2. A palavra VANGUARDA deriva do francês AVANT-GARDE, termo
militar que designa aqueles que, em campanha, vão à frente da
unidade. A partir do início do séc. XX, passou a ser empregada
para designar aqueles que, no campo da arte e das ideias,
estavam à frente de seu tempo.
3. As Vanguardas surgem, no início do século XX,
atravessando a I Guerra Mundial e finda com o início da
II Guerra Mundial, momento em que as produções
artísticas cessam diante do terror nazista.
5. O FUTURISMO
O Manifesto Futurista, de autoria do poeta italiano
Filippo Tommaso Marinetti (1876 - 1944), é publicado
em Paris em 1909.
6. O FUTURISMO
Futurismo russo é o termo usado para denotar vários grupos
de poetas e artistas russos, como Vladimir Maiakovski, que
adotaram princípios, principalmente estéticos, do manifesto
de Marinetti.
7. O FUTURISMO
PROPOSTAS: o Futurismo propunha a ruptura com o
passado. Mais que isso: destruir o passado.
Exaltavam:
• a velocidade, o progresso;
• a coragem, a audácia e a revolta;
• o soco e a bofetada;
• a guerra – única higiene do mundo;
• pregava a demolição de bibliotecas e museus,
além de combater o moralismo, o feminismo e
todas as covardias oportunistas e utilitárias.
8. O FUTURISMO
Em 1912, surge um Manifesto Técnico da
Literatura Futurista, propondo “a destruição da
sintaxe”, eliminando os adjetivos, advérbios. Usar
os substantivos como nascem. Trocar sinais de
pontuação por símbolos matemáticos e notas
musicais.
É relevante salientar a total identificação entre o
movimento e seu líder, a ponto de virarem
sinônimos FUTURISMO/MARINETTI e, a partir de
1919, as evidentes afinidades do movimento com
Fascismo de Mussolini.
9. O FUTURISMO
ODE TRIUNFAL
(Álvares de Campos)
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! (...)
10. O FUTURISMO
Balalaica
(Maiakovski)
Balalaica
[como um balido abala
a balada do baile
de gala]
[com um balido abala]
abala [com balido]
[a gala do baile]
louca a bala
laica
(trad. Augusto de Campos)
15. O EXPRESSIONISMO
Na França e na Alemanha, no início do século XX,
surge um grupo de pintores chamados
expressionistas, na Alemanha, e fauvistas, na
França.
O objetivo era expor a subjetividade do mundo
interior do artista, e isto implicava no
distanciamento da beleza, seja pela “caricatura”
(resultado da distorção da imagem), seja pela
expressão do sofrimento humano como pobreza,
violência, paixão, visão da morte e outros
sofrimentos humanos.
16. O EXPRESSIONISMO
O MORCEGO
(Augusto dos Anjos)
(...)
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto
19. O CUBISMO
O Cubismo nasceu das experiências de Pablo Picasso e
Georges Braque em 1907. A pintura cubista, valorizando
as formas geométricas (cones, esferas, cilindros, etc.),
objetivava revelar o objeto em seus variados ângulos.
Na literatura, o Cubismo viveu seu primeiro momento
com um manifesto-síntese assinado por Guillaume
Apollinaire e publicado em 1913 e, neste caso, buscava-se
aproximar, ao máximo, as várias manifestações
artísticas (pintura, música, literatura, escultura),
ressaltando a importância dos espaços em branco e em
preto da folha de papel e da impressão tipográfica.
Propunha ainda as “palavras em liberdade”, “invenção de
palavras” e a “destruição da sintaxe já condenada pelo
uso”.
25. O CUBISMO
“A arte é uma
mentira que nos
faz perceber a
verdade”
Pablo Picasso
26. O DADAÍSMO
Em 1916, em plena guerra, quando tudo fazia supor uma
vitória alemã, um grupo de refugiados em Zurique, na
Suíça, inicia o mais radical movimento de Vanguarda
Europeia: o Dadaísmo. Este movimento foi iniciado por
TRISTAN TZARA, em seu manifesto DADÁ, em 1918.
Embora a palavra DADA em francês signifique cavalo de
madeira, sua utilização marca o non-sense ou falta de
sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um
bebê). Para reforçar esta ideia, foi estabelecido o mito de
que o nome foi escolhido aleatoriamente, desta forma,
abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um
estilete sobre ela. Isso foi feito para simbolizar o caráter
antirracional do movimento
27. O DADAÍSMO
“Eu escrevo um manifesto e não quero
nada, eu digo portanto certas coisas e
sou por princípio contra os manifestos,
como sou também contra os princípios.”
(Tristan Tzara)
28. O DADAÍSMO
- Objetos comuns do cotidiano são apresentados de uma
nova forma e dentro de um contexto artístico;
- Irreverência artística;
- Combate às formas de arte institucionalizadas;
- Crítica ao capitalismo e ao consumismo;
- Ênfase no absurdo, nos temas e nos conteúdos sem lógica;
- Uso de vários formatos de expressão (objetos do
cotidiano, sons, fotografias, poesias, músicas, jornais, etc.)
na composição das obras de artes plásticas;
- Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com
relação aos acontecimentos políticos do mundo.
29. O DADAÍSMO
Para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal,
Pegue uma tesoura,
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu
poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam este
artigo e meta-os no saco.
Agite suavemente,
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tirada do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade
graciosa, ainda que incompreendido do público.
Tristan Tzara
36. O SURREALISMO
O Manifesto Surrealista foi lançado em Paris, em 1924, por
André Breton, um ex-participante do Dadaísmo que
rompera com Tristan Tzara. É importante salientar que o
Surrealismo é um movimento iniciado num período entre
guerras – entre as cinzas da I Guerra Mundial e as
experiências acumuladas de todos os outros movimentos .
O movimento recebe forte influência das teorias
psicanalíticas de Sigmund Freud. A partir daí, os surrealistas
proclamam que a arte nunca pode ser produzida pela razão
inteiramente desperta.
É influenciado também pelo Expressionismo, sondando o
mundo interior, em busca do homem primitivo, da
libertação do inconsciente, da valorização do sonho.
37. O SURREALISMO
Os escritores do surrealismo rejeitaram o romance e a
poesia em estilos tradicionais e que representavam os
valores sociais da burguesia. As poesias e textos deste
movimento são marcados pela livre associação de ideias,
frases montadas com palavras recortadas de revistas e
jornais e muitas imagens e ideias do inconsciente
38. O SURREALISMO
O livro MACUNAÍMA de Mário de Andrade é
um bom exemplo do surrealismo na literatura
brasileira. Ele foi escrito em apenas seis dias,
possuindo uma narrativa mágica, quase
automática, o autor reelabora temas de
mitologia indígena e visões folclóricas.
39. O SURREALISMO
“Nesse momento, um mulato da maior mulataria trepou
numa estátua e principiou um discurso entusiasmado,
explicando pra Macunaíma o que era o dia do Cruzeiro.
No céu escampado da noite não tinha uma nuvem nem
Capei. A gente enxergava os conhecidos, os pais-das-árvores
os pais-das-aves os pais-das-caças e os parentes
manos pais mães tias cunhadas cunhãs cunhatãs, todas
essas estrelas piscapiscando bem felizes nessa terra sem
mal adonde havia muita saúde e pouca saúva, o
firmamento lá.”
40. O SURREALISMO
Poeminha surrealista
Gostaria, querida,
De ser inesperado
Como uma madrugada amanhecendo
À noite
E engraçado, também,
Como um pato num trem.
Millôr Fernandes