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O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa




  Rui Pereira Bento

João Pimentel Ferreira


    Março de 2012




                         Assinado em Lisboa a 16 de Dezembro de 1990
Agenda


Legislação

História

Razões para o desentendimento

Análise das alterações

Os prós e os contras

Conclusões
Legislação

•   Resolução da Assembleia da República nº 26/91 de 23 de Agosto

     •   Aprova, para ratificação, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – AOLP
         (1990).

             Acordo Assinado em Lisboa a 16 de Dezembro de 1990.

     •   Determina , no artigo 3º, a entrada em vigor do Acordo em 1 de Janeiro de
         1994, após o depósito dos instrumentos de ratificação de todos os Estados
         junto do Governo da República Portuguesa.

     •   Aprovada em 4 de Junho de 1991.

     •   Publicada no Diário da República, 1ª Série – A, nº 193, de 23 de Agosto de
         1991, pp. 4370-88.
Legislação

•   Decreto do Presidente da República nº 43/91

     •   Ratifica o AOLP (1990).

     •   Assinado em 4 de Agosto de 1991 pelo Presidente da República Dr. Mário
         Soares

     •   Referendado em 7 de Agosto de 1991, em nome do Primeiro-Ministro.

     •   Publicado no Diário da República, 1ª Série – A, nº 193, de 23 de Agosto de
         1991, p. 4370.

•   Retificação nº 19/91

     •   Pela Assembleia da República em 15 de Outubro de 1991.

     •   Publicada no Diário da República, 1ª Série – A, nº 256, de 7 de Novembro de
         1991, p. 5684.
Legislação

•   Resolução da Assembleia da República nº 8/2000 de 28 de Janeiro

     •   Aprova o Protocolo Modificativo ao AOLP (1990), assinado na Praia, Cabo
         Verde, em 17 de Julho de 1998.

             Considerando que o Acordo ainda não tinha sido ratificado por todas as Partes
              Contratantes, dá nova redação, em particular, ao artigo 3º do Acordo,
              determinando a entrada em vigor do Acordo após depositados os instrumentos de
              ratificação de todos os Estados junto do Governo da República Portuguesa, mas
              sem estabelecer nova data para o efeito.

     •   Aprovada em 18 de Novembro de 1999.

     •   Publicada no Diário da República, 1ª Série – A, nº 23, de 28 de Janeiro de
         2000, p. 368.
Legislação

•   Decreto do Presidente da República nº 1/2000 de 28 de Janeiro

     •   Ratifica o Protocolo Modificativo ao AOLP (1990).

     •   Assinado em 12 de Janeiro de 2000.

     •   Referendado pelo Primeiro-Ministro em 19 de Janeiro de 2000.

     •   Publicado no Diário da República, 1ª Série – A, nº 23, de 28 de Janeiro de
         2000, p. 368.
Legislação

•   Resolução da Assembleia da República nº 35/2008 [1/2]

     •   Aprova o Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao AOLP (1990),
         adotado na V Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da
         Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em São
         Tomé em 26 e 27 de Julho de 2004.

             Considerando que o Acordo ainda não tinha podido entrar em vigor por não ter
              sido ratificado por todas as partes contratantes, dá , no seu nº 1, nova redação ao
              artigo 3º do Acordo, determinando a entrada em vigor do Acordo ao terceiro
              depósito de instrumento de ratificação junto da República Portuguesa.

             Mais, no seu nº 3, estabelece a entrada em vigor do presente Protocolo ao
              primeiro dia do mês seguinte à data em que três Estados membros da CPLP
              tenham depositado, junto da República Portuguesa, os respetivos instrumentos de
              ratificação ou documentos equivalentes que os vinculem ao Protocolo.

             Assinado em São Tomé a 25 de Julho de 2004.
Legislação

•   Resolução da Assembleia da República nº 35/2008 [2/2]

     •   Estabelece, no nº 2 do artigo 2º, o prazo de seis anos após o depósito do
         instrumento de ratificação do Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao
         AOLP (1990) para que a ortografia se conforme às disposições do Acordo.

     •   Aprovada em 16 de Maio de 2008.

     •   Publicada no Diário da República, 1ª Série, nº 145, de 29 de Julho de 2008,
         pp. 4802-3.
Legislação

•   Decreto do Presidente da República nº 52/2008 de 29 de Julho

     •   Ratifica o Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao AOLP (1990).

     •   Assinado em 21 de Julho de 2008.

     •   Referendado pelo Primeiro-Ministro em 22 de Julho de 2008.

     •   Publicado no Diário da República, 1ª Série, nº 145, de 29 de Julho de 2008,
         p. 4784.
Legislação

1. Aviso nº 255/2010 do Ministério dos Negócios Estrangeiros

    •   Torna público que o Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao AOLP
        (1990) entrou em vigor, nos termos dos seus artigos 1º e 3º, em 1 de Janeiro
        de 2007, após o depósito dos respetivos instrumentos de ratificação por parte
        da República Federativa do Brasil e da República de Cabo Verde, em 12 de
        Junho de 2006, e pela República Democrática de São Tomé e Príncipe, em 6
        de Dezembro de 2006.

    •   Torna público igualmente que, por parte de Portugal, o depósito do respetivo
        instrumento de ratificação foi feito em 13 de Maio de 2009, data em que o
        referido Acordo entrou em vigor em Portugal.
                                              Portugal

    •   Feito em 13 de Setembro de 2010 pelo Diretor-Geral de Política Externa.

    •   Publicado no Diário da República, 1ª Série, nº 182, de 17 de Setembro de
        2010, p. 4116.
Legislação

1. Resolução do Conselho de Ministros nº 8/2011

    •   Determina que, a partir de 1 de Janeiro de 2012, o Governo e todos os
        serviços, organismos e entidades sujeitos aos poderes de direção,
        superintendência e tutela do Governo aplicam a grafia do AOLP (1990), em
        todos os atos, decisões, normas, orientações, documentos, edições,
        publicações, bens culturais ou quaisquer textos e comunicações, sejam
        internos ou externos, independentemente do suporte, bem como a todos
        aqueles que venham a ser objeto de revisão, reedição, reimpressão ou
        qualquer outra forma de modificação.

    •   Presidência do Conselho de Ministros, 9 de Dezembro de 2010.

    •   Publicado no Diário da República, 1ª série, nº 17, de 25 de Janeiro de 2011,
        pp. 488-9
Legislação
                        AOLP 1990-12-16
                 Entrada em vigor 1994-01-01
                       Ratificação por todos


                      PM-AOLP 1998-07-19
                     Reitera importância AOLP
            Ratificação por todos sem data fixada


                     AS-PM-AOLP 2004-07-25
     Entrada em vigor após 3 ratificações em 2007-01-01
           Em Portugal em vigor desde 2009-05-13
AR determinou 6 anos de transição que terminam em 2015-05-12

          Legenda:

          AOLP – Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
          PM-AOLP – Protocolo Modificativo ao AOLP
          AS-PM-AOLP – Acordo do Segundo PM-AOLP
          AR – Assembleia da República
História




Letreiro no Porto, escrito antes da reforma ortográfica de 1911
              Autor: Manuel dos Santos, retirado da Wikipédia
História

•   1911 – Reforma ortográfica (unilateral) em Portugal (PT), não seguida
    pelo Brasil (BR).

•   1931 – A Academia Brasileira de Letras (ABL) e a Academia das
    Ciências de Lisboa (ACL) promovem o primeiro acordo ortográfico entre
    PT e BR, para minimizar os inconvenientes da situação criada em 1911.

•   1943 – Convenção Ortográfica (Formulário Ortográfico). Consequência
    do facto do primeiro acordo ortográfico não ter produzido a unificação.

•   1945 – Convenção Ortográfica Luso-Brasileira ou Acordo Ortográfico
    (Lisboa). Consequência do facto de persistirem divergências entre os
    Vocabulários entretanto publicados pelas duas Academias. Adotado em
    PT mas não no BR.

•   1971 – No BR, foi aprovada legislação para reduzir substancialmente as
    diferenças ortográficas entre PT e BR.
História

•   1973 – Em PT, foi feito o mesmo.

•   1975 – A ACL e a ABL elaboraram um novo projeto de acordo que não
    foi aprovado oficialmente por razões políticas, sobretudo vigentes em PT.

•   1986 – Acordo Ortográfico (Rio de Janeiro), já com a participação dos
    PALOP. Falhou devido à polémica que causou, sobretudo em PT.

•   1990 – Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Lisboa).
Razões para o desentendimento

•   Os acordos de 1945 e 1986 visavam impor uma unificação ortográfica
    absoluta.

