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MÓDULO 7: TRANSPORTE


       7.1 Histórico
     O transporte pode ser definido como o conjunto de meios que permitem o
deslocamento físico de pessoas e bens para outro destino. (SARACENI – 2006)
     A evolução do transporte caminhou em duas vertentes: a capacidade
transportada e a tração.
     Vale lembrar que as primeiras cargas foram transportadas, apenas, pela mão
do homem. Posteriormente, com a evolução forma utilizados os animais de grande
porte, tais como: cavalos, burros, camelos e elefantes.
     Para o transporte terrestre a invenção da roda foi um marco histórico. O
aparecimento das carroças permitiu o aumento da capacidade de transporte, seja
por tração humana ou animal. Essas novas descobertas permitiram a movimentação
de volumes maiores e distâncias mais longas.
     A revolução industrial no século XVIII propôs um novo paradigma para o
transporte. O advento da máquina a vapor revolucionou a propulsão (tração) no
carregamento marítimo, além de proporcionar um novo modal no transporte
terrestre, a modalidade ferroviária.
     As primeiras embarcações mo montadas com estrutura metálica, permitiu a
construção maiores do que aquelas com madeira. Neste mesmo contexto, podemos
citar a redução considerável no custo dos transportes.
     Já no final do século XIX, com o surgimento da indústria automobilística
pesada, com a descoberta do caminhão, trouxeram uma maior velocidade e
flexibilidade ao transporte terrestre.
     Finalmente no início do século XX, onde passou a queimar como combustível
óleo em substituição ao carvão, o transporte aéreo passou a fazer parte das
modalidades disponíveis para o transporte pesado.
     Para que todas as possibilidades disponíveis sejam administradas de forma
inteligente, surgiu o conceito da logística.




                                               56
A qual entende que uma carga partindo de um ponto de origem, deve chegar
ao seu destino com um prazo estipulado, a melhor relação custo – benefício
embutido na transação e a satisfação do cliente.


7.2 Experiência da Transpetro
     A empresa Petrobrás Transporte S/A (Transpetro) é uma empresa do grupo
Petrobrás, com atuações na área de armazenamento, transporte marítimo e
dutoviário.
     A estrutura atual permite a redução de custos, uma diminuição de tráfego
pesado na malha rodoviária do país, e com isto aumentando a segurança nas
estradas e proporcionando uma maior proteção ao meio ambiente.
     Abaixo apresentamos um retrato da infra – estrutura do sistema Petrobrás, no
tocante a petróleo, derivado e logístico.


     Reservas Provadas
     Petróleo e condensados = 7,4 bilhões de barris
     Gás natural = 226 bilhões de m3


     Produção Média Diária
     Petróleo e condensados = 1.050 milhares de bpd)
     Gás Natural = 31,13 milhões de m3


     Dutos = 12.104 Km

     Petróleo e produtos de petróleo = 7.860
     Gás Natural = 4.244


     Frota de Navios petroleiros
     Navios da petrobrás = 64
     Navios afretados = 59
`    Tonelagem = 8,18 bilhões de dwt


     Terminais

                                            57
Total = 54
     Capacidade total de armazenagem = 64.278.000 barris




Refinarias
     Total = 11
     Capacidade de refino = 1,83 bpd

     Produção média diária = 1,49 milhões de bpd toneladas dia
Fonte: CARDOSO – 2004



     7.3 Modal Dutoviário
     Oleoduto é o nome dado às tubulações utilizadas para o transporte de grandes
quantidades de petróleo e derivados. Seu modo seguro e econômico de transporte
de líquidos interliga todas as fontes envolvidas no processo: fonte produtora,
refinarias, terminais de armazenagem, bases distribuidoras e centros consumidores.
(IDEM)


     7.3.1 Operação de Descarga
     Em termos gerais, as operações obedecem à seguinte seqüência:
     1. Apresentação por parte do fornecedor o certificado de qualidade do produto
a ser transferido.
     2. A transferência é feita de um tanque de armazenamento da fornecedora para
um tanque do cliente.
     3. Proceder à medição do nível de produto dos tanques e registrar em
documento próprio.
     4. Colher uma amostra do produto para que seja aferida sua especificação, em
caso de necessidade.
     5. Alinhar o caminho percorrido que o produto irá percorrer entre o tanque do
fornecedor até a sucção da bomba até a descarga no tanque do cliente. Dentre
alguns procedimentos, significa fechar e abrir válvulas específicas, evitando desvios
de percurso para direções não pretendidas.



