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CAPITULO2
DTÌSIGNNESÍTIOEMGRANDEESCALA
2.I tTROt)t'ÇÂO
Estecapítulofocalizao projetodesítios
em sentidoamplo,analisandorecursos;
trabalhandocom as limitaçÕesde forma,
microclima,solos e. água do local;
posicionandoa casa,o acessoe oscercados
parao máximobeneÍícioe para evitarem
catástroÍescomoincêndioe enchentes.
Planejamenlodo designé a coisamais
importanteque podemosÍazer,antesde
colocarqualqueroulracoisanoloçal.O plano
geral,seÍeitominuciosamente,iráeconomizar
tempo,dinheiroe trabalho.
ExistemváriasÍormasde iniciaro
processode design,dependendoda sua
nalurezae desuasnecessidades.Vocêpode
começar deÍinindoseus objetivostâo
precisamentequantofor possívele, então,
olharpara o sítiocom essesobjetivosna
mente.Ouvocêpodecomeçarpelosítio,com
todasas suascaracterísticas(boase ruins),
e deixaros objelivosaparecerempor si
próprios.
Das duasperguntas- 'O que posso
lazerparaessaterraproduzir?"e "Oqueesta
terratem parame oferecer?"- a resposlaà
primeirapodelevarà exploraçãodaterrasem
levarem contaas conseqüênciasa longo
píazo,enquanloque a respostaà segunda
poderálevara uma ecologiasustentada,
guiadapornossoconlroleintefigente.
Definirobjetivose identificarpotenciais
e limitaçõesdosítioandamdemãosdadas.Ë
sempremais Íácil de ver o sítio com os
objetivosem mentê,mesmoque esses
objelivos,maistarde,demonstremseremnão-
realistas.Defato,objetivospodemnecessitar
de umaredeÍinição,emvistadaslimitaçÕes
do sítio.Designé um processocontínuo,
guiadona suaevoluçãopelainformaçãoe
pelashabilidadesderivadasdaexperiênciae
deobservaçÕesanteriores.Todososprojetos
(designs)que envolvamformasde vida
passamporumprocessolongodemudança;
atéo estadode"clÍmax"deumaflorestaé um
conceitoimaginário.
2.2 IDANTIFICANDORECURSOS
Observaçãoe pesquisasão usados
paraidentiÍicarosrecursose aslimitaçÕesde
um sílioem particular.Usamosmapasda
propriedadee consultamosdadosde vento,
chuva,enchente,Íogoe listasdeespéciesda
área.Perguntamosaos moradoreslocais
sobrepestes,problemasetécnicasutilizadas,
informaçõesquenosdãoumavisãoamplada
área.Elasfazemo cenárioe,noentanto,não
dizemnadasobreo sítioem si. Somente
caminhandoporelee observandolodasas
estaçÕesé quepoderemosdescobrirsuas
limitaçÕese seus recursos.Podemos
modiÍicarmuitodissocomo tempoe comum
bomdesign,espóciesde plantase animais
apropriadas,armazenamentode água,
quebra-ventose assimpordiante.
r Mapas
Um bommapade característicasdo
terrenoé umagrandeajudano design;ele
revelacursosd'rágua,vegetação,solos,
geologiae acesso,que são inÍormações
essenciais.Podemoslazer um mapa,
compraruffi, combinarvários mapas
especíÍicosouÍotosaéreas,parafigurarosítio.
Seosmapasmostramboascurvasdenível,
estaspodemnosajudara projetarsistemas
de águae posicionarcomponentesque
demandamumaspectoespecíÍico,inclinação
ouvantagemnaaltitude.
48
Coisasamapearsãoascaracterísticas
naturaisque incluema formado terreno
{tamanho, contorno, características
àroiooiã"s,inclinaçãoe aspecto),vegetação
óxisteãte,córregosesolosassimcomooque
iá estáconstrúído('benfeitorias"),como
tìút, estradas,Prédios,aEt1d.e9e
terraplanagem,energiaeconexõeshidráulicas
àtô.b" ciminharmospelosítio,ecolorirmos
iodosessesfatoresnomapa,osítiocomoque
.ot"ç" a desenhara si próprio'Arvores
óuntaàas,pastagensouquebra-ventospodem
ler consideraoãscomopartedo ambiente
Ãáturatou construído,dependendose são
ôrutãt"nremelhoriasrecentesousehámuito
ãstabelecidas,queevoluíramcomapaisagem'
Mapassãoúteissomentequandos-ão
usadosem combinaçãocoma observação'
Jãããt t"nteproietarúmsítiosomenteolhando
para o mapa, mesmoque este seia
ãJio"oot"móntedetalhadocomcurvasde
ãõãi,úgetação' linhasde erosãoe tudoo
mais.Mãpas-nuncasãorepresentativosda
rããiio"oeòomplexadanatureza'obtenhabons
liãóã, se púoer'masprestemaisatenção
aoiocal,aocomportamentodosorganismos'
pioneiras,águae vento,bem comoas
-*úoáttç"s'
de-estação.Lembre-se:"o mapa
;il é b território;(Korzybski,Semântica
Geral).
. Observação
A medidaemqueconversamossobre
o sítiocomoutraspessoas,podemosmelhor
percebernossasoóservações'Nesseestágio'
tentamosarmazenara informaçãoque
òãn[ã*ot de algumaÍorma acurada'
ËàrreganOoum blócode anotações'uma
câmaia,ou umgravador;Íazendopequenos
áãiànÉos.As-anotaçõespoderãoser
,tilituO"tmaistarde,paracriarestratégiasde
design.
NÓsnãoapenasvemose ouvimCIs'
cheiramose saboieamos'Tambémpodemos
sentircalore Írio, pressão,estressede
esforçosparasubirencostasou plantas
espinhentas,encontÍamoslocaiscompatíveis
eihcompatíveisnoterreno'Percebemosuma
uiÀaOoâ,mirantes,corese texturasdosolo'
Naverdade,nósusamos(conscientemente)
todosos nossosmuitossentidose nos
iõúãtnotcientesdenossoscorposedesuas
reações.
Alémdisso,PodemossentarPorum
tempoeperceberpadrõesep!999sos como
ãqumas'arvorespreferemcrbsceremrochas'
ãrõútasemvalós,outrasno campo9u ef
ãlyuóãï-pú"tós u"t comoa águaÍluionde
f#fiãi"t ããiiãiamcicatrizes,-ventostêm
ãïnrããõgánosóudeÍormadoa Íormadas
árvores,úmo o soleassombrassemovem'
õnoe áncontraúossinais de animais
ããt."nã"ndo,semovendoousealimeniando'
ilft," õnãìóae informaçãoem.cadasujeito
natrtãr,e devemosaprendera lertudoisso
muitobem.
Ler a Paisagemq ProcurarPor
indicaclõresdà paisãgem'A vegetaçãg'
"T
óãiíúrr"i ofe'iece-informaçãosobrea
iriiiiiJ"oããoiolo,disponibilidadedeumidade
; *õro;iimâ. -tuncod,porexemplò'indicam
ãorôi*úÉáicaoosouvâzamentos;Tarascum
ãrírinàír-e vacciniumsp' indicamsolos
ã;ìd";1" Rçtmexsp.,soloscompactadosou
;àiË";. Ãrvoredgrandescrescendoem
reoiÕessecasrndicaínalgumafontedeágua
rïïi"rïa"ã".-Úma abunõânciade espécies
herbáceasespinnentasou de-saborruim'('õ;i;;;
b"náaïctis,oxatis1p',.sotanum
sp'l
indicamusoexcãssivoe faliade manejo-da
pastagem;uossorocas(erosão)e caminhos
comoactactoslráoconÍirmarisso'Umaplanta
õ;ffiãúo ã dandoÍrutosanlesqueoutras
da mesmaesPécieo Íaçam'indicaum
ilciocri*a favol'ável,árvorescrescendocom
ã-mãioriadosgalhosde umladoindicama
ãiiãçaóãós võntosÍortes..predominante
ÉssesexemplossãoespecíÍicosparaclima's
ãiËtettú;, ãtémesmo,
"paisagens
diÍerentes'
r{-gi; desenvoiuìdasiócalmónteadvêmdo
conhecimentodaregião'
AfreqüênciaeadireçioqotogoqodeTr
também,servistaspormôiodasmudanças
nauegeiação.Otoggpl$.Yz-esPéciessecas'
ãmalãnnáoas,caiu'citotiasde verão'de
sementegrossa;a.faÌtade Íogodesenvolve
ãÃóeóietie folhalarga,semprêverdesou
õããuciÍóliasdeinverno,desementepequena
ó Jta camadagrossade coberturavegetal
móttasobreo soïo.Freqüentemente'árvores
ôõrìãJplantasindicarãblinhas9"g"-"9::,11
óncostaàapropriedade,pelamuclançaootlpo
devegetação.
49
Comopodemosobservaç"problemas"
em potencialpodemser percebidos,como
vegetaçãonociva,erosão,soloencharcado,
áreasrochosasou compactadase solos
empobrecidos.Sãoáreasde consideração
especiale podemser selecionadaspara
plantiosespeciais,oudeixadasintactascofflo
áreasde vidaselvagem.Algunsproblemas,
comum poucode criatividade,podemvirar
vantagens.Soloencharcadoé umindicador
dospadrõesnaturaisde drenagemds área,
refletindosubsolosimpermeáveis;estes
podemserÍeitosemumaáreadepântanoou
cavadosparaÍornecerágua.Algumasvezês,
existeacumulaçãode turÍaou, até mesmo,
argiladecerâmica.Setanquessãofeitosno
pântano,a turfapodeserretiradaparao solo
de plantioempotesou paramelhoraráreas
arenosas.
Existemmuitosrecursosa serem
procurados.Podemosenconlrarcursos
d'água ou Íontes em elevação(para
suprimenlode águae possívelgeraçãode
energia)?Há Ílorestascontsndomâdeira
valiosaou,atémesmo,troncosmortosúteis
paraa vidaselvagemouparalenha?Háum
bomlocalventosoparaa energiaeólica?
Existemmuitascategoriasderecursos:
recursosdatena;recuÍtpsbiológicos(flantas,
animais,insetos);recursosenergéticosdo
vento,água,madeira,óleoegás;eosrecursos
sociais,queincluemo potencialde umsítio
parao ensinoem semináriosou atividades
recreativas,as quaisdependem,princi-
palmente,da localização,facilidades
disponÍveisouquepossamserconstruídas,e
dalegislaçãolocal.
Observandoa paisagem,rstiramos
inspiraçãodasestratégiasde sobrevivência
seguidaspelossistemasnaturaise as
imitamos,usandoespéciesdeusomaisdireto
paranós.Observamos,por exemplo,que
árvoresgrandescrescêmnoladodasombra
dasgrandesgargantasdetenaseca:éaíque
colocaremosnossasprópriasárvores.
Ou vemosgue plantaspioneirasestãose
estabelecendonas linhasda cercas nos
moirões,a partirdadeÍecaçãodospássaros;
podemos,então,Íixardezenasde postese
poleirosparaencorajartais plantas,ou
colocarnospoleirosp€rtodeárvoresfrutíÍeras
paraÍornecerÍosfatoparanossasárvores.
. RecursosÍorado sítio
Podemosdescobriroportunidadesna
árealocal.Serrarias,lixÕes,feiras,estábulos,
restaurantese granjassão recursosem
potencial;produtosdesperdiçadospodemser
usadospara melhoraro local,enquanto
nossosprópriosrecursosestãosendo
desenvolvidos.
UmdosÍatoresmaisnegligenciadosé
oacessoaosrecursosÍoradosítb,conolojas,
escolase feiras,entreoutrosserviços.
lmobiliáriasreconhecemovalordalocalização
pertode cidades,comos preçosdastenas
subindoà medidaemqusseaproximamdos
serviçosessenciais.A Permacufturacoloca
maiorênfaseem rêcursosdo sítio;recursos
externossão,muitasvezes,críticosnão
somentenoestabelecimentodeumsislema,
masemtempoe nodinheiroquecustampara
chegaràcidade(paraotrabalhoouaescola).
Morandolongedarodovia,ospaisnecessitarão
viajarduasvezesaodiaparaapanharedeixar
ascriançasnaescola.
Tambémé importantelevarseus
própriosrecursosemconsideração.Vejasa
sua habilidadee recursosÍinanceirossão
compatíveiscomo designquevocêgostaria
deimplementar.Suashabilidadese produtos
podemserusadosnaárealocal?Existeum
mercadoparaervasfinas,produtosdeviveiro,
galinhascaipiras,frutaseverdurasorgânicas,
sementes,plantasaquáticas,peixesdeágua
doceou qualquercoisaguêseusistemade
Permaculturapossaproduzir?Vocêpodeusar
fundosde umacooperativade cróditolocal,
casotenhaumplanodenegóciosreafisla?
50
:-1 TOPOGRAFIA (Forma da terra)
Topografiaou formada terraé uma
-racterísticaimutávelde um sítio;embora
: equenasescavaçÕespossamalterara
raturezado sítio,terraplanagemextensaé
.arae,geralmente,desnecessária.
A topografiaexerceum eÍeitono
nicroclima,nospadrõesde drenagemda
agua,na profundidadedo soloe no caráter
3cesso,e na vista de um sítio. Para
.ompreendersua influênciana terra,as
:aracterísticastopográficasque devemser
notadase mapeadassão:
r êocostasvoltadasparao sol ou paraa
sombra;
r gâr$âÍìtasoumontesderochas;
. linhasdedrenagem(cursosd'água);
r terrenodifícil;
o vistasboasouruins;
. alturas,inclinaçÕese acessosdas
elevações;
. áreasencharcadas,áreassuscetíveisà
erosão.
Obviamente,um sítiopequenoserá
maisíácildemapealenquantoqueumaárea
grandepode levaralgunsdias ou alé
semanas.
Um sítiovariável,com muitasdas
característicasacima,é muitoútilemrelação
a inclinação.Inclinaçõessão notadaspelo
aspecto(sevoltadasparao nortê,sul,leste
ouoeste)e pelogradiente(gentil,médioou
acenluado),oúltimo,sendoumbomindicador
paraproblemasde erosãoem potencial,se
árvorestêmsidocortadasde ummorrocom
gradienteacentuado.Oefeitodainclinaçãono
microclimaé discutidonaseçãoseguinte.
É importantenotarquea Permacultura
podeserdesenvolvidaem qualquertipode
terreno:morrosrochosos,alagadiços,regiões
alpinas,planíciesaluviaisoudesertos.Nãoé
necessáriotentarmudaruma paisagem
estávelparaconseguiralgumascondiçõesem
particular,poistodapaisagemoue@ssistema
natural irá ditar a naturezageral da
Permaculturapossível;issoé necessário,se
o sistemaobjetivaestabilidadea longoprazo.
2.4 CLIMA E MICROCLIMA
Climaé o Íatorlimitadorbásicoparaa
diversidadedeplantaseanimaisdeumaárea.
Emboraqualquerplanejamentodesítiodeva
consideraro climageralda região(úmido-
quente,quentê-seco,ártico,temperadoetc.),
devemosprestaratençãoaos diÍerentes
microclimasocasionadospelatopografia,
solos,vegetaçãoe outrosÍatores.Duas
propriedades,localizadasa uns poucos
quilômetrosumada oulra,podemvariarem
plwiosidade,velocidadedovento,temperatura
eumidaderelativa.Então,setomaüüalanalisar
o climadosítioemdetalhe,semdependerde
estatísticasclimáticasamplasdo dislrito.
EssepassoimportantepodesigniÍicara
diferençaentreviveremcercaniasagradáveis
ou em condiçÕesmiseráveis,em uma
propriedadequeprovavelmenteirámudarde
donodetemposemtempos.
Seestudarmoso microclimadenosso
sítio,seremoscapazesde:
o posicionarestruturas,planlase animais
noslocaismaisfavoráveis(acasavoltada
parao sol,emclimastemperados,ouno
ladoda sombrade umÍnono,emclimas
quentes);
. ÍocalizarenergiasbenéÍicase dispersao'
energiashostisque entremno sítio
(plantarbarreirasparao vento,pertoda
casae da horta,ou plantarárvores,de
Íormaa canalizarbrisasem direçãoà
casa);
o estendermicroclimasfavoráveis.
5l
As próximasseçõesirãodiscutiros
fatoresquemaisafetamo microclimadeum
sítioe que,porconseqüência,devemser
consideradosaoescolhermosos locaispara
a casae paraosplantiosemmente.
. Topogratia
TopograÍiareÍere-seàscaracterísticas
da paisagemde umsítio,.atéquepontoela
sejaplanaou ondulada.Areasplanasterão
poucasdiferençasna topografia(o que
signiÍicapoucaou nenhumadiferençano
microclima),enquantoqueáreasonduladas
mostramumagrandevariaçãonomicroclima.
Aspecto
O aspectorefere-sea direçãoquea
inclinaçãodo terrenoestáorientada,em
relaçãoaosol,e afetaas condiçõesdo sítio
devidoà quantidadede luzsolardiretaque
recebe.Encostasvoltadasparao sol (norte,
no HemisférioSul;sul,no HemisÍérioNorte)
recebema maiorluz;se elastambémestão
voltadasparao leste,a temperaturamáxima
é alcançadapelamanhã;seÍorparao oeste,
é alcançadapelalarde.Umaencostavoltada
para"o ladoda sombra"(sul,no hemisfério
sul)iráreceberpoucaradiaçãosolardireta.
A influênciadoaspectonasplantasem
comunidadesvegetaisnaturaispodeservista
quandonumaencostavoltadaparao solestá
cobedaporÍlorestaesclerófilaseca,enquanto
que,noladomaisÍrio,maisúmido,voltadopara
a sombrada encosta,podemeslarocupados
por Ílorestaúmida(Figura1.1c).O usodo
aspectona Permaculturasignificaaproveitar
as inclinaçõesvoltadasao sol, úteisparao
amadurecimenlodefrutas,o posicionamento
da casa para maior conÍortotérmicono
invemo,eparaplantarumavegetaçaoqueseja
"marginal"em reaçãoao climaem particulal
cCImo,porexemplo,umaárvoretropicale uma
regiãosubtropical.
c
/
EÍehos da inclinação coÍn o ângulo do eol
Nascere por do aol sazonal
Figura2,1 A direçãodo sol,e suaalturaem relaçãoao horizonleduranteo ano,aÍetamo projetodacasae dascomunidades
deplanlas.
Sombreadoe
{
miao
,r*
52
Sol de verão
a 800
Sol de inverno
a 35'
Poroutrolado,plantasouestrulurasque
necessitemdesombraouÍriezasãocolocadas
nasencostasvoltadasparaa sombra,como
um celeirofrio parao armazenamentode
vinhos,ou amorasde climaÍrioem climas
subtropicais.
Paraumdesignde umacasaeficiente
emenergia,assimcomoparaa colocaçãode
jardinse pomares,é essencialnolaras
variaçõesde estaçãono caminhodo sol,
partici:larmentesuaalturaabsolutano céu,
entreo verãoe o invemo(Figura2.1a),bem
comoadistânciaquepassaemseucaminho,
dolesteparao oeste(Figura2.1b).
Oaspectonãoéumfatortãoimportante
em climasnublados,ou quandoo sol é
sombreadoporelementostopográficosainda
maiores,comouÍTnmontianhaoucristaoposta
aosítio.
O efeito do aspecto somado à
inclinaçãoverdadeiradoterrenoé marcante.
Comopodeser vistona Figura2.2, vma
inclinaçãosuaveé maisquentenoverãopois
recebeluz solarincidenteem um ângulo
Íavorável.ïodavia,amelhorinclinaçãoparao
invemoé umaacentuada,poisrecebeo sol
deumângulomelhordoqueasuavs.
Drenagemde ar Írio
O caráterda inclinaçãoafela a
estabilidadedo soloe a passagemdeágua.
Em têrmos de PlaneiamentoPara o
microclima,a drenagemde ar frio é mais
inÍluenciada.Ar Írioé maispesadoquear
quente,etendeafluirdoconvexodosmorros
fara o côncavodosvales.Eleseacumulará
hosvales,aumenlandoas possibilidadesde
geada.Ostoposdosmorrostambémtendem
á congelar,quandoquantidadesde ar Írio
permanecemna cristaplanados topose
illanaltos.Os sítioslivresde geadasestão,
geralmente,naspartesmédiesuperioresdos
úalesacimade 20 metros.Porquesãornais
quentes,noiteedia,doqueoÍundoouolopo
dovale,taisáreassãoconhecidascomofaíxas
termais(Figura2.3),usadashá muitopara
localizaçãodevilase casas,sendoasáreas
íavoritaéparao plantio(vinicultura,naFrança
eAlemanha).
Sol do inverno
a 35'
Inrolação
máxim
{invemo)
Figura 2.2 Como a inclinaçãodo leneno aÍeta a quantiJade de irradiaçãos,olarlocal em diferentesépocas do ano'
53
tô dearÍrio
Figura 2.3 - Uma 'ïaixa termal"exisle entre camadas de ar Írio de um vale, e indica o posicionamentoideal para a casa, pomaros
e hortas
Ar frio
b.lxando c
flulndo morr<r
baixo
Dorvlado pale
falxa de árvorer
Figura 2.4 Como o ar Írio desce a eÍìctsta. Note as Íormas de evitar bolsoes de geada pela utilizaçãoda vegetação para
desviar êsts ar.
Noentanto,essadeterminaçãosimples
da geadafuncionasomenteem paisagens
simples.A paisagemreal, com suas
característicasvegetaise topográÍicas
complexas,necessitade maisobservaçãoe
planejamento.Porquêo ar friofluicomoum
corrimento,quasecomoágua,move-se
devagaremvolta,sobre,esobobjetossólidos,
é bloqueadoporobstáculos(prédios,árvpres
e Íormasdo terreno).Porexemplo,ar frio
fluindomorroabaixo,emdireçãoaoÍundodo
vale,podeserestancadopelaflorestaacima;
nessecaso,oarÍrioéefetivamenterepresado
e iráacumular-seacimadafloresta,e nãono
vale.Parao ar frio mover-separabaixo,
aberturasgrandesdevemsercortadasparaa
drenagemdoar(Flgura2.4'):^ nãoserquea
Ílorestaesteia,defato,protegendoumacasa
ouvegetaçãoimediatamenteabaixo.
Ê. comumque um obstáculona
encosta,oupróximoaoÍundodovale,permita
aoarÍriorepresar-se,e quegeadaspossam
ocorreremqualquermès(emclimasfriosou
temperados).Casascolocadasacimadesse
obstáculoserãosemprefrias,enquantoque,
20 metrosmaisalém,podeexistiro perfeito
sítioparaumacasa.Aténossubtrópicos,vales
abaixodegrandesplatôsdesmatadospodem
produzirgeadasregularesouocasaonais,após
noitesclaras.
I
Ventoe
Emboraqualquersítioestejasujeitoa
padrõesglobaisde vento,ou atémesmoa
ventoscatastróficos(ciclonese furacões),
somentêos ventoslocaisprgvalecentes
importam,quandose planejapara o
microclima.A topografiapodecausarum
grandeefeitonosventospersistenteslocaise
regionais;em algumasáreasmontanhosas,
osventosregionaispredominantespodematé
virdadireção"errada",devidoàformaparticular
dovale.
Reprenado ern
pôqueno vale prrlô
)nlrado e lÌEorado pelo íaixa de árvoroa
Ell!!.
as àrrrores "()co dê geada..
54
Em vales, ventosde inclinaçãosâo
causadospeloaquecimenloe o resfriamento
rápidodaterra,emdiase noitesclaros'Armais
Ínã,sendomaispesado,Íluimorroabaixo'Em
umgrandesistemadevales,pequenosventos
toca'ísseguemumciclodiário(morroacimae
vJe acirú, duranleo dia;morroabaixoe vale
abaixo,à noite).
As velocidadesaumentamno ladodo
ventoem cristas;e dirninuemdo outrolado'
Paraqualquerproteçãosignificativado lado
reversoao'venio,todavia,asvelocidadesdo
ventonecessitamserde no mínimo5 metros
porsegundoe a inclinaçãode.5aou mais'A
velociõadedo vento aumentana direção
encostaacima,diminuina direçãooposta
(Figuras2.5ae 2.5b)e aumentaao passar
por-umaconstrição(sejana.formado terreno
ã, nu vegetaçãó)o chamadoefeito"Venturi"
(Figura2.5c).
NasProximidadesde lagosou do
oceano,brisassãoumaparteimportanteno
microctíma.Porcausadamarcantediferença
detemperaturasentreosgrandescorposde
àou"e a superÍíciedaterra,correntesdear
Íiiamumciclodebrisasdacosta'Duranleo
dia,oarquentesobesobreaterra,permitindo
aoarfrioàpesadodomarentrarrapidamente'
A noite,còmoa terraesfria,o processoé
revertido(Figura2'6). Nos trópicos.e
subtropicos,essasbrisastrazemum alívio
bem-víndoquasêìodoo anCI,enquantoque'
ãm regiÕestemperadas,elassão mais
iaton"ï., geralmenteaparecgndqno verão'
Àscatas,ispecialmenteaquelassituadasnos
trópicos,'sãòconstruÍdasparaaproveitara
veÀtitaçãonaturaloÍerecidapelasbrisasdo
mar.Contrariamente,em climasfriossão
usadassebesparadeÍletiressesventos,da
casae dojardim-
Figura 2.5 Como o vento se compoÍta para cima ou
aÍunilamentosda paisagemou da vegetação'
para baixo nos morros (A e B). A velocitJade oo vento aum€nla ÍÌos
55
Podemosdizerdequedireçãoo vento
vem,peloexamedasárvorese arbustosno
sftio.Seestãodobradasemumadireçãoem
particular,significaqueestãorespondendoa
ventosfreqüentes.Noladodomar,árvoressão
quasedeitadasemrespostaaosventosÍortes
eà pulverizaçãodesalvindasdooceano.Se
nãoexistevegetaçãonosítio,estacas(1,5-
1,Bmaltura)comtirasde panoou plástico
atadasao topopodemserfincadasnosolo,
emvárioslocais.Observandoa lreqüênciae
a direçãoem que essâstirasesvoaçam,
podemosdeterminaradireçãousualdovento.
Essemétodo,obviamente,signiÍicaobservar
o sítioduranleo anotodo;portanto,é melhor
analisara vegetaçãoda redondeza,se
possível.
A inÍormaçãosobrecomocontrolaros
venloscom a vegetaçãoé dadana seção
seguinte.
Altitude é, também, uffi fator
microclimáticoimportante.As temperaturas
caemà medidaêmquesubimos;100metros
dealtitudesãoequivalenlesa 1edelatitude.
Assim,a 1000metrosno equador,as
temperaturassãoequivalentesa umclimade
10edelatitudeapartirdoequador.lssosigniÍica
que,emumaregiãornonlanhosasubtropical
outropical,diÍerentesvegetaçõespodemser
plantadas. Uma seqüência tíPica
seguidamenteenconlradanostrÓpicos,da
costamarÍtimaatéa montanha,é a decoco,
cana-de-açúcar,banana,chá e abacaxi
(Figura2.7r,comcadaplantiosucessivo
necessitandocondiçõesmaisÍrias.
Figura2.ô Comograndesmassasda águraexêrcsmumefeilonoclimacosleirc
Flgura2.7 EÍeitoda attitudena vêgêtação:encostasmaisfrias,alé mesmoenrdimas troplcais,permitemo plantiode espócies
temperadasemaltitudesmaiores.
56
MassasdeAgua
Grandesmâssasdeágua,comoo mar
e os grandeslagos,agueceme resfriam
lentamente,modificandoa temperaturada
áreaàvolta.Emclimastemperados,ageada
raramenteé problemapróximoao mar,
enquantoque,20kmadentro,geadaspodem
ocorrernamaiorpartedoinvemo.
Aguatambémmodificaa temperatura,
por câusa da evaporação.Durantea
evaporação,aenergiaéreüradadoaremvolta;
enquantoa temperaturacai, a umidade
aumenla.Até mesmopequenoslagos,
piscinase tanquespodemsermoderadores
climáticoseÍicienles,especialmenteem
regiõesáridas.Por exemplo,fontessão
encontradasêmmuitospaÍsesmediterrâneos
paraprovêrevaporaçãoe resfriamentoparao
pátio.
A luzrefletidadaáguatambémé uma
consideraçãoquandoproietaÍnosum sÍtio.
Emboraa reÍlexãodifusadassuperÍíciesda
águaseja baixa,a reÍlexãoespelhadaé
geralmentealta,principalmenteduranteo
invemo(quandoosd estábaixorn horizonte).
NovaledoMainnaAlernanha,a luzrefletida
dorioé usadaparaamadurecerasuvasnas
encostasíngremes.Então,bancosou
ribanceirasvoltadosparao sol e atrásde
lanques,açudes,lagose riospodemser
mnsideradosáreasÍavoráveisparaplantas
marginaisnecessitandoluz e calorextra.
Casassituadasnestesbancosou lombadas
ganhamcalorextra(Figura2.8).
r Estruturag
Estruturascomotreliças,bancosde
torra,gstuÍgs,cgrcas,murosecorelospodem
afetaro rnicroclimaem pequenaescala,
modiÍicandoa velocidadedo ventoe a
temper,atura.
A esÍufaé a estruturamaisútilparao
controle do microclimaem regiões
tamperadas,permitindoo plantiode quase
guafquerplanta.EstuÍasligadasà casasão
ótimaspara o aquecimentono inverno,
economizandocombustívelduranteo dia.
tkncos detena,montesouribanceiras
aÍetamo microclimade Íormasvariadas
(Flgura2.9).Elespodem:
. bloquearosolbaixonoladooes*e,aliviando
a casae ojardimàtardinha;
o bloquearoucanalizarvenlos;
o dar isolamentotérmico{soloretémcalor
e perdetemperatura,gradualmente);
8ol dc
O Invcrno
Brnco dc
loraa coÍlro
âíïmZOntg.lll
dc crlgÍ
Plrntrr
 ^
-----*-->*F
Figura2.8 Açudesol barragonscomorefotor€sdo sol ds irwemoauÍíì6í{ama toíÍïporaturadas bordssà noitae ao amarüecer,
beneficiarrdoas edificaçõese a vegeta@ (boÍdasde tsnte paÍao sol mdlnram o âmâduÍocimonto).
