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EDUCAÇÂO FÍSICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES/AS: REFLEXÕES SOBRE OS
PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO NA FORMAÇÃO DE EGRESSOS E AS ESCOLHAS TEÓRICO-
                         METODOLÓGICAS QUE ORIENTAM SUAS PRÁTICAS


                                                                                                      1
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                                                                                                      2
                                                                        Lígia Ribeiro e Silva Gomes



APRESENTAÇÃO

A elaboração desta pesquisa partiu do interesse em identificar quais são os elementos orientadores
que atravessam as aulas de professores recém-formados da Faculdade Católica Salesiana do
Espírito Santo, tomando como ponto de partida as escolhas teórico-metodológicas desses sujeitos
em seu cotidiano escolar compreendendo essas escolhas como processos de inculcações sofridos
antes, durante e após a formação inicial. A formação inicial aqui se caracteriza, então, como espaço
privilegiado a especulações, escolhas, tomadas de decisões, privações, frustrações e alegrias. Assim,
consideramos necessário um diálogo com teorias das ciências humanas e sociais que desvelem as
formações discursivas e manifestações práticas inerentes aos processos educativos que envolvem o
saber ser e saber fazer docente.


Tomando as escolhas teórico-metodológicas feitas pelos professores como eixo principal das
reflexões, percebemos que estão ligadas as questões principalmente evidenciadas pelas vivências
das manifestações corporais desses sujeitos. Essas manifestações são impregnadas de sentidos e
significados; sendo esses construídos a partir da subjetivação processada em seu trajeto de
amadurecimento profissional. Os processos de subjetivação docente se dão, à medida que discursos
institucionalizados sobre a Educação Física escolar passam a fazer algum sentido em seu cotidiano,
levando em consideração o capital cultural (BOURDIEU, 2007) que se encontram inerente a vida
docente desses professores/as. Dito de outro modo: há sempre um sujeito, fundamentado por suas
experiências, que assimila/refuta conhecimentos e os transforma em comportamentos (ação
docente). Suas experiências se gravam na consciência e marcam sua formação docente
fundamentando o que chamamos de profissionalização saber ser e saber fazer-se professor/a.


Partimos do pressuposto de que o conhecimento que orienta as ações dos sujeitos pode ser
determinado por saberes estabelecidos constituídos ao longo de sua vida, processo esses que são


1
    Mestre em Educação. Email: Contato: esilva@salesiano.com.br
2
    Mestre em Educação Física.
                                                                                                   1
gerados a partir da família, escola, formação profissional e ethos, além de sua interpretação individual
do mundo e das coisas que nele há.        A oposição entre os sujeitos será, então, marcada pelas
diferenças existentes na posse do capital cultural. Para melhor compreender esse capital se faz
necessário identificar outro capital, o econômico, que deduzirá o volume do capital global dos
indivíduos. Os mais providos de capital econômico se colocam na hierarquia social em oposição aos
menos providos desses capitais (BOURDIEU, 2003).


A apreensão do habitus, que atravessa cada sujeito se configura em cada espaço social como
determinação de pertencimento de classe, pois, para Bourdieu, a noção de classe social fixa não
existe, pois a distinção dos grupos sociais é vista pelas possibilidades de ação, que estão
intimamente conectadas às posses dos capitais: econômico e cultural. Ainda para este autor o que
existe é “um espaço de diferenças”, pelo qual a classe social existe no sentido simbólico, não como
um dado, mas com objetivos de transformação ou de conservação das estruturas sociais
(BOURDIEU, 2003).


Apesar das reflexões aqui citadas no que se refere às estruturas objetivas e subjetivas identificadas
aqui como habitus constituído, pensar sobre a racionalidade e as mazelas que a cercam, poderá
auxiliar na identificação das aprendizagens significativas dos sujeitos. Compreender a lógica
intrínseca a tutelagem da ciência em relação ao peso desses saberes, identificada aqui como a razão
positivista com todas as suas evidências, tem gerado a capacidade de analisar, conceituar e definir
ao longo da história os vários aspectos do mundo e da vida humana. Embora orientada por uma
ideologia, ora religiosa, ora do Estado, ou então, científica, a razão sempre teve status de elucidadora
do real e critério da verdade.


