1) O documento reflete sobre uma sessão de formação sobre o Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares e como os instrumentos deste modelo ajudam a avaliar o desempenho das bibliotecas.
2) O autor sugere melhorias aos questionários utilizados pelo modelo, como tornar as perguntas mais diretas e compreensíveis para alunos mais novos.
3) Também defende que o questionário para professores deveria focar-se na autonomia destes na biblioteca, em vez de avaliar competências, e que o en
Reflexão sobre o modelo de autoavaliação de bibliotecas escolares
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Sessão 6 – Reflexão
O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Parte II)
Em relação a esta sessão, devo dizer que foi para mim a sessão mais interessante por vários motivos,
mas principalmente porque me possibilitou estudar de uma forma mais pormenorizada os instrumentos
que ajudam a BE a obter evidências e situar-se face aos factores críticos. A forma como foi lançada a
proposta de trabalho pareceu-me também muito mais atractiva e realmente fomentadora de
aprendizagens para mim, pois possibilitou-me uma análise mais efectiva.
Muitas das vezes a leitura de textos muito extensos (embora não sejam complexos), exige tempo e para
a execução do trabalho verifica-se que, a precipitação é inimiga da perfeição.
Era bom que esta formação possibilitasse o melhoramento dos trabalhos e que a metodologia de
Portfólio em que o aluno vai melhorando o seu desempenho e em que a avaliação recai nessa mesma
progressão.
Em relação, à temática da sessão, saliento que, “a auto-avaliação da BE é importante porque se constitui
como instrumento de auto-regulação e de melhoria contínua (aferindo se as metas e objectivos das BE
estão a ser alcançados, identificando pontos fortes e pontos fracos a melhorar,usando estrategicamente
os resultados da avaliação no planeamento futuro (redefinição de prioridades, metas, objectivos,
estratégias, etc.), melhorando progressivamente o nível de desempenho das BEfacilitando o
benchmarking e apoiando a definição de políticas dirigidas às BE.
Também se constitui como um poderoso factor de mudança de reforço do papel pedagógico das BE e
dos seus potenciais impactos na aprendizagem, formação e sucesso dos aluno, de indução de uma
prática baseada em evidências, capazes de sustentar e fundamentar a acção e tomada de decisão, de
estímulo a uma prática reflexiva de investigação-acção, de sentido qualitativo, de carácter sistemático e
continuado, consolidando uma cultura de avaliação.
Finalmente, a auto-avaliação é importante porque se constitui como factor de credibilidade de
afirmação e reconhecimento do valor das BE, face aos desafios que hoje se lhes colocam, de visibilidade
e integração das BE na Escola e na Comunidade, de objectivação e validação interna e externa do
trabalho que vai sendo realizado pelas BE, de envolvimento e responsabilização dos diferentes actores.”
Este texto refere efectivamente o que mais significativo tem o papel do modelo de auto-avaliação da BE.
Mas a implementação do MAABE exige procedimentos a reter:
“Diagnóstico/Escolha do Domínio a avaliar/Levantamento dos intervenientes a
envolver/Apresentação no CP/Identificação e preparação dos instrumentos de recolha de
evidências/Recolha, análise e interpretação da informação/Identificação dos pontos fortes e fracos/
Atribuição de níveis de desempenho/Plano de melhoria/Elaboração e apresentação do relatório de
auto-avaliação/Integração no relatório de avaliação interna da escola e nos tópicos de apresentação
à IGE, responsável pela avaliação externa.”
E uma das actividades mais importantes da aplicação do MAABE consiste, deste modo, em saber
identificar os instrumentos de recolha de evidências adequados e extrair desses instrumentos a
informação (evidências) que melhor esclarece o trabalho e os resultados alcançados pela Biblioteca em
relação com este ou aquele indicador ou conjunto de indicadores.
Parece fácil, mas a complexidade de documentos exigidos à BE será que simplifica?
Para tal, começamos por recordar as diferentes fontes de evidências recomendadas e passíveis de
serem utilizadas, se destacam, pela sua importância, as fontes documentais resultantes da actividade da
própria Escola/Agrupamento e respectiva/s BE:
• Documentos de gestão da Escola/ Agrupamento
Projecto Educativo, Projecto Curricular, Plano de Acção, Regulamento Interno, Plano Anual de
Actividades, Relatórios de avaliação, Currículos profissionais da equipa da BE, Outros.
• Documentos pedagógicos da Escola/Agrupamento
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Planificações dos Departamentos, ACND, AEC, SAE, PTE-TIC, OTE, Projectos curriculares das turmas,
Orientações/recomendações do CP, Trabalhos de alunos, Resultados de avaliação dos alunos,
Outros.
