O documento descreve as principais vanguardas artísticas europeias do início do século XX, incluindo suas características e principais representantes. As vanguardas discutidas incluem Impressionismo, Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo e Surrealismo.
2. 1. Conceito de Vanguarda
• Ruptura para o novo, para a inovação.
• Conjunto de tendências que propiciam uma
mudança de paradigma ( visão de mundo).
Vanguarda (do francês avant-garde
“proteção frontal”) literalmente significa
“o que marcha na frente”. Daí deduz-se que
vanguarda é aquilo que está à frente.
3. 2. Momento Histórico
• Crise capitalista.
• Invenção da lâmpada, do telefone, do cinema e do
avião.
• Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
• Revolução Russa (1917).
• “Belle Époque” (bela época) – Esse termo foi usado
para designar o avanço tecnológico, cultural e social da
época.
• Crise econômica violenta na Europa – estopim da 2º
Guerra Mundial.
5. A) Impressionismo (1874) França
• Artistas: Edouard Manet, Claude Monet, Degas,
Renoir e Van Gogh.
CARACTERÍSTICAS:
Nasce e predomina nas artes plásticas.
Pintores procuraram registrar em suas telas as
constantes alterações que essa luz provoca nas cores
da natureza. As figuras não devem ter contornos
nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano
para representar imagens.
Leitura sensorial.
7. Na literatura:
Escrita artística: metáforas e metonímias, com
palavras rebuscadas, bastante acadêmica.
Registro das impressões sobre o mundo
exterior, psicologismo e memória.
Análise psicológica das personagens.
“O Ateneu”, de Raul Pompeia, 1888.
8. B) Expressionismo (1910) Alemanha
Artistas: Van Gogh, Edward Much, Chagall,
Cezanne e Gauguin.
CARACTERÍSTICAS:
Preocupa-se com as manifestações do mundo interior e
uma forma de expressá-las.
“Expressão” – materialização numa tela ou em uma
folha de papel, de imagens nascidas em nosso mundo
interior.
Linguagem fragmentada, elíptica e frases nominais.
Aglomerados de substantivos e adjetivos.
9. Programa - Wilhelm Klemm
Não queremos poesia,
Queremos mágicas, artifícios,
Procuramos tapar na existência fatais vazios
E apesar de imenso esforço, uma atrofia.
Mas o que sabem vocês outros da secreta elevação,
Dos sagrados e histéricos soluços da garganta a chorar,
Quando, consumidos pelo haxixe da alma em imersão,
Beijamos o primeiro degrau, para além de cujo limiar
Os deuses moram?
11. Cubismo (1907) França
Precursor na pintura: Pablo Picasso.
Precursor na literatura: Guillaume Apollinaire.
CARACTERÍSTICAS:
Na pintura:
Valorizam as formas geométricas.
Opõem-se à objetividade e linearidade das artes
renascentista e realista.
Decomposição dos objetos em objetos geométricos e
ângulos retos.
13. Na literatura:
Fragmentação da realidade
Mistura assuntos, espaços e tempos diferentes
Humor
Linguagem nominal
Despreza verbos, adjetivos e pontuações
tradicionais
Invenção de palavras.
14. Cubismo
O poeta francês Guillaume
Apollinaire é o principal
representante do Cubismo na
literatura. Depois de sua morte, foi
publicado Caligrammes, poèmes de la
paix et de la guerre (1913-1916), uma
coletânea de poemas concretos
produzidos durante a primeira guerra
mundial
15. Hípica – Oswald de Andrade
“Saltos records
Cavalos da Penha
Correm jóqueis de Higienópolis
Os magnatas
As meninas
E a orquestra toca
Chá
Na sala de cocktails.”
16. B) Futurismo (1909) França
Fellipo Tomamaso Marinetti – “Manifesto
Futurista” – “Jornal Le Figaro”.
CARACTERÍSTICAS:
Caráter destruidor e demolidor.
Valorização excessiva da máquina, do movimento,
do progresso e da vida urbana.
Exaltação à vida moderna, a guerra e o conforto.
Liberdade de expressão, abandonando regras de
sintaxe, ortografia e conjugação de verbos (usando a
forma infinitiva).