Na educação, a supremacia da razão, pode-se dizer, acabou por instaurar um processo de descrédito
pelo mundo vivido pelos educadores/educandos e, portanto, pelos conhecimentos adquiridos por
estes antes do ingresso na faculdades/escola. Mundo este que pode ser muito rico em formas de
leitura, podendo se constituir em grande salto qualitativo no processo formativo. Nesse sentido,
nossas análises se pautarão pelo entrecruzamento/embricamento na tentativa de desvendar diante
das dimensões subjetivas e objetivas como se deu o processo de formação do/a professor/a e suas
aprendizagens.


Apontamos, assim, para concepções de ser humano que extrapolam os fundamentos racionais.
Cassirer (1977, p. 51) registra que o ser humano não vive num universo puramente físico, mas num
universo simbólico. E, a partir desse aspecto o autor propõe uma nova definição de ser humano

                           Razão é um termo muito pouco adequado para abranger as formas da vida
                           cultural do homem em toda sua riqueza e variedade. Mas todas estas
                           formas são simbólicas. Portanto, em lugar de definir o homem como animal
                           rationale, deveríamos definí-lo como um animal symbolicum.
                                                                                                      2
Ao considerar que a constituição do mundo e, portanto, do ser humano não obedecem a uma lógica
apenas racional, mas também simbólica, não queremos aqui aceitar como fio condutor da realidade o
relativismo. Ao contrário, colocamo-nos ao lado de Savater (apud GONZALES & FENSTERSEIFER,
2009, p.17) quando escreve se questionando sobre o relativismo do saber e da verdade. Diz o autor
que

                           [...] as verdades não são absolutas, mas se parecem muito conosco: são
                           frágeis, revisáveis, sujeitas à controvérsia e, afinal, perecíveis. Nem por
                           isso, no entanto, deixam de ser verdades, Isto é, mais sólidas, justificadas
                           e úteis do que outras crenças que se opõem a elas. Também são mais
                           dignas de estudo [...]

A partir dessas considerações iniciais, pode-se sintetizar um possível problema para esta pesquisa
em desenvolvimento: identificar quais são os princípios teórico-metodológicos que orientam e que
atravessam as aulas de professores/as recém-formados/as, relacionando essas escolhas aos
processos de inculcação e de subjetivação dos sujeitos, que aqui tentaremos identificar como o
capital cultural inerente a cada escolha docente.


Outro aspecto importante pode se analisado pela categoria práxis que aqui será compreendida como
a unidade teoria-prática, como contraditória oposição que não é binária, mas relacional. Quer dizer,
teoria e prática como relacionais se contradizem, e assim deve ser (BRACHT & CAPARROZ, 2007;
PIMENTA, 2004). Na verdade o discurso que ecoa nos espaços sociais de que “na teoria a prática é
outra” representa a relação dialógica do saber-fazer, onde ao mesmo tempo em que constituem uma
a outra também forçam uma a outra a se desconstituir e construir outra “nova” relação teoria-prática,
que não é tão nova assim, pois que o novo traz os elementos constituintes do “velho” e o velho os
elementos de emergência do “novo”.


