
Ciencias da natureza_2ªlic_b3(1)sergioviroli
 
Biologia geologia 10
Biologia geologia 10Biologia geologia 10
Biologia geologia 10Paulo Ventura
 
6º a.ciências durce-pdf
6º a.ciências durce-pdf6º a.ciências durce-pdf
6º a.ciências durce-pdfFatima Moraes
 
1º a, b.edinaldo geo-pdf
1º a, b.edinaldo geo-pdf1º a, b.edinaldo geo-pdf
1º a, b.edinaldo geo-pdfFatima Moraes
 
Formação de Professores em Educação Física - Rita Verenguer
Formação de Professores em Educação Física - Rita VerenguerFormação de Professores em Educação Física - Rita Verenguer
Formação de Professores em Educação Física - Rita VerenguerRita Verenguer
 
020 10 - readequação ppp bio
020 10 - readequação ppp bio020 10 - readequação ppp bio
020 10 - readequação ppp bioProjeto Rondon
 
Aula 3 relevo_e _sociedade
Aula 3 relevo_e _sociedadeAula 3 relevo_e _sociedade
Aula 3 relevo_e _sociedadeGeisa Andrade
 
Artigo pedrini et al avaliação trilha sub 2008
Artigo pedrini et al avaliação trilha sub 2008Artigo pedrini et al avaliação trilha sub 2008
Artigo pedrini et al avaliação trilha sub 2008AlexandrePedrini
 

Mais procurados (17)

Planejamento anual 2º ano - física
Planejamento anual   2º ano - físicaPlanejamento anual   2º ano - física
Planejamento anual 2º ano - física
 
1º a, b.física márcio-pdf
1º a, b.física márcio-pdf1º a, b.física márcio-pdf
1º a, b.física márcio-pdf
 
Antropologia - Relatorio XIII SEMANA DA GEOGRAFIA E VIII ENCONTRO DE ESTUDAN...
Antropologia - Relatorio XIII SEMANA DA GEOGRAFIA E  VIII ENCONTRO DE ESTUDAN...Antropologia - Relatorio XIII SEMANA DA GEOGRAFIA E  VIII ENCONTRO DE ESTUDAN...
Antropologia - Relatorio XIII SEMANA DA GEOGRAFIA E VIII ENCONTRO DE ESTUDAN...
 
Apresentação pisa com alterações e algumas animações final
Apresentação  pisa  com alterações e algumas animações finalApresentação  pisa  com alterações e algumas animações final
Apresentação pisa com alterações e algumas animações final
 
Cilindro das horas(instruções)
Cilindro das horas(instruções)Cilindro das horas(instruções)
Cilindro das horas(instruções)
 
Ciencias da natureza_2ªlic_b3(1)
Ciencias da natureza_2ªlic_b3(1)Ciencias da natureza_2ªlic_b3(1)
Ciencias da natureza_2ªlic_b3(1)
 
Educação ambiental
Educação ambiental Educação ambiental
Educação ambiental
 
Biologia geologia 10
Biologia geologia 10Biologia geologia 10
Biologia geologia 10
 
Ces1301
Ces1301Ces1301
Ces1301
 
6º a.ciências durce-pdf
6º a.ciências durce-pdf6º a.ciências durce-pdf
6º a.ciências durce-pdf
 
Ciências anual 5º ano
Ciências anual 5º anoCiências anual 5º ano
Ciências anual 5º ano
 
1º a, b.edinaldo geo-pdf
1º a, b.edinaldo geo-pdf1º a, b.edinaldo geo-pdf
1º a, b.edinaldo geo-pdf
 
Formação de Professores em Educação Física - Rita Verenguer
Formação de Professores em Educação Física - Rita VerenguerFormação de Professores em Educação Física - Rita Verenguer
Formação de Professores em Educação Física - Rita Verenguer
 
020 10 - readequação ppp bio
020 10 - readequação ppp bio020 10 - readequação ppp bio
020 10 - readequação ppp bio
 
Aula 3 relevo_e _sociedade
Aula 3 relevo_e _sociedadeAula 3 relevo_e _sociedade
Aula 3 relevo_e _sociedade
 
157 523-1-pb
157 523-1-pb157 523-1-pb
157 523-1-pb
 
Artigo pedrini et al avaliação trilha sub 2008
Artigo pedrini et al avaliação trilha sub 2008Artigo pedrini et al avaliação trilha sub 2008
Artigo pedrini et al avaliação trilha sub 2008
 

Semelhante a Ciências Físicas e Popularização da Astronomia na Chapada Diamantina – Bahia. Relato de uma experiência