18. Na literatura:
• Destruição da sintaxe e disposição das palavras
em liberdade.
• Emprego de verbos no infinitivo, com vistas a
substantivação da linguagem.
• Abolição de adjetivos e advérbios
• Abolição da pontuação.
• Uso do verso livre.
• Exaltação da tecnologia, da velocidade e da
mecanização da vida.
19. ODE TRIUNFAL
Álvaro de Campos
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
20. D) Dadaísmo (1916) Suíça
Dada=nada.
Precursor: Tristan Tzara.
“Cabaret Voltarie”(Suíça), local que abriga
jovens refugiados provenientes da guerra.
CARACTERÍSTICAS:
Um protesto contra as barbaridades da guerra.
Apresentam a irreverência, o deboche, a
agressividade e o ilogismo/ Arte nonsense.
Valores anarquistas- Arte metalinguística.
21. L.H.O.O.Q. – Marcel Duchamp
A Fonte – Marcel Duchamp
A técnica do ready-made consiste em
transformar em obra de arte objetos do
cotidiano, satirizando o mito mercantilista
do capitalismo. Essa técnica deu origem à
Arte Pop.
22. - Agressividade verbalizada
- Desordem das palavras
- Incoerência
- Banalização da rima, da lógica e do raciocínio.
- Elementos mecânicos;
- Desejo de romper o limite entre as varias modalidades
artísticas;
- Irreverência artística;
- Protesto contra a guerra, o capitalismo e o consumismo;
- Caráter pessimista e irônico, principalmente em relação à
política;
- Incorporação de diversos materiais;
- Utilização de diversas formas de expressão, como a fotografia,
poesia, música sons, etc. na composição das obras de arte.
Na literatura:
23. Confira a "receita" para se fazer um poema dadaísta segundo Confira a
"receita" para se fazer um poema dadaísta segundo Tristan Tzara:
Tristan Tzara:
Para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura.
Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pensa dar ao seu
poema.
Recorte o artigo.
Depois, recorte cuidadosamente todas as palavras que formam o artigo
e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Seguidamente, tire os recortes um por um.
Copie conscienciosamente pela ordem em que saem do saco.
O poema será parecido consigo.
E pronto: será um escritor infinitamente original e duma adorável
sensibilidade, embora incompreendido pelo vulgo.
DADAÍSMO
24. Veja um exemplo de poema dessa proposta –Die
Schlacht (A batalha), de Ludwig Kassak:
A Batalha
Berr… bum, bumbum, bum…
Ssi… bum, papapa bum, bumm
Zazzau… Dum, bum, bumbumbum
Prã, prà, prã… ra, hã-hã, aa…
Hahol…
25. Ode ao burguês
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
De Paulicéia desvairada (1922)
Mário de Andrade
26. E) Surrealismo (1924) França
Artistas: André Breton (rompimento com o dadaísmo),
Salvador Dali Salvador Dali e Juan Miró.
CARACTERÍSTICAS:
“Escrita automática”, arte espontânea, surreal,
exploração do universo onírico.
Vanguarda mais psicológica, com imagens ligadas ao
inconsciente (sonhos).
Não há preocupação com a ordem, nem com a lógica.
Trabalho sob a influência da Psicanálise e da
Interpretação de sonhos, vistos como expressão do
inconsciente (algo reprimido afetivamente,
emocionalmente e sexualmente).
27. Metamorfose de Narciso (1937)
Salvador Dalí
A persistência da memória(1931)
Salvador Dalí
29. Na literatura:
• Liberdade e livre associação de ideias.
• Uso da escrita automática, que consistia em
escrever tudo aquilo que vem à mente, sem
cortes e, em frases feitas com palavras
recortadas de revistas, jornais e imagens
demonstravam as ideias do inconsciente.
30. Pré-história
Murilo Mendes
Mamãe vestida de rendas
Tocava piano no caos.
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos.
31. POEMA
Tenho na minha frente a fada de sal
cuja túnica recamada de cordeiros
desce até ao mar
cujo véu pregueado
de queda em queda ilumina toda a montanha.
in “Luz da Terra” – André Breton