A incorporação de novos conceitos e ações depende dos referenciais de cada professor/a no seu
processo de desenvolvimento pessoal e profissional, além do desenvolvimento organizacional do seu
ambiente de trabalho. Utilizando-se da teoria bourdieusiana, Marlene Araújo (2009) afirma que isso
depende também da formação técnica, política e humana de cada indivíduo. Enfim, para a autora
                    3
depende do habitus de cada indivíduo. E continua afirmando que,

                           Esses fundamentos possuem versões diferentes. São como lentes ou
                           filtros seletivos através dos quais o professor vê o mundo a seu redor. É
                           seletivo, portanto. Por isso, é importante para a sua prática profissional os
                           conhecimentos específicos da sua área de atuação, assim como os
                           conhecimentos pedagógicos mediados pelos fundamentos filosóficos,



3
 Seguindo esse raciocínio, o habitus representa um saber adquirido, um saber que se transforma em capital,
como afirma Bourdieu (2007) em sua obra. Seria a mediação entre as estruturas estruturantes (dimensão
objetiva) e as estruturas estruturadas (dimensão subjetiva) do espaço social. Necessariamente, entender o
habitus é compreender o que se passa entre as estruturas e a prática social (BOURDIEU, 2005).
                                                                                                        3
psicológicos, sociológicos e outros; aliados a sua experiência docente para
                          que ele vá construindo a base de conhecimento para ensinar. (p.3)

Por outro lado, os saberes da experiência que cada professor dispõe ao iniciar sua vida profissional
vai marcar as diferentes práticas de ensino: se ações fragmentadas, individualizadas ou
interdisciplinares e integrais, coletivas, portanto. São esses saberes que se configuram como campos
de conhecimentos, habilidades e disposições que o/a professor/a mobiliza para sua atuação efetiva
em determinada situação de ensino-aprendizagem.


Certamente que a experiência apenas, torna o ensino limitado. No entanto, quando o professor
estabelece um diálogo reflexivo com esta experiência, quando o professor interage com a sua própria
prática ele aprende na ação e sobre a sua ação. Nesse sentido, realizar um trabalho que considere a
contradição presente na relação teoria-prática não é fácil, mas é possível.


A esta pesquisa será dado ênfase nas análises sobre a forma como esse professor
                                        4
pensa/trata/sistematiza seus conteúdos , tomando como ponto de partida os saberes da experiência
e saberes da docência, como nos informa Pimenta (2004), que entendemos, são primordiais para que
se possa refletir sobre a profissão docente em educação física, e, ainda, a própria escolha dessa
profissão, assim sendo pelo próprio caminho trilhado em sua formação inicial e continuada. Instituem
sua formação inicial as práticas corporais e esportivas anteriores que funcionam como filtros em sua
formação acadêmica (FIGUEIREDO, 2003). Essa formação influencia suas ações determinando certo
poder legitimador ou não das práticas pedagógicas que normatizam a ideia de ser/estar professor
nesses    ambientes.    Na   maior    parte   dos   casos    podemos      identificar   posicionamentos
conscientes/inconscientes que se processam através do acúmulo de capital cultural que cada sujeito
possui.


Por fim, entendendo que os espaços escolares possibilitam práticas sociais contribuindo para
delimitar as ações desenvolvidas sobre as aulas de educação física com relação às práticas corporais
e pela forma de concebê-las, acredita-se ser necessário pensarmos o trato referente ao corpo na
Educação Física em contextos anteriores objetivando-se explicitar processos de incorporação de
determinadas visões e modelos de ser humano e suas implicações no espaço educacional.


Entendemos que por meio desses procedimentos poderemos obter uma leitura mais aproximada da
institucionalização das concepções sobre educação física e seus desdobramentos sociais. Nesse
sentido, propomo-nos uma abordagem metodológica de natureza qualitativa, do tipo etnográfico por
entender que nosso trabalho faz uma adaptação à educação como sugere a professora Marli Andrè


4
  Para melhor compreendermos como acontecem as tomadas de decisões em relação ao método ou ao
conteúdo escolhidos pelos/as professores/as de educação física buscaremos apoio em Gimeno Sacristan e
Pérez Gomes (1998) e em Pierre Bourdieu (2007).

