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A arte em terras brasileiras já era desenvolvida bem antes da chegada dos portugueses,
em 1500. Os povos indígenas, popularmente conhecidos por índios, foram assim
denominados porque os europeus acreditavam estar chegando às Índias.
Os objetos indígenas possuem “qualidades artísticas” que representam a
particularidade e as tradições da cultura de uma determinada comunidade. A construção
desses objetos, sem deixar de levar em conta o resultado de perfeição, é o método que
assegura a permanência da prática às futuras gerações.
A linguagem artística indígena caracteriza-se pela: cerâmica, cestaria, ornamentos de
penas, pintura corporal e outros objetos do dia a dia. Sempre buscando uma relação
entre “homem – corpo – natureza”.
O fogo e o barro influenciaram a vida de muitos
povos. No Brasil, a prática remete aos primeiros
povos indígenas que ao moldar a matéria barro
transforma-a em cerâmica após sua queima
(calor do fogo). Tais objetos utilitários, como
panelas e vasos, servem para cozinhar
alimentos, armazenar água e mantê-los
protegidos. Entre essas peças, destacam-se a
produção de vasos ritualísticos, urnas
funerárias (formas de animais ou seres
humanos) e estatuetas (chamadas de ídolos).
Estatueta
Antropomorfa
feminina.
Cerâmica Santarém.
1000 a 1400.
Pará.
42,5 cm.
Desenvolveu-se na ilha de Marajó
entre 400 e 1350. A produção mais
característica foi a cerâmica (vasos
de uso doméstico, cerimoniais e
funerários) com pintura bicromática
ou policromática e desenhos com
incisões e em relevo. Usavam
padrões geométricas e formas
zoomorfas (animais) que tinham a
função de guardar o conteúdo.
ARTE
MARAJOARA
Urna Funerária.
Cerâmica Marajoara.
400 a 1400.
Ilha de Marajó.
53cm.
A iconografia Marajoara – fortemente
centrada na figura humana e na
representação de animais da floresta
tropical revestidos de significados simbólicos
– compõe um intrincado sistema de
comunicação visual que se vale de
simetrias, elementos pareados,
repetições rítmicas e oposições binárias.
Urna Funerária.
Cerâmica Marajoara.
400 a 1400.
Ilha de Marajó.
53cm.
TANGAS
Pintadas em vermelho e preto sobre fundo branco, estes
são tapa-sexos femininos com padrões geométricos,
muitos deles correspondendo a representações
estilizadas da figura humana. Apresentam em cada uma
das extremidades orifícios para amarração.
Tangas.
Cerâmica Marajoara.
400 a 1400.
Ilha de Marajó.
Altura média das três peças entre 11 e 12cm.
Estatueta feminina em forma de falo.
Cerâmica Marajoara.
400 a 1400.
Ilha de Marajó.
23,5 cm.
A cultura Santarém desenvolveu-se
na região dos rios Tapajós e
Amazonas. O destaque dessa
cultura também é a produção
cerâmica. As peças têm, além da
pintura e de desenhos,
ornamentos em relevo com
figuras humanas ou de animais
através da presença de
cariátides.
ARTE
SANTARENA
Vaso.
Cerâmica Santarém.
1000 a 1400.
Pará.
30 x 16 cm.
Vaso Antropomorfo representando um homem sentado.
Cerâmica Santarém.
1000 a 1400.
Pará.
34 cm.
Vaso de cariátide.
Cerâmica Santarém.
1000 a 1400.
Pará.
Os muiraquitãs – esculturas em forma de rãs –
eram fabricados quase sempre em pedras
verdes, como jadeítas, nefritas e amazonitas.
Envoltos em lendas, os muiraquitãs são desde
longa data considerados poderosos amuletos
contra toda sorte de malefícios. Ao que tudo
indica, Santarém foi o seu centro de produção,
embora haja uma dispersão considerável de
peças desse tipo, talvez em consequência de
extensas redes de trocas e de difusão ideológica.
A pintura na pele é realizada nas diversas
partes do corpo com predomínio de
formas geométricas ou linhas decorativas
dotadas de equilíbrio e de beleza. A
expressão pictórica serve de proteção
contra insetos e defesa dos efeitos do sol.
Possui intenção mística, sendo também
executada em ocasiões especiais como
casamentos, enterros ou em preparação
de caça. Os pigmentos são extraídos da
natureza e as cores utilizadas são: o
Vermelho, o negro e o branco.
URUCUM [Bixa orellana]
Pigmento vermelho extraído das sementes do fruto do urucuzeiro. Na
culinária, serve como condimento e colorante, conhecido pelo termo de
colorau. Na cosmética, empregado em tinturas para pintar o corpo.
JENIPAPO [Genipa americana]
Pigmento negro/azul-escuro extraído da polpa do fruto
do jenipapeiro. O fruto é comestível e usado,
principalmente, em compotas, doces e bebidas (licor).
TABATINGA
Argila mole branca usada como pigmento
branco de tintas.