57
Podeser umaáraafresca
atrár dr casâou, cria um
.,,'- localsntre o camalhão
, Aocanalg e caga,com
 quebra vonlot o
 minhocaa.
EecorriÍnonto
-rtooff
@l .","
Flgt.rr 2-9 Bancos ou camalhões criam sÍeilos microclimálicosespeciais.
58
Or bancogdetsrra
naeparedeada caaa
modaramag
temperaturaedo
interior
Bancoscriamuma
paieagemmaiecomPlexae
intereeranls oÍntarra!
planaecommicrocllmar
variadoe
Corto
((<=
. dar privacidadee bloquear vistas
desagradáveis;
. bloquearo barulhodo tráÍego(ate80%);
grandesbancos'entresupe.r-rodoviase
õubúrbios,iá sãocomunshojeem dia;
r pt'opoÍcionarum espaçomaiscomplexo
para as plantas,aumentandoo espaço
vertical.
MurosdeladoParao soltambémsão
importantesnocontroledo microclima'Como
o taCoda florestavoltadopara o sol, muros
oferecemabrigocontraosventose podemser
usadospararõfletiro soldeinverno'Murosde
pedraescuraabsorvemcalore irradiam'no
ãurantea noite,reduzindoo riscode geada'
Èiantascolocadasà Írentedessesmurosirão
crescerao máximo.Paredespintadasde
brancoreÍletemcalor(e,assim,reduzemsua
acumulação);plantasàfrentedessasparedes
irão amâdurecermelhor.Na Alemanha,
experiênciascom tomatese pêssegos
plantadoscontra.paredesptaf.a.s e negras
mostraramcrescimentomaisrápidonaqueles
contraa paredenegra;noentanto'a produção,
devidoao amadurbcimentomelhor,foi maior
naquelescontraa Paredebranca'
Tretíças(grades)são úteis como
proteçãocohtrao vento;pa.radividiro espaço
em vôltada casae o jardim;paraÍazerum
microclima (Pelo sombreamenlo ou
aquecimento)e.comoumabngoternporaro
parapequenasárvores,prevenindoa queima
pelosol.
Pequenasestruturasàvoltadeárvores
ou plantaiindividuaiscriamum microdirna
mais úmido, com menos vento e'
ócasionalmente,maiscalor.Paraárvores'
úmãvariedadedequebra-ventosestásendo
usadaem váriaspartesdo mundo:pneus'
iardosdepalha,sacosvelhos,tamboresetc'
iFiõut" z.io). Noiardim,pequenasestuÍase
à"tãt"t plásiicasihvertidaspodemserusada's
[ata, bem cedo,iniciaras Plantasna
primavera.
. Solos
O solotem influênciano microclima'
devidoãquantidâdede calorqueconduz'à
úr qu* teiletee porcausade seuconteúdo
variáveldeáguaear.
Comoo rnulchconduzPoucocalor
paraosolo,é melhorremovê-lodasáreasde
crescimentona primavera,paraqueo solo
possaaquecer-seemclimastemperados'
Mulchabsorveáguadosolorapidannnte
ea liberamuitolentamãnte,sendoumaajuda
imporlantepara a retençãode umidade
duranteospèríodosdeventooucalor'
V€nto|r
prcvalentee
á
SacoB de
ração ou
Íartiliea
2 Íardotr
de palha
*r L*
ütçü
€
ÍÕeirtenle.
Figura2'l0Estratégiasdecontro|ec|imáticoparaárvoresimportantos.
prdra
a ógur
pingar nl
59
Vegetação
Aveggta@otemumprofundoefeitono
microclima.Eo plantioe o usodavegetação
(fIorestas,arvoredos,quebra-ventos,arbustos
e vinhas)quemaismoldamo microclimado
sítio.AvegetaçãopodemodiÍicaratemperatura
pela:
o transpiração;
o transÍerênciaconvectivadecalor;
o sorTìbreamento;
. proteçãocontrao vento;
. isolamentotérmico;
Transpiração
Plantasconvertema águade suas
Íolhasemvapor,oqualpas$a,então,daÍolha
paraoaràsuavolta.EsseprocessoGonsome
energia,o guefazo ar emvoltadasplantas
esÍriar(comoo suoremanimais).Enquantoa
temperaturacai,a umidadeaumenta.Paraa
transpiraçãofuncionar,a águadeveestar
disponível.Muitasculturasde terrasáridas
demandantécnicaspararesfriarpêquênas
áreas,geralmenteàvoltadacasa.Nativosdas
llhasCanáriasusamgrandespotesde
cerâmicacheiosde águae cobertoscom
linhagem,em pequenospátioscheiosde
plantas,pararesfriara temperaturados
aposentosà volta{Figura?.tt1.
2.11 A fraÍÌsftÍação das pbntas resfÍia o
amtb|ìle em climas quentese sscos.
DIA
ïï
Figura2.12 EmrehçãoaoaÍ a suavolla,a Íbrestaé mais
friaduranteo dia e maisquenleà noile
TransfeÉnciaConvectivade Cafor
Duranteo dia,asplantasabsorvema
energiadosol;emumaflorestaouarvoredo,
grandesquantidadesde energiasolarsão
absorvidaspelacopadefolhas,quandoo ar
quea cercaé aquecidoe sobe.ArmaisÍrioé
puxadoparadentrodaÍloresìa,quepennanece.
fria duranteo dia. Durantea noite,êsse
processoé revertido,como ar maisquente
fluindoparaforadaÍloresta.Aflorestaéisolada
porsuadensacopadeÍolhas,deformaqueo
fluxoocorrenasbordas.Qualquerum que
entrena Ílorestaà noitepoderásentira
diÍerençanatemperaturadoar(Figura2.121.
Sombra
Aluzdosol,sebloqueada,temumefeito
poderosonomicroclima.Umpedaçodechão
fimpo pode resÍriar até 2A"/"de sua
temperaturaoriginal,depoisda chegadada
linhade sombrada folhagemacima.Folhas
temde 3 a 6 vêzesmaisáreade superfície
paraa intercepçãode energiado queuma
coberturadelor1a,dependendodadensidade
da folhagem.Arvorescomfolhagemdensa
podemliltrar75-907"da energiado sol,
enquantoqueárvorêscom umafolhagem
osparsapermitemluzsolarfillrada.E mais,
áryorescomfolhaspeludasourugosas,bem
comoaquefascomfolhasescuras,absorvgm
luzsolare,conseqüentemente,calor.Plantas
brilhantes,decorclara,refletema luzsolar.
Ar quente
ïï
Arvoren rão mais Íriar duranls o dir
rlo nrrb qu.nlel cnltindo crlor à nolt
Vuo decsrâmicr
poÍo3ocheiod'ügrn
ecobertocomfutr
ou linhegom
óo
Figura2.13 (A)Ârvorecaducifóliacomefeitods sombrasaeonalsobrea casa,(B)Formasda sombrade diÍerEnletlrc de
áryorss.
Projetistaspodem usar essas
inÍormaçÕesparaposicionaremplantas
apropriadasem pCIsiçõesselecionadas.Por
exemplo:emclimasondeo soldatardinhaé
umproblema,umasebedensa,plantadano
ladooestedacasa,nãosomentedásombra
comodefletevêntosdooesle,noinverno.Em
conlraste,umaárvoredeÍolhagemesparsa,
plantadano ladolesteou no ladodo solda
casa,permitealgumaproteçãodo sol, no
verão,edeixaosoldoinvernopassar.Arvores
caducifóliasfuncionamda mesmamaneira,
poisperdemsuasÍolhasnoinverno.A Íorma
de umaárvoremaduradeve,também,ser
levadaem consideração,seiaela redonda,
oval,piramidalou colunar,poissuasombra
seráprojetadade acordocom suaforma
(Figura2.13).
ParasermosbeneficiadospelareÍlexão
do sol nasfolhasbrilhantes,árvorsscomo
populussp.podemserplantadasemumarco
parabólicoà voltadopomaroudacasa.Com
essearcovoltadoparao sol,a reÍlexãodas
folhasbrilhantesiráconcentrarocaloremum
ponto,fazendoessaáreamaissêcae mais
quente(Figura2.14').ïaisarmadilhassolarês
tambémÍuncionamem umaencCIsta,poisa
vegetaçãoirácaptaro ar quentesubindoa
encosta,permitindoqueo arfrio,descendoa
encosta,Ílua em volÌadela,minimizandoo
perigodegeadae,dependendodadireçãodo
venú, ajudandoa defletirventosfriosà volta
deprédiosoucampos.
Ventos
Quebra-ventostêm sidousados,Por
muitosanos,paraabrigardo vsntocasas,
animaise plantações,sendoo conlrolede
microclimamaiseÍiciente.Osquebra-ventos
r reduzemavelocidadedoventos aerosão
dosolo;
r protegemplantassensíveisaovento;
. reduzem as Perdas de Produção
causadaspelosacudirdassemêntes;
r modificama temperaturadoare dosolo;
o âutTtêolama umidadedisponível,graças
à formaçãodo sersnonas Íolhasdas
árvores;
. reduzemo númerodenprtesdeanimais
durantetempestadesfrias;
. reduzemo estresseanimalcausadopelo
calordoverão;
6l
j
Flgura 2.14 Formas "Cala Sof, perâ a casa I as lavouras.
. reduzema necessidadêde forragem,se
osanimaispLÌderêmcomeralgumasdas
suasárvoíesfGleditsia,Çeratonia)i
r provêemdemadearaemateriaisascêrcas,
quando podado$ (depois de
envelhecerem);
r melhoramo habitat de Pássaros
insetívoros;
o melhoramascondiçõesdevidaetrabalho
à voltadacasae daÍazenda;
. fornecemÍontesdenéctarparaabelhase
melhoramascondiçÕesparaapolinização
dasplantas.
Aformadoquebra-ventodepende,em
grandeparte,dascondiçõêsdaplantação,do
sítioe do clima.A figura2.15moslrauma
variedadedetipos.
Quebra-ventosdensosou permeáveis
sãousadosparadiferenlesfins.Os densos,
darãomaiorproteçãonoladooposloaovento
de 2 a 5 vezesa alturadasárvores(Figura
2.15c).Todavia,a proteçãocairapidamente,
porqueapressãonegativaseÍorma,adianle,
epuxaoventodevollaparabaixo.AdiÍerença
de pressãolambém$ecamaiso solo.Por
outrolado,um quebra-ventopermeável
(Figura2.15d)permiteoÍluxodea[ e,embora
a proteçãoinicialnãosejatantaquantoo de
umquebra-ventodênso,a proteçãoconlinua
por umadistânciamaior(25a 30 vezesa
altura).Afigura2.'16,7-9mostrasutrosquebra-
ventosefetivosparao plantiointensivo,
enquantoquea figura2.16,1-6ilustraalguns
quebra-ventosineficientes.
Considerandoque cintosprotetores
podemserusadosparaoulrasfunçõesuleis,
considereas característicasinerenlesdas
árvCIres,emparticular.Quasetodasasárvores
podemdarproteçâocontraovento(desdeque
nãosejam,elasmesmas,sensíveisaovento),
privacidadeeabrigoparaanimais.Oquemais
podefazeroquebra-vento?Âlgumasespécies
(árvoresleguminosas,ÁÍnussp.) fixam
nitrogènionosolo;podemserpodadasparaa
obtençãode lenha(chorão,eucaliptos);
fomecemfolhagemparaaalimentaçãoanimal
(Coprosmarepensleucena,chorão);são
úteis na produçãode mel (eucaliptos,
Eucryphiabillardierifs;produzemnozespara
animaisou humanos(elmo,avelãs);agem
comoretardatáriosdofogo(Coprosmarqpans,
Acáciamelanoxylonle sãoúteisnocontrole
daerosão(árvorescomraízesfortes,comoo
chorãoea populus).
62
Figun 2.15 GonÍiguraçõesparaquebravonlos.Nãooxisteo quebravento"idoaf. Cadaplantb, locÊ|,ou condbõesrnoeegilam
umdeeignecpecífrm.Aqui:
(A) toposde encostas(B) plantiosaltose vinhas(C) zonascosteiras(D) lavouras(E1)plantiosde deserlo(E2)pomaras
temperados
L = leguminosa F = ÍrutÍfera C = coníÍorasouquebraventos
63
Complotemrnto ebrlgrdo
{
Flgun2,t6 OUEBRAVEfiïOS OtE NÃO FUNCIOiIAM:(1)munohrgo,(2)eemgnhoobairoc,acol6íaovoflb,(3) hcunaa
acaloramo vsítto(eÍeiloVenlwi),(4)mdb oülÍ?ito,{5) Írãoporpentliwlarao rôrüo,(6)soÍÍtonlo rxna caneira do
árvoras.
OUEBRÂVENTOSOUEFUNCIONAM:F) árrrorssp€quonar,módlase grandessín caÍÍsirss,comapnrximadamenle
50%d€ permeab{lidada,(8)conrbinaçâode quebravsnloe a o8Íca8vivaspara3âtsr uÍnapíoloçâorota| orde seia
apropr*rAo(wnto6 cocileirc*,wnìoo queÍtos a aero|. &ta coínbinâçãorÉo ó apopriath paÍi átü ü4oills.
g€adasa msrìosguo 06quebraventoeseabramparse ltxração paÍâo iluxo de ar Írb(9) qrôra v€ílto6embnna
deT paraprotaçaoa rogularo fluxode ar
Os aspectosnegativosdas árvores
tambémdevemserlêvadosemconsideração.
Algumastêm sistemasdê raízêsmuito
vigorosos,que podêmcomPstircom a
plantaçãoou a pastagempróximasa elas,
prejudicando-asna absorçãode águae
nutrientes.Nóspodemosaceitarisso,êm
trocadosbeneíÍcbsoferecidos,oumanterum
cicloanualdecorteproÍundodosolo,cortando
parcialmenteosistemadasraízesereduzindo
a competição.
Quebra-ventos são iniciados
rapidamenteusando-searbustos de
cresciÍnentorapidoeárvoresintercaladascom
árvoresde crescimentomaislenlo{mas,de
vida maislonga).Enquantoessasárvores
(geralmente,madeiras duras) sstão
crescendolentamente,outras,decrescimenlo
rápido,provêemde nóctaras ab€lhas,de
forragemos animaise de mulcho iardim,
ssndo,maistarde,cortadasparalsnhaou
pilares.NotegueárvoresusadaspaÍaquebra-
ventosnãoproduzirâamuitiaÍruta(oventoas
derruba)s nãodeveriamsêr dsslÍnadasà
produçãocomercial.
Linhas costeiras aPresentaml
dificuldadesparticularês.Os ventos,
pa$sandopor um grandeplanode água,
chegam com força de temPestade,
carrsgândosal e grãosds areiaabrasiva.
ó4
Paranosprotegerdessesventos,escolhemos
a vegetaçãocom:
r câscârugosa,comopalmeiras(capazes
desuportarojatodeareia);
. folhasduras,dotipoagulha,mmoosduros
pinheirosde costa,as casuarinas(para
resistirao ressecamenlo),ou Tamaríx
apetala:
. Íolhas carnosas, como Mesem-
bryanthemumsp., Coprosmarepens,
agave,e Eupltorbias,{que retém a
umidade).
O melhorguia,quandoescolhemos
espécies,é a observaçãode espéciesbem-
sucedidasquejá cresçamna árealocal.A
figura2.17mostraumapossívelseqüència
deplantioparaa costa.
lsolamentotérmico
Arbustose vinhasplantadospróximos
aumprédioprotegem-nodoventoe,também,
adicionamumaáreade ar isolanteentreo
prédioe a vegetação,paraa conservaçãode
calor.
A nevetambémé um bomisolante
térmicoparaosprédios,seÍoramontoadano
telhadooucontraoladodasombradaparede,
reduzindo,assim,oscustosdeaquecimento.
Arbustose árvoresajudama mantera neve
emáreaspreÍeridas.A neveacumuladasob
quebra-ventosisolao solo,garantindourna
Plntrno
Flgun 2.17 Exemplode sequânciâd€ dantio parao litoral
temperaturamaisequilibrada(agindo,maisou
menos,como o mulch).Nevederrete
lentamenteem diasde sol,garantindoum
aquecimentolenlodo solo.Dependendodo
queforplantadopertodo cintoprotelor,isso
podecausarumefeitonegativoou positivo.
Bulbosdeprimaveraflorescemmaistardedo
que bulbosplantadosem ambientesde
derretimentorápido"
EstratégiasEspeciais
Plantasemformadevinhas,coberturas
rasteirasearbustossãomuitoúleisnocontrole
do microclima.
Vinhase Treliças
Emáreasmuitoventosas,amaioriadas
plantassoÍrecoma faltade abrigocontrao
vento.Asoluçãomaisrápidapossível,nesses
casos,éconstruirtreliças(grades)emângulm
quaseretosemrelaçãoàsparedesdacasa.
Taistreliçastêm um eÍeitomúltiplo:elas
separamosespaçosrecreativo,dejardimou
áreasdeseruiço;previnemo Íluirde ventos
friosjuntoàs paredes(funcionamcomo
armadilhasde sol); e em si me$mas,
apresentamumaestruturabásicaparao
plantiodevinhas.Estruturasdetreliças@m
curvar-sea partirdos cantosda casaou,
simplesmente,quebrara Íachadadeprédios
institucionais(escolas ou prisões),
oportunizandovárioslocaisparâbancos,
gramadose jardins.
#il$ro
ó5
Freqüentemente,grandesPrédiose
estradasconvergemparaproduzirtúneisde
vento.Rochasgrandes,árvorese arbustos,
as treliçasos transÍormamem um acesso
sinuosoeprotegido,bloqueandopoeira,frioe
barulhocomoeÍeitoextra.lssoé realpara
todosos acessosde aulomÓveis,ruasde
serviçoetráÍegomenor.
Alémdopotencialparaquebra-ventos,
asvinhassãodecrescimentorápido(4.5- 6
m/anoemclimasquenteseúmidos)epodem
serusadasparasombrarápida,enquantoas
árvoresestãocrescendo.Seiacuidadosona
seleçãodasespéciesccirretasparaasituação
e o clima,poisvinhaspodemse tornar
invasorasedifíceisdeerradicar,umavezque
estejamestabelecidas.A podapodeseruma
alternativanessescasos.Algumasvinhas
crescemno concreto,madeiraou telhas,
esquadrias,canose calhas.Então,é melhor
descobriras característicasdas vinhasem
particular,antesdeutilizá-lasnodesign.
Vinhastêm boas ProPriedadesde
isolamentotérmico,se colocadassobre
telhadoseêmparedes.Vinhasgrossaspodem
reduziro acúmulode calorematé7$o/oê Ã
perdade calorem até 3A"/".Em regiões
temperadas, hera (Hedera helix, H.
corymbosa)temsidousadaporcentenasde
anosparao isolamentotérmicodeprádiosde
tiiolo,no verão e no inverno.Vinhas
caducifóliascomoavideira,Wisteriafloribunda
e Parthenocissusquinquetolta,podemser
colocadasparasombrano ladodo sol das
casase jardins,êffi regiõestemperadas,
quentesouáridas.
Coberturarasteiracomomulctt
Solodescobertoé muitomaisquente,
oumaisÍrio,dependendodevariaçãosazonal,
do queo soloprotegido.Na primavera(em
climastemperados),quandonovosplantios
estão a caminhoe o solo Precisade
aquecimento,pode-sedeixá{odescoberto;de
outraÍorma,a lerraficamelhorcoberla,com
mulchecoberturasvivas.Coberturasnaturais
(capim,plantasrasteiras)e mulch:
. reduzemo aumentodecalor,evaporatdo
águae sombreandoo solo;
',
,
r nãoreinadiamcalor(comoosplásticose
ospavimentoso Íazem);
. protegemo solodaerosão;
o nãoreÍletemluz;então,podemserusadas
parareduziro reÍlexo;
r rnâÍìlémosoloquenteouÍrio,dependendo
dotempo;
r âsBÍTìCOmObarreirascontraasdaninhas
(emboraumareliradaocasionalpossaser
necessária).
Coberturas não-grarníneassão
plantadasabaixodasárvores(frutíÍerasiovqn-s
crescempoucono capim)comoumïnulch
vivo".Dependendodoclima,essascoberturas
podemser Dichondrarepens,Dolichos,
Lupinusalba,eplantiosvolurnósosdetagêtes-
SeacoberturadosoloÍortambémumavinha,
elapodesercortadadetemposêmtempos-
Um'legumenativoouocorendolocalmenleé
muitoútilparaaÍixaçãodenitrogênio.
Árôusfos
Arbustossãoumenvelopedeumiôade
à voltade umaárvoree podemprotegerda
geadaemáreasmarginais.MiriameJimïyler,
ãm umaregiãomarginafda NovaZelândia,
plantaramtagasastea umadistânciade0,6i-
0,9 metrosdos abacatesparaprotêgsras
árvoresjovensdageada.Ostagasastesforam
podados2ou3vezesparalenhaeparamulch
em voltadas árvores,duranteo verão;
eventualmente Íoram corlados
completamente.
Arbustossão,também,bonsdivisores
de jardime são usadosparaa proteçãodo
vento,especialmenteem jardinscosleiros.
Espéciesapropriadasdevemser escolhidas
paraeliminaro temp gâstoem podae lida
comas raízes.
Arbustoseatémesrto"ervasdaninhas"
existentes,usadoscoinovegetaçãoprotetora,
Íomecemmulch,sombra,fixaçãodenitrogônio
e proteçãoconlraa geada,ventoe animais.
Na costa norteda NovaZelândia,lan
RobertsonplantouCyphomandrabetacea
66
:omercialmente,dentrode gorse(Ulex)
:ortado,enquantoque Dick Nicholls
Cesenvolveuuma seqüênciapara o
estabelecimentodeflorestanativaemterritório
nvadidoporgorse.Ambosestãousandoessa
ervadaninha,jápresente,porsuasqualidades
oositivas(mulch,melhoramentodo solo,
proteçãocontraa geada),cortando-aem
períodosdequatroanosàvoltadeumnúcleo
Je plantiodas árvores.Gradualmente,as
árvoressombrearãoo gorse.O mesmopode
serfeitoemáreasmaioresdeamoras.
25 SOLOS
Na Permacultura,os solosnãosão
consideradosum fatorlimitantesevero.A
ecologiado solo,com tempoe atenção
adequados,pode ser modificada ou
melhorada.Oslocaisparaa casae a ZonaI
nãosãoselecionadospuramentecombase
nosolo.Seexistirembonssolosemumaárea
emparticular,e a maioriadosoutrosfatores
constituÍremumalocalizaçãoboa,coloquea
casaeojardimnesseponto,paraadiantarum
oudoisanosdetrabalho.
Poucossolossão totalmentesem
valor;sempreexistemespéciespioneiras,para
começar.Amêndoase azeilonassedãobem
emáreasrochosascommuitopoucosolo;
Ribesnigrumcresceemsoloscomdrenagem
pobre;Vacciniumsp.emsolosmuitoácidos;
e Gleditsiapodeserplantadanossolosmais
alcalinos.
Emqualquersítio,umainspeçãobásica
dosoloénecessáriaparadescobriropH(para
pomare jardim),a capacidadededrenagem
eostiposdevegetaçãojácrescendonolocal.
Apartirdaí,podemosdecidirasespéciesque
precisamosplantareotipodemelhoriadosolo
queprecisamosfazer,dependendodaescala
nousodaterra.Obviamente,o maioresforço
seráfeitono jardimda casae no pomar,
enquantoqueáreasmaisdistantesirãoreceber
atençãoemescalamaisampla.
SolonuésolodaniÍicadoeocorreonde
as pêssoasou animaisintroduzidoslenham
interferido,negativamente,no balanço
ecológiconatural.Umavezqueo solotenha
sidodesnudado,eleé facilmentedanificado
pelosol,venioe água.Arar,então,danificaos
processosdavidanosolo,e pode,até,causar
perdasmaisextensas.
Os três maiores enfoques da
Permaculturaparaa perdamínima,os quais
adicionamnutrientese arejamo solo,são:
r plantar florestas e arbustos para
reflorestamento;
o usâÍ arados que não reviremo solo
(condicionamento);
r €ncorâjarformasde vida,especialmente
minhocas,paraarejarsoloscompactados
(mulche compostagem).
Os dois primeirostratamde áreas
grandes;o úllimo,de áreaspequenas.As
florestas e condicionamentodo solo,
produzemseu propriomulch,enquantoque
estepodeserintroduzidoemjardinspequenos.
Freqüentemente,as planlasinvasoras
das quais reclamamos(lanlana, Arctotheca
calendula, Verbascum lhapsus, Çnicus
benedictusl)são uma indicaçãode dano.
Algumas delas são pioneirasê irão,
eveniualmente,modificaro solodeÍormaque
outrasespéciespossamcrescer.
A marcade um bom solo é o nível
adequadode umidade,oxigênio,nutrientee
matériaorgânica.Solos são Íormadose
alimentadospor um processocícfico,das
raízesdasplantassugandoáguae nutrientes
mineraisdo subsolo,coma quedadefolhas,
frutâse outrosdetritos.
Ospassosparaa reabilitaçãodosoloincluem:
r pÍêvêÍìira erosãocobrindotodo o solo
exposto,reflorestandoáreascompotencial
de erosão (como encostasíngremes,
bancosde riachos,rggose bancosde
estradas),e controlaro escorrimenlo
superÍicialda água,usandocanaisde
inÍiltração,drenosdivergentesou arado
'chisel".São usadas,ainda,espéciesde
plantaslocaisde crescimentorápido.
Troncostambém podem ser colocados
em nÍvel para captar lodo e água, com
plantascolocadasatrásdeles;
67
o adbionarmatériaorgânicaaosolo.Grande
escala:plantiosdecobertura,pfantiospara
estercoverde.Pequenaescala:restosde
cozinha,vegetaçãomorta;
o aÍoÍara terracompactadae promCIvero
arejamentodo solo.Grandeescala:ara-
do Íormão ê máquinas Para o
recondicionamenlodo solo.Pequena
escala:aÍofandocomo Íorcado;
r modificaro pH ou plantarespécies
adequadasàs áreasde pH específicas
(maiseconômicodo quemudaro PH).
Solos ácidos:carvãoe cal, gesso,
magnesitae dolomita,sãousadospara,
lentamente,Íazersubiro PH.Solos
alcalinos:usefosfatoácidoe urinapara
potássio.Paratodosos solos,sanguee
ossos,estercose compostoaiudama
lrazero pHdevoltaaoneutro;
o corriQirdeficiênciasem nutrientescom
mineraisorgânicos(manganês,ÍósÍoro,
potássio),êstercosanirnaise eslercos
verdes. Sementes Peletizadasê
pulverizadoresfoliaressão formas
econômicasde adicionarnulrientês
orgânicosàsplantas;
r êncorâjara atividadebiolfuica;minhocas
e outrosorganismosdo soloindicamum
solosaudável.
Emgeral,ossolospodemsercriados
oureabilitadospelosseguintesmétodos:
o mâoêjodeplantase animais;
o Gondicionamenlomecânico(grande
escala);
. construçãodesolo(escaladeiardim).
llanefo de plantase animais
O manejodeanimaisparaminimizara
compactaçãoe o excessode pastagemó
partedaconstruçãoedapreservaçãodosolo.
Emterrascomerosãosevera,aexclusãototal
de animaispodeser nêcassária.Alguns
produtoresintroduzemminhocasnas
pastagense plantamespéciesde raÍzes
profundas(rabanete,chicória)paraquebrare
arejarossolos.Rabanetedaicon(Rapltanus
saÍÍvus),leguminosas(árvoresou arbustos),
minfrocase associadosàsraÍzesdasplanus
(rizóbia),todosareiam,supremnutrientesou
constrósmsolopelaquedade fofhas,spela
açãodasraízes.
Mulch,plantiosdecoberturae ptantb
deestercoverdeprevinemerosão,adicionam
matériaorgânicae nutrientêsao $olo,
protagemdbs extremosde calor e Írio e
protegema águaconlraevaporação.
Existemduascategoriasde mulch:o
umorto",quefoi seco,decompostoou está
morrendo(palha,Íolhassecas,vegetação
recém-cortada);e o ïivo", quecrescesobas
árvorese arbustos.Mulchmorlodeveser
coletado{algumasvezes,de váriosbcais),
enquantoque o mulchvivo necessitade
maneio(semeadura,cortee,ocasbnalrnenle,
ressêmeadura).
Plantiosde cobsrturasão aqueles
plantadospar,aprotegerosolodepoisqueum
planüoprincipaltenhasidocdhido.Emclirnas
temperados,são usualmenteplantadosno
invernoe incluemcênleio,Viciasp.,trevo,
trigão(Fagopyrum),lupin(Lupinusl,cevada,
aveiaetc., que podemser colhidosou
reinlroduzidosno solo paraaumenlsra
matériaorgânica.
Estercosverdes são Plantados,
especificamenle,paraamelhoriadosolo.Sâo,
geralmente,leguminosas,suprindocarbonoe
nitrogênioparao solo(caupr-Vignasnensis),
trevo,ervilhaca,lupins,Vicia,Dolichosl.
Planliosde legumessãousadosparamubh
ou introduzidosno solo antesdas plantas
arnadureerêm,paraaproveitaraliberaçãodo
nitrogrôniodasraízesàmedidaemqueadarïta
mon€{selheÍor permilidoÍlorescere formar
sementss,a rnaiorpartedo nitrogânioá
utilizadanoprocesso).