                                           58
6. Com todas as operações anteriores documentadas, é dado início ao
bombeamento do produto, depois da comunicação entre os operadores do
fornecedor e cliente.
     7. Aproximadamente, dez minutos após o início do processo, o operador do
cliente colherá uma amostra para observar, principalmente, se a cor, densidade e
sedimentos estão dentro dos padrões exigidos.


     7.4 Modal Rodoviário
O transporte de cargas é feito através de rodovias, nacionais, internacionais, através
de carretas, caminhões, etc. Em algumas regiões o índice de utilização ultrapassa a
90%.
     A desvantagem de transportar um menor volume de carga individual é
totalmente compensada por uma presença quantitativa e maciça da frota de
caminhões e carretas, associados à agilidade, flexibilidade e velocidade do
transporte.
     Podemos citar como ponto alto desta modalidade o fato deste permitir o
transporte porta a porta, sem a necessidade de complementação de outra forma de
deslocamento da carga.


7.4.1 Carga e Descarga
     No carregamento dos caminhões – tanque as preocupações com a segurança
pessoal, das instalações e do meio ambiente são fundamentais para o sucesso da
operação.
     Portanto, o uso permanente, quando em operação, de equipamentos de
proteção individual e coletiva (EPIs / EPCs) deve se procedimento padrão e
obrigatório por parte daqueles envolvidos na operação de carga e descarga, seja
qualquer modal utilizado.
     As etapas de operação para o carregamento são as seguintes:
     1. O caminhão tanque deve ser cheio até a seta indicadora de nível, conforme
        aferição do INMETRO.




                                         59
2. Para alguns produtos como a gasolina para abastecimento, é necessário um
        medidor volumétrico para que seja verificada a exatidão dos volumes. Neste
        produto existe a mistura de álcool anidro em uma proporção de 24%.
     3. Determinar a temperatura e a densidade do produto. Através de tabela
        específica calcular o fator de correção do volume à temperatura ambiente
        para uma temperatura de 20°
                                  C.
     4. Pesar o caminhão antes e depois de cheio, para que haja um trabalho de
        prevenção contra fraudes.
      As etapas de operações para o recebimento da carga devem observar,
basicamente, os seguintes procedimentos:
   1. Verificar se a “boca” de enchimento e as válvulas de descarga encontram-se
      lacradas.
   2. Aterrar o veículo conectando um cabo – terra a um ponto fixo na estação


   3. Em terreno nivelado, abra a tampa (s) do(s) tanque(s) e verificar se o nível de
      volume do produto.
   4. Retirar uma amostra do produto e verifique aspectos de qualidade relativos à
      cor, partículas em suspensão e densidade,
   5. Verificar a temperatura do nível médio do produto no tanque
   6. Conectar uma “boca” do mangote à válvula de descarga do caminhão tanque
      e a outra à tubulação relativa ao tanque de destino. Executar a operação até
      que todo produto tenha sido transferido.
   7. O cálculo, em litros, do produto obedecerá ao mesmo fator de correção citado
      no item três, da operação de carregamento da carga.


     7.5 Modal Ferroviário
     A carga é transportada em ferrovias e através de diversos tipos de vagões
tracionados. Possui como principal vantagem, a possibilidade do deslocamento de
grandes volumes.
     No caso de grandes volumes de álcool e derivados de petróleo é uma
alternativa que deve ser levada em consideração, tendo em vista principalmente o
resultado da análise da relação custo – benefício.

