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ONTOLOGIA
Procura responder
“o que é a
realidade”
(Hughes, 1980).
Qual é a forma e a
natureza da
realidade e o que
pode ser
conhecido sobre
ela (Laverty, 2003).
EPISTEMOLOGIA
Procura responder “de que forma
a realidade pode ser conhecida”
(Hughes, 1980).
Qual é a natureza da relação
entre quem conhece e o que pode
ser conhecido (Laverty, 2003).
METODOLOGIA
Procura responder “como o
investigador pode proceder
para encontrar o que ele
acredita que pode
conhecer” (Laverty, 2003).
Refere-se às suposições
fundamentais e
características de uma
abordagem científica (van
Manen, 1990)
“A verdade científica é
sempre um paradoxo,
se julgada pela
experiência
cotidiana, que
apenas capta a
aparência efêmera
das coisas.”
(Karl Marx)
“Teorias científicas
descrevem a
natureza em termos
de analogias
retiradas de tipos
familiares de
experiência.”
(Mary Hesse)
Gardner afirma que
quando ensinamos,
ensinamos o que é
Verdadeiro, uma
Racionalidade, o que
é Bom, uma Ética e o
que é Belo, uma
Estética.
ONTOLOGIA, EPISTEMOLOGIA e
METODOLOGIA
Os problemas ontológicos,
epistemológicos e metodológicos
não são isolados entre si (Morgan
e Smircich, 1980).
Afirmações a respeito do que existe
no mundo (ontologia) levantam
questões relativas à possibilidade
de se conhecer o que existe
(epistemologia) e dos
procedimentos para adquirir o
conhecimento (metodologia).
“Aignorânciaéamaldiçãodivina,o
conhecimentoéaasaquenosleva
paraocéu”(SHAKESPEARE)
Hoje, a Bela, a Estética, jaz escrava
da Fera, a Racionalidade
O segredo para se
reencantar o mundo, é
simples ...
Precisamos libertar a
Bela da Fera
No passado não havia distinção entre:
Arte
Conhecimento Filosófico
Conhecimento Científico
Conhecimento Religioso
Ex.: certas cerimônias indígenas atuais, nas quais
todos esses elementos são integrados.
Desaparece sob a influência do paradigmaDesaparece sob a influência do paradigma
newtoniano-cartesiano. A fera subjuga a bela:newtoniano-cartesiano. A fera subjuga a bela:
Visão mecanicista de mundo
Predomínio de racionalismo científico
Conhecimento fragmentado em disciplinas
“Só Euclides julgou óbvia a beleza....”
Edna St. Vincent Millay, Soneto
PROPOMOSAEPISTEMOLOGIA
DABELEZA
Os psicólogos
consideram as
emoções atividades
do inconsciente, de
modo que a
experiência estética
é o ressuscitamento
de emoções
subliminares e a
beleza é o poder de
evocar emoções.
(HUNTLEY, 1985)
Platão, no Symposium, onde
estaria fazendo a vez de uma
mulher de Mantinea, num
diálogo reportado por Sócrates
(Apud HUNTLEY, 1985), teria
dito ...”(o homem) que orientar
seus pensamentos para
exemplos de beleza na
sucessão própria e regular terá
subitamente a revelação, ao
aproximar-se do final de sua
iniciação, de uma beleza cuja
natureza é verdadeiramente
maravilhosa, o objetivo final,
Sócrates, de seus esforços
anteriores.
Esta beleza é, antes
de tudo, externa;
nem começa nem
acaba; depois, ela
não é parcialmente
bela e parcialmente
feia, nem bela num
momento e feia
noutro... Ele a verá
como absoluta,
existindo sozinha
consigo mesma,
única, externa, e a
todas as outras
coisas belas como
partes integrantes
dela...
Esta, acima
de todas as
outras, meu
caro
Sócrates, é a
região onde a
vida do
homem deve
ser passada,
na
contemplação
da beleza
absoluta”.
A humanidade em todos os tempos,
e em todos os lugares, sempre
perseguiu o " belo".
No folclore de cada povo isso se evidencia
com as danças, artesanatos e na gastronomia
pela maneira peculiar de organizar um prato
antes de levá-lo a mesa.
O útil e o necessário muitas vezes
perde espaço para uma flor.
A experiência estética sobrevém quando algum
elemento material ou mental, ao qual por esse
motivo atribuímos “beleza”, estimula a emoção de
prazer.
Segundo Paul
MacLean, o cérebro
está organizado em
três camadas –
Cérebro Reptiliano –
assento das emoções
primitivas e egoístas;
Cérebro Mamífero
Primitivo – dedicado às
emoções gentis,
sociais; e Cérebro
Mamífero Moderno –
abriga o intelecto.
“A beleza é um elemento
proeminente na inteireza
abstrata visada pela
matemática mais avançada; é
o objetivo do físico enquanto
procura construir a ordem do
universo; ao menos deveria
ser a inspiração de todo
estudo da vida...Levanta para
nós a questão da
profundidade e alcance de
nossa consciência. Daí a
necessidade da oração do
poeta para que mais respeito
em nós encontre”.
John Oman em The Natural and
the Supernatural
• Fase de fragmentação multi e pluridisciplinar
1. Nível do Ser:
Separação entre sujeito e objeto
Separação entre conhecedor, conhecimento e
conhecido
Fase de fragmentação multi e pluridisciplinar
2. Nível do Sujeito
Razão
Intuição
Sensação
Sentimento
Separam-se por
um processo de
condicionamento
e educação
Homo sapiens
o que conhece
Pensador
Homo faber
o que faz
Transformador
da natureza
3. Nível do Conhecimento:
Conhecimento Puro (conhecimento pelo
conhecimento)
Conhecimento de métodos e técnicas de ação
(tecnologia)
4. Nível do Objeto Conhecido:
Matéria (sólida, líquida, gasosa, etc.)
Vida (vegetal, animal e humana)
Programação (informações identificadas com
matéria e vida)
Observação: segundo a física quântica, tudo
indica que essas sejam três manifestações da
mesma energia.
Fase interdisciplinarFase interdisciplinar
• Movida pela força holísticaMovida pela força holística
Tende a reunir, em conjuntos abrangentes, o queTende a reunir, em conjuntos abrangentes, o que
a mente humana dissociou.a mente humana dissociou.
Nasceu da iNasceu da ingovernabilidadengovernabilidade do númerodo número
excessivo de disciplinas.excessivo de disciplinas.
Manifesta-se no esforço de correlacionar asManifesta-se no esforço de correlacionar as
disciplinas.disciplinas.
Parece mais freqüente
em aplicações
tecnologias industriais e
comerciais (pressão dos
mercados) do que no
meio acadêmico.
Cada vez mais, dá
origem a novas
disciplinas (biologia +
física = biofísica).
Vocabulário característico: universal , global,
rede, sistêmico, transnacional, metassistema [...].
Observação – Seus protagonistas descobrem que
todas as disciplinas são INTER-RELACIONADAS.
•Fase transdisciplinarFase transdisciplinar
Primeira vez em o termoPrimeira vez em o termo transdisciplinartransdisciplinar foifoi
empregado: por Jean Piaget (1970):empregado: por Jean Piaget (1970):
Segundo autor a utilizar o termo: Erich JantschSegundo autor a utilizar o termo: Erich Jantsch
(1972):(1972):
Edgar Morin (1980): fala em transdisciplinaridadeEdgar Morin (1980): fala em transdisciplinaridade
antiga e nova.antiga e nova.
A Ciência jamais seria a ciência se não fosse aA Ciência jamais seria a ciência se não fosse a
transdisciplinaridadetransdisciplinaridade..
Observação - A ciência transdisciplinar seObservação - A ciência transdisciplinar se
desenvolve a partir das comunicações entre asdesenvolve a partir das comunicações entre as
ciências.ciências.
• TransdisciplinaridadeTransdisciplinaridade GeralGeral::
Definida na Declaração de Veneza, da UnescoDefinida na Declaração de Veneza, da Unesco
(1987)(1987)
ComumComum entreentre ciência, filosofia, arte e tradição,ciência, filosofia, arte e tradição,
que inclui as tradições espirituais.que inclui as tradições espirituais.
Leva à visão holística por meio de abordagemLeva à visão holística por meio de abordagem
também holística, desde que praticada.também holística, desde que praticada.
•TransdisciplinaridadeTransdisciplinaridade EspecialEspecial::
Comum a várias disciplinasComum a várias disciplinas dentrodentro das ciências,das ciências,
das filosofias, das artes ou das tradiçõesdas filosofias, das artes ou das tradições
espirituais.espirituais.
Ex.: entre cristianismo e hinduismo, biologia eEx.: entre cristianismo e hinduismo, biologia e
física, etc.física, etc.
Dis
Tran
s
Inte
r
Pluri
Mult
i
CONHE
-
CIMEN-
TO
Hoje, já se fala em uma 6a. Fase, a
Fase holística:
• É uma volta a primeira fase – a fase predisciplinar,
enriquecida pelos últimos estágios da ciência
moderna.
• Mobiliza as funções ligadas ao cérebro direto e
esquerdo e sua sinergia.
• Busca equilíbrio entre as quatro funções psíquicas
de Jung (sensação, sentimento, razão e intuição).
O QUE É ENTENDIDO PORO QUE É ENTENDIDO POR DISCIPLINA?DISCIPLINA?
