2. O que já vimos
■ História da fotografia
■ História do fotojornalismo
■ Fotografia e arte
■ Movimentos do fotojornalismo no século XX
■ Estética de grandes nomes do fotojornalismo
■ Fotojornalismo no Brasil
■ Os gêneros do fotojornalismo
■ Fotojornalismo e política / dor / esportivo
■ Recursos das câmeras profissionais
■ Manipulações digitais, questões éticas e legais
■ Pós-produção básica
4. ... E o mercado, tá como?
Vídeo: Karolina Bergamo (2013)
5. Seria a “morte” do fotojornalismo?
■ O fotojornalismo também está sendo afetado pela
crise dos veículos impressos
■ O fotojornalismo já passou por outros momentos de
crise e readaptação:
– TV x Revistas ilustradas (anos 1950 e 1960)
– Fotografia digital x Credibilidade do fotojornalismo
(anos 1990)
– Espetacularização e sensacionalismo (anos 1990)
– Internet e produção de conteúdo cidadão (anos
2000) – morte decretada por alguns
6. Forma tradicional de se entrar no
fotojornalismo de imprensa
■ Criar um portfolio e tentar vender fotos como
freelancer para agências de fotojornalismo
■ Agências nacionais: Gazeta Press (esporte),
FuturaPress, Agência Eleven, Photopress, i7
■ Agências maiores: AFP, Reuters, GettyImages
7. Competências básicas do fotojornalista
■ Domínio da linguagem, técnicas e equipamentos
fotográficos
■ Sensibilidade
■ Capacidade de enxergar o valor notícia da situação
■ Rapidez de reflexos
■ Curiosidade
■ Intuição, sentido de oportunidade
■ Jogo de cintura
Segundo SOUSA (2004)
14. O valor do contexto
■ Com as câmeras digitais gravando mais de 30 frames por segundo
em full HD, perde-se o sentido do instante decisivo
■ Hoje, a fotografia jornalística é vista como uma porta de entrada do
leitor para mais conteúdo. Ele clica para buscar revelar camadas de
conteúdo e contexto – por isso ela deve ser instigante.
■ O fotojornalismo de contexto está sempre vinculado ao jornalismo
longform. Como descobrir mais sobre a história que as fotos
contam? A resposta disso deve ser oferecida ao usuário.
■ Com o espaço ilimitado da plataforma digital, cabe ao próprio
fotojornalista escolher como desenvolver a sua narrativa (storytelling).
■ Ganha espaço novamente a fotografia de autor, já que o próprio
fotógrafo é quem realiza a edição da reportagem
15. Por que mesclar foto e vídeo?
“Eu passei a entender que uma foto parada faz algo
que o vídeo nunca poderá fazer, que é permitir-nos
encarar os olhos e a alma do sujeito de uma forma
muito diferente. Nós podemos ficar mais tempo ali,
enquanto o video sempre está movendo.”
(Candace Barbot, videographer)
16. Falando em vídeo...
■ Nova demanda do mercado: incorporar o trabalho
de videografista no então fotojornalista
■ Os jornais produzem vídeos para web distanciando-
se do telejornalismo – mais próxima ao
documentário (TV Folha, TV Estadão, Al Jazeera,
Wall Street Journal, The New York Times)
■ Transição do impresso para o vídeo nas redações
17. Desafios:
■ Treinamento dos fotojornalistas antigos
■ Investimento em acessórios de audiovisual e
recursos humanos
■ Acúmulo de funções (fotógrafo + videografista +
repórter)
■ Mudança no olhar do fotojornalista – não é mais um
frame, mas uma história inteira
Fotojornalista videografista
18. Fotojornalista videografista
Vantagens:
■ O fotógrafo já tem um olhar desenvolvido para captar
cenas esteticamente boas
■ Custo menor do que de uma equipe de reportagem
■ Maior discrição (equipamento e equipe), o que
possibilita ter uma visão mais intimista e informal do
assunto
■ Ao juntar o trabalho visual do fotojornalista com as
vozes dos personagens, alcança-se um novo patamar de
storytelling e autenticidade para o conteúdo, quebrando
o “autoritarismo” da fotografia
19. The Power of Gold (New York Times)
Equipe: um jornalista brasileiro (infografista) e dois fotojornalistas
20. Sobre vídeos jornalísticos para web
■ Entrevista com os envolvidos sobre os bastidores
da matéria (estratégia de edição da TV Folha)
■ Mostrar a que veio nos primeiros 10 segundos
■ Gravar muitas imagens, mesmo que não tão boas,
para não ficar nenhuma parte da história de fora
■ Pensar previamente na edição para não faltar
nenhuma imagem quando voltar da rua
■ Ênfase e cuidado muito grandes na escolha da
trilha sonora e da edição do vídeo
21. Hipermídia: multimídia + hipertexto
“Hipermídia é o conjunto de meios que
permite acesso simultâneo a textos,
imagens e sons de modo interativo e não-
linear, possibilitando fazer links entre
elementos da mídia, controlar a própria
navegação e, até, extrair textos, imagens e
sons cuja sequência constituirá uma versão
pessoal desenvolvida pelo usuário.”