•   O Acordo de 1945 propunha uma unificação de quase 100% do
    vocabulário geral da língua. Essa unificação assentava em dois
    princípios, não aceites no BR:

     •   conservação das consoantes mudas, o que para o BR era, não uma
         conservação, mas uma restauração das consoantes já abolidas;

     •   acentuação das vogais tónicas e e o, seguidas das consoantes nasais m e n,
         das palavras proparoxítonas (ou esdrúxulas), com acento agudo (de acordo
         com a prática portuguesa) e não circunflexo (de acordo com a prática
         brasileira).
Razões para o desentendimento

•   Contra a tradição ortográfica, o Acordo de 1945 estipulava que o acento
    agudo, nos referidos casos, apenas assinalava a tonicidade da vogal e
    não o seu timbre.

•   O Acordo de 1986 conseguia a unificação ortográfica em cerca de 99,5%
    do vocabulário geral da língua (em cerca de 110 000 palavras; estudos
    da ACL).

•   O Acordo de 1986 fazia a unificação à custa da simplificação drástica do
    sistema de acentuação gráfica, pela supressão dos acentos nas palavras
    proparoxítonas e paroxítonas, o que não foi bem aceite por uma parte
    substancial da opinião pública portuguesa.

•   O Acordo de 1990 visa fixar e delimitar as diferenças atualmente
    existentes e prevenir contra a desagregação ortográfica da língua, que
    será potenciada pela sua dispersão pelo mundo.
Razões para o desentendimento

1. O Acordo de 1990 é menos forte do que os de 1945 e 1986 mas unifica
   cerca de 98% do vocabulário geral da língua.
Análise das alterações

•   Supressão das sequências consonânticas interiores não articuladas
    (mudas) c e p

     •   constituem 0,54% do vocabulário geral da língua, pouco mais de 600
         palavras em cerca de 110 000.
Análise das alterações
                                                 Antes (PT)               Depois       Antes (PT)             Depois

                                          acção               ação                 efectivo         efetivo

                                          accionar            acionar              efectuar         efetuar
Supressão de c e p – Exemplos             abstracção          abstração            Egipto           Egito

                                          abstracto           abstrato             eléctrico        elétrico

                                          acto                ato                  espectáculo      espetáculo

                                          actual              atual                estupefacção     estupefação

                                          activar             ativar               exacto           exato
       Antes (PT)              Depois     adjectivo           adjetivo             excepção         exceção
 dejecção           dejeção               adoptar             adotar               excepto          exceto
 descontracção      descontração          afectivo            afetivo              extracto         extrato
 dialecto           dialeto               antárctico          antártico            factura          fatura
 didáctico          didático              Antárctida          Antártida            fracção          fração
 direcção           direção               Árctico             Ártico               fractura         fratura
 direccionar        direcionar            arquitecto          arquiteto            injecção         injeção
 directo            direto                atractivo           atrativo             inspector        inspetor
 director           diretor               bissectriz          bissetriz            lectivo          letivo

                                          colecção            coleção              nocturno         noturno

                                          contracção          contração            objecção         objeção

                                          correcção           correção             objecto          objeto

                                          correcto            correto              óptico           ótico
Análise das alterações

•   Supressão de c e p – Três objeções rebatidas

     •   Objeção 1 – Desvio etimológico e similitude com as restantes línguas
         neolatinas – contraexemplos

          •   francês objet e castelhano objeto

          •   francês projet e castelhano proyecto

          •   italiano oggetto e progetto

          •   português vitória – que antes do AO já se escrevia sem c – e francês victoire,
              castelhano victoria, e italiano vittoria
Análise das alterações

•   Supressão de c e p – Três objeções rebatidas

     •   Objeção 2 – Abertura da vogal precedente – contraexemplos

          •   vogal pré-tónica aberta: corar, padeiro, oblação, pregar

          •   manutenção da vogal anterior: actual, actualidade, exactidão, tactear

     •   Objeção 3 – Incongruências de parentesco lexical – contraexemplos

          •   AOLP (1990) – Egito e egípcio, apocalítico e apocalipse

          •   Acordo 1945 – assunção e assumptivo, cativo e captor e captura, dicionário e
              dicção, noturno e noctívago
Análise das alterações

•   Supressão de c e p – Duas vantagens

     •   Vantagem 1 – Não necessidade de memorizar qual a consoante muda a
         escrever, se c, se p

     •   Vantagem 2 – Não necessidade de memorizar quais as palavras que se
         escrevem com consoante e quais as que se escrevem sem consoante,
         quando estão relacionadas por parentesco lexical.
Análise das alterações

•   Introdução de dupla grafia em relação às consoantes c, p, b, g, m e t

     •   facto e fato, recepção e receção, súbdito e súdito, amígdala e
         amídala, amnistia e anistia, aritmética e arimética

     •   afeta cerca de 0,5% do vocabulário geral da língua, pouco mais de
         575 palavras em cerca de 110 000.
Análise das alterações

•        Introdução de dupla grafia em c, p, b, g, m e t – Exemplos



    abjecção          abjeção           aspecto          aspeto          connosco       conosco
    abjecto           abjeto            asséptico        assético        contacto       contato
    acepção           aceção            assumpção        assunção        corrupção      corrução
    acupunctor        acupuntor         bijecção         bijeção         dicção         dição
    afecção           afeção            bissecção        bisseção        facto          fato
    afectar           afetar            carácter         caráter         indemnização   indenização
    afecto            afeto             característica   caraterística   infecção       infeção
    amígdala          amídala           céptico          cético          insecto        inseto
    amnistia          anistia           ceptro           cetro           jacto          jato
    anoréctico        anorético         cofactor         cofator         Neptuno        Netuno
    anticoncepciona   anticonceciona
                                        colecta          coleta          omnipotente    onipotente
    l                 l
    antiepiléptico    antiepilético     colectivo        coletivo        omnisciente    onisciente
    antisséptico      antissético       concepção        conceção        quociente      cociente
    apocalíptico      apocalítico       conectivo        conetivo        secção         seção
    artiodáctilo      artiodátilo       confecção        confeção        súbdito        súdito
    aritmética        arimética         conjectura       conjetura       subtil         sutil
Análise das alterações

•   Grafia dupla e simples da acentuação

     •   Proparoxítonas ou esdrúxulas

          •   Grafia dupla – Nas vogais tónicas a, e e o seguidas das consoantes nasais m e n
              com as quais não formam sílaba, quando há oscilação do timbre (Dánao e
              Dânao, académico e acadêmico, cómodo e cômodo)

              •    Observação – Para a, os casos são raros: nomes próprios gregos

          •   Grafia simples – AOLP (1990) não introduz alterações

              •    Nas vogais tónicas a, e e o seguidas das consoantes nasais m e n com as
                   quais não formam sílaba, quando não há oscilação do timbre (âmago,
                   sêmola, cômoro)

                    •    Observação – Para e e o os casos não são frequentes

              •    Nas vogais tónicas a, e e o seguidas das consoantes nasais m e n com as
                   quais formam sílaba. O timbre, fechado, não varia.
Análise das alterações

•   Grafia dupla e simples da acentuação

     •   Paroxítonas ou graves

          •   Grafia dupla – Nas vogais tónicas e e o em final de sílaba, seguidas das
              consoantes nasais m ou n, para dar conta da oscilação do timbre (fémur e fêmur,
              bónus e bônus), sendo poucos os casos

     •   Oxítonas ou agudas

          •   Grafia dupla – Nas vogais tónicas e e o que estão no fim das palavras (bebé e
              bebê, cocó e cocô), sendo também poucos os casos

     •   Com variantes oxítonas e paroxítonas

          •   Grafia dupla – Na vogal tónica o (judo e judô, metro e metrô), sendo casos raros
Análise das alterações

1. Grafia dupla e simples da acentuação

    •   1,27% das palavras do vocabulário geral da língua têm grafia dupla, 1400 em
        110 000
1. Grafia dupla e simples da acentuação – Exemplos


    ortografia portuguesa   ortografia brasileira   Boémia               Boêmia
    abdómen                 abdômen                 bónus                bônus
    académico               acadêmico               canónico             canônico
    acanónico               acanônico               carácter (símbolo)   caractere
    afónico                 afônico                 cénico               cênico
    Amazónia                Amazônia                cerimónia            cerimônia
    anatómico               anatômico               colónia              colônia
    anónimo                 anônimo                 cómico               cômico
    antimónio               antimônio               cómodo               cômodo
    antónimo                antônimo                cónego               cônego
    António                 Antônio                 cónico               cônico
    antropónimo             antropônimo             crónica              crônica
    Arménia                 Armênia                 crónico              crônico
    arménio                 armênio                 demónio              demônio
    astrónomo               astrônomo               económico            econômico
    atómico                 atômico                 eletrónica           eletrônica
Análise das alterações

        1. Supressão de acentos gráficos

            •       Homografia heterofónica

                     •   Em pára, flexão de parar, de timbre aberto (á), que passa a escrever-se para,
                         ficando igual a para, preposição, de timbre fechado (â)

