2. Contexto histórico
Início do século XX:
• Colonialismo europeu
• Desenvolvimento científico-tecnológico paralelo à
marginalização de significativas parcelas da população
• Primeira Guerra Mundial
• Avanço do socialismo, do anarquismo e do
comunismo
Diante desse contexto, costuma-se afirmar que, do
ponto de vista político e econômico, o século XIX, na
realidade, se prolongou até 1914.
3. As artes
As artes, contudo, se anteciparam:
entre 1907 e 1910, obras e
manifestos já anunciavam o que seria
a modernidade artística. Surgiam,
com esse pano de fundo, as
vanguardas.
4. Vanguarda: antecipar o futuro!
Do francês avant-garde, a
palavra vanguarda significa
“o que marcha na frente”.
5. “Entende-se, com este termo –
vanguarda –, um movimento que investe
um interesse ideológico na arte,
preparando e anunciando
deliberadamente uma subversão radical
da cultura e até dos costumes sociais,
negando em bloco todo o passado e
substituindo a pesquisa metódica por
uma ousada experimentação estilística e
técnica.
Giulio Carlo Argan, crítico de arte italiano.
7. Em seu conjunto, essas correntes
conseguiram questionar os padrões
estéticos herdados principalmente do
Classicismo e do Romantismo, destruindo
dogmas artísticos consagrados e
valorizando particularmente a noção de
que a linguagem artística pode se voltar
para si mesma e explorar como tema
suas próprias concepções e formas de
manifestação.”
Ulisses Infante
9. Cubismo
O termo Cubismo surge na pintura com
Matisse, em 1908, ao criticar um quadro
de Braque, no Salon des Indépendants.
Designa um modo de expressão que
recria, através de planos geométricos,
elementos da realidade.
10. Cubismo
visão simultânea
O espírito da geometria e dos
volumes procura sugerir a visão
simultânea dos diferentes ângulos
do objeto representado.
11. Cubismo
expoentes
O espanhol Pablo Picasso e o francês
Braque podem ser considerados os
iniciadores do movimento cubista.
Robert Delauny, Juan Gris, Jean Metzinger
e Fernand Léger foram artistas que se
destacaram na fase heróica do Cubismo.
Na Literatura, o Cubismo viveu seu primeiro
momento com um manifesto-síntese
assinado por Guillaume Apollinaire e
publicado em 1913.
12. Cubismo
literatura
A literatura cubista valoriza a aproximação
das várias manifestações artísticas,
preocupando-se com a construção do texto
e ressaltando a importância dos espaços em
branco e em preto da folha de papel e da
impressão tipográfica.
17. Futurismo
Em 20 de fevereiro de 1909 era publicado
no Le Figaro, de Paris, o manifesto de um
movimento denominado Futurismo,
assinado pelo italiano Filippo Tommaso
Marinetti.
18. Futurismo
velocidade
O Futurismo pregava uma profunda
sintonia entre a arte e o mundo moderno,
regido pela eletricidade, máquinas,
motores, pelos grandes aglomerados
urbano-industriais, pela velocidade, enfim.
19. • 1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade.
• 2. Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, a audácia e a revolta.
• 3. Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono, nós
queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo ginástico, o salto mortal, a
bofetada e o soco.
• 4. Nós declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma beleza nova: a beleza da
velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre adornado de grossos tubos como serpentes
de fôlego explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais belo
que a Vitória de Samotrácia.
• 5. Nós queremos cantar o homem que está na direção, cuja haste ideal atravessa a Terra,
arremessada sobre o circuito de sua órbita.
• 6. É preciso que o poeta se desgaste com calor, brilho e prodigalidade, para aumentar o fervor
entusiástico dos elementos primordiais.
• 7. Não há mais beleza senão na luta. Nada de obra-prima sem um caráter agressivo. A poesia
deve ser um assalto violento contra as forças desconhecidas, para intimá-las a deitar-se diante
do homem.
• 8. Nós estamos sobre o promontório extremo dos séculos!... Para que olhar para trás, no
momento em que é preciso arrombar as portas misteriosas do impossível? O tempo e o espaço
morreram ontem. Nós vivemos já no absoluto, já que nós criamos a eterna velocidade
onipresente.
