2. O LIVRO
Editora Saraiva | 2012
Escrito em 1979
Formato de diário
Redigido em 48 dias
Cada pequeno capítulo é
referente a um dia
Formato de ensaio pessoal
3. ROLAND BARTHES
Nasceu em Cherbourg, na França,
em 1915
Semiólogo, escritor, filósofo e
crítico literário francês
Formado em Letras Clássicas,
Gramática e Filosofia pela
Universidade de Paris
Escolas: Estruturalismo, Pós
Estruturalismo e Semiótica
4. AVENTURA NA FOTO
Atração exercida por uma foto
Estalo
Ela me anima, ela produz o que toda aventura produz
5.
“Compreendi logo que a “aventura” dessa foto tinha a ver com
a presença de dois elementos”
O soldados no primeiro plano e as freiras ao fundo.
Dois elementos heterogênos, de mundos distintos
Paz e guerra
Dois exércitos
Koen Wessing:
Nicarágua, O exército em patrulha
nas ruas, 1979.
6.
“…o lençol levado pela mãe a chorar (por que esse lençol?)…”
Dualidade
Lençol branco X morte
Mãe indo cobrir seu filho
Um pé descalço
Koen Wessing:
Nicarágua, Pais descobrem o
cadáver do filho, 1979.ç
7. STUDIUM & PUNCTUM
Uma forma de avaliação criada por ele próprio
Uma nomeclatura para definir porque certas fotos chamavam mais
atenção dele do que outras
Um ensaio sobre estrutura da imagem e representação
Sobre o diálogo entre Operador, Spectador, Alvo
8. STUDIUM
Latin, aplicação a uma coisa, o gosto por alguém , uma espécie de
investimento geral, ardoroso
Interesse humano
Afeto médio, Amestramento
Relação cultural com o objeto ou pessoa fotografada
Interesse geral
Uma espécie de educação
Gosto / Não Gosto
Reconhecimento da intenção do fotógrafo.
9. PUNCTUM
Do Latin: Picada, pequeno buraco,
pequeno corte
Ele parte da cena
Um acaso, um detalhe
Uma flecha que transpassa
o espectador
Marca feita por
um instrumento pontudo
“ O punctum , para mim, são
para mim os braços cruzados
do segundo grumete”
Nadar: Savorgnan de Brazza, 1882
10. UMA FOTO | OBJETO DE 3 PRÁTICAS
Fazer > Suportar > Olhar
Operador | Fotógrafo
Spectador | Todos nós
Alvo | Objeto ou pessoa
Spectrum | Referente | Pequeno Simulacro | Espetáculo
11. DIANTE DA OBJETIVA SOMOS APENAS
IMITAÇÕES DE NÓS MESMOS.
…a partir do momento que me sinto olhado pela objetiva, tudo
muda: ponho-me a posar, fabrico-me instantaneamente um outro
corpo, metamorfososeio-me antecipadamente em imagem. Essa
transformação é ativa: sinto que a fotografia cria meu corpo ou o
mortifica… (2012 p. 18-19)
...diante da objetiva, sou ao mesmo tempo: aquele que eu me julgo,
aquele que eu gostaria que me julgassem, aquele que o o fotógrafo me
julga e aquele de que ele se serve para exibir sua arte. (2012 p. 18-19)
Todo mundo é sempre apenas a cópia de uma cópia, real ou mental
12. A RELAÇÃO DE BARTHES COM A MÃE
Ora, numa noite de novembro, pouco tempo depois da morte de
minha mãe, organizei as fotos. Eu não contava reencontrá-la, não
esperava nada dessas fotografias de um ser, diante das quais nos
lembramos menos bem dele do que se nos contentamos em pensar
nele (Proust). Eu sabia que por essa fatalidade que é um dos traços
mais atrozes do luto, eu consultaria imagens em vão, não poderia
nunca mais lembrar-me de seus traços.… (2012 p. 18-19)
13. A RELAÇÃO DE BARTHES COM A MÃE
Observei a menina e enfim reencontrei minha mãe. A claridade se
sua face, a pose ingênua de sua mão, o lugar que docilmente ela havia
ocupado, sem se mostrar nem se esconder, sua expressão enfim, que
a a dinstinguia como o Bem do Mal, da menina histérica, da boneca
carreteira que imita os adultos, tudo isso formava a figura de uma
inocência soberana.…Nessa imagem de menina eu via a bondade que
de imediato e para sempre havia foram seu ser, sem que ela a
recebesse de ninguém...(2012 p. 65)
Busca por uma representação
Tentativa do reconhecimento da essência em uma imagem
Memória X Imagem
No final da vida de sua mãe ele cuidava dela como se fosse uma filha,
igual a menina na fotografia
14. SOBRE CORES
“A Cor, para mim, é um ornato,
postiço, uma maquiagem (tal como
a que é usada em cadáveres). Pois
o que me importa não é a vida da
foto, mas a certeza de que o corpo
fotografado vem me tocar com
seus próprios raios, e não com
uma luz acrescentada depois.”
Alegoria
Superficial
R. Avedon
William Casby, nascido escravo, 1963
15. RETRATO DA SOCIEDADE / STUDIUM
A fotografia tem a função de informar.
Traz e gera conhecimento
Retrata uma época, um estilo
“ Isso a fotografia pode me dizer,
muito melhor que os retratos pintados”
“ O fotógrafo me ensina como
se vestem os russos: noto o
grosso boné de um garoto,
a gravata de outro, o pano na
cabeça da velha, o corte de
cabelo de um adolescente...”
William Klein
1º de Maio em Moscou, 1959
16. CÂMARA CLARA
Câmara escura
Técnica que deu origem a fotografia
Ela consiste numa caixa (ou também sala)
com um buraco no canto, a luz de um
lugar externo passa pelo buraco
e atinge uma superfície interna,
onde é reproduzida a imagem invertida.
Acredito que o título tenha relação com o
efeito que uma boa fotografia pode causar
ao seu spectador.
Ela revela ao invés de esconder
17. SOBRE LER FOTOS
..devem ser olhadas quando se está só. Suporto mal a projeção
priavad de um filme, mas tenho necessidade de estar sozinho dainte
das fotos que olho.
Mesmo no meio de público quando se vê uma foto não deixa de ser
uma leitura ou uma experiência privada.
William Klein
Nova York, 1954: o bairro italiano
18. RECONTEXTUALIZAÇÃO DA OBRA
É importante ressaltar que o autor passou por uma virada em sua
teoria.
Em um trecho de um livro editado em 1994 (Oeuveres Completes)
ele comenta sobre a tarefa exaustiva dos estruturalistas em
homogeneizar e categorizar as coisas, fazendo isso, inclusive, com um
dos seus objetos de estudo, que era o texto.
Por isso, Barthes é considerado um estudioso que re-contextualizou
sua teoria, aderindo aos estudos que podem ser considerados como
pós-estruturalistas, os quais levam em consideração o sujeito e a
história.
19. "No fundo a fotografia é subversiva, não
quando aterroriza, perturba ou mesmo
estigmatiza, mas quando é pensativa."
Roland Barthes
OBRIGADO!
Rodrigo Volponi