Currículo referência ciências da natureza 6º ao 9º ano
Currículo referência ciências da natureza 6º ao 9º anoCurrículo referência ciências da natureza 6º ao 9º ano
Currículo referência ciências da natureza 6º ao 9º anotecnicossme
 
MPEMC AULA 9: Ciências na BNCC
MPEMC AULA 9: Ciências na BNCCMPEMC AULA 9: Ciências na BNCC
MPEMC AULA 9: Ciências na BNCCprofamiriamnavarro
 
MPEMC AULA 10: Alfabetização Científica
MPEMC AULA 10: Alfabetização CientíficaMPEMC AULA 10: Alfabetização Científica
MPEMC AULA 10: Alfabetização Científicaprofamiriamnavarro
 
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...NairysFreitas
 
Ens ciencias no brasil
Ens ciencias no brasilEns ciencias no brasil
Ens ciencias no brasilfimepecim
 
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_ciencias
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_cienciasPc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_ciencias
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_cienciasfranciele_regina
 
PCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de CiênciasPCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de Ciênciasfimepecim
 
Caderno iii-c.-da-natureza- slide
Caderno iii-c.-da-natureza- slideCaderno iii-c.-da-natureza- slide
Caderno iii-c.-da-natureza- slideAndrea Felix
 
O Uso de Reportagens científicas produzidas em um curso de Licenciatura ...
O Uso de Reportagens científicas      produzidas em um curso de Licenciatura ...O Uso de Reportagens científicas      produzidas em um curso de Licenciatura ...
O Uso de Reportagens científicas produzidas em um curso de Licenciatura ...Seminário Latino-Americano SLIEC
 
Como ocorre a relação de interdependência entre os seres vivos e o meio ambiente
Como ocorre a relação de interdependência entre os seres vivos e o meio ambienteComo ocorre a relação de interdependência entre os seres vivos e o meio ambiente
Como ocorre a relação de interdependência entre os seres vivos e o meio ambienteplanocoletivo
 
Curso de jogos transversais(1)
Curso de jogos transversais(1)Curso de jogos transversais(1)
Curso de jogos transversais(1)miguelkallemback1
 
Jornada_Cientifica_2013
Jornada_Cientifica_2013Jornada_Cientifica_2013
Jornada_Cientifica_2013Major Ribamar
 
Cts no currículo de ciências no brasil
Cts no currículo de ciências no brasilCts no currículo de ciências no brasil
Cts no currículo de ciências no brasilJoão Gabriel Sousa
 
Engenharia Sanitária
Engenharia SanitáriaEngenharia Sanitária
Engenharia SanitáriaAtena Editora
 
P236 produção de energia elétrica a partir do enfoque cts
P236 produção de energia elétrica a partir do enfoque ctsP236 produção de energia elétrica a partir do enfoque cts
P236 produção de energia elétrica a partir do enfoque ctsMargarete Borga
 

Semelhante a Ciências Físicas e Popularização da Astronomia na Chapada Diamantina – Bahia. Relato de uma experiência (20)

3 metodologia e-instrumentacao
3 metodologia e-instrumentacao3 metodologia e-instrumentacao
3 metodologia e-instrumentacao
 
Currículo referência ciências da natureza 6º ao 9º ano
Currículo referência ciências da natureza 6º ao 9º anoCurrículo referência ciências da natureza 6º ao 9º ano
Currículo referência ciências da natureza 6º ao 9º ano
 
MPEMC AULA 9: Ciências na BNCC
MPEMC AULA 9: Ciências na BNCCMPEMC AULA 9: Ciências na BNCC
MPEMC AULA 9: Ciências na BNCC
 
MPEMC AULA 10: Alfabetização Científica
MPEMC AULA 10: Alfabetização CientíficaMPEMC AULA 10: Alfabetização Científica
MPEMC AULA 10: Alfabetização Científica
 
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...
 
Educação física e meio ambiente
Educação física e meio ambienteEducação física e meio ambiente
Educação física e meio ambiente
 
Ens ciencias no brasil
Ens ciencias no brasilEns ciencias no brasil
Ens ciencias no brasil
 
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_ciencias
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_cienciasPc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_ciencias
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_ciencias
 
PCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de CiênciasPCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de Ciências
 
Curso
CursoCurso
Curso
 
Caderno iii-c.-da-natureza- slide
Caderno iii-c.-da-natureza- slideCaderno iii-c.-da-natureza- slide
Caderno iii-c.-da-natureza- slide
 
O Uso de Reportagens científicas produzidas em um curso de Licenciatura ...
O Uso de Reportagens científicas      produzidas em um curso de Licenciatura ...O Uso de Reportagens científicas      produzidas em um curso de Licenciatura ...
O Uso de Reportagens científicas produzidas em um curso de Licenciatura ...
 
