3. Mise-en-scène
■ Onde você coloca a câmera e o que você quer registrar com ela? No cinema:
– Locação
– Figurino e maquiagem
– Iluminação
– Atuação (experiência humana denotada)
10. Beco dos Bandidos (1890)-
Jacob A. Riis para o NewYork
Tribune. A série causou tanto
impacto que despertou um
movimento por melhores
condições de moradia para
os imigrantes.
12. Crianças em mina de
carbono na
Pensilvânia/EUA (1911).
Francis Hine
13. Mudança no ato fotográfico
“O essencial é que, ao arrancar do mundo um pedaço de
espaço, o ato fotográfico faz dele um novo mundo (espaço
representado), cuja organização interna se elabora a
partir da própria forma gerada pelo recorte” (DUBOIS, P.)
16. Susan Sontag e as fotos de guerra
(Diante da dor dos outros)
“Ao contrário de um relato escrito – que, conforme sua
complexidade de pensamento, de referências e de
vocabulário, é oferecido a um número maior ou menor
de leitores -, uma foto só tem uma língua e se destina
potencialmente a todos.”
20. REEKIE/1865 - Restos da Batalha de Cold Harbor fotografado por um auxiliar de Brady
21. Marilena Chauí - Ideologia
“Esse ocultamento da realidade social chama-se
ideologia. Por seu intermédio, os dominantes
legitimam as condições sociais de exploração e
dominação, fazendo com que pareçam
verdadeiras e justas”.
22. “Algo se torna real – para quem
está longe, acompanhando em
forma de ‘notícia’ – ao ser
fotografado. Mas, não raro, uma
catástrofe vivenciada se
assemelhará, de maneira
misteriosa, à sua representação.”
(Susan Sontag)
23. “Numa era sobrecarregada de
informação, a fotografia oferece um
modo rápido de apreender algo e uma
forma compacta de memorizá-lo. A foto
é como uma citação ou uma máxima ou
provérbio.”
(Sontag)
27. Robert Capa: fotógrafos politicamente
engajados, centrados na guerra e nas
vítimas;
Escolha de pautas ideológica.
28. Diferentes usos ideológicos
da mesma foto:
- Dependem do contexto (legenda)
- Associação ao tema retratado na
foto
David Seymour (Chim)
Espanha (1936)
30. Foto: OBJETIVIDADE + PONTO DEVISTA
Fotos menos elaboradas são tidas como mais autênticas.
Para um registro de algo evento ocorrido, a fotografia amadora pode
concorrer igualmente com uma foto feita por um profissional.
31. Fotos da Guerra doVietnã de Larry
Burrows publicadas na Life a partir de
1962 reforçaram o movimento
pacifista.
44. “Os indivíduos não são colocados mais
no quadro de uma imagem pela sua
singularidade ou simplesmente porque
elas aí estão – eles e ninguém mais -, eles
são escolhidos por sua representatividade
estatística, sua conformidade com um
modelo de alteridade aceitável –
portanto, assimilável –, pelos cânones da
visão ocidental, publicitária, do mundo:
bastante “outros” para serem exóticos,
suficientemente “mesmos” para merecer
nosso interesse e suscitar nossa
compaixão.” (Edgar Roskis)
48. ETHOS, PATHOS E
LOGOS NA
FOTOGRAFIA
A Câmara Clara (Barthes)
A Estrutura Ausente (2001), Umberto Eco
49. Bresson
■ Algumas vezes acontece de o fotógrafo paralisar, atrasar, esperar para que a cena
aconteça. Outras vezes, há uma intuição de que todos os elementos da cena estão lá,
exceto por um pequeno detalhe. Mas que detalhe?Talvez alguém repentinamente
entrando no enquadramento do visor. O fotógrafo, então acompanha seu movimento
através do visor da câmera. Espera, espera e espera, até que finalmente aperta o
botão – e então sai com a sensação que captou algo (embora não saiba exatamente o
quê). Mais tarde, no laboratório, ele faz uma ampliação da foto e procura nela as
figuras geométricas que aparecem à análise e o fotógrafo se dá conta, então, de que a
foto foi feita no instante decisivo (CARTIER-BRESSON, 1952: 68).
Notas do Editor
Na fotografia: os conteúdos do quadro e a maneira como eles são organizados
“A encenação está por toda a parte, nada se pode imaginar sem ela.” (Jacques Aumont)
Oscar Gustave Rejlander é considerado o pai da fotografia de arte. Ele usava elementos da mise-en-scène teatral nas fotos, por meio da composição de vários negativos.
Uma das marcas de Oscar Gustave era o uso de humor e a forma como ele conseguia captar a verdade do ser humano em suas fotos. Seus retratos serviram de base para estudos de Darwin sobre o comportamento humano.
Henry Peach Robinson era outro fotógrafo pictorialista que usava a combinação de vários negativos. Aqui, ele introduz várias técnicas de iluminação, figurin, maquiagem e cenografia.
Este autorretrato de Hippolyte Bayard foi um verdadeiro ato cênico: ele o fez como um manifesto por ter sido ignorado pelo governo francês e não ter tido reconhecimento pelo invento da fotografia. Na foto, ele encena um suicida que se mata por afogamento (abandonado pelo governo francês e abandonado à própria sorte). A foto é um símbolo da morte da fotografia na fotografia para o próprio autor.
“…com a primeira cobertura ‘fotojornalística’ de guerra nasce a censura prévia ao fotojornalismo” (SOUZA, 2000: 34)
Fotos wtc
Quando os fotógrafos passam a atender às demandas de mercado, qual é o viés ideológico? Como combinar essas duas questões?
“Não há palavras para descrever o horror”
Ano de 1945: libertação dos campos de concentração fotos de Yosuke Yamahata da incineração da população de Hiroshima e Nagasaki
“Não há palavras para descrever o horror”
Ano de 1945: libertação dos campos de concentração fotos de Yosuke Yamahata da incineração da população de Hiroshima e Nagasaki
Em um primeiro momento, a foto foi usada como propaganda da represália das potências ocidentais à revolta dos Boxers.
Hoje, as fotos são usadas para demonstrar o mal que as civilizações do ocidente causaram no povo chinês.
Com a fotografia digital, fica difícil saber se a imagem foi manipulada.
A reprodução do olhar hegemônico
Por que se tratam diferentemente os outsiders dos estabelecidos?
Existe uma tendência a se “naturalizar” posições que, pelo contrário, deveriam ter diferentes pontos de vista e suscitar o debate.
Será que essa realidade tem perspectiva para que se mude?