3. João, 46 anos
Ele conta que a dor começou subitamente há 20 minutos atrás após o almoço. A dor é epigástrica
mas irradia para todo o andar superior do abdome. É contínua, muito intensa, 10/10, acompanhada
de náuseas, sudorese e falta de ar.
A esposa conta que ele foi trabalhar pela manhã sem queixas, almoçou normalmente com a família
e que bebeu 3 latas de cerveja. Foi cochilar e logo acordou com muita dor.
4. João, 46 anos
Ele conta que há uns 6 ou 7 meses tem sentido episódios de dor no estômago semelhantes, porém
muito menos intensas (3/10), não irradiada, as vezes como uma pontada fina, as vezes como uma
torção, ás vezes queimando, algumas vezes acompanhada de náuseas, e que melhoravam com o
uso de antiácidos e às vezes com o uso de Ibuprofeno.
Na última semana ele reclamou da dor com mais frequência o que fez a esposa marcar uma
consulta com o médico. Mas ele acabou não indo.
Negou dor no peito. Negou palpitações. Negou alteração do ritmo intestinal.
5. João, 46 anos
João é hipertenso e faz uso de ramipril. Já fez uso de anlodipino mas foi suspenso devido ao não
controle da pressão arterial. Faz uso de um comprimido de aspirina 100mg por conta própria há 1
ano. Negou ser diabético. Negou ter sido submetido a cirurgias ou hemotransfusões. Faz uso
ocasional de antiácidos e ibuprofeno como já citado.
6. João, 46 anos
Ex-fumante. Fumou por 10 anos e parou há 6 meses porque os filhos pediram para ele parar de
fumar. Bebe nos finais de semana e admite beber ‘um pouco além da conta”. A esposa conta que
ele tem bebido mais frequentemente após ter sido demitido do último emprego dele. Disse ainda
que ele anda muito “estressado”. Questionário CAGE: 1 ponto.
João trabalha como jardineiro há 6 meses. Antes fora vendedor e gerente de um estabelecimento
comercial.
Casado, mora com a esposa e dois filhos pequenos, em casa de alvenaria com esgoto e agua
encanada.
Filhos saudáveis. Pai é vivo, não sabe a idade, é hipertenso. Mãe viva, 79 anos, acamada devido a
“Alzheimer”.
12. Irritação peritoneal
Defesa (contração voluntária) e Rigidez (contração involuntária)
Descompressão dolorosa
Percussão dolorosa
Teste da tosse
Teste de dolorimento da parede abdominal
13. Hipovolemia
Depleção de volume (perda de sódio do
espaço extracelular) / Desidratação (perda de
água intracelular com elevação do sódio
plasmático e osmolaridade)
Axilas secas
Mucosa oral e nasal secas
Sulcos longitudinais da língua
Olhos fundos
Turgor diminuído
Tempo de enchimento capilar
Pulso periférico filiforme
Alterações ortostáticas nos sinais vitais
Confusão mental
Fraqueza
14. Depleção de volume (perda de sangue)
Tontura e incapacidade de ficar em pé
Aumento na frequência cardíaca >30bpm na posição em pé
Hipotensão postural (>20mmHg de sistólica.
Taquicardia supina (>100)
Hipotensão supina (<95)
17. Lítiase biliar e suas complicações
Colelitíase é bastante prevalente, algo entre 10 a 20%. Embora seja mais prevalente entre mulheres
idosas, multíparas e obesas.
Muitos casos (20%) são assintomáticos.
A cólica biliar é o quadro de dor devido a obstrução transitória do ducto cístico. Quando a
obstrução persiste temos um quadro de colecistite aguda.
18. Lítiase biliar e suas complicações
Na colecistite a dor é tipicamente em hipocôndrio direito e/ou epigástrica com irradiação para
ombro direito e dorso a direita acompanhada de náuseas e vômitos. Alguns pacientes se
apresentam com febre (1/3), taquicardia, dor a palpação do quadrante superior direito e defesa
involuntária. Pode piorar a inspiração. Murphy positivo.
A colecistite é comumente precedida de pelo menos um episódio de cólica biliar.
Coledocolitíase acontece quando a pedra migra e obstrui o colédoco, ou ducto biliar comum.
Colangite é uma complicação infecciosa. Bactérias do intestino delgado migram ascendentemente
para a árvore biliar.
19. Colecistite aguda/Colangite
Tríade de Charcot:
Dor em quadrante superior direito
Icterícia
Febre/calafrios.
Pentade de Reynolds:
Tríade de Charcot +
Hipotensão
Alteração do estado mental
20. Gastrite/Duodenite/Ulcera péptica
Gastrite é um termo genérico para alterações inflamatórias da mucosa gástrica de diferentes
etiologias.
Dispepsia é a síndrome clínica caracterizada por dor ou desconforto epigástrica do tipo queimação
associada a saciedade precoce ou plenitude pós prandial as vezes acompanhada de eructações,
flatulência, náuseas, vômitos.
Causas mais comuns de dispepsia:
Dispepsia funcional 60-70%
Doença ulcerosa péptica 15-25%
Refluxo gastroesofágico 5-15%
21. Gastrite/Duodenite/Ulcera péptica
Irritantes gástricos (fator de risco para ulcera péptica): aspirina, AINES, Alcool, Cafeina, tabaco, corticoide.
Medicações que causam dispepsia: alendronato, AINES (inclusive aspirina), codeína, corticoide,
eritromicina, preparações de ferro, metformina, opióides, entre outras.
Doença ulcerosa péptica: AINES, H. Pylori, Idiopático, Zollinger-Ellison, Ulcera por stress.
Úlcera duodenal: dor epigástrica que alivia com alimentos e antiácidos ocorrência noturna, agravada por
irritantes gerais. U. Gastrica: dor epigástrica, aliviada por antiácidos, agravada por comida, acompanhada
de náusea e vômitos, anorexia e perda de peso.
Ulcera duodenais são mais comuns que gástricas e estão mais relacionadas a infecção por H. Pylori.
22. Ulcera péptica perfurada
Complicação da ulcera não tratada.
Forma um quadro de peritonite localizada e depois generalizada. A dor é súbita e tipicamente
irradia para o dorso.
Náusea, taquicardia, desidratação, febre baixa são comuns
23. Pancreatite aguda
Dor epigástrica com irradiação tipo faixa, irradiação para dorso, dro periumbilical, ou dor em
quadrante superior esquerdo. Piora quando come ou bebe e em posição supina. Dor chata que
piora aos poucos e é contínua. Quadros mais graves evoluem com peritonite, choque.
Álcool e litíase biliar são as causas mais comuns
24. SCA - IAM
Normalmente se apresentam com dor forte no peito que muitas vezes ocorre em repouso
associada a náuseas, vômitos, sudorese e falta de ar, e pode irradiar para o pescoço ou braços.
As apresentações atípicas de infarto do miocárdio são bem reconhecidos e a dor pode ser
experimentada exclusivamente na região epigástrica.
Sempre considere quando houver múltiplos fatores de risco cardiovascular.