                                                                                                     4
(1995). Os instrumentos metodológicos utilizados na presente pesquisa são observações de aulas,
entrevistas semiestruturadas e grupos focais. Entendemos que a este trabalho poderá possibilitar a
formação continuada desses professores, e também o fortalecimento do debate intelectual em
relação à formação docente. A análise poderá contribuir, ainda, para uma redefinição do enfoque
dado a formação inicial em Educação Física escolar, pelo fato de pretender identificar discursos e
práticas que vem sendo produzidas na escola. Para análise de dados utilizaremos a análise de
conteúdos.



REFERÊNCIAS

ANDRÈ, M.E. D. Etnografia da prática escolar. São Paulo: Papirus, 1995.

BRACHT, V. Educação Física e aprendizagem social. Porto Alegre: Agister, 1992.

BRACHT, V.; CAPARROZ, F. E. O tempo e o lugar de uma Didática da Educação Física. Revista
Brasileira de Ciências do Esporte, Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte. Campinas, Autores
Associados, v. 28, n. 2, p. 21-37, jan. 2007.

_______. A constituição das teorias pedagógicas na Educação Física. In: Cadernos CEDES, nº
48 – Corpo e Educação, Campinas/SP, 1999.

CASSIRER, E. Antropologia Filosófica. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

GONZALES, F. J.; FENSTERSEIFER, P.E. Entre o “não mais” e o “ainda não”: pensando saídas
do não lugar da EF escolar I. In: CADERNOS DE FORMAÇÃO RBCE- v. 1, n. 1 (2009) -Campinas:
CBCE e autores associados, 2009.

GIMENO SACRISTAN, J.; PÉREZ GOMES, A.I. Compreender e transformar o ensino. Editora
ARTMED, Porto Alegre, 1999.

FIGUEIREDO, Z. C. C. Experiências sociais no processo de formação docente em Educação
Física. 2003. 210 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação da
Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003.

NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (Org.). Escritos de Educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005, 7a ed.,
p. 39-64.

______. O poder simbólico. 10. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

______. Espaço Social e Espaço Simbólico. In: BOURDIEU, P. Razões Práticas: sobre a teoria da
ação. Campinas: Papirus, 2003a, 3ª ed., p. 13-28.

PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. 2.ed. São Paulo:
Cortez, 2004.

VELHO, G. Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. 7ª
ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.




                                                                                                5

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Processos de subjetivação na formação de professores de Educação Física