Como ocorre a relação de interdependência entre os seres vivos e o meio ambiente
Como ocorre a relação de interdependência entre os seres vivos e o meio ambienteComo ocorre a relação de interdependência entre os seres vivos e o meio ambiente
Como ocorre a relação de interdependência entre os seres vivos e o meio ambiente
 
Curso de jogos transversais(1)
Curso de jogos transversais(1)Curso de jogos transversais(1)
Curso de jogos transversais(1)
 
Curso de jogos transversais
Curso de jogos transversaisCurso de jogos transversais
Curso de jogos transversais
 
Jornada_Cientifica_2013
Jornada_Cientifica_2013Jornada_Cientifica_2013
Jornada_Cientifica_2013
 
Cts no currículo de ciências no brasil
Cts no currículo de ciências no brasilCts no currículo de ciências no brasil
Cts no currículo de ciências no brasil
 
Engenharia Sanitária
Engenharia SanitáriaEngenharia Sanitária
Engenharia Sanitária
 
P236 produção de energia elétrica a partir do enfoque cts
P236 produção de energia elétrica a partir do enfoque ctsP236 produção de energia elétrica a partir do enfoque cts
P236 produção de energia elétrica a partir do enfoque cts
 
artigo 1.pdf
artigo 1.pdfartigo 1.pdf
artigo 1.pdf
 

Mais de Miltão Ribeiro

Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...
Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...
Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...Miltão Ribeiro
 
A Global Approach with Cutoff Exponential Function, Mathematically Well Defin...
A Global Approach with Cutoff Exponential Function, Mathematically Well Defin...A Global Approach with Cutoff Exponential Function, Mathematically Well Defin...
A Global Approach with Cutoff Exponential Function, Mathematically Well Defin...Miltão Ribeiro
 
Model for Analysis of Biaxial and Triaxial Stresses by X-ray Diffraction Assu...
Model for Analysis of Biaxial and Triaxial Stresses by X-ray Diffraction Assu...Model for Analysis of Biaxial and Triaxial Stresses by X-ray Diffraction Assu...
Model for Analysis of Biaxial and Triaxial Stresses by X-ray Diffraction Assu...Miltão Ribeiro
 
Uma Proposta de Estudo Filosófico do Ser Social do Movimento Ambiental
Uma Proposta de Estudo Filosófico do Ser Social do Movimento AmbientalUma Proposta de Estudo Filosófico do Ser Social do Movimento Ambiental
Uma Proposta de Estudo Filosófico do Ser Social do Movimento AmbientalMiltão Ribeiro
 
Algumas Considerações sobre a Formação em Física dos Sujeitos das EFAs, consi...
Algumas Considerações sobre a Formação em Física dos Sujeitos das EFAs, consi...Algumas Considerações sobre a Formação em Física dos Sujeitos das EFAs, consi...
Algumas Considerações sobre a Formação em Física dos Sujeitos das EFAs, consi...Miltão Ribeiro
 
Rolamento e atrito de rolamento ou por que um corpo que rola pára
Rolamento e atrito de rolamento ou por que um corpo que rola páraRolamento e atrito de rolamento ou por que um corpo que rola pára
Rolamento e atrito de rolamento ou por que um corpo que rola páraMiltão Ribeiro
 
Reconstruction of magnetic source images using the Wiener filter and a multic...
Reconstruction of magnetic source images using the Wiener filter and a multic...Reconstruction of magnetic source images using the Wiener filter and a multic...
Reconstruction of magnetic source images using the Wiener filter and a multic...Miltão Ribeiro
 
Philosophical-Critical Environmental Education: a proposal in a search for a ...
Philosophical-Critical Environmental Education: a proposal in a search for a ...Philosophical-Critical Environmental Education: a proposal in a search for a ...
Philosophical-Critical Environmental Education: a proposal in a search for a ...Miltão Ribeiro
 
O Ensino de Física e a Educação do Campo: uma relação que precisa ser efetivada
O Ensino de Física e a Educação do Campo: uma relação que precisa ser efetivadaO Ensino de Física e a Educação do Campo: uma relação que precisa ser efetivada
O Ensino de Física e a Educação do Campo: uma relação que precisa ser efetivadaMiltão Ribeiro
 
Casimir energy for a double spherical shell: A global mode sum approach
Casimir energy for a double spherical shell: A global mode sum approachCasimir energy for a double spherical shell: A global mode sum approach
Casimir energy for a double spherical shell: A global mode sum approachMiltão Ribeiro
 
Global approach with cut-off exponential function to spherical Casimir effect
Global approach with cut-off exponential function to spherical Casimir effectGlobal approach with cut-off exponential function to spherical Casimir effect
Global approach with cut-off exponential function to spherical Casimir effectMiltão Ribeiro
 

Mais de Miltão Ribeiro (11)

Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...
Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...
Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...
 