• 9. Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo - o militarismo, o patriotismo, o
gesto destruidor dos anarquistas, as belas idéias que matam, e o menosprezo à mulher.
• 10. Nós queremos demolir os museus, as bibliotecas, combater o moralismo, o feminismo e
todas as covardias oportunistas e utilitárias.
• 11. Nós cantaremos as grandes multidões movimentadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela
revolta; as marés multicoloridas e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; a vibração
noturna dos arsenais e dos estaleiros e suas violentas luas elétricas; as estações glutonas
comedoras de serpentes que fumam; as usinas suspensas nas nuvens pelos barbantes de suas
fumaças; as pontes para pulos de ginastas lançadas sobre a cutelaria diabólica dos rios
ensolarados; os navios aventureiros farejando o horizonte; as locomotivas de grande peito, que
entoucinham os trilhos, como enormes cavalos de aço freados por longos trilhos, e o vôo
deslizante dos aeroplanos, cuja hélice tem os estalos da bandeira e os aplausos da multidão
entusiasta.
20. Futurismo
Manifesto Técnico da Literatura Futurista:
• A destruição da sintaxe e a disposição das “palavras em liberdade”;
• O emprego de verbos no infinitivo, com vistas à substantivação da
linguagem;
• A abolição dos adjetivos e dos advérbios;
• O emprego do substantivo duplo (praça-funil, mulher-golfo, por
exemplo) em lugar do substantivo acompanhado de adjetivo;
• A abolição da pontuação, que seria substituída por sinais da
matemática (+, -, :, =, >, < ) e pelos sinais musicais;
• A destruição do eu psicologizante.
21. Futurismo
palavras em liberdade
O Futurismo repercutiu no Brasil e
impressionou alguns jovens artistas que
procuravam romper com a tradição. Oswald
de Andrade tomou conhecimento do
Futurismo em suas viagens à Europa,
anteriores a 1919, não relacionando,
portanto, o movimento com o fascismo.
22. Futurismo
literatura
Nos anos de 1950, o movimento da poesia
concreta recupera algumas características
futuristas, dando-lhes outras conotações
(tensão de palavras-coisas no espaço-
tempo”; “multiplicidade de movimentos
concomitantes”; “nova sintaxe estrutural”).
25. Expressionismo
Em 1910, na Alemanha, uma nova
vanguarda apresenta-se como reação à
estética impressionista de valorização
sensorial – o Expressionismo.
26. Expressionismo
Contemporâneo do Cubismo e do
Futurismo, o movimento expressionista
foi profundamente influenciado pela
guerra,e seus quadros ressaltam, não
raro, um lado obscuro da humanidade,
retratando faces marcadas pela
angústia e pelo medo.
27. Expressionismo
Esses artistas manifestam essas
emoções de medo, angústia, dor e
ansiedade pelo choque provocado pelas
cores vibrantes, distorções e exageros de
formas. Desse modo, as figuras humanas
retratadas nas telas expressionistas não
têm traços bem definidos; pelo contrário,
apresentam rostos e corpos que se
assemelham a máscaras, a caricaturas.
30. Expressionismo
O mais conhecido representante do
Expressionismo, na pintura, é o
norueguês Edvard Munch.
Ao lado desses, Van Gogh e Gaugin.
31. Dadaísmo
Ready-made
A técnica do ready-made consiste em
extrair um objeto do seu uso cotidiano e,
sem nenhuma ou com pequenas
alterações, atribuir-lhe um valor.
36. Dadaísmo
Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja
dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que
formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são
tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma
sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do
público.
(Tristan Tzara)
38. Surrealismo
Superando a destrutividade radical da
arte dadá, o Surrealismo nasce de uma
cisão nesse movimento, desencadeada
por André Breton, um dos criadores da
nova vanguarda, no campo da literatura.
Na pintura e no cinema, destacam-se dois
espanhóis: Salvador Dali e Luis Buñel.
39. Surrealismo
O primeiro manifesto surrealista,
assinado por André Breton e datado de
outubro de 1924, recusava as regras que
definem ordem e beleza e defendia a
restauração dos sentimentos humanos e
do instinto, uma escrita automática e a
exploração dos sonhos. A rejeição do
racionalismo e da lógica e a
sobrevalorização do inconsciente são as
marcas do Surrealismo.