(GOSCIOLA, 2003, p. 34).
22. Hiperfotografia: quando os links estão
nas fotos (elas são os nós)
"É possível pensar em fotografias (ou até pedaços
de fotografias) como nós que linkam para uma
variedade de outras mídias, o que eu chamo de
hiperfotografia, ao invés de imagens que se
acabam nelas mesmas. Neste sentido, o leitor se
torna muito mais responsável na revelação de uma
história quando ele tem que escolher caminhos
para seguir como um meio de explorar ideias
variadas, mais do que ter sido apresentado apenas
uma sequência possível."
(Fred Ritchin)
23. Renovação: a imagem ganha
importância novamente nas narrativas
jornalísticas imersivas
■ Superação de limitações tecnológicas (bandas,
qualidade da fotografia digital):
– Parallax scrolling
– Carregamento em fases (sites não são mais tão
pesados)
– Conteúdo em camadas
29. Convergência no jornalismo
“La convergencia periodística es un proceso
multidimensional que, facilitado por la
implantación generalizada de las tecnologías
digitales de telecomunicación, afecta al
ámbito tecnológico, empresarial, profesional y
editorial de los medios de comunicación,
propiciando una integración de
herramientas, espacios, métodos de
trabajo y lenguajes anteriormente
disgregados, de forma que los periodistas
elaboran contenidos que se distribuyen a
través de múltiples plataformas, mediante los
lenguajes propios de cada una.” (Salaverría,
García Avilés e Masip, 2007)
30. Fases da adaptação da imprensa
■ Pré-adaptativa: anos 90, quando ainda se
mesclavam as tecnologias analógicas e digitais
■ Adaptativa: quando todos os profissionais e
recursos passaram a ser totalmente digitais
■ Convergente: mudança tanto no modo de
produção como no de consumo das imagens,
utilizando-se de linguagem multimídia
(SILVA JUNIOR, José Afonso, 2012)
31. Cinco hipóteses para o fotojornalismo
em cenários de convergência
■ Hipótese 1 – A base tecnológica digital compõe toda a
cadeia de produção do fotojornalismo na convergência
■ Hipótese 2 – Ocorre tanto a utilização da fotografia como
elemento multimídia, como a multimídia na fotografia
■ Hipótese 3 – A produção de fotojornalismo em modo de
convergência se orienta a uma circulação em multiplataforma
■ Hipótese 4 – A polivalência profissional é característica
necessária a produção de fotojornalismo em modo de
convergência
■ Hipótese 5 – A cooperação e ação em rede interconectada
entre agentes integra a cadeia do fotojornalismo em cenários
de convergência
(SILVA JUNIOR, José Afonso, 2012)
32. Trocando em miúdos: Prós
■ Mais controle sobre o seu trabalho e como ele será
distribuído, que versão da história será contada, etc.
■ Possibilidade de advogar por causas que a grande mídia não
compra
■ Prover contexto para as imagens (algo impossível para fotos
únicas - elas podem ter um poder emotivo grande, mas não
contam o que aconteceu antes ou depois daquela foto).
■ Supera a objetificação das pessoas no fotojornalismo, já que
dá voz aos retratados
■ Hoje, a web é o local onde o fotojornalista pode aumentar a
audiência do seu trabalho, através de stills, áudio, vídeo e
texto juntos.
33. Contras
■ Audiência fragmentada
■ Reprodução indevida das imagens, sem dar
créditos ou pagar pelo uso
■ Falta de sustentabilidade no mercado: pede-se
mais, paga-se menos; menos assignments
■ Concorrência muito maior (mais profissionais)
34. Desafios
■ Mudar o papel do fotojornalista, que antes era uma mosca
que enxergava uma cena de longe; agora ele precisa se
integrar ao assunto retratado, isso é um paradigma
diferente para os profissionais
■ Fazer uma cobertura mais complexa estando sozinho
(desenvolvimento de mais habilidades)
■ Fotojornalistas das outras gerações vão ter que criar um
novo "mindset" para contar histórias
■ Manter a credibilidade em tempos de internet, onde as
informações muitas vezes chegam sem curadoria
35. Oportunidades
■ Buscar trabalhos não só para jornais e revistas, mas
também para fundações, ONGs, instituições de caridade
■ Fotojornalistas são publishers além de serem produtores;
melhor engajar-se em uma comunidade específica e leal do
que audiência de massa (Campbell)
■ É possível passar mais tempo com os sujeitos da
reportagem, compreender sua voz e se relacionar com eles
de forma mais íntima
■ Sites de vendas de fotos amadoras (Demotix, 500px)
■ Novas formas de financiamento (crowdfunding)
■ Cooperação através de coletivos
36. Dicas para o fotojornalista
■ Falando em negócio: encarar os vários meios como
"franquias" - além do livro, o vídeo, o site, etc.
■ Falando em negócio: ter um modelo de atuação
diversificado, não ficar só nas coberturas. Fazer
trabalhos comerciais também (ex: casamentos)
■ Faça colaborações
■ Procure sempre gravar áudios
■ Atualize-se sempre com relação às novas técnicas e
ferramentas
37. Dicas para qualquer jornalista
■ Mantenha-se ético em relação às escolhas que você
faz na edição
■ Aprenda e adapte-se
■ Ter facilidade com meios digitais – não apenas
tecnicamente, mas também estrategicamente
■ Visão empreendedora (você é o seu negócio)
■ Diversificação de serviços
■ Pratique o marketing pessoal
38. Para próxima aula: reflexão sobre a disciplina
A partir dos conteúdos e perspectivas
apresentados nesta disciplina, reflita: de que
forma o fotojornalismo pode te ajudar a
alcançar o trabalho dos seus sonhos no
jornalismo?
Cite um ou mais exemplos de
projetos/veículos/jornalistas que te inspiram e
que utilizam a fotografia como mídia.
■Texto de até uma lauda, podendo conter imagens e links.
■Deixar na pasta compartilhada do laboratório até 21/09 (próxima aula).
■Serão sorteados alunos para compartilharem suas visões e projetos em
fotojornalismo que os inspiram com a classe
Começar perguntando: quem aqui realmente se vê sendo fotojornalista? (voltar a essa questão no final da aula)
Quem tem talento para o fotojornalismo já vem com essas características “de fábrica”. Quem não tem, pode desenvolvê-la uma a uma para conseguir um bom resultado.
Esta foto de um soldado no Iraque, tirada após 12 horas de combate, tornou-se uma das mais icônicas fotos da guerra do Iraque, sendo publicada em mais de 150 veículos. A expressão dura e suja do combatente, aliado ao cigarro displicentemente posicionado entre os lábios, reforça o imaginário masculino de coragem, poder, autoconfiança, determinação, liberdade e até um sex appeal.
Logo essa foto fez com que James Blake Miller virasse um herói da Guerra. Mas a história não é bem assim. Posteriormente, James revelou que, naquele momento, estava pensando se iria ver o sol nascer novamente. A história de um homem que virou símbolo de guerra através de uma foto não apresenta o contexto da imagem, que foi passado pelo fotógrafo 3 anos depois em um minidoc que conta a relação dos dois e a convivência de James com o estresse pós-traumático
Sem as limitações do impresso – físicas e editoriais – Luis se juntou ao Media Storm para dar voz a este soldado e contar a sua verdadeira história, para isso aliando a fotografia com o audiovisual. Uma das vantagens do audiovisual é que, agora, o fotógrafo não precisa ter 100% de autoridade sobre o assunto – ao realizar entrevistas, é possível se colocar também a fala do entrevistado enquanto a voz fala, fazendo assim uma junção interessante entre o ponto de vista do fotógrado e a fala do entrevistado.
Antigamente, Cartier-Bresson cunhou o termo "instante decisivo", dizendo que o fotógrafo tinha um instante de criatividade que devia ser capturado; se ele não o fizesse, o momento já tinha passado. Hoje, com as câmeras digitais que filmam em alta resolução, é possível gerar 30 quadros por segundo, fazendo com que esse conceito Bressoniano caia por terra. Hoje, isso é substituído pela voz do fotógrafo: sempre que se mostra uma foto, haverá alguém contando a sua história por trás - antigamente, a foto sozinha deveria fazer esse trabalho.