A Global Approach with Cutoff Exponential Function, Mathematically Well Defin...
A Global Approach with Cutoff Exponential Function, Mathematically Well Defin...A Global Approach with Cutoff Exponential Function, Mathematically Well Defin...
A Global Approach with Cutoff Exponential Function, Mathematically Well Defin...
 
Model for Analysis of Biaxial and Triaxial Stresses by X-ray Diffraction Assu...
Model for Analysis of Biaxial and Triaxial Stresses by X-ray Diffraction Assu...Model for Analysis of Biaxial and Triaxial Stresses by X-ray Diffraction Assu...
Model for Analysis of Biaxial and Triaxial Stresses by X-ray Diffraction Assu...
 
Uma Proposta de Estudo Filosófico do Ser Social do Movimento Ambiental
Uma Proposta de Estudo Filosófico do Ser Social do Movimento AmbientalUma Proposta de Estudo Filosófico do Ser Social do Movimento Ambiental
Uma Proposta de Estudo Filosófico do Ser Social do Movimento Ambiental
 
Algumas Considerações sobre a Formação em Física dos Sujeitos das EFAs, consi...
Algumas Considerações sobre a Formação em Física dos Sujeitos das EFAs, consi...Algumas Considerações sobre a Formação em Física dos Sujeitos das EFAs, consi...
Algumas Considerações sobre a Formação em Física dos Sujeitos das EFAs, consi...
 
Rolamento e atrito de rolamento ou por que um corpo que rola pára
Rolamento e atrito de rolamento ou por que um corpo que rola páraRolamento e atrito de rolamento ou por que um corpo que rola pára
Rolamento e atrito de rolamento ou por que um corpo que rola pára
 
Reconstruction of magnetic source images using the Wiener filter and a multic...
Reconstruction of magnetic source images using the Wiener filter and a multic...Reconstruction of magnetic source images using the Wiener filter and a multic...
Reconstruction of magnetic source images using the Wiener filter and a multic...
 
Philosophical-Critical Environmental Education: a proposal in a search for a ...
Philosophical-Critical Environmental Education: a proposal in a search for a ...Philosophical-Critical Environmental Education: a proposal in a search for a ...
Philosophical-Critical Environmental Education: a proposal in a search for a ...
 
O Ensino de Física e a Educação do Campo: uma relação que precisa ser efetivada
O Ensino de Física e a Educação do Campo: uma relação que precisa ser efetivadaO Ensino de Física e a Educação do Campo: uma relação que precisa ser efetivada
O Ensino de Física e a Educação do Campo: uma relação que precisa ser efetivada
 
Casimir energy for a double spherical shell: A global mode sum approach
Casimir energy for a double spherical shell: A global mode sum approachCasimir energy for a double spherical shell: A global mode sum approach
Casimir energy for a double spherical shell: A global mode sum approach
 
Global approach with cut-off exponential function to spherical Casimir effect
Global approach with cut-off exponential function to spherical Casimir effectGlobal approach with cut-off exponential function to spherical Casimir effect
Global approach with cut-off exponential function to spherical Casimir effect
 

Último

LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasCasa Ciências
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...ArianeLima50
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaJúlio Sandes
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 

Último (20)

Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 

Ciências Físicas e Popularização da Astronomia na Chapada Diamantina – Bahia. Relato de uma experiência