                     •   Em pêlo, substantivo, de timbre fechado (ê), que passa a escrever-se pelo,
                         ficando igual a pelo, flexão de pelar, de timbre aberto (é) e contração de per com
                         lo (por + o), de timbre fechado (ê)

                     •   Razões

                         •    Pertença a classes gramaticais diferentes permite, pelo contexto, a
                              distinção

                         •    Antecedentes no Acordo 1945
Antes      Depois

pára        para               •    Escreve-se acerto para o substantivo, de timbre fechado, sinónimo de
pêlo        pelo                    ajustamento (e não acêrto), e para a flexão, de timbre aberto, do
pêra        pera                    verbo acertar
pólo        polo
Análise das alterações

1. Supressão de acentos gráficos

    a) Homografia heterofónica

        •   Razões

             •   Antecedentes no Acordo 1945

                 •    Escreve-se acordo para o substantivo, de timbre fechado (ê),
                      sinónimo de entendimento (e não acôrdo), e para a flexão, de timbre
                      aberto (ó), do verbo acordar

                 •    Escreve-se sede para o substantivo, de timbre fechado (ê), sinónimo
                      de vontade de beber (e não sêde), e para o também substantivo, de
                      timbre aberto (é), sinónimo de local principal
Análise das alterações

            1. Supressão de acentos gráficos

                •       Paroxítonas com os ditongos ei e oi na sílaba tónica

                             •   Em assembleia, boleia, ideia, que no BR tinham acentuação grafada com acento
                                 grave (é), por o ditongo soar aberto

                             •   Em comboio, dezoito, estroina, que no BR admitia grafia dupla, por lá haver
                                 oscilação do timbre

                             •   Razões

                                 •    Consonância com a posição adotada para a homografia heterofónica

                                 •    Consistência com o facto de, em geral, não se assinalar graficamente o
                                      timbre das vogais tónicas a, e e o das paroxítonas, dada a tendência da
 Antes               Depois           língua para a paroxitonia
  bóia                boia

asteróide           asteroide          •    cada (â) e fada (á); espelho (ê) e velho (é); virtuoso (ô) e virtuosa (ó)
heróico             heroico

  jóia                joia
Análise das alterações

1. Supressão de acentos gráficos

    •   Paroxítonas terminadas em oo

         •   É abençoo, enjoo, moo, povoo, voo e não abençôo, enjôo, môo, povôo, vôo, que
             era usado no BR

         •   Razões

             •    Consonância com as posições anteriores adotadas

             •    Não existência de diferença de timbre em todo o domínio da língua
Análise das alterações

1. Supressão de acentos gráficos

    •   Nas formas verbais paroxítonas que contêm um e tónico oral fechado em
        hiato com a terminação em da terceira pessoa do plural do presente do
        indicativo ou do conjuntivo

         •   É creem, deem, veem, que antes era crêem, dêem, vêem, tanto e PT como no
             BR

         •   Razões

             •    Consonância com as posições anteriores adotadas

                      Antes       Depois

                      dêem        deem

                      vêem        veem

                      lêem         leem

                      crêem       creem
Análise das alterações

1. Supressão de acentos gráficos

    •   Nas formas verbais com u e ui tónicos precedidos de g ou de q

         •   É apazigue (1ª e 3ª pessoas singular presente conjuntivo de apaziguar), arguem
             (3ª pessoa plural presente indicativo de arguir), onde antes era apazigúe e
             argúem

         •   Razões

              •   São palavras paroxítonas

              •   O u é sempre articulado em qualquer conjugação dos verbos

         •   É argui (3ª pessoa singular presente indicativo de arguir), delinquis (2ª pessoa
             singular presente indicativo de delinquir), onde antes era argúi e delinqúis

         •   Razões

              •   São palavras oxítonas terminadas no ditongo tónico ui
Análise das alterações

1. Supressão de acentos gráficos

    •   Nas formas verbais com u e ui tónicos precedidos de g ou de q

         •   É argui (3ª pessoa singular presente indicativo de arguir), delinquis (2ª pessoa
             singular presente indicativo de delinquir), onde antes era argúi e delinqúis

         •   Observação

              •   Grafa-se arguí, delinquí (1ª pessoa singular pretérito perfeito indicativo),
                  pois não há ditongo e a vogal tónica é i
Análise das alterações

•   Hífen

     •   Emprega-se nas formações por prefixação e recomposição (com
         pseudoprefixo de origem grega ou latina) quando:

            •   O segundo elemento da formação começa por h ou pela mesma vogal ou
                consoante com que termina o prefixo ou pseudoprefixo

                •    anti-higiénico, contra-almirante, hiper-resistente

            •   O prefixo ou falso prefixo termina em m ou n e o segundo elemento começa por
                vogal, m ou n

                •    circum-adjacente, circum-murado, circum-navegação

                •    pan-africano, pan-mixia, pan-negritude
Análise das alterações
             •   Hífen

                  •      Não se emprega:

                           •      Quando o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento
                                  começa por r ou s, dobrando-se estas consoantes

                                  •    antirreligioso, microssistema

                           iii.   Quando prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento
                                  começa por vogal diferente daquela, aglutinando-se os dois

                                  •    antiaéreo, aeroespacial

                           v.     Nas formas do presente do indicativo do verbo haver

                                  •    hei de, hás de, há de, e não hei-de, hás-de, há-de

Antes (PT)            Depois

  hei-de              hei de

 hás-de               hás de

  há-de               há de

 hão-de               hão de
Análise das alterações
                   As regras de hifenização sofrem alterações, fazendo com
                  que uns hífenes sejam eliminados e outras palavras passem
                       a ser hifenizadas quando até agora não o eram.



                                      Elimina-se o hífen em             Elimina-se o hífen em
    Eliminação do hífen
                                     palavras que perderam             palavras compostas com
                                     a noção de composição              elementos de ligação
      Antes             Depois

anti-semita      antissemita                                                 Antes               Depois

anti-religioso   antirreligioso         Antes           Depois   dia-a-dia               dia a dia

contra-regra     contrarregra        pára-choque   parachoque    fim-de-semana           fim de semana

extra-escolar    extraescolar        manda-chuva   mandachuva    cor-de-vinho            cor de vinho
co-                                  pára-quedas   paraquedas
                 coadministrador                                 ponto-e-vírgula         ponto e vírgula
administrador
pré-fabricado    prefabricado                                    cara-de-pau             cara de pau
                                                                 maria-vai-com-as-       maria vai com as
                                                                 outras                  outras
                                                                 leva-e-traz             leva e traz

                                                                 deus-me-livre           deus me livre

                                                                 bicho-de-sete-cabeças   bicho de sete cabeças

                                                                 faz-de-conta            faz de conta
Análise das alterações

•   Introdução das letras k, w e y no alfabeto

                                         Novo alfabeto

                                            26 letras

                               a A (á)           n N (ene)

                               b B (bê)          o O (o)

                               c C (cê)          p P (pê)

                               d D (dê)          q Q (quê)

                               e E (é)           r R (erre)

                               f F (efe)         s S (esse)

                               g G (guê)         t T (tê)

                               h H (agá)         u U (u)

                               i I (i)           v V (vê)

                               j J (jota)        w W (dâblio)

                               k K (capa)        x X (xis)

                               l L (ele)         y Y (ípsilon)

                               m M (eme)         z Z (zê)
Análise das alterações
•        Abolição do trema, que ainda era usado no BR

           •     Exceção

                  •   Nos nomes próprio de origem estrangeira e seus derivados – Müller, mülleriano

           •     Razão

                  •   Harmonização

                  •   Seguimento da abolição parcial feita em 1971 no BR, que restringia o seu uso às
                      sequências gu e qu, seguidas de e ou de i – aguentar, equestre
                                      qu



    Antes (BR)          Depois

    eqüestre           Equestre

    agüentar           Aguentar

eqüidistante          Equidistante

     lingüiça          Linguiça

    seqüestro          Sequestro

     tranqüilo         tranquilo
Análise das alterações


Os meses, as estações do ano e os pontos cardeais
deixam de ser grafados com letra inicial maiúscula




                     Antes (PT)           Depois

               Janeiro            janeiro

               Fevereiro          fevereiro

               Primavera          primavera

               Verão              verão

               Norte              norte

               Sul                sul
Análise das alterações


      Consoantes mantidas – as que são articuladas

    Conservam-se também palavras com sequências
consonânticas que são invariavelmente proferidas por todas
       as pronúncias cultas da língua portuguesa:


                                    eucalipto
                  adepto
                                    ficção
                  apto
                                    fricciona
                  compacto          r
                  convicçã          inepto
                  o
                                    núpcias
                  convicto
                                    opção
                  díptico
                                    pacto
                  egípcio
                                    pictural
                  erupção
                                    rapto
Os prós e os contras

Argumentos contra o AOLP (1998):




   •Necessidade e custo da proposta

   •Projeção internacional e abrasileiramento da língua

   •Possibilidade de múltiplas grafias (facultatividades)

   •Interesses políticos

   •Prosódia dos diversos dialetos e falares
Necessidade do Acordo ?!

