O documento resume a história da fotografia desde sua origem com a câmera escura até o desenvolvimento do fotojornalismo moderno. Aborda os principais marcos como a invenção do daguerreótipo, o uso da fotografia na imprensa e em guerras, e a popularização da fotografia com a criação da câmera Kodak. Também destaca fotógrafos pioneiros do fotojornalismo como Jacob Riis, Erich Salomon e Robert Capa.
7. Daguerreótipo: 1837
■ Daguerre criou placas de prata,
iodadas e expostas nessa câmera
obscura, que eram manipuladas
e expostas a uma luz para gerar
as imagens
■ As placas eram caras e
guardadas como joias
■ Com o tempo, as fotos
começaram a ser usadas como
base para pinturas. Os
daguerreótipos de Octavius Hill
(1843) ficaram mais famosos do
que seus afrescos
10. Pintura x Fotografia
A fotografia não substituiu, a princípio, as pinturas de paisagens, mas os
retratos em miniatura. Por volta de 1840 quase todos esses retratistas
viraram fotógrafos.
11. Pintura x Fotografia
“A técnica mais exata pode dar às suas criações um valor mágico que
um quadro nunca mais terá para nós. (...) A natureza que fala à
câmara não é a mesma que fala ao olhar; é outra, especialmente
porque substitui a um espaço trabalhado conscientemente pelo
homem, um espaço que ele percorre inconscientemente. Percebemos,
em geral, o movimento de um homem que caminha, ainda que em
grandes traços, mas nada percebemos de sua atitude na exata fração
de segundo em que ele dá um passo. (...) Só a fotografia revela esse
inconsciente ótico, como só a psicanálise revela o inconsciente
pulsional.”
(BENJAMIN, 1931,W. p. 94)
12. A repercussão
■ Quando do surgimento, o debate girava em torno de “instrumento
diabólico” a “instrumento que possibilitaria novas descobertas”
■ A fotografia viveu um apogeu no primeiro decênio – o que precede a
sua industrialização
■ Logo depois, ela virou domínio público, o que possibilitou que seus
estudos se ampliassem e novas técnicas e lentes fossem desenvolvidas
■ De 1850 a 1870 – chapas “úmidas” e de vidro – poderiam ser
reproduzidas, mas deveriam ser reveladas na hora
■ 1871– chapa seca: aumentou sensibilidade e possibilitou que se
revelasse posteriormente
■ “Fazer as coisas se aproximarem de nós, ou antes, das massas, é uma
tendência tão apaixonada do homem contemporâneo quanto a
superação do caráter único das coisas, em cada situação, através de sua
reprodução.” (BENJAMIN, 1931, p. 101)
13. 1888: George Eastman - Kodak
■ Criador do filme de nitrocelulose (substituto da chapa de vidro)
■ Câmera Kodak – 1888 – “Você aperta o botão, nós fazemos o resto”
20. REEKIE/1865 - Restos da Batalha de Cold Harbor fotografado por um auxiliar de Brady
21. Primeira foto veiculada na imprensa:
1880
A introdução da fotografia na imprensa é um fenômeno de
importância capital. Ela muda a visão das massas. Até então o
homem vulgar apenas podia visualizar fenômenos que se passavam
perto dele, na rua, na sua aldeia.Com a fotografia abre-se uma
janela para o mundo. Os rostos das personagens políticas, os
acontecimentos que têm lugar no próprio país ou fora de fronteiras
tornam-se familiares.Com o alargamento do olhar o mundo encolhe-
se.”
(FREUND, 1995: 105).
22. Daily Graphic – A Scene in the Shantytown (4 de março de 1880) –Primeira
foto veiculada pela imprensa.
23. Fotojornalismo como crítica social
■ How the Other Half Lives - Jacob A. Riis para o NewYorkTribune – série fotográfica
denuncia condições de trabalho precárias dos imigrantes em 1890
24. Beco dos Bandidos (1890)-
Jacob A. Riis para o NewYork
Tribune. A série causou tanto
impacto que despertou um
movimento por melhores
condições de moradia para
os imigrantes.