  • 1. 167 MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.167, 2012. CIÊNCIAS FÍSICAS E POPULARIZAÇÃO DA ASTRONOMIA NA CHAPADA DIAMANTINA – BAHIA. RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA Milton Souza Ribeiro Miltão 1 Rainer Karl Madejsky 2 Antônio Vieira de Andrade-Neto 3 Péricles César de Araújo 4 Jossel Borges Santos 5 RESUMO O Departamento de Física da UEFS desenvolve um programa de popularização de Ciências, com ênfase em várias áreas das Ciências Físicas, particularmente em Astronomia, na região da Chapada Diamantina Bahia. O trabalho tem como objetivo a apresentação, na forma de palestras, minicursos e realizações experimentais, de conceitos e teorias das Ciências Físicas e, em particular, de suas relações com o cotidiano. Neste artigo descrevemos as atividades realizadas até o momento bem como faremos algumas considerações sobre alguns desdobramentos delas. Palavras-chave: Ciências Físicas. Divulgação Científica. Popularização da Astronomia. PHYSICAL SCIENCES AND ASTRONOMY POPULARIZATION IN THE CHAPADA DIAMANTINA - BAHIA. REPORT OF AN EXPERIENCE ABSTRACT The Physics Department at UEFS develops a program of popularization of science, with emphasis on several areas of the Physical Sciences, particularly Astronomy, in the Chapada Diamantina Bahia Brazil. This work aims to present in the form of lectures, short courses and conducting experiments, theories and concepts of physical sciences and in particular its relations with the everyday. In this paper we describe the activities undertaken so far and we make some considerations about some of these developments. Keywords: Physical Sciences. Scientific Diffusion. Astronomy Popularization 1 Professor adjunto da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tem experiência no Campo do Saber da Física e no Campo do Saber da Educação 2 Professor pleno da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tem experiência na área de Astronomia, com ênfase em Galáxias e Cosmologia observacional 3 Professor titular da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física da Matéria Condensada 4 Professor assistente da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tem experiência nas áreas de Educação Matemática, Probabilidade e Estatística 5 Professor assistente da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Sindicatos, Dissídios Coletivos, Relações de Emprego (Empregador/Empregado)
  • 2. 168 MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.168, 2012. CIENCIAS FISICAS E POPULARIZACIÓN DE LA ASTRONOMIA IN NA REGIÃO DE LA CHAPADA DIAMANTINA – BAHIA. REPORTE DE UMA EXPERIENCIA RESUMEN El Departamento de Física de la UEFS desarrolla un programa de popularización de las Ciencias y en especial en varias áreas de las Ciencias Físicas, particularmente en Astronomia, en la region de la Chapada Diamantina en el estado de Bahia, Brasil. El trabajo tiene el objetivo de hacer presentaciones en forma de conferencias, minicursos y conduciendo experiencias teóricas y conceptuales de la ciencia física, y en particular de las relaciones cotidianas de las personas. En este artículo describimos las actividades desarrolladas hasta ahora y hacemos algunas consideraciones sobre algunos de estos resultados.. Palabras clave: Ciencias Físicas. Popularización Científica. Popularización de la Astronomia. INTRODUÇÃO A ciência desempenha um papel central no mundo contemporâneo por, pelo menos, dois motivos intimamente ligados. Por um lado, há uma estreita relação entre desenvolvimento econômico das nações e sua capacidade de produzir conhecimento e utilizá-lo na produção de riquezas, em particular na produção de bens com alto valor tecnológico agregado. Um exemplo sempre citado é o fato de que aproximadamente um terço do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos é proveniente de tecnologias que têm como base a mecânica quântica. Há vários outros exemplos na história. Um dos mais recentes é a China, cujo rápido desenvolvimento econômico é largamente sustentado em desenvolvimento científico e tecnológico. (RESENDE, 1994; SBF, 1990; SBF, 2005; SCHWARTZMANN, 1994) Por outro lado, a ciência faz parte do arcabouço cultural do ser humano contemporâneo, cuja visão de mundo e estilo de vida são influenciados pelo desenvolvimento científico e tecnológico. Não apenas isso, mas até mesmo o pleno exercício da cidadania passa hoje por algum conhecimento científico. Como se posicionar frente a questões fundamentais para a humanidade, como mudanças climáticas, por exemplo, sem alguma base científica? Para enfrentar esses desafios são necessárias várias ações, não só do ponto de vista de uma política nacional, mas, também, do ponto de vista regional. A formação de recursos humanos deve ser ampliada, aperfeiçoada e diversificada; o incremento aos investimentos em Ciência e Tecnologia (C&T) e Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) deve ser considerado em todas as áreas do conhecimento humano; e a questão ambiental deve sempre ser levada em consideração. Outro ponto fundamental diz respeito à necessidade de redução dos desequilíbrios regionais, principalmente aqueles ligados à Ciência e Tecnologia (BRASIL, 2002). Uma sentença que se torna mais contundente quando as políticas estaduais na área da educação superior não acenam para discussões substantivas sobre a função social e os
