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Desvio para o vermelho

               Cildo Meireles




“Mas, para mim, o Desvio para o Vermelho é
muito mais um trabalho sobre a questão
cromática do que a política. Eu poderia ter
escolhido outras cores, mas escolhi o
vermelho porque, além de ser uma cor
carregada    de   simbolismo,   cria    uma
ambigüidade que interessava a esse trabalho
(...)".
Cildo Meireles
   O artista que há 30 anos
    incendiou            galinhas,
    escreveu “Yankees, go home”
    em garrafas de Coca-Cola,
    carimbou     notas    de    um
    cruzeiro com a frase “Quem
    matou Herzog?” e depois se
    mandou para Nova York ganha
    uma exposição retrospectiva
    no Museu de Arte Moderna de
    São Paulo (MAM). Trata-se
    de Cildo Meireles, carioca,
    52 anos, o homem que com
    apenas    um     carimbo    de
    borracha e uma nota de
    dinheiro cria      uma obra.
    (...)

               Revista Istoé Gente, 2004
Trajetória
 Nascido em 1948, vive e trabalha no Rio de Janeiro;

 Passa a dedicar-se ao desenho, por influência do pintor peruano Félix Alejandro;

 É convidado a expor seus desenhos no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAMB);
 Em 1967 abandona temporariamente o desenho, e dedica-se a uma produção de
  cunho mais conceitual, voltada à crítica dos meios, dos suportes e das linguagens
  artísticas tradicionais;
 Durante os anos 70 e 80 Cildo arquitetou uma série de trabalhos que faziam uma
  severa crítica à ditadura militar;
 Passa a explorar através de seus trabalhos, a capacidade
  sensorial do público (gustativa, térmica, oral, sonora);
 Emprega cada vez mais, mas sempre em função de
  uma idéia, materiais precários, efêmeros, de uso
  cotidiano e popular;

 Seu trabalho simboliza o máximo grau atingido pela
  relação aberta entre linguagem e interação.
A obra
A obra Desvio para o Vermelho de
Cildo Meireles é uma das mais
polêmicas do artista. Instalada
no   centro    artístico    mineiro
Inhotim   em  caráter    permanente
desde 2006, ela é composta de
três    ambientes:    Impregnação,
Entorno, Desvio.

A princípio, a instalação oferece
um impacto visual pela exaustão
do   vermelho    em   um    ambiente
aparentemente caseiro.
Aos poucos, vai se desvendando o
simbolismo   dos    objetos    e  as
conotações   projetadas,    como   a
violência    do    sangue     e   as
preferências     ideológicas      do
autor.
Impregnação
      Espaço tridimensional
     monocromático, com a forte
     cor vermelha;

      Penetração na mente;

      Ambientação não pode ser
     definida;

      O vermelho busca trazer
     influência sobre quem
     observa e participa
     indiretamente da obra;

      Cor quente X aumento da
     temperatura;

      Atemporalidade - Quebra
     do tempo cronológico.
Entorno
 Algo que acontece e que se
estrutura em algum lugar;

 Ambiente de simbolismo   e
de referências;

 Indefinição    -   ambiente
único e indefinido: não é um
quarto, ou uma sala, ou uma
cozinha. Que cômodo seria?

 Objetos presentes sem uma
lógica   própria  –   quadros
variados, esculturas, móveis,
roupas e tapetes, adornos,
eletrodomésticos. Série de
falsas    lógicas   que   nos
devolvem sempre a um mesmo
ponto de partida;
Entorno
 Simbolismos X Metáforas   X
Conotações ideológicas;

 - Ambigüidade - os vários
objetos    remetem    a   uma
estrutura   familiar,   porém
todos são vermelhos causando
ao mesmo tempo uma sensação
de conforto e de estranheza;

 Mutação                 –
mudança,    inconstância  –
laptop exibindo vídeo que
retrata a mutação da casa
desde a primeira instalação
nos anos 1980;