25. Fotografia como crítica social
■ Seguindo os passos de Riis, LewisW. Hine, sociólogo que entre 1908 e 1914,
trabalhou na captura de imagens da jornada de trabalho de até 12 horas de crianças
em fábricas, campos e minas, publicando esse material em vários jornais dos Estados
Unidos causando extrema comoção, forçando os legisladores norte americanos, em
1918, a instituir mudanças de algumas leis sobre trabalho infantil. O que culmina, mas
somente em 1938, na promulgação de uma legislação completa para o trabalho
infantil em solo Norte Americano.
27. Crianças em mina de
carbono na
Pensilvânia/EUA (1911).
Francis Hine
28. Nos meios impressos
■ Até a década de 1910, as fotos eram escolhidas pela qualidade técnica
■ Com a simplificação das câmeras, pessoas sem formação especializada tornaram-se
fotógrafos. A profissão era vista como desagradável, intrometidos, mal educados, o
que dificultava o acesso a eventos.
■ As fotos eram meras ilustrações do texto jornalístico
– O status do fotógrafo de imprensa durante quase meio século foi considerado como
inferior, tido como comparável ao de um simples servidor ao qual se dão ordens
mas que está privado de qualquer iniciativa. Era preciso uma outra raça de
repórteres fotográficos para dar prestígio a essa profissão (FREUND, 1995: 109).
36. Fotojornalismo: renascimento no pós-
Guerra
■ Cobertura da primeira guerra eleva o status da profissão
■ Formação especializada, fotógrafos da alta sociedade
■ Chegada da Ermanox (1925) e Leica (1927): pequenas, leves, claras, permitiram o
surgimento da foto espontânea
As fotografias sem flash tinham se tornado possíveis... Essas fotos são vivas porque não são
posadas. Isso será o início do Fotojornalismo moderno. Já não será a nitidez de uma imagem que
dará seu valor, mas seu assunto e a emoção que ela deverá ser capaz de suscitar (FREUND,
1995:115).
37. Erich Salomon
(1896 – 1944)
Inventor das fotos espontâneas
“O Rei dos Indiscretos”
Fotografou entre 1928 e 1936
...considerado o pai do fotojornalismo moderno,
não só por ter introduzido a “foto natural”, não
protocolar, obtida através de instantâneos,
captando assim aspectos ainda até então
desconhecidos do olho humano, mas ainda pelos
expedientes que usava para obter esses
flagrantes. Salomon costumava esconder a
câmara ou usar aparelhos silenciosos, para
melhor se aproximar das pessoas sem ser
notado (FARIA e ZANCHETTA, 2002: 132)
38. Cobertura de um julgamento para a
Berliner Illustrierte. Erich Solomon (1928)
40. Albert Einstein e o Primeiro-ministro da Inglaterra Ramsay MacDonald conversam
durante sua visita à Alemanha. Erich Salomon (1931)
41. Solomon sobre o fotojornalismo:
■ A atividade de um fotógrafo de imprensa que quer ser mais do que um artesão é uma
luta contínua pela imagem.Tal como o caçador está obcecado pela sua paixão de caçar,
também o fotógrafo está obcecado pela fotografia única que quer obter. É uma batalha
contínua. É preciso lutar contra os preconceitos por causa dos fotógrafos que continuam
a trabalhar com flash; lutar contra administração, os empregados, a polícia, os guardas;
contra a má luz e as grandes dificuldades em fazer fotografias de pessoas que estão em
movimento. É preciso apanhá-las no momento preciso em que estão imóveis. Depois, é
preciso lutar contra o tempo. Pois cada jornal tem um deadline ao qual é preciso
antecipar-se. Antes de tudo o mais, um repórter fotográfico deve ter uma paciência
infinita, e não se enervar nunca; deve estar ao corrente dos acontecimentos e saber a
tempo e horas onde é que irão desenrolar-se. Se necessário, devemos servir-nos de toda
espécie de astúcias, mesmo que elas nem sempre sejam bem sucedidas (SALOMON,
1931: 12).
Modelos de Hill – timidez
Depois a regra era: não olhe para a câmera
“as pessoas não ousavam a princípio olhar por muito tempo as primeiras imagens. A nitidez da fisionomia assustava, e tinha-se a impressão que os pequenos rostos humanos eram capazes de ver-nos”
Em um primeiro momento, a foto foi usada como propaganda da represália das potências ocidentais à revolta dos Boxers.
Hoje, as fotos são usadas para demonstrar o mal que as civilizações do ocidente causaram no povo chinês.