  • 3. 169 MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.169, 2012. problemas de cada unidade do sistema acadêmico, como é o caso, especificamente do Estado da Bahia (RANGEL, 2005). Considerando o desequilíbrio regional observado na Bahia, em particular na região da Chapada Diamantina, e a obrigação das Universidades que lidam com aspectos da C&T e P&D (especificamente, as instituições públicas) em estreitar os seus laços para minimizar esses problemas, nomeadamente a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que tem um Câmpus Avançado em Lençóis, é imprescindível que uma ação conjunta de seus professores se estabeleça para que o enfrentamento de tais desafios ocorra de uma maneira mais efetiva. Com o objetivo de apresentar as Ciências Físicas e as suas relações com o quotidiano a fim de popularizar as Ciências e não só contribuir na melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem nas Escolas da Educação Básica, como também na formação dos professores da região da Chapada Diamantina, nasceu o desejo e a idéia de desenvolver um projeto de extensão na Chapada Diamantina relacionado com as Ciências Físicas e que congregue o Departamento de Física da UEFS bem como outros que tenham ações relacionadas ao Campo do Saber da Física. Para alcançar esse objetivo e essas finalidades, desenvolveram-se diversas atividades, tais como a proferição de palestras para um público amplo, a realização de minicursos para professores e a promoção de observações astronômicas com telescópios. Nesse sentido, como uma verificação da necessidade e aceitação por parte da comunidade da realização de tal projeto, no período entre os dias 04 e 07 de outubro de 2007, durante a IV Semana de Ciência e Tecnologia realizada no Câmpus Avançado de Lençóis, na Chapada Diamantina, desenvolvemos uma atividade piloto denominada As Ciências Físicas na Chapada Diamantina: aspectos gerais, Astrofísica, e experimentos de Óptica (NOLASCO, 2007) constituída das seguintes ações: palestras e discussões com alunos do ensino fundamental e médio, realização de experimentos didáticos de caráter demonstrativo (vasos comunicantes, reflexão e refração da luz, dentre outros). Podemos afirmar que a atividade piloto obteve pleno êxito, visto que as sessões de apresentação com os alunos foram participativas e o corpo docente da escola se envolveu, demonstrando forte interesse. Isso nos indicou, portanto, a necessidade de desenvolvimento de tal ação na Chapada Diamantina, justificando, dessa forma, a elaboração de um projeto para contemplar as questões indicadas acima. Extensão é o conjunto de atos praticados por uma instituição no sentido de integrar-se à sociedade, para atender as finalidades básicas do compromisso político- social e da prática acadêmica. Refere-se o compromisso social à obrigação da Universidade em reverter seus benefícios em favor da maioria da população, sem perda da pluralidade, que é essencial à prática universitária, e sem confundir definição filosófico- política com postura político partidária; já a prática acadêmica refere-se à extensão como o elemento articulador do ensino e da pesquisa com a sociedade, outorgando à Universidade uma função transformadora do meio social. Em termos da natureza das atividades de extensão, desenvolvemos basicamente aquelas de ‘Divulgação Científica’, compreendida como a ação em que a Universidade é tomada como um polo de onde emanam e circulam os produtos culturais/científicos por ela criados, e de ‘Ação Cultural’,
  • 4. 170 MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.170, 2012. compreendida como a ação em que a Universidade estabelece uma relação com a comunidade, tanto externa quanto interna, na qual ambas (a Universidade e a comunidade) comportam-se ativamente como sujeitos objetivando a sensibilização e conscientização junto às comunidades na valorização e proteção do patrimônio histórico, artístico, científico e cultural, e visando a uma formação crítica da opinião pública, e, também à prática humanística. (ÁREA DE FÍSICA DA UEFS, 1998; MILTÃO; FARIAS, 2008). Antes de relatar as atividades realizadas até o momento, porém, falemos brevemente sobre essa importante região da Bahia. SOBRE A CHAPADA DIAMANTINA Considerando que o espaço físico no qual o trabalho foi desenvolvido é a Chapada