  • 1. EDUCAÇÂO FÍSICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES/AS: REFLEXÕES SOBRE OS PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO NA FORMAÇÃO DE EGRESSOS E AS ESCOLHAS TEÓRICO- METODOLÓGICAS QUE ORIENTAM SUAS PRÁTICAS 1 Erineusa Maria da Silva 2 Lígia Ribeiro e Silva Gomes APRESENTAÇÃO A elaboração desta pesquisa partiu do interesse em identificar quais são os elementos orientadores que atravessam as aulas de professores recém-formados da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo, tomando como ponto de partida as escolhas teórico-metodológicas desses sujeitos em seu cotidiano escolar compreendendo essas escolhas como processos de inculcações sofridos antes, durante e após a formação inicial. A formação inicial aqui se caracteriza, então, como espaço privilegiado a especulações, escolhas, tomadas de decisões, privações, frustrações e alegrias. Assim, consideramos necessário um diálogo com teorias das ciências humanas e sociais que desvelem as formações discursivas e manifestações práticas inerentes aos processos educativos que envolvem o saber ser e saber fazer docente. Tomando as escolhas teórico-metodológicas feitas pelos professores como eixo principal das reflexões, percebemos que estão ligadas as questões principalmente evidenciadas pelas vivências das manifestações corporais desses sujeitos. Essas manifestações são impregnadas de sentidos e significados; sendo esses construídos a partir da subjetivação processada em seu trajeto de amadurecimento profissional. Os processos de subjetivação docente se dão, à medida que discursos institucionalizados sobre a Educação Física escolar passam a fazer algum sentido em seu cotidiano, levando em consideração o capital cultural (BOURDIEU, 2007) que se encontram inerente a vida docente desses professores/as. Dito de outro modo: há sempre um sujeito, fundamentado por suas experiências, que assimila/refuta conhecimentos e os transforma em comportamentos (ação docente). Suas experiências se gravam na consciência e marcam sua formação docente fundamentando o que chamamos de profissionalização saber ser e saber fazer-se professor/a. Partimos do pressuposto de que o conhecimento que orienta as ações dos sujeitos pode ser determinado por saberes estabelecidos constituídos ao longo de sua vida, processo esses que são 1 Mestre em Educação. Email: Contato: esilva@salesiano.com.br 2 Mestre em Educação Física. 1
  • 2. gerados a partir da família, escola, formação profissional e ethos, além de sua interpretação individual do mundo e das coisas que nele há. A oposição entre os sujeitos será, então, marcada pelas diferenças existentes na posse do capital cultural. Para melhor compreender esse capital se faz necessário identificar outro capital, o econômico, que deduzirá o volume do capital global dos indivíduos. Os mais providos de capital econômico se colocam na hierarquia social em oposição aos menos providos desses capitais (BOURDIEU, 2003). A apreensão do habitus, que atravessa cada sujeito se configura em cada espaço social como determinação de pertencimento de classe, pois, para Bourdieu, a noção de classe social fixa não existe, pois a distinção dos grupos sociais é vista pelas possibilidades de ação, que estão intimamente conectadas às posses dos capitais: econômico e cultural. Ainda para este autor o que existe é “um espaço de diferenças”, pelo qual a classe social existe no sentido simbólico, não como um dado, mas com objetivos de transformação ou de conservação das estruturas sociais (BOURDIEU, 2003). Apesar das reflexões aqui citadas no que se refere às estruturas objetivas e subjetivas identificadas aqui como habitus constituído, pensar sobre a racionalidade e as mazelas que a cercam, poderá auxiliar na identificação das aprendizagens significativas dos sujeitos. Compreender a lógica intrínseca a tutelagem da ciência em relação ao peso desses saberes, identificada aqui como a razão positivista com todas as suas evidências, tem gerado a capacidade de analisar, conceituar e definir ao longo da história os vários aspectos do mundo e da vida humana. Embora orientada por uma ideologia, ora religiosa, ora do Estado, ou então, científica, a razão sempre teve status de elucidadora do real e critério da verdade. Na educação, a supremacia da razão, pode-se dizer, acabou por instaurar um processo de descrédito pelo mundo vivido pelos educadores/educandos e, portanto, pelos conhecimentos adquiridos por estes antes do ingresso na faculdades/escola. Mundo este que pode ser muito rico em formas de