Carta da Indústria 2010: Competitividade Brasil. A hora é essa.
1. Competitividade Brasil. A hora é essa.
Nós, industriais brasileiros, firmamos um compromisso com a
competitividade como a agenda para futuro do Brasil. Reconhecemos
que fizemos avanços importantes na estabilização, na sustentação do
crescimento econômico e na distribuição de renda com inclusão social.
Agora, o objetivo é de criar uma parceria estratégica entre o governo
e setor privado para a agenda da competitividade.
A competitividade é o caminho para criar empregos de qualidade,
diversificar a economia, ajudando o Brasil a vencer o desafio de inserção
na economia global.
Há um sentido de urgência nessas medidas. Que o Brasil precisa de
reformas todo mundo sabe; e concorda. Mas se todo mundo concorda há
décadas é óbvio que não é unilateral o motivo pelo qual as reformas não
são feitas. Todos somos co-responsáveis por elas.
A competitividade é um seguro contra as incertezas. A instabilidade
financeira internacional e a perda de dinamismo das economias
desenvolvidas geram incertezas, alteram os fluxos de capital e valorizam
o real. A competitividade é um seguro contra essas incertezas.
Há riscos para a estrutura industrial do País. Quanto mais lento for o
processo de reformas pró-competitividade, maiores serão os riscos para
a indústria brasileira. O Brasil oferece oportunidades para uma indústria
maior e melhor. Mas é preciso isonomia em relação aos nossos
competidores.
As prioridades. É crítico enfrentar o desequilíbrio juros-câmbio,
que é influenciado pela questão fiscal. Para tanto, é preciso aumentar
a capacidade de o Estado investir, atrair capitais privados para a
infraestrutura, resolver as distorções do sistema tributário, que penaliza
exportações e investimentos, reduzir as incertezas jurídicas e custos do
sistema de relações do trabalho e avançar mais rapidamente nas agendas
da educação e da inovação.
2. É hora de dar saltos de competitividade. Para que o Brasil e a sua
indústria continuem avançando é crucial mobilizar a sociedade e os três
poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - em favor da melhoria da
competitividade. O momento não permite passos. Exige saltos!
A competitividade é a base do crescimento. Fundamentada na
produtividade das empresas e no ambiente que as cerca, a competitividade
é a base para o progresso, a melhoria de vida e a inclusão social.
É uma agenda de co-responsabilidade. O setor privado não cruza
os braços para seu próprio papel e suas responsabilidades. Para que o Brasil
seja competitivo em relação aos seus concorrentes internacionais é
necessário que a indústria brasileira seja ousada, produtiva e inovadora.
O diagnóstico é conhecido. Relatórios nacionais e internacionais são
unânimes em apontar onde os nossos problemas se localizam. É um
diagnóstico conhecido de governos, empresários e sociedade. Alguns
problemas vêm sendo enfrentados, mas a questão chave é o descompasso
entre os tempos econômico e político.
Se a pauta é moderna o diálogo também tem que ser. Não queremos ter
razão. Queremos ter sucesso.
O Brasil de hoje é muito melhor do que o Brasil de tantos ontens.
Para darmos este novo salto, a competitividade tem que se transformar
em prioridade estratégica e o Brasil não terá que ser apenas melhor do
que o Brasil, ele vai ter que ser tão competitivo no mercado internacional
quanto a China , a Rússia, a Índia, o novo e o velho mundo.
E é para sermos a 5ª economia do mundo em 2015, Senhor Presidente
e futura Presidenta, que empunhamos a bandeira do Brasil competitivo.
Numa causa da qual a CNI não é dona.
A competitividade é uma bandeira que deve ser empunhada
e desfraldada por todos nós. Uma causa do País.
Competitividade Brasil. A hora é essa.