O documento resume a história dos diversos acordos ortográficos entre Portugal e Brasil ao longo dos anos, desde 1904 até a implementação do Novo Acordo Ortográfico em 2009. Detalha também os principais objetivos deste novo acordo e as principais alterações que introduz na ortografia da língua portuguesa.
1. Evandro Morgado
evandro.morgado@gmail.com
www.evandromorgado.com
www.morgadus.com
NOVO ACORDO
ORTOGRÁFICO
2. ESTRUTURA
I. A Língua Portuguesa no Mundo
II. Uma História de desAcordos
III. Objetivos do Novo Acordo Ortográfico
IV. Principais Alterações
1. Introdução das letras k, w e y
2. Uso da minúscula
3. Uso da maiúscula e minúscula
4. Supressão de consoantes
5. Supressão de acentos gráficos
6. Supressão e/ou substituição do hífen
V. Consolidação
5. 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO
o Língua de comunicação internacional.
o Os portugueses são 3,8% e os brasileiros 74% dos 260 milhões que, no
mundo, falam português.
o Terceira língua europeia mais falada no mundo (depois do inglês e do
espanhol) e sexta a nível mundial.
6. 1 A LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO (CONT.)
• A língua portuguesa facilita a aprendizagem de outros idiomas.
• Os falantes do português entendem:
• 90% de espanhol
• 50% de italiano
• 30% de francês
7.
8. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
1904
Ortografia nacional, do filólogo Gonçalves Viana (1840-1914), é publicada em
Portugal. Nela, o estudioso apresenta uma proposta para simplificar a
ortografia:
• eliminação dos fonemas gregos th (theatro), ph (philosofia), ch (com som de k, como em chimica), rh
(rheumatismo) e y (lyrio);
• eliminação das consoantes dobradas, com exceção de rr e ss: cabello (= cabelo);
communicar (= comunicar); ecclesiastico (= eclesiástico); sâbbado (= sábado).
• eliminação das consoantes nulas, quando não influenciam na pronúncia da vogal que as precede:
licção (= lição); dacta (= data); posthumo (= póstumo); innundar (= inundar); chrystal (= cristal);
• regularização da acentuação gráfica.
9. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
1907
A partir de uma proposta do jornalista, professor, político e escritor Medeiros
e Albuquerque, a Academia Brasileira de Letras (ABL) elabora projeto de
reformulação ortográfica com base nas propostas de Gonçalves Viana.
1911
Portugal oficializa, com pequenas modificações, o sistema de Gonçalves
Viana, dando origem às duas versões da Língua Portuguesa.
10. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
1915
A ABL aprova a proposta do professor, filólogo e poeta Silva Ramos que ajusta
a reforma ortográfica brasileira aos padrões da reforma portuguesa de 1911.
1919
A ABL volta atrás e revoga o projeto de 1907, ou seja, não há mais reforma.
1931
Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras assinam o
primeiro acordo ortográfico entre Portugal e Brasil (nunca vai passar do
papel).
11. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
1933
O governo brasileiro oficializa o acordo de 1931.
1934
A Constituição Brasileira revoga o acordo de 1931 e estabelece a volta das
regras ortográficas de 1891, ou seja, ortografia voltaria a ser grafada
orthographia.
Protestos generalizados, porém fazem com que essa ortografia seja
considerada optativa.
12. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
1940-1943
Publicação, respetivamente, do Vocabulário da Língua Portuguesa, pela
Academia das Ciências de Lisboa, e do Formulário Ortográfico, pela Academia
Brasileira de Letras.
1943
Convenção Luso-Brasileira retoma o acordo de 1931 (com modificações).
1945
Divergências na interpretação de regras (de 1943) resultam num novo acordo
de unificação das ortografias portuguesa e brasileira. Em Portugal, este foi
ratificado, mas o Brasil “chumbou” e manteve a ortografia de 1943.
13. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
1975
As colónias portuguesas em África (São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo
Verde, Angola e Moçambique) tornam-se independentes.
É elaborado um projeto de acordo que não chega a ser aprovado oficialmente
devido à situação política de Portugal.
14. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
1986
Reunião de representantes dos sete países de língua portuguesa (CPLP)
resulta nas Bases Analíticas da Ortografia Simplificada da Língua Portuguesa
de 1945, renegociadas em 1975 e consolidadas em 1986. O texto nunca foi
implementado atendendo à forte contestação, sobretudo no que se refere à
acentuação das palavras esdrúxulas, o que traria muitas confusões como as
que surgiriam com a palavra “cágado”.
1990
É aprovado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (privilegiando o
critério fonético em detrimento do etimológico). Não entra em vigor como
previsto (1994), porque não foi ratificado por todos os Estados envolvidos.
15. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
1998
No primeiro Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa fica estabelecido que todos os membros da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP) devem ratificar as normas propostas
no Acordo Ortográfico.
2002
Timor Leste torna-se independente e passa a fazer parte da CPLP.
16. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
2004
Com a aprovação do Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa, fica determinado que basta a
ratificação de três membros para o acordo entrar em vigor. No mesmo
ano, o Brasil ratifica o acordo e Timor-Leste adere ao Acordo Ortográfico.
2006
Brasil, Cabo Verde (ratificou em 2005) e São Tomé e Príncipe (ratificou em
2006) depositam no Ministério português dos Negócios estrangeiros os
instrumentos de ratificação do Segundo Protocolo Modificativo,
possibilitando a entrada em vigor do acordo.
17. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
2008
A Assembleia da República ratifica e o Presidente da República promulga o
Segundo Protocolo Modificativo.
2009
O Acordo Ortográfico entra em vigor só no Brasil. Timor ratifica o Acordo
Ortográfico. Apenas Angola e Moçambique ainda não depositaram os
instrumentos de ratificação do Segundo Protocolo Modificativo.
Em 13 de maio, Portugal deposita o respetivo instrumento de ratificação.
18. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
2010
O aviso n.º 255/2010 do Ministério português dos Negócios Estrangeiros, de
13 de setembro de 2010, publicado no Diário da República de 17 de
setembro de 2010 dá conta do depósito nos seus serviços dos instrumentos
de ratificação do Segundo Protocolo Modificativo por parte de Cabo Verde,
Brasil, São Tomé e Príncipe e Portugal.
Estava prevista para 2011 a ratificação por Angola e Moçambique.
Deu-se início à implementação do Acordo em Portugal, onde já decorre um
período de transição até 2015.
19. UMA HISTÓRIA DE DESACORDOS
2011
A Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011 de 25 de Janeiro
estabelece:
“1 — Determinar que, a partir de 1 de Janeiro de 2012, o Governo e todos os
serviços, organismos e entidades sujeitos aos poderes de direcção,
superintendência e tutela do Governo aplicam a grafia do Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa (…)
2 — Determinar que, a partir de 1 de Janeiro de 2012, a publicação do Diário
da República se realiza conforme o Acordo Ortográfico.
3 — Determinar que o Acordo Ortográfico é aplicável ao sistema educativo no
ano lectivo de 2011 -2012 (…)”
20. POR FIM
O Vocabulário Ortográfico
da Língua Portuguesa, O Dicionário de Língua
publicado pela Academia Portuguesa (2009) da
Brasileira de Letras (2009) Porto editora tem cerca
tem 390 mil vocábulos. de 180 mil.
21. POR FIM
São modificadas 1,6% 0,5% das palavras do
das palavras do português português do Brasil são
europeu. modificadas.
Das 110 mil palavras estudadas, 575 admitem dupla grafia no
português europeu.
22.
23. OBJETIVOS DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
• (…)
• Unificar a ortografia da língua portuguesa (o único idioma do ocidente
que tem duas grafias oficiais — a do Brasil e a de Portugal).
• As diferenças ortográficas existentes entre o português do Brasil e o de
Portugal serão resolvidas em 98%.
• Cerca de 230 milhões de falantes de 8 países verão unificada a sua língua,
o que facilitará a circulação de materiais, como documentos oficiais sem a
necessária tradução.
• Facilitar o estabelecimento do português como um dos idiomas oficiais da
Organização das Nações Unidas (ONU).
• Defender a unidade essencial da língua portuguesa e o seu prestígio
internacional.
• (…)
24. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
O que muda com o Novo Acordo Ortográfico?
1. Introdução das letras k, w e y
2. Uso da minúscula
3. Uso da maiúscula e minúscula
4. Supressão de consoantes
5. Supressão de acentos gráficos
6. Supressão e/ou substituição do hífen
25. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
1. Introdução das letras k, w e y
O alfabeto português passou de 23 para 26 letras, com a inclusão do K, do W
e do Y. Usam-se nas seguintes situações:
a) Nomes de pessoas (antropónimos) e seus derivados: Kant, kantiano
b) Unidades monetárias: kwanza, yuan
c) Símbolos e siglas: km, kg, Y (ítrio), Yd (jarda)
d) Designação de desportos e desportistas: kart, windsurf, windsurfista
e) Topónimos e seus derivados, quando não existam formas vernáculas
ainda vivas em português: Washington, Kuwait, kuwaitiano
(atenção: Colónia, em vez de Köln, e Cracóvia em vez de Kraków)
26. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
2. Uso da minúscula
Escrevem-se com minúscula inicial (salvo início de frase):
a) Os nomes das estações do ano: primavera, verão, outono e inverno
b) Os nomes dos dias e dos meses: segunda-feira, dezembro…
c) Os nomes dos pontos cardeais e colaterais: norte, nor-noroeste (mas
mantém-se a maiúscula inicial no caso de abreviatura (N, E) e nos casos
em que estes nomes designam regiões (“…vive no Sul”).