leitura, podendo se constituir em grande salto qualitativo no processo formativo. Nesse sentido, nossas análises se pautarão pelo entrecruzamento/embricamento na tentativa de desvendar diante das dimensões subjetivas e objetivas como se deu o processo de formação do/a professor/a e suas aprendizagens. Apontamos, assim, para concepções de ser humano que extrapolam os fundamentos racionais. Cassirer (1977, p. 51) registra que o ser humano não vive num universo puramente físico, mas num universo simbólico. E, a partir desse aspecto o autor propõe uma nova definição de ser humano Razão é um termo muito pouco adequado para abranger as formas da vida cultural do homem em toda sua riqueza e variedade. Mas todas estas formas são simbólicas. Portanto, em lugar de definir o homem como animal rationale, deveríamos definí-lo como um animal symbolicum. 2
  • 3. Ao considerar que a constituição do mundo e, portanto, do ser humano não obedecem a uma lógica apenas racional, mas também simbólica, não queremos aqui aceitar como fio condutor da realidade o relativismo. Ao contrário, colocamo-nos ao lado de Savater (apud GONZALES & FENSTERSEIFER, 2009, p.17) quando escreve se questionando sobre o relativismo do saber e da verdade. Diz o autor que [...] as verdades não são absolutas, mas se parecem muito conosco: são frágeis, revisáveis, sujeitas à controvérsia e, afinal, perecíveis. Nem por isso, no entanto, deixam de ser verdades, Isto é, mais sólidas, justificadas e úteis do que outras crenças que se opõem a elas. Também são mais dignas de estudo [...] A partir dessas considerações iniciais, pode-se sintetizar um possível problema para esta pesquisa em desenvolvimento: identificar quais são os princípios teórico-metodológicos que orientam e que atravessam as aulas de professores/as recém-formados/as, relacionando essas escolhas aos processos de inculcação e de subjetivação dos sujeitos, que aqui tentaremos identificar como o capital cultural inerente a cada escolha docente. Outro aspecto importante pode se analisado pela categoria práxis que aqui será compreendida como a unidade teoria-prática, como contraditória oposição que não é binária, mas relacional. Quer dizer, teoria e prática como relacionais se contradizem, e assim deve ser (BRACHT & CAPARROZ, 2007; PIMENTA, 2004). Na verdade o discurso que ecoa nos espaços sociais de que “na teoria a prática é outra” representa a relação dialógica do saber-fazer, onde ao mesmo tempo em que constituem uma a outra também forçam uma a outra a se desconstituir e construir outra “nova” relação teoria-prática, que não é tão nova assim, pois que o novo traz os elementos constituintes do “velho” e o velho os elementos de emergência do “novo”. A incorporação de novos conceitos e ações depende dos referenciais de cada professor/a no seu processo de desenvolvimento pessoal e profissional, além do desenvolvimento organizacional do seu ambiente de trabalho. Utilizando-se da teoria bourdieusiana, Marlene Araújo (2009) afirma que isso depende também da formação técnica, política e humana de cada indivíduo. Enfim, para a autora 3 depende do habitus de cada indivíduo. E continua afirmando que, Esses fundamentos possuem versões diferentes. São como lentes ou filtros seletivos através dos quais o professor vê o mundo a seu redor. É seletivo, portanto. Por isso, é importante para a sua prática profissional os conhecimentos específicos da sua área de atuação, assim como os conhecimentos pedagógicos mediados pelos fundamentos filosóficos, 3 Seguindo esse raciocínio, o habitus representa um saber adquirido, um saber que se transforma em capital, como afirma Bourdieu (2007) em sua obra. Seria a mediação entre as estruturas estruturantes (dimensão objetiva) e as estruturas estruturadas (dimensão subjetiva) do espaço social. Necessariamente, entender o habitus é compreender o que se passa entre as estruturas e a prática social (BOURDIEU, 2005). 3