Parte dos críticos acredita que a proposta, é insuficiente para atingir seus propósitos,
uma vez que muitas palavras continuarão a apresentar possíveis variantes
ortográficas.

O professor de português Pasquale Cipro Neto afirma que
     "é uma reforma meia-sola, que não unifica a escrita de fato",
enquanto que o escritor João Ubaldo Ribeiro afirma que
     "é uma reforma tímida, que não faz grandes inovações".

Refere-se ainda que se está a resolver um não-problema, uma vez que as variantes
escritas da língua portuguesa são perfeita e confortavelmente inteligíveis.

O sucesso de vendas dos escritores portugueses José Saramago e Miguel Sousa
Tavares, no Brasil, cujos livros usam a grafia lusitana por exigência dos autores, é uma
evidência de que não é por falta do Acordo que não há mais intercâmbio literário
dentro do espaço lusófono
Custo da Proposta


    •Adaptação do corpo literário já existente pelas editoras.

    •Súbita obsolescência de dicionários, gramáticas e livros escolares, que têm que ser
    substituídos.

    •Reaprendizagem ortográfica por parte de uma grande massa de pessoas, incluindo crianças.



Pasquale Cipro Neto alertava que:

    "vamos enterrar dinheiro em uma mudança que não trará efeitos positivos"

enquanto que o professor Cláudio Moreno refere que:

    "essa ideia messiânica, utópica de que a unificação vai transformar o português em
    uma língua de relações internacionais é uma tolice"
Projeção internacional e abrasileiramento da língua

Críticos apontam que é falsa a ideia de que a união ortográfica fortalece a língua
portuguesa internacionalmente, uma vez que a projeção duma língua não depende da
existência de divergências ortográficas.

O inglês não tem ortografia oficial e apresenta variadas divergências quer gráficas quer
não-gráficas entre os países onde é falado e tal não impede que seja a língua
internacional por excelência


O comentador e escritor Miguel Sousa Tavares refere que o AOLP é
    uma "ameaça por parte dos políticos e dos membros das Academias" cujo
    objetivo é "pôr-nos [os portugueses] a escrever como os brasileiros, assim lhes
    facilitando a sua penetração e influência nos países de expressão portuguesa“

Vasco Graça Moura, diz que se trata
     de um "'diktat' neocolonial, em que o mais forte (o Brasil) determina a sua
    vontade ao mais fraco (Portugal)" deixando a dúvida se “alguém imagina os
    Estados Unidos a ditarem à Inglaterra as regras ortográficas da língua inglesa?”
Possibilidade de múltiplas grafias (facultatividades)

De forma a contemplar as diferenças fonéticas entre Portugal e o Brasil, o AOLP prevê a
existência de abundantes casos de palavras com duas ou mais grafias possíveis.

Segundo Vasco Graça Moura, o reconhecimento oficial de grafias duplas e múltiplas
enfraquece seriamente a unidade da língua portuguesa escrita e:
     vai mesmo contra o conceito de ortografia, as facultatividades permitem pôr num
     saco todos os casos duvidosos, a pretexto de que pode haver diferenças entre a
     pronúncia portuguesa e brasileira, abrindo inaceitavelmente a porta a todas as
     diferenças de grafia e mesmo, no limite, à opção individual por determinada maneira
     de escrever (…) chegando ao ponto da lei do menor esforço e do facilitismo"

A Associação Portuguesa de Linguística, em parecer de 2005 refere:
    "os negociadores do Acordo autorizam duplas ou múltiplas grafias no interior de
    cada país, com base num critério da pronúncia, que em nenhuma língua pode ser
    tomado como propriedade identificadora dum sistema linguístico e da(s) sua(s)
    respetiva(s) norma(s) nacionais, mas sempre e apenas de uma sua variedade
    dialetal ou social"
Interesses políticos

Segundo a antiga ministra da cultura Isabel Pires de Lima,
    "o Brasil procurou, a partir de um certo momento e por interesses de diversa
    natureza, entre os quais está o domínio do mercado editorial da CPLP, que até
    agora Portugal detém, liderar o processo acompanhado daqueles dois países
    [Cabo Verde e São Tomé]“


Vasco Graça Moura afirma que
    a ideia do Acordo veio do antigo presidente brasileiro José Sarney, que enviou um
    emissário aos PALOP com esta finalidade, e refere que "para o Brasil, mais realista
    e mais pragmático, tudo era, desde o início, uma pura questão de mercado".
    Na AR, afirmou que "o tratado serve interesses geopolíticos e empresariais
    brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de
    português no mundo", em especial de Portugal, e representa "uma lesão inaceitável
    de um capital simbólico acumulado e de projeção planetária"
Prosódia (boa pronúncia) dos diversos dialetos e falares


A unificação ortográfica, ao contrapor-se à tendência regional de cada falar, que é
inelutável, descrita nas leis da evolução da pronúncia e decorrente inevitavelmente dos
diversos usos regionais da língua, aumenta a heterofonia, ou seja:

torna a língua escrita cada vez mais distante da prática, criando dificuldades tanto para
seu aprendizado quanto, no caso de vocábulos menos comuns ou de textos mais
concisos, para a própria leitura, mormente em voz alta (discurso, declamação)

Exemplo: Pára -> Para
Argumentos a favor do AOLP:


   • Insustentabilidade da situação até então existente

   • Assegurar a unidade da língua

   • Simplificação da escrita

   • Difusão internacional do português

   • Inevitabilidade da sua aplicação
Insustentabilidade da situação até então existente

O diferendo ortográfico começou em 1911 quando Portugal promoveu unilateralmente
uma profunda reforma ortográfica da língua. Ao longo de todo o século XX, as várias
tentativas de unificação da ortografia do português não surtiram efeito.


Vital Moreira, professor da Universidade de Coimbra, lembra que:
      "não existe nenhuma razão lógica para que uma mesma língua mantenha tantas
      divergências ortográficas entre duas normas nacionais, quando elas não
      correspondem a uma divergência real na sua expressão oral".

O jurista português Pedro Lomba refere que
     "havendo uma língua única, devemos perguntar se será sensato insistir numa
     divisão desnecessária e complicativa das regras ortográficas dos dois países“

Mauro de Salles Villar, coautor do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:
    "A variedade do português do Brasil e de Portugal é muito aproximada. Não
    temos razão em ter duas formas oficiais de grafar a língua"
Assegurar a unidade da língua

Em 1984, já o linguista brasileiro Celso Cunha afirmava:

     Chega-se assim à evidência de que, para a geração atual dos brasileiros, cabo-
     verdianos, angolanos, etc., o português é uma língua tão própria, exatamente tão
     própria, como para os portugueses (…). A luta pela pureza do idioma foi o anseio do
     século XIX: hoje, não pode ser mais o nosso principal objetivo: nossa luta tem de ser
     para impedir a fragmentação do idioma comum.


A linguista Edite Estrela refere:

     Há quem questione a uniformização da escrita, invocando as diferenças vocabulares
     e de pronúncia entre Portugal e o Brasil. Ora, escrever do mesmo modo não significa
     falar do mesmo modo, como provam, designadamente, os alentejanos e os
     micaelenses. E, quanto ao vocabulário, recordo que em território português, por
     exemplo, o estrugido e a sertã convivem, sem problemas, com o refogado e a
     frigideira
Simplificação da escrita


As diferenças introduzidas pelo AOLP (1990) são pouco extensas:

     • 1,6% do vocabulário da língua em Portugal
     • 0,5% do vocabulário da língua no Brasil


Vão todas no sentido da simplificação

O autor português D' Silvas Filho refere que:

     "A língua precisa de ser simplificada. Sem abandonar a sua matriz etimológica, para
     que se adapte às várias pronúncias, deve, no entanto, expurgar-se de elementos
     presentemente inúteis (…). Por mais que alguns linguistas defendam paradoxalmente
     o contrário, o senso comum diz-nos que é mais lógico ler e é mais fácil escrever as
     palavras sem as letras que não têm qualquer função na oralidade”
Difusão internacional do português

Para além de contribuir para a preservação da língua comum, uma ortografia unificada
torna-se também necessária às organizações internacionais onde o português é língua
de trabalho, aos estabelecimentos estrangeiros de ensino do nosso idioma, à difusão e
promoção do livro em português nos domínios interlusófonos e internacional.