““Constitui um corpo específico de conhecimentoConstitui um corpo específico de conhecimento
ensinável, com seus próprios antecedentes deensinável, com seus próprios antecedentes de
educação, treinamento, procedimentos,educação, treinamento, procedimentos,
métodos e áreas de conteúdo”.métodos e áreas de conteúdo”.
(Juntsch,(Juntsch, apudapud CHAVES, 1988, p. 5).CHAVES, 1988, p. 5).
““É um tipo de saber específico e possui um objetoÉ um tipo de saber específico e possui um objeto
determinado e específico, bem comodeterminado e específico, bem como
conhecimentos e saberes relativos a esseconhecimentos e saberes relativos a esse
objeto e métodos próprios (MAHEU, 2000)objeto e métodos próprios (MAHEU, 2000)
OS CAMINHOS DEOS CAMINHOS DE
MULTI, PLURI, INTER E TRANSDISCIPLINARIDADEMULTI, PLURI, INTER E TRANSDISCIPLINARIDADE
JUSTIFICATIVA: “A linguagem disciplinar [...] nãoJUSTIFICATIVA: “A linguagem disciplinar [...] não
deu conta de provocar a interação entre osdeu conta de provocar a interação entre os
conhecimentos das várias disciplinas criadasconhecimentos das várias disciplinas criadas
pela ciência moderna.” (BARBOSA, 2001)pela ciência moderna.” (BARBOSA, 2001)
MULTIDISCIPLINARIDADE:
• Estuda um tópico de pesquisa, a partir de
diversas disciplinas, simultaneamente.
• Extravasa as fronteiras disciplinares, mas a meta
permanece limitada à estrutura da pesquisa
disciplinar.
Ex.: a) Um quadro de Giotto pode ser estudado
dentro da história da arte, da história da religião,
da história Européia, e da geometria.
b) A filosofia marxista pode ser estudada com
uma visão para mesclar a psicologia com física,
economia, psicanálise ou literatura.
Ocorre quando “para a solução de um problema,
torna-se necessário obter informação de duas
ou mais ciências ou setores do conhecimento,
sem que as disciplinas envolvidas no processo
sejam elas mesmas modificadas ou
enriquecidas” (Piaget apud CHAVES, 1988, p. 5).
PLURIDISCIPLINARIDADE:
A diferença entre multi para pluri é ‘quase’ nula:
Multi = conjunto de disciplinas trabalhadas
simultaneamente, sem relações explícitas.
Pluri = justaposição de várias disciplinas no
mesmo nível hierárquico, cujas relações
são aparentes.
Ex.: Trabalhos de ecologia, especificamente para o
estudo da biocenose, necessitam de várias
disciplinas, como fisiologia vegetal, botânica,
zoologia e meteorologia.
“Ocorre quando se verifica convergência dos
recursos de várias fontes do conhecimento para
o estudo específico de determinado fenômeno”
(KORTE, 2000, p. 28).
INTERDISCIPLINARIDADE:
• Transfere métodos de uma disciplina para outra.
• É o resultado da articulação entre duas ou mais
disciplinas com objetivos pedagógicos comuns.
Divide-se em:
1. grau epistemológico: os métodos da física
nuclear são transferidos para a medicina e isso
leva para o aparecimento de novos
tratamentos para o câncer;
2. grau de aplicação: transfere métodos da lógica
formal a área de lei geral gerar alguma análise
interessante da epistemologia da lei;
INTERDISCIPLINARIDADE:
3. grau de geração de novas disciplinas: por
exemplo, dos métodos da física transferidos
para biologia, nasce a biofísica; e da
transferência de métodos computacionais para
a arte, a arte computacional é gerada.
• Extravasa as disciplinas, mas sua meta ainda
permanece dentro da estrutura da pesquisa
disciplinar.
Designa “o nível em que a interação entre várias
disciplinas ou setores heterogêneos de uma mesma
ciência conduz a interações reais, a uma certa
reciprocidade no intercâmbio levando a um
enriquecimento mútuo”.
(Piaget, apud CHAVES, 1988, p. 5).
TRANSDISCIPLINARIDADE:
• Refere-se à dinâmica engendrada pela ação
simultânea de diversos níveis de realidade.
Está entre as disciplinas, através de diferentes
disciplinas e além de todas as disciplinas.
• É alimentada pela pesquisa disciplinar e seus
pilares são três: a) múltiplos níveis de
realidade, b) lógica do meio incluída e c)
complexidade.
• A meta - o entendimento do mundo atual - não
pode ser realizada em uma estrutura de
pesquisa disciplinar, por isso há que
extravasar fronteiras.
• É uma forma de auto-transformação orientada
para o auto-conhecimento, para a unidade do
conhecimento e para a criação de uma nova
arte de viver em sociedade.
• É globalmente aberta; reconcilia ciências
exatas, humanas, arte, literatura, poesia,
experiência anterior.
O conceito envolve “não só as interações ou
reciprocidade entre projetos especializados de
pesquisa, mas a colocação dessas relações
dentro de um sistema total, sem quaisquer limites
rígidos entre as disciplinas”.(Piaget, apud
CHAVES, 1988, p. 5).
SAÚDE NATURAL, BELEZA, ARTE E LAZER
“De todos esses globos, que contemplas,
Não há nenhum, nem mesmo o menor,
Que em seu giro não cante como um anjo,
Em perpétua, em uníssona harmonia
Com os próprios querubins de olhos ingênuos!”
Shakespeare, em O Mercador de Veneza
“É simplesmente por ser
redonda e rosada que a
rosa me causa mais
satisfação que o ouro
com o qual poderia
prover as necessidades da
vida ou proporcionar-me
um certo número de
escravos. De algum
modo, sentimos que por
meio da rosa chega aos
nossos corações a
linguagem do amor e o
sentimento de uma linda
mulher”.
“Esta psique, infinitamente antiga,
é a base de nossa mente, assim
como a estrutura do nosso corpo
se fundamenta no molde
anatômico dos mamíferos em
geral. O olho treinado do
anatomista ou do biólogo encontra
nos nossos corpos muitos traços
deste molde original. O
pesquisador experiente da mente
humana também pode verificar as
analogias existentes entre as
imagens oníricas do homem
moderno e as expressões da
mente primitiva, as imagens
coletivas e os seus motivos
mitológicos”. Carl Gustav Jung,
em O Homem e Seus Símbolos.
“...senão para contemplar a beleza da harmonia,
não valeria a pena dedicar-se à ciência.”
Henri Poincaré
O PRAZER DA BELEZA
“A beleza é a verdade, a verdade é a beleza, e é
tudo que sabes de fato, e tudo que precisas saber”
Keats, em sua Ode sobre um Túmulo Grego
A finalidade suprema da beleza diante da psique
humana é de servir de estímulo à atividade
criadora, que é uma das satisfações mentais
terminais do homem. Keats, nesta expressão,
sugere que a sensação de beleza pode produzir
um fermento mental que serve de guia para a
verdade, como o queriam Sócrates e Platão.
Segundo HUNTLEY (1985), a fonte máxima de
sensibilidade estética às várias manifestações de
beleza deve ser buscada no inconsciente ou
no inconsciente
coletivo, onde o
homem é legatário
de várias eras.
As experiências de todas as gerações de ancestrais
de um homem, repetidas milhões de vezes e
registradas como estruturas de memória no
cérebro, são gravadas
cada vez mais
profundamente à
medida que são
transmitidas de
geração para geração
através dos séculos.
São nas experiências emocionalmente carregadas
de milhares de gerações de nossos ancestrais é
que devemos procurar a fim de descobrir as fontes
do prazer estético na
arte, na música, na
poesia, na
matemática e em
outras formas de
arte.
O desconhecido sempre é inquietante, mas
qualquer forma de arte que corra suavemente nos
trilhos da memória deixa a mente em paz em um
ambiente bem familiar.
“Ó flor das fendas da parede,
Te arranco das fendas,
Te sustento aqui, raiz e tudo, em minha mão,
Pequena flor – mas se eu pudesse compreender
O que tu és, raiz e tudo, tudo por tudo,
Eu saberia o que é Deus e o que é o Homem.”
Alfred Tennyson
Para Platão, há uma realidade
superior e eterna no plano
da verdade
e a filosofia e a ciência podem
ajudar a conhecer mais,
mesmo que sua essência
continue inacessível.
CETICISMO – não se preocupa
com a verdade.
RELATIVISMO – não existe uma
única verdade
O conhecimento será tanto
mais verdadeiro
quanto mais conseguir integrar
todas as áreas de interesse.
EMPIRISMO
Parte de pressuposições e
afirma que se conhece
apenas aquilo que se
experimenta com os
sentidos, e que a mente
serve somente para ajudá-
los. Entretanto, os
sentimentos não são base
segura para o
conhecimento, e por vezes
nos levam a tomar
decisões equivocadas.
EXPERIMENTALISMO
É um método experimental
sem dar primazia aos
sentidos. É comandado
pela razão e pressupõe
algum tipo de teoria para a
condução das
experiências. As
experiências devem ser
reprodutíveis,
generalizáveis e permitir
predições daquilo que
ainda não foi testado.
DECIFRANDOMENSAGENS
CIFRADAS
• “O livro da natureza está escrito em caracteres
matemáticos” (Galileu).
