1. Uma Nova Crítica Dirigida
Há tempos atrás fui um crítico ferrenho do Governo Newton Lima e Valderico Reis.
Sempre demonstraram nenhum talhe para o gerenciamento da coisa pública. Aliás,
nesse período eles desrespeitaram a Lei de Responsabilidade Fiscal, e por isto, teve
durante este longo tempo todas as suas contas rejeitadas pelo TCM. Analisando
friamente, alguém achava que corrigir os desmandos seria fácil? Neste contexto de
total marginalização (quem não cumpre a Lei e Decisões Judiciais) houve um
serviciamento de lideranças políticas que apoiavam o desgoverno, inclusive com a
maioria na Câmara de Vereadores, bem como de lideranças sociais acostumadas à
chantagem e ao servilismo interesseiro.
Mudar uma sociedade que se acostumou com o errado, a passar por cima das leis é
uma tarefa não para um homem só, ou mesmo para um governo. É um desafio
acumulado por quase oito anos de baderna administrativa e financeira. Corrigir a
forma de gerenciar o governo também é outro sério desafio. Temos servidores
públicos na acepção completa da palavra a quem respeito muito e os encostados. Não
dá neste momento para nominar quem é bom ou ruim, mesmo porque seria um
trabalho de avaliação permanente que não foi realizado. Isto exige metodologia e
precisa de uma interação mais qualificada com os trabalhadores.
A sociedade precisa entender que o desafio de gerenciar a Prefeitura é igual ao de
administrar sua casa. Quando o salário não dá para pagar as despesas é preciso ter
mecanismos inteligentes de manter a casa sem precarizar a qualidade de vida das
pessoas. Na prefeitura é a mesma coisa, iniciamos uma tarefa de chegar ao índice de
pessoal. Já encontramos uma situação totalmente perdida, basta verificar a tabela
abaixo, desde 2011. Neste contexto, em 2012, foram dados aumentos absurdos de
22,22% para toda uma categoria e 8,5% como reajuste para as demais. O engraçado é
que a receita subiu menos que a despesa, pois quem não se lembra que os meses de
outubro a meados de novembro de 2012 paralisaram a máquina de arrecadação, além
de se ter realizado um concurso que foi homologado em 2012.
2. Fonte: http://www.tcm.ba.gov.br/tcm/contas.shtml
O prefeito de Ilhéus, como de outros municípios, tem que enfrentar a realidade, que é
amplamente desfavorável às Prefeituras. O crescimento vegetativo da folha de
pagamento com indexadores e reajustes que superam a inflação prejudicam
sobremaneira o equilíbrio das contas públicas. Achar que os prefeitos têm varinha de
condão ou são os super-homens é de um equívoco que implica em leituras de que em
menos de dois anos dá para corrigir as distorções. O que de fato não dá.
Entendo legítimo o pleito dos sindicatos e legítimo o desejo do prefeito em manter a
legalidade. Existem condições de negociar, pois neste contexto temos que estabelecer
uma linha de atuação ou premissa, como afirma o Prefeito de Ilhéus Jabes Ribeiro –
Manutenção de postos de trabalho. Se fossem nas suas casas ou em alguma empresa
particular, a primeira a “rodar” seria a empregada doméstica ou os empregados. No
setor público ficam nessa de segura de lá, segura de cá, vamos contar com o ovo
dentro do galináceo. A responsabilidade de diminuir pessoal era do PT quando
estavam amancebados com Newton Boneca Lima no poder. O que a Lei de
Responsabilidade Fiscal diz: o limite é 54%, em 2010 estava com 58,79%, aí além dos
aumentos dados fizeram um concurso em 2011.
A realidade é uma só. Hoje quem está nas ruas que for do movimento social que não
esteja contaminado por políticos safados e partidos que estavam na boquinha antes
tem o meu carinho e apoio, pois acredito nesta força que nos empurra para a melhoria
do serviço público. O resto é resto. E tenho dito, que Partido que entra partido na hora
da precisão dá frouxidão.