 Atemporalidade - Quebra do
tempo cronológico.
Desvio
“você tem uma garrafa de onde
sai uma quantidade enorme de
líquido vermelho, que parece
ser a explicação para a sala
pintada de vermelho, mas o
que ela introduz é a noção de
horizonte perfeito que é a
superfície de qualquer
líquido sem movimento. E na
terceira fase tem um líquido
em movimento saindo de uma
torneira. A pia está
inclinada, o que contradiz a
relação da queda d’água, mas
o líquido é vermelho, o que
nos conduz à primeira sala.
(...) Enfim a idéia era criar
uma circularidade onde uma
coisa fosse jogando para
outra, uma fase jogasse para
outra, mas não explicasse
nada.”
Desvio
 Desvio em relação à finalidade,
tamanho,      falsificação      de
materiais,    estilos   contextos,
figurações em objetos utilitários,
funções secundárias que acabam
suplantando a função principal,
funções múltiplas em um único
objeto.

 Nos deparamos com um frasco
caído   no    chão: uma   estrutura
vinílica sugere o derramamento de
líquido    superior ao   valor   de
volume possível dentro do frasco,
essa estrutura desemboca, depois
de andarmos, numa penumbra em
direção a uma pia que derrama água
vermelha de sua torneira

 Líquido vermelho que sai pela
pia entra pelo vidro ou vice-
versa.
Interpretantes
Imediato


           Percepções imediatas e pessoais quando adentramos na
           galeria. Ex: Excesso, conforto, angústia, estranheza,
           alívio, etc.
Dinâmico




           Está ligado diretamente aos objetos presentes na obra,
           a busca pela sua real interpretação varia de acordo
           com a bagagem cultural de cada pessoa a partir do
           Momento em Que criamos significado para ele.
Final




           Interpretações e feedback pessoal.
Referências    Pintores com obras
              monocromáticas como Matisse
              (1911) com o quadro Ateliê
              Vermelho;

               Movimentos     Concreto      e
              Neoconcreto   - estrutura     de
              quadros na parede;

               Movimentos de meados dos
              séc XX - quadro vermelho
              rasgado que remete ao artista
              italiano Lucio Fontana;

               Op Art e Pop Art – quadros
              geométricos;

               Neoconcrentismo     de   Lygia
              Clarck e Helio Oiticica e
              seus   espaços    de   cor   que
              rompem   com     o   quadro    e
              projetam a cor para a fora da
              superfície,    ganhando    desse
              modo o espaço da galeria.
 Kitsch - objetos de valor
              estético   distorcidos e/ou
              exagerados
Referências
              inadequação    da    forma,    do
              estilo,   do     contexto,     da
              função, de uso
              acumulação ou empilhamento -
              objetos   diversos      sem    um
              sentido,    que     vão     sendo
              acumulados sem uma unidade de
              adequação
              percepção     sinestésica       -
              maior uso dos sentidos para
              impressionar    o   espectador,
              imagem,      som,        aromas.
              Repetição exaustiva de mesmos
              signos    com      significados
              semelhantes.
Referências
  mediocridade – próximo ao vulgar com a
  mistura            de            tantos
  artifícios, inadequação, acumulação e
  percepção sinestésica, mas ao mesmo
  facilitando a absorção do consumidor.
  Ausência de valores abstratos - nem
  feiúra nem beleza extremos.
  conforto - o que não cria problemas
  agrada;     enche     a     vida     de
  sensações, emoções e pequenos prazeres
  através de objetos cotidianos.

   Política - casa de lembranças, dos
  tempos da Ditadura, da repressão dos
  anos 70, uma época em que vermelho
  significava   libertação,    fúria    e
  renovação.
  Vermelho – referência simbólica muito
  forte relacionada a movimentos sociais
  e   políticos   como   as   Revoluções
  Socialistas                (Revoluções
  Vermelhas),        partido     vermelho
  comunista.
Esse forte caráter reflexivo de seus trabalhos faz com que
parte da crítica internacional o considere um artista
conceitual.