d) As designações usadas para mencionar alguém cujo nome se
desconhece: fulano, beltrano, sicrano
e) As formas de tratamento, mesmo as que exprimem cortesia: senhor
professor, doutor, cardeal
27. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
3. Uso de maiúscula e minúscula
Escrevem-se com maiúsculas ou minúscula, conforme a opção de cada um:
a) Nos títulos de livros ou obras equiparadas, salvo no primeiro elemento
ou nos nomes próprios neles contidos: Guerra e Paz / Guerra e paz; A
Ilustre casa de Ramires / A ilustre casa de Ramires
b) Nos nomes de santos: Santo António / santo António
c) Nos nomes que designam domínio do saber, cursos e disciplinas:
Matemática / matemática; Língua Portuguesa / língua portuguesa
d) Nas designações de logradouros públicos, monumentos e edifícios:
Avenida da Liberdade / avenida da liberdade; Torre dos Clérigos / torre
dos clérigos
Nota: os nomes pessoais e de marcas e empresas legalmente registadas
não têm que estar em conformidade com a nova ortografia.
28. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
4. Supressão de consoantes (mudas): o que não se
pronuncia não se escreve
Desaparecem as consoantes mudas integrantes das seguintes sequências:
a) cc – acionar, acionista, colecionar, confecionar, direcional, fracionar,
lecionar, transacionar | Nota: faccioso, ficcional, friccionar
b) cç - ação, coleção, contração, correção, deteção, fração, direção,
distração, extração, reação, seleção… | Nota: convicção, dicção, fricção,
secção…
c) ct – adjetivo, afetivo, arquitetura, ata, ator, atual, coletivo, direto, efetivo,
exato, fator, fatura, letivo… | Nota: bactéria, compacto, facto, intacto…
29. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
4. Supressão de consoantes (mudas): o que não se
pronuncia não se escreve (continuação)
Desaparecem as consoantes mudas integrantes das seguintes sequências:
d) pc – anticoncecional, dececionante, excecional, exceto, rececionista
Nota: egípcio, núpcias, opcional
d) pç – aceção, adoção, assunção, conceção, deceção, exceção, interceção,
perceção, receção | Nota: corrupção, erupção, interrupção, opção
e) pt – adotar, batismo, batizar, Egito, otimismo, perentório | Nota: adepto,
aptidão, egiptólogo, eucalipto, inepto, rapto, repto, sumptuoso…
30. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
4. Supressão de consoantes (mudas): DUPLA GRAFIA
A dupla grafia é aceite onde se verifica oscilação da pronúncia:
sector setor
veredicto veredito
epiléptico epilético
EXEMPLO insecticida Inseticida
conector Conetor
contractura Contratura
caracter carater
infecção infeção
31. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
Atenção
- As letras b, g e m mantêm-se na escrita em português europeu padrão de
sequências idênticas de consoantes: subtil, súbdito, amígdala, amnistia,
omnipresente…
- A letra h mantém-se no início e no fim das palavras, assim como nos dígrafos
ch, lh e nh: homem, mulher, vinho, chega, oh…
- Existem palavras que portugueses e brasileiros não pronunciam da mesma
maneira e que, portanto, assumem formas diferentes:
Portugal Brasil
conceção concepção
subtil Subtil/sutil
súbdito Súbdtito/súdito
32. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
4. Supressão de acentos gráficos
a) Nas formas verbais com um e tónico fechado ligado à terminação em, na
3ª pessoa do plural do presente do indicativo e do conjuntivo
creem, descreem, deem, leem, releem, tresleem, veem, reveem
b) Nas 2ª e 3ª pessoas do singular e na 3ª pessoa do plural dos verbos arguir
e redarguir
arguis, argui, arguem, redarguis, redarguem
c) Nos substantivos com ditongo oi
asteroide, boia, espermatozoide, heroico, jiboia, paleozoico
Nota: comboio e dezoito já não se acentuavam
33. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
4. Supressão de acentos gráficos (continuação)
d) Outras formas verbais que perdem acento:
adeque(s) de adequar; apazigue(s) de apaziguar; averigue(s) de averiguar;
boio, boias, boia, boiam, boie, boies, boiem (de boiar); desague (de
desaguar); enxague(s) de enxaguar; mingue(s) de minguar; e formas
acentuadas dos verbos arguir, delinquir e redarguir
b) Do acento grave em Para (verbo parar) Para (preposição)
palavras homófonas Pela (verbo pelar) Pela (nome de jogo; contração)
Pelo (verbo pelar) Pela(substantivo; contração)
Atenção: paramos e Coa (verbo coar) Coa (topónimo)