A jornalista e escritora Clara Ferreira Alves refere:

     A uniformização da grafia só pode beneficiar a língua e promover o seu prestígio
     e divulgação, facilitando as relações da nossa língua comum com as línguas mais
     usadas e faladas


A possível adoção do português como língua oficial da ONU é um facto, já que, nas
palavras do ministro brasileiro da Cultura, Juca Ferreira:

      As Nações Unidas vinham resistindo porque [a língua portuguesa] não tinha uma
     ortografia comum, então esse acordo ortográfico (…) unifica e possibilita essa
     demanda ser atendida pela comunidade internacional
Inevitabilidade da sua aplicação


O escritor e professor universitário Deonísio da Silva refere:

     Línguas de cultura como o latim, o grego, o inglês, o francês, o alemão, o espanhol
     e o italiano estão unificados há muito tempo. Até o árabe, que tinha catorze grafias,
     agora tem uma só. Passou o tempo de lamentar e reiterar que o Acordo poderia ter
     sido feito de outro modo. É hora de, todos juntos, colaborarmos para sua aplicação.
     O Acordo agora é lei.


Num artigo do jornal Público, a jornalista Alexandra Prado Coelho escreve:

     O grande argumento (…) é que Portugal já não pode recuar num acordo que já
     assinou“, "É tarde para sair do comboio.”


Esta é, para Francisco José Viegas, secretário de estado da cultura, uma das grandes
razões para se avançar para o acordo
Conclusões

•   AOLP (1990) em vigor em Portugal desde 13 de Maio de 2009.

•   Período de transição termina em 12 de Maio de 2015 (6 anos).

•   Obrigatório nos documentos produzidos pelo Estado desde 1 de Janeiro
    de 2012.

•   Não é possível unificar administrativamente divergências que assentam
    em diferenças de pronúncia, um dos critérios em que se baseia, o
    sistema ortográfico da língua portuguesa.
Muito obrigados
pela vossa atenção




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Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

