3. • O Continente africano limita-se ao Norte pelo
Mar Mediterrâneo, ao Oeste pelo Oceano
Atlântico e ao Leste pelo Oceano Índico. De uma
maneira simplificada podemos dividi-lo em duas
zonas absolutamente distintas: o centro-norte é
dominado pelo imenso deserto do Saara
(8.600.000 de km2), enquanto que o centro-sul,
depois de percorrer-se as savanas, é ocupado
pela floresta tropical africana.
4. • Esta separação geográfica também se refletiu
numa separação racial. No Norte do
continente habitam os árabes, os egípcios, os
berberes e os tuaregues(nômades do
deserto).
6. • No centro-sul, ao contrário, habitam mais de 800
etnias negras africanas. Atribui-se ao atraso da
África meridional ao isolamento geográfico que a
população negra encontrou-se através dos
séculos. Afastada do Mediterrâneo - grande
centro cultural da Antiguidade - pelo deserto do
Saara, e longe dos demais continentes pela
dimensão colossal dos dois oceanos, o Atlântico e
o Índico. Apartados do resto do mundo, os
africanos se viram vítimas de expedições que
lhes roubavam os filhos ao longo da história.
9. • Mesmo antes da chegada dos traficantes de
escravos europeus, os árabes já praticavam o
comércio negreiro, transportando escravos
para a Arábia e para os mercados do
Mediterrâneo oriental, para satisfazer as
exigências dos sultões e dos Sheiks. As guerras
tribais africanas, por sua vez, favoreciam esse
tipo de comércio, visto que a tribo derrotada
era vendida aos mercadores.
11. • Um dos aspectos mais importantes da sociedade
africana pré-colonial faz referência às DISPUTAS
E GUERRAS no continente. Atualmente, as
GUERRAS étnicas e políticas em África são objeto
de grande atenção, noticiadas e comentadas pelo
mundo inteiro. Entretanto, é necessário salientar
que nem sempre foi assim. Vejamos que para
haver GUERRAS entre os povos africanos antes
da era colonial era preciso um motivo muito
forte, uma vez que os reis eram mediadores de
conflitos entre os grupos.
12. • Além disso, o estudo dos reinos africanos
demonstra que as fronteiras dos Estados era
bastante flexível, variando conforme o
carisma dos governantes e a dinâmica interna
do continente, sem que isso levasse
necessariamente a conflitos entre os povos de
diferentes etnias.
13. • Quando havia excesso de população e a
convivência não era possível, os grupos
entravam em conflito. Neste caso, a GUERRA
não envolvia toda a população existente, mas
somente o grupo responsável pela defesa do
seu povo em situação de conflito. Como
exemplo, podemos citar os arqueiros núbios,
famosos por sua agilidade com os arcos e
flechas.
15. • O europeus chegaram a África aos
pouquinhos. Não foi uma invasão única, como
muitos pensam. Os europeus já tinham
relações com a África desde muitos séculos
antes da invasão européia. Essas relações
eram estritamente comerciais, em contatos
de compra e venda comuns, como existem até
hoje entre os países.
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17. • Os europeus ofereciam o que tinham em
troca dos artigos africanos, que iam desde o
marfim e minérios até artefatos em geral.
Entretanto, já no século XV, os europeus
passaram a desejar a conquista das áreas
litorâneas do continente, em seu primeiro
processo de expansão, em busca das riquezas
que já sabiam que existiam e da mão-de-obra
africana.
19. • No século XVIII ainda ocorria em África a primeira
expansão européia, que se encerrou com a tomada da
Colônia do Cabo, holandesa, pelos ingleses, durante a
Revolução Francesa (1789). A partir daí os europeus
começaram a adentrar o continente africano, através
de expedições científicas e pela evangelização cristã,
com a entrada de missionários na África, e essas
expedições missionárias e científicas permitiram o
conhecimento do interior do continente. As
expedições científicas são fruto das sociedades
geográficas do século XIX, e tiveram início no final do
século XVIII.
21. O tráfico de escravos:
• Durante os primeiros quatro séculos - do século
XV a metade do XIX - de contato dos navegantes
europeus com o Continente Negro, a África foi
vista apenas como uma grande reserva de mão-
de-obra escrava. Traficantes de quase todas as
nacionalidades montaram feitorias nas costas da
África. As simples incursões piratas que visavam
inicialmente atacar de surpresa do litoral e
apresar o maior número possível de gente, foi
dando lugar a um processo mais elaborado.
22.
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24.
25. • Conforme aumentava a procura por mão-de-
obra escrava, motivada pela instalação de
colônias agrícolas na América,os comerciantes
de escravos se associaram militarmente e
financeiramente com povos africanos, que
viviam nas costas marítimas, dando-lhes
armas, pólvora e cavalos para conquistassem a
maior quantidade de território possível.
26. • Os prisioneiros das guerras tribais eram
presos em “barracões”, em armazéns
costeiros, onde ficavam a espera da chegada
dos navios tumbeiros ou negreiros que os
levariam como carga humana pelas rotas
transatlânticas.