2. “[...] ensinar não é transferir conteúdo a
ninguém, assim como aprender não é
memorizar o perfil do conteúdo transferido
no discurso vertical do professor. Ensinar e
aprender têm que ver com o esforço
metodicamente crítico do professor de
desvelar a compreensão de algo e com
empenho igualmente crítico do aluno ir
entrando como sujeito em aprendizagem,
no processo de desvelamento que o
professor ou professora deve deflagrar”
Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia
3. Por que planejar o ensino?
Porque...
a educação formal requer ação
sistemática, organizada e intencional
(o planejamento do ensino é a
atividade que prepara, organiza e
orienta a ação docente);
através do planejamento, busca-se
racionalizar a ação, sintonizar
intenções (ou objetivos) com os meios
e os resultados pretendidos;
4. Porque o planejamento...
nos leva a expor e justificar nossas
práticas e, assim, a compreender
melhor o que fazemos.
proporciona segurança para a atuação
do professor, que poderá abordar com
mais confiança aspectos imprevisíveis
que surgem na ação;
potencializa a reflexão sobre a prática
docente.
5. Prática pedagógica: incertezas e
imprevisibilidade
Edgar Morin (1996, p. 284): planejamento como
“estratégia” e não como “programa”.
Programa: cadeia de passos prescritos a serem
seguidos rigorosamente e em sequência.
Estratégia: é a arte de trabalhar com a incerteza,
compondo cenários de ação que podem se
modificar em função de informações,
acontecimentos e imprevistos no curso das ações,
em seu conjunto.
Planejamento: programa ou estratégia?
6. Duas perspectivasdo planejamento do ensino
como ação burocrática, que consiste no
preenchimento de fichas/elaboração de
planos a serem entregues à
coordenação pedagógica da escola;
como atividade criativa, que pressupõe
conceber e organizar modos de
intervenção em sala de aula para a
promoção de aprendizagens.
7. Doismodos deconceberoensinoeseuplanejamento:
Ensinar = transmitir saberes:
Planejamento do ensino centrado na
organização da fala do professor em aulas
expositivas.
Preocupações do professor:
o que dizer sobre o tema aos alunos (que
informaçõeseexemplosselecionarparaaaula);
que exercícios de fixação propor;
O planejamento não é neutro; está
necessariamente vinculado a uma
concepção de ensino.
8. Ensinar = assinalar caminhos para a
aprendizagem:
o ensino e seu planejamento são
concebidos para potencializar a ação dos
estudantes como sujeitos da
aprendizagem.
preocupações do professor:
selecionar os conteúdos de
aprendizagem;
9. elaborar estratégias que favoreçam a interação dos
alunos com os objetos do conhecimento;
identificar o que fazer para mobilizar os
alunos para a aprendizagem em sala de aula;
definir quais situações apresentar como problema
inicial a motivar o estudo do tema;
decidir como recuperar o que os alunos já sabem a
respeito do tema ou outros conhecimentos a ele
relacionados;
estabelecer que recursos utilizar para tornar a aula
mais interessante e motivadora;
escolher situações para introduzir as explicações ou
narrativasda disciplina acerca do tema.
11. Para Antoni Zabala, sequências didáticas são
“um conjunto de atividades ordenadas,
estruturadas e articuladas para a realização
de certos objetivos educacionais, que têm
um princípio e um fim conhecidos tanto pelos
professores como pelos alunos”, que “têm a
virtude de manter o caráter unitário e reunir
toda a complexidade da prática, ao mesmo
tempo que (...) permitem incluir as três fases
de toda intervenção reflexiva: planejamento,
aplicaçãoeavaliação.”(1998, p.18)
12. Numa sequência didática
devem existir atividades:
Que permitam determinar os
conhecimentos prévios dos
alunos em relação aos novos
conteúdos de aprendizagem.
13. Em que os conteúdos são propostos de
maneira significativa e funcional para os
estudantes.
Que devem ser adequadas ao nível de
desenvolvimento de cada estudante.
Que representem desafios possíveis para o
estudante e que permitam a percepção da zona
de desenvolvimento proximal sobre a qual se
possa intervir.
14. Que promovam uma atitude favorável e
que sejam motivadoras em relação à
aprendizagem dos novos conceitos.
Que estimulem a autoestima e o
autoconceito do estudante em relação às
aprendizagens, para que ele perceba que
seu esforço vale a pena.
Que facilitem a aquisição de habilidades
ligadas ao aprender a aprender, para que
o estudante se torne cada vez mais autônomo
frenteaos processosde aprendizagem.
21. Referências Bibliográficas
AGUIAR Jr. Orlando. Planejamento de
ensino. SEE MG. 2005.
ZABALA,Antoni. Apráticapedagógica:como
ensinar. Porto Alegre, Artmed, 1998.