Prática desenvolvida por meio de
penas coloridas de aves. A arte
plumária indígena constitui-se de
adornos confeccionados ao corpo a
fim de se enfeitar para lutas e festejar
os seus antepassados. A produção
compõem-se das seguintes peças:
cocares, diademas, colares,
braçadeiras e outros adornos.
Os adornos de plumagem, em
linguagem codificada, indicam o sexo,
a idade e a filiação de seus portadores.
MANTO TUPINAMBÁ
O manto indígena foi produzido
por índios brasileiros
tupinambás por volta de 1500.
Era usado pelo pajé, em
eventos religiosos da tribo. Há
poucos exemplares, mas todos
encontram-se na Europa.
Museu Nacional da Dinamarca, Copenhague.
O guará [Eudocimus ruber] é uma ave ciconiforme.
Também conhecida como íbis-escarlate, guará-
vermelho, guará-rubro e guará-pitanga.
MANTO TUPINAMBÁ
A confecção dos mantos era
feita com penas de guará – ave
com plumagem vermelha do
litoral norte brasileiro – que são
presas a uma trama e
dispostas todas num mesmo
sentido. O uso dos mantos era
reservado aos homens de mais
elevados graus de hierarquia
da tribo.
A imagem representa uma
dança em ritual canibalista.
Theodor de Bry
Dança religiosa de indígenas brasileiros.
Gravura em metal
baseada em relato de Jean de Léry.
Consiste na produção de
uma variada gama de
peças de vestuário, cestas
e redes, além de peneiras
e abanos. A matéria-prima
utilizada na confecção
desses objetos utilitários
provém de folhas, palmas,
cipós, talas e fibras.
Habitação dos índios, geralmente dispostas
em forma circular, formando uma grande
elipse ou círculo. As moradias [ocas] são
construções arredondadas e feitas em
estrutura de madeira e taquaras amarradas
com cipós e recobertas com folhas de
palmeira ou capim. Há uma entrada no meio
da oca, na face que se volta para o centro da
taba, e uma abertura na curvatura superior
para a circulação do ar. No interior, os esteios
de madeira que sustentam a estrutura servem
para amarrar as redes de dormir.
FERRARI, Solange dos Santos Utuari. Encontros com arte e
cultura. São Paulo: FTD, 2012.
GARCEZ, Lucília; OLIVEIRA, Jô. Explicando a arte brasileira.
Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
PROENÇA, Graça. História da Arte. 17. ed. São Paulo: Ática,
2013.
TIRAPELI, Percival. Arte indígena: do pré-colonial à
contemporaneidade. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
2006. (Coleção Arte brasileira)
Museu Nacional UFRJ. Disponível em:
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Arte indígena

  • 1.
  • 2. A arte em terras brasileiras já era desenvolvida bem antes da chegada dos portugueses, em 1500. Os povos indígenas, popularmente conhecidos por índios, foram assim denominados porque os europeus acreditavam estar chegando às Índias. Os objetos indígenas possuem “qualidades artísticas” que representam a particularidade e as tradições da cultura de uma determinada comunidade. A construção desses objetos, sem deixar de levar em conta o resultado de perfeição, é o método que assegura a permanência da prática às futuras gerações. A linguagem artística indígena caracteriza-se pela: cerâmica, cestaria, ornamentos de penas, pintura corporal e outros objetos do dia a dia. Sempre buscando uma relação entre “homem – corpo – natureza”.
  • 3. O fogo e o barro influenciaram a vida de muitos povos. No Brasil, a prática remete aos primeiros povos indígenas que ao moldar a matéria barro transforma-a em cerâmica após sua queima (calor do fogo). Tais objetos utilitários, como panelas e vasos, servem para cozinhar alimentos, armazenar água e mantê-los protegidos. Entre essas peças, destacam-se a produção de vasos ritualísticos, urnas funerárias (formas de animais ou seres humanos) e estatuetas (chamadas de ídolos). Estatueta Antropomorfa feminina. Cerâmica Santarém. 1000 a 1400. Pará. 42,5 cm.
  • 4. Desenvolveu-se na ilha de Marajó entre 400 e 1350. A produção mais característica foi a cerâmica (vasos de uso doméstico, cerimoniais e funerários) com pintura bicromática ou policromática e desenhos com incisões e em relevo. Usavam padrões geométricas e formas zoomorfas (animais) que tinham a função de guardar o conteúdo. ARTE MARAJOARA Urna Funerária. Cerâmica Marajoara. 400 a 1400. Ilha de Marajó. 53cm.
  • 5. A iconografia Marajoara – fortemente centrada na figura humana e na representação de animais da floresta tropical revestidos de significados simbólicos – compõe um intrincado sistema de comunicação visual que se vale de simetrias, elementos pareados, repetições rítmicas e oposições binárias. Urna Funerária. Cerâmica Marajoara. 400 a 1400. Ilha de Marajó. 53cm.
