1. INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
PERNAMBUCO – IFPE
CAMPUS PESQUEIRA
PROCESSOS INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS
“Mecanismos inespecíficos de defesa do
hospedeiro”
3. Mecanismos inespecíficos de defesa
do hospedeiro
Os mecanismos de defesa do hospedeiro – vias pelas
quais o organismo se protege dos patógenos - podem
ser comparados a um exercito com três linhas de
defesa.
• Mecanismos inespecíficos de defesa do hospedeiro:
Primeira linha de defesa;
Segunda linha de defesa;
• Mecanismos específicos de defesa do hospedeiro:
Terceira linha de defesa.
4. As duas primeiras linhas de defesa são
inespecíficas, são meios pelos quais o
corpo tenta destruir todos os tipos de
substancias estranhas, inclusive os
patógenos. A terceira linha de defesa,
resposta imunológica, é muito especifica.
5. Mecanismos inespecíficos de
defesa do hospedeiro
São amplos e servem para
proteger o organismo contra
muitas substâncias.
Resistência inata, ou congênita:
resistência natural a certas
doenças.
Os fatores exatos que produzem
esta resistência inata não estão
bem esclarecidos, mas
existem, provavelmente, devido
à diferenças
químicas, fisiológicas e de
temperatura entre as
espécies, bem como o estado
geral de saúde física e
emocional da pessoa e os
fatores ambientais, que afetam
certas raças mas não outra.
6. Os mecanismos inespecíficos de defesa do
hospedeiro, incluem barreiras físicas e
mecânicas contra a invasão, fatores
químicos, antagonismo microbiano
exercido pela nossa microbiota
endógena, febre, resposta inflamatória
(inflamação) e os leucócitos fagocíticos do
sangue (fagócitos).
7. Barreiras Físicas
Pele: Na maioria dos casos os patógenos
só conseguem penetrar no organismo
através da pele quando ela é
cortada, arranhada (raspada) ou
queimada, ou quando são inoculados (por
exemplo, através dos artrópodes), mesmo
os menores cortes podem servir como
porta de entrada para os patógenos.
8. Mucosas: A maioria dos patógenos pode
somente passas pelas mucosas quando
elas estão cortadas ou arranhadas.
9. Fatores Celulares e Químicos
A secura da maioria
das partes da pele
inibe a colonização por
muitos patógenos.
Além disso, a acidez (pH de aproximadamente
5,0) e a temperatura (<37°C) inibem o
crescimento de patógenos.
O sebo que é produzido pelas glândulas sebáceas
da pele contem ácidos graxos, que são tóxicos
para alguns patógenos.
A transpiração serve como um mecanismo
inespecífico de defesa do hospedeiro, através da
retirada de organismos dos poros e da superfície
da pele.
10. Além de ser pegajoso, o muco produzido
nas mucosas contém inúmeras
substâncias (por
exemplo, lisozima, lactoferrina e
lactoperoxidase), que podem matar as
bactérias ou inibir seu crescimento.
11. Lisozima, Lactoferrina e
Lactoperoxidase
A lisozima destrói a parede celular das
bactérias ao degradar o peptidoglicano.
12. A lactoferrina é uma proteína que se liga
ao ferro, um mineral que é requerido por
todos os patógenos. Pelo fato de os
patógenos serem incapazes de competir
com a lactoferrina, pelo ferro livre, eles
ficam privados deste nutriente essencial.
13. A lactoperoxidase é uma enzima que
produz radicais do tipo superóxido,
formas de oxigênio altamente reativos
que são tóxicos para as bactérias.
14. Sistema Respiratório
O sistema respiratório seria particularmente
acessível aos invasores, que poderiam estar
escondidos na poeira ou em outras partículas
inaladas durante a inspiração, se não fossem
os pelos, a mucosa ou as câmaras irregulares
do nariz que servem para capturar muito dos
materiais inalados. Além disso, os cílios
(cobertura mucociliar) presente nas células
epiteliais das membranas nasais
posteriores, seios nasais, brônquios e
curvatura da traqueia, varrem a poeira e os
microrganismos em direção à faringe, onde
elas são deglutidos ou expelidos pelo espirro
e tosse.
15.
16. Sistema Digestivo
Até certo ponto, os fatores que se seguem
protegem o sistema digestivo da
colonização bacteriana, sendo portanto
considerados mecanismos inespecíficos de
defesa do
hospedeiro:
◦ Enzimas digestivas;
◦ Acidez do estomago (pH
aproximadamente de 1,5);
◦ Alcalinidade dos intestinos.
17. bile
A bile que é secretada do fígado para
intestino delgado, reduz a tensão
superficial e induz alterações químicas nas
paredes celulares e membranas
bacterianas, tornando-as mais fáceis de
serem digeridas. As bactérias constituem
cerca de 50% das fezes.