Diamantina, os preceitos da pedagogia nos indicam que devemos contextualizá-lo para que as ações desenvolvidas ocorram de maneira significativa (MOREIRA, 2006). Nesse sentido, faremos uma breve descrição da Chapada Diamantina para que aquele cenário fique melhor compreendido. Com isso, tivemos a oportunidade de, nas argumentações utilizadas com os professores e estudantes, bem como com a comunidade, nos aproximar o mais possível de seus conhecimentos prévios. A Chapada Diamantina está situada na região central do estado da Bahia e abrange uma área de 38.000 km2 . É uma região de relevo montanhoso, com altitudes que variam entre 400 m a 1.800 m. Os dois pontos mais elevados da Bahia situam-se nessa região: o Pico das Almas, com 1.958 m, e o Pico do Barbado, o mais alto do nordeste, com 2.033 m. De modo geral, seu clima é classificado como tropical semi-úmido, embora a diversidade de altitude e relevos observada na Chapada Diamantina proporcione a existência de diversos microclimas. Na parte oeste da Chapada, o clima é tropical com precipitação pluviométrica que cresce das menores para as maiores altitudes. A média anual nas áreas mais baixas é cerca de 500 mm; já nas partes mais altas pode ultrapassar 1.000 mm. Na parte leste, a precipitação média anual é de 670 a 860 mm. As chuvas são mais abundantes no verão, entre os meses de novembro a janeiro. A diversidade climática reflete uma grande diversidade vegetal (TEIXEIRA; LINSKER, 2005). Antes da chegada dos exploradores que procuravam ouro e diamante, essa região era habitada pelos índios maracás, do grupo dos tapuias. No início do século XVII, ocorreu a descoberta de ouro no sul da Chapada iniciando-se, assim, a colonização da região. A exploração do diamante teve início por volta de 1820 na serra do Sincorá. Com essa exploração, criaram-se povoados que depois originaram as cidades de Mucugê, Andaraí e Lençóis. O ciclo do diamante nessa região durou cerca de 25 anos. O seu declínio teve como causas a queda no preço e a concorrência da África do Sul. Uma alternativa ao declínio da produção do diamante foi a exploração de carbonatos. A partir de 1870 esse material passou por uma elevação de preços, graças à grande procura no mercado internacional, uma vez que, em razão de sua alta resistência mecânica, ele era empregado em máquinas de perfuração, como as utilizadas na construção do canal do Panamá.
  • 5. 171 MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.171, 2012. A exploração do diamante e do carbonato teve importância econômica relevante até as primeiras décadas do século XX. Depois dessa época, observou-se um longo período de estagnação econômica. A partir da década de 1970, observa-se uma recuperação econômica da região, tendo como base o turismo e a criação de modernos polos de agricultura. Em 1985, criou-se o Parque Nacional da Chapada Diamantina, que tem como objetivos não só preservar os recursos naturais da região, oportunizando as atividades de educação e pesquisa, como também contribuir para a preservação de sítios de interesse histórico-cultural (TEIXEIRA; LINSKER, 2005). Figura 1: Localização da Chapada Diamantina. Fonte: http://www.floracomunicacao.com.br/wp- content/uploads/2010/06/mapa-mundi-site.jpg Figura 2: Localização da Chapada Diamantina, com suas principais cidades. Fonte: http://www.guiachapadadiamantina.com.br/wpcontent/themes/guiachapadadiamantina/images/mapa_localiz acao.jpg
  • 6. 172 MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.172, 2012. ATIVIDADES Para a consecução do trabalho, adotamos as seguintes estratégias com os seus respectivos significados: I. Ciclo de palestras para a comunidade sobre as Ciências Físicas - visa difundir no seio da comunidade conhecimentos relacionados com as Ciências Físicas, buscando, de forma dialógica, sensibilizar e conscientizar tal comunidade da necessidade de valorização e proteção do patrimônio histórico-cultural-ambiental da Chapada Diamantina; II. Aperfeiçoamento dos professores do Ensino Fundamental e Médio nas Ciências Físicas - utilizando a transposição didática, visa desenvolver uma educação continuada para os professores, propiciando-lhes um panorama atualizado dos temas das Ciências Físicas; III. Visitas nas Escolas do Ensino Fundamental e Médio com exposições sobre as Ciências Físicas - com o fito de demonstrar a beleza e fascínio das Ciências Físicas e por intermédio da exposição oral e de experimentos, sempre com linguagem apropriada à percepção cognitiva de estudantes do ensino fundamental e médio, visa apresentar-lhes temas relacionados a tal Campo do Saber. DESENVOLVIMENTO Em termos de desenvolvimento do trabalho, subdividimos cada visita feita à Chapada Diamantina em três momentos. Figura 3: Palestra para estudantes Nos anos de 2007 e 2008, em consonância com as estratégias previamente definidas, realizaram-se palestras de interesse geral como, por exemplo, “Energia e Meio