     "Até então eu participava das movimentações
 políticas da época, mas minha produção se mantinha
    longe disso. Com o assassinato de Edson Luís
(estudante de 16 anos morto durante uma manifestação
    no Rio de Janeiro, em 1968) pela ditadura e o
fechamento de uma exposição no MAM do Rio, em 1969,
     senti um impulso natural para tratar dessas
  questões. Foi uma tomada de posição. Mas passei a
 década de 90 tentando fugir do estereótipo de arte
      política. Sempre tive problema, uma quase
implicância com essa idéia panfletária. Ela reduz o
                       trabalho”.
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Trabalho de Semiótica

  • 1.
  • 2. Desvio para o vermelho Cildo Meireles “Mas, para mim, o Desvio para o Vermelho é muito mais um trabalho sobre a questão cromática do que a política. Eu poderia ter escolhido outras cores, mas escolhi o vermelho porque, além de ser uma cor carregada de simbolismo, cria uma ambigüidade que interessava a esse trabalho (...)".
  • 3.
  • 4.
  • 5. Cildo Meireles  O artista que há 30 anos incendiou galinhas, escreveu “Yankees, go home” em garrafas de Coca-Cola, carimbou notas de um cruzeiro com a frase “Quem matou Herzog?” e depois se mandou para Nova York ganha uma exposição retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Trata-se de Cildo Meireles, carioca, 52 anos, o homem que com apenas um carimbo de borracha e uma nota de dinheiro cria uma obra. (...) Revista Istoé Gente, 2004
  • 6. Trajetória  Nascido em 1948, vive e trabalha no Rio de Janeiro;  Passa a dedicar-se ao desenho, por influência do pintor peruano Félix Alejandro;  É convidado a expor seus desenhos no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAMB);  Em 1967 abandona temporariamente o desenho, e dedica-se a uma produção de cunho mais conceitual, voltada à crítica dos meios, dos suportes e das linguagens artísticas tradicionais;  Durante os anos 70 e 80 Cildo arquitetou uma série de trabalhos que faziam uma severa crítica à ditadura militar;  Passa a explorar através de seus trabalhos, a capacidade sensorial do público (gustativa, térmica, oral, sonora);  Emprega cada vez mais, mas sempre em função de uma idéia, materiais precários, efêmeros, de uso cotidiano e popular;  Seu trabalho simboliza o máximo grau atingido pela relação aberta entre linguagem e interação.
  • 7. A obra A obra Desvio para o Vermelho de Cildo Meireles é uma das mais polêmicas do artista. Instalada no centro artístico mineiro Inhotim em caráter permanente desde 2006, ela é composta de três ambientes: Impregnação, Entorno, Desvio. A princípio, a instalação oferece um impacto visual pela exaustão do vermelho em um ambiente aparentemente caseiro. Aos poucos, vai se desvendando o simbolismo dos objetos e as conotações projetadas, como a violência do sangue e as preferências ideológicas do autor.
  • 8. Impregnação  Espaço tridimensional monocromático, com a forte cor vermelha;  Penetração na mente;  Ambientação não pode ser definida;  O vermelho busca trazer influência sobre quem observa e participa indiretamente da obra;  Cor quente X aumento da temperatura;  Atemporalidade - Quebra do tempo cronológico.
  • 9. Entorno  Algo que acontece e que se estrutura em algum lugar;  Ambiente de simbolismo e de referências;  Indefinição - ambiente único e indefinido: não é um quarto, ou uma sala, ou uma cozinha. Que cômodo seria?  Objetos presentes sem uma lógica própria – quadros variados, esculturas, móveis, roupas e tapetes, adornos, eletrodomésticos. Série de falsas lógicas que nos devolvem sempre a um mesmo ponto de partida;
  • 10. Entorno  Simbolismos X Metáforas X Conotações ideológicas;  - Ambigüidade - os vários objetos remetem a uma estrutura familiar, porém todos são vermelhos causando ao mesmo tempo uma sensação de conforto e de estranheza;  Mutação – mudança, inconstância – laptop exibindo vídeo que retrata a mutação da casa desde a primeira instalação nos anos 1980;  Atemporalidade - Quebra do tempo cronológico.