• Galileu, Torricelli e Stahl apreenderam que a razão
só pode compreender aquilo que ela mesmo
produz de acordo com um plano que ela mesmo
elaborou. A razão não pode deixar-se arrastar pela
natureza. Ao contrário, é ela que deve mostrar o
caminho (...), obrigando a natureza a dar resposta
às questões que ela mesmo propôs. (Kant)
O astrônomo Johannes
Kepler, autor de três
importantes leis
sobre o movimento
dos planetas, gastou
anos procurando
relações matemáticas
entre as órbitas dos
astros celestes. Ele
viu música no
espaço: “Os
movimentos celestes
nada mais são que
uma canção contínua
para várias vozes,
percebidas pelo
intelecto e não pelo
ouvido (...)”.
Pitágoras (“o quadrado
da hipotenusa é igual à
soma dos quadrados
dos catetos”) e seus
seguidores também
acreditavam que, para
entender a natureza,
era necessário
contemplá-la em busca
de relações numéricas.
Os pitagóricos também
acreditavam que as
relações numéricas se
encontravam
representadas na
música.
Kepler chegou mesmo a representar os planetas porKepler chegou mesmo a representar os planetas por
meio de notas musicais. Com Kepler, ameio de notas musicais. Com Kepler, a
matemática se transforma na chave para se ouvirmatemática se transforma na chave para se ouvir
a harmonia inaudível dos planetas. Ela é oa harmonia inaudível dos planetas. Ela é o
segredo que abre o cofre. Trata-se de um artifíciosegredo que abre o cofre. Trata-se de um artifício
que o cientista lança mão a fim de obrigar aque o cientista lança mão a fim de obrigar a
natureza a cantar em voz alta.natureza a cantar em voz alta.
As notas se
relacionam cada uma
de um jeito diferente
que nem as relações
humanas.Cada uma
tem sua
peculiaridade.
Quando falamos em
uníssono esta é a
menor distância que
o nosso ouvido
percebe.
O mais agradável
destes intervalos é o
que corresponde a
sexta maior, que
corresponde ao
retângulo áureo. Pois,
a nota sexta maior no
caso a nota LÁ na
escala é a que chega
mais próxima do φ
que corresponde
1,618.
Compreendermos melhor
a teoria da apreciação da
beleza na matemática se
compararmos com a
música. A música é
superior a linguagem do
inconsciente. Na música o
inconsciente manifesta-
se. Antigas memórias,
emocionalmente
absorvidas, são
despertadas pela melodia
e harmonia e isto está
relacionado com as
características da música.
Já havia sido
percebida pelos
gregos antigos a
medida de satisfação
maior pelos
retângulos áureos
que por retângulos
de proporções
diferentes e que a
sexta maior
constituía a melhor
harmonia por possuir
aproximadamente o
mesmo φ do
retângulo áureo.
Kepler foi um dos últimos pensadores medievais.Kepler foi um dos últimos pensadores medievais.
Para ele, Deus compôs uma melodia e a colocou,Para ele, Deus compôs uma melodia e a colocou,
cifrada, nos céus. É o primeiro a decifrar o código,cifrada, nos céus. É o primeiro a decifrar o código,
a abrir o cofre, descobrir o segredo, o primeiro aa abrir o cofre, descobrir o segredo, o primeiro a
ouvir o que Deus diz, por meio de sua melodia:ouvir o que Deus diz, por meio de sua melodia:
pura harmonia, pura música. Se sua visão dapura harmonia, pura música. Se sua visão da
ciência tivesse triunfado, hoje os cientistas seriamciência tivesse triunfado, hoje os cientistas seriam
místicos contemplativos, andando na companhiamísticos contemplativos, andando na companhia
de teólogos e músicos.de teólogos e músicos.
A ciência moderna tem a ver com máquinas,A ciência moderna tem a ver com máquinas,
técnicas, manipulações. A matemática nãotécnicas, manipulações. A matemática não
conduz à harmonia musical. Devemos isso aconduz à harmonia musical. Devemos isso a
Galileu.Galileu.
Ao buscar explicações teleológicas para a natureza,Ao buscar explicações teleológicas para a natureza,
acabava-se chegando sempre a um mesmoacabava-se chegando sempre a um mesmo
resultado: o universo é produto da criação divina.resultado: o universo é produto da criação divina.
Ao se fazer perguntas teleológicas à natureza, asAo se fazer perguntas teleológicas à natureza, as
respostas obtidas serviam para dar sentido à vidarespostas obtidas serviam para dar sentido à vida
das pessoas - mas elas não podiam ser testadasdas pessoas - mas elas não podiam ser testadas
ou corrigidas.ou corrigidas.
Galileu revoluciona a ciência ao afirmar que oGalileu revoluciona a ciência ao afirmar que o
universo não tem um sentido humano. No mundouniverso não tem um sentido humano. No mundo
dos números, não se pode mais fazer perguntasdos números, não se pode mais fazer perguntas
sobre a finalidade do universosobre a finalidade do universo..
A ciência moderna se caracteriza pelo abandono
da categoria substância, que é substituída pela
categoria função. O que importa não é o que as
coisas são, mas como elas se comportam.
Na Grécia antiga, várias urnas, estátuas e prédios seguiam as
proporções áureas, como é o caso do Partenon, que foi construído
por volta de 430 a..C. e, como se pode analisar pela figura abaixo,
sua estrutura se aproxima do retângulo áureo. A letra grega phi foi
dada ao valor 1,618... em homenagem a Phídias que, embora não
fosse o arquiteto do Partenon, era o Diretor artístico, a quem se
submetiam todos os participantes da obra.
Leonardo da Vinci conheceu a
divina proporção ao fazer as
ilustrações do tratado do Frei
Luca Paccioli, padroeiro dos
Contabilistas, que escreveu um
livro a respeito da proporção
áurea, tendo, então, utilizado
em suas obras, como A Última
Ceia, Monalisa, Anunciação e
outras.
Platão reconheceu que a música exprime
vivamente a emoção humana. É, por
excelência, a linguagem do inconsciente.
Vivemos
mergulhados em
um oceano de
sons. Em todo
lugar, a qualquer
hora, convivemos
com a música,
sem nos darmos
conta disso.
A música faz parte
da nossa vida,
muitas vezes
funcionando como
estímulo a
comportamentos,
provocando
reações inclusive
fisiológicas.
Para LEINIG
(1977) os efeitos
fisiológicos da
música se
englobam sob a
categoria de
reações sensoriais,
hormonais e
fisiomotoras, entre
elas, a mudanças
no metabolismo,
liberação de
adrenalina,
aumento do limiar
de vários estímulos
sensoriais.
Essas reações
provocadas
pela música
podem se dar
em diferentes
graus
dependendo
do caráter das
diversas
músicas, do
ambiente, do
estado de
ânimo do
ouvinte, além
do gosto e do
conhecimento
musical.
A música pode provocar
no indivíduo a
comunicação, a
identificação, a expressão
pessoal e conduzi-lo ao
conhecimento de si
mesmo. Por estes fatores,
ela vem sendo utilizada,
ao longo dos tempos, por
profissionais de diversas
áreas com as mais
diversas funções.
Conforme Jung observa: “O
homem que fala com imagens
primordiais fala com mil
línguas...Eis o segredo da
verdadeira arte”. A expressão
musical pode estimular
experiências antigas, como
ansiedade, pranto, excitação,
santuário. Isto ocorre quando
estas experiências da carga
emocional universal vão de
encontro com o nosso
inconsciente profundo para
mente superficial, por isso a
música difere das outras
artes, pois ela é mais precisa
e poderosa para efetivar esta
transferência.
"O nome semiótica vem da raiz grega semeion, que
quer dizer signo“.
A ciência é relativamente
nova e teve como maiores
expoentes o americano
Charles S. Peirce e o
suíço Ferdinand de
Saussure. Os problemas
concernentes à semiótica,
também chamada
semiologia (apesar de
muitos teóricos
diferenciarem os dois
termos), podem
retroceder a pensadores
como Platão e Santo
Agostinho, por exemplo.
Somente no início do século XX com os trabalhos
paralelos de Ferdinand de Saussure e C. S. Peirce,
começa a adquirir estatuto de ciência e autonomia.
Às vezes a semiótica é considerada parte da
lingüística, e às vezes o inverso.
A semiótica propriamente dita teve
seu início com filósofos como o
inglês John Locke (1632-1704) que,
no seu Essay on human
understanding, de 1690, postulou
uma "doutrina dos signos" com o
nome de Semeiotiké.
O termo também é mencionado por
Johann Heinrich Lambert (1728-
1777) que, em 1764, foi um dos
primeiros filósofos a escrever um
tratado específico intitulado
Semiotik.
PESCADORESEANZÓIS
“Teorias são redes; somente
aqueles que as lançam
pescarão alguma coisa”. Karl
Popper
Cientistas pertencem ao mesmo
‘clube’ dos caçadores,
pescadores e detetives.
Teorias são enunciados acerca
do comportamento dos
objetos de interesse do
cientista.
Um cientista é uma pessoa que sabe usar asUm cientista é uma pessoa que sabe usar as
redes teóricas para apanhar as entidades queredes teóricas para apanhar as entidades que
lhe interessam.lhe interessam.
A ciência tem a ver com aA ciência tem a ver com a regularidaderegularidade dosdos
hábitos da caça. Ela não se interessa pelahábitos da caça. Ela não se interessa pela
diferença, mais pelodiferença, mais pelo comumcomum..
A lei é o comum. Por
ser comum, é também
universal (nas
ciências, leis são os
enunciados da rotina
dos objetos).
Na ciência, porém, a
analogia da rede
deixa a desejar (o
cientista necessita de
resultados precisos e
específicos).
Anzóis são mais
precisos:
dependendo do
peixe que você
espera pegar, usa
anzóis grandes ou
pequenos.