  • 4. psicológicos, sociológicos e outros; aliados a sua experiência docente para que ele vá construindo a base de conhecimento para ensinar. (p.3) Por outro lado, os saberes da experiência que cada professor dispõe ao iniciar sua vida profissional vai marcar as diferentes práticas de ensino: se ações fragmentadas, individualizadas ou interdisciplinares e integrais, coletivas, portanto. São esses saberes que se configuram como campos de conhecimentos, habilidades e disposições que o/a professor/a mobiliza para sua atuação efetiva em determinada situação de ensino-aprendizagem. Certamente que a experiência apenas, torna o ensino limitado. No entanto, quando o professor estabelece um diálogo reflexivo com esta experiência, quando o professor interage com a sua própria prática ele aprende na ação e sobre a sua ação. Nesse sentido, realizar um trabalho que considere a contradição presente na relação teoria-prática não é fácil, mas é possível. A esta pesquisa será dado ênfase nas análises sobre a forma como esse professor 4 pensa/trata/sistematiza seus conteúdos , tomando como ponto de partida os saberes da experiência e saberes da docência, como nos informa Pimenta (2004), que entendemos, são primordiais para que se possa refletir sobre a profissão docente em educação física, e, ainda, a própria escolha dessa profissão, assim sendo pelo próprio caminho trilhado em sua formação inicial e continuada. Instituem sua formação inicial as práticas corporais e esportivas anteriores que funcionam como filtros em sua formação acadêmica (FIGUEIREDO, 2003). Essa formação influencia suas ações determinando certo poder legitimador ou não das práticas pedagógicas que normatizam a ideia de ser/estar professor nesses ambientes. Na maior parte dos casos podemos identificar posicionamentos conscientes/inconscientes que se processam através do acúmulo de capital cultural que cada sujeito possui. Por fim, entendendo que os espaços escolares possibilitam práticas sociais contribuindo para delimitar as ações desenvolvidas sobre as aulas de educação física com relação às práticas corporais e pela forma de concebê-las, acredita-se ser necessário pensarmos o trato referente ao corpo na Educação Física em contextos anteriores objetivando-se explicitar processos de incorporação de determinadas visões e modelos de ser humano e suas implicações no espaço educacional. Entendemos que por meio desses procedimentos poderemos obter uma leitura mais aproximada da institucionalização das concepções sobre educação física e seus desdobramentos sociais. Nesse sentido, propomo-nos uma abordagem metodológica de natureza qualitativa, do tipo etnográfico por entender que nosso trabalho faz uma adaptação à educação como sugere a professora Marli Andrè 4 Para melhor compreendermos como acontecem as tomadas de decisões em relação ao método ou ao conteúdo escolhidos pelos/as professores/as de educação física buscaremos apoio em Gimeno Sacristan e Pérez Gomes (1998) e em Pierre Bourdieu (2007). 4
  • 5. (1995). Os instrumentos metodológicos utilizados na presente pesquisa são observações de aulas, entrevistas semiestruturadas e grupos focais. Entendemos que a este trabalho poderá possibilitar a formação continuada desses professores, e também o fortalecimento do debate intelectual em relação à formação docente. A análise poderá contribuir, ainda, para uma redefinição do enfoque dado a formação inicial em Educação Física escolar, pelo fato de pretender identificar discursos e práticas que vem sendo produzidas na escola. Para análise de dados utilizaremos a análise de conteúdos. REFERÊNCIAS ANDRÈ, M.E. D. Etnografia da prática escolar. São Paulo: Papirus, 1995. BRACHT, V. Educação Física e aprendizagem social. Porto Alegre: Agister, 1992. BRACHT, V.; CAPARROZ, F. E. O tempo e o lugar de uma Didática da Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte. Campinas, Autores Associados, v. 28, n. 2, p. 21-37, jan. 2007. _______. A constituição das teorias pedagógicas na Educação Física. In: Cadernos CEDES, nº 48 – Corpo e Educação, Campinas/SP, 1999. CASSIRER, E. Antropologia Filosófica. São Paulo: Mestre Jou, 1977. GONZALES, F. J.; FENSTERSEIFER, P.E. Entre o “não mais” e o “ainda não”: pensando saídas do não lugar da EF escolar I. In: CADERNOS DE FORMAÇÃO RBCE- v. 1, n. 1 (2009) -Campinas: CBCE e autores associados, 2009. GIMENO SACRISTAN, J.; PÉREZ GOMES, A.I. Compreender e transformar o ensino. Editora ARTMED, Porto Alegre, 1999. FIGUEIREDO, Z. C. C. Experiências sociais no processo de formação docente em Educação Física. 2003. 210 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003. NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (Org.). Escritos de Educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005, 7a ed., p. 39-64. ______. O poder simbólico. 10. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. ______. Espaço Social e Espaço Simbólico. In: BOURDIEU, P. Razões Práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 2003a, 3ª ed., p. 13-28. PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2004. VELHO, G. Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. 7ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. 5