  • 11. Desvio “você tem uma garrafa de onde sai uma quantidade enorme de líquido vermelho, que parece ser a explicação para a sala pintada de vermelho, mas o que ela introduz é a noção de horizonte perfeito que é a superfície de qualquer líquido sem movimento. E na terceira fase tem um líquido em movimento saindo de uma torneira. A pia está inclinada, o que contradiz a relação da queda d’água, mas o líquido é vermelho, o que nos conduz à primeira sala. (...) Enfim a idéia era criar uma circularidade onde uma coisa fosse jogando para outra, uma fase jogasse para outra, mas não explicasse nada.”
  • 12. Desvio  Desvio em relação à finalidade, tamanho, falsificação de materiais, estilos contextos, figurações em objetos utilitários, funções secundárias que acabam suplantando a função principal, funções múltiplas em um único objeto.  Nos deparamos com um frasco caído no chão: uma estrutura vinílica sugere o derramamento de líquido superior ao valor de volume possível dentro do frasco, essa estrutura desemboca, depois de andarmos, numa penumbra em direção a uma pia que derrama água vermelha de sua torneira  Líquido vermelho que sai pela pia entra pelo vidro ou vice- versa.
  • 13. Interpretantes Imediato Percepções imediatas e pessoais quando adentramos na galeria. Ex: Excesso, conforto, angústia, estranheza, alívio, etc. Dinâmico Está ligado diretamente aos objetos presentes na obra, a busca pela sua real interpretação varia de acordo com a bagagem cultural de cada pessoa a partir do Momento em Que criamos significado para ele. Final Interpretações e feedback pessoal.
  • 14. Referências  Pintores com obras monocromáticas como Matisse (1911) com o quadro Ateliê Vermelho;  Movimentos Concreto e Neoconcreto - estrutura de quadros na parede;  Movimentos de meados dos séc XX - quadro vermelho rasgado que remete ao artista italiano Lucio Fontana;  Op Art e Pop Art – quadros geométricos;  Neoconcrentismo de Lygia Clarck e Helio Oiticica e seus espaços de cor que rompem com o quadro e projetam a cor para a fora da superfície, ganhando desse modo o espaço da galeria.
  • 15.  Kitsch - objetos de valor estético distorcidos e/ou exagerados Referências inadequação da forma, do estilo, do contexto, da função, de uso acumulação ou empilhamento - objetos diversos sem um sentido, que vão sendo acumulados sem uma unidade de adequação percepção sinestésica - maior uso dos sentidos para impressionar o espectador, imagem, som, aromas. Repetição exaustiva de mesmos signos com significados semelhantes.
  • 16. Referências mediocridade – próximo ao vulgar com a mistura de tantos artifícios, inadequação, acumulação e percepção sinestésica, mas ao mesmo facilitando a absorção do consumidor. Ausência de valores abstratos - nem feiúra nem beleza extremos. conforto - o que não cria problemas agrada; enche a vida de sensações, emoções e pequenos prazeres através de objetos cotidianos.  Política - casa de lembranças, dos tempos da Ditadura, da repressão dos anos 70, uma época em que vermelho significava libertação, fúria e renovação. Vermelho – referência simbólica muito forte relacionada a movimentos sociais e políticos como as Revoluções Socialistas (Revoluções Vermelhas), partido vermelho comunista.
  • 17. Esse forte caráter reflexivo de seus trabalhos faz com que parte da crítica internacional o considere um artista conceitual. "Até então eu participava das movimentações políticas da época, mas minha produção se mantinha longe disso. Com o assassinato de Edson Luís (estudante de 16 anos morto durante uma manifestação no Rio de Janeiro, em 1968) pela ditadura e o fechamento de uma exposição no MAM do Rio, em 1969, senti um impulso natural para tratar dessas questões. Foi uma tomada de posição. Mas passei a década de 90 tentando fugir do estereótipo de arte política. Sempre tive problema, uma quase implicância com essa idéia panfletária. Ela reduz o trabalho”.