18. trato urinário
Os microrganismos são
continuadamente
retirados da uretra pela
frequente micção e
eliminação das secreções
mucosas. Muitas infecções
da bexiga resultam de
micção
infrequente, inclusive o
fato de não urinar após a
relação sexual.
19. Antagonismo microbiano
A prevenção de colonização de
microrganismos patogênicos em potencial
pela microbiota endógena de determinada
região anatômica é denominada
antagonismo microbiano.
A capacidade da microbiota endógena foi
atribuída aos seguintes fatores:
◦ Competição por locais de colonização;
◦ Competição por nutrientes;
◦ Produção de substâncias que matam outras
bactérias.
21. Os patógenos capazes de
ultrapassar a primeira
linha de defesa são,
normalmente, destruídos
por respostas celulares
inespecíficas e respostas
químicas, coletivamente
referidas como segunda
linha de defesa.
Desenvolvendo-se uma
complexa sequência de
eventos, incluindo a
produção de febre,
produção de interferons,
ativação do sistema
complemento,
inflamação, quimiotaxia e
fagócitos.
22. Transferrina
Uma glicoproteína sintetizada no
fígado, possui alta afinidade pelo ferro.
Sua função normal é estocar e entregar o
ferro às células do hospedeiro.
Como a lactoferrina, a Transferrina serve
como um mecanismo inespecífico de
defesa do hospedeiro, ao sequestrar o
ferro e privar os patógenos deste
nutriente essencial.
23. Febre
A temperatura normal do corpo flutua
entre 36,2°C e 37,5°C, com uma media
de cerca de 37°C.
Uma temperatura corpórea maior que
37,8°C é, geralmente, considerada febre.
As substâncias que estimulam a produção
de febre são chamadas de pirogênio ou
pirogênicos.
24. Os pirogênios podem se
originar tanto fora como
dentro do corpo.
Os que são produzidos
fora do corpo incluem
patógenos e varias
substâncias pirogênicas
que estes produzem e/ou
liberam (por
exemplo, endotoxina).
O resultante aumento da
temperatura do corpo
(febre) é considerado um
mecanismo inespecífico
de defesa do hospedeiro.
25. A febre aumenta as defesas do corpo das
seguintes maneiras:
◦ Estimulando os leucócitos a se multiplicar e destruir
os invasores.
◦ Reduzindo a disponibilidade de ferro livre no
plasma, o que limita o crescimento dos
patógenos, que requerem ferro para a replicação e
síntese de toxinas;
◦ Induzindo a produção de IL-1
(interleucina, exemplo de pirogênio endógeno), o
que induz a proliferação, maturação e ativação de
linfócitos durante a resposta imunológica.
26. Interferons
Os interferons são pequenas proteínas
antivirais, produzidas pelas células
infectadas pelos vírus. São assim
chamadas por que “interferem” na
replicação viral.
27. Alfa-interferon: é produzido pelos linfócitos B
(células B), monócitos e macrófagos.
28. Beta-interferon: é produzido por fibroblastos e
outras células infectadas por vírus.
29. ◦ Gama-interferon: é produzido por linfócitos T
(células T) ativados e células natural Killer
(NK).
30. Sistema complemento
Não é apenas uma entidade, mas sim um grupo
de aproximadamente 30 proteínas diferentes
(incluindo nove proteínas designadas de C1 até
C9), que são encontradas no plasma normal.
Constituem o sistema complemento por ser
complementar a ação do sistema imunológico.
Estas proteínas interagem umas com as outras
de forma encadeada, conhecida como cascata do
complemento. A ativação do sistema
complemento é considerada um mecanismo
inespecífico de defesa do hospedeiro, ajuda a
destruição de muitos patógenos diferentes.
31. As principais consequências da ativação
do complemento são:
◦ Início e amplificação da inflamação;
◦ Atração de fagócitos para o local onde eles são
necessários (quimiotaxia);
◦ Ativação de leucócitos;
◦ Lise de bactérias e outras células estranhas;
◦ Aumento da fagocitose por células fagocíticas
(opsonização).
Opsonização é o processo pelo qual a fagocitose é
facilitada pela deposição de opsoninas (por
exemplo: anticorpos ou certos fragmentos do
complemento) na superfície de partículas ou
células.
32. Citocinas
São mediadores químicos liberados por
diferentes tipos celulares do corpo humano.
Permitem às células se “comunicarem” umas
com as outras. Atuam como mensageiros
químicos tanto dentro do sistema
imunológico, quanto entre o sistema
imunológico e outros sistemas do corpo.