Devemos tomar cuidado com a arrogância do pescador
que, com um peixinho na mão, pretende haver
desvendado o mistério da lagoa escura...
“O que está em jogo
não é a transmissão
daquilo que se
inventa, mas antes a
transmissão do poder
de inventar.”
Juan David Nasio
“O termo ‘método’,
que significa
literalmente
‘seguindo um
caminho’ (do grego
méta, ‘junto’, ‘em
companhia’, e
hodós, ‘caminho’),
refere-se à
especificação dos
passos que devem
ser tomados, em
certa ordem, a fim
de se alcançar
determinado fim”
Gauss, na afirmação
acima, está
declarando:
“Cheguei lá sem
seguir caminho
algum,
premeditadamente.
Estou pensando
para ver se
descubro o
método...”
Descobrimos que não existe uma única regra, porDescobrimos que não existe uma única regra, por
mais plausível que pareça, por mais alicerçadamais plausível que pareça, por mais alicerçada
sobre a epistemologia, que não sejasobre a epistemologia, que não seja
desrespeitada numa ou noutra ocasião.” (Pauldesrespeitada numa ou noutra ocasião.” (Paul
Feyerabend, Contra el método, p. 15).Feyerabend, Contra el método, p. 15).
Se Gauss está correto, é possível pensar que osSe Gauss está correto, é possível pensar que os
inovadores chegam a suas idéias por meio deinovadores chegam a suas idéias por meio de
saltos, só então parando para descobrir osaltos, só então parando para descobrir o
caminho, que deverá posteriormente sercaminho, que deverá posteriormente ser
ensinado aos mais medíocres, destituídos deensinado aos mais medíocres, destituídos de
asas. – Função do insight.asas. – Função do insight.
Kant, Comte, Freud, Marx, todos eles acreditam no advento
de uma ciência livre de emoções. Kant denunciava as
paixões como “cancros da razão pura”. Comte falava
sobre os três estágios do pensamento, o mais primitivo,
habitado por mágicos e sacerdotes e representado pela
imaginação, enquanto o último era constituído de
cientistas, sábios o bastante para amordaçar a
imaginação.
Freud caminha na mesma procissão e saúda o pensamento
científico como o que definitivamente abandonou as
fantasias e se ajustou à realidade. Enquanto isso, no
marxismo, a ciência devora antropofagicamente sua
própria mãe, a ideologia.
“A ciência, por mais pura que seja, é o produto de
seres humanos engajados na fascinante aventura de
viver suas vidas pessoais” (Frederick Perls, et al.,
Gestal Therapy, p. 24).
“(...) e, porque eu desejava me entregar
inteiramente à busca da verdade, pensei que
seria necessário (...) rejeitar como
absolutamente falsa qualquer coisa acerca
da qual eu pudesse imaginar o menor
fundamento para a dúvida, a fim de ver se,
depois disso, alguma coisa permanecia que,
segundo minha crença, era absolutamente
certa.” Descartes.
O QUE É FENOMENOLOGIA?O QUE É FENOMENOLOGIA?
• É o estudo da experiência vivida (van Manen,É o estudo da experiência vivida (van Manen,
1990).1990).
• Experiência vivida é o que experimentamos deExperiência vivida é o que experimentamos de
forma pré-reflexiva (Laverty, 2003; van Manenforma pré-reflexiva (Laverty, 2003; van Manen
1990).1990).
• Qualquer coisa que se apresente àQualquer coisa que se apresente à
consciência é potencialmente de interesse daconsciência é potencialmente de interesse da
fenomenologia, seja um objeto real oufenomenologia, seja um objeto real ou
imaginário, empiricamente mensurável ouimaginário, empiricamente mensurável ou
subjetivamente sentido (van Manen, 1990).subjetivamente sentido (van Manen, 1990).
Fenomenologia de Husserl
HUSSERL (1859-1938)
Edmund Husserl é
considerado o pai da
fenomenologia.Fez
doutorado em matemática
teórica antes de iniciar seus
estudos em filosofia.Criticou
a psicologia como uma
ciência que está indo na
direção errada ao tentar
aplicar os métodos das
ciências naturais às
questões humanas.
(Laverty, 2003).
• A análise fenomenológica de Husserl dá ênfase ao
fenômeno, ao que é dado imediato, à coisa que
aparece diante da consciência (Padovani, 1990).
• No dado está contida a sua essência (Padovani, 1990).
O papel da fenomenologia
é conhecer e descrever
o mundo das
essências, “a qual faz
uma coisa o que ela é,
e sem a qual não seria
o que é” (van Manen,
1990).
As essências são os
objetos de estudo da
fenomenologia,
enquanto que os fatos
são os objetos da
psicologia (Padovani,
1990).
• Duas técnicas são fundamentais na fenomenologia
de Husserl: a intencionalidade e a “epoché”.
• A compreensão de um fenômeno é, de acordo com
Husserl, um processo intencional.
• Através da intencionalidade, a mente é direcionada
para o objeto de estudo (Laverty, 2003).
A consciência funde-se com o objeto para o qual está
intencionado, não podendo jamais ser separado
daquele objeto (LeVasseur, 2003).
É da natureza do ser-humano estar com a consciência
sempre direcionada para alguma coisa que não a si
mesma.
Sendo a consciência sempre intencional e indivisível de
seu objeto, ela não pode ser uma coisa que subsiste
independentemente, como no cartesianismo
(LeVasseur, 2003).
Praticar a “epoché” é colocar em suspensão todas as
crenças prévias, uma redução de quaisquer teoria e
explicação apriorística (Garnica, 1997).
“Epoché”, suspensão e redução fenomenológicas são
tidas como sinônimos.
Husserl propôs que é necessário “suspender” as
pressuposições pessoais para ter contato com a
essência do fenômeno (Laverty, 2003).
Husserl via no seu método uma forma de alcançar oHusserl via no seu método uma forma de alcançar o
verdadeiro significado das coisas: “ver as coisasverdadeiro significado das coisas: “ver as coisas
como elas são”.como elas são”.
Julgou ter descoberto a verdadeira natureza doJulgou ter descoberto a verdadeira natureza do
conhecimento da realidade e dos conceitosconhecimento da realidade e dos conceitos
universais (Padovani, 1990).universais (Padovani, 1990).
A fenomenologia de Husserl é denominadaA fenomenologia de Husserl é denominada
Fenomenologia Transcendental.Fenomenologia Transcendental.
Fenomenologia de Heidegger
HEIDEGGER (1889-1976)
Formação inicial em teologia
católica. Heidegger trabalhou
com Husserl, que o treinou
nos processos de redução
fenomenológica e
intencionalidade (Laverty,
2003). Contudo, Heidegger
decidiu seguir um caminho
alternativo ao de Husserl. A
forma como a exploração da
experiência vivida é realizada
diferencia o trabalho de
Husserl e Heidegger (Laverty,
2003).
Heidegger rejeitava a idéia de que nós somos
seres observadores separados do mundo
dos objetos que queremos conhecer.
Pelo contrário, nós somos inseparáveis de um
mundo em existência (Draucker, 1999).
• Para Heidegger, não é a essência que dá significado à existência, mas o
contrário (Padovani, 1990).
• Heidegger argumenta que o humano “sendo-no mundo” está sempre
buscando significados para suas experiências.
• A filosofia deve desvendar a existência, determinar a essência do “estar-
no-mundo”.
Epistemologia e Ciência
FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976)
• Apesar de ter tido origem na fenomenologia de Husserl,
sua filosofia caracteriza-se como um sistema filosófico
distinto, enquadrando-se no Existencialismo.
• Heidegger modificou o método fenomenológico,
ajustando-o para o seu próprio sistema filosófico.
Epistemologia e Ciência
FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976)
• Para Heiddeger, as pressuposições não podem ser
suspensas, pois são elas que possibilitam a construção de
significado das experiências.
• Linguagem e compreensão são aspectos estruturais
inseparáveis do humano “sendo-no-mundo”.
• Interpretação é vista como crítica para o processo de
entendimento da experiência (Laverty, 2003).
• As experiências só podem ser entendidas em termos do
background e do contexto social da experiência.
Epistemologia e Ciência
FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976)
A fenomenologia de Heidegger é denominada:
• Fenomenologia Existencialista.
• Fenomenologia Interpretativa.
• Fenomenologia Hermenêutica.
Fenomenologia de Gadamer
GADAMER (1900-2002)
Gadamer deu
continuidade ao
trabalho de Heidegger
na Fenomenologia
Hermenêutica.
Avançou o estudo
sobre o papel das
pressuposições na
fenomenologia, que
desempenham papel
importante na
interpretação.
Epistemologia e Ciência
FENOMENOLOGIA DE GADAMER (1900-2002)
• Gadamer considera que é somente através do pré-
entendimento que o entendimento é possível (Fleming
et. al, 2003).
• A interpretação é um processo em evolução, assim
uma interpretação definitiva jamais é possível.
Epistemologia e Ciência
FENOMENOLOGIA DE GADAMER (1900-2002)
• “Quando interpretamos o significado de alguma coisa,
nós interpretamos uma interpretação” (Gadamer apud
van Manen, 1990)
• Gadamer colocou uma ênfase maior na linguagem do
que fez Heidegger.
• Para ele, a redução fenomenológica não é apenas
impossível, mas um absurdo (Laverty, 2003).
• O que é essencial não é a “redução”, mas estarmos
consciente de nossos pré-conceitos e pressuposições.
