Este documento fornece informações biográficas e estilísticas sobre o heterônimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos. Ele celebra a modernidade industrial e a força da máquina, expressando as sensações de forma caótica e explosiva em versos livres que misturam níveis de linguagem. Sua poesia transgressora rompe com a subjetividade lírica tradicional em busca de uma totalização das sensações do mundo moderno.
2. Álvaro de Campos
o Nasceu em Tavira a 15 de Outubro de 1890 (às 13:30);
o ”Teve uma educação vulgar de liceu”;
o Foi para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval
(Glasgow);
o Numas férias fez uma viagem ao Oriente de onde resultou o “Opiário”;
o Um tio beirão que era padre ensinou-lhe Latim;
o Inactivo em Lisboa;
3. Continuação
o Usa monóculo;
o É alto (1.75 m);
o Magro , cabelo liso apartado ao lado;
o Cara rapada, tipo judeu português;
4. 2º fase de Alvaro de campos
o Nesta fase, Álvaro de Campos celebra o triunfo da maquina, da energia
mecanica e da civilização moderna.
o Canta a civilização industrial.
o Apresenta a beleza dos “maquinismo em furia” e da força da maquina.
o Procura a totalização das sensaçoes: sente a complexidade e a dinamica
da vida moderna e, por isso, procura sentir a violencia e a força de todas
as sensações .
o Exprime a energia ou a força que se manifesta na vida.
o A par da paixao pela maquina, há a nausea, a neurastenia provocada pela
poluição fisica e moral da vida moderna.
o Intelectualização das sensações
5. Continuação
o Verso livre, em geral, muito longo;
o Assonâncias, onomatopeias, aliterações;
o Mistura de níveis de língua
o Enumerações excessivas, exclamações, interjeições, pontuação emotiva;
o Estética não aristotélica na fase Futurista
o Metáforas ousadas, personificações, e hipérboles;
6. Ode Triunfal
o Ode é porque é uma composição poética lírica destinada a cantar algo de
elevado.
o Triunfal é porque é a celebração da modernidade, do triunfo da civilização
técnica e industrializada.
o Na poesia de Campos, em vez da bela harmonia clássica saída da clara inteligência,
há a caótica força.
o Explosiva saída de um subconsciente em convulsão.
o A sua poesia revela-se, assim, como um novo processo de descompressão do
subconsciente de Pessoa, sempre torturado pela inteligência, pela “dor de pensar”.
7. Continuação
o Elogio da civilização industrial e da técnica (“Ó rodas, ó engrenagens, r-
r-r-r-r-r eterno!”, Ode Triunfal)
o Ruptura com o subjectivismo da lírica tradicional
o Atitude escandalosa: transgressão da moral estabelecida
o Vivência em excesso das sensações (“Sentir tudo de todas as maneiras” –
afastamento de Caeiro).
o Sadismo e Masoquismo (“Rasgar-me todo, abrir-me completamente,/ tornar-
me passento/ A todos os perfumes de óleos e calores e carvões...”, Ode
Triunfal)
o Cantor lúcido do mundo moderno.
9. Saudação a Walt Whitman
o O poeta transmite a sensação de um nervosismo que aborda a histeria e
afirma ter dúvidas quanto à utilidade da própria existência.
o Diz explicitamente que lamenta não ter tido a "calma superior" do poeta
americano.
Na Saudação a Walt Whitman, três versos dão conta da natureza futurista de que
era feito Álvaro de Campos. Assim ele classifica o poeta americano:
“Jean-Jacques Rousseau do mundo que havia de produzir máquina,
Shakespeare da sensação que começa a andar a vapor,
Milton-Shelley do horizonte da Electricidade futura.”
10. Fim
" ...pus em Álvaro de Campos toda a emoção
que não dou a mim nem à vida. “
Fernando Pessoa