• Documentos de Gestão da BE
Plano de Acção, Plano Anual de Actividades, Acordos de parceria, Política de Desenvolvimento da
Colecção, Manual de Procedimentos, Regimento, Horário, Relatórios, Plantas, Inventários, Outros.
• Documentos de funcionamento e dinamização da BE
Actas/ Registos de reuniões/contactos, Registos de projectos/actividades realizados, Estatísticas da
BE, Materiais de apoio produzidos e editados, Catálogo e outras ferramentas utilizadas, Resultados
de avaliação da colecção, Outros.
Para além destas fontes documentais de carácter textual ou quantitativo, dispomos também de uma
valiosa bateria de instrumentos de recolha de dados, propositadamente construídos para a avaliação
das BE no contexto do MAABE:
• Questionários a alunos, professores e encarregados de educação
• Grelhas de observação de competências
• Grelhas de análise de trabalhos escolares
• Listas de verificação
Daí que, ter exercitado através da tarefa proposta de “Localizar nos instrumentos propostos pelo
MAABE para o Sub-Domínio A2, questões ou itens que vão ao encontro dos factores críticos definidos
para cada um dos seus Indicadores” tornou-se muito agradável de realizar, na medida em que era muito
objectiva e directa e ajudou-me a perceber o que se pretendia que fossemos capazes de realizar.
Em relação aos instrumentos do MAABE, parece haver um outro caso a redefinir nos questionários.
Tendo considerado muito pertinentes as questões colocadas referentes a alguma fragilidade dos
questionários dos alunos e professores. E, já que estamos na onda de propor melhorias, porque não
modificar os questionários?!...
1. Questão “Questionário Alunos – domínio A –pergunta 6
Quanto à questão referente no Questionário Alunos – domínio A “6. Quando tens um trabalho de
pesquisa para fazer, como costumas procurar a informação de que precisas? Indica as duas situações
mais frequentes.”talvez a RBE devesse rever o texto, pela minha parte, sugeria tornar a frase mais
curta: “Quando fazes uma pesquisa, como procuras a informação?...”e pedir que o aluno assinale com x
o que faz mais frequentemente, sem imposição de número de respostas. Pois, o que verdadeiramente
interessa é como o faz e o que utiliza!!!!!!!........deste modo o questionário também seria ao mesmo
tempo melhor decifrável e compreensível para os alunos do 1º ciclo que também têm de o preencher.
Além disso, todas as situações podem já estar a ser dinamizadas e aplicadas pelos alunos na BE, mas
cada aluno tem o seu modo próprio de aprender, e aprender a aprender é o mote da BE, não é o de
forçar esta ou aquela estratégia só porque é moda ou convém, mas dar liberdade ao aluno de escolher a
melhor estratégia. Facilitar o acesso a diferentes recursos e estratégias diferenciadas é o que a BE deve
implementar! E, por tal, o que deveria ser avaliado é se na BE existem os meios facilitadores para o
aluno e se o professor bibliotecário possibilitou o acesso de forma facilitadora e diversificada. Mas o ME
deve ser responsabilizado pelo seu bom apetrechamento e por assegurar a sua organização e gestão por
um professor bibliotecário pois esse irá promover o enriquecimento de todos.
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2. Questão “Questionário aos Docentes – domínio A”
Relativamente ao Questionário aos Docentes – domínio A, penso que provavelmente o interesse deveria
estar dirigido para se averiguar o nível de autonomia do professor na BE e não promover qualquer tipo
de julgamento ao nível de competências dos professores como se pretendesse avaliar o seu grau de
domínio, pois para isso já existe o CCAD!...senão vivemos numa politica de controle e não numa postura
construtiva de evolução!...
Na minha experiência no contacto directo com professores, verifico que se torna muito mais útil
promover o envolvimento dos professores na BE e aí medir o nível de frequência e regularidade da sua
utilização autónoma, do que medir a sua capacidade ou domínio, porque senão vejamos: de que adianta
passarmos o tempo sempre a querer avaliar todos e querer medir as competências “profissionais” do
professor se o que verdadeiramente interessa é a promoção do uso autónomo da BE pelo professor e
pelos seus alunos e saber se isso acontece!!!!!!!..........não se distraiam da linha orientadora, por favor!
Reparem, um professor até pode nem dominar bem as competências assinaladas, mas os seus alunos
podem desenvolver um trabalho forte a esse nível desde que se promova a utilização da BE, porque
para isso lá está a professora bibliotecária para dar o seu apoio e articular com a sala de aula. E é da
cooperação que tudo se desenvolve. Verifico, muitas das vezes, na minha experiência profissional que
vale mais o interesse do professor em participar do que o domínio que ele possa ter porque se o
professor estiver motivado ele envolve os seus alunos, mas se for um prof. até muito avançado ao nível
de domínio de competências, mas se achar que não precisa da BE, ele não leva os seus alunos nem os
incentiva a lá irem.