O poema aconselha alguém a não se culpar pelos pecados do mundo e a procurar conforto no mar, onde poderá esquecer suas mágoas e encontrar esperança e inspiração para sua poesia.
3. Sossega coração,
não intuas os pecados deste mundo como teus,
deles não te avoques, nem deixes que esse imenso
e injusto peso esmague a tua virtuosidade.
Senão; como vais viver e transmitir aos outros
as emoções que te são vitais e à poesia que tanto
amas?
4.
5. Pede que te embarquem - ainda que
temporariamente -
num navio branco, sem fantasmas, sem dores,
onde a morte não saiba fazer nós de
marinheiro,
onde as tuas amarras soltas balancem livres
com o vento,
sobre a espuma da mansidão das ondas.
6.
7. Deixa que a tua tristeza se vá nesse mar-chão
com o escurecer do horizonte do teu fim de dia
e que os sons que te atormentam se esbatam
nos silêncios do oceano,
só quebrados pelo gemido protetor das enxárcias
que o vento acaricia.
8.
9. Depois, noite dentro, debruça-te à proa
e ouve o doce marulhar da água afagando o casco
que, alvo e ligeiro, a sulca.
E assim, temperado de bonança e de sonhos,
suaviza de brandura as tuas mágoas,
abandona-te aos esquecimentos...
10.
11. E verás que o novo dia traz consigo as gaivotas
e a esperança e que o céu te brinda com arrebóis
de púrpuras e ouro,
mostrando o encantamento dos anjos
pelo renovado impulso da tua poesia.
15. FORMATAÇÃO:LUZIA GABRIELE
EMAIL: luziagabriele@hotmail.com
POEMA: EUGÉNIO DE SÁ
IMAGENS: INTERNET
MONTAGENS: LUZIA GABRIELE
MÚSICA:RICHARD CLAYDERMAN AVE MARIA DE
SCHUBERT-PIANO
DATA: 30 DE MARÇO DE 2016
“Fica mais pobre o mundo sem poesia
Sem o fluir do lírico pensar
Desse poeta que agora em estesia
Outras musas divinas vai cantar ”
Eugénio de Sá