Algumas citocinas são
quimioatraentes, recrutando fagócitos para
locais onde são necessárias. Outras, como os
interferons, têm ação direta na defesa do
hospedeiro.
33. Inflamação
Normalmente o corpo responde a
qualquer lesão local, irritação, invasão
microbiana ou toxina bacteriana através
de uma serie complexa de eventos
coletivamente referidos como inflamação
ou resposta inflamatória.
34. Fases da inflamação
Lesão tissular: uma resposta inflamatória
pode ser deflagrada por alguns agentes
químicos, físicos ou biológicos.
Vasodilatação: fluxo sanguíneo aumentado
no local da área lesada proporciona aumento
da destruição de proteínas plasmáticas,
neutrófilos e fagócitos.
Permeabilidade aumentada: exsudato rico em
proteína contendo imunoglobulinas e
complementos se movem em direção à área
lesada.
35. Fases da inflamação
Migração de leucócitos: neutrófilos e macrófagos
aderem às células endoteliais dos capilares; os
leucócitos se esgueiram dos espaços criados pela
contração das células endoteliais.
Quimiotaxia: neutrófilos e macrófagos se movem
para o local da lesão em resposta ao gradiente
de mediadores quimiotáticos liberados pelo
tecido lesado.
Fagocitose: o fagócito se liga à bactéria e a
ingere por endocitose; as bactérias são
degradadas por radicais de oxigênio e enzimas
digestivas.
36.
37. Os três principais acontecimentos
na inflamação são:
Aumento do diâmetro dos capilares, com
consequente aumento do fluxo sanguíneo
para o local.
Permeabilidade aumentada dos capilares,
permitindo o escape de plasma e
proteínas plasmáticas.
Passagem (saída) de leucócitos dos
capilares e seu acumulo no local da lesão.
38. Os principais objetivos da
resposta inflamatória são:
Localizar a infecção;
Impedir a dispersão de microorganismos
invasores;
Neutralizar qualquer toxina que esteja
sendo produzida no local;
Ajudar no reparo do tecido danificado.
39. Durante o processo
inflamatório, participam muitos
mecanismos inespecíficos de defesa do
hospedeiro estas reações fisiológicas
inter-relacionadas resultam nos quatro
(principais) sinais e sintomas da
inflamação: vermelhidão, calor, inchaço
(edema) e dor. Frequentemente, há
formação de pus e, ocasionalmente, perda
de função da área afetada.
40. O sistema linfático
Incluindo a linfa
(componente liquido do
sistema linfático), vasos
linfáticos, linfonodos e
órgãos linfáticos
(tonsilas, baço e timo) –
também tem importante
função na defesa do corpo
contra invasores. As
principais funções deste
sistema incluem a
drenagem e circulação dos
líquidos intercelulares dos
tecidos e o transporte de
gorduras digeridas do
sistema digestivo para o
sangue.
41. Células Sanguíneas
Eritrócito: sua função é o transporte de
oxigênio dos pulmões aos tecidos e de
dióxido de carbono no sentido inverso.
42. Trombócitos: também nomeados
de plaquetas, tem a função de promover
a coagulação sanguínea.
43. Os leucócitos, ou glóbulos brancos são
células nucleadas produzidas na medula
óssea e encontradas no sangue. Sua
função é proteger o organismo, de
maneira imunitária, contra agentes
patológicos causadores de
doenças, utilizando para isso a produção
de anticorpos.
44. Classificação dos Leucócitos
Os leucócitos são classificados de acordo
com a granulosidade do citoplasma e a
quantidade de lóbulos nucleares. Sendo
assim, são divididos em dois
grupos: granulócitos e agranulócitos.
45. Granulócitos
Os granulócitos apresentam grânulos
específicos em seu citoplasma e são
classificados em três tipos, conforme a
afinidade dos grânulos:
neutrófilos, eosinófilos e basófilos.
46. Agranulócitos
Já os agranulóides podem ser monócitos e
linfócitos.
47. Neutrófilo
São móveis e fagocitários. São a primeira linha
de defesa do organismo, já que são atraídos
pela quimiotaxia até os microorganismos
patogênicos, destruindo-os. As células mais
jovens são conhecidas por “neutrófilos em
bastonete”, já os neutrófilos mais velhos
“neutrófilos segmentados”.
48. Eosinófilos
Com núcleo bilobado e com o citoplasma
preenchido por muitos grânulos róseos.
Móveis e fagocitários, atuam nos
organismos envolvidos por reações
alérgicas. Os eosinófilos liberam a
hidrocortisona, um hormônio que diminui
essas reações alérgicas e a quantidade de
eosinófilos no sangue.