                                         60
Já como principais desvantagens, podemos citar: a baixa velocidade de
deslocamento e a desvantagem logística de suas rotas imutáveis.
     Ema algumas regiões brasileiras, este modal se apresenta como o principal
meio de transporte de combustíveis, economicamente viável.
     Seja em função da comparação do preço do frete com o modal rodoviário, em
virtude de uma malha dutoviária de pouca extensão territorial ou mesmo diminuindo
o fluxo de tráfego pesado nas estradas do país.
     A falta de investimento durante décadas sucateou boa parte da malha
ferroviário do Brasil. E para tal novos investimentos pesados precisam de aporte
financeiro significativo, com a finalidade de qualificar melhor a infra- estrutura do
setor.
     Como exemplo, pode ser citado as iniciativas da Ferronorte, que através de
novos investimentos possibilitará o transporte de derivado de Paulínia (SP) até
Cuiabá (MT).


     7.6 Modal Hidroviário
     É o modelo de transporte que compreende o meio aquático, seja fluvial ou
marítimo. No meio fluvial a carga é deslocada através dos rios, geralmente em
barcaças. Pode ter conotação nacional ou internacional.
     O meio marítimo a carga é transportada através de mares e oceanos. É o
modal de maior movimentação internacional.
     Diferente das operações de carga e descarga de outros modais, considerados
relativamente simples, a seqüência de procedimentos em navios é bem mais
complexa.
     A alta tecnologia de alguns equipamentos e a necessidade do técnico com
maior grau de especialização a diferencia das outras modalidades de transporte.


     7.6.1 Transporte de Cabotagem
     O transporte de cabotagem é realizado por embarcações por toda orla costeira.
Para transporte de petróleo e derivados, e média, o capacidade dos navios variam
de 35 mil a 90 mil toneladas.


                                         61
A possibilidade de transferência de grandes quantidades de petróleo e
derivados diminui bastante o custo do frete em relação aos modais ferroviário e
rodoviário. Porém esbarra muitas vezes no alto custo portuário.
     A partir do início da década de 90 esta situação vem mostrando grandes
avanços, porém ainda, sem alcançar, relativamente, a supremacia do modal
rodoviário. (CARDOSO - 2004 )


     7.6.2 Sistema de Medição de Tanques em Navios
     Os navios – tanques atualmente possuem sistema automático de medição, com
saída analógica ou digital diretamente do centro de controle de cargas.
     Apesar da alta tecnologia e confiabilidade das medidas utilizando radar como
meio de monitorar o volume total da carga transportada, normalmente, os terminais
preferem adotar os meios tradicionais, seja trenas manuais ou eletrônicas, para
realização desta tarefa.


     7.7 Principais Produtos Transportados
     Os derivados de petróleo são divididos em: óleo cru sem e com aquecimento e
condensados. Portanto compreende uma gama variada de exemplares.
     Abaixo listaremos alguns produtos, de maneira agrupada, respeitando suas
características individuais. Será considerado o grau de importância nas operações
de transferência, importância no cotidiano, além da utilização, seja em máquinas ou
veículos.


     7.7.1 Derivados Escuro de Petróleo
     São cargas derivadas do óleo cru. No processo de estocagem e/ou transporte
deixam resíduos de sedimentos e ”borras”.
     Normalmente são provenientes de processos de refino de óleos combustíveis,
gasóleo de vácuo, etc. Geralmente os navios tanques que o transportam, precisa de
sistema de aquecimento.




                                         62
7.7.2 Derivados Claros de Petróleo
     São produtos de destilação do petróleo, tais como, a nafta, o diesel, querosene,
gasolinas, e solventes. Por não apresentarem resíduos de fundo em sua carga, são
considerados produtos “limpos”.


     7.7.3 Gás Liquefeito de Petróleo
      É uma mistura gasosa de hidrocarbonetos, obtidos do gás natural através do
refino, da estabilização ou de processamento do gás natural.
     Para operação de transporte é mantido em estado líquido através de
processos de refrigeração e/ou pressurização. Consiste basicamente de propano
(C4H10) e butano (C4H10).