Epistemologia e Ciência
FENOMENOLOGIA DE GADAMER (1900-2002)
• Gadamer também está ligado ao movimento da
hermenêutica crítica.
• Ele afirma que a interpretação é inibida e influenciada
pelas forças sociais, políticas e econômicas.
• Ele acentuou a importância da tradição, do background
e da história em nossas formas de entendimento.
Epistemologia e Ciência
QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS
• Husserl focou em questões epistemológicas da relação
entre o conhecedor e o objeto de estudo (Laverty, 2003);
• Fez distinção entre o objeto que é intencionado e o ato de
intencionar.
Epistemologia e Ciência
QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS
• Heidegger revisou a fenomenologia para incluir a ontologia
(Jones, 2001).
• Apagou qualquer distinção entre o indivíduo e a experiência,
interpretando eles como coexistentes (Laverty, 2003).
• Nessa perspectiva, a redução fenomenológica ou “epoché” é
impossível
Epistemologia e Ciência
QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS
• Husserl parecia ter uma necessidade profunda pela certeza,
que o levava em direção de fazer da filosofia uma ciência
rigorosa.
• A suspensão fenomenológica ou “epoché” é considerada
uma forma de indicar rigor científico na abordagem
fenomenológica (LeVasseur, 2003)
Epistemologia e Ciência
QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS
• Apesar de Husserl não ser visto exatamente no
enquadramento positivista da ontologia e epistemologia, sua
educação formal em matemática é visto como uma influência
na sua conceitualização de filosofia (Laverty, 2003).
Epistemologia e Ciência
QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS
• Na fenomenologia hermenêutica, o pré-julgamento pode ser
usado positivamente como parte dos dados da experiência e
ajuda a estabelecer o horizonte de significado (LeVasseur,
2003).
• A essência do que se procura nas manifestações do fenômeno
nunca é totalmente apreendida, mas sua busca possibilita
novas compreensões (Garnica, 1997).
Epistemologia e Ciência
QUESTÕES METODOLÓGICAS
• O método fenomenológico não é dedutivo nem empírico
(Gil, 1999).
• Qualquer coisa que se apresente à consciência é
potencialmente de interesse da fenomenologia, seja um objeto
real ou imaginário, empiricamente mensurável ou
subjetivamente sentido (van Manen, 1990).
• A experiência não é decomposta em partes, mas
descrita/compreendida de forma holística.
Epistemologia e Ciência
QUESTÕES METODOLÓGICAS
• A fenomenologia ressalta a idéia de que o mundo é criado pela
consciência, o que implica o reconhecimento da importância do
sujeito no processo da construção do conhecimento (Gil,
1999).
Epistemologia e Ciência
QUESTÕES METODOLÓGICAS
• A fenomenologia como um método está longe de ter uma
abordagem única (LeVasseur, 2003).
• É possível fazer uma distinção entre a fenomenologia (como
uma descrição pura da experiência vivida) e a fenomenologia
hermenêutica (como uma interpretação da experiência) (van
Manen, 1990).
Epistemologia e Ciência
QUESTÕES METODOLÓGICAS
• Enquanto o foco e os resultados da pesquisa, incluindo a
coleta de dados, a seleção dos sujeitos e o entendimento da
experiência vivida, pode ser similar nas duas abordagens, a
posição do pesquisador, o processo de análise dos dados e
as questões de rigor e credibilidade podem ter um grande
contraste (Laverty, 2003).
Epistemologia e Ciência
QUESTÕES METODOLÓGICAS
• Os seguidores rigorosos do método transcendental de
Husserl insistem que a pesquisa fenomenológica é puramente
descritiva (van Manen, 1990).
• A fenomenologia descritiva tem o compromisso da redução
fenomenológica (LeVasseur, 2003);
Epistemologia e Ciência
QUESTÕES METODOLÓGICAS
• A pesquisa hermenêutica é interpretativa e preocupada com
o significado histórico da experiência.
• O entendimento é derivado do envolvimento pessoal do
pesquisador com o tema, pois o pesquisador é um “ser-no-
mundo” buscando significado de suas experiências.
Epistemologia e Ciência
O MÉTODO DE VAN MANEN
• A abordagem de Van Manen (1990) é
fenomenológica, hermenêutica e semiótica ou
orientada pela linguagem.
• A pesquisa fenomenológica interpretativa não pode
ser separada da prática textual (van Manen, 1990).
Epistemologia e Ciência
O MÉTODO DE VAN MANEN
• A epistemologia da experiência e percepção mudou
para a epistemologia da linguagem (van Manen,
1990).
• A mudança dessa epistemologia é a conscientização
de que a experiência vivida está imersa na linguagem.
• Nós somos capazes de relembrar e refletir sobre as
experiências graças à linguagem.
Epistemologia e Ciência
O MÉTODO DE VAN MANEN
• Suspensão fenomenológica, nessa abordagem, é
se tornar consciente de nossas crenças, pré-
suposições, preconceitos, suposições e teorias
através de sua explicitação.
Epistemologia e Ciência
O MÉTODO DE VAN MANEN
Estrutura de pesquisa sugerida por van Manen (1990)
• Orientando-se para a natureza da experiência vivida
• Investigando a experiência vivida
• Refletindo sobre os significados da experiência
• Descrevendo a experiência
• Mantendo uma orientação para o fenômeno
• Balanceando o contexto da pesquisa
Epistemologia e Ciência
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DRAUCKER, C. B. The critique of Heideggerian hermeneutical nursing research. Journal
of Advanced Nursing, v. 39, n. 2, 1999, pp. 360-373.
FLEMING, V.; GAIDYS, U. and ROBB, Y. Hermeneutic research in nursing: developing a
Gadamerian-based research method. Nursing Inquiry, v. 10, n. 2, 2003, pp. 113-120.
GARNICA, A. V. M. Algumas notas sobre pesquisa qualitativa e fenomenologia. Interface
– Comunicação, Saúde, Educação, v. 1, n. 1, Agosto 1997, pp. 109-119.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo : Atlas, 1999.
HUGHES, J. A filosofia da pesquisa social. Rio de Janeiro : Zahr, 1980, p. 11-24.
JONES, A. Absurdity and being-in-itself. The third phase of phenomenology: Jean-Paul
Sartre and existencial psychoanalysis. Journal of Psychiatric and Mental Health
Nursing, v. 8, 2001, pp. 367-372.
Epistemologia e Ciência
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LAVERTY, S. M. Hermeneutic phenomenology and phenomenology: a comparison of
historical and methodological considerations. International Journal of Qualitative
Methods, v. 2, n. 3, September 2003, pp. 1-29.
LeVASSEUR, J. J. The problem of Bracketing in Phenomenology. Qualitative Health
Research, v. 13, n. 3, March 2003, pp. 408-420.
MORGAN, G. and SMIRCICH, L. The case for qualitative research. Academy of
Management Review, v. 5, n. 4, 1980, pp. 491-500.
PADOVANI, U. A história da filosofia. 15a ed. São Paulo : Melhoramentos, 1990.
VAN MANEN, M. Researching lived experience. New York : State University of New York
Press, 1990.
INTRODUÇÃO • CONHECIMENTO • ESTRATÉGIA DA PESQUISA • CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecimento & Estratégia da Pesquisa
REFERÊNCIAS
MAGALHÃES, Gildo. Introdução à metodologia da pesquisa: caminhos da ciência e tecnologia.
1.ed. São Paulo: Ática, 2005. 263p.
ASHBY, M. (2000) How to write a paper. Engineering Department, University of Cambridge, Version
5, 38 p. [http://www-mech.eng.cam.ac.uk/mmd/ashby-paper.pdf]
POSSAMAI, Osmar; SELIG, Paulo. TÉCNICA DE AUXÍLIO À DEFINIÇÃO DO TEMA DE
DISSERTAÇÃO E TESE. Disponível em http://www.egc.ufsc.br/. Acesso em: 21 nov. 2005.
Orientações do PEGC/UFSC sobre o que deve conter um projeto de tese, 2005.
SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de
dissertação. 3. ed. Florianópolis: Laboatório de Ensino à distância da UFSC, 2001. 121p.
PPEGC. Guia de preparação de artigos. Preparado para o Programa de Pós-graduação em
Engenharia e Gestão do Conhecimento por Grupo Stela. Célula de Comunicação Científica,
Célula de Documentação. Versão preliminar. 2004. 24p.
SVEIBY, K. E. Gestão do conhecimento: as lições dos pioneiros, 2001. Disponível em:
<http://www.intangiveis.com.br>. Acesso em: 25 out. 2001.
DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o
seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
DESCARTES, René – Discurso do método, V. XV, 1975.
One thing I have
learned in a long life
— that all our
science, measured
against reality, is
primitive and
childlike.
Albert Einstein
O nosso sentimento de
belo, prazeroso,
agradável possui clara
ressonância explícita
com a métrica áurea.
Outros padrões ou
regularidades nos fazem
perguntar como Braille a
Lavoisier sobre o artesão
por detrás do artesanato.