  • 7. 173 MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.173, 2012. Ambiente”, e visitas às escolas, onde foram apresentados tópicos de Física e Astronomia (energia, gravitação e óptica). No que tange ao mini-curso para a formação dos professores, já foram apresentados temas de Mecânica Clássica, Termodinâmica, Eletromagnetismo e Física Moderna e Contemporânea, como suas relações históricas e sociais e aplicação em Astronomia. Em 2009, em comemoração ao Ano Internacional da Astronomia, a Fundação de Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) lançou um edital de popularização de Ciências – Astronomia. O grupo, que já vinha desenvolvendo o projeto supracitado, concorreu com o projeto intitulado Sob as Estrelas das EFAs e da Chapada Diamantina: Uma Astronomia Popular, que foi aprovado. As EFAs (Escolas Famílias Agrícolas) são escolas que surgem como uma alternativa viável para o desenvolvimento rural, visando contribuir para a sustentabilidade, através do trabalho das associações das escolas. Elas promovem uma formação teórica e prática dos educandos, respeitando a sua cultura e o seu meio, de forma que os mesmos adquiram conhecimentos técnicos e filosóficos que favoreçam não só o seu próprio desenvolvimento como também o de sua comunidade. A proposta educacional das EFAs baseia-se na Pedagogia da Alternância, que atribui grande importância à articulação entre momentos de atividade no meio socioprofissional do jovem e momentos de atividade escolar propriamente dita, nos quais se focaliza o conhecimento acumulado, considerando sempre as experiências concretas dos educandos. Figura 4: Etapa de formação dos responsáveis pela manutenção e utilização dos Telescópios Desse modo, o projeto teve sua área de atuação ampliada para outras cidades além de Lençóis. Com o financiamento da FAPESB, adquiriram-se telescópios que puderam ser emprestados às escolas para que os interessados realizem, de forma autônoma, observações astronômicas a partir das orientações da equipe (veja Figura 4). Esse é um dado importante em um projeto de popularização de ciências em face do enorme fascínio que a Astronomia exerce sobre as pessoas.
  • 8. 174 MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.174, 2012. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesse trabalho objetivamos desenvolver atividades de extensão com a finalidade de propiciar uma difusão de conhecimentos científicos voltados para uma formação crítica e uma prática humanística. As atividades deste projeto nos indicam que o interesse tem aumentado (a considerar a frequência cada vez maior dos participantes), demonstrando que devemos continuar essas ações. E sua importância não é menor no que tange à formação de professores, na medida em que os docentes estão aplicando esses conhecimentos em suas aulas, segundo os depoimentos em sala, nas respectivas escolas da região. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à UEFS, à FAPESB e ao MEC – PROEXT 2009 o apoio financeiro. REFERÊNCIAS ÁREA DE FÍSICA DA UEFS. Projeto do Departamento de Física da UEFS. Feira de Santana, BA: PUBLIFIS - Publicações da Área de Física, 1998. BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Relatório Apresentado ao Ministério da Ciência e Tecnologia sobre alguns aspectos da física brasileira. Brasília, DF, 2002. MILTÃO, M. S. R.; FARIAS, F. A. Departamento de Física: Proposta de Atividade de Extensão de uma Unidade Acadêmica Universitária. Caderno de Física da UEFS, Feira de Satana, v. 6, n. 1/2, p. 19-29, jan./dez. 2008. MOREIRA, M. A. A Teoria da Aprendizagem Significativa e sua implementação em sala de aula. Brasília, DF: Ed. da UnB, 2006. NOLASCO, M. C. (Org.). Relatório de atividades desenvolvidas na IV Semana de Ciência e Tecnologia realizada no Campus Avançado de Lençóis. Feira de Santana: UEFS, 2007. Publicação interna. RANGEL, H. A caminho do ocaso. A Tarde, ano 92, n. 31.477, p. 2, 13 jun. 2005. RESENDE, S. A física no Brasil. Estudos da SBF, São Paulo, v. 1, p. 4-39, maio 1994. SCHWARTZMANN, S. (Org.). Estado atual e papel futuro da ciência e tecnologia no Brasil (EAFP). Brasília, DF: MCT, 1994.
  • 9. 175 MILTÃO, M. S. R.; MADEJSKY, R. K.; ANDRADE-NETO, A. V.; ARAÚJO, P. C.; SANTOS, J. B. Ciências físicas e popularização da astronomia na Chapada Diamantina- Bahia. Relato de uma experiência. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.2, p.175, 2012. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA (SBF). A física no Brasil na próxima década. São Paulo, 1990. 3 v. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA (SBF). Física para o Brasil: pensando o futuro. São Paulo, 2005. TEIXEIRA, W.; LINSKER, R. (Coord.). Chapada Diamantina: águas no sertão. São Paulo: Terra Virgem Editora, 2005.