     7.7.4 Gás Natural Liquefeito
É o gás natural resfriado a temperatura inferir a -160° para operações de
                                                      C
transferência e estocagem.
     Seu principal componente é metano (CH4), podendo ainda conter quantidades
mínimas de etano, propano e nitrogênio.




                                          63

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Transportes: histórico e modalidades

  • 1. MÓDULO 7: TRANSPORTE 7.1 Histórico O transporte pode ser definido como o conjunto de meios que permitem o deslocamento físico de pessoas e bens para outro destino. (SARACENI – 2006) A evolução do transporte caminhou em duas vertentes: a capacidade transportada e a tração. Vale lembrar que as primeiras cargas foram transportadas, apenas, pela mão do homem. Posteriormente, com a evolução forma utilizados os animais de grande porte, tais como: cavalos, burros, camelos e elefantes. Para o transporte terrestre a invenção da roda foi um marco histórico. O aparecimento das carroças permitiu o aumento da capacidade de transporte, seja por tração humana ou animal. Essas novas descobertas permitiram a movimentação de volumes maiores e distâncias mais longas. A revolução industrial no século XVIII propôs um novo paradigma para o transporte. O advento da máquina a vapor revolucionou a propulsão (tração) no carregamento marítimo, além de proporcionar um novo modal no transporte terrestre, a modalidade ferroviária. As primeiras embarcações mo montadas com estrutura metálica, permitiu a construção maiores do que aquelas com madeira. Neste mesmo contexto, podemos citar a redução considerável no custo dos transportes. Já no final do século XIX, com o surgimento da indústria automobilística pesada, com a descoberta do caminhão, trouxeram uma maior velocidade e flexibilidade ao transporte terrestre. Finalmente no início do século XX, onde passou a queimar como combustível óleo em substituição ao carvão, o transporte aéreo passou a fazer parte das modalidades disponíveis para o transporte pesado. Para que todas as possibilidades disponíveis sejam administradas de forma inteligente, surgiu o conceito da logística. 56
  • 2. A qual entende que uma carga partindo de um ponto de origem, deve chegar ao seu destino com um prazo estipulado, a melhor relação custo – benefício embutido na transação e a satisfação do cliente. 7.2 Experiência da Transpetro A empresa Petrobrás Transporte S/A (Transpetro) é uma empresa do grupo Petrobrás, com atuações na área de armazenamento, transporte marítimo e dutoviário. A estrutura atual permite a redução de custos, uma diminuição de tráfego pesado na malha rodoviária do país, e com isto aumentando a segurança nas estradas e proporcionando uma maior proteção ao meio ambiente. Abaixo apresentamos um retrato da infra – estrutura do sistema Petrobrás, no tocante a petróleo, derivado e logístico. Reservas Provadas Petróleo e condensados = 7,4 bilhões de barris Gás natural = 226 bilhões de m3 Produção Média Diária Petróleo e condensados = 1.050 milhares de bpd) Gás Natural = 31,13 milhões de m3 Dutos = 12.104 Km Petróleo e produtos de petróleo = 7.860 Gás Natural = 4.244 Frota de Navios petroleiros Navios da petrobrás = 64 Navios afretados = 59 ` Tonelagem = 8,18 bilhões de dwt Terminais 57
  • 3. Total = 54 Capacidade total de armazenagem = 64.278.000 barris Refinarias Total = 11 Capacidade de refino = 1,83 bpd Produção média diária = 1,49 milhões de bpd toneladas dia Fonte: CARDOSO – 2004 7.3 Modal Dutoviário Oleoduto é o nome dado às tubulações utilizadas para o transporte de grandes quantidades de petróleo e derivados. Seu modo seguro e econômico de transporte de líquidos interliga todas as fontes envolvidas no processo: fonte produtora, refinarias, terminais de armazenagem, bases distribuidoras e centros consumidores. (IDEM) 7.3.1 Operação de Descarga Em termos gerais, as operações obedecem à seguinte seqüência: 1. Apresentação por parte do fornecedor o certificado de qualidade do produto a ser transferido. 2. A transferência é feita de um tanque de armazenamento da fornecedora para um tanque do cliente. 3. Proceder à medição do nível de produto dos tanques e registrar em documento próprio. 4. Colher uma amostra do produto para que seja aferida sua especificação, em caso de necessidade. 5. Alinhar o caminho percorrido que o produto irá percorrer entre o tanque do fornecedor até a sucção da bomba até a descarga no tanque do cliente. Dentre alguns procedimentos, significa fechar e abrir válvulas específicas, evitando desvios de percurso para direções não pretendidas. 58