  • 1. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Rui Pereira Bento João Pimentel Ferreira Março de 2012 Assinado em Lisboa a 16 de Dezembro de 1990
  • 2. Agenda Legislação História Razões para o desentendimento Análise das alterações Os prós e os contras Conclusões
  • 3. Legislação • Resolução da Assembleia da República nº 26/91 de 23 de Agosto • Aprova, para ratificação, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – AOLP (1990).  Acordo Assinado em Lisboa a 16 de Dezembro de 1990. • Determina , no artigo 3º, a entrada em vigor do Acordo em 1 de Janeiro de 1994, após o depósito dos instrumentos de ratificação de todos os Estados junto do Governo da República Portuguesa. • Aprovada em 4 de Junho de 1991. • Publicada no Diário da República, 1ª Série – A, nº 193, de 23 de Agosto de 1991, pp. 4370-88.
  • 4. Legislação • Decreto do Presidente da República nº 43/91 • Ratifica o AOLP (1990). • Assinado em 4 de Agosto de 1991 pelo Presidente da República Dr. Mário Soares • Referendado em 7 de Agosto de 1991, em nome do Primeiro-Ministro. • Publicado no Diário da República, 1ª Série – A, nº 193, de 23 de Agosto de 1991, p. 4370. • Retificação nº 19/91 • Pela Assembleia da República em 15 de Outubro de 1991. • Publicada no Diário da República, 1ª Série – A, nº 256, de 7 de Novembro de 1991, p. 5684.
  • 5. Legislação • Resolução da Assembleia da República nº 8/2000 de 28 de Janeiro • Aprova o Protocolo Modificativo ao AOLP (1990), assinado na Praia, Cabo Verde, em 17 de Julho de 1998.  Considerando que o Acordo ainda não tinha sido ratificado por todas as Partes Contratantes, dá nova redação, em particular, ao artigo 3º do Acordo, determinando a entrada em vigor do Acordo após depositados os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto do Governo da República Portuguesa, mas sem estabelecer nova data para o efeito. • Aprovada em 18 de Novembro de 1999. • Publicada no Diário da República, 1ª Série – A, nº 23, de 28 de Janeiro de 2000, p. 368.
  • 6. Legislação • Decreto do Presidente da República nº 1/2000 de 28 de Janeiro • Ratifica o Protocolo Modificativo ao AOLP (1990). • Assinado em 12 de Janeiro de 2000. • Referendado pelo Primeiro-Ministro em 19 de Janeiro de 2000. • Publicado no Diário da República, 1ª Série – A, nº 23, de 28 de Janeiro de 2000, p. 368.
  • 7. Legislação • Resolução da Assembleia da República nº 35/2008 [1/2] • Aprova o Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao AOLP (1990), adotado na V Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em São Tomé em 26 e 27 de Julho de 2004.  Considerando que o Acordo ainda não tinha podido entrar em vigor por não ter sido ratificado por todas as partes contratantes, dá , no seu nº 1, nova redação ao artigo 3º do Acordo, determinando a entrada em vigor do Acordo ao terceiro depósito de instrumento de ratificação junto da República Portuguesa.  Mais, no seu nº 3, estabelece a entrada em vigor do presente Protocolo ao primeiro dia do mês seguinte à data em que três Estados membros da CPLP tenham depositado, junto da República Portuguesa, os respetivos instrumentos de ratificação ou documentos equivalentes que os vinculem ao Protocolo.  Assinado em São Tomé a 25 de Julho de 2004.
  • 8. Legislação • Resolução da Assembleia da República nº 35/2008 [2/2] • Estabelece, no nº 2 do artigo 2º, o prazo de seis anos após o depósito do instrumento de ratificação do Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao AOLP (1990) para que a ortografia se conforme às disposições do Acordo. • Aprovada em 16 de Maio de 2008. • Publicada no Diário da República, 1ª Série, nº 145, de 29 de Julho de 2008, pp. 4802-3.
  • 9. Legislação • Decreto do Presidente da República nº 52/2008 de 29 de Julho • Ratifica o Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao AOLP (1990). • Assinado em 21 de Julho de 2008. • Referendado pelo Primeiro-Ministro em 22 de Julho de 2008. • Publicado no Diário da República, 1ª Série, nº 145, de 29 de Julho de 2008, p. 4784.
  • 10. Legislação 1. Aviso nº 255/2010 do Ministério dos Negócios Estrangeiros • Torna público que o Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao AOLP (1990) entrou em vigor, nos termos dos seus artigos 1º e 3º, em 1 de Janeiro de 2007, após o depósito dos respetivos instrumentos de ratificação por parte da República Federativa do Brasil e da República de Cabo Verde, em 12 de Junho de 2006, e pela República Democrática de São Tomé e Príncipe, em 6 de Dezembro de 2006. • Torna público igualmente que, por parte de Portugal, o depósito do respetivo instrumento de ratificação foi feito em 13 de Maio de 2009, data em que o referido Acordo entrou em vigor em Portugal. Portugal • Feito em 13 de Setembro de 2010 pelo Diretor-Geral de Política Externa. • Publicado no Diário da República, 1ª Série, nº 182, de 17 de Setembro de 2010, p. 4116.
  • 11. Legislação 1. Resolução do Conselho de Ministros nº 8/2011 • Determina que, a partir de 1 de Janeiro de 2012, o Governo e todos os serviços, organismos e entidades sujeitos aos poderes de direção, superintendência e tutela do Governo aplicam a grafia do AOLP (1990), em todos os atos, decisões, normas, orientações, documentos, edições, publicações, bens culturais ou quaisquer textos e comunicações, sejam internos ou externos, independentemente do suporte, bem como a todos aqueles que venham a ser objeto de revisão, reedição, reimpressão ou qualquer outra forma de modificação. • Presidência do Conselho de Ministros, 9 de Dezembro de 2010. • Publicado no Diário da República, 1ª série, nº 17, de 25 de Janeiro de 2011, pp. 488-9
  • 12. Legislação AOLP 1990-12-16 Entrada em vigor 1994-01-01 Ratificação por todos PM-AOLP 1998-07-19 Reitera importância AOLP Ratificação por todos sem data fixada AS-PM-AOLP 2004-07-25 Entrada em vigor após 3 ratificações em 2007-01-01 Em Portugal em vigor desde 2009-05-13 AR determinou 6 anos de transição que terminam em 2015-05-12 Legenda: AOLP – Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa PM-AOLP – Protocolo Modificativo ao AOLP AS-PM-AOLP – Acordo do Segundo PM-AOLP AR – Assembleia da República
  • 13. História Letreiro no Porto, escrito antes da reforma ortográfica de 1911 Autor: Manuel dos Santos, retirado da Wikipédia
  • 14. História • 1911 – Reforma ortográfica (unilateral) em Portugal (PT), não seguida pelo Brasil (BR). • 1931 – A Academia Brasileira de Letras (ABL) e a Academia das Ciências de Lisboa (ACL) promovem o primeiro acordo ortográfico entre PT e BR, para minimizar os inconvenientes da situação criada em 1911. • 1943 – Convenção Ortográfica (Formulário Ortográfico). Consequência do facto do primeiro acordo ortográfico não ter produzido a unificação. • 1945 – Convenção Ortográfica Luso-Brasileira ou Acordo Ortográfico (Lisboa). Consequência do facto de persistirem divergências entre os Vocabulários entretanto publicados pelas duas Academias. Adotado em PT mas não no BR. • 1971 – No BR, foi aprovada legislação para reduzir substancialmente as diferenças ortográficas entre PT e BR.
  • 15. História • 1973 – Em PT, foi feito o mesmo. • 1975 – A ACL e a ABL elaboraram um novo projeto de acordo que não foi aprovado oficialmente por razões políticas, sobretudo vigentes em PT. • 1986 – Acordo Ortográfico (Rio de Janeiro), já com a participação dos PALOP. Falhou devido à polémica que causou, sobretudo em PT. • 1990 – Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Lisboa).
  • 16. Razões para o desentendimento • Os acordos de 1945 e 1986 visavam impor uma unificação ortográfica absoluta. • O Acordo de 1945 propunha uma unificação de quase 100% do vocabulário geral da língua. Essa unificação assentava em dois princípios, não aceites no BR: • conservação das consoantes mudas, o que para o BR era, não uma conservação, mas uma restauração das consoantes já abolidas; • acentuação das vogais tónicas e e o, seguidas das consoantes nasais m e n, das palavras proparoxítonas (ou esdrúxulas), com acento agudo (de acordo com a prática portuguesa) e não circunflexo (de acordo com a prática brasileira).
  • 17. Razões para o desentendimento • Contra a tradição ortográfica, o Acordo de 1945 estipulava que o acento agudo, nos referidos casos, apenas assinalava a tonicidade da vogal e não o seu timbre. • O Acordo de 1986 conseguia a unificação ortográfica em cerca de 99,5% do vocabulário geral da língua (em cerca de 110 000 palavras; estudos da ACL). • O Acordo de 1986 fazia a unificação à custa da simplificação drástica do sistema de acentuação gráfica, pela supressão dos acentos nas palavras proparoxítonas e paroxítonas, o que não foi bem aceite por uma parte substancial da opinião pública portuguesa. • O Acordo de 1990 visa fixar e delimitar as diferenças atualmente existentes e prevenir contra a desagregação ortográfica da língua, que será potenciada pela sua dispersão pelo mundo.
  • 18. Razões para o desentendimento 1. O Acordo de 1990 é menos forte do que os de 1945 e 1986 mas unifica cerca de 98% do vocabulário geral da língua.
  • 19. Análise das alterações • Supressão das sequências consonânticas interiores não articuladas (mudas) c e p • constituem 0,54% do vocabulário geral da língua, pouco mais de 600 palavras em cerca de 110 000.
  • 20. Análise das alterações Antes (PT) Depois Antes (PT) Depois acção ação efectivo efetivo accionar acionar efectuar efetuar Supressão de c e p – Exemplos abstracção abstração Egipto Egito abstracto abstrato eléctrico elétrico acto ato espectáculo espetáculo actual atual estupefacção estupefação activar ativar exacto exato Antes (PT) Depois adjectivo adjetivo excepção exceção dejecção dejeção adoptar adotar excepto exceto descontracção descontração afectivo afetivo extracto extrato dialecto dialeto antárctico antártico factura fatura didáctico didático Antárctida Antártida fracção fração direcção direção Árctico Ártico fractura fratura direccionar direcionar arquitecto arquiteto injecção injeção directo direto atractivo atrativo inspector inspetor director diretor bissectriz bissetriz lectivo letivo colecção coleção nocturno noturno contracção contração objecção objeção correcção correção objecto objeto correcto correto óptico ótico
  • 21. Análise das alterações • Supressão de c e p – Três objeções rebatidas • Objeção 1 – Desvio etimológico e similitude com as restantes línguas neolatinas – contraexemplos • francês objet e castelhano objeto • francês projet e castelhano proyecto • italiano oggetto e progetto • português vitória – que antes do AO já se escrevia sem c – e francês victoire, castelhano victoria, e italiano vittoria