parámos; pode e pôde; Pero (nome de fruto) Pero (nome próprio)
pôr e por; dêmos e demos Pera (fruto) Pera (preposição arcaica)
Polo (nome de jogo) Polo (contração arcaica)
34. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
Atenção: dupla acentuação (Portugal / Brasil)
Também no que se refere à acentuação, há diferenças entre as grafias
brasileira e portuguesa
Portugal Brasil
académico acadêmico
António Antônio
oxigénio oxigênio
sénior sênior
ónus ônus
bebé bebê
(…) (…)
35. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
6. Supressão e/ou substituição do hífen
Os prefixos aglutinam-se com o elemento seguinte ou suprime-se o hífen
a) Prefixo terminado em vogal e elemento seguinte começado por r ou s (há
duplicação de consoantes) – antirreligioso, autorrádio, autosserviço,
minissaia, ultrassónico…
b) Palavras formadas com o prefixo co- – coautor, coprodutor …
c) Prefixo terminado por vogal e elemento seguinte começado por vogal
diferente – autoestrada, antiaéreo, extraescolar, plurianual…
d) Ligação dos advérbios não e quase com a palavra que se lhes segue – não
fumador, quase dito, não alinhado…
36. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
6. Supressão e/ou substituição do hífen (continuação)
Os prefixos aglutinam-se com o elemento seguinte ou suprime-se o hífen
a) Ligação da preposição de a formas monossilábicas do presente do
indicativo do verbo haver – hei de, hás de, há de, hão de…
b) Locuções, salvo as que o Acordo considera consagradas pelo uso –
cão de guarda, fim de semana, cor de laranja, à vontade
Atenção
água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito,
pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa
37. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
O hífen mantem-se quando…
a) O prefixo termina por vogal/consoante e o elemento seguinte começa
pela mesma vogal/consoante – micro-ondas, super-relacionado…
Atenção: co e re não obedecem as esta regra
Coobrigação, reencaminhar…
b) O elemento seguinte começa por h – anti-higiénico, co-herdeiro…
c) O elemento seguinte é um nome próprio, uma palavra estrangeira ou
uma sigla – anti-Sócrates, anti-apartheid, super-CR7…
38. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
O hífen mantem-se quando…
d) No caso de circum- e pan- quando o elemento seguinte começa por
vogal, m ou n – circum-escolar, circum-navegação…
e) Nos casos de ab-, ad- e sub- quando o elemento seguinte começa
por r ou b – ab-rogar, sub-bibliotecário
f) Exigem sempre hífen os compostos com os elementos além-, aquém-,
recém-, sem-, ex-, vice-, pós-, pré- e pró- – além-mar, recém-casado,
ex-diretora, vice-rei, pós-graduação, pré-escolar, aquém-Pirenéus…
39. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
O hífen mantem-se…
g) Em palavras compostas que designam espécies botânicas ou
zoológicas – couve-flor, tartaruga-marinha , ervilha-de-cheiro…
h) Nos topónimos com Grã, Grão, ou cujos elementos estejam ligados
por artigo – Grã-Bretanha, Grão-Ducado, Trás-os-Montes, Entre-os-
Rios
i) A ligar palavras sintagmáticas e semanticamente diferentes (mas
justapostas), sem elemento de ligação – azul-escuro, guarda-
noturno, arco-íris, decreto-lei, primeiro-ministro, segunda-feira…
40. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
O hífen mantem-se…
j) Nos compostos com os advérbios bem- e mal-, quando a
palavra seguinte começa por vogal ou h – bem-humorado,
bem-estar, mal-entendido, mal-humorado…
k) Nalguns casos, quando a palavra que se segue a bem- começa por
consoante – bem-dizer, bem-falante, bem-visto…
ATENÇÃO
Há casos em que bem- e mal- aglutinam com o termo seguinte
benfeito, benfeitor, malcriado, malmequer, malvisto…
41. As reações a todas as tentativas de
reforma ortográfica foram seguidas
de contestação.
Curiosidade
O escritor Teixeira de Pascoaes, ao referir-se à queda
do y na palavra abysmo, escreveu o seguinte: “Na
palavra abysmo, é a forma do y que lhe dá
profundidade, escuridão, mistério. Escrevê-la com i
latino é fechar a boca do abysmo, é transformá-lo
numa superfície banal”. (Teixeira de Pascoais, A Águia,
citado por Francisco Álvaro Gomes, O Acordo
Ortográfico, Porto, Edições Flumen e Porto Editora,
2008, p. 10)
46. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Kanashiro, Á. R. (2008). Guia do Acordo Ortográfico. São Paulo: Editora
Moderna.
Ricardo, D. (2011). O Novo Acordo Ortográfico. Expresso.