  • 4. 6. Com todas as operações anteriores documentadas, é dado início ao bombeamento do produto, depois da comunicação entre os operadores do fornecedor e cliente. 7. Aproximadamente, dez minutos após o início do processo, o operador do cliente colherá uma amostra para observar, principalmente, se a cor, densidade e sedimentos estão dentro dos padrões exigidos. 7.4 Modal Rodoviário O transporte de cargas é feito através de rodovias, nacionais, internacionais, através de carretas, caminhões, etc. Em algumas regiões o índice de utilização ultrapassa a 90%. A desvantagem de transportar um menor volume de carga individual é totalmente compensada por uma presença quantitativa e maciça da frota de caminhões e carretas, associados à agilidade, flexibilidade e velocidade do transporte. Podemos citar como ponto alto desta modalidade o fato deste permitir o transporte porta a porta, sem a necessidade de complementação de outra forma de deslocamento da carga. 7.4.1 Carga e Descarga No carregamento dos caminhões – tanque as preocupações com a segurança pessoal, das instalações e do meio ambiente são fundamentais para o sucesso da operação. Portanto, o uso permanente, quando em operação, de equipamentos de proteção individual e coletiva (EPIs / EPCs) deve se procedimento padrão e obrigatório por parte daqueles envolvidos na operação de carga e descarga, seja qualquer modal utilizado. As etapas de operação para o carregamento são as seguintes: 1. O caminhão tanque deve ser cheio até a seta indicadora de nível, conforme aferição do INMETRO. 59
  • 5. 2. Para alguns produtos como a gasolina para abastecimento, é necessário um medidor volumétrico para que seja verificada a exatidão dos volumes. Neste produto existe a mistura de álcool anidro em uma proporção de 24%. 3. Determinar a temperatura e a densidade do produto. Através de tabela específica calcular o fator de correção do volume à temperatura ambiente para uma temperatura de 20° C. 4. Pesar o caminhão antes e depois de cheio, para que haja um trabalho de prevenção contra fraudes. As etapas de operações para o recebimento da carga devem observar, basicamente, os seguintes procedimentos: 1. Verificar se a “boca” de enchimento e as válvulas de descarga encontram-se lacradas. 2. Aterrar o veículo conectando um cabo – terra a um ponto fixo na estação 3. Em terreno nivelado, abra a tampa (s) do(s) tanque(s) e verificar se o nível de volume do produto. 4. Retirar uma amostra do produto e verifique aspectos de qualidade relativos à cor, partículas em suspensão e densidade, 5. Verificar a temperatura do nível médio do produto no tanque 6. Conectar uma “boca” do mangote à válvula de descarga do caminhão tanque e a outra à tubulação relativa ao tanque de destino. Executar a operação até que todo produto tenha sido transferido. 7. O cálculo, em litros, do produto obedecerá ao mesmo fator de correção citado no item três, da operação de carregamento da carga. 7.5 Modal Ferroviário A carga é transportada em ferrovias e através de diversos tipos de vagões tracionados. Possui como principal vantagem, a possibilidade do deslocamento de grandes volumes. No caso de grandes volumes de álcool e derivados de petróleo é uma alternativa que deve ser levada em consideração, tendo em vista principalmente o resultado da análise da relação custo – benefício. 60