  • 22. Análise das alterações • Supressão de c e p – Três objeções rebatidas • Objeção 2 – Abertura da vogal precedente – contraexemplos • vogal pré-tónica aberta: corar, padeiro, oblação, pregar • manutenção da vogal anterior: actual, actualidade, exactidão, tactear • Objeção 3 – Incongruências de parentesco lexical – contraexemplos • AOLP (1990) – Egito e egípcio, apocalítico e apocalipse • Acordo 1945 – assunção e assumptivo, cativo e captor e captura, dicionário e dicção, noturno e noctívago
  • 23. Análise das alterações • Supressão de c e p – Duas vantagens • Vantagem 1 – Não necessidade de memorizar qual a consoante muda a escrever, se c, se p • Vantagem 2 – Não necessidade de memorizar quais as palavras que se escrevem com consoante e quais as que se escrevem sem consoante, quando estão relacionadas por parentesco lexical.
  • 24. Análise das alterações • Introdução de dupla grafia em relação às consoantes c, p, b, g, m e t • facto e fato, recepção e receção, súbdito e súdito, amígdala e amídala, amnistia e anistia, aritmética e arimética • afeta cerca de 0,5% do vocabulário geral da língua, pouco mais de 575 palavras em cerca de 110 000.
  • 25. Análise das alterações • Introdução de dupla grafia em c, p, b, g, m e t – Exemplos abjecção abjeção aspecto aspeto connosco conosco abjecto abjeto asséptico assético contacto contato acepção aceção assumpção assunção corrupção corrução acupunctor acupuntor bijecção bijeção dicção dição afecção afeção bissecção bisseção facto fato afectar afetar carácter caráter indemnização indenização afecto afeto característica caraterística infecção infeção amígdala amídala céptico cético insecto inseto amnistia anistia ceptro cetro jacto jato anoréctico anorético cofactor cofator Neptuno Netuno anticoncepciona anticonceciona colecta coleta omnipotente onipotente l l antiepiléptico antiepilético colectivo coletivo omnisciente onisciente antisséptico antissético concepção conceção quociente cociente apocalíptico apocalítico conectivo conetivo secção seção artiodáctilo artiodátilo confecção confeção súbdito súdito aritmética arimética conjectura conjetura subtil sutil
  • 26. Análise das alterações • Grafia dupla e simples da acentuação • Proparoxítonas ou esdrúxulas • Grafia dupla – Nas vogais tónicas a, e e o seguidas das consoantes nasais m e n com as quais não formam sílaba, quando há oscilação do timbre (Dánao e Dânao, académico e acadêmico, cómodo e cômodo) • Observação – Para a, os casos são raros: nomes próprios gregos • Grafia simples – AOLP (1990) não introduz alterações • Nas vogais tónicas a, e e o seguidas das consoantes nasais m e n com as quais não formam sílaba, quando não há oscilação do timbre (âmago, sêmola, cômoro) • Observação – Para e e o os casos não são frequentes • Nas vogais tónicas a, e e o seguidas das consoantes nasais m e n com as quais formam sílaba. O timbre, fechado, não varia.
  • 27. Análise das alterações • Grafia dupla e simples da acentuação • Paroxítonas ou graves • Grafia dupla – Nas vogais tónicas e e o em final de sílaba, seguidas das consoantes nasais m ou n, para dar conta da oscilação do timbre (fémur e fêmur, bónus e bônus), sendo poucos os casos • Oxítonas ou agudas • Grafia dupla – Nas vogais tónicas e e o que estão no fim das palavras (bebé e bebê, cocó e cocô), sendo também poucos os casos • Com variantes oxítonas e paroxítonas • Grafia dupla – Na vogal tónica o (judo e judô, metro e metrô), sendo casos raros
  • 28. Análise das alterações 1. Grafia dupla e simples da acentuação • 1,27% das palavras do vocabulário geral da língua têm grafia dupla, 1400 em 110 000
  • 29. 1. Grafia dupla e simples da acentuação – Exemplos ortografia portuguesa ortografia brasileira Boémia Boêmia abdómen abdômen bónus bônus académico acadêmico canónico canônico acanónico acanônico carácter (símbolo) caractere afónico afônico cénico cênico Amazónia Amazônia cerimónia cerimônia anatómico anatômico colónia colônia anónimo anônimo cómico cômico antimónio antimônio cómodo cômodo antónimo antônimo cónego cônego António Antônio cónico cônico antropónimo antropônimo crónica crônica Arménia Armênia crónico crônico arménio armênio demónio demônio astrónomo astrônomo económico econômico atómico atômico eletrónica eletrônica
  • 30. Análise das alterações 1. Supressão de acentos gráficos • Homografia heterofónica • Em pára, flexão de parar, de timbre aberto (á), que passa a escrever-se para, ficando igual a para, preposição, de timbre fechado (â) • Em pêlo, substantivo, de timbre fechado (ê), que passa a escrever-se pelo, ficando igual a pelo, flexão de pelar, de timbre aberto (é) e contração de per com lo (por + o), de timbre fechado (ê) • Razões • Pertença a classes gramaticais diferentes permite, pelo contexto, a distinção • Antecedentes no Acordo 1945 Antes Depois pára para • Escreve-se acerto para o substantivo, de timbre fechado, sinónimo de pêlo pelo ajustamento (e não acêrto), e para a flexão, de timbre aberto, do pêra pera verbo acertar pólo polo
  • 31. Análise das alterações 1. Supressão de acentos gráficos a) Homografia heterofónica • Razões • Antecedentes no Acordo 1945 • Escreve-se acordo para o substantivo, de timbre fechado (ê), sinónimo de entendimento (e não acôrdo), e para a flexão, de timbre aberto (ó), do verbo acordar • Escreve-se sede para o substantivo, de timbre fechado (ê), sinónimo de vontade de beber (e não sêde), e para o também substantivo, de timbre aberto (é), sinónimo de local principal
  • 32. Análise das alterações 1. Supressão de acentos gráficos • Paroxítonas com os ditongos ei e oi na sílaba tónica • Em assembleia, boleia, ideia, que no BR tinham acentuação grafada com acento grave (é), por o ditongo soar aberto • Em comboio, dezoito, estroina, que no BR admitia grafia dupla, por lá haver oscilação do timbre • Razões • Consonância com a posição adotada para a homografia heterofónica • Consistência com o facto de, em geral, não se assinalar graficamente o timbre das vogais tónicas a, e e o das paroxítonas, dada a tendência da Antes Depois língua para a paroxitonia bóia boia asteróide asteroide • cada (â) e fada (á); espelho (ê) e velho (é); virtuoso (ô) e virtuosa (ó) heróico heroico jóia joia
  • 33. Análise das alterações 1. Supressão de acentos gráficos • Paroxítonas terminadas em oo • É abençoo, enjoo, moo, povoo, voo e não abençôo, enjôo, môo, povôo, vôo, que era usado no BR • Razões • Consonância com as posições anteriores adotadas • Não existência de diferença de timbre em todo o domínio da língua
  • 34. Análise das alterações 1. Supressão de acentos gráficos • Nas formas verbais paroxítonas que contêm um e tónico oral fechado em hiato com a terminação em da terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo • É creem, deem, veem, que antes era crêem, dêem, vêem, tanto e PT como no BR • Razões • Consonância com as posições anteriores adotadas Antes Depois dêem deem vêem veem lêem leem crêem creem
  • 35. Análise das alterações 1. Supressão de acentos gráficos • Nas formas verbais com u e ui tónicos precedidos de g ou de q • É apazigue (1ª e 3ª pessoas singular presente conjuntivo de apaziguar), arguem (3ª pessoa plural presente indicativo de arguir), onde antes era apazigúe e argúem • Razões • São palavras paroxítonas • O u é sempre articulado em qualquer conjugação dos verbos • É argui (3ª pessoa singular presente indicativo de arguir), delinquis (2ª pessoa singular presente indicativo de delinquir), onde antes era argúi e delinqúis • Razões • São palavras oxítonas terminadas no ditongo tónico ui
  • 36. Análise das alterações 1. Supressão de acentos gráficos • Nas formas verbais com u e ui tónicos precedidos de g ou de q • É argui (3ª pessoa singular presente indicativo de arguir), delinquis (2ª pessoa singular presente indicativo de delinquir), onde antes era argúi e delinqúis • Observação • Grafa-se arguí, delinquí (1ª pessoa singular pretérito perfeito indicativo), pois não há ditongo e a vogal tónica é i
  • 37. Análise das alterações • Hífen • Emprega-se nas formações por prefixação e recomposição (com pseudoprefixo de origem grega ou latina) quando: • O segundo elemento da formação começa por h ou pela mesma vogal ou consoante com que termina o prefixo ou pseudoprefixo • anti-higiénico, contra-almirante, hiper-resistente • O prefixo ou falso prefixo termina em m ou n e o segundo elemento começa por vogal, m ou n • circum-adjacente, circum-murado, circum-navegação • pan-africano, pan-mixia, pan-negritude
  • 38. Análise das alterações • Hífen • Não se emprega: • Quando o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, dobrando-se estas consoantes • antirreligioso, microssistema iii. Quando prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente daquela, aglutinando-se os dois • antiaéreo, aeroespacial v. Nas formas do presente do indicativo do verbo haver • hei de, hás de, há de, e não hei-de, hás-de, há-de Antes (PT) Depois hei-de hei de hás-de hás de há-de há de hão-de hão de
  • 39. Análise das alterações As regras de hifenização sofrem alterações, fazendo com que uns hífenes sejam eliminados e outras palavras passem a ser hifenizadas quando até agora não o eram. Elimina-se o hífen em Elimina-se o hífen em Eliminação do hífen palavras que perderam palavras compostas com a noção de composição elementos de ligação Antes Depois anti-semita antissemita Antes Depois anti-religioso antirreligioso Antes Depois dia-a-dia dia a dia contra-regra contrarregra pára-choque parachoque fim-de-semana fim de semana extra-escolar extraescolar manda-chuva mandachuva cor-de-vinho cor de vinho co- pára-quedas paraquedas coadministrador ponto-e-vírgula ponto e vírgula administrador pré-fabricado prefabricado cara-de-pau cara de pau maria-vai-com-as- maria vai com as outras outras leva-e-traz leva e traz deus-me-livre deus me livre bicho-de-sete-cabeças bicho de sete cabeças faz-de-conta faz de conta
  • 40. Análise das alterações • Introdução das letras k, w e y no alfabeto Novo alfabeto 26 letras a A (á) n N (ene) b B (bê) o O (o) c C (cê) p P (pê) d D (dê) q Q (quê) e E (é) r R (erre) f F (efe) s S (esse) g G (guê) t T (tê) h H (agá) u U (u) i I (i) v V (vê) j J (jota) w W (dâblio) k K (capa) x X (xis) l L (ele) y Y (ípsilon) m M (eme) z Z (zê)
  • 41. Análise das alterações • Abolição do trema, que ainda era usado no BR • Exceção • Nos nomes próprio de origem estrangeira e seus derivados – Müller, mülleriano • Razão • Harmonização • Seguimento da abolição parcial feita em 1971 no BR, que restringia o seu uso às sequências gu e qu, seguidas de e ou de i – aguentar, equestre qu Antes (BR) Depois eqüestre Equestre agüentar Aguentar eqüidistante Equidistante lingüiça Linguiça seqüestro Sequestro tranqüilo tranquilo
  • 42. Análise das alterações Os meses, as estações do ano e os pontos cardeais deixam de ser grafados com letra inicial maiúscula Antes (PT) Depois Janeiro janeiro Fevereiro fevereiro Primavera primavera Verão verão Norte norte Sul sul