  • 6. TANGAS Pintadas em vermelho e preto sobre fundo branco, estes são tapa-sexos femininos com padrões geométricos, muitos deles correspondendo a representações estilizadas da figura humana. Apresentam em cada uma das extremidades orifícios para amarração. Tangas. Cerâmica Marajoara. 400 a 1400. Ilha de Marajó. Altura média das três peças entre 11 e 12cm. Estatueta feminina em forma de falo. Cerâmica Marajoara. 400 a 1400. Ilha de Marajó. 23,5 cm.
  • 7. A cultura Santarém desenvolveu-se na região dos rios Tapajós e Amazonas. O destaque dessa cultura também é a produção cerâmica. As peças têm, além da pintura e de desenhos, ornamentos em relevo com figuras humanas ou de animais através da presença de cariátides. ARTE SANTARENA Vaso. Cerâmica Santarém. 1000 a 1400. Pará. 30 x 16 cm.
  • 8. Vaso Antropomorfo representando um homem sentado. Cerâmica Santarém. 1000 a 1400. Pará. 34 cm. Vaso de cariátide. Cerâmica Santarém. 1000 a 1400. Pará.
  • 9. Os muiraquitãs – esculturas em forma de rãs – eram fabricados quase sempre em pedras verdes, como jadeítas, nefritas e amazonitas. Envoltos em lendas, os muiraquitãs são desde longa data considerados poderosos amuletos contra toda sorte de malefícios. Ao que tudo indica, Santarém foi o seu centro de produção, embora haja uma dispersão considerável de peças desse tipo, talvez em consequência de extensas redes de trocas e de difusão ideológica.
  • 10. A pintura na pele é realizada nas diversas partes do corpo com predomínio de formas geométricas ou linhas decorativas dotadas de equilíbrio e de beleza. A expressão pictórica serve de proteção contra insetos e defesa dos efeitos do sol. Possui intenção mística, sendo também executada em ocasiões especiais como casamentos, enterros ou em preparação de caça. Os pigmentos são extraídos da natureza e as cores utilizadas são: o Vermelho, o negro e o branco.
  • 11. URUCUM [Bixa orellana] Pigmento vermelho extraído das sementes do fruto do urucuzeiro. Na culinária, serve como condimento e colorante, conhecido pelo termo de colorau. Na cosmética, empregado em tinturas para pintar o corpo.
  • 12. JENIPAPO [Genipa americana] Pigmento negro/azul-escuro extraído da polpa do fruto do jenipapeiro. O fruto é comestível e usado, principalmente, em compotas, doces e bebidas (licor).
  • 13. TABATINGA Argila mole branca usada como pigmento branco de tintas.
  • 14. Prática desenvolvida por meio de penas coloridas de aves. A arte plumária indígena constitui-se de adornos confeccionados ao corpo a fim de se enfeitar para lutas e festejar os seus antepassados. A produção compõem-se das seguintes peças: cocares, diademas, colares, braçadeiras e outros adornos.
  • 15. Os adornos de plumagem, em linguagem codificada, indicam o sexo, a idade e a filiação de seus portadores.
  • 16. MANTO TUPINAMBÁ O manto indígena foi produzido por índios brasileiros tupinambás por volta de 1500. Era usado pelo pajé, em eventos religiosos da tribo. Há poucos exemplares, mas todos encontram-se na Europa. Museu Nacional da Dinamarca, Copenhague. O guará [Eudocimus ruber] é uma ave ciconiforme. Também conhecida como íbis-escarlate, guará- vermelho, guará-rubro e guará-pitanga.
  • 17. MANTO TUPINAMBÁ A confecção dos mantos era feita com penas de guará – ave com plumagem vermelha do litoral norte brasileiro – que são presas a uma trama e dispostas todas num mesmo sentido. O uso dos mantos era reservado aos homens de mais elevados graus de hierarquia da tribo. A imagem representa uma dança em ritual canibalista. Theodor de Bry Dança religiosa de indígenas brasileiros. Gravura em metal baseada em relato de Jean de Léry.
  • 18. Consiste na produção de uma variada gama de peças de vestuário, cestas e redes, além de peneiras e abanos. A matéria-prima utilizada na confecção desses objetos utilitários provém de folhas, palmas, cipós, talas e fibras.
  • 19. Habitação dos índios, geralmente dispostas em forma circular, formando uma grande elipse ou círculo. As moradias [ocas] são construções arredondadas e feitas em estrutura de madeira e taquaras amarradas com cipós e recobertas com folhas de palmeira ou capim. Há uma entrada no meio da oca, na face que se volta para o centro da taba, e uma abertura na curvatura superior para a circulação do ar. No interior, os esteios de madeira que sustentam a estrutura servem para amarrar as redes de dormir.
  • 20. FERRARI, Solange dos Santos Utuari. Encontros com arte e cultura. São Paulo: FTD, 2012. GARCEZ, Lucília; OLIVEIRA, Jô. Explicando a arte brasileira. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. PROENÇA, Graça. História da Arte. 17. ed. São Paulo: Ática, 2013. TIRAPELI, Percival. Arte indígena: do pré-colonial à contemporaneidade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2006. (Coleção Arte brasileira) Museu Nacional UFRJ. Disponível em: <http://www.museunacional.ufrj.br>. Acesso em: 20 ago. 2016.