Recondlcionamentodo solo emgnnde
escala
Hojeemdia,naAustrália,naEuroPae
nosEstadosUnidos,sãofabricadç "arados
chisel(escartficadoresouaradeÍormão),que
arejame afoÍamgrandesáreasde solo.Um
discocircularcortaosolo(quenãopodse#r
muitosêco,nemmuitomolhado)e o corteé
seguidoporumahastedeaçoe umasapata
subterrânea,quê abre o soloabaixoda
ó8
superfícieparaÍormarumabolsadear,sem
virá-lo(Figura2.18).Ao contrário,CIsoloé
levantadogentilmente.A chuvapenetrae é
absorvida;astemperaturasdosoloaumentam;
raízescrescem,morreme Íormamhúmus:o
territóriovoltaàvidanovamente.
Nãohánecessidadedeiralémde10cm
deproÍundidade,noprimeirotratamento,ede
15a 22cm,nostratamentossubseqüentes.
As raízesdasplantas,nutridaspelocalore
peloaç irãopenetraraté30cm,napastagem,
e maisainda,nasflorestas.
Sementespodemser semeadasnos
estreitoscortes;legumessemeadosdessa
formagoduzemumamlheitadeestercoverde
ouumacolheitarecorde.NenhumÍertilizante
ou aditivoé necessário,bastamo eÍeito
benéÍicodo ar presodebaixoda lerra,e o
lrabalhoconsecutivoda vidano soloe das
raízesno solo reaberto.Todavia,em solos
severamentedegradados,urnaadiçãoinicial
defosfatooudeelementossecundáriosmuito
deÍicientespoderiaserusada.
Umavezqueo soloestejanocaminho
devoftaàsaúde,árvoresdeplantiosdecampo
podemsersemeadas.Umaestaçãogastaem
trazerosolodevoltaàvidanãoéumaestação
perdida,poisas árvoresrespondemmais
vig<rrosamenteàs novascondiçõesdo solo,
compensandoo tempoperdido:umaoliveira
ouumaCeratonia,lutandoparasobrevivernas
condiçÕesoriginaisdosolocompactado,irão
crsscer90cma 1,2m,no solomelhorado,e
poderão,até,frutilicarem 3 ou 4 anos,ao
contráriode'l0a 15anos.
Só existeumaregrano padrãodeste
tipode ?rado":conduziro tratore o arado-
"chisel'ligeiramenlemorroabaixo,a partirdo
valeemcortestransversaisà inclinação,em
direçãoàs cristas,Íazendo,assim,umâ
"espinhade peixe"na terra.Os cortes,
centenasdeles,setornama ÍormamaisÍácil
parao movinpntodaágua.Devidoaopequeno
distúrbioda superfície,as raízesa protegem
da erosãomesmoapósa passagem;a água
é absorvidae os processosde vida são
acelerados.
Os resultadosda reabilitaçãosãoos
seguintes:
r solosvivos:minhocasadicionamseu
estercoalcalinoe agêmcomobombas
vivas,sugandoare nitrogênio;
r solosÍoÍose abertos,atravésdosquaisa
água penetraÍacilmentecornácido
carbônicoe húmicofracos,liberandoos
elementosdo soloparaas plantase
aliviandoasmudançasdopH;
r soloarejado,quepermanêcemaisquente
noinvernoe maisfrionoverão;
r $olo abscrvente,prevenidoso fluxo
superficiale a evaporaçãorápidaparao
ar. O materialvegetalsugaa umidade
noturnaparausoposterior;
. raízesmortascomoalimentaçãopara
plantase animais,fazendomaisespaços
dearetúneisnosoloefixandonitrogênio
comopartedociclodedecomposição;
. Íácilpenetraçãodas raízesdas novas
mudas,sejamanuaisouperênes;
. mudançapermanentedosolo,ssestenão
fornovamêntepisoteado,roladoe batido,
aradooudegradadoporquímicos,devolta
a umestadosemvida.
O queos condicionadoresde solo
conseguêm,Fukuokalaz complantasde
raízesprolundascomoo rabanetedaiconea
alÍafa,sendoque seu sistemanão foi
compactadopor máquinaspesadasou
animaisdomésticos.AtémesmoraízesÍorles
nãoconseguemquebrarsubsolosduros.
õ9
F-1.
+,
'-.I',.r
i'l=a
.u't.
k
S.prrr
Flgura 2.18 Arado ïormão'.
(A) Eixo principal (do CondicionadorWallace)
(B) Na pastagem:3 e 4 seguènciacom proíundicade
húmus{18 cm) em duassstaçÕes.
Construindoumsolodeiardim
Jardineiros,normalmenle,constróêmo
solocomumacombinaçãodetrèsprocessos:
o cantêiroselevadosourêbaixados(moldar
a terra)paraaiudarnaretençãodeágua,
nadrenagême,emalgunscasos,nivelar
cuidadosamênteos canteirosparauma
eÍetivairrigaçãodealagamento;
de corte aumentandogradativameniecriam solos ricm em
r misturandocompostoou mateÍiais
húmicosno soloe, também,fornecendo
argila,areiaounutrientesparaalcançaro
balanço;
r usarmulchparareduzirasperdasdeágua
ê oseteitodosoloudaerosão.
JardineirosPodem,com esses
métodos,criarsolosem qualquerlugar.
Técnicasaliadasdemandamplantartais
materiaisparacompostoou chorumede
7A
estêrcos,comosebes,ervasou plantasde
folhamacia(ex.:confrei)empontosouÍileiras
dentroou emvoltadojardim,e pelousode
treliças,sombrite(ouÍolhasde palmeira),
estufaeirrigaçãodeescorrimento,pararegular
oeÍeitodovenlo,luzoucalor.
Omulchdeveriaserreconhecidocomo
um dos custos iniciais maiores,no
desenvolvimentode uma Permacultura.
Emboramateriaisconpalgas,vagensdeÍeijão
ou grãos,palhae eslercosanimaissejam
muitobaratos(ougrátis),o transportee a
aplicaçãopodemcustarcaro,geralmenteem
mão-de-obra.lsso é devidoao volume
excessivodessesmateriais.Porexemplo:15
metroscúbicosdeserragemnãodurammuilo,
quandousadosem mulchde camadas.
Máquinastrituradoraspodemsermuitouteis
parao mulchdirelo,usandoa vegetaçãode
capoeira,corlesde galhosê cascasda
limpezadeterrase docortedemadeira.
Consideraçõesclimáticasespeciais
Solostropicais
Nostrópicos,comoemqualqueroutro
lugar,o cultivoemsolonunãoé sustentável.
Tenaçosmolhadosetanquesirãosustentara
produção,seformarememtornode 15%de
todaaárea;paraasáreasacimadet hectare,
devemosplantarbordas,sebesearvoredose
intercalarcomlegumeslanhosos.Ëmáreas
tropicais,emtornode80a 85%detodosos
nutrientesvegetaisestão contidosna
vegetação;portanto,plantiosnãopodemser
sustentáveissemos nutrientesda quedade
Íolhasdas árvorese da massade raízes.
Organismosdo soloirãoaumentarsomente
depoisque arbustose árvoresestejam
estabelecidos.
Solosdeslituídosda vegetação,
provavelmente,necessitarãodecálcioesílica,
entre outros nulrienlesque escapam
Íacilmente,cornoo enxofre,o potássioe o
nitrogênio.Inicialmente,fosÍatos(como
estercosdepássarosoupódepedra)podem,
também,ser adicionados.Experimenteum
pou@depódecimento,usebambuouvagens
degrãosem.jardins,paraadicionaro cálcio
ou a sílica.Parao nitrogênioe o potássio,
planteárvoresleguminosase adicionesuas
Íolhasao solo,se necessário,na formade
estercos animais. Restrinjaplantios
agricufturaispara2A"/"da coberturatotalde
plantas,preferivelmentecomoÍaixasem
sistemasÍlorestais;issoirá criarsolose
prevenira perdade nulrientes.Atémesmo
pastagensnecessitamde grandesárvores
leguminosas,comumespaçamentoemtorno
de 20 a 30metros(ou20a 40,porhectare)
parasustentara produção.Acimade tudo,
mantenhaasencostascom15eoumais,em
terraçosouflorestas,parapreveniraperdade
soloe evitarumaerosãosevera.
Solosde terrassecas
A maiorcaraclerísticadossolosáridos
ésuaalcalinidade(pH8.0-10.5),causadapelo
cálcio, magnésio ou sais alcalinos
(carbonatos)evaporadosdasuperfície.Assim,
descobrirêmosque mineraissecundários
{zinco,cobre,ferro}quasenão estão
disponíveis,de Íormaqueos sintomasde
deÍiciênciasê moslramemambos,planlase
pessoas.Umavezqueanalisamososolopara
tais deficiências,poderemosutilizara
pulverizaçãoÍoliare,paraaterra,compostoe
mulch.
Emterrassecâs,ohúmusdosolopode
rapidamentese decompor(solossecos,
rachados)em nitratoscom calore água,
proporcionandoem afgunscasos,um fluxo
letalde nitratoparaas novasmudas.Mulch
(notopodo solo)e as raízesdas árvores
previnem,ambos,as rachadurasdosoloe o
eÍeitodoaumentorápidodetemperaturaque
cozinhamasraízesdasuperfície.
Emjardinsdomésticos,ossolospodem
sertratadosemp€quenaescala.Ondeaareia
(muitadrenagem,semabsorçãode água)é
umproblema,bentonita(umaargilavulcânica
fina,queinchae retémágua)podeser de
grandeajuda,alémdecanteirosirrigadospor
alagamento.Assim,ondea argilaé problema
por absorçãode água,adicionargipsum
permiteà águapenetrarmaisfundonas
partículasdeargila.Ondesolossalinizadosou
águassalobrassãoumproblema,oscanteiros
devemser elevadosde Íormaa gue o sal
possadescer,saindodos canteirosde
crescimentoparao caminho.
7l
2.6Ácua
A disponibilidadede águainfluinotipo
de Permaculturaparaum determinadosítio.
Eladependedosseguintesfatores:
r distribuiçãoe regularidadedas chuvas
locais:
. drenageme retençãodeáguado solo;
coberturado solo(vegetação,mulch);
animais(densidades,espécies);e
plantas(espécies,requerimentos).
Figura 2.19 Drenosde divergênciaÍluemdos córregos
para açudes,ou colelam o escorrimenlosu
perÍicialde água. asles são imporlanles paÍa
qualquersistemade coleta de água da chuva.
Emborao primeirofatorsejaÍixo,os
outrostrêspodemsercontrolados.
As prioridades,em qualquer
propriedade,devemser as de identificaras
Íontesde águae rêservarsítiosparao
armazenamento(açudes,tanques).OndeÍor
possível,utilizarosbenefíciosdainclinaçãodo
terreno (ou tanques elevados)para
proporcionaralimentação,porgravidade,para
ospontosdeuso.
Ajustandoespéciespara sítios
especíÍicos,reduzimosa necessidadede
água.Porexemplo,oliveirase amêndoasem
encostassecasnãorequeremágua(alémda
chuva),umavezestabelecidas.
Armazenagensde água para a
produçãodepeixeseplantassão,usualmsnte,
estruturasdesenhadasdiÍerentemente
daquelasplanejadassomenteparao estogue
deáguaparaa irrigação.Porexemplo:o uso
demuitostanquesmenoresé maisadaptado
à produçãode peixesdo queaosgrandes
estoques.Fundosvariados,de 75 cm a 2
metrosde profundidade,servema muitos
peixes, enquanto que tanques de
armazenagemnecessilamde 3 a 6 metros
de proÍundidade,paraseremúteisem
propriedadesgrandes.
Captaçãoe distribuiçãodeágua
PodemoscaPtaráguada chuva{na
superfÍcieounosubsolo),vertentes(Íluxode
água subterrânea)e cursos d'água
permanentesou intermitentes.Paratrazer
essaáguaparaasáreasdearmazenamento,
usamoscanaisdedivergência(impermeáveis
ou selados),canosa partirda verlsnte,
telhadosouqualqueroutrasuperÍícieselada
quecoletechuvadiretamente.
Canaisde divergênciasão drenos
gentilmenteinclinados,utilizadosparadirigira
águaparalongedosvalese riachos,para
dentrode sistemasde armazenamenloe
irrigaçãoouparadentrodecamasdeareiaou
canaisde infiltração(Figuras2.19e 2.20).
Elessão construÍdospara fluir,depoisda
chuva,e podemserfeitosde Íormaqueo
excessode um açudeentre no canal
alimentadordopróximo.
Oerrarnarnonloocorrecobreo cmlhlo prn
bâirodolÕÍÍ.no
Figura 2.20 Um plásticoou lona apoiadade um hdo pebs
bordas dos canais. Do oulro lado stpoÍtâda
poÍ corïantss, Íormam uma barragem t3mgo-
rária, causando a cheb do canâl para iniga
ção abaixo da encosla.
*-*sË:=ã _ì
..'{- -
72
Plantaeque
apreciama
Ëecorrimenlo coleiado
J($
#t
/;".t; "z
ffy''; Vinhaa e laguminosac rarteiral
Infiltraçãoatnumou doir diar
Figura 2.21 Canaisde inÍiltraçâosm curva de nível não pennitem o movimenlo da água; primeiroarmazename em seguida infiltram.
Estes canais são planlados com árvores ou aôustos no lado interior.
A chuvadiretapodesercapturadapor
grandesáreasdetelhado,eslradasasÍaltadas
ou, até mesmo,em regiõesáridas,por
encostasseladasdirecionadasaostanques.
Canaiede inÍiltração(Swates)
A absorçãoda água no solo é
conseguida,geralmente,pelocondiciona-
mentodo solo e pelo uso de canaisde
infiltração(swales).Swalessãoescavações
longase niveladas,qug variammuitoem
larguraetratamento,desdepequenosbancos
emjardins,pedrasempilhadasemnívelcontra
a inclinaçãodo lerreno ou valas
deliberadamenteescavadas,em paisagens
pfanasedepequenainclinação(Figura2.21l.
Comosistemasdecondicionamentodo
solo,osswalestêmo objetivodearmazenar
águanossolosou sedimentosabaixo.Eles
Íuncionaminterceptandotodoo fluxod'água
sobrea superfíciedaterra,paramantê-lopor
algumashorasoudias,edeixaraáguainÍiltrar-
selentamente,comorecarga,denlrodossolos
ê sistemas de raízes. Arvores são
componentesessenciaisem sistemasde
plantiocomswales,especialmenteemregiões
áridas(parareduzira acumulaçãodesais).
cullurae do foijõer,
mandiocr, banana
ou plrnlat quc
necerrhem
ryFigun2.ll A distândaenlreos canef de infittraçãoemteÍrasá*tas ó maiordo qu€ om dimas úmklos.Eeleecanaigprodu-
zem legumirnsasÍorngclras o ánores resitilentes.O ecpaçoontrool€opodegorooÍnoadocomcafino ou
ceraaisaÉs aschuvag.
3 O a l O O m
mulch
73
Swalessãoconstruídosemcurvasde
nívelouemlinhasníveisdaagrimensura,pois
nãosãoÍeitosparapermitirofluxod'água.Sua
Íunçãoésomenteademanteraágua.Assim,
suabaseéarada,adicionadadecascalhoou
areia;éafoÍadaouadicionadadegesso,para
permitira inÍiltração.A terra retiradana
escavaçãoé,normalmente,deixadacomoum
banco(ribanceira)abaixoou(emáreasplanas)
espalhada.A águavemdasestradas,áreas
detelhado,excessosdotanque,sistemasde
águacinzaoucanaisdedivergência.
Adistânciaentreessesswalespodeser
de 3 a 20 vezesa larguramédiado swale
(dependendodapluviosidade).Dadaumabase
paraoswale(de1a2metros),oespaçoentre
elesdeveriaserde 3 a 18metros.Nocaso
anterior(3 metros),se a chuvaexceder127
cm;e, no outro,seriade 25 cm ou menos.
Em áreasúmidaso espaçoé Plantado
completamentecom espéciesfortesou
produtorasdemulch.Emáreasmuitosecas,
podepermanecermaisou menosdesnudoe
existirsomenteparalevara águaaté os
swales,coma maiorparteda vegetação
plantadanosbancos(Figura2.221.
Aposumasérieinicialde chuvasque
penetremum metroou mais,árvoressão
semeadasou plantadasemambosos lados
dosswales.Fsseprocessopodedurarduas
estaçõesdachuva.Poderá,atémesmo,levar
emtornode3 a 10anosparaquefaixasde
árvoresfaçamsombraà basedo swalee
inicie-sea acumulaçãodefolhas.Navidade
umswatenão-plantado,a absorçãodeágua
podeserlenta,masa eÍiciênciadaabsorção
aumenlacoma idade,devidoaoseÍeitosdas
raízesdasárvorese dohúmus.
Swalessãousadosem terrasáridas
para coletar lodo, recarregar_aágua
subterrâneae retardara erosão.Emtodos
essescasos,elestambémservemcomo
áreasdeplantio.
Tanquese açudes
A maiorparteda águautilizávelé
armazenadaemtanquese açudes.ïânques
sãoÍeitosdetelagalvanizada;concreto;Íerro-
cimento;madeiraouargila(reboco),epodem
coletaráguadotelhado;doÍluxosobreuma
superÍícieseladapara um cata-lodo(se
necessário)oubombeadadeumaçude.
Os menoresproblemasassociados
comtanquessãoresolvidosfacilmente.Para
mosquitos,Gambusiaou oulrotipode peixe
pequenocomedordelarvassãointroduzidos,
ouotanquepodesercompletamenteteladoe
coberto.'Aentradaé teladaparaexcluiras
Íolhasquevêmdo telhadoou da superfície
sefada(Figura2.231.Algumaspessoasnão
gostamqueaalgacresçanointeriordoslados
e dofundodotanque;todavia,essacamada
veludosaé compostadeorganismosdevida,
ÍiltrandoepuriÍicandoaágua.Ocanodesaída
daáguadeveriaestar,nomínimo,a 6 cmdo
fundodotanque,deÍormaa nãoperturbara
alga.
Figura 2.23 - Duas Íormas de rejeitara primeira água do lelhado (para lavagem).Ambos os sislêmas são reajusladosautomali-
camenlequandoesvaziados.
graaao paÍa
alwazi!Í à lal. fraÍa
caruata | çada tlora
(troda a-. truttado
lroÍ umâ paquont
.
.-ì:toÍT.l(.)
. .
74
Pequenos açudes e tanques
subterrâneostêmdoisusosprimários.O uso
menoréo deproverosanimaisdomésticose
selvagens,assimcomoo gado,depontosde
bebida.O segundoe maiorusoé o do
armazenamentodo excessode águapara
períodossecos(usodoméstico)ou para
irrigação. Eles necessitam ser
cuidadosamentedesenhados,comrelaçãoa
Íatorescomosegurança,coletad'água,
inserçãonapaisagemtotal,sistemasdesaída
e posicionamentorelativoàs áreasde uso
(preferivelmente,utilizandoagravidade).
Canaie
r 51F3o  Íí ,tl ', t' 5l
Sangradouros I I
dirigidorpanopróximoaçude
Corteaolongodeumalinhadecriela
primária
Figura2.25 Âçudesdê pontade cÍistasãoconstruídos
emáreas$anasde encostas.
Canais de infiltração captam o
escorrimento do topo doo morrol o
dirigem'no para o açude de "eela". On
canai* eão íeitoe a 1:250a 5@ de
queda
Coíe
Flgura 2,24 Açudes de sela são úteis para controlede
íogo, vida silvestree inigação pequena.é a
Íorma mais alta de açude em uma paisagom
que coleta escorrimentosuperÍicial(runofÍ)
Sangradouro
(raída)
Canalfl
I
I Canalde
tt
t,
.{ / infittraçõo.
(entrada)
Ponto
Figura 226 Açude de pontochavs.Se úilizadosam sê
ries não exigem ladrão, e o excessoé dirs.
cionado para o próximoaçudee, eventuaF
menle, para um córrego.l.nilizadoparasaste.
mas de irrigaçãopara encostasrnaisbaixas.
---)e---*-
CorletranversalA-A
/)
Armazenamentosdeáguaabertossão
maisapropriadosemáreasúmidas.Existeum
perigo,ondearmazenamentossemelhantes,
criadosemáreasáridasousub-úmidas,terão
efeitosnegalivos,poisa evaporaçãode
armazenamentosabertos,inevitavelmente
concentrarásaisdissolvidos.
Estessãoostiposcomunsdeaçudes
e seususosempaisagensúmidas:
Se/a;açudesdeselasão,geralmsnte,
oarmazenamentomaisaÌtopossível,emselas
ou baixadasno per{ilda linhade cristados
morros.Podemser totalmenteescavados
abaixodo soloou emparedadosem um ou
ambososladosdasela(Figura2.24r,sendo
usadosparaa vida selvagem,gado e
armazenamentoalto.
Pantade cristaou "ferraduraiaçudes-
Íerradurasãoconstruídosem subplatôsou
cristasplanas,geralmente,emumalinhade
cristadescendentêê abaixodosaçudesde
sela.AformaétÍpicadeumaÍerraduraoupé
decavalo.Elespodemserbemabaixodonível
dosoloouemparedadoscombancosdeterra
(Figura2.25|,com os mesmosusosdos
açudesdesela.
Linha-chave:açudesdelinha-chave
localizadosnos valesdos cursosd'á
secundáriosoumenores-Sãoconstruídos
pontomaisaltopossíveldo perfildo
esselocalpodeserjulgadoa olho,r
umacurvadescendenteirá,então,
todososoutrospontos-chavenovaleprinci
(Figura2.261.Os usossâo,primariame
osãearmazenaráguaparairrigação.Note
umasegundaou terceirasériePode
abaixodessasériePrimáriade açu
direcionada paíaaçudesderepresamaiores'
êqueoladrão(escorredouro)doúltimoaçub
emumasériepodeserdirecionadoemcurve
de nívelparaencontraro valeprincipal'
eÍetivamentealimentandoo excessopara
cursosd'água(Figura2.27.Açudes
represasão perpendicularesa um curso
d'águapermanenteouintermitenlee,poressa
razâo,necessitamde ladrõesamplose de
umaconstruçãocuidadosa.
lníl ,ryI
I
Figura2.ZT- O sistemade linhachavede P.A.Yeomans,oíereceinigaçâoa provade socasparaÍazendas.Commanutençâoe
cuslosde operaçãomuiiobaixos,seuslivrosabordamo designparaeÍiciênciahidráulicaparafrazerdas,aoassoa,
cinturõesde árvores,melhoriado solo6 anÍìa:zenâmentode águacrialivos.
Ërlrada ao longo d. crlrt.
76
Figura2.28 Açudesêm cuÍva de nível são viáveis em
fazerda.
Açudesdecuruada nível:As paredes
dessesaçudespodemser construídasem
curvade nívelondoa inclinaçãofor 8% ou
menos,ou suÍicientemenleplana.As curvas
de nívele as paredesdo açudepodemser
côncavasouconvexas,emrelaçãoa linhade
quedada inclinação.Os usossão para
rrrigação,aquiculturaouvárzeasdeenchenle
emregiõessemi-áridas(Figura2.281.
Divergênciae armazenagemde águaem
terrassecas
Namaioriadasáreasde terrassecas
domundo,aságuassubterrânease o lençol
Íreáticosãosuperconsumidos;agriculturase
cidadesdependentesde tais eventos
temporáriosestãocondenadasà Íalha.Na
verdade,dizemosque,aocontráriodeestarem
sendousadaspara o plantiosustentávelde
árvoresesistemasÍlorestais,essaspreciosas
fontese lençóissãousadas,emsuamaioria,
naproduçãodecullurasparaaexportaçãode
grãosoulegumes.
Finascamadassuperficiaisde água,
quegeralmenteaparecemapós1ou2 cmde
chuva, podem ser direcionadas
perpendicularmenteà inclinação,para
armazenamento.Esses drenos de
divergênciasão Íeitosde terra,pedra,
concreto,encanadosparao armazenamento
ou terminarem buracosou várzeas
escavadaspararecebê-los.Comoregrageral,
taisvárzeasde plantio,terraçosou buracos
sãoconstruídosparacaptarolençolsuperficial
deáguade umaáreaemtornode 20 vezes
suapropria(8 a 10 hectaresde áreasão
direcionadospara0,4 hectarede árvorese
plantiossazonais).
Q---
*---_*.%-ru**.__*
F
oncoslasde 8 grausou menos,comoparteda sériede açudescla
Arvoresnativasou adaPtadassão a
melhoropçãoparataissítios;emépocasde
boachuva,grãos,melões,ouverduraspodem
serplantadosemumabaseoportunista.
Quandonosconcentramosno fluxo
d'águana superÍície,especialmentenos
ambientesfrágeisde deserto,devemos
considerarumladrãoousaídaseguÍaparao
excessode chuvasou arriscamosa criação
de vossorocas(regosde erosão).OndeÍor
possívelplantarcapins,umladrãocercadoe
cobertode capimirá resistirà erosão;ou
podemos,cuidadosamente,construirum
ladrão pavimentadocom Pedrasem
inclinaçõesíngremesouemterraços.
Cadasituaçãoem terrassecas,dado
algumestudodo movimentoda água,
movimentodeareiae algunsdadossobrea
infiltraçãoe o lençolsuperficial,podeser
moldadaparafazerum sítiode plantio.Se
áreasregeneradasforemprotegidasdos
animaise daexploração,árvoresúteiscomo
Íigueiras,Morussp.,pistáciose acáciasirão
persistire,atémesmo,espalhar-se.
2.7 POSICIONAMENTO DA INFRA.
ESTRUTURA IMPORTANTE
Os limitesda propriedadetêm sido
examinadosdurantea observaçãoe os
estágiosde pesquisa,e muitosnichos
Íavoráveise recursostêmsidodescobertos.
Podemos,agora,lidarcomoulrosfatores
envolvidosno posicionamentode inÍra-
eslrutura,comoacesso,casae cercas.
77
Acesso
O acessoparao sítioondeestáa casa
e à voltada propriedadeé importanteparao
estabelecimentoe a manutenção.Duranteos
primeirosanos,materiaissãocontinuamente
trazidosparaconstruira inÍra-estrutura.
Dependendodo tiPode transPorte
utilizado(carro,4X4,trator,carrinhode mão),
estradas,trilhase caminhosdeverãoser
projetados,íeitose mantidos.
O acessodevesersitiadodetalÍorma
que necessitepoucamanutenção,poisuma
estradamalcolocadacustarámais,emtempo
e dinheiro,do que qualqueroutracoisa.
Emborao projetodo designvariede acordo
como clima,topograÍiae recursosdisponíveis,
algunspoucosprincípiossãoos seguintes:
p/ canal J
ou dron{
P açude1
Água
Figura 2.29 - O escorrimentosuperíicialda estrada é dirigi
do a uma coletade silte.Estepodeser retira
do periodicamenlepara utilizaçãono plantio.
estradasdeveriamcorrerem curvasde
nível,seminclinaçÕêsíngremesecornboa
drenagem,parareduzira erosão.Sepos-
sível,em terrenosondulados,elasserão
sitiadasno centrode umalinhade crista,
de Íormaque a águapossaserdrenada
facilmente.Estradasconstruídasem va-
les irãorequerermaiormanutenção,es-
pecialmenteem áreas de grande
pluviosidade.
estradasdeveriam,semprequepossível,
servirparaoutrasfunçÕes,comoparedes
de açudese quebra-fogos.A estrada
comoum coletorde águapode,também'
ter o excessodirecionadoparaslvalese
açudes,ouacumuladoe usadocoÍTlocata-
lodoparamaterialdeviveirooumulchpara
árvores(Figura2.29).
0,*.
-
. .-  Pormltido elcnrrer P
- baixo eobre urnr
- -
grandoáree y'
-'-*
rÍüil* erodo
Figura2.30- A águadasestradasnasencostasé dirigida
paraumcanosoba estradaquea levapara
canaisda infiltraçãoparaprwinir a eroeão
do sob.
diminui do I
velocidode I
o.nttnquo I
raro o rmplol
78
3 nas encostas,uma estradaalla, ou um
acesso para o trator, deveria ser
estabelecidaparadaracesso,de cima,a
todasasáreas(émaisfácilmovermateri-
aisparabaixo).
4 estradasmenorese caminhossãofeitos
para complementaras estradasde
âcesso,em um plano integradono
processode design
A drenagemda águaé o asPectomais
rmportantedacbnstruçaõOeumaebtrada,que
Ceveriasermoldadaparaacomodardrenose
outrassaídas.Se a água não puderser
drenadano mesmolado,com um canaldo
ladode dentro,precisaráser canalizadapor
baixo(Figura..?.30)paraumdrenodirecionado
a umòursod'águaou paraoutraáíea,onde
não ocorra eiosão (açudes,canais de
divergência,swale).
Sempreterminea entradadeaulomóvel
subindoemdireçãoà casa,mesmoquetenha
querebaixá-loumpouco,paraquefiquenessa
situação.Existemváriasrazõesparaisso:a
maioiiadasentradasquedesqemparaa casa
carregamágua de volta Para a ârea,
dificultandoa drenagem.Tãmbém,quandoa
bateriado carro está descarregada,você
poderáusara gravidadeparaempurrá-lo.Em
climasde neve,é sábioter uma estradano
sol parao derretimentorápido;o mesmoé
verdadeem umclimamolhado,em particular
quandoas eslradasestão embarradase
escorregadias.
Posicionandoa casa
Emborao posicionamentodacasavarie
como clima,existemcertasregrasa seguire
enganosa evitar.
Quantomaispróximaa uma estrada
principal,melhor.Longasentradasparaacasa
são caras, difíceis de manter e dão
oportunidadepara um sentimentode
rsolamento.
Em climasonde o aquecimentoda
casaé necessário,escolhao espaçoque
recebao sol,especialmenteno inverno.Em
áreastropicaisouequatoriais,qualquerespaço
é possível,sendo a casa orientadapara
receberas brisasreÍrescantes,e não a luz
solardireta.
Não construaem nenhumaencosta
acimade 14eou abaixode 2aou 3e (para
drenagemadequada).O meiodocaminhode
umainclinaçãogentilé o melhorlocalpara
evitar a geada e para receber brisas
reÍrescantes.