  • 43. Análise das alterações Consoantes mantidas – as que são articuladas Conservam-se também palavras com sequências consonânticas que são invariavelmente proferidas por todas as pronúncias cultas da língua portuguesa: eucalipto adepto ficção apto fricciona compacto r convicçã inepto o núpcias convicto opção díptico pacto egípcio pictural erupção rapto
  • 44. Os prós e os contras Argumentos contra o AOLP (1998): •Necessidade e custo da proposta •Projeção internacional e abrasileiramento da língua •Possibilidade de múltiplas grafias (facultatividades) •Interesses políticos •Prosódia dos diversos dialetos e falares
  • 45. Necessidade do Acordo ?! Parte dos críticos acredita que a proposta, é insuficiente para atingir seus propósitos, uma vez que muitas palavras continuarão a apresentar possíveis variantes ortográficas. O professor de português Pasquale Cipro Neto afirma que "é uma reforma meia-sola, que não unifica a escrita de fato", enquanto que o escritor João Ubaldo Ribeiro afirma que "é uma reforma tímida, que não faz grandes inovações". Refere-se ainda que se está a resolver um não-problema, uma vez que as variantes escritas da língua portuguesa são perfeita e confortavelmente inteligíveis. O sucesso de vendas dos escritores portugueses José Saramago e Miguel Sousa Tavares, no Brasil, cujos livros usam a grafia lusitana por exigência dos autores, é uma evidência de que não é por falta do Acordo que não há mais intercâmbio literário dentro do espaço lusófono
  • 46. Custo da Proposta •Adaptação do corpo literário já existente pelas editoras. •Súbita obsolescência de dicionários, gramáticas e livros escolares, que têm que ser substituídos. •Reaprendizagem ortográfica por parte de uma grande massa de pessoas, incluindo crianças. Pasquale Cipro Neto alertava que: "vamos enterrar dinheiro em uma mudança que não trará efeitos positivos" enquanto que o professor Cláudio Moreno refere que: "essa ideia messiânica, utópica de que a unificação vai transformar o português em uma língua de relações internacionais é uma tolice"
  • 47. Projeção internacional e abrasileiramento da língua Críticos apontam que é falsa a ideia de que a união ortográfica fortalece a língua portuguesa internacionalmente, uma vez que a projeção duma língua não depende da existência de divergências ortográficas. O inglês não tem ortografia oficial e apresenta variadas divergências quer gráficas quer não-gráficas entre os países onde é falado e tal não impede que seja a língua internacional por excelência O comentador e escritor Miguel Sousa Tavares refere que o AOLP é uma "ameaça por parte dos políticos e dos membros das Academias" cujo objetivo é "pôr-nos [os portugueses] a escrever como os brasileiros, assim lhes facilitando a sua penetração e influência nos países de expressão portuguesa“ Vasco Graça Moura, diz que se trata de um "'diktat' neocolonial, em que o mais forte (o Brasil) determina a sua vontade ao mais fraco (Portugal)" deixando a dúvida se “alguém imagina os Estados Unidos a ditarem à Inglaterra as regras ortográficas da língua inglesa?”
  • 48. Possibilidade de múltiplas grafias (facultatividades) De forma a contemplar as diferenças fonéticas entre Portugal e o Brasil, o AOLP prevê a existência de abundantes casos de palavras com duas ou mais grafias possíveis. Segundo Vasco Graça Moura, o reconhecimento oficial de grafias duplas e múltiplas enfraquece seriamente a unidade da língua portuguesa escrita e: vai mesmo contra o conceito de ortografia, as facultatividades permitem pôr num saco todos os casos duvidosos, a pretexto de que pode haver diferenças entre a pronúncia portuguesa e brasileira, abrindo inaceitavelmente a porta a todas as diferenças de grafia e mesmo, no limite, à opção individual por determinada maneira de escrever (…) chegando ao ponto da lei do menor esforço e do facilitismo" A Associação Portuguesa de Linguística, em parecer de 2005 refere: "os negociadores do Acordo autorizam duplas ou múltiplas grafias no interior de cada país, com base num critério da pronúncia, que em nenhuma língua pode ser tomado como propriedade identificadora dum sistema linguístico e da(s) sua(s) respetiva(s) norma(s) nacionais, mas sempre e apenas de uma sua variedade dialetal ou social"
  • 49. Interesses políticos Segundo a antiga ministra da cultura Isabel Pires de Lima, "o Brasil procurou, a partir de um certo momento e por interesses de diversa natureza, entre os quais está o domínio do mercado editorial da CPLP, que até agora Portugal detém, liderar o processo acompanhado daqueles dois países [Cabo Verde e São Tomé]“ Vasco Graça Moura afirma que a ideia do Acordo veio do antigo presidente brasileiro José Sarney, que enviou um emissário aos PALOP com esta finalidade, e refere que "para o Brasil, mais realista e mais pragmático, tudo era, desde o início, uma pura questão de mercado". Na AR, afirmou que "o tratado serve interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo", em especial de Portugal, e representa "uma lesão inaceitável de um capital simbólico acumulado e de projeção planetária"
  • 50. Prosódia (boa pronúncia) dos diversos dialetos e falares A unificação ortográfica, ao contrapor-se à tendência regional de cada falar, que é inelutável, descrita nas leis da evolução da pronúncia e decorrente inevitavelmente dos diversos usos regionais da língua, aumenta a heterofonia, ou seja: torna a língua escrita cada vez mais distante da prática, criando dificuldades tanto para seu aprendizado quanto, no caso de vocábulos menos comuns ou de textos mais concisos, para a própria leitura, mormente em voz alta (discurso, declamação) Exemplo: Pára -> Para
  • 51. Argumentos a favor do AOLP: • Insustentabilidade da situação até então existente • Assegurar a unidade da língua • Simplificação da escrita • Difusão internacional do português • Inevitabilidade da sua aplicação
  • 52. Insustentabilidade da situação até então existente O diferendo ortográfico começou em 1911 quando Portugal promoveu unilateralmente uma profunda reforma ortográfica da língua. Ao longo de todo o século XX, as várias tentativas de unificação da ortografia do português não surtiram efeito. Vital Moreira, professor da Universidade de Coimbra, lembra que: "não existe nenhuma razão lógica para que uma mesma língua mantenha tantas divergências ortográficas entre duas normas nacionais, quando elas não correspondem a uma divergência real na sua expressão oral". O jurista português Pedro Lomba refere que "havendo uma língua única, devemos perguntar se será sensato insistir numa divisão desnecessária e complicativa das regras ortográficas dos dois países“ Mauro de Salles Villar, coautor do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: "A variedade do português do Brasil e de Portugal é muito aproximada. Não temos razão em ter duas formas oficiais de grafar a língua"
  • 53. Assegurar a unidade da língua Em 1984, já o linguista brasileiro Celso Cunha afirmava: Chega-se assim à evidência de que, para a geração atual dos brasileiros, cabo- verdianos, angolanos, etc., o português é uma língua tão própria, exatamente tão própria, como para os portugueses (…). A luta pela pureza do idioma foi o anseio do século XIX: hoje, não pode ser mais o nosso principal objetivo: nossa luta tem de ser para impedir a fragmentação do idioma comum. A linguista Edite Estrela refere: Há quem questione a uniformização da escrita, invocando as diferenças vocabulares e de pronúncia entre Portugal e o Brasil. Ora, escrever do mesmo modo não significa falar do mesmo modo, como provam, designadamente, os alentejanos e os micaelenses. E, quanto ao vocabulário, recordo que em território português, por exemplo, o estrugido e a sertã convivem, sem problemas, com o refogado e a frigideira
  • 54. Simplificação da escrita As diferenças introduzidas pelo AOLP (1990) são pouco extensas: • 1,6% do vocabulário da língua em Portugal • 0,5% do vocabulário da língua no Brasil Vão todas no sentido da simplificação O autor português D' Silvas Filho refere que: "A língua precisa de ser simplificada. Sem abandonar a sua matriz etimológica, para que se adapte às várias pronúncias, deve, no entanto, expurgar-se de elementos presentemente inúteis (…). Por mais que alguns linguistas defendam paradoxalmente o contrário, o senso comum diz-nos que é mais lógico ler e é mais fácil escrever as palavras sem as letras que não têm qualquer função na oralidade”
  • 55. Difusão internacional do português Para além de contribuir para a preservação da língua comum, uma ortografia unificada torna-se também necessária às organizações internacionais onde o português é língua de trabalho, aos estabelecimentos estrangeiros de ensino do nosso idioma, à difusão e promoção do livro em português nos domínios interlusófonos e internacional. A jornalista e escritora Clara Ferreira Alves refere: A uniformização da grafia só pode beneficiar a língua e promover o seu prestígio e divulgação, facilitando as relações da nossa língua comum com as línguas mais usadas e faladas A possível adoção do português como língua oficial da ONU é um facto, já que, nas palavras do ministro brasileiro da Cultura, Juca Ferreira: As Nações Unidas vinham resistindo porque [a língua portuguesa] não tinha uma ortografia comum, então esse acordo ortográfico (…) unifica e possibilita essa demanda ser atendida pela comunidade internacional
  • 56. Inevitabilidade da sua aplicação O escritor e professor universitário Deonísio da Silva refere: Línguas de cultura como o latim, o grego, o inglês, o francês, o alemão, o espanhol e o italiano estão unificados há muito tempo. Até o árabe, que tinha catorze grafias, agora tem uma só. Passou o tempo de lamentar e reiterar que o Acordo poderia ter sido feito de outro modo. É hora de, todos juntos, colaborarmos para sua aplicação. O Acordo agora é lei. Num artigo do jornal Público, a jornalista Alexandra Prado Coelho escreve: O grande argumento (…) é que Portugal já não pode recuar num acordo que já assinou“, "É tarde para sair do comboio.” Esta é, para Francisco José Viegas, secretário de estado da cultura, uma das grandes razões para se avançar para o acordo
  • 57. Conclusões • AOLP (1990) em vigor em Portugal desde 13 de Maio de 2009. • Período de transição termina em 12 de Maio de 2015 (6 anos). • Obrigatório nos documentos produzidos pelo Estado desde 1 de Janeiro de 2012. • Não é possível unificar administrativamente divergências que assentam em diferenças de pronúncia, um dos critérios em que se baseia, o sistema ortográfico da língua portuguesa.
  • 58. Muito obrigados pela vossa atenção Perguntas / Sugestões / Críticas / Dúvidas