  • 6. Já como principais desvantagens, podemos citar: a baixa velocidade de deslocamento e a desvantagem logística de suas rotas imutáveis. Ema algumas regiões brasileiras, este modal se apresenta como o principal meio de transporte de combustíveis, economicamente viável. Seja em função da comparação do preço do frete com o modal rodoviário, em virtude de uma malha dutoviária de pouca extensão territorial ou mesmo diminuindo o fluxo de tráfego pesado nas estradas do país. A falta de investimento durante décadas sucateou boa parte da malha ferroviário do Brasil. E para tal novos investimentos pesados precisam de aporte financeiro significativo, com a finalidade de qualificar melhor a infra- estrutura do setor. Como exemplo, pode ser citado as iniciativas da Ferronorte, que através de novos investimentos possibilitará o transporte de derivado de Paulínia (SP) até Cuiabá (MT). 7.6 Modal Hidroviário É o modelo de transporte que compreende o meio aquático, seja fluvial ou marítimo. No meio fluvial a carga é deslocada através dos rios, geralmente em barcaças. Pode ter conotação nacional ou internacional. O meio marítimo a carga é transportada através de mares e oceanos. É o modal de maior movimentação internacional. Diferente das operações de carga e descarga de outros modais, considerados relativamente simples, a seqüência de procedimentos em navios é bem mais complexa. A alta tecnologia de alguns equipamentos e a necessidade do técnico com maior grau de especialização a diferencia das outras modalidades de transporte. 7.6.1 Transporte de Cabotagem O transporte de cabotagem é realizado por embarcações por toda orla costeira. Para transporte de petróleo e derivados, e média, o capacidade dos navios variam de 35 mil a 90 mil toneladas. 61
  • 7. A possibilidade de transferência de grandes quantidades de petróleo e derivados diminui bastante o custo do frete em relação aos modais ferroviário e rodoviário. Porém esbarra muitas vezes no alto custo portuário. A partir do início da década de 90 esta situação vem mostrando grandes avanços, porém ainda, sem alcançar, relativamente, a supremacia do modal rodoviário. (CARDOSO - 2004 ) 7.6.2 Sistema de Medição de Tanques em Navios Os navios – tanques atualmente possuem sistema automático de medição, com saída analógica ou digital diretamente do centro de controle de cargas. Apesar da alta tecnologia e confiabilidade das medidas utilizando radar como meio de monitorar o volume total da carga transportada, normalmente, os terminais preferem adotar os meios tradicionais, seja trenas manuais ou eletrônicas, para realização desta tarefa. 7.7 Principais Produtos Transportados Os derivados de petróleo são divididos em: óleo cru sem e com aquecimento e condensados. Portanto compreende uma gama variada de exemplares. Abaixo listaremos alguns produtos, de maneira agrupada, respeitando suas características individuais. Será considerado o grau de importância nas operações de transferência, importância no cotidiano, além da utilização, seja em máquinas ou veículos. 7.7.1 Derivados Escuro de Petróleo São cargas derivadas do óleo cru. No processo de estocagem e/ou transporte deixam resíduos de sedimentos e ”borras”. Normalmente são provenientes de processos de refino de óleos combustíveis, gasóleo de vácuo, etc. Geralmente os navios tanques que o transportam, precisa de sistema de aquecimento. 62
  • 8. 7.7.2 Derivados Claros de Petróleo São produtos de destilação do petróleo, tais como, a nafta, o diesel, querosene, gasolinas, e solventes. Por não apresentarem resíduos de fundo em sua carga, são considerados produtos “limpos”. 7.7.3 Gás Liquefeito de Petróleo É uma mistura gasosa de hidrocarbonetos, obtidos do gás natural através do refino, da estabilização ou de processamento do gás natural. Para operação de transporte é mantido em estado líquido através de processos de refrigeração e/ou pressurização. Consiste basicamente de propano (C4H10) e butano (C4H10). 7.7.4 Gás Natural Liquefeito É o gás natural resfriado a temperatura inferir a -160° para operações de C transferência e estocagem. Seu principal componente é metano (CH4), podendo ainda conter quantidades mínimas de etano, propano e nitrogênio. 63