Posicionea casade Íormaque sua
Íonte de água esteja mais acima,para
alimentaçãoporgravidade.Tambémassegure-
se de queresíduos(esgoto,águacinza)não
sejamdescarregadosonde irão poluiros
cursosd'águaou o lençolfreático'Utilize
árvoresou vegetação,como Íiltros ou
esponjasde nutrientes.
Construapróximoa fontesde energia,
sejamelasa lontepúblicade água,energia
soiaroueólica.Ëmuitocarocanalizaraenergia
dafonteparaa casapoisexisteumaperdade
capacidadena transmissão(paraenergias
alternativas)e postescarose Íios (fontes
públicas).Para as necessidadesde vilas,
utilizeÍontescomunitáriasde energiapara
economizardinheiro.
Utilizea forma do terreno ou a
vegetaçãoexistenteparao abrigode ventos
danosos,ou localizea casaparaaproveilar
as brisasreÍrescantes.
Não construaa casa nos melhores
solos.ConÍira,também,a drenagemdo
subsolo(tesle-a,escavandoumburacodeum
metrode profundidade,e encha-ode água;
dentrodeumminuto,o rebaixamentodonível
deveráservisível).
Considere as necessidadesde
privacidadeatuaisefuturas;paraevitarbarulho
e poluição,ascasasdeveriamserconstruídas
à distânciade rodovias principais'A
privacidadeéalcançadapelavegetação;para
diminuiro barulhodetráfego,sãonecessários
bancosde terramaiores,construídosentrea
estradae a casa.
Emboraa maioriade nós coloquea
"vista"comoprioridade,issopodelevara um
posicionamentoerradoda casa,usualmenle,
notopodeummorro,ondeo acessoé difícile
os ventossão freqúentes.Então,é possível
que tenhamosque sacrificara vistae, ao
contrário,construirum pequenoretirocom
assentosconfortáveisnotopodo morro.Você
podelevarseus hóspedesatravessandoas
ZonasIe ll,passandopelaZonallle chegando
aoefeitopanorâmico,ouficaremcasaparaa
vista proxima.Você pode ter arbustosque
atraiampássarosbempróximosà janela,ou
79
um grandetanquecompeixese patos,com
umailha,ouduas,ondesemprehaja algose
movimentando,semprealgoparaobservar.
Emalgunscasos,vocêpodeconstruir
paracima,e olharparaa vistadeumacúpula
no telhado.Um capitãodo maraposentado
podeconstruirumacasacomumapontede
proanoalto,deÍormaquea vistaparao mar
sejasempreampla.Eleteráumtelescópiona
ponte.Quandoastempestadesseaproximam,
elesobeparaa cabinedecomandoe saipara
a ponte.Eleestáláparaassegurar-sedeque
nenhumapedrasurjanomeioda noite!
Osenganosmaiscomunsnoposicionamento
da casasão:
. construirno topo de um morroou crista
expostos.Ventospodemvir de qualquer
direção,ea casaestáemriscodeincêndio
(avelocidadedo fogoaumentasubindoa
encosta).Aáguanecessitaserbombeada,
aumentandoos custosenergéticos(o
maiorcustoenergéticoseráo deaquecer
e resfriara casa);
o posicionara casana mata,criandouma
competiçãoentre a íloresta(e seus
habitantes)e você,por luz, nutrientee
espaço.A vegetaçãodeveserlimpapara
a casa,jardime pomar;
. construirem várzeasde rios ou regos
(passíveisde enchentese alagamentos);
encostas íngremes, terra instável
(deslizamentos,lodo,avalanches);aterros
(rebaixamento);próximaa vulcÕesativos;
próximaao níveldo mar (efeitoestufa
aumentaráo nível);ou, de Íato, em
qualquerlugarameaçadopor desastres
inevitáveis.
Cercas
Cercase cercadossãoessenciaise as
prioridadesdeveriamserdecididascedo,nos
estágiosde planejamenlo.Os limitesgerais
podemserestabelecidosprimeiro,paramanter
Íorao gadoe animaisselvagens.O controle
totalde animais(especialmentepequenos
animaissilvestres,comogambáse lebres)
nãoé possívelemgrandeescalaedeveriaser
conÍinadoàZonaLApartirdessacercainterior
Íorte,comlelapequena,oulrascercaspodem
ser construídas,à medidado necessário,
possivelmentecercando a Zona ll,
eventualmente(comtela maiorou, mesmo,
aramefarpado,arbustosespinhososoucerca
elétrica).Asprioridadesdevemincluir,também,
galinheiroe pomar.
No lugarda cercade arame,esPécies
não comestíveispodemser,com o tempo,
plantadasem linha.Uma cercavivadensa,
espinhosa,comumamuradadepedrabaixa,
évidualmenteimpenetrávelparaamaioriados
animaise sãousadasportodoo mundo,onde
o arameparacercasé muitocarooudiÍícilde
encontrar.Cercas,fossos,murosde pedrae
cercasvivasnãodeveriamÍuncionarsomente
como conÍinamentoou proteção,mas ter,
também,outrosusos.Cercasservemcomo
treliçase muros de pedra como áreas
especiaisde amadurecimento.Cercasvivas
fornecemproteção,frutos,nozes,forragem
animal,Íorragemparaabelhas,habitatpara
pássarose produtosdemadeira(bambu).Em
climastemperados,umacercavivamistade
tagasaste(crescimentorápido,dá sementes
paraasgalinhas,Íonagemdeabelhaeabrigo),
Crataegussp. (crescimentolento,resistente
e espinhosa,dá frutos,Íorragemde abelhae
sítiosparaninhosde pequenospássaros)e
avelã {formauma sebe impenetrável,dá
nozes)é muitomaisútil do que uma cerca
viva de uma só espécie.PlantasdiÍerentes,
como as Prosopis,Euphorbiase as acácias
espinhentas,cumprema mesmaÍunçãoem
áreastropicaise em regiõesdesérlicas.
80
. DecidindoPrioridades
UmavezqueossítiosParao acessoe
:,zrâà casatenhamsidoescolhidos,o plano
:,:,JeÍicarmaiscomplexoe concentrar-sena
:.eaconstruídaesuascercanias.Eaíqueas
ltnas, Setorese a inclinaçãodevemser
analisadosemumsentidoamplo(deixandoos
:etalhesparamaistarde).Nesteponto,a
:calizaçãoda casapoderiamudar,como
'esuttadodessasinvestigações.
Setoressão,então,desenhadoscofrlo
3reasque deÍinama direçãodo vento,
aspecto,vistasboase ruins,áreassuieitasa
:nchenteou fogo,e a direçãodo fluxodas
aguas.Zonassãodesenhadasemumplano,
r"r
"
TonazeromarcandoacasaeasZonas
a V marcandoáreasde difícilacessoou
aumentandoa distância-
UmavezquetenhamosamPlamente
rcsicionadonossoselementospor zonas'
,"t,ot"t,elevaçãoefunção,iremosmaisÍundo
Gnro do proóessode-design,considerando
espéciesdePlantase animais.
O Planodeveser ProietadoParaser
.rsadoeú estágios,dividindoo trabalhoem
cartesÍacilmenteatingíveis.Componenles
nrportantessão posicionadosnosestágios
niciaisdo desenvotvimentoe podemincluir:
ruasdeacesso,provisãodeágua,cercasou
sebes,sistemasde energia,quebra-venlos,
úr" ejardimeviveirodeptantas.Prioridades
tã.unâatiaspodemincluircontrolede
nlênoio,contróledeerosãoe reabilitaçãodo
solo.
São necessáriostantasesPéciese
númerosdeplantasnCIsprimeiros2a6 anos'
queumpequenoviveirodeplantasdeveriaser
Jrt"OelàcicioparaÍomecerde4-0O0a 10'000
plantas,que Podemser Postasem um
Áectare.Eriquahtoestasestãocrescandoem
seuspotese tubos,Podemoscercare
orepaàro soto,colocaro sistemadeáguae,
ãntâo,plantá-lasdeacordocomumplanode
nngoprazo,cuidadosamentedesenhado'
A provisãoparaÍuturossistemasde
conservaçãodeenergiadeveserdeixadaem
ãú"rto,dãtormaque-todaa propriedadeseia
àãtnatixOaparasistemasdeágua,sol,ventos
ou maré.Mesmoqueestesnãopossamser
implementadosnosprimeirosanos,o espaço
é ieservadocomplantiosanuaisou usosa
curtoPrazo.
Quandooconera oportunidadeparaa
implementação,as primeirasestruturase
de'signsdeveriamser aquelesque geram
eneigia; em segundo,aqueles que
ãòonõmizamenergia;e som€nteno Íinal'
aquelesqueconsomemenergn'
APlicandoesse critório, muitas
questõesserãoresolvidasporsiprÓprias'por
exemplo:
Ondedevoconstruira estufa?
Considerandosomenteo usodeenergia:
r primeiro,juntoàshabitações,comoÍonte
becabró armazenamentoe paraplantar
alimentos;
o sê[fuodo,iuntoaestruturasnãohabitadas'
comoÍontedecalor;
. terceiro,comopartedahabita@oanimal,
comtrocasdecalor,estercoe gazes;
o 9, finalmenteou talveznunca,como
estruturasenvidraçadasisoladas'
Comodevotidarcomo ventoquepreiudica
o crescímentonolocal?
r Primsiro,plantandoqualquerárvoreou
arbusto,r:útounâo(Artemisiaabsynthium'
pampas,pinho,Coprosnnrepensqrr seia
baratoou grátis,localmente,cresça
rapidamente,Possaser Plantadoem
esiacasoudivisõese quesobreviva'
, $egundo,comamontagemdeestruturas'
esflecialmentetreliças,murosde pedrl'
Íodsos,bancosepequenassebesportodo
oiardim.
. Terceiro,peloplantio,emgrandeescala,
de semehtesou estacasde esPécies
resistenles.
8l
. E, por último,com sebes úteis e
pêrmanentesplantadassob a protêção
dasestratégiasacimacitadas.
Qualseráo meuplantioprincipal?
Somentepoucasespéciesde plantas
sãoválidasparaoplantioextensivo.lgnorando,
nomomenlo,o valorcomercial,existemtrês
consideraçÕesprincipais:
1 plantiosquenecessitempoucaalenção,
aposo estabelecimentodeles(batatas,
milho,abóboras,frutasresistentese
vinhas);
2 quesejamfáceisde colher,armazenare
usar;
3 e,lambém,gueformemumabaseparaa
dieta(batatas,inhame,mandioca,milho,
abóbora,nozese frutasde altovalor
energético).
Comercialmente, deveríamos
considerar,também,plantiosde:
4 altovaloreconÕmico,mesmoquesejam
difíceisdecolher(cerejas,Crocussativus
paraaçafrão,bagas,etc.);
5 difíceisde manejar(melões,pêssegos,
mamão);
6 raras,comgrandedemanda(ginseng,
especiarias,chás,corantes,óleos);
7 ouajustados,particularmenteparao sítio
(plátanosde açúcar,gomade cidra,
pistácios,castanhad'água,oxicoco,
cactos).
Oprojetistadeveráestarsemprealerta
paraas característicaslocais,microclimase
necessidades,procurandoaproveitaroquejá
estáno lugar,ao contráriode trazernovas
estruturase,assim,novasenergias.
2.8 DTÌSIGNPARACATÁSTROFE
Todasas regiõesdo mundotêm
potencialparaeventoscatastróficoscomo
incêndios,enchentes,secas,terremotos,
vulcõesouÍuracões.O melhorquepodemos
tazeré projetaro sÍtiocom tais eventosem
mente,de formaa diminuiremo danoà
propriedadee a perdadevidas.
Fogo
Ea catástroÍemaiscomum,ocorrendo
em períodossecos e ventososapós o
aumenlodos depositossecosno piso da
floresta.A intensidadedo Íogo dependeda
quantidade,tipoe distribuiçãodocombustível,
velocidadeedireçaodoventoetopografiageral
(ofogoviajarápido,subindoencostas;então,
linhasdecristatêmmaiorespossibilidadesde
seremqueimadasseveramente).O maior
perigoê o calorradiantedalinhadofogo,que
mata,rapidamente,plantase animais.
O Íogo, geralmente,vem de uma
direçãoespecífica(quevariade acordocom
a localizaçãoe a topografia),de formaque
existe,geralmente,somenleumsetordeÍogo
como qualse preocupar.Noenlanto,o Íogo
podevirdequalquerdireção;então,é melhor
protegera maioriadoselementosvaliososdo
sistemaprincipal(construções,habitaçÕesde
animais,máquinase pomares).
Estratégiaspara lidar com o Íogo
incluem:
reduziro combustívelno setordo fogo
pelo (a) manejodo piso da floresta
(limpandodetritos,corlandotroncos
mortospara lenha),(b) aparandoou
utilizandoanimais(gansos,cangurus)
paramantero capimcurto,e (c)ulilizando
superfíciesnão-combustíveiscomo
estradas,tanquese açudes,mulchem
camadasou plantioverde,entreo setor
doÍogoeacasa;
criar sombras de Íogo para reduziros
efeitosdocalorradiantecom(a)estruturas
não combustÍveis(tanques,bancosde
terra,murosde pedra)e (b) plantiode
espéciesqueretardemoÍogo,comolírios,
coprosmas,chorÕes,que podemmorreí,
masrelardarãoo Íogo(Figura2.31);
plantar um quebra-ventode espécies
retardatáriasdofogo,parareduziro vento
duranteo incêndio(Figura2.32).
82
pastagdn
fechada
quebre fogo
de ecpócier
Todar atlvldrdcl: baixo
leor combuclivcl,
tanquec, eitÍad$...
Fìgure2.31 O designcombinadoparasegurarçaconlrao logo:barreiras,quebraÍogosmúltiplos,plantassalecionadaspela
resistônciaaofogoe reduçãodocombustívelexistentepróximoà casa'
Anora, acáciaPrateada
Opuntia
photinia
r rornbrado
setor -í
doíoso (, C R
{r
gânaos,galinha
d'angola...
Figura2.32 Defesacontraíogocomplantiose animaisparasubúrbiose residências'
oopÍoÜ|m
alfafa
carnomlla
anuair
alcachoíra
83
Comoa casaé, geralmênte,a parte
maiscarae difícildesubstituirnosistema,é
importanteplanejara segurançadela,
providenciando:
r uÍïìâmuradadetijoloou concreto(até1
metro)emvoltadacasa,semtapetesou
capachos;
r telasdemetalnasjanelas;
o telhadode zinco ou outro material
resistenteaoÍogo;
. regadoresgrandesnotelhadoeàvoftada
casa;e, no mínimo,uma quantidadede
águadafonterelativaa umahoradeuso,
trazidaÍacilmentepara a casa (Íogo
queimamangueirasplásticassuperÍiciais
e bombaselétricaspodemfalhafl;
r bolasde tênisparaselaras calhas(que
podemserenchidasdeágua).
Plantasresistentesparaosetordofogo
são aqu.elasque combinemas seguintes
características:(a)altoconteúdodeágua,(b)
alloconteúdode cinza,(c)poucaquèdade
detritosoumulch,ouderápidadecomposição,
(d)sempreverdese (e)carnudasouleitoias.
_ Algumasplantasresistentesao fogo
são: figos, chorões,amoras,Coprosma,
Monsteraealgumasacácias(Acaciadealbata,
A decurrens,A saligna, A sophorae,A
baileyana,entreoutras).
Algumas coberturas rasteiras
resistentesaoÍogoincfuem:maracujá,heras,
confrei,taioba,váriassuculentas,ártemísia,
Dichondrarepens,espéciesdealoeeagaves,
Mesembryanthemum, batata-ãoce,
Tradescantiaalbiflora, Allium triquetrum,
girassóise abóboras.
Terremotos,enchentese Íuracões
Em áreas sujeitasa terremotos,
construaa casacommateriaisqtredobrem
ourespirem(bambu,ferro-cimenlo,madeira).
Duranteumterremoto,fujapalaumbarnbuzal;
o bambutemumaestruturade raízesÍortes,
aqualé muitodifícilderomper.
Paraenchentes,confiraos dadosde
periodicidadee altura,calcufeumamargem
maior,parasegurança,enãoposicioneacasa
emvárzeas.Encostasíngremes,quelenham
sidodesmatadas,são armadilhasmortais
durantechuvasseveras,poisdeslizamentos
deterraaceleramrapidamenteparabaixo.
Em áreassujeitasa Íuracõesou
ciclones,construacommaleriaisflexÍveise
façaotelhadodacasacomumânguloagudo
emtornode45e,deÍormaqueaÍorçadovento
empurrso prédiopaía baixo.Planteum
quebra-ventode bambu(inclina-secomo
vento)econsidereumjardimdesobrevivência
emlocalprotegido.Muitoshabitantesdasilhas
doPacíficomantêmtaisjardinscomestoque
de plantasimportantesem uma área
protegídadailha,deÍormaqueessesjardins
possamserreplantados,depoisquetudoo
maistenhaidoembora.
BIBLIOGRAFIAE LEITURA
RECOUENDADA
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Yeomans,P.A.,Waterfor EveryFarm/Using
the KeylinePlan,Phone(075)916281
Queensland,Australia.
I
l
i
84
CAPÍTULO3
coMPREENDENDoPADRÕes
.Ì.1 TNTRoDUÇÃO
Desenhosem elevaçãoe mapas
':pográficos Podemser usadosPara
:emonstrarvárioscomponentesde uma
:aisagem,e não na demonstraçãoda
:ualidãdevivaou dinâmicade um sítio'"O
rapa nãoé oterritÓrio"(Bateson,1972l.
Em paisagens naturais, cada
: ementoé pailedeumtodomaior,umateia
scfisticadae intrincadadeconexõese fluxos
:nergéticos.Se tentarmoscriarpaisagens
,tilizandoum pontode vistaestritamente
:bjetivo,produziremosdesignsgrotescose
.ão-Íuncionais,porquetodosos sistemas
,,rvossãomaisdoqueapenasasomadesuas
cartes.Nossaculturatenta,emvão,deÍinira
oaisagemcientiÍicamente,coletandodados
extensossobresuasPartes.
Essesmétodossãocomoseumgrupo
1ecegostentassedescreverum eleÍante,
-:onformea antigalendaSufi:
'Vejabem",disseo Primeirocego,
agarrandoumapêrna,"umeleÍanteé como
umaárvore".
'Vejabem",disseo segundocego,
segurandoo rabo,"umeleÍanteé comouma
cobra".
E outro,tocandoa orelhado bicho,
disse:'um eleÍanteé certamentemuito
parecidocomumtaPetegrosso".
Sociedadestradicionaistêm usado
padrõesparacompreendere interagircom
suaspaisagensde ÍormaeÍetiva- esses
povosnãoseparama si mesmosdo meio
ambiente,masvêemos elementoscomo
parentes.Assim,todo o conhecimentoe
ciênciatradicionaisÍoramgravadosnaÍorma
demarcasoupadrÕesementalhes,tecidos,
construçõesdepedraeterraeemtatuagens'
Cadatemaé acompanhadoporcançõesou
históriasquefalamdo seusigniÍicado;e a
música,reforçadapordançassagradaspara
asseguraruma memória'muscular'das
histórias.AsgravaçÕesimportanteseramde
história,sagas,mitosdacriação,genealogias
dos ancestrais,navegaçãoe ÍenÔmenos
cíclicoscomomarés,otempo,ciclosestelares
e colheitassilvestresou plantioscomas
estaçÕes.Todos,em sociedadestribais,
tinhámacessoa uma boa Partedesse
conhecimentCI,incluindoosnomese osusos
de plantasimportantes.Muitastribosnão-
moiestadas ainda mantém esse
conhecimento.
APÓsa invençãoda escrita,o
conhecimentopadronizadoÍoinegligenciado;
sistemasmodernosfuncionaminteiramente
comalÍabetosenúmeros,comsímbolos,livros
ou armazenamentoeletrÔnicode dados.
Grandepartedasociedadehumananãopode
acessar,e nenhumindivíduopodelembrar
acuradamente,o conhecimentoarmazenado
dessa Íorma. Assim,o conhecimento
padronizadoe rítmicoé inesquecível;e o
bonhecimentosimbólicoé imemorável.
Portodoestelivro,nósenvolvemos
padrõesde planejamentobásico,comoem
iododesigr,e todasas partesde qualquer
designdevemser adaptadasdentrode um
gabãritoou padrãode bomsenso.Para
õompreendero padrãobásicodentrodoqual
cabemtodosos sistemasnaturais,iremos
dissecarumaárvoree tentartazersentidoàs
regrasdefluxo(movimentodaseiva)eÍorma,
de crescimentoe expansão.Utilizaremosa
Íormadeur{raáryore,a qualétípicadetodos
osÍenômenosnaturais(Figura3.1).
85
Figura3.1 Modelopadrãogeral
3.2 PADROESDA NATUREZA
As linhasêssênciaisde umaárvore
podemser impostasem umaárvorereale
formarumaespéciede lâminade machado
dupla(Figura3.2aEsseé o temadetribos
européiasmaisantigas- o "símboloda
mulhe/'.Secortarmosa árvorepelalinhaA-
A1(Figura3.2b),vemosaspontasdosgalhos
no plano,nãomuitodiÍerentesde marcas
sobreumapedra;cadaseçãodegalhoé de
diâmetroaproximadamenteigual. Se
corlarmosa árvorepelalinhaB-81(Figura
3.2c),percebemosoutropadrãograduado,o
qualécomolíquensobreumapedra,osmais
velhosaocentro,osmenoresnaperiÍeria.Um
cortetransversaldo tronco,C-C1(Figura
3.2d)nosdáumpadrãoclássicodealvos,que
é umagravaçãoanelardasestaçõesde
crescimento,tambémencontradosem
conchasmarinhase escamasde peixes.
Poderíamosconseguirestepadrãoem um
ninhode potes.Comoo Latimparaninhoé
Nidus,vamoschamaressepadrãodeanidado
ouaninhado(umdentrodooutro).Naverdade,
aárvoreinteiraéumaninhadodeárvoresmais
jovensquecresceramsobreela,anoapós
ano.
Flgura3.2 Secçõesde umpadrãogeral
I
I
l
""
ï":
";
"o-3o
o '
o
o
o
O O
Oo
oooa o
o
o
o
86
Flgura3.3- Modelosde Íluxode seiva
I
tv
ìi
 ìì"
I I
IT
lv

v
Frgura3.4 - padrãodendrítico(comoárvores)típicosde lrovões,cristais,circulaçãosangüÍneaetc'
Comosabemosquea árvoreesPirala
a partirdo solo,a Íormagalhadaacima
descreve uma espirÓidêou, mais
especiÍicamente,o caminhodofluxodeuma
mótéculade seivaespirala(Figura3.3a).O
fluxodeseivanosestamesocorrenoladode
fora(ascélulasxilema)e nas raízes,em
sentidooposto(Figura3.3b).OÍluxodeseiva
nasraízesocorreaolongodocentro(células
Íloema).Se combinarmosas espiraisde
galhose raízes(Figura3.3c),temosduas
espiraissuperpostasqueencontramosem
todasasÍolhas,Ílorese pétalas,cabeçasde
girassóis,pinhas,abacaxise,obviamente,no
pontoondea sementegerminou,naorigem,
temosum tecidode célulasmudandode
internoparaexterno,giroesquerdoparagiro
direitooudemaisParamenos.
A árvoresedivideemgalhosde5 a 8
vezes,comoo Íazemrosrios;o númerode
divisõessaindode cadagalhomaioré em
médiade3,enquantoquecadaumé maisou
menos2vezesmaislongodoqueo seguinte.
O ânguloentrecadagalhoestáemtornode
36ea 38s(Flgura3.4).Essaíormaétípicade
raios,cristaisminerais,vasossangüíneosetc.,
queseguem,aproximadamente,as mesmas
regras.Tais padrões são chamados
dendrÍticosou'naformadeárvores".
Os numeraisromanosde I a V são
chamadosde Ordensdas Divisõese,
raramente,excedemo númerode7,aotodo;
cadaum reprgsentauma contagempara
tamanhosmaioresou maislongos.Esse
númerodeordensdetamanhoécomumaum
grandenúmerode fenômenos,os quais
[ooem ser organizadosem gluposde
iamanhos;paraassentamentos,chamamos
essesgruposde cidades,vilas,vilarejos,
povoadós.'Tambémas nuvens,montanhas,
borposcelestes,dunas,ondas,etc':todostêm
um'conjuntolimitadodetamanhos,comoos
galhos
-das
árvores.PoderíamosÍalarde
õascatasde tamanho,ou quanta,e isso
signiÍicaque a maioriadoslamanhosse
eícaixamómconjuntosespecÍÍicos,equehá
poucos (se houveralgum)tamanhos
intermediários.Porexemplo,dunasdeareia
se ajustamem 5 ordens,comoilustradona
Figura3,5.
Assim,tudo na natureza(gatos,
cangurus,correntesde água,ventos,
caminhosetc.) ocorreem uns poucos
tamanhos,e a velocidadedo movimgntoem
cadatamanhoé diÍerente.Coisasmaioresse
movemlentamentedevidoà inérciamaior,
coisasmenoressãomaisrápidas,e coisas
muitopequenassemovemdevagardevidoà
viscosìdade.Ordenssãolimitadasem seus
tamanhosna escalamaior,simplesmente
devidoà própriamassa.E,naescalamenor'
porforçasmoleculares.
EstáÍicandoclaroquePadrÕesem
umaúnicaÍormadeárvorerepresentamtodos
ós paOrOesencontradosna natureza.Até
mesmoa cascademuitasárvoresapresenta
corrugadoscomoumateiadecélulasouuma
rededeÍavosalongados.
87
A areia depoaila-se nostag
formae:
iìiitrffi
I
Saltiior
(grãos)
.4
r/lJJ.1,,"a.1t-lb -/ L
ll ul
Ondulaçõer Dunae
(viajam lrúdia) Viajam lmlano)
PararetornaràquelaÍormagêralde
árvorecomoumtodo,vemosquea ilustração
domachado(Figura3.2a)é aformasimples.
Umconjuntodetaisformascriaumavértebra,
ouumesqueleto(Figura3.6a),queseajusta
bem,comose fossepavimentado.O Latim
paraazulejoé Tessera,e podemoschamar
superfíciesazulejadasde Tesseladas.Uma
formaçãodenuvenscontémumtórusourosca
(Figura3.6b),e vários"caminhosúnicos"de
umamolécula,nomodelo,demonstramtemas
tradicionais(Figura3.6c).
UmsentidogeraldeÍormaemergs,epodemos
ver muitasdêssasÍormasna natureza,
ganhando,assim, umacompreensãode
funçõeseumentendimentoclaro,sobrecomo
projetarem ordemcoma natureza.Muitas
formas 'crespas'naturaisexistemêm
explosõesou Íungosde crescimentorápido
(Figura3.6d).Sâochamadas'OverbeckJets'
(Jatosde Overbeck)ocorremem fluídose,
freqüeçtemente,em dobrascomplexas.
Tambérhaparecemcomotemas,comonas
tatuagensMaori,comogalhosdesamambaias
estilizados.Você os verá quandorios
penetramnomar,nofluxodelavaequandoo
maratacaa terra-
Nós podemosconstruirtodasas
formasnaturaisa partirdas partesde uma
áryore,e taisÍormassãochamadas'auto-
similares";conchasdo mardemonstrama
mesmaespiralgeométricadasárvores.Foio
estudodessasÍormasnaturais,e de seus
signiÍicados,queproporcionoua proficiência
compadrõesnospovostribais;um padrão
simples,quecontémumconhecimentovasto.
fv
Dunar eetrôla
(viajam 1nú50anor)
v
Ar grandes dunas fixaa (Zhourgr)
(nunca ee movimentam)
Figure3.5 DunasdeareiaÍormamcincoordensdeiamanho,comunsa umagrandevariedadedeÍenômenos.
Flgura3.6 Coínovértebras,padroeese encaixarn.
33 PADRÕESEM DESIGN
Bonsprojetistaslentamacomodar
todosos seuscomponentesem umaforma
agradávele Íuncional,obedecendoasregras
defluxoe ordeme compactandoo espaço.
Umacasabemdesenhadapermite
Íluxodearparaaquecere resÍriarsuamassa.
Um sislemade estradasparaumavilaou
cidade,baseadoem divisõesnaturais,não
soÍreráengarrafamentodotrânsito.
A espiralde ervas(Figura5.1)é um
bomexemplodaaplicaçãodepadrões.Todas
as ervasculináriaspodemsorplantadasem
umaespiralascendente,comumabasede
O@6c
88
F|gura 3.7 Sislema de microbacias de tenas áridas, demonstrando ordens. Cada r.rma@m $rââ câracttsrístic8s diforcnlee arn
cada Íator.
2 metrosde diâmetÍo,subin& a umaaltura
ce 1 metro.ïodas as eruassãoacessíveis,
existemaspeclosvariados,boadrenagem,e
a espiralpodeser regadacomsomenteum
Jato.
Utilizandono$sasobservaçõesde
consórciosde plantas,ou assemblóias
harmoniosas,podemosproietarflorestasque
rmitemsistamasnaturaise qususemplantas
alimentíciasadaptadasaoclima.
Comoo diagramade umriodeterras
secas(flgura 3.7)nnstra,olençolsuperficial,
as espécies,os sedimentose o Íluxo,todos
variamde acordocoma ordemem quese
enconlramos cursosd'água;umavezque
vocêabsorvaessetipode informação,você
poderáplanejarmaisÍaciImenteaestabiIidade
ea produçãonaspaisagens(Figura3.8).
Comoilustraesserio,todasasformas
de vida, todos os sedimentos,todo o
escorrimentosuperficialem tempestadesde
12 mm,ou mais,variamde acordocoma
ordemdos cursosd'água.Se soubermos
ondeestamosna ordem,sabergmosque
vegetaçãoencontrar,s o queplantaçquanto
escorrimentosuperficialesperar,tiambóill,o
espaçamenlodos canaisde inÍiltração
(swales)ousistemasdecaptaçãodeágua.A
maioriadasvilasdo desertosão localizadas
nas ordenslll ou lV, ondeo escorrimonto
superÍcialóamplo,ocoÍïemalgunsbonssolos
e mineraise ondea distânciaentreoscursos
d'águaé grandeo bastanteparapermitir
plantações,o nãotão grandesparacausar
seca.
