O documento discute a Língua Brasileira de Sinais (Libras), incluindo suas definições, mitos, fonologia e unidades mínimas. Libras é reconhecida como uma língua natural completa que usa a modalidade gestual-visual para comunicação pela comunidade surda.
1. “ O SURDO “FALA” COM AS
MÃOS E “OUVE” COM OS OLHOS.
SUAS MÃOS PINTAM QUADROS
DE SEUS PENSAMENTOS E
IDÉIAS”.
2. LIBRAS
ESTUDOS LINGUÍSTICOS
O QUE É LÍNGUA E LINGUAGEM?
DEFINIÇÕES:
Saussure: “ língua não se confunde com linguagem: é somente
uma parte determinada, essencial dela, indubitavelmente. É, ao
mesmo tempo, um produto social da faculdade de linguagem e
um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo
social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos”.
Chomsky: “O conceito de língua pode ser analisado
considerando-se duas perspectivas: a língua externa e a língua
interna”.
Stokoe: “ as línguas de sinais são, portanto, consideradas pela
linguística como línguas naturais ou como um sistema linguístico
legítimo e não como um problema do surdo ou como uma
patologia da linguagem.”
3. DEFINIÇÃO DA LIBRAS
Libras é a Língua de Sinais Brasileira,
utilizada pela comunidade surda, sua
modalidade é gestual-visual.
A Libras é um sistema de comunicação
arbitrário, composto por símbolos com
significados convencionais, dentro de uma
cultura ou comunidade, por meio das quais
constroem um conjunto de regras
gramaticais.
4. ICONICIDADE E
ARBITRARIEDADE
Sinais Icônicos: Os sinais se apresentam em
forma icônica, ou seja, em formas
linguísticas que tentam imitar o referencial
real e suas características visuais.
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5. ICONICIDADE E
ARBITRARIEDADE
Sinais Arbitrários: Os sinais arbitrários não
representam as características visuais do
referencial real. Na Libras a maioria dos
sinais são arbitrários, ou seja, abstratos
ou complexos.
ACEITAR ADIAR ALUGAR
6. LIBRAS
ESTUDOS LINGUÍSTICOS
Desmistificações referente a Libras
Mito 1: A língua de sinais seria uma mistura de pantomima e
gesticulação concreta, incapaz de expressar conceitos abstratos.
Mito 2: Haveria uma única e universal língua de sinais usada por todas
as pessoas surdas.
Mito 3: Haveria uma falha na organização gramatical da língua de
sinais, que seria derivada das línguas de sinais, sendo sem estrutura
própria, subordinado e inferior às línguas orais.
Mito 4: A língua de sinais seria um sistema de comunicação
superficial, com conteúdo restrito, sendo estética, expressiva e
linguisticamente inferior ao sistema de comunicação oral.
7. LIBRAS
Fonologia das Línguas de Sinais
“Contrário ao modo como muitos definem a surdez(...) pessoas
surdas definem-se em termos culturais e linguísitcos.
( Wrigley, 1996, p.13)
Fonologia
Fonologia das línguas de sinais é o ramo da linguística que objetiva
identificar a estrutura e a organização dos constituintes fonológicos,
propondo modelos descritivos e explanatórios. A primeira tarefa da
fonologia para língua de sinais é determinar quais são as unidades
mínimas que formam os sinais. A segunda tarefa é estabelecer quais
são os padrões possíveis de combinação entre essas unidades e as
variações possíveis no ambiente fonológico.
8. LIBRAS
Fonologia das Línguas de Sinais
“Contrário ao modo como muitos definem a surdez(...) pessoas
surdas definem-se em termos culturais e linguísitcos.
( Wrigley, 1996, p.13)
As unidades mínimas (fonemas) de acordo com o Stokoe são:
a) Configuração de mão (CM)
b) Locação da mão (L)*
c) Movimento da mão (M)
* Ponto de Articulação
9.
10. LIBRAS
Fonologia das Línguas de Sinais
Configuração de mão
Conforme Ferreira-Brito,a língua de sinais brasileira
apresenta 46 CMs, um sistema bastante similar àquele da
ASL, embora nem todas as línguas de sinais partilhem o
mesmo inventário. As CMs da língua de sinais brasileira
foram descritas a partir de dados coletados nas principais
capitais brasileiras.
13. LIBRAS
Fonologia das Línguas de Sinais
Locação
Friedman afirma que locação “é aquela área no corpo, ou no
espaço de articulação definido pelo corpo, em que ou perto da qual
o sinal é articulado”.
14. LIBRAS
Fonologia das Línguas de Sinais
Orientação da mão (Or)
Orientação é a direção para a qual a palma da mão aponta na
produção do sinal. Ferreira- Brito (1995, p.41), na língua de sinais
brasileira, enumeram seis tipos de orientações da palma da mão:
para cima, para baixo, para o corpo, para frente, para direita e
para esquerda.
15. LIBRAS
Fonologia das Línguas de Sinais
Expressões não-manuais ( ENM)
.
As expressões não manuais (movimento da face,
dos olhos, da cabeça ou do tronco) prestam-se a
dois papéis nas línguas de sinais: marcação de
construções sintáticas e diferenciações de itens
lexicais. As expressões não-manuais que têm
função sintática marcam sentenças
interrogativas sim-não, interrogativas,
topicalizações, concordância e foco.
17. LIBRAS
Fonologia das Línguas de Sinais
Restrições na formação de sinais
Restrições físicas e linguísticas especificam possíveis
combinações entre as unidades mínimas ( CM, M e L) na
formação de sinais.
Há duas restrições fonológicas na produção de diferentes
tipos de sinais envolvendo as duas mãos: a condição de
simetria e a condição de dominância.