“... Diotima: – Eu te direi
Sócrates, embora a explicação
seja longa:‘... Quando nasceu
Afrodite banqueteavam-se os
deuses e entre os demais se
encontravam também o filho
de Prudência, Poros, (o
recurso), Embriagado com o
néctar adormece nos jardins
de Zeus; ... Pênia (a pobreza), a
miséria ficou na porta,
procurando as sobras do
festim. Barrada na entrada,
por nada ter para oferecer, a
sem Recursos
Pênia vê Poros
adormecido, deita-se
ao seu lado, enlaça-o
e concebe com o amor
(Eros), gerando
Afrodite. Eis seu
natalício : ao mesmo
tempo, que por sua
natureza amante do
belo, porque também
Afrodite é bela e por
ser filha de Poros (o
Recurso) e de Pênia (a
pobreza, que tudo
falta). ... foi essa a
condição em que ficou
o amor:
Primeiramente o Amor é sempre pobre, é duro, seco,
descalço e sem lar, sempre por terra e sem forro,
deitando e ao desabrigo, as portas e ao caminho, tendo
da natureza da mãe a falta, a carência.
Segundo o pai, é insidioso com o que é belo e bom
corajoso, decidido e enérgico caçador terrível sempre a
tecer maquinações ávido de sabedoria e cheio de recursos,
a filosofar por toda a vida temível mago, feiticeiro, sofista e
nem imortal é a sua natureza e nem mortal e no mesmo dia,
ora ele germina e vive, ora morre e de novo ressuscita...
Graças a natureza do pai
é que consegue sempre
escapar de modo que nem
empobrece o amor nem
enriquece assim como
está no meio da sabedoria
e da ignorância’. ...
Sócrates: ‘ – do que me
diz Diotima, estou
convencido... ... Afirmo
que todo homem deve
honrar o amor, e que eu
próprio prezo o que lhes
concerne e
particularmente cultivo e
aos outros exorto e agora
e sempre elogio a
excelência do amor.”
E que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
Por que metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio
Que a música que eu ouço ao longe seja
linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja sempre
amada mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
e a outra metade é saudade
Que as palavras que eu falo não sejam
ouvidas como prece nem repetidas com
fervor, apenas respeitadas,
Como a única coisa que resta a um
homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade
de ir embora
se transforme na calma e
na paz que eu mereço
Que esta tensão que me
corrói por dentro
seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
e a outra metade é um vulcão
Que o medo da solidão se afaste
Que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu
rosto um doce sorriso
Que eu me lembro de ter
dado na infância
Porque metade de mim é a
lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei
Que não seja preciso mais
do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale
cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é
platéia
e a outra metade é canção
E que a minha loucura seja
perdoada
Porque metade de mim é amor
TAMBÉM
e a outra metade
BARBOSA, Laura Monte Serrat. 2001. O manifesto da transdisciplinaridade.
Disponível em
<www.psicopedagogia.pro.br/Ambito_da_Sociedade/Resenhas/Transdisciplinari
dade/transdisciplinaridade.html>. Acesso em 15 nov. 2005.
CAPES. Multidisciplinaridade.
CHAVES, Mário M. Complexidade e transdisciplinaridade: uma abordagem
multidimensional do setor saúde. 1988. Disponível em
<www.ufrrj.br/leptrans/3.pdf>. Acesso em 29 de out. 2005.
KORTE, Gustavo. 2000. Introdução a metodologia Transdisciplinar. Disponível em
<http://www.gustavokorte.com.br/publicacoes/Metodologia_Transdiciplinar.pdf>.
Acesso em 28 nov. 2005.
MAGALHÃES, Everton Moreira. Interdisciplinaridade: por uma pedagogia não
fragmentada. Disponível em <www.ichs.ufop.br/AnaisImemorial%20do
%20ICHS/trab/e3_3.doc>. Acesso em 15 nov. 2005.
MAHEU, Cristina d’Ávila. 2000. Interdisciplinaridade e mediação pedagógica.
Disponível em < www.nuppead.unifacs.br/artigos/Interdisciplinaridade.pdf>.
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MASETTO, Marcos Tarciso. Multi, Inter e Transdisciplinaridade. Palestra. Abeno –
Camboriú, 2005.
Nature Neuroscience Editorial February 2000 Volume 3 Number 2 p 97 <
http://www.nature.com/neuro/>
NICOLESCU, Basarab. The transdisciplinary evolution of learning. Disponível em
<www.learndev.org/dl/nicolescu_f.pdf>. Acesso em 8 nov. 2005.
WEILL, Peirre; D’ANBROSIO, Ubiratan; CREMA, Roberto. Rumo à nova
transdisciplinaridade. São Paulo: Summus, 1993.
PRINCIPAIS REFERÊNCIAIS TEÓRICOS
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
• ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência –
Introdução ao jogo e as suas regras. São
Paulo : Loyola, 2005
• COMTE, Augusto. Discurso sobre o
espírito positivo. São Paulo : Escala, 2005
• DESCARTES, René. Discurso do método.
São Paulo : Escala, 2005
OUTRAS REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
• Sítio de pesquisa sobre filosofia,
epistemologia, etc.:
• http://www.criticanarede.com

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  • 1.
  • 2. ONTOLOGIA Procura responder “o que é a realidade” (Hughes, 1980). Qual é a forma e a natureza da realidade e o que pode ser conhecido sobre ela (Laverty, 2003).
  • 3. EPISTEMOLOGIA Procura responder “de que forma a realidade pode ser conhecida” (Hughes, 1980). Qual é a natureza da relação entre quem conhece e o que pode ser conhecido (Laverty, 2003).
  • 4. METODOLOGIA Procura responder “como o investigador pode proceder para encontrar o que ele acredita que pode conhecer” (Laverty, 2003). Refere-se às suposições fundamentais e características de uma abordagem científica (van Manen, 1990)
  • 5. “A verdade científica é sempre um paradoxo, se julgada pela experiência cotidiana, que apenas capta a aparência efêmera das coisas.” (Karl Marx)
  • 6. “Teorias científicas descrevem a natureza em termos de analogias retiradas de tipos familiares de experiência.” (Mary Hesse)
  • 7. Gardner afirma que quando ensinamos, ensinamos o que é Verdadeiro, uma Racionalidade, o que é Bom, uma Ética e o que é Belo, uma Estética.
  • 8. ONTOLOGIA, EPISTEMOLOGIA e METODOLOGIA Os problemas ontológicos, epistemológicos e metodológicos não são isolados entre si (Morgan e Smircich, 1980). Afirmações a respeito do que existe no mundo (ontologia) levantam questões relativas à possibilidade de se conhecer o que existe (epistemologia) e dos procedimentos para adquirir o conhecimento (metodologia).
  • 10. Hoje, a Bela, a Estética, jaz escrava da Fera, a Racionalidade
  • 11. O segredo para se reencantar o mundo, é simples ...
  • 13. No passado não havia distinção entre: Arte Conhecimento Filosófico Conhecimento Científico Conhecimento Religioso Ex.: certas cerimônias indígenas atuais, nas quais todos esses elementos são integrados.
  • 14. Desaparece sob a influência do paradigmaDesaparece sob a influência do paradigma newtoniano-cartesiano. A fera subjuga a bela:newtoniano-cartesiano. A fera subjuga a bela: Visão mecanicista de mundo Predomínio de racionalismo científico Conhecimento fragmentado em disciplinas
  • 15. “Só Euclides julgou óbvia a beleza....” Edna St. Vincent Millay, Soneto
  • 17. Os psicólogos consideram as emoções atividades do inconsciente, de modo que a experiência estética é o ressuscitamento de emoções subliminares e a beleza é o poder de evocar emoções. (HUNTLEY, 1985)
  • 18. Platão, no Symposium, onde estaria fazendo a vez de uma mulher de Mantinea, num diálogo reportado por Sócrates (Apud HUNTLEY, 1985), teria dito ...”(o homem) que orientar seus pensamentos para exemplos de beleza na sucessão própria e regular terá subitamente a revelação, ao aproximar-se do final de sua iniciação, de uma beleza cuja natureza é verdadeiramente maravilhosa, o objetivo final, Sócrates, de seus esforços anteriores.
  • 19. Esta beleza é, antes de tudo, externa; nem começa nem acaba; depois, ela não é parcialmente bela e parcialmente feia, nem bela num momento e feia noutro... Ele a verá como absoluta, existindo sozinha consigo mesma, única, externa, e a todas as outras coisas belas como partes integrantes dela...
  • 20. Esta, acima de todas as outras, meu caro Sócrates, é a região onde a vida do homem deve ser passada, na contemplação da beleza absoluta”.
  • 21. A humanidade em todos os tempos, e em todos os lugares, sempre perseguiu o " belo".
  • 22. No folclore de cada povo isso se evidencia com as danças, artesanatos e na gastronomia pela maneira peculiar de organizar um prato antes de levá-lo a mesa.
  • 23. O útil e o necessário muitas vezes perde espaço para uma flor.
  • 24. A experiência estética sobrevém quando algum elemento material ou mental, ao qual por esse motivo atribuímos “beleza”, estimula a emoção de prazer.
  • 25. Segundo Paul MacLean, o cérebro está organizado em três camadas – Cérebro Reptiliano – assento das emoções primitivas e egoístas; Cérebro Mamífero Primitivo – dedicado às emoções gentis, sociais; e Cérebro Mamífero Moderno – abriga o intelecto.