Seobservarmosascsrcaniasdosrios
nasordenslVeV descobriremosqueárvores
grandese Írondosas,Íreqüentêmentêcoma
cascaclara(sicamores),crescemno lado
intemodascurvasondeoriodepositaareia;e
que árvoresescuras,comcascaescurae
fissurada(juniper,casuarinas,alguns
eucaliptos)crescemno ladode foradas
curvas,acimadosbanancosondeo riomrta
paradentrodoterreno.Emcadacurva,essos
gruposde árvoresmudamcomomudamo
barrancoouossedimentos.Então,temosum
efeitoyang-yin-yang-yin.
89
Fator Ordens
I M V
sedimento:
pedras
angulares angulares cascalho areiasgrossas
areias
profundas
vegetação
arbustos
escuros
arbustos
altos
árvores
ocasionais
árvores
maiores
arvores
frondosase
vinhas
escorrimento
superficial
("/o)do total
86-90% 55-65o/o 40-50% 30-35%
(média)
8-15%
Figura 3.8 Formardo uma tabela de acordo com as ordens s fâtores, podomos absorver inÍormaçoespara o planeiamenlopara
a estabilidadee a produtividadenas paisagens.
Aobservaçãocuidadosamostraráque
osroedoreseosrépteishabitam,osbabuínos
vivem,e os papagaiosprocuramfrutasnas
ordensdosriose nosgalhosdasáruoresa
que pertencem.Pgixes,obviamente,são
allamenteadaptadosa umaordemdefluxo-
velocidade,oupÕemosovosemumaordem
e vivememoutra.
Projetandocom a natureza,e não
contraela,podemoscriarpaisagensquê
funcionamcomosistemasnaturaissaudáveis,
ondea energiaé conservada,detritossão
recicladose recursoscriadosabundan-
temente.
BIBLIOGRAFIAE LEITURA
RECOIIÍENDADA
Alexander,ChristophereÍal A Pattem
Language,OxfordUniversitYPress,
1977.
Moflisson,8., Permaculture- A Designers'
Manual,TagariPublications1988.
Murphy,ïm andKevinDahl,Patterning:A
Theoryof NaturalDesignLandscaPe
Ecology,ConÍerencepaper1990.
Thompson,D'arcyW.,On Grovühand
Form,CambridgeUniversityPress,
1952.
90
 Introdução à Permacultura  -Bill Mollison
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  • 44. CAPITULO2 DTÌSIGNNESÍTIOEMGRANDEESCALA 2.I tTROt)t'ÇÂO Estecapítulofocalizao projetodesítios em sentidoamplo,analisandorecursos; trabalhandocom as limitaçÕesde forma, microclima,solos e. água do local; posicionandoa casa,o acessoe oscercados parao máximobeneÍícioe para evitarem catástroÍescomoincêndioe enchentes. Planejamenlodo designé a coisamais importanteque podemosÍazer,antesde colocarqualqueroulracoisanoloçal.O plano geral,seÍeitominuciosamente,iráeconomizar tempo,dinheiroe trabalho. ExistemváriasÍormasde iniciaro processode design,dependendoda sua nalurezae desuasnecessidades.Vocêpode começar deÍinindoseus objetivostâo precisamentequantofor possívele, então, olharpara o sítiocom essesobjetivosna mente.Ouvocêpodecomeçarpelosítio,com todasas suascaracterísticas(boase ruins), e deixaros objelivosaparecerempor si próprios. Das duasperguntas- 'O que posso lazerparaessaterraproduzir?"e "Oqueesta terratem parame oferecer?"- a resposlaà primeirapodelevarà exploraçãodaterrasem levarem contaas conseqüênciasa longo píazo,enquanloque a respostaà segunda poderálevara uma ecologiasustentada, guiadapornossoconlroleintefigente. Definirobjetivose identificarpotenciais e limitaçõesdosítioandamdemãosdadas.Ë sempremais Íácil de ver o sítio com os objetivosem mentê,mesmoque esses objelivos,maistarde,demonstremseremnão- realistas.Defato,objetivospodemnecessitar de umaredeÍinição,emvistadaslimitaçÕes do sítio.Designé um processocontínuo, guiadona suaevoluçãopelainformaçãoe pelashabilidadesderivadasdaexperiênciae deobservaçÕesanteriores.Todososprojetos (designs)que envolvamformasde vida passamporumprocessolongodemudança; atéo estadode"clÍmax"deumaflorestaé um conceitoimaginário. 2.2 IDANTIFICANDORECURSOS Observaçãoe pesquisasão usados paraidentiÍicarosrecursose aslimitaçÕesde um sílioem particular.Usamosmapasda propriedadee consultamosdadosde vento, chuva,enchente,Íogoe listasdeespéciesda área.Perguntamosaos moradoreslocais sobrepestes,problemasetécnicasutilizadas, informaçõesquenosdãoumavisãoamplada área.Elasfazemo cenárioe,noentanto,não dizemnadasobreo sítioem si. Somente caminhandoporelee observandolodasas estaçÕesé quepoderemosdescobrirsuas limitaçÕese seus recursos.Podemos modiÍicarmuitodissocomo tempoe comum bomdesign,espóciesde plantase animais apropriadas,armazenamentode água, quebra-ventose assimpordiante. r Mapas Um bommapade característicasdo terrenoé umagrandeajudano design;ele revelacursosd'rágua,vegetação,solos, geologiae acesso,que são inÍormações essenciais.Podemoslazer um mapa, compraruffi, combinarvários mapas especíÍicosouÍotosaéreas,parafigurarosítio. Seosmapasmostramboascurvasdenível, estaspodemnosajudara projetarsistemas de águae posicionarcomponentesque demandamumaspectoespecíÍico,inclinação ouvantagemnaaltitude. 48
  • 45. Coisasamapearsãoascaracterísticas naturaisque incluema formado terreno {tamanho, contorno, características àroiooiã"s,inclinaçãoe aspecto),vegetação óxisteãte,córregosesolosassimcomooque iá estáconstrúído('benfeitorias"),como tìút, estradas,Prédios,aEt1d.e9e terraplanagem,energiaeconexõeshidráulicas àtô.b" ciminharmospelosítio,ecolorirmos iodosessesfatoresnomapa,osítiocomoque .ot"ç" a desenhara si próprio'Arvores óuntaàas,pastagensouquebra-ventospodem ler consideraoãscomopartedo ambiente Ãáturatou construído,dependendose são ôrutãt"nremelhoriasrecentesousehámuito ãstabelecidas,queevoluíramcomapaisagem' Mapassãoúteissomentequandos-ão usadosem combinaçãocoma observação' Jãããt t"nteproietarúmsítiosomenteolhando para o mapa, mesmoque este seia ãJio"oot"móntedetalhadocomcurvasde ãõãi,úgetação' linhasde erosãoe tudoo mais.Mãpas-nuncasãorepresentativosda rããiio"oeòomplexadanatureza'obtenhabons liãóã, se púoer'masprestemaisatenção aoiocal,aocomportamentodosorganismos' pioneiras,águae vento,bem comoas -*úoáttç"s' de-estação.Lembre-se:"o mapa ;il é b território;(Korzybski,Semântica Geral). . Observação A medidaemqueconversamossobre o sítiocomoutraspessoas,podemosmelhor percebernossasoóservações'Nesseestágio' tentamosarmazenara informaçãoque òãn[ã*ot de algumaÍorma acurada' ËàrreganOoum blócode anotações'uma câmaia,ou umgravador;Íazendopequenos áãiànÉos.As-anotaçõespoderãoser ,tilituO"tmaistarde,paracriarestratégiasde design. NÓsnãoapenasvemose ouvimCIs' cheiramose saboieamos'Tambémpodemos sentircalore Írio, pressão,estressede esforçosparasubirencostasou plantas espinhentas,encontÍamoslocaiscompatíveis eihcompatíveisnoterreno'Percebemosuma uiÀaOoâ,mirantes,corese texturasdosolo' Naverdade,nósusamos(conscientemente) todosos nossosmuitossentidose nos iõúãtnotcientesdenossoscorposedesuas reações. Alémdisso,PodemossentarPorum tempoeperceberpadrõesep!999sos como ãqumas'arvorespreferemcrbsceremrochas' ãrõútasemvalós,outrasno campo9u ef ãlyuóãï-pú"tós u"t comoa águaÍluionde f#fiãi"t ããiiãiamcicatrizes,-ventostêm ãïnrããõgánosóudeÍormadoa Íormadas árvores,úmo o soleassombrassemovem' õnoe áncontraúossinais de animais ããt."nã"ndo,semovendoousealimeniando' ilft," õnãìóae informaçãoem.cadasujeito natrtãr,e devemosaprendera lertudoisso muitobem. Ler a Paisagemq ProcurarPor indicaclõresdà paisãgem'A vegetaçãg' "T óãiíúrr"i ofe'iece-informaçãosobrea iriiiiiJ"oããoiolo,disponibilidadedeumidade ; *õro;iimâ. -tuncod,porexemplò'indicam ãorôi*úÉáicaoosouvâzamentos;Tarascum ãrírinàír-e vacciniumsp' indicamsolos ã;ìd";1" Rçtmexsp.,soloscompactadosou ;àiË";. Ãrvoredgrandescrescendoem reoiÕessecasrndicaínalgumafontedeágua rïïi"rïa"ã".-Úma abunõânciade espécies herbáceasespinnentasou de-saborruim'('õ;i;;; b"náaïctis,oxatis1p',.sotanum sp'l indicamusoexcãssivoe faliade manejo-da pastagem;uossorocas(erosão)e caminhos comoactactoslráoconÍirmarisso'Umaplanta õ;ffiãúo ã dandoÍrutosanlesqueoutras da mesmaesPécieo Íaçam'indicaum ilciocri*a favol'ável,árvorescrescendocom ã-mãioriadosgalhosde umladoindicama ãiiãçaóãós võntosÍortes..predominante ÉssesexemplossãoespecíÍicosparaclima's ãiËtettú;, ãtémesmo, "paisagens diÍerentes' r{-gi; desenvoiuìdasiócalmónteadvêmdo conhecimentodaregião' AfreqüênciaeadireçioqotogoqodeTr também,servistaspormôiodasmudanças nauegeiação.Otoggpl$.Yz-esPéciessecas' ãmalãnnáoas,caiu'citotiasde verão'de sementegrossa;a.faÌtade Íogodesenvolve ãÃóeóietie folhalarga,semprêverdesou õããuciÍóliasdeinverno,desementepequena ó Jta camadagrossade coberturavegetal móttasobreo soïo.Freqüentemente'árvores ôõrìãJplantasindicarãblinhas9"g"-"9::,11 óncostaàapropriedade,pelamuclançaootlpo devegetação. 49
  • 46. Comopodemosobservaç"problemas" em potencialpodemser percebidos,como vegetaçãonociva,erosão,soloencharcado, áreasrochosasou compactadase solos empobrecidos.Sãoáreasde consideração especiale podemser selecionadaspara plantiosespeciais,oudeixadasintactascofflo áreasde vidaselvagem.Algunsproblemas, comum poucode criatividade,podemvirar vantagens.Soloencharcadoé umindicador dospadrõesnaturaisde drenagemds área, refletindosubsolosimpermeáveis;estes podemserÍeitosemumaáreadepântanoou cavadosparaÍornecerágua.Algumasvezês, existeacumulaçãode turÍaou, até mesmo, argiladecerâmica.Setanquessãofeitosno pântano,a turfapodeserretiradaparao solo de plantioempotesou paramelhoraráreas arenosas. Existemmuitosrecursosa serem procurados.Podemosenconlrarcursos d'água ou Íontes em elevação(para suprimenlode águae possívelgeraçãode energia)?Há Ílorestascontsndomâdeira valiosaou,atémesmo,troncosmortosúteis paraa vidaselvagemouparalenha?Háum bomlocalventosoparaa energiaeólica? Existemmuitascategoriasderecursos: recursosdatena;recuÍtpsbiológicos(flantas, animais,insetos);recursosenergéticosdo vento,água,madeira,óleoegás;eosrecursos sociais,queincluemo potencialde umsítio parao ensinoem semináriosou atividades recreativas,as quaisdependem,princi- palmente,da localização,facilidades disponÍveisouquepossamserconstruídas,e dalegislaçãolocal. Observandoa paisagem,rstiramos inspiraçãodasestratégiasde sobrevivência seguidaspelossistemasnaturaise as imitamos,usandoespéciesdeusomaisdireto paranós.Observamos,por exemplo,que árvoresgrandescrescêmnoladodasombra dasgrandesgargantasdetenaseca:éaíque colocaremosnossasprópriasárvores. Ou vemosgue plantaspioneirasestãose estabelecendonas linhasda cercas nos moirões,a partirdadeÍecaçãodospássaros; podemos,então,Íixardezenasde postese poleirosparaencorajartais plantas,ou colocarnospoleirosp€rtodeárvoresfrutíÍeras paraÍornecerÍosfatoparanossasárvores. . RecursosÍorado sítio Podemosdescobriroportunidadesna árealocal.Serrarias,lixÕes,feiras,estábulos, restaurantese granjassão recursosem potencial;produtosdesperdiçadospodemser usadospara melhoraro local,enquanto nossosprópriosrecursosestãosendo desenvolvidos. UmdosÍatoresmaisnegligenciadosé oacessoaosrecursosÍoradosítb,conolojas, escolase feiras,entreoutrosserviços. lmobiliáriasreconhecemovalordalocalização pertode cidades,comos preçosdastenas subindoà medidaemqusseaproximamdos serviçosessenciais.A Permacufturacoloca maiorênfaseem rêcursosdo sítio;recursos externossão,muitasvezes,críticosnão somentenoestabelecimentodeumsislema, masemtempoe nodinheiroquecustampara chegaràcidade(paraotrabalhoouaescola). Morandolongedarodovia,ospaisnecessitarão viajarduasvezesaodiaparaapanharedeixar ascriançasnaescola. Tambémé importantelevarseus própriosrecursosemconsideração.Vejasa sua habilidadee recursosÍinanceirossão compatíveiscomo designquevocêgostaria deimplementar.Suashabilidadese produtos podemserusadosnaárealocal?Existeum mercadoparaervasfinas,produtosdeviveiro, galinhascaipiras,frutaseverdurasorgânicas, sementes,plantasaquáticas,peixesdeágua doceou qualquercoisaguêseusistemade Permaculturapossaproduzir?Vocêpodeusar fundosde umacooperativade cróditolocal, casotenhaumplanodenegóciosreafisla? 50
  • 47. :-1 TOPOGRAFIA (Forma da terra) Topografiaou formada terraé uma -racterísticaimutávelde um sítio;embora : equenasescavaçÕespossamalterara raturezado sítio,terraplanagemextensaé .arae,geralmente,desnecessária. A topografiaexerceum eÍeitono nicroclima,nospadrõesde drenagemda agua,na profundidadedo soloe no caráter 3cesso,e na vista de um sítio. Para .ompreendersua influênciana terra,as :aracterísticastopográficasque devemser notadase mapeadassão: r êocostasvoltadasparao sol ou paraa sombra; r gâr$âÍìtasoumontesderochas; . linhasdedrenagem(cursosd'água); r terrenodifícil; o vistasboasouruins; . alturas,inclinaçÕese acessosdas elevações; . áreasencharcadas,áreassuscetíveisà erosão. Obviamente,um sítiopequenoserá maisíácildemapealenquantoqueumaárea grandepode levaralgunsdias ou alé semanas. Um sítiovariável,com muitasdas característicasacima,é muitoútilemrelação a inclinação.Inclinaçõessão notadaspelo aspecto(sevoltadasparao nortê,sul,leste ouoeste)e pelogradiente(gentil,médioou acenluado),oúltimo,sendoumbomindicador paraproblemasde erosãoem potencial,se árvorestêmsidocortadasde ummorrocom gradienteacentuado.Oefeitodainclinaçãono microclimaé discutidonaseçãoseguinte. É importantenotarquea Permacultura podeserdesenvolvidaem qualquertipode terreno:morrosrochosos,alagadiços,regiões alpinas,planíciesaluviaisoudesertos.Nãoé necessáriotentarmudaruma paisagem estávelparaconseguiralgumascondiçõesem particular,poistodapaisagemoue@ssistema natural irá ditar a naturezageral da Permaculturapossível;issoé necessário,se o sistemaobjetivaestabilidadea longoprazo. 2.4 CLIMA E MICROCLIMA Climaé o Íatorlimitadorbásicoparaa diversidadedeplantaseanimaisdeumaárea. Emboraqualquerplanejamentodesítiodeva consideraro climageralda região(úmido- quente,quentê-seco,ártico,temperadoetc.), devemosprestaratençãoaos diÍerentes microclimasocasionadospelatopografia, solos,vegetaçãoe outrosÍatores.Duas propriedades,localizadasa uns poucos quilômetrosumada oulra,podemvariarem plwiosidade,velocidadedovento,temperatura eumidaderelativa.Então,setomaüüalanalisar o climadosítioemdetalhe,semdependerde estatísticasclimáticasamplasdo dislrito. EssepassoimportantepodesigniÍicara diferençaentreviveremcercaniasagradáveis ou em condiçÕesmiseráveis,em uma propriedadequeprovavelmenteirámudarde donodetemposemtempos. Seestudarmoso microclimadenosso sítio,seremoscapazesde: o posicionarestruturas,planlase animais noslocaismaisfavoráveis(acasavoltada parao sol,emclimastemperados,ouno ladoda sombrade umÍnono,emclimas quentes); . ÍocalizarenergiasbenéÍicase dispersao' energiashostisque entremno sítio (plantarbarreirasparao vento,pertoda casae da horta,ou plantarárvores,de Íormaa canalizarbrisasem direçãoà casa); o estendermicroclimasfavoráveis. 5l
  • 48. As próximasseçõesirãodiscutiros fatoresquemaisafetamo microclimadeum sítioe que,porconseqüência,devemser consideradosaoescolhermosos locaispara a casae paraosplantiosemmente. . Topogratia TopograÍiareÍere-seàscaracterísticas da paisagemde umsítio,.atéquepontoela sejaplanaou ondulada.Areasplanasterão poucasdiferençasna topografia(o que signiÍicapoucaou nenhumadiferençano microclima),enquantoqueáreasonduladas mostramumagrandevariaçãonomicroclima. Aspecto O aspectorefere-sea direçãoquea inclinaçãodo terrenoestáorientada,em relaçãoaosol,e afetaas condiçõesdo sítio devidoà quantidadede luzsolardiretaque recebe.Encostasvoltadasparao sol (norte, no HemisférioSul;sul,no HemisÍérioNorte) recebema maiorluz;se elastambémestão voltadasparao leste,a temperaturamáxima é alcançadapelamanhã;seÍorparao oeste, é alcançadapelalarde.Umaencostavoltada para"o ladoda sombra"(sul,no hemisfério sul)iráreceberpoucaradiaçãosolardireta. A influênciadoaspectonasplantasem comunidadesvegetaisnaturaispodeservista quandonumaencostavoltadaparao solestá cobedaporÍlorestaesclerófilaseca,enquanto que,noladomaisÍrio,maisúmido,voltadopara a sombrada encosta,podemeslarocupados por Ílorestaúmida(Figura1.1c).O usodo aspectona Permaculturasignificaaproveitar as inclinaçõesvoltadasao sol, úteisparao amadurecimenlodefrutas,o posicionamento da casa para maior conÍortotérmicono invemo,eparaplantarumavegetaçaoqueseja "marginal"em reaçãoao climaem particulal cCImo,porexemplo,umaárvoretropicale uma regiãosubtropical. c / EÍehos da inclinação coÍn o ângulo do eol Nascere por do aol sazonal Figura2,1 A direçãodo sol,e suaalturaem relaçãoao horizonleduranteo ano,aÍetamo projetodacasae dascomunidades deplanlas. Sombreadoe { miao ,r* 52
  • 49. Sol de verão a 800 Sol de inverno a 35' Poroutrolado,plantasouestrulurasque necessitemdesombraouÍriezasãocolocadas nasencostasvoltadasparaa sombra,como um celeirofrio parao armazenamentode vinhos,ou amorasde climaÍrioem climas subtropicais. Paraumdesignde umacasaeficiente emenergia,assimcomoparaa colocaçãode jardinse pomares,é essencialnolaras variaçõesde estaçãono caminhodo sol, partici:larmentesuaalturaabsolutano céu, entreo verãoe o invemo(Figura2.1a),bem comoadistânciaquepassaemseucaminho, dolesteparao oeste(Figura2.1b). Oaspectonãoéumfatortãoimportante em climasnublados,ou quandoo sol é sombreadoporelementostopográficosainda maiores,comouÍTnmontianhaoucristaoposta aosítio. O efeito do aspecto somado à inclinaçãoverdadeiradoterrenoé marcante. Comopodeser vistona Figura2.2, vma inclinaçãosuaveé maisquentenoverãopois recebeluz solarincidenteem um ângulo Íavorável.ïodavia,amelhorinclinaçãoparao invemoé umaacentuada,poisrecebeo sol deumângulomelhordoqueasuavs. Drenagemde ar Írio O caráterda inclinaçãoafela a estabilidadedo soloe a passagemdeágua. Em têrmos de PlaneiamentoPara o microclima,a drenagemde ar frio é mais inÍluenciada.Ar Írioé maispesadoquear quente,etendeafluirdoconvexodosmorros fara o côncavodosvales.Eleseacumulará hosvales,aumenlandoas possibilidadesde geada.Ostoposdosmorrostambémtendem á congelar,quandoquantidadesde ar Írio permanecemna cristaplanados topose illanaltos.Os sítioslivresde geadasestão, geralmente,naspartesmédiesuperioresdos úalesacimade 20 metros.Porquesãornais quentes,noiteedia,doqueoÍundoouolopo dovale,taisáreassãoconhecidascomofaíxas termais(Figura2.3),usadashá muitopara localizaçãodevilase casas,sendoasáreas íavoritaéparao plantio(vinicultura,naFrança eAlemanha). Sol do inverno a 35' Inrolação máxim {invemo) Figura 2.2 Como a inclinaçãodo leneno aÍeta a quantiJade de irradiaçãos,olarlocal em diferentesépocas do ano' 53
  • 50. tô dearÍrio Figura 2.3 - Uma 'ïaixa termal"exisle entre camadas de ar Írio de um vale, e indica o posicionamentoideal para a casa, pomaros e hortas Ar frio b.lxando c flulndo morr<r baixo Dorvlado pale falxa de árvorer Figura 2.4 Como o ar Írio desce a eÍìctsta. Note as Íormas de evitar bolsoes de geada pela utilizaçãoda vegetação para desviar êsts ar. Noentanto,essadeterminaçãosimples da geadafuncionasomenteem paisagens simples.A paisagemreal, com suas característicasvegetaise topográÍicas complexas,necessitade maisobservaçãoe planejamento.Porquêo ar friofluicomoum corrimento,quasecomoágua,move-se devagaremvolta,sobre,esobobjetossólidos, é bloqueadoporobstáculos(prédios,árvpres e Íormasdo terreno).Porexemplo,ar frio fluindomorroabaixo,emdireçãoaoÍundodo vale,podeserestancadopelaflorestaacima; nessecaso,oarÍrioéefetivamenterepresado e iráacumular-seacimadafloresta,e nãono vale.Parao ar frio mover-separabaixo, aberturasgrandesdevemsercortadasparaa drenagemdoar(Flgura2.4'):^ nãoserquea Ílorestaesteia,defato,protegendoumacasa ouvegetaçãoimediatamenteabaixo. Ê. comumque um obstáculona encosta,oupróximoaoÍundodovale,permita aoarÍriorepresar-se,e quegeadaspossam ocorreremqualquermès(emclimasfriosou temperados).Casascolocadasacimadesse obstáculoserãosemprefrias,enquantoque, 20 metrosmaisalém,podeexistiro perfeito sítioparaumacasa.Aténossubtrópicos,vales abaixodegrandesplatôsdesmatadospodem produzirgeadasregularesouocasaonais,após noitesclaras. I Ventoe Emboraqualquersítioestejasujeitoa padrõesglobaisde vento,ou atémesmoa ventoscatastróficos(ciclonese furacões), somentêos ventoslocaisprgvalecentes importam,quandose planejapara o microclima.A topografiapodecausarum grandeefeitonosventospersistenteslocaise regionais;em algumasáreasmontanhosas, osventosregionaispredominantespodematé virdadireção"errada",devidoàformaparticular dovale. Reprenado ern pôqueno vale prrlô )nlrado e lÌEorado pelo íaixa de árvoroa Ell!!. as àrrrores "()co dê geada.. 54
  • 51. Em vales, ventosde inclinaçãosâo causadospeloaquecimenloe o resfriamento rápidodaterra,emdiase noitesclaros'Armais Ínã,sendomaispesado,Íluimorroabaixo'Em umgrandesistemadevales,pequenosventos toca'ísseguemumciclodiário(morroacimae vJe acirú, duranleo dia;morroabaixoe vale abaixo,à noite). As velocidadesaumentamno ladodo ventoem cristas;e dirninuemdo outrolado' Paraqualquerproteçãosignificativado lado reversoao'venio,todavia,asvelocidadesdo ventonecessitamserde no mínimo5 metros porsegundoe a inclinaçãode.5aou mais'A velociõadedo vento aumentana direção encostaacima,diminuina direçãooposta (Figuras2.5ae 2.5b)e aumentaao passar por-umaconstrição(sejana.formado terreno ã, nu vegetaçãó)o chamadoefeito"Venturi" (Figura2.5c). NasProximidadesde lagosou do oceano,brisassãoumaparteimportanteno microctíma.Porcausadamarcantediferença detemperaturasentreosgrandescorposde àou"e a superÍíciedaterra,correntesdear Íiiamumciclodebrisasdacosta'Duranleo dia,oarquentesobesobreaterra,permitindo aoarfrioàpesadodomarentrarrapidamente' A noite,còmoa terraesfria,o processoé revertido(Figura2'6). Nos trópicos.e subtropicos,essasbrisastrazemum alívio bem-víndoquasêìodoo anCI,enquantoque' ãm regiÕestemperadas,elassão mais iaton"ï., geralmenteaparecgndqno verão' Àscatas,ispecialmenteaquelassituadasnos trópicos,'sãòconstruÍdasparaaproveitara veÀtitaçãonaturaloÍerecidapelasbrisasdo mar.Contrariamente,em climasfriossão usadassebesparadeÍletiressesventos,da casae dojardim- Figura 2.5 Como o vento se compoÍta para cima ou aÍunilamentosda paisagemou da vegetação' para baixo nos morros (A e B). A velocitJade oo vento aum€nla ÍÌos 55
  • 52. Podemosdizerdequedireçãoo vento vem,peloexamedasárvorese arbustosno sftio.Seestãodobradasemumadireçãoem particular,significaqueestãorespondendoa ventosfreqüentes.Noladodomar,árvoressão quasedeitadasemrespostaaosventosÍortes eà pulverizaçãodesalvindasdooceano.Se nãoexistevegetaçãonosítio,estacas(1,5- 1,Bmaltura)comtirasde panoou plástico atadasao topopodemserfincadasnosolo, emvárioslocais.Observandoa lreqüênciae a direçãoem que essâstirasesvoaçam, podemosdeterminaradireçãousualdovento. Essemétodo,obviamente,signiÍicaobservar o sítioduranleo anotodo;portanto,é melhor analisara vegetaçãoda redondeza,se possível. A inÍormaçãosobrecomocontrolaros venloscom a vegetaçãoé dadana seção seguinte. Altitude é, também, uffi fator microclimáticoimportante.As temperaturas caemà medidaêmquesubimos;100metros dealtitudesãoequivalenlesa 1edelatitude. Assim,a 1000metrosno equador,as temperaturassãoequivalentesa umclimade 10edelatitudeapartirdoequador.lssosigniÍica que,emumaregiãornonlanhosasubtropical outropical,diÍerentesvegetaçõespodemser plantadas. Uma seqüência tíPica seguidamenteenconlradanostrÓpicos,da costamarÍtimaatéa montanha,é a decoco, cana-de-açúcar,banana,chá e abacaxi (Figura2.7r,comcadaplantiosucessivo necessitandocondiçõesmaisÍrias. Figura2.ô Comograndesmassasda águraexêrcsmumefeilonoclimacosleirc Flgura2.7 EÍeitoda attitudena vêgêtação:encostasmaisfrias,alé mesmoenrdimas troplcais,permitemo plantiode espócies temperadasemaltitudesmaiores. 56
  • 53. MassasdeAgua Grandesmâssasdeágua,comoo mar e os grandeslagos,agueceme resfriam lentamente,modificandoa temperaturada áreaàvolta.Emclimastemperados,ageada raramenteé problemapróximoao mar, enquantoque,20kmadentro,geadaspodem ocorrernamaiorpartedoinvemo. Aguatambémmodificaa temperatura, por câusa da evaporação.Durantea evaporação,aenergiaéreüradadoaremvolta; enquantoa temperaturacai, a umidade aumenla.Até mesmopequenoslagos, piscinase tanquespodemsermoderadores climáticoseÍicienles,especialmenteem regiõesáridas.Por exemplo,fontessão encontradasêmmuitospaÍsesmediterrâneos paraprovêrevaporaçãoe resfriamentoparao pátio. A luzrefletidadaáguatambémé uma consideraçãoquandoproietaÍnosum sÍtio. Emboraa reÍlexãodifusadassuperÍíciesda águaseja baixa,a reÍlexãoespelhadaé geralmentealta,principalmenteduranteo invemo(quandoosd estábaixorn horizonte). NovaledoMainnaAlernanha,a luzrefletida dorioé usadaparaamadurecerasuvasnas encostasíngremes.Então,bancosou ribanceirasvoltadosparao sol e atrásde lanques,açudes,lagose riospodemser mnsideradosáreasÍavoráveisparaplantas marginaisnecessitandoluz e calorextra. Casassituadasnestesbancosou lombadas ganhamcalorextra(Figura2.8). r Estruturag Estruturascomotreliças,bancosde torra,gstuÍgs,cgrcas,murosecorelospodem afetaro rnicroclimaem pequenaescala, modiÍicandoa velocidadedo ventoe a temper,atura. A esÍufaé a estruturamaisútilparao controle do microclimaem regiões tamperadas,permitindoo plantiode quase guafquerplanta.EstuÍasligadasà casasão ótimaspara o aquecimentono inverno, economizandocombustívelduranteo dia. tkncos detena,montesouribanceiras aÍetamo microclimade Íormasvariadas (Flgura2.9).Elespodem: . bloquearosolbaixonoladooes*e,aliviando a casae ojardimàtardinha; o bloquearoucanalizarvenlos; o dar isolamentotérmico{soloretémcalor e perdetemperatura,gradualmente); 8ol dc O Invcrno Brnco dc loraa coÍlro âíïmZOntg.lll dc crlgÍ Plrntrr ^ -----*-->*F Figura2.8 Açudesol barragonscomorefotor€sdo sol ds irwemoauÍíì6í{ama toíÍïporaturadas bordssà noitae ao amarüecer, beneficiarrdoas edificaçõese a vegeta@ (boÍdasde tsnte paÍao sol mdlnram o âmâduÍocimonto). 57
  • 54. Podeser umaáraafresca atrár dr casâou, cria um .,,'- localsntre o camalhão , Aocanalg e caga,com quebra vonlot o minhocaa. EecorriÍnonto -rtooff @l ."," Flgt.rr 2-9 Bancos ou camalhões criam sÍeilos microclimálicosespeciais. 58 Or bancogdetsrra naeparedeada caaa modaramag temperaturaedo interior Bancoscriamuma paieagemmaiecomPlexae intereeranls oÍntarra! planaecommicrocllmar variadoe Corto ((<=
  • 55. . dar privacidadee bloquear vistas desagradáveis; . bloquearo barulhodo tráÍego(ate80%); grandesbancos'entresupe.r-rodoviase õubúrbios,iá sãocomunshojeem dia; r pt'opoÍcionarum espaçomaiscomplexo para as plantas,aumentandoo espaço vertical. MurosdeladoParao soltambémsão importantesnocontroledo microclima'Como o taCoda florestavoltadopara o sol, muros oferecemabrigocontraosventose podemser usadospararõfletiro soldeinverno'Murosde pedraescuraabsorvemcalore irradiam'no ãurantea noite,reduzindoo riscode geada' Èiantascolocadasà Írentedessesmurosirão crescerao máximo.Paredespintadasde brancoreÍletemcalor(e,assim,reduzemsua acumulação);plantasàfrentedessasparedes irão amâdurecermelhor.Na Alemanha, experiênciascom tomatese pêssegos plantadoscontra.paredesptaf.a.s e negras mostraramcrescimentomaisrápidonaqueles contraa paredenegra;noentanto'a produção, devidoao amadurbcimentomelhor,foi maior naquelescontraa Paredebranca' Tretíças(grades)são úteis como proteçãocohtrao vento;pa.radividiro espaço em vôltada casae o jardim;paraÍazerum microclima (Pelo sombreamenlo ou aquecimento)e.comoumabngoternporaro parapequenasárvores,prevenindoa queima pelosol. Pequenasestruturasàvoltadeárvores ou plantaiindividuaiscriamum microdirna mais úmido, com menos vento e' ócasionalmente,maiscalor.Paraárvores' úmãvariedadedequebra-ventosestásendo usadaem váriaspartesdo mundo:pneus' iardosdepalha,sacosvelhos,tamboresetc' iFiõut" z.io). Noiardim,pequenasestuÍase à"tãt"t plásiicasihvertidaspodemserusada's [ata, bem cedo,iniciaras Plantasna primavera. . Solos O solotem influênciano microclima' devidoãquantidâdede calorqueconduz'à úr qu* teiletee porcausade seuconteúdo variáveldeáguaear. Comoo rnulchconduzPoucocalor paraosolo,é melhorremovê-lodasáreasde crescimentona primavera,paraqueo solo possaaquecer-seemclimastemperados' Mulchabsorveáguadosolorapidannnte ea liberamuitolentamãnte,sendoumaajuda imporlantepara a retençãode umidade duranteospèríodosdeventooucalor' V€nto|r prcvalentee á SacoB de ração ou Íartiliea 2 Íardotr de palha *r L* ütçü € ÍÕeirtenle. Figura2'l0Estratégiasdecontro|ec|imáticoparaárvoresimportantos. prdra a ógur pingar nl 59
  • 56. Vegetação Aveggta@otemumprofundoefeitono microclima.Eo plantioe o usodavegetação (fIorestas,arvoredos,quebra-ventos,arbustos e vinhas)quemaismoldamo microclimado sítio.AvegetaçãopodemodiÍicaratemperatura pela: o transpiração; o transÍerênciaconvectivadecalor; o sorTìbreamento; . proteçãocontrao vento; . isolamentotérmico; Transpiração Plantasconvertema águade suas Íolhasemvapor,oqualpas$a,então,daÍolha paraoaràsuavolta.EsseprocessoGonsome energia,o guefazo ar emvoltadasplantas esÍriar(comoo suoremanimais).Enquantoa temperaturacai,a umidadeaumenta.Paraa transpiraçãofuncionar,a águadeveestar disponível.Muitasculturasde terrasáridas demandantécnicaspararesfriarpêquênas áreas,geralmenteàvoltadacasa.Nativosdas llhasCanáriasusamgrandespotesde cerâmicacheiosde águae cobertoscom linhagem,em pequenospátioscheiosde plantas,pararesfriara temperaturados aposentosà volta{Figura?.tt1. 2.11 A fraÍÌsftÍação das pbntas resfÍia o amtb|ìle em climas quentese sscos. DIA ïï Figura2.12 EmrehçãoaoaÍ a suavolla,a Íbrestaé mais friaduranteo dia e maisquenleà noile TransfeÉnciaConvectivade Cafor Duranteo dia,asplantasabsorvema energiadosol;emumaflorestaouarvoredo, grandesquantidadesde energiasolarsão absorvidaspelacopadefolhas,quandoo ar quea cercaé aquecidoe sobe.ArmaisÍrioé puxadoparadentrodaÍloresìa,quepennanece. fria duranteo dia. Durantea noite,êsse processoé revertido,como ar maisquente fluindoparaforadaÍloresta.Aflorestaéisolada porsuadensacopadeÍolhas,deformaqueo fluxoocorrenasbordas.Qualquerum que entrena Ílorestaà noitepoderásentira diÍerençanatemperaturadoar(Figura2.121. Sombra Aluzdosol,sebloqueada,temumefeito poderosonomicroclima.Umpedaçodechão fimpo pode resÍriar até 2A"/"de sua temperaturaoriginal,depoisda chegadada linhade sombrada folhagemacima.Folhas temde 3 a 6 vêzesmaisáreade superfície paraa intercepçãode energiado queuma coberturadelor1a,dependendodadensidade da folhagem.Arvorescomfolhagemdensa podemliltrar75-907"da energiado sol, enquantoqueárvorêscom umafolhagem osparsapermitemluzsolarfillrada.E mais, áryorescomfolhaspeludasourugosas,bem comoaquefascomfolhasescuras,absorvgm luzsolare,conseqüentemente,calor.Plantas brilhantes,decorclara,refletema luzsolar. Ar quente ïï Arvoren rão mais Íriar duranls o dir rlo nrrb qu.nlel cnltindo crlor à nolt Vuo decsrâmicr poÍo3ocheiod'ügrn ecobertocomfutr ou linhegom óo
  • 57. Figura2.13 (A)Ârvorecaducifóliacomefeitods sombrasaeonalsobrea casa,(B)Formasda sombrade diÍerEnletlrc de áryorss. Projetistaspodem usar essas inÍormaçÕesparaposicionaremplantas apropriadasem pCIsiçõesselecionadas.Por exemplo:emclimasondeo soldatardinhaé umproblema,umasebedensa,plantadano ladooestedacasa,nãosomentedásombra comodefletevêntosdooesle,noinverno.Em conlraste,umaárvoredeÍolhagemesparsa, plantadano ladolesteou no ladodo solda casa,permitealgumaproteçãodo sol, no verão,edeixaosoldoinvernopassar.Arvores caducifóliasfuncionamda mesmamaneira, poisperdemsuasÍolhasnoinverno.A Íorma de umaárvoremaduradeve,também,ser levadaem consideração,seiaela redonda, oval,piramidalou colunar,poissuasombra seráprojetadade acordocom suaforma (Figura2.13). ParasermosbeneficiadospelareÍlexão do sol nasfolhasbrilhantes,árvorsscomo populussp.podemserplantadasemumarco parabólicoà voltadopomaroudacasa.Com essearcovoltadoparao sol,a reÍlexãodas folhasbrilhantesiráconcentrarocaloremum ponto,fazendoessaáreamaissêcae mais quente(Figura2.14').ïaisarmadilhassolarês tambémÍuncionamem umaencCIsta,poisa vegetaçãoirácaptaro ar quentesubindoa encosta,permitindoqueo arfrio,descendoa encosta,Ílua em volÌadela,minimizandoo perigodegeadae,dependendodadireçãodo venú, ajudandoa defletirventosfriosà volta deprédiosoucampos. Ventos Quebra-ventostêm sidousados,Por muitosanos,paraabrigardo vsntocasas, animaise plantações,sendoo conlrolede microclimamaiseÍiciente.Osquebra-ventos r reduzemavelocidadedoventos aerosão dosolo; r protegemplantassensíveisaovento; . reduzem as Perdas de Produção causadaspelosacudirdassemêntes; r modificama temperaturadoare dosolo; o âutTtêolama umidadedisponível,graças à formaçãodo sersnonas Íolhasdas árvores; . reduzemo númerodenprtesdeanimais durantetempestadesfrias; . reduzemo estresseanimalcausadopelo calordoverão; 6l
  • 58. j Flgura 2.14 Formas "Cala Sof, perâ a casa I as lavouras. . reduzema necessidadêde forragem,se osanimaispLÌderêmcomeralgumasdas suasárvoíesfGleditsia,Çeratonia)i r provêemdemadearaemateriaisascêrcas, quando podado$ (depois de envelhecerem); r melhoramo habitat de Pássaros insetívoros; o melhoramascondiçõesdevidaetrabalho à voltadacasae daÍazenda; . fornecemÍontesdenéctarparaabelhase melhoramascondiçÕesparaapolinização dasplantas. Aformadoquebra-ventodepende,em grandeparte,dascondiçõêsdaplantação,do sítioe do clima.A figura2.15moslrauma variedadedetipos. Quebra-ventosdensosou permeáveis sãousadosparadiferenlesfins.Os densos, darãomaiorproteçãonoladooposloaovento de 2 a 5 vezesa alturadasárvores(Figura 2.15c).Todavia,a proteçãocairapidamente, porqueapressãonegativaseÍorma,adianle, epuxaoventodevollaparabaixo.AdiÍerença de pressãolambém$ecamaiso solo.Por outrolado,um quebra-ventopermeável (Figura2.15d)permiteoÍluxodea[ e,embora a proteçãoinicialnãosejatantaquantoo de umquebra-ventodênso,a proteçãoconlinua por umadistânciamaior(25a 30 vezesa altura).Afigura2.'16,7-9mostrasutrosquebra- ventosefetivosparao plantiointensivo, enquantoquea figura2.16,1-6ilustraalguns quebra-ventosineficientes. Considerandoque cintosprotetores podemserusadosparaoulrasfunçõesuleis, considereas característicasinerenlesdas árvCIres,emparticular.Quasetodasasárvores podemdarproteçâocontraovento(desdeque nãosejam,elasmesmas,sensíveisaovento), privacidadeeabrigoparaanimais.Oquemais podefazeroquebra-vento?Âlgumasespécies (árvoresleguminosas,ÁÍnussp.) fixam nitrogènionosolo;podemserpodadasparaa obtençãode lenha(chorão,eucaliptos); fomecemfolhagemparaaalimentaçãoanimal (Coprosmarepensleucena,chorão);são úteis na produçãode mel (eucaliptos, Eucryphiabillardierifs;produzemnozespara animaisou humanos(elmo,avelãs);agem comoretardatáriosdofogo(Coprosmarqpans, Acáciamelanoxylonle sãoúteisnocontrole daerosão(árvorescomraízesfortes,comoo chorãoea populus). 62
  • 59. Figun 2.15 GonÍiguraçõesparaquebravonlos.Nãooxisteo quebravento"idoaf. Cadaplantb, locÊ|,ou condbõesrnoeegilam umdeeignecpecífrm.Aqui: (A) toposde encostas(B) plantiosaltose vinhas(C) zonascosteiras(D) lavouras(E1)plantiosde deserlo(E2)pomaras temperados L = leguminosa F = ÍrutÍfera C = coníÍorasouquebraventos 63
  • 60. Complotemrnto ebrlgrdo { Flgun2,t6 OUEBRAVEfiïOS OtE NÃO FUNCIOiIAM:(1)munohrgo,(2)eemgnhoobairoc,acol6íaovoflb,(3) hcunaa acaloramo vsítto(eÍeiloVenlwi),(4)mdb oülÍ?ito,{5) Írãoporpentliwlarao rôrüo,(6)soÍÍtonlo rxna caneira do árvoras. OUEBRÂVENTOSOUEFUNCIONAM:F) árrrorssp€quonar,módlase grandessín caÍÍsirss,comapnrximadamenle 50%d€ permeab{lidada,(8)conrbinaçâode quebravsnloe a o8Íca8vivaspara3âtsr uÍnapíoloçâorota| orde seia apropr*rAo(wnto6 cocileirc*,wnìoo queÍtos a aero|. &ta coínbinâçãorÉo ó apopriath paÍi átü ü4oills. g€adasa msrìosguo 06quebraventoeseabramparse ltxração paÍâo iluxo de ar Írb(9) qrôra v€ílto6embnna deT paraprotaçaoa rogularo fluxode ar Os aspectosnegativosdas árvores tambémdevemserlêvadosemconsideração. Algumastêm sistemasdê raízêsmuito vigorosos,que podêmcomPstircom a plantaçãoou a pastagempróximasa elas, prejudicando-asna absorçãode águae nutrientes.Nóspodemosaceitarisso,êm trocadosbeneíÍcbsoferecidos,oumanterum cicloanualdecorteproÍundodosolo,cortando parcialmenteosistemadasraízesereduzindo a competição. Quebra-ventos são iniciados rapidamenteusando-searbustos de cresciÍnentorapidoeárvoresintercaladascom árvoresde crescimentomaislenlo{mas,de vida maislonga).Enquantoessasárvores (geralmente,madeiras duras) sstão crescendolentamente,outras,decrescimenlo rápido,provêemde nóctaras ab€lhas,de forragemos animaise de mulcho iardim, ssndo,maistarde,cortadasparalsnhaou pilares.NotegueárvoresusadaspaÍaquebra- ventosnãoproduzirâamuitiaÍruta(oventoas derruba)s nãodeveriamsêr dsslÍnadasà produçãocomercial. Linhas costeiras aPresentaml dificuldadesparticularês.Os ventos, pa$sandopor um grandeplanode água, chegam com força de temPestade, carrsgândosal e grãosds areiaabrasiva. ó4
  • 61. Paranosprotegerdessesventos,escolhemos a vegetaçãocom: r câscârugosa,comopalmeiras(capazes desuportarojatodeareia); . folhasduras,dotipoagulha,mmoosduros pinheirosde costa,as casuarinas(para resistirao ressecamenlo),ou Tamaríx apetala: . Íolhas carnosas, como Mesem- bryanthemumsp., Coprosmarepens, agave,e Eupltorbias,{que retém a umidade). O melhorguia,quandoescolhemos espécies,é a observaçãode espéciesbem- sucedidasquejá cresçamna árealocal.A figura2.17mostraumapossívelseqüència deplantioparaa costa. lsolamentotérmico Arbustose vinhasplantadospróximos aumprédioprotegem-nodoventoe,também, adicionamumaáreade ar isolanteentreo prédioe a vegetação,paraa conservaçãode calor. A nevetambémé um bomisolante térmicoparaosprédios,seÍoramontoadano telhadooucontraoladodasombradaparede, reduzindo,assim,oscustosdeaquecimento. Arbustose árvoresajudama mantera neve emáreaspreÍeridas.A neveacumuladasob quebra-ventosisolao solo,garantindourna Plntrno Flgun 2.17 Exemplode sequânciâd€ dantio parao litoral temperaturamaisequilibrada(agindo,maisou menos,como o mulch).Nevederrete lentamenteem diasde sol,garantindoum aquecimentolenlodo solo.Dependendodo queforplantadopertodo cintoprotelor,isso podecausarumefeitonegativoou positivo. Bulbosdeprimaveraflorescemmaistardedo que bulbosplantadosem ambientesde derretimentorápido" EstratégiasEspeciais Plantasemformadevinhas,coberturas rasteirasearbustossãomuitoúleisnocontrole do microclima. Vinhase Treliças Emáreasmuitoventosas,amaioriadas plantassoÍrecoma faltade abrigocontrao vento.Asoluçãomaisrápidapossível,nesses casos,éconstruirtreliças(grades)emângulm quaseretosemrelaçãoàsparedesdacasa. Taistreliçastêm um eÍeitomúltiplo:elas separamosespaçosrecreativo,dejardimou áreasdeseruiço;previnemo Íluirde ventos friosjuntoàs paredes(funcionamcomo armadilhasde sol); e em si me$mas, apresentamumaestruturabásicaparao plantiodevinhas.Estruturasdetreliças@m curvar-sea partirdos cantosda casaou, simplesmente,quebrara Íachadadeprédios institucionais(escolas ou prisões), oportunizandovárioslocaisparâbancos, gramadose jardins. #il$ro ó5
  • 62. Freqüentemente,grandesPrédiose estradasconvergemparaproduzirtúneisde vento.Rochasgrandes,árvorese arbustos, as treliçasos transÍormamem um acesso sinuosoeprotegido,bloqueandopoeira,frioe barulhocomoeÍeitoextra.lssoé realpara todosos acessosde aulomÓveis,ruasde serviçoetráÍegomenor. Alémdopotencialparaquebra-ventos, asvinhassãodecrescimentorápido(4.5- 6 m/anoemclimasquenteseúmidos)epodem serusadasparasombrarápida,enquantoas árvoresestãocrescendo.Seiacuidadosona seleçãodasespéciesccirretasparaasituação e o clima,poisvinhaspodemse tornar invasorasedifíceisdeerradicar,umavezque estejamestabelecidas.A podapodeseruma alternativanessescasos.Algumasvinhas crescemno concreto,madeiraou telhas, esquadrias,canose calhas.Então,é melhor descobriras característicasdas vinhasem particular,antesdeutilizá-lasnodesign. Vinhastêm boas ProPriedadesde isolamentotérmico,se colocadassobre telhadoseêmparedes.Vinhasgrossaspodem reduziro acúmulode calorematé7$o/oê à perdade calorem até 3A"/".Em regiões temperadas, hera (Hedera helix, H. corymbosa)temsidousadaporcentenasde anosparao isolamentotérmicodeprádiosde tiiolo,no verão e no inverno.Vinhas caducifóliascomoavideira,Wisteriafloribunda e Parthenocissusquinquetolta,podemser colocadasparasombrano ladodo sol das casase jardins,êffi regiõestemperadas, quentesouáridas. Coberturarasteiracomomulctt Solodescobertoé muitomaisquente, oumaisÍrio,dependendodevariaçãosazonal, do queo soloprotegido.Na primavera(em climastemperados),quandonovosplantios estão a caminhoe o solo Precisade aquecimento,pode-sedeixá{odescoberto;de outraÍorma,a lerraficamelhorcoberla,com mulchecoberturasvivas.Coberturasnaturais (capim,plantasrasteiras)e mulch: . reduzemo aumentodecalor,evaporatdo águae sombreandoo solo; ', , r nãoreinadiamcalor(comoosplásticose ospavimentoso Íazem); . protegemo solodaerosão; o nãoreÍletemluz;então,podemserusadas parareduziro reÍlexo; r rnâÍìlémosoloquenteouÍrio,dependendo dotempo; r âsBÍTìCOmObarreirascontraasdaninhas (emboraumareliradaocasionalpossaser necessária). Coberturas não-grarníneassão plantadasabaixodasárvores(frutíÍerasiovqn-s crescempoucono capim)comoumïnulch vivo".Dependendodoclima,essascoberturas podemser Dichondrarepens,Dolichos, Lupinusalba,eplantiosvolurnósosdetagêtes- SeacoberturadosoloÍortambémumavinha, elapodesercortadadetemposêmtempos- Um'legumenativoouocorendolocalmenleé muitoútilparaaÍixaçãodenitrogênio. Árôusfos Arbustossãoumenvelopedeumiôade à voltade umaárvoree podemprotegerda geadaemáreasmarginais.MiriameJimïyler, ãm umaregiãomarginafda NovaZelândia, plantaramtagasastea umadistânciade0,6i- 0,9 metrosdos abacatesparaprotêgsras árvoresjovensdageada.Ostagasastesforam podados2ou3vezesparalenhaeparamulch em voltadas árvores,duranteo verão; eventualmente Íoram corlados completamente. Arbustossão,também,bonsdivisores de jardime são usadosparaa proteçãodo vento,especialmenteem jardinscosleiros. Espéciesapropriadasdevemser escolhidas paraeliminaro temp gâstoem podae lida comas raízes. Arbustoseatémesrto"ervasdaninhas" existentes,usadoscoinovegetaçãoprotetora, Íomecemmulch,sombra,fixaçãodenitrogônio e proteçãoconlraa geada,ventoe animais. Na costa norteda NovaZelândia,lan RobertsonplantouCyphomandrabetacea 66
  • 63. :omercialmente,dentrode gorse(Ulex) :ortado,enquantoque Dick Nicholls Cesenvolveuuma seqüênciapara o estabelecimentodeflorestanativaemterritório nvadidoporgorse.Ambosestãousandoessa ervadaninha,jápresente,porsuasqualidades oositivas(mulch,melhoramentodo solo, proteçãocontraa geada),cortando-aem períodosdequatroanosàvoltadeumnúcleo Je plantiodas árvores.Gradualmente,as árvoressombrearãoo gorse.O mesmopode serfeitoemáreasmaioresdeamoras. 25 SOLOS Na Permacultura,os solosnãosão consideradosum fatorlimitantesevero.A ecologiado solo,com tempoe atenção adequados,pode ser modificada ou melhorada.Oslocaisparaa casae a ZonaI nãosãoselecionadospuramentecombase nosolo.Seexistirembonssolosemumaárea emparticular,e a maioriadosoutrosfatores constituÍremumalocalizaçãoboa,coloquea casaeojardimnesseponto,paraadiantarum oudoisanosdetrabalho. Poucossolossão totalmentesem valor;sempreexistemespéciespioneiras,para começar.Amêndoase azeilonassedãobem emáreasrochosascommuitopoucosolo; Ribesnigrumcresceemsoloscomdrenagem pobre;Vacciniumsp.emsolosmuitoácidos; e Gleditsiapodeserplantadanossolosmais alcalinos. Emqualquersítio,umainspeçãobásica dosoloénecessáriaparadescobriropH(para pomare jardim),a capacidadededrenagem eostiposdevegetaçãojácrescendonolocal. Apartirdaí,podemosdecidirasespéciesque precisamosplantareotipodemelhoriadosolo queprecisamosfazer,dependendodaescala nousodaterra.Obviamente,o maioresforço seráfeitono jardimda casae no pomar, enquantoqueáreasmaisdistantesirãoreceber atençãoemescalamaisampla. SolonuésolodaniÍicadoeocorreonde as pêssoasou animaisintroduzidoslenham interferido,negativamente,no balanço ecológiconatural.Umavezqueo solotenha sidodesnudado,eleé facilmentedanificado pelosol,venioe água.Arar,então,danificaos processosdavidanosolo,e pode,até,causar perdasmaisextensas. Os três maiores enfoques da Permaculturaparaa perdamínima,os quais adicionamnutrientese arejamo solo,são: r plantar florestas e arbustos para reflorestamento; o usâÍ arados que não reviremo solo (condicionamento); r €ncorâjarformasde vida,especialmente minhocas,paraarejarsoloscompactados (mulche compostagem). Os dois primeirostratamde áreas grandes;o úllimo,de áreaspequenas.As florestas e condicionamentodo solo, produzemseu propriomulch,enquantoque estepodeserintroduzidoemjardinspequenos. Freqüentemente,as planlasinvasoras das quais reclamamos(lanlana, Arctotheca calendula, Verbascum lhapsus, Çnicus benedictusl)são uma indicaçãode dano. Algumas delas são pioneirasê irão, eveniualmente,modificaro solodeÍormaque outrasespéciespossamcrescer. A marcade um bom solo é o nível adequadode umidade,oxigênio,nutrientee matériaorgânica.Solos são Íormadose alimentadospor um processocícfico,das raízesdasplantassugandoáguae nutrientes mineraisdo subsolo,coma quedadefolhas, frutâse outrosdetritos. Ospassosparaa reabilitaçãodosoloincluem: r pÍêvêÍìira erosãocobrindotodo o solo exposto,reflorestandoáreascompotencial de erosão (como encostasíngremes, bancosde riachos,rggose bancosde estradas),e controlaro escorrimenlo superÍicialda água,usandocanaisde inÍiltração,drenosdivergentesou arado 'chisel".São usadas,ainda,espéciesde plantaslocaisde crescimentorápido. Troncostambém podem ser colocados em nÍvel para captar lodo e água, com plantascolocadasatrásdeles; 67
  • 64. o adbionarmatériaorgânicaaosolo.Grande escala:plantiosdecobertura,pfantiospara estercoverde.Pequenaescala:restosde cozinha,vegetaçãomorta; o aÍoÍara terracompactadae promCIvero arejamentodo solo.Grandeescala:ara- do Íormão ê máquinas Para o recondicionamenlodo solo.Pequena escala:aÍofandocomo Íorcado; r modificaro pH ou plantarespécies adequadasàs áreasde pH específicas (maiseconômicodo quemudaro PH). Solos ácidos:carvãoe cal, gesso, magnesitae dolomita,sãousadospara, lentamente,Íazersubiro PH.Solos alcalinos:usefosfatoácidoe urinapara potássio.Paratodosos solos,sanguee ossos,estercose compostoaiudama lrazero pHdevoltaaoneutro; o corriQirdeficiênciasem nutrientescom mineraisorgânicos(manganês,ÍósÍoro, potássio),êstercosanirnaise eslercos verdes. Sementes Peletizadasê pulverizadoresfoliaressão formas econômicasde adicionarnulrientês orgânicosàsplantas; r êncorâjara atividadebiolfuica;minhocas e outrosorganismosdo soloindicamum solosaudável. Emgeral,ossolospodemsercriados oureabilitadospelosseguintesmétodos: o mâoêjodeplantase animais; o Gondicionamenlomecânico(grande escala); . construçãodesolo(escaladeiardim). llanefo de plantase animais O manejodeanimaisparaminimizara compactaçãoe o excessode pastagemó partedaconstruçãoedapreservaçãodosolo. Emterrascomerosãosevera,aexclusãototal de animaispodeser nêcassária.Alguns produtoresintroduzemminhocasnas pastagense plantamespéciesde raÍzes profundas(rabanete,chicória)paraquebrare arejarossolos.Rabanetedaicon(Rapltanus saÍÍvus),leguminosas(árvoresou arbustos), minfrocase associadosàsraÍzesdasplanus (rizóbia),todosareiam,supremnutrientesou constrósmsolopelaquedade fofhas,spela açãodasraízes. Mulch,plantiosdecoberturae ptantb deestercoverdeprevinemerosão,adicionam matériaorgânicae nutrientêsao $olo, protagemdbs extremosde calor e Írio e protegema águaconlraevaporação. Existemduascategoriasde mulch:o umorto",quefoi seco,decompostoou está morrendo(palha,Íolhassecas,vegetação recém-cortada);e o ïivo", quecrescesobas árvorese arbustos.Mulchmorlodeveser coletado{algumasvezes,de váriosbcais), enquantoque o mulchvivo necessitade maneio(semeadura,cortee,ocasbnalrnenle, ressêmeadura). Plantiosde cobsrturasão aqueles plantadospar,aprotegerosolodepoisqueum planüoprincipaltenhasidocdhido.Emclirnas temperados,são usualmenteplantadosno invernoe incluemcênleio,Viciasp.,trevo, trigão(Fagopyrum),lupin(Lupinusl,cevada, aveiaetc., que podemser colhidosou reinlroduzidosno solo paraaumenlsra matériaorgânica. Estercosverdes são Plantados, especificamenle,paraamelhoriadosolo.Sâo, geralmente,leguminosas,suprindocarbonoe nitrogênioparao solo(caupr-Vignasnensis), trevo,ervilhaca,lupins,Vicia,Dolichosl. Planliosde legumessãousadosparamubh ou introduzidosno solo antesdas plantas arnadureerêm,paraaproveitaraliberaçãodo nitrogrôniodasraízesàmedidaemqueadarïta mon€{selheÍor permilidoÍlorescere formar sementss,a rnaiorpartedo nitrogânioá utilizadanoprocesso). Recondlcionamentodo solo emgnnde escala Hojeemdia,naAustrália,naEuroPae nosEstadosUnidos,sãofabricadç "arados chisel(escartficadoresouaradeÍormão),que arejame afoÍamgrandesáreasde solo.Um discocircularcortaosolo(quenãopodse#r muitosêco,nemmuitomolhado)e o corteé seguidoporumahastedeaçoe umasapata subterrânea,quê abre o soloabaixoda ó8
  • 65. superfícieparaÍormarumabolsadear,sem virá-lo(Figura2.18).Ao contrário,CIsoloé levantadogentilmente.A chuvapenetrae é absorvida;astemperaturasdosoloaumentam; raízescrescem,morreme Íormamhúmus:o territóriovoltaàvidanovamente. Nãohánecessidadedeiralémde10cm deproÍundidade,noprimeirotratamento,ede 15a 22cm,nostratamentossubseqüentes. As raízesdasplantas,nutridaspelocalore peloaç irãopenetraraté30cm,napastagem, e maisainda,nasflorestas. Sementespodemser semeadasnos estreitoscortes;legumessemeadosdessa formagoduzemumamlheitadeestercoverde ouumacolheitarecorde.NenhumÍertilizante ou aditivoé necessário,bastamo eÍeito benéÍicodo ar presodebaixoda lerra,e o lrabalhoconsecutivoda vidano soloe das raízesno solo reaberto.Todavia,em solos severamentedegradados,urnaadiçãoinicial defosfatooudeelementossecundáriosmuito deÍicientespoderiaserusada. Umavezqueo soloestejanocaminho devoftaàsaúde,árvoresdeplantiosdecampo podemsersemeadas.Umaestaçãogastaem trazerosolodevoltaàvidanãoéumaestação perdida,poisas árvoresrespondemmais vig<rrosamenteàs novascondiçõesdo solo, compensandoo tempoperdido:umaoliveira ouumaCeratonia,lutandoparasobrevivernas condiçÕesoriginaisdosolocompactado,irão crsscer90cma 1,2m,no solomelhorado,e poderão,até,frutilicarem 3 ou 4 anos,ao contráriode'l0a 15anos. Só existeumaregrano padrãodeste tipode ?rado":conduziro tratore o arado- "chisel'ligeiramenlemorroabaixo,a partirdo valeemcortestransversaisà inclinação,em direçãoàs cristas,Íazendo,assim,umâ "espinhade peixe"na terra.Os cortes, centenasdeles,setornama ÍormamaisÍácil parao movinpntodaágua.Devidoaopequeno distúrbioda superfície,as raízesa protegem da erosãomesmoapósa passagem;a água é absorvidae os processosde vida são acelerados. Os resultadosda reabilitaçãosãoos seguintes: r solosvivos:minhocasadicionamseu estercoalcalinoe agêmcomobombas vivas,sugandoare nitrogênio; r solosÍoÍose abertos,atravésdosquaisa água penetraÍacilmentecornácido carbônicoe húmicofracos,liberandoos elementosdo soloparaas plantase aliviandoasmudançasdopH; r soloarejado,quepermanêcemaisquente noinvernoe maisfrionoverão; r $olo abscrvente,prevenidoso fluxo superficiale a evaporaçãorápidaparao ar. O materialvegetalsugaa umidade noturnaparausoposterior; . raízesmortascomoalimentaçãopara plantase animais,fazendomaisespaços dearetúneisnosoloefixandonitrogênio comopartedociclodedecomposição; . Íácilpenetraçãodas raízesdas novas mudas,sejamanuaisouperênes; . mudançapermanentedosolo,ssestenão fornovamêntepisoteado,roladoe batido, aradooudegradadoporquímicos,devolta a umestadosemvida. O queos condicionadoresde solo conseguêm,Fukuokalaz complantasde raízesprolundascomoo rabanetedaiconea alÍafa,sendoque seu sistemanão foi compactadopor máquinaspesadasou animaisdomésticos.AtémesmoraízesÍorles nãoconseguemquebrarsubsolosduros. õ9
  • 66. F-1. +, '-.I',.r i'l=a .u't. k S.prrr Flgura 2.18 Arado ïormão'. (A) Eixo principal (do CondicionadorWallace) (B) Na pastagem:3 e 4 seguènciacom proíundicade húmus{18 cm) em duassstaçÕes. Construindoumsolodeiardim Jardineiros,normalmenle,constróêmo solocomumacombinaçãodetrèsprocessos: o cantêiroselevadosourêbaixados(moldar a terra)paraaiudarnaretençãodeágua, nadrenagême,emalgunscasos,nivelar cuidadosamênteos canteirosparauma eÍetivairrigaçãodealagamento; de corte aumentandogradativameniecriam solos ricm em r misturandocompostoou mateÍiais húmicosno soloe, também,fornecendo argila,areiaounutrientesparaalcançaro balanço; r usarmulchparareduzirasperdasdeágua ê oseteitodosoloudaerosão. JardineirosPodem,com esses métodos,criarsolosem qualquerlugar. Técnicasaliadasdemandamplantartais materiaisparacompostoou chorumede 7A
  • 67. estêrcos,comosebes,ervasou plantasde folhamacia(ex.:confrei)empontosouÍileiras dentroou emvoltadojardim,e pelousode treliças,sombrite(ouÍolhasde palmeira), estufaeirrigaçãodeescorrimento,pararegular oeÍeitodovenlo,luzoucalor. Omulchdeveriaserreconhecidocomo um dos custos iniciais maiores,no desenvolvimentode uma Permacultura. Emboramateriaisconpalgas,vagensdeÍeijão ou grãos,palhae eslercosanimaissejam muitobaratos(ougrátis),o transportee a aplicaçãopodemcustarcaro,geralmenteem mão-de-obra.lsso é devidoao volume excessivodessesmateriais.Porexemplo:15 metroscúbicosdeserragemnãodurammuilo, quandousadosem mulchde camadas. Máquinastrituradoraspodemsermuitouteis parao mulchdirelo,usandoa vegetaçãode capoeira,corlesde galhosê cascasda limpezadeterrase docortedemadeira. Consideraçõesclimáticasespeciais Solostropicais Nostrópicos,comoemqualqueroutro lugar,o cultivoemsolonunãoé sustentável. Tenaçosmolhadosetanquesirãosustentara produção,seformarememtornode 15%de todaaárea;paraasáreasacimadet hectare, devemosplantarbordas,sebesearvoredose intercalarcomlegumeslanhosos.Ëmáreas tropicais,emtornode80a 85%detodosos nutrientesvegetaisestão contidosna vegetação;portanto,plantiosnãopodemser sustentáveissemos nutrientesda quedade Íolhasdas árvorese da massade raízes. Organismosdo soloirãoaumentarsomente depoisque arbustose árvoresestejam estabelecidos. Solosdeslituídosda vegetação, provavelmente,necessitarãodecálcioesílica, entre outros nulrienlesque escapam Íacilmente,cornoo enxofre,o potássioe o nitrogênio.Inicialmente,fosÍatos(como estercosdepássarosoupódepedra)podem, também,ser adicionados.Experimenteum pou@depódecimento,usebambuouvagens degrãosem.jardins,paraadicionaro cálcio ou a sílica.Parao nitrogênioe o potássio, planteárvoresleguminosase adicionesuas Íolhasao solo,se necessário,na formade estercos animais. Restrinjaplantios agricufturaispara2A"/"da coberturatotalde plantas,preferivelmentecomoÍaixasem sistemasÍlorestais;issoirá criarsolose prevenira perdade nulrientes.Atémesmo pastagensnecessitamde grandesárvores leguminosas,comumespaçamentoemtorno de 20 a 30metros(ou20a 40,porhectare) parasustentara produção.Acimade tudo, mantenhaasencostascom15eoumais,em terraçosouflorestas,parapreveniraperdade soloe evitarumaerosãosevera. Solosde terrassecas A maiorcaraclerísticadossolosáridos ésuaalcalinidade(pH8.0-10.5),causadapelo cálcio, magnésio ou sais alcalinos (carbonatos)evaporadosdasuperfície.Assim, descobrirêmosque mineraissecundários {zinco,cobre,ferro}quasenão estão disponíveis,de Íormaqueos sintomasde deÍiciênciasê moslramemambos,planlase pessoas.Umavezqueanalisamososolopara tais deficiências,poderemosutilizara pulverizaçãoÍoliare,paraaterra,compostoe mulch. Emterrassecâs,ohúmusdosolopode rapidamentese decompor(solossecos, rachados)em nitratoscom calore água, proporcionandoem afgunscasos,um fluxo letalde nitratoparaas novasmudas.Mulch (notopodo solo)e as raízesdas árvores previnem,ambos,as rachadurasdosoloe o eÍeitodoaumentorápidodetemperaturaque cozinhamasraízesdasuperfície. Emjardinsdomésticos,ossolospodem sertratadosemp€quenaescala.Ondeaareia (muitadrenagem,semabsorçãode água)é umproblema,bentonita(umaargilavulcânica fina,queinchae retémágua)podeser de grandeajuda,alémdecanteirosirrigadospor alagamento.Assim,ondea argilaé problema por absorçãode água,adicionargipsum permiteà águapenetrarmaisfundonas partículasdeargila.Ondesolossalinizadosou águassalobrassãoumproblema,oscanteiros devemser elevadosde Íormaa gue o sal possadescer,saindodos canteirosde crescimentoparao caminho. 7l
  • 68. 2.6Ácua A disponibilidadede águainfluinotipo de Permaculturaparaum determinadosítio. Eladependedosseguintesfatores: r distribuiçãoe regularidadedas chuvas locais: . drenageme retençãodeáguado solo; coberturado solo(vegetação,mulch); animais(densidades,espécies);e plantas(espécies,requerimentos). Figura 2.19 Drenosde divergênciaÍluemdos córregos para açudes,ou colelam o escorrimenlosu perÍicialde água. asles são imporlanles paÍa qualquersistemade coleta de água da chuva. Emborao primeirofatorsejaÍixo,os outrostrêspodemsercontrolados. As prioridades,em qualquer propriedade,devemser as de identificaras Íontesde águae rêservarsítiosparao armazenamento(açudes,tanques).OndeÍor possível,utilizarosbenefíciosdainclinaçãodo terreno (ou tanques elevados)para proporcionaralimentação,porgravidade,para ospontosdeuso. Ajustandoespéciespara sítios especíÍicos,reduzimosa necessidadede água.Porexemplo,oliveirase amêndoasem encostassecasnãorequeremágua(alémda chuva),umavezestabelecidas. Armazenagensde água para a produçãodepeixeseplantassão,usualmsnte, estruturasdesenhadasdiÍerentemente daquelasplanejadassomenteparao estogue deáguaparaa irrigação.Porexemplo:o uso demuitostanquesmenoresé maisadaptado à produçãode peixesdo queaosgrandes estoques.Fundosvariados,de 75 cm a 2 metrosde profundidade,servema muitos peixes, enquanto que tanques de armazenagemnecessilamde 3 a 6 metros de proÍundidade,paraseremúteisem propriedadesgrandes. Captaçãoe distribuiçãodeágua PodemoscaPtaráguada chuva{na superfÍcieounosubsolo),vertentes(Íluxode água subterrânea)e cursos d'água permanentesou intermitentes.Paratrazer essaáguaparaasáreasdearmazenamento, usamoscanaisdedivergência(impermeáveis ou selados),canosa partirda verlsnte, telhadosouqualqueroutrasuperÍícieselada quecoletechuvadiretamente. Canaisde divergênciasão drenos gentilmenteinclinados,utilizadosparadirigira águaparalongedosvalese riachos,para dentrode sistemasde armazenamenloe irrigaçãoouparadentrodecamasdeareiaou canaisde infiltração(Figuras2.19e 2.20). Elessão construÍdospara fluir,depoisda chuva,e podemserfeitosde Íormaqueo excessode um açudeentre no canal alimentadordopróximo. Oerrarnarnonloocorrecobreo cmlhlo prn bâirodolÕÍÍ.no Figura 2.20 Um plásticoou lona apoiadade um hdo pebs bordas dos canais. Do oulro lado stpoÍtâda poÍ corïantss, Íormam uma barragem t3mgo- rária, causando a cheb do canâl para iniga ção abaixo da encosla. *-*sË:=ã _ì ..'{- - 72
  • 69. Plantaeque apreciama Ëecorrimenlo coleiado J($ #t /;".t; "z ffy''; Vinhaa e laguminosac rarteiral Infiltraçãoatnumou doir diar Figura 2.21 Canaisde inÍiltraçâosm curva de nível não pennitem o movimenlo da água; primeiroarmazename em seguida infiltram. Estes canais são planlados com árvores ou aôustos no lado interior. A chuvadiretapodesercapturadapor grandesáreasdetelhado,eslradasasÍaltadas ou, até mesmo,em regiõesáridas,por encostasseladasdirecionadasaostanques. Canaiede inÍiltração(Swates) A absorçãoda água no solo é conseguida,geralmente,pelocondiciona- mentodo solo e pelo uso de canaisde infiltração(swales).Swalessãoescavações longase niveladas,qug variammuitoem larguraetratamento,desdepequenosbancos emjardins,pedrasempilhadasemnívelcontra a inclinaçãodo lerreno ou valas deliberadamenteescavadas,em paisagens pfanasedepequenainclinação(Figura2.21l. Comosistemasdecondicionamentodo solo,osswalestêmo objetivodearmazenar águanossolosou sedimentosabaixo.Eles Íuncionaminterceptandotodoo fluxod'água sobrea superfíciedaterra,paramantê-lopor algumashorasoudias,edeixaraáguainÍiltrar- selentamente,comorecarga,denlrodossolos ê sistemas de raízes. Arvores são componentesessenciaisem sistemasde plantiocomswales,especialmenteemregiões áridas(parareduzira acumulaçãodesais). cullurae do foijõer, mandiocr, banana ou plrnlat quc necerrhem ryFigun2.ll A distândaenlreos canef de infittraçãoemteÍrasá*tas ó maiordo qu€ om dimas úmklos.Eeleecanaigprodu- zem legumirnsasÍorngclras o ánores resitilentes.O ecpaçoontrool€opodegorooÍnoadocomcafino ou ceraaisaÉs aschuvag. 3 O a l O O m mulch 73
  • 70. Swalessãoconstruídosemcurvasde nívelouemlinhasníveisdaagrimensura,pois nãosãoÍeitosparapermitirofluxod'água.Sua Íunçãoésomenteademanteraágua.Assim, suabaseéarada,adicionadadecascalhoou areia;éafoÍadaouadicionadadegesso,para permitira inÍiltração.A terra retiradana escavaçãoé,normalmente,deixadacomoum banco(ribanceira)abaixoou(emáreasplanas) espalhada.A águavemdasestradas,áreas detelhado,excessosdotanque,sistemasde águacinzaoucanaisdedivergência. Adistânciaentreessesswalespodeser de 3 a 20 vezesa larguramédiado swale (dependendodapluviosidade).Dadaumabase paraoswale(de1a2metros),oespaçoentre elesdeveriaserde 3 a 18metros.Nocaso anterior(3 metros),se a chuvaexceder127 cm;e, no outro,seriade 25 cm ou menos. Em áreasúmidaso espaçoé Plantado completamentecom espéciesfortesou produtorasdemulch.Emáreasmuitosecas, podepermanecermaisou menosdesnudoe existirsomenteparalevara águaaté os swales,coma maiorparteda vegetação plantadanosbancos(Figura2.221. Aposumasérieinicialde chuvasque penetremum metroou mais,árvoressão semeadasou plantadasemambosos lados dosswales.Fsseprocessopodedurarduas estaçõesdachuva.Poderá,atémesmo,levar emtornode3 a 10anosparaquefaixasde árvoresfaçamsombraà basedo swalee inicie-sea acumulaçãodefolhas.Navidade umswatenão-plantado,a absorçãodeágua podeserlenta,masa eÍiciênciadaabsorção aumenlacoma idade,devidoaoseÍeitosdas raízesdasárvorese dohúmus. Swalessãousadosem terrasáridas para coletar lodo, recarregar_aágua subterrâneae retardara erosão.Emtodos essescasos,elestambémservemcomo áreasdeplantio. Tanquese açudes A maiorparteda águautilizávelé armazenadaemtanquese açudes.ïânques sãoÍeitosdetelagalvanizada;concreto;Íerro- cimento;madeiraouargila(reboco),epodem coletaráguadotelhado;doÍluxosobreuma superÍícieseladapara um cata-lodo(se necessário)oubombeadadeumaçude. Os menoresproblemasassociados comtanquessãoresolvidosfacilmente.Para mosquitos,Gambusiaou oulrotipode peixe pequenocomedordelarvassãointroduzidos, ouotanquepodesercompletamenteteladoe coberto.'Aentradaé teladaparaexcluiras Íolhasquevêmdo telhadoou da superfície sefada(Figura2.231.Algumaspessoasnão gostamqueaalgacresçanointeriordoslados e dofundodotanque;todavia,essacamada veludosaé compostadeorganismosdevida, ÍiltrandoepuriÍicandoaágua.Ocanodesaída daáguadeveriaestar,nomínimo,a 6 cmdo fundodotanque,deÍormaa nãoperturbara alga. Figura 2.23 - Duas Íormas de rejeitara primeira água do lelhado (para lavagem).Ambos os sislêmas são reajusladosautomali- camenlequandoesvaziados. graaao paÍa alwazi!Í à lal. fraÍa caruata | çada tlora (troda a-. truttado lroÍ umâ paquont . .-ì:toÍT.l(.) . . 74
  • 71. Pequenos açudes e tanques subterrâneostêmdoisusosprimários.O uso menoréo deproverosanimaisdomésticose selvagens,assimcomoo gado,depontosde bebida.O segundoe maiorusoé o do armazenamentodo excessode águapara períodossecos(usodoméstico)ou para irrigação. Eles necessitam ser cuidadosamentedesenhados,comrelaçãoa Íatorescomosegurança,coletad'água, inserçãonapaisagemtotal,sistemasdesaída e posicionamentorelativoàs áreasde uso (preferivelmente,utilizandoagravidade). Canaie r 51F3o Íí ,tl ', t' 5l Sangradouros I I dirigidorpanopróximoaçude Corteaolongodeumalinhadecriela primária Figura2.25 Âçudesdê pontade cÍistasãoconstruídos emáreas$anasde encostas. Canais de infiltração captam o escorrimento do topo doo morrol o dirigem'no para o açude de "eela". On canai* eão íeitoe a 1:250a 5@ de queda Coíe Flgura 2,24 Açudes de sela são úteis para controlede íogo, vida silvestree inigação pequena.é a Íorma mais alta de açude em uma paisagom que coleta escorrimentosuperÍicial(runofÍ) Sangradouro (raída) Canalfl I I Canalde tt t, .{ / infittraçõo. (entrada) Ponto Figura 226 Açude de pontochavs.Se úilizadosam sê ries não exigem ladrão, e o excessoé dirs. cionado para o próximoaçudee, eventuaF menle, para um córrego.l.nilizadoparasaste. mas de irrigaçãopara encostasrnaisbaixas. ---)e---*- CorletranversalA-A /)
  • 72. Armazenamentosdeáguaabertossão maisapropriadosemáreasúmidas.Existeum perigo,ondearmazenamentossemelhantes, criadosemáreasáridasousub-úmidas,terão efeitosnegalivos,poisa evaporaçãode armazenamentosabertos,inevitavelmente concentrarásaisdissolvidos. Estessãoostiposcomunsdeaçudes e seususosempaisagensúmidas: Se/a;açudesdeselasão,geralmsnte, oarmazenamentomaisaÌtopossível,emselas ou baixadasno per{ilda linhade cristados morros.Podemser totalmenteescavados abaixodo soloou emparedadosem um ou ambososladosdasela(Figura2.24r,sendo usadosparaa vida selvagem,gado e armazenamentoalto. Pantade cristaou "ferraduraiaçudes- Íerradurasãoconstruídosem subplatôsou cristasplanas,geralmente,emumalinhade cristadescendentêê abaixodosaçudesde sela.AformaétÍpicadeumaÍerraduraoupé decavalo.Elespodemserbemabaixodonível dosoloouemparedadoscombancosdeterra (Figura2.25|,com os mesmosusosdos açudesdesela. Linha-chave:açudesdelinha-chave localizadosnos valesdos cursosd'á secundáriosoumenores-Sãoconstruídos pontomaisaltopossíveldo perfildo esselocalpodeserjulgadoa olho,r umacurvadescendenteirá,então, todososoutrospontos-chavenovaleprinci (Figura2.261.Os usossâo,primariame osãearmazenaráguaparairrigação.Note umasegundaou terceirasériePode abaixodessasériePrimáriade açu direcionada paíaaçudesderepresamaiores' êqueoladrão(escorredouro)doúltimoaçub emumasériepodeserdirecionadoemcurve de nívelparaencontraro valeprincipal' eÍetivamentealimentandoo excessopara cursosd'água(Figura2.27.Açudes represasão perpendicularesa um curso d'águapermanenteouintermitenlee,poressa razâo,necessitamde ladrõesamplose de umaconstruçãocuidadosa. lníl ,ryI I Figura2.ZT- O sistemade linhachavede P.A.Yeomans,oíereceinigaçâoa provade socasparaÍazendas.Commanutençâoe cuslosde operaçãomuiiobaixos,seuslivrosabordamo designparaeÍiciênciahidráulicaparafrazerdas,aoassoa, cinturõesde árvores,melhoriado solo6 anÍìa:zenâmentode águacrialivos. Ërlrada ao longo d. crlrt. 76
  • 73. Figura2.28 Açudesêm cuÍva de nível são viáveis em fazerda. Açudesdecuruada nível:As paredes dessesaçudespodemser construídasem curvade nívelondoa inclinaçãofor 8% ou menos,ou suÍicientemenleplana.As curvas de nívele as paredesdo açudepodemser côncavasouconvexas,emrelaçãoa linhade quedada inclinação.Os usossão para rrrigação,aquiculturaouvárzeasdeenchenle emregiõessemi-áridas(Figura2.281. Divergênciae armazenagemde águaem terrassecas Namaioriadasáreasde terrassecas domundo,aságuassubterrânease o lençol Íreáticosãosuperconsumidos;agriculturase cidadesdependentesde tais eventos temporáriosestãocondenadasà Íalha.Na verdade,dizemosque,aocontráriodeestarem sendousadaspara o plantiosustentávelde árvoresesistemasÍlorestais,essaspreciosas fontese lençóissãousadas,emsuamaioria, naproduçãodecullurasparaaexportaçãode grãosoulegumes. Finascamadassuperficiaisde água, quegeralmenteaparecemapós1ou2 cmde chuva, podem ser direcionadas perpendicularmenteà inclinação,para armazenamento.Esses drenos de divergênciasão Íeitosde terra,pedra, concreto,encanadosparao armazenamento ou terminarem buracosou várzeas escavadaspararecebê-los.Comoregrageral, taisvárzeasde plantio,terraçosou buracos sãoconstruídosparacaptarolençolsuperficial deáguade umaáreaemtornode 20 vezes suapropria(8 a 10 hectaresde áreasão direcionadospara0,4 hectarede árvorese plantiossazonais). Q--- *---_*.%-ru**.__* F oncoslasde 8 grausou menos,comoparteda sériede açudescla Arvoresnativasou adaPtadassão a melhoropçãoparataissítios;emépocasde boachuva,grãos,melões,ouverduraspodem serplantadosemumabaseoportunista. Quandonosconcentramosno fluxo d'águana superÍície,especialmentenos ambientesfrágeisde deserto,devemos considerarumladrãoousaídaseguÍaparao excessode chuvasou arriscamosa criação de vossorocas(regosde erosão).OndeÍor possívelplantarcapins,umladrãocercadoe cobertode capimirá resistirà erosão;ou podemos,cuidadosamente,construirum ladrão pavimentadocom Pedrasem inclinaçõesíngremesouemterraços. Cadasituaçãoem terrassecas,dado algumestudodo movimentoda água, movimentodeareiae algunsdadossobrea infiltraçãoe o lençolsuperficial,podeser moldadaparafazerum sítiode plantio.Se áreasregeneradasforemprotegidasdos animaise daexploração,árvoresúteiscomo Íigueiras,Morussp.,pistáciose acáciasirão persistire,atémesmo,espalhar-se. 2.7 POSICIONAMENTO DA INFRA. ESTRUTURA IMPORTANTE Os limitesda propriedadetêm sido examinadosdurantea observaçãoe os estágiosde pesquisa,e muitosnichos Íavoráveise recursostêmsidodescobertos. Podemos,agora,lidarcomoulrosfatores envolvidosno posicionamentode inÍra- eslrutura,comoacesso,casae cercas. 77
  • 74. Acesso O acessoparao sítioondeestáa casa e à voltada propriedadeé importanteparao estabelecimentoe a manutenção.Duranteos primeirosanos,materiaissãocontinuamente trazidosparaconstruira inÍra-estrutura. Dependendodo tiPode transPorte utilizado(carro,4X4,trator,carrinhode mão), estradas,trilhase caminhosdeverãoser projetados,íeitose mantidos. O acessodevesersitiadodetalÍorma que necessitepoucamanutenção,poisuma estradamalcolocadacustarámais,emtempo e dinheiro,do que qualqueroutracoisa. Emborao projetodo designvariede acordo como clima,topograÍiae recursosdisponíveis, algunspoucosprincípiossãoos seguintes: p/ canal J ou dron{ P açude1 Água Figura 2.29 - O escorrimentosuperíicialda estrada é dirigi do a uma coletade silte.Estepodeser retira do periodicamenlepara utilizaçãono plantio. estradasdeveriamcorrerem curvasde nível,seminclinaçÕêsíngremesecornboa drenagem,parareduzira erosão.Sepos- sível,em terrenosondulados,elasserão sitiadasno centrode umalinhade crista, de Íormaque a águapossaserdrenada facilmente.Estradasconstruídasem va- les irãorequerermaiormanutenção,es- pecialmenteem áreas de grande pluviosidade. estradasdeveriam,semprequepossível, servirparaoutrasfunçÕes,comoparedes de açudese quebra-fogos.A estrada comoum coletorde águapode,também' ter o excessodirecionadoparaslvalese açudes,ouacumuladoe usadocoÍTlocata- lodoparamaterialdeviveirooumulchpara árvores(Figura2.29). 0,*. - . .- Pormltido elcnrrer P - baixo eobre urnr - - grandoáree y' -'-* rÍüil* erodo Figura2.30- A águadasestradasnasencostasé dirigida paraumcanosoba estradaquea levapara canaisda infiltraçãoparaprwinir a eroeão do sob. diminui do I velocidode I o.nttnquo I raro o rmplol 78
  • 75. 3 nas encostas,uma estradaalla, ou um acesso para o trator, deveria ser estabelecidaparadaracesso,de cima,a todasasáreas(émaisfácilmovermateri- aisparabaixo). 4 estradasmenorese caminhossãofeitos para complementaras estradasde âcesso,em um plano integradono processode design A drenagemda águaé o asPectomais rmportantedacbnstruçaõOeumaebtrada,que Ceveriasermoldadaparaacomodardrenose outrassaídas.Se a água não puderser drenadano mesmolado,com um canaldo ladode dentro,precisaráser canalizadapor baixo(Figura..?.30)paraumdrenodirecionado a umòursod'águaou paraoutraáíea,onde não ocorra eiosão (açudes,canais de divergência,swale). Sempreterminea entradadeaulomóvel subindoemdireçãoà casa,mesmoquetenha querebaixá-loumpouco,paraquefiquenessa situação.Existemváriasrazõesparaisso:a maioiiadasentradasquedesqemparaa casa carregamágua de volta Para a ârea, dificultandoa drenagem.Tãmbém,quandoa bateriado carro está descarregada,você poderáusara gravidadeparaempurrá-lo.Em climasde neve,é sábioter uma estradano sol parao derretimentorápido;o mesmoé verdadeem umclimamolhado,em particular quandoas eslradasestão embarradase escorregadias. Posicionandoa casa Emborao posicionamentodacasavarie como clima,existemcertasregrasa seguire enganosa evitar. Quantomaispróximaa uma estrada principal,melhor.Longasentradasparaacasa são caras, difíceis de manter e dão oportunidadepara um sentimentode rsolamento. Em climasonde o aquecimentoda casaé necessário,escolhao espaçoque recebao sol,especialmenteno inverno.Em áreastropicaisouequatoriais,qualquerespaço é possível,sendo a casa orientadapara receberas brisasreÍrescantes,e não a luz solardireta. Não construaem nenhumaencosta acimade 14eou abaixode 2aou 3e (para drenagemadequada).O meiodocaminhode umainclinaçãogentilé o melhorlocalpara evitar a geada e para receber brisas reÍrescantes. Posicionea casade Íormaque sua Íonte de água esteja mais acima,para alimentaçãoporgravidade.Tambémassegure- se de queresíduos(esgoto,águacinza)não sejamdescarregadosonde irão poluiros cursosd'águaou o lençolfreático'Utilize árvoresou vegetação,como Íiltros ou esponjasde nutrientes. Construapróximoa fontesde energia, sejamelasa lontepúblicade água,energia soiaroueólica.Ëmuitocarocanalizaraenergia dafonteparaa casapoisexisteumaperdade capacidadena transmissão(paraenergias alternativas)e postescarose Íios (fontes públicas).Para as necessidadesde vilas, utilizeÍontescomunitáriasde energiapara economizardinheiro. Utilizea forma do terreno ou a vegetaçãoexistenteparao abrigode ventos danosos,ou localizea casaparaaproveilar as brisasreÍrescantes. Não construaa casa nos melhores solos.ConÍira,também,a drenagemdo subsolo(tesle-a,escavandoumburacodeum metrode profundidade,e encha-ode água; dentrodeumminuto,o rebaixamentodonível deveráservisível). Considere as necessidadesde privacidadeatuaisefuturas;paraevitarbarulho e poluição,ascasasdeveriamserconstruídas à distânciade rodovias principais'A privacidadeéalcançadapelavegetação;para diminuiro barulhodetráfego,sãonecessários bancosde terramaiores,construídosentrea estradae a casa. Emboraa maioriade nós coloquea "vista"comoprioridade,issopodelevara um posicionamentoerradoda casa,usualmenle, notopodeummorro,ondeo acessoé difícile os ventossão freqúentes.Então,é possível que tenhamosque sacrificara vistae, ao contrário,construirum pequenoretirocom assentosconfortáveisnotopodo morro.Você podelevarseus hóspedesatravessandoas ZonasIe ll,passandopelaZonallle chegando aoefeitopanorâmico,ouficaremcasaparaa vista proxima.Você pode ter arbustosque atraiampássarosbempróximosà janela,ou 79
  • 76. um grandetanquecompeixese patos,com umailha,ouduas,ondesemprehaja algose movimentando,semprealgoparaobservar. Emalgunscasos,vocêpodeconstruir paracima,e olharparaa vistadeumacúpula no telhado.Um capitãodo maraposentado podeconstruirumacasacomumapontede proanoalto,deÍormaquea vistaparao mar sejasempreampla.Eleteráumtelescópiona ponte.Quandoastempestadesseaproximam, elesobeparaa cabinedecomandoe saipara a ponte.Eleestáláparaassegurar-sedeque nenhumapedrasurjanomeioda noite! Osenganosmaiscomunsnoposicionamento da casasão: . construirno topo de um morroou crista expostos.Ventospodemvir de qualquer direção,ea casaestáemriscodeincêndio (avelocidadedo fogoaumentasubindoa encosta).Aáguanecessitaserbombeada, aumentandoos custosenergéticos(o maiorcustoenergéticoseráo deaquecer e resfriara casa); o posicionara casana mata,criandouma competiçãoentre a íloresta(e seus habitantes)e você,por luz, nutrientee espaço.A vegetaçãodeveserlimpapara a casa,jardime pomar; . construirem várzeasde rios ou regos (passíveisde enchentese alagamentos); encostas íngremes, terra instável (deslizamentos,lodo,avalanches);aterros (rebaixamento);próximaa vulcÕesativos; próximaao níveldo mar (efeitoestufa aumentaráo nível);ou, de Íato, em qualquerlugarameaçadopor desastres inevitáveis. Cercas Cercase cercadossãoessenciaise as prioridadesdeveriamserdecididascedo,nos estágiosde planejamenlo.Os limitesgerais podemserestabelecidosprimeiro,paramanter Íorao gadoe animaisselvagens.O controle totalde animais(especialmentepequenos animaissilvestres,comogambáse lebres) nãoé possívelemgrandeescalaedeveriaser conÍinadoàZonaLApartirdessacercainterior Íorte,comlelapequena,oulrascercaspodem ser construídas,à medidado necessário, possivelmentecercando a Zona ll, eventualmente(comtela maiorou, mesmo, aramefarpado,arbustosespinhososoucerca elétrica).Asprioridadesdevemincluir,também, galinheiroe pomar. No lugarda cercade arame,esPécies não comestíveispodemser,com o tempo, plantadasem linha.Uma cercavivadensa, espinhosa,comumamuradadepedrabaixa, évidualmenteimpenetrávelparaamaioriados animaise sãousadasportodoo mundo,onde o arameparacercasé muitocarooudiÍícilde encontrar.Cercas,fossos,murosde pedrae cercasvivasnãodeveriamÍuncionarsomente como conÍinamentoou proteção,mas ter, também,outrosusos.Cercasservemcomo treliçase muros de pedra como áreas especiaisde amadurecimento.Cercasvivas fornecemproteção,frutos,nozes,forragem animal,Íorragemparaabelhas,habitatpara pássarose produtosdemadeira(bambu).Em climastemperados,umacercavivamistade tagasaste(crescimentorápido,dá sementes paraasgalinhas,Íonagemdeabelhaeabrigo), Crataegussp. (crescimentolento,resistente e espinhosa,dá frutos,Íorragemde abelhae sítiosparaninhosde pequenospássaros)e avelã {formauma sebe impenetrável,dá nozes)é muitomaisútil do que uma cerca viva de uma só espécie.PlantasdiÍerentes, como as Prosopis,Euphorbiase as acácias espinhentas,cumprema mesmaÍunçãoem áreastropicaise em regiõesdesérlicas. 80
  • 77. . DecidindoPrioridades UmavezqueossítiosParao acessoe :,zrâà casatenhamsidoescolhidos,o plano :,:,JeÍicarmaiscomplexoe concentrar-sena :.eaconstruídaesuascercanias.Eaíqueas ltnas, Setorese a inclinaçãodevemser analisadosemumsentidoamplo(deixandoos :etalhesparamaistarde).Nesteponto,a :calizaçãoda casapoderiamudar,como 'esuttadodessasinvestigações. Setoressão,então,desenhadoscofrlo 3reasque deÍinama direçãodo vento, aspecto,vistasboase ruins,áreassuieitasa :nchenteou fogo,e a direçãodo fluxodas aguas.Zonassãodesenhadasemumplano, r"r " TonazeromarcandoacasaeasZonas a V marcandoáreasde difícilacessoou aumentandoa distância- UmavezquetenhamosamPlamente rcsicionadonossoselementospor zonas' ,"t,ot"t,elevaçãoefunção,iremosmaisÍundo Gnro do proóessode-design,considerando espéciesdePlantase animais. O Planodeveser ProietadoParaser .rsadoeú estágios,dividindoo trabalhoem cartesÍacilmenteatingíveis.Componenles nrportantessão posicionadosnosestágios niciaisdo desenvotvimentoe podemincluir: ruasdeacesso,provisãodeágua,cercasou sebes,sistemasde energia,quebra-venlos, úr" ejardimeviveirodeptantas.Prioridades tã.unâatiaspodemincluircontrolede nlênoio,contróledeerosãoe reabilitaçãodo solo. São necessáriostantasesPéciese númerosdeplantasnCIsprimeiros2a6 anos' queumpequenoviveirodeplantasdeveriaser Jrt"OelàcicioparaÍomecerde4-0O0a 10'000 plantas,que Podemser Postasem um Áectare.Eriquahtoestasestãocrescandoem seuspotese tubos,Podemoscercare orepaàro soto,colocaro sistemadeáguae, ãntâo,plantá-lasdeacordocomumplanode nngoprazo,cuidadosamentedesenhado' A provisãoparaÍuturossistemasde conservaçãodeenergiadeveserdeixadaem ãú"rto,dãtormaque-todaa propriedadeseia àãtnatixOaparasistemasdeágua,sol,ventos ou maré.Mesmoqueestesnãopossamser implementadosnosprimeirosanos,o espaço é ieservadocomplantiosanuaisou usosa curtoPrazo. Quandooconera oportunidadeparaa implementação,as primeirasestruturase de'signsdeveriamser aquelesque geram eneigia; em segundo,aqueles que ãòonõmizamenergia;e som€nteno Íinal' aquelesqueconsomemenergn' APlicandoesse critório, muitas questõesserãoresolvidasporsiprÓprias'por exemplo: Ondedevoconstruira estufa? Considerandosomenteo usodeenergia: r primeiro,juntoàshabitações,comoÍonte becabró armazenamentoe paraplantar alimentos; o sê[fuodo,iuntoaestruturasnãohabitadas' comoÍontedecalor; . terceiro,comopartedahabita@oanimal, comtrocasdecalor,estercoe gazes; o 9, finalmenteou talveznunca,como estruturasenvidraçadasisoladas' Comodevotidarcomo ventoquepreiudica o crescímentonolocal? r Primsiro,plantandoqualquerárvoreou arbusto,r:útounâo(Artemisiaabsynthium' pampas,pinho,Coprosnnrepensqrr seia baratoou grátis,localmente,cresça rapidamente,Possaser Plantadoem esiacasoudivisõese quesobreviva' , $egundo,comamontagemdeestruturas' esflecialmentetreliças,murosde pedrl' Íodsos,bancosepequenassebesportodo oiardim. . Terceiro,peloplantio,emgrandeescala, de semehtesou estacasde esPécies resistenles. 8l
  • 78. . E, por último,com sebes úteis e pêrmanentesplantadassob a protêção dasestratégiasacimacitadas. Qualseráo meuplantioprincipal? Somentepoucasespéciesde plantas sãoválidasparaoplantioextensivo.lgnorando, nomomenlo,o valorcomercial,existemtrês consideraçÕesprincipais: 1 plantiosquenecessitempoucaalenção, aposo estabelecimentodeles(batatas, milho,abóboras,frutasresistentese vinhas); 2 quesejamfáceisde colher,armazenare usar; 3 e,lambém,gueformemumabaseparaa dieta(batatas,inhame,mandioca,milho, abóbora,nozese frutasde altovalor energético). Comercialmente, deveríamos considerar,também,plantiosde: 4 altovaloreconÕmico,mesmoquesejam difíceisdecolher(cerejas,Crocussativus paraaçafrão,bagas,etc.); 5 difíceisde manejar(melões,pêssegos, mamão); 6 raras,comgrandedemanda(ginseng, especiarias,chás,corantes,óleos); 7 ouajustados,particularmenteparao sítio (plátanosde açúcar,gomade cidra, pistácios,castanhad'água,oxicoco, cactos). Oprojetistadeveráestarsemprealerta paraas característicaslocais,microclimase necessidades,procurandoaproveitaroquejá estáno lugar,ao contráriode trazernovas estruturase,assim,novasenergias. 2.8 DTÌSIGNPARACATÁSTROFE Todasas regiõesdo mundotêm potencialparaeventoscatastróficoscomo incêndios,enchentes,secas,terremotos, vulcõesouÍuracões.O melhorquepodemos tazeré projetaro sÍtiocom tais eventosem mente,de formaa diminuiremo danoà propriedadee a perdadevidas. Fogo Ea catástroÍemaiscomum,ocorrendo em períodossecos e ventososapós o aumenlodos depositossecosno piso da floresta.A intensidadedo Íogo dependeda quantidade,tipoe distribuiçãodocombustível, velocidadeedireçaodoventoetopografiageral (ofogoviajarápido,subindoencostas;então, linhasdecristatêmmaiorespossibilidadesde seremqueimadasseveramente).O maior perigoê o calorradiantedalinhadofogo,que mata,rapidamente,plantase animais. O Íogo, geralmente,vem de uma direçãoespecífica(quevariade acordocom a localizaçãoe a topografia),de formaque existe,geralmente,somenleumsetordeÍogo como qualse preocupar.Noenlanto,o Íogo podevirdequalquerdireção;então,é melhor protegera maioriadoselementosvaliososdo sistemaprincipal(construções,habitaçÕesde animais,máquinase pomares). Estratégiaspara lidar com o Íogo incluem: reduziro combustívelno setordo fogo pelo (a) manejodo piso da floresta (limpandodetritos,corlandotroncos mortospara lenha),(b) aparandoou utilizandoanimais(gansos,cangurus) paramantero capimcurto,e (c)ulilizando superfíciesnão-combustíveiscomo estradas,tanquese açudes,mulchem camadasou plantioverde,entreo setor doÍogoeacasa; criar sombras de Íogo para reduziros efeitosdocalorradiantecom(a)estruturas não combustÍveis(tanques,bancosde terra,murosde pedra)e (b) plantiode espéciesqueretardemoÍogo,comolírios, coprosmas,chorÕes,que podemmorreí, masrelardarãoo Íogo(Figura2.31); plantar um quebra-ventode espécies retardatáriasdofogo,parareduziro vento duranteo incêndio(Figura2.32). 82
  • 79. pastagdn fechada quebre fogo de ecpócier Todar atlvldrdcl: baixo leor combuclivcl, tanquec, eitÍad$... Fìgure2.31 O designcombinadoparasegurarçaconlrao logo:barreiras,quebraÍogosmúltiplos,plantassalecionadaspela resistônciaaofogoe reduçãodocombustívelexistentepróximoà casa' Anora, acáciaPrateada Opuntia photinia r rornbrado setor -í doíoso (, C R {r gânaos,galinha d'angola... Figura2.32 Defesacontraíogocomplantiose animaisparasubúrbiose residências' oopÍoÜ|m alfafa carnomlla anuair alcachoíra 83
  • 80. Comoa casaé, geralmênte,a parte maiscarae difícildesubstituirnosistema,é importanteplanejara segurançadela, providenciando: r uÍïìâmuradadetijoloou concreto(até1 metro)emvoltadacasa,semtapetesou capachos; r telasdemetalnasjanelas; o telhadode zinco ou outro material resistenteaoÍogo; . regadoresgrandesnotelhadoeàvoftada casa;e, no mínimo,uma quantidadede águadafonterelativaa umahoradeuso, trazidaÍacilmentepara a casa (Íogo queimamangueirasplásticassuperÍiciais e bombaselétricaspodemfalhafl; r bolasde tênisparaselaras calhas(que podemserenchidasdeágua). Plantasresistentesparaosetordofogo são aqu.elasque combinemas seguintes características:(a)altoconteúdodeágua,(b) alloconteúdode cinza,(c)poucaquèdade detritosoumulch,ouderápidadecomposição, (d)sempreverdese (e)carnudasouleitoias. _ Algumasplantasresistentesao fogo são: figos, chorões,amoras,Coprosma, Monsteraealgumasacácias(Acaciadealbata, A decurrens,A saligna, A sophorae,A baileyana,entreoutras). Algumas coberturas rasteiras resistentesaoÍogoincfuem:maracujá,heras, confrei,taioba,váriassuculentas,ártemísia, Dichondrarepens,espéciesdealoeeagaves, Mesembryanthemum, batata-ãoce, Tradescantiaalbiflora, Allium triquetrum, girassóise abóboras. Terremotos,enchentese Íuracões Em áreas sujeitasa terremotos, construaa casacommateriaisqtredobrem ourespirem(bambu,ferro-cimenlo,madeira). Duranteumterremoto,fujapalaumbarnbuzal; o bambutemumaestruturade raízesÍortes, aqualé muitodifícilderomper. Paraenchentes,confiraos dadosde periodicidadee altura,calcufeumamargem maior,parasegurança,enãoposicioneacasa emvárzeas.Encostasíngremes,quelenham sidodesmatadas,são armadilhasmortais durantechuvasseveras,poisdeslizamentos deterraaceleramrapidamenteparabaixo. Em áreassujeitasa Íuracõesou ciclones,construacommaleriaisflexÍveise façaotelhadodacasacomumânguloagudo emtornode45e,deÍormaqueaÍorçadovento empurrso prédiopaía baixo.Planteum quebra-ventode bambu(inclina-secomo vento)econsidereumjardimdesobrevivência emlocalprotegido.Muitoshabitantesdasilhas doPacíficomantêmtaisjardinscomestoque de plantasimportantesem uma área protegídadailha,deÍormaqueessesjardins possamserreplantados,depoisquetudoo maistenhaidoembora. BIBLIOGRAFIAE LEITURA RECOUENDADA Geiger,RudolÍ,TheClimateNeartheGround, HarvardUniversityPress,NewYork,1950. Chang,Jen-Hu,Climateand Agriculture, AldinePub.Co.,Chicago,1968. Cox, GeorgeW. e MichaelD. Atkins, AgriculturalEcolqy, W.H.Freeman& Co. SanFrancisco,1979. Daubenmire,RexÍord F., Plants and Environment,WileyIntemational,1974. Fukuoka,Masanobu,The One-Straw Rewlution RodalePress,Emmaus,PA, 1978.lmpressãoencenada-disponívelem bibliotecas. Howard,SirAlbert,AnAgriculturalTestament, OxfordUniversityPress,1943. MofÍat,Anne Simon & Marc Schiler, LandscapeDesignThat SavesEnergy, WilliamMorrow&Co.,NewYork,1981. Nefson,KennethD.,DesignandConstruction of SmalEarü Dams,InkataPress,Melb., Australia,1985. Yeomans,P.A.,Waterfor EveryFarm/Using the KeylinePlan,Phone(075)916281 Queensland,Australia. I l i 84
  • 81. CAPÍTULO3 coMPREENDENDoPADRÕes .Ì.1 TNTRoDUÇÃO Desenhosem elevaçãoe mapas ':pográficos Podemser usadosPara :emonstrarvárioscomponentesde uma :aisagem,e não na demonstraçãoda :ualidãdevivaou dinâmicade um sítio'"O rapa nãoé oterritÓrio"(Bateson,1972l. Em paisagens naturais, cada : ementoé pailedeumtodomaior,umateia scfisticadae intrincadadeconexõese fluxos :nergéticos.Se tentarmoscriarpaisagens ,tilizandoum pontode vistaestritamente :bjetivo,produziremosdesignsgrotescose .ão-Íuncionais,porquetodosos sistemas ,,rvossãomaisdoqueapenasasomadesuas cartes.Nossaculturatenta,emvão,deÍinira oaisagemcientiÍicamente,coletandodados extensossobresuasPartes. Essesmétodossãocomoseumgrupo 1ecegostentassedescreverum eleÍante, -:onformea antigalendaSufi: 'Vejabem",disseo Primeirocego, agarrandoumapêrna,"umeleÍanteé como umaárvore". 'Vejabem",disseo segundocego, segurandoo rabo,"umeleÍanteé comouma cobra". E outro,tocandoa orelhado bicho, disse:'um eleÍanteé certamentemuito parecidocomumtaPetegrosso". Sociedadestradicionaistêm usado padrõesparacompreendere interagircom suaspaisagensde ÍormaeÍetiva- esses povosnãoseparama si mesmosdo meio ambiente,masvêemos elementoscomo parentes.Assim,todo o conhecimentoe ciênciatradicionaisÍoramgravadosnaÍorma demarcasoupadrÕesementalhes,tecidos, construçõesdepedraeterraeemtatuagens' Cadatemaé acompanhadoporcançõesou históriasquefalamdo seusigniÍicado;e a música,reforçadapordançassagradaspara asseguraruma memória'muscular'das histórias.AsgravaçÕesimportanteseramde história,sagas,mitosdacriação,genealogias dos ancestrais,navegaçãoe ÍenÔmenos cíclicoscomomarés,otempo,ciclosestelares e colheitassilvestresou plantioscomas estaçÕes.Todos,em sociedadestribais, tinhámacessoa uma boa Partedesse conhecimentCI,incluindoosnomese osusos de plantasimportantes.Muitastribosnão- moiestadas ainda mantém esse conhecimento. APÓsa invençãoda escrita,o conhecimentopadronizadoÍoinegligenciado; sistemasmodernosfuncionaminteiramente comalÍabetosenúmeros,comsímbolos,livros ou armazenamentoeletrÔnicode dados. Grandepartedasociedadehumananãopode acessar,e nenhumindivíduopodelembrar acuradamente,o conhecimentoarmazenado dessa Íorma. Assim,o conhecimento padronizadoe rítmicoé inesquecível;e o bonhecimentosimbólicoé imemorável. Portodoestelivro,nósenvolvemos padrõesde planejamentobásico,comoem iododesigr,e todasas partesde qualquer designdevemser adaptadasdentrode um gabãritoou padrãode bomsenso.Para õompreendero padrãobásicodentrodoqual cabemtodosos sistemasnaturais,iremos dissecarumaárvoree tentartazersentidoàs regrasdefluxo(movimentodaseiva)eÍorma, de crescimentoe expansão.Utilizaremosa Íormadeur{raáryore,a qualétípicadetodos osÍenômenosnaturais(Figura3.1). 85
  • 82. Figura3.1 Modelopadrãogeral 3.2 PADROESDA NATUREZA As linhasêssênciaisde umaárvore podemser impostasem umaárvorereale formarumaespéciede lâminade machado dupla(Figura3.2aEsseé o temadetribos européiasmaisantigas- o "símboloda mulhe/'.Secortarmosa árvorepelalinhaA- A1(Figura3.2b),vemosaspontasdosgalhos no plano,nãomuitodiÍerentesde marcas sobreumapedra;cadaseçãodegalhoé de diâmetroaproximadamenteigual. Se corlarmosa árvorepelalinhaB-81(Figura 3.2c),percebemosoutropadrãograduado,o qualécomolíquensobreumapedra,osmais velhosaocentro,osmenoresnaperiÍeria.Um cortetransversaldo tronco,C-C1(Figura 3.2d)nosdáumpadrãoclássicodealvos,que é umagravaçãoanelardasestaçõesde crescimento,tambémencontradosem conchasmarinhase escamasde peixes. Poderíamosconseguirestepadrãoem um ninhode potes.Comoo Latimparaninhoé Nidus,vamoschamaressepadrãodeanidado ouaninhado(umdentrodooutro).Naverdade, aárvoreinteiraéumaninhadodeárvoresmais jovensquecresceramsobreela,anoapós ano. Flgura3.2 Secçõesde umpadrãogeral I I l "" ï": "; "o-3o o ' o o o O O Oo oooa o o o o 86 Flgura3.3- Modelosde Íluxode seiva
  • 83. I tv ìi ìì" I I IT lv v Frgura3.4 - padrãodendrítico(comoárvores)típicosde lrovões,cristais,circulaçãosangüÍneaetc' Comosabemosquea árvoreesPirala a partirdo solo,a Íormagalhadaacima descreve uma espirÓidêou, mais especiÍicamente,o caminhodofluxodeuma mótéculade seivaespirala(Figura3.3a).O fluxodeseivanosestamesocorrenoladode fora(ascélulasxilema)e nas raízes,em sentidooposto(Figura3.3b).OÍluxodeseiva nasraízesocorreaolongodocentro(células Íloema).Se combinarmosas espiraisde galhose raízes(Figura3.3c),temosduas espiraissuperpostasqueencontramosem todasasÍolhas,Ílorese pétalas,cabeçasde girassóis,pinhas,abacaxise,obviamente,no pontoondea sementegerminou,naorigem, temosum tecidode célulasmudandode internoparaexterno,giroesquerdoparagiro direitooudemaisParamenos. A árvoresedivideemgalhosde5 a 8 vezes,comoo Íazemrosrios;o númerode divisõessaindode cadagalhomaioré em médiade3,enquantoquecadaumé maisou menos2vezesmaislongodoqueo seguinte. O ânguloentrecadagalhoestáemtornode 36ea 38s(Flgura3.4).Essaíormaétípicade raios,cristaisminerais,vasossangüíneosetc., queseguem,aproximadamente,as mesmas regras.Tais padrões são chamados dendrÍticosou'naformadeárvores". Os numeraisromanosde I a V são chamadosde Ordensdas Divisõese, raramente,excedemo númerode7,aotodo; cadaum reprgsentauma contagempara tamanhosmaioresou maislongos.Esse númerodeordensdetamanhoécomumaum grandenúmerode fenômenos,os quais [ooem ser organizadosem gluposde iamanhos;paraassentamentos,chamamos essesgruposde cidades,vilas,vilarejos, povoadós.'Tambémas nuvens,montanhas, borposcelestes,dunas,ondas,etc':todostêm um'conjuntolimitadodetamanhos,comoos galhos -das árvores.PoderíamosÍalarde õascatasde tamanho,ou quanta,e isso signiÍicaque a maioriadoslamanhosse eícaixamómconjuntosespecÍÍicos,equehá poucos (se houveralgum)tamanhos intermediários.Porexemplo,dunasdeareia se ajustamem 5 ordens,comoilustradona Figura3,5. Assim,tudo na natureza(gatos, cangurus,correntesde água,ventos, caminhosetc.) ocorreem uns poucos tamanhos,e a velocidadedo movimgntoem cadatamanhoé diÍerente.Coisasmaioresse movemlentamentedevidoà inérciamaior, coisasmenoressãomaisrápidas,e coisas muitopequenassemovemdevagardevidoà viscosìdade.Ordenssãolimitadasem seus tamanhosna escalamaior,simplesmente devidoà própriamassa.E,naescalamenor' porforçasmoleculares. EstáÍicandoclaroquePadrÕesem umaúnicaÍormadeárvorerepresentamtodos ós paOrOesencontradosna natureza.Até mesmoa cascademuitasárvoresapresenta corrugadoscomoumateiadecélulasouuma rededeÍavosalongados. 87
  • 84. A areia depoaila-se nostag formae: iìiitrffi I Saltiior (grãos) .4 r/lJJ.1,,"a.1t-lb -/ L ll ul Ondulaçõer Dunae (viajam lrúdia) Viajam lmlano) PararetornaràquelaÍormagêralde árvorecomoumtodo,vemosquea ilustração domachado(Figura3.2a)é aformasimples. Umconjuntodetaisformascriaumavértebra, ouumesqueleto(Figura3.6a),queseajusta bem,comose fossepavimentado.O Latim paraazulejoé Tessera,e podemoschamar superfíciesazulejadasde Tesseladas.Uma formaçãodenuvenscontémumtórusourosca (Figura3.6b),e vários"caminhosúnicos"de umamolécula,nomodelo,demonstramtemas tradicionais(Figura3.6c). UmsentidogeraldeÍormaemergs,epodemos ver muitasdêssasÍormasna natureza, ganhando,assim, umacompreensãode funçõeseumentendimentoclaro,sobrecomo projetarem ordemcoma natureza.Muitas formas 'crespas'naturaisexistemêm explosõesou Íungosde crescimentorápido (Figura3.6d).Sâochamadas'OverbeckJets' (Jatosde Overbeck)ocorremem fluídose, freqüeçtemente,em dobrascomplexas. Tambérhaparecemcomotemas,comonas tatuagensMaori,comogalhosdesamambaias estilizados.Você os verá quandorios penetramnomar,nofluxodelavaequandoo maratacaa terra- Nós podemosconstruirtodasas formasnaturaisa partirdas partesde uma áryore,e taisÍormassãochamadas'auto- similares";conchasdo mardemonstrama mesmaespiralgeométricadasárvores.Foio estudodessasÍormasnaturais,e de seus signiÍicados,queproporcionoua proficiência compadrõesnospovostribais;um padrão simples,quecontémumconhecimentovasto. fv Dunar eetrôla (viajam 1nú50anor) v Ar grandes dunas fixaa (Zhourgr) (nunca ee movimentam) Figure3.5 DunasdeareiaÍormamcincoordensdeiamanho,comunsa umagrandevariedadedeÍenômenos. Flgura3.6 Coínovértebras,padroeese encaixarn. 33 PADRÕESEM DESIGN Bonsprojetistaslentamacomodar todosos seuscomponentesem umaforma agradávele Íuncional,obedecendoasregras defluxoe ordeme compactandoo espaço. Umacasabemdesenhadapermite Íluxodearparaaquecere resÍriarsuamassa. Um sislemade estradasparaumavilaou cidade,baseadoem divisõesnaturais,não soÍreráengarrafamentodotrânsito. A espiralde ervas(Figura5.1)é um bomexemplodaaplicaçãodepadrões.Todas as ervasculináriaspodemsorplantadasem umaespiralascendente,comumabasede O@6c 88
  • 85. F|gura 3.7 Sislema de microbacias de tenas áridas, demonstrando ordens. Cada r.rma@m $rââ câracttsrístic8s diforcnlee arn cada Íator. 2 metrosde diâmetÍo,subin& a umaaltura ce 1 metro.ïodas as eruassãoacessíveis, existemaspeclosvariados,boadrenagem,e a espiralpodeser regadacomsomenteum Jato. Utilizandono$sasobservaçõesde consórciosde plantas,ou assemblóias harmoniosas,podemosproietarflorestasque rmitemsistamasnaturaise qususemplantas alimentíciasadaptadasaoclima. Comoo diagramade umriodeterras secas(flgura 3.7)nnstra,olençolsuperficial, as espécies,os sedimentose o Íluxo,todos variamde acordocoma ordemem quese enconlramos cursosd'água;umavezque vocêabsorvaessetipode informação,você poderáplanejarmaisÍaciImenteaestabiIidade ea produçãonaspaisagens(Figura3.8). Comoilustraesserio,todasasformas de vida, todos os sedimentos,todo o escorrimentosuperficialem tempestadesde 12 mm,ou mais,variamde acordocoma ordemdos cursosd'água.Se soubermos ondeestamosna ordem,sabergmosque vegetaçãoencontrar,s o queplantaçquanto escorrimentosuperficialesperar,tiambóill,o espaçamenlodos canaisde inÍiltração (swales)ousistemasdecaptaçãodeágua.A maioriadasvilasdo desertosão localizadas nas ordenslll ou lV, ondeo escorrimonto superÍcialóamplo,ocoÍïemalgunsbonssolos e mineraise ondea distânciaentreoscursos d'águaé grandeo bastanteparapermitir plantações,o nãotão grandesparacausar seca. Seobservarmosascsrcaniasdosrios nasordenslVeV descobriremosqueárvores grandese Írondosas,Íreqüentêmentêcoma cascaclara(sicamores),crescemno lado intemodascurvasondeoriodepositaareia;e que árvoresescuras,comcascaescurae fissurada(juniper,casuarinas,alguns eucaliptos)crescemno ladode foradas curvas,acimadosbanancosondeo riomrta paradentrodoterreno.Emcadacurva,essos gruposde árvoresmudamcomomudamo barrancoouossedimentos.Então,temosum efeitoyang-yin-yang-yin. 89
  • 86. Fator Ordens I M V sedimento: pedras angulares angulares cascalho areiasgrossas areias profundas vegetação arbustos escuros arbustos altos árvores ocasionais árvores maiores arvores frondosase vinhas escorrimento superficial ("/o)do total 86-90% 55-65o/o 40-50% 30-35% (média) 8-15% Figura 3.8 Formardo uma tabela de acordo com as ordens s fâtores, podomos absorver inÍormaçoespara o planeiamenlopara a estabilidadee a produtividadenas paisagens. Aobservaçãocuidadosamostraráque osroedoreseosrépteishabitam,osbabuínos vivem,e os papagaiosprocuramfrutasnas ordensdosriose nosgalhosdasáruoresa que pertencem.Pgixes,obviamente,são allamenteadaptadosa umaordemdefluxo- velocidade,oupÕemosovosemumaordem e vivememoutra. Projetandocom a natureza,e não contraela,podemoscriarpaisagensquê funcionamcomosistemasnaturaissaudáveis, ondea energiaé conservada,detritossão recicladose recursoscriadosabundan- temente. BIBLIOGRAFIAE LEITURA RECOIIÍENDADA Alexander,ChristophereÍal A Pattem Language,OxfordUniversitYPress, 1977. Moflisson,8., Permaculture- A Designers' Manual,TagariPublications1988. Murphy,ïm andKevinDahl,Patterning:A Theoryof NaturalDesignLandscaPe Ecology,ConÍerencepaper1990. Thompson,D'arcyW.,On Grovühand Form,CambridgeUniversityPress, 1952. 90