49. Basófilos
Possuem um núcleo irregular em forma de
“S”. Os basófilos são móveis e
fagocitários, possuem uma função
desconhecida, que acredita-se ser a
liberação da heparina no sangue, uma
espécie de coagulante. Isso supostamente
estaria ligado a processos alérgicos e
inflamatórios.
50. Linfócitos
Possuem um núcleo regular e que
ocupa quase todo o volume da
célula. Ativamente
móveis, circulam sempre através
do
sangue, pelos linfonodos, baço e
tecido conjuntivo. Sua função é
garantir imunidade aos
organismos.
São responsáveis pelas respostas
de base celulares, relacionadas à
rejeição de enxertos. Alguns
linfócitos, em contato com um
antígeno, passam a fazer parte das
células de memória imunológica.
51. Os linfócitos são classificados em
“T” e “B”.
Os linfócitos T possuem um
ciclo de vida maior, podendo
chegar a anos, formando-se na
medula óssea e migrando
posteriormente até o timo.
Os linfócitos B vivem
menos, algumas semanas, e
também são formados na medula
óssea e, quando
estimulados, migram para o
tecido conjuntivo, convertendo-se
em plasmócitos, produtores de
anticorpos.
52. Natural Killer
Atacam as células neoplásicas e células
infectadas por vírus sem necessidade de
estímulo prévio.
53. Monócitos
Células grandes com núcleo na forma de
rim ou ferradura. Ativamente móveis, os
monócitos saem da circulação sanguínea
para chegar ao tecido
conjuntivo, tornando-se macrófagos. São
ativos na fagocitose de microorganismos
patogênicos.
54. Fagocitose
As três principais categorias de leucócitos
encontrados no sangue são os
monócitos, linfócitos e granulócitos. Os
três tipos de granulócitos são os
eosinófilos, basófilos e neutrófilos.
55. A fagocitose é o processo pelo qual os fagócitos
englobam e ingerem materiais estranhos. Os
leucócitos fagocíticos são chamados de fagócitos.
Os dois grupos mais importantes de fagócitos do
corpo humano são os macrófagos e os
neutrófilos, às vezes chamados de “fagócitos
profissionais” uma vez que a fagocitose é a sua
principal função. Os fagócitos servem como um
“grupamento de limpeza” para livrar o organismo
de substancias indesejável, e frequentemente
prejudicial, como células mortas, secreções
celulares não utilizadas, restos celulares e
microorganismos.
56. Os granulócitos recebem seus nomes de
acordo com os proeminentes grânulos
citoplasmáticos que possuem. Granulócitos
fagócitos incluem neutrófilos e eosinófilos.
Uns terceiros tipos de
granulócitos, basófilos, também estão
envolvidos em reações alérgicas e
inflamatórias, embora não sejam fagócitos.
Os neutrófilos (também conhecidos como
células polimorfonucleares, polis e PMN) são
muito mais eficientes na fagocitose que os
eosinófilos.
57. Durante a resposta inflamatória contra as
infecções, os macrófagos se desenvolvem a partir de
um leucócito chamado monócito. Os que deixam a
corrente sanguínea e migram para as áreas
infeccionadas são chamados macrófagos circulantes.
Os macrófagos residentes (também chamados como
histócitos ou histiócitos) permanecem nos tecidos e
órgãos e servem para capturar restos celulares e
substancias estranhas. Os macrófagos são fagócitos
extremamente eficientes. São encontrados nos
tecidos do sistema reticuloendotelial (RES). Este
sistema de defesa inclui células do fígado (células de
Kupffer), baço, linfonodos e medula óssea, bem como
dos pulmões (células alveolares ou
penumócitos), vasos sanguíneos, intestinos e cérebro
(micróglia).
58. As quatro etapas da fagocitose
são:
Quimiotaxia: os fagócitos são atraídos
pelos agentes quimiotáxicos ao local onde
são necessários.
Adesão: os fagócitos aderem a um objeto;
Ingestão: os pseudópodes circundam o
objeto, e este é colocado no interior da
célula.
Digestão: o objeto é degradado e
dissolvido por enzimas digestivas por
outros mecanismos.
59. Referências:
Eritrócito, disponível em:
http://www.ciencianews.com.br/doencaeritro/Eritrocit
o%20%20-%2014/Eritrocitonormal.htm, acessado
em 16/04/2012;
Trombócitos, disponível em:
http://www.infoescola.com/citologia/trombocitos/,
acessado em 16/04/2012;
Leucócitos, disponível em:
http://www.infoescola.com/citologia/leucocitos/,
http://www.infoescola.com/citologia/trombocitos/,
acessado em 16/04/2012;
Linfócitos, disponível em:
http://www.infoescola.com/citologia/linfocitos/,
acessado em 16/04/2012;