  • 26. “A beleza é um elemento proeminente na inteireza abstrata visada pela matemática mais avançada; é o objetivo do físico enquanto procura construir a ordem do universo; ao menos deveria ser a inspiração de todo estudo da vida...Levanta para nós a questão da profundidade e alcance de nossa consciência. Daí a necessidade da oração do poeta para que mais respeito em nós encontre”. John Oman em The Natural and the Supernatural
  • 27. • Fase de fragmentação multi e pluridisciplinar 1. Nível do Ser: Separação entre sujeito e objeto Separação entre conhecedor, conhecimento e conhecido
  • 28. Fase de fragmentação multi e pluridisciplinar 2. Nível do Sujeito Razão Intuição Sensação Sentimento Separam-se por um processo de condicionamento e educação
  • 29. Homo sapiens o que conhece Pensador Homo faber o que faz Transformador da natureza
  • 30. 3. Nível do Conhecimento: Conhecimento Puro (conhecimento pelo conhecimento) Conhecimento de métodos e técnicas de ação (tecnologia)
  • 31. 4. Nível do Objeto Conhecido:
  • 32. Matéria (sólida, líquida, gasosa, etc.) Vida (vegetal, animal e humana) Programação (informações identificadas com matéria e vida) Observação: segundo a física quântica, tudo indica que essas sejam três manifestações da mesma energia.
  • 33. Fase interdisciplinarFase interdisciplinar • Movida pela força holísticaMovida pela força holística Tende a reunir, em conjuntos abrangentes, o queTende a reunir, em conjuntos abrangentes, o que a mente humana dissociou.a mente humana dissociou. Nasceu da iNasceu da ingovernabilidadengovernabilidade do númerodo número excessivo de disciplinas.excessivo de disciplinas. Manifesta-se no esforço de correlacionar asManifesta-se no esforço de correlacionar as disciplinas.disciplinas.
  • 34. Parece mais freqüente em aplicações tecnologias industriais e comerciais (pressão dos mercados) do que no meio acadêmico. Cada vez mais, dá origem a novas disciplinas (biologia + física = biofísica). Vocabulário característico: universal , global, rede, sistêmico, transnacional, metassistema [...]. Observação – Seus protagonistas descobrem que todas as disciplinas são INTER-RELACIONADAS.
  • 35. •Fase transdisciplinarFase transdisciplinar Primeira vez em o termoPrimeira vez em o termo transdisciplinartransdisciplinar foifoi empregado: por Jean Piaget (1970):empregado: por Jean Piaget (1970): Segundo autor a utilizar o termo: Erich JantschSegundo autor a utilizar o termo: Erich Jantsch (1972):(1972):
  • 36. Edgar Morin (1980): fala em transdisciplinaridadeEdgar Morin (1980): fala em transdisciplinaridade antiga e nova.antiga e nova. A Ciência jamais seria a ciência se não fosse aA Ciência jamais seria a ciência se não fosse a transdisciplinaridadetransdisciplinaridade.. Observação - A ciência transdisciplinar seObservação - A ciência transdisciplinar se desenvolve a partir das comunicações entre asdesenvolve a partir das comunicações entre as ciências.ciências.
  • 37. • TransdisciplinaridadeTransdisciplinaridade GeralGeral:: Definida na Declaração de Veneza, da UnescoDefinida na Declaração de Veneza, da Unesco (1987)(1987) ComumComum entreentre ciência, filosofia, arte e tradição,ciência, filosofia, arte e tradição, que inclui as tradições espirituais.que inclui as tradições espirituais. Leva à visão holística por meio de abordagemLeva à visão holística por meio de abordagem também holística, desde que praticada.também holística, desde que praticada.
  • 38. •TransdisciplinaridadeTransdisciplinaridade EspecialEspecial:: Comum a várias disciplinasComum a várias disciplinas dentrodentro das ciências,das ciências, das filosofias, das artes ou das tradiçõesdas filosofias, das artes ou das tradições espirituais.espirituais. Ex.: entre cristianismo e hinduismo, biologia eEx.: entre cristianismo e hinduismo, biologia e física, etc.física, etc.
  • 40. Hoje, já se fala em uma 6a. Fase, a Fase holística: • É uma volta a primeira fase – a fase predisciplinar, enriquecida pelos últimos estágios da ciência moderna. • Mobiliza as funções ligadas ao cérebro direto e esquerdo e sua sinergia. • Busca equilíbrio entre as quatro funções psíquicas de Jung (sensação, sentimento, razão e intuição).
  • 41. O QUE É ENTENDIDO PORO QUE É ENTENDIDO POR DISCIPLINA?DISCIPLINA? ““Constitui um corpo específico de conhecimentoConstitui um corpo específico de conhecimento ensinável, com seus próprios antecedentes deensinável, com seus próprios antecedentes de educação, treinamento, procedimentos,educação, treinamento, procedimentos, métodos e áreas de conteúdo”.métodos e áreas de conteúdo”. (Juntsch,(Juntsch, apudapud CHAVES, 1988, p. 5).CHAVES, 1988, p. 5). ““É um tipo de saber específico e possui um objetoÉ um tipo de saber específico e possui um objeto determinado e específico, bem comodeterminado e específico, bem como conhecimentos e saberes relativos a esseconhecimentos e saberes relativos a esse objeto e métodos próprios (MAHEU, 2000)objeto e métodos próprios (MAHEU, 2000)
  • 42. OS CAMINHOS DEOS CAMINHOS DE MULTI, PLURI, INTER E TRANSDISCIPLINARIDADEMULTI, PLURI, INTER E TRANSDISCIPLINARIDADE JUSTIFICATIVA: “A linguagem disciplinar [...] nãoJUSTIFICATIVA: “A linguagem disciplinar [...] não deu conta de provocar a interação entre osdeu conta de provocar a interação entre os conhecimentos das várias disciplinas criadasconhecimentos das várias disciplinas criadas pela ciência moderna.” (BARBOSA, 2001)pela ciência moderna.” (BARBOSA, 2001)
  • 43. MULTIDISCIPLINARIDADE: • Estuda um tópico de pesquisa, a partir de diversas disciplinas, simultaneamente. • Extravasa as fronteiras disciplinares, mas a meta permanece limitada à estrutura da pesquisa disciplinar.
  • 44. Ex.: a) Um quadro de Giotto pode ser estudado dentro da história da arte, da história da religião, da história Européia, e da geometria. b) A filosofia marxista pode ser estudada com uma visão para mesclar a psicologia com física, economia, psicanálise ou literatura.
  • 45. Ocorre quando “para a solução de um problema, torna-se necessário obter informação de duas ou mais ciências ou setores do conhecimento, sem que as disciplinas envolvidas no processo sejam elas mesmas modificadas ou enriquecidas” (Piaget apud CHAVES, 1988, p. 5).
  • 46. PLURIDISCIPLINARIDADE: A diferença entre multi para pluri é ‘quase’ nula: Multi = conjunto de disciplinas trabalhadas simultaneamente, sem relações explícitas. Pluri = justaposição de várias disciplinas no mesmo nível hierárquico, cujas relações são aparentes.
  • 47. Ex.: Trabalhos de ecologia, especificamente para o estudo da biocenose, necessitam de várias disciplinas, como fisiologia vegetal, botânica, zoologia e meteorologia. “Ocorre quando se verifica convergência dos recursos de várias fontes do conhecimento para o estudo específico de determinado fenômeno” (KORTE, 2000, p. 28).
  • 48. INTERDISCIPLINARIDADE: • Transfere métodos de uma disciplina para outra. • É o resultado da articulação entre duas ou mais disciplinas com objetivos pedagógicos comuns. Divide-se em: 1. grau epistemológico: os métodos da física nuclear são transferidos para a medicina e isso leva para o aparecimento de novos tratamentos para o câncer; 2. grau de aplicação: transfere métodos da lógica formal a área de lei geral gerar alguma análise interessante da epistemologia da lei;
  • 49. INTERDISCIPLINARIDADE: 3. grau de geração de novas disciplinas: por exemplo, dos métodos da física transferidos para biologia, nasce a biofísica; e da transferência de métodos computacionais para a arte, a arte computacional é gerada. • Extravasa as disciplinas, mas sua meta ainda permanece dentro da estrutura da pesquisa disciplinar.
  • 50. Designa “o nível em que a interação entre várias disciplinas ou setores heterogêneos de uma mesma ciência conduz a interações reais, a uma certa reciprocidade no intercâmbio levando a um enriquecimento mútuo”. (Piaget, apud CHAVES, 1988, p. 5).
  • 51. TRANSDISCIPLINARIDADE: • Refere-se à dinâmica engendrada pela ação simultânea de diversos níveis de realidade. Está entre as disciplinas, através de diferentes disciplinas e além de todas as disciplinas. • É alimentada pela pesquisa disciplinar e seus pilares são três: a) múltiplos níveis de realidade, b) lógica do meio incluída e c) complexidade. • A meta - o entendimento do mundo atual - não pode ser realizada em uma estrutura de pesquisa disciplinar, por isso há que extravasar fronteiras.
  • 52. • É uma forma de auto-transformação orientada para o auto-conhecimento, para a unidade do conhecimento e para a criação de uma nova arte de viver em sociedade. • É globalmente aberta; reconcilia ciências exatas, humanas, arte, literatura, poesia, experiência anterior. O conceito envolve “não só as interações ou reciprocidade entre projetos especializados de pesquisa, mas a colocação dessas relações dentro de um sistema total, sem quaisquer limites rígidos entre as disciplinas”.(Piaget, apud CHAVES, 1988, p. 5).
  • 53. SAÚDE NATURAL, BELEZA, ARTE E LAZER
  • 54. “De todos esses globos, que contemplas, Não há nenhum, nem mesmo o menor, Que em seu giro não cante como um anjo, Em perpétua, em uníssona harmonia Com os próprios querubins de olhos ingênuos!” Shakespeare, em O Mercador de Veneza
  • 55. “É simplesmente por ser redonda e rosada que a rosa me causa mais satisfação que o ouro com o qual poderia prover as necessidades da vida ou proporcionar-me um certo número de escravos. De algum modo, sentimos que por meio da rosa chega aos nossos corações a linguagem do amor e o sentimento de uma linda mulher”.
  • 56. “Esta psique, infinitamente antiga, é a base de nossa mente, assim como a estrutura do nosso corpo se fundamenta no molde anatômico dos mamíferos em geral. O olho treinado do anatomista ou do biólogo encontra nos nossos corpos muitos traços deste molde original. O pesquisador experiente da mente humana também pode verificar as analogias existentes entre as imagens oníricas do homem moderno e as expressões da mente primitiva, as imagens coletivas e os seus motivos mitológicos”. Carl Gustav Jung, em O Homem e Seus Símbolos.
  • 57. “...senão para contemplar a beleza da harmonia, não valeria a pena dedicar-se à ciência.” Henri Poincaré
  • 58. O PRAZER DA BELEZA “A beleza é a verdade, a verdade é a beleza, e é tudo que sabes de fato, e tudo que precisas saber” Keats, em sua Ode sobre um Túmulo Grego
  • 59. A finalidade suprema da beleza diante da psique humana é de servir de estímulo à atividade criadora, que é uma das satisfações mentais terminais do homem. Keats, nesta expressão, sugere que a sensação de beleza pode produzir um fermento mental que serve de guia para a verdade, como o queriam Sócrates e Platão.
  • 60. Segundo HUNTLEY (1985), a fonte máxima de sensibilidade estética às várias manifestações de beleza deve ser buscada no inconsciente ou no inconsciente coletivo, onde o homem é legatário de várias eras.
  • 61. As experiências de todas as gerações de ancestrais de um homem, repetidas milhões de vezes e registradas como estruturas de memória no cérebro, são gravadas cada vez mais profundamente à medida que são transmitidas de geração para geração através dos séculos.
  • 62. São nas experiências emocionalmente carregadas de milhares de gerações de nossos ancestrais é que devemos procurar a fim de descobrir as fontes do prazer estético na arte, na música, na poesia, na matemática e em outras formas de arte.
  • 63. O desconhecido sempre é inquietante, mas qualquer forma de arte que corra suavemente nos trilhos da memória deixa a mente em paz em um ambiente bem familiar.
  • 64. “Ó flor das fendas da parede, Te arranco das fendas, Te sustento aqui, raiz e tudo, em minha mão, Pequena flor – mas se eu pudesse compreender O que tu és, raiz e tudo, tudo por tudo, Eu saberia o que é Deus e o que é o Homem.” Alfred Tennyson
  • 65. Para Platão, há uma realidade superior e eterna no plano da verdade e a filosofia e a ciência podem ajudar a conhecer mais, mesmo que sua essência continue inacessível. CETICISMO – não se preocupa com a verdade. RELATIVISMO – não existe uma única verdade O conhecimento será tanto mais verdadeiro quanto mais conseguir integrar todas as áreas de interesse.
  • 66. EMPIRISMO Parte de pressuposições e afirma que se conhece apenas aquilo que se experimenta com os sentidos, e que a mente serve somente para ajudá- los. Entretanto, os sentimentos não são base segura para o conhecimento, e por vezes nos levam a tomar decisões equivocadas.
  • 67. EXPERIMENTALISMO É um método experimental sem dar primazia aos sentidos. É comandado pela razão e pressupõe algum tipo de teoria para a condução das experiências. As experiências devem ser reprodutíveis, generalizáveis e permitir predições daquilo que ainda não foi testado.
  • 69. • “O livro da natureza está escrito em caracteres matemáticos” (Galileu). • Galileu, Torricelli e Stahl apreenderam que a razão só pode compreender aquilo que ela mesmo produz de acordo com um plano que ela mesmo elaborou. A razão não pode deixar-se arrastar pela natureza. Ao contrário, é ela que deve mostrar o caminho (...), obrigando a natureza a dar resposta às questões que ela mesmo propôs. (Kant)
  • 70. O astrônomo Johannes Kepler, autor de três importantes leis sobre o movimento dos planetas, gastou anos procurando relações matemáticas entre as órbitas dos astros celestes. Ele viu música no espaço: “Os movimentos celestes nada mais são que uma canção contínua para várias vozes, percebidas pelo intelecto e não pelo ouvido (...)”.
  • 71. Pitágoras (“o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos”) e seus seguidores também acreditavam que, para entender a natureza, era necessário contemplá-la em busca de relações numéricas. Os pitagóricos também acreditavam que as relações numéricas se encontravam representadas na música.
  • 72. Kepler chegou mesmo a representar os planetas porKepler chegou mesmo a representar os planetas por meio de notas musicais. Com Kepler, ameio de notas musicais. Com Kepler, a matemática se transforma na chave para se ouvirmatemática se transforma na chave para se ouvir a harmonia inaudível dos planetas. Ela é oa harmonia inaudível dos planetas. Ela é o segredo que abre o cofre. Trata-se de um artifíciosegredo que abre o cofre. Trata-se de um artifício que o cientista lança mão a fim de obrigar aque o cientista lança mão a fim de obrigar a natureza a cantar em voz alta.natureza a cantar em voz alta.
  • 73. As notas se relacionam cada uma de um jeito diferente que nem as relações humanas.Cada uma tem sua peculiaridade. Quando falamos em uníssono esta é a menor distância que o nosso ouvido percebe.
  • 74. O mais agradável destes intervalos é o que corresponde a sexta maior, que corresponde ao retângulo áureo. Pois, a nota sexta maior no caso a nota LÁ na escala é a que chega mais próxima do φ que corresponde 1,618.
  • 75. Compreendermos melhor a teoria da apreciação da beleza na matemática se compararmos com a música. A música é superior a linguagem do inconsciente. Na música o inconsciente manifesta- se. Antigas memórias, emocionalmente absorvidas, são despertadas pela melodia e harmonia e isto está relacionado com as características da música.
  • 76. Já havia sido percebida pelos gregos antigos a medida de satisfação maior pelos retângulos áureos que por retângulos de proporções diferentes e que a sexta maior constituía a melhor harmonia por possuir aproximadamente o mesmo φ do retângulo áureo.
  • 77. Kepler foi um dos últimos pensadores medievais.Kepler foi um dos últimos pensadores medievais. Para ele, Deus compôs uma melodia e a colocou,Para ele, Deus compôs uma melodia e a colocou, cifrada, nos céus. É o primeiro a decifrar o código,cifrada, nos céus. É o primeiro a decifrar o código, a abrir o cofre, descobrir o segredo, o primeiro aa abrir o cofre, descobrir o segredo, o primeiro a ouvir o que Deus diz, por meio de sua melodia:ouvir o que Deus diz, por meio de sua melodia: pura harmonia, pura música. Se sua visão dapura harmonia, pura música. Se sua visão da ciência tivesse triunfado, hoje os cientistas seriamciência tivesse triunfado, hoje os cientistas seriam místicos contemplativos, andando na companhiamísticos contemplativos, andando na companhia de teólogos e músicos.de teólogos e músicos.
  • 78. A ciência moderna tem a ver com máquinas,A ciência moderna tem a ver com máquinas, técnicas, manipulações. A matemática nãotécnicas, manipulações. A matemática não conduz à harmonia musical. Devemos isso aconduz à harmonia musical. Devemos isso a Galileu.Galileu.
  • 79. Ao buscar explicações teleológicas para a natureza,Ao buscar explicações teleológicas para a natureza, acabava-se chegando sempre a um mesmoacabava-se chegando sempre a um mesmo resultado: o universo é produto da criação divina.resultado: o universo é produto da criação divina. Ao se fazer perguntas teleológicas à natureza, asAo se fazer perguntas teleológicas à natureza, as respostas obtidas serviam para dar sentido à vidarespostas obtidas serviam para dar sentido à vida das pessoas - mas elas não podiam ser testadasdas pessoas - mas elas não podiam ser testadas ou corrigidas.ou corrigidas.
  • 80. Galileu revoluciona a ciência ao afirmar que oGalileu revoluciona a ciência ao afirmar que o universo não tem um sentido humano. No mundouniverso não tem um sentido humano. No mundo dos números, não se pode mais fazer perguntasdos números, não se pode mais fazer perguntas sobre a finalidade do universosobre a finalidade do universo..
  • 81. A ciência moderna se caracteriza pelo abandono da categoria substância, que é substituída pela categoria função. O que importa não é o que as coisas são, mas como elas se comportam.
  • 82. Na Grécia antiga, várias urnas, estátuas e prédios seguiam as proporções áureas, como é o caso do Partenon, que foi construído por volta de 430 a..C. e, como se pode analisar pela figura abaixo, sua estrutura se aproxima do retângulo áureo. A letra grega phi foi dada ao valor 1,618... em homenagem a Phídias que, embora não fosse o arquiteto do Partenon, era o Diretor artístico, a quem se submetiam todos os participantes da obra.
  • 83. Leonardo da Vinci conheceu a divina proporção ao fazer as ilustrações do tratado do Frei Luca Paccioli, padroeiro dos Contabilistas, que escreveu um livro a respeito da proporção áurea, tendo, então, utilizado em suas obras, como A Última Ceia, Monalisa, Anunciação e outras.
  • 84. Platão reconheceu que a música exprime vivamente a emoção humana. É, por excelência, a linguagem do inconsciente.
  • 85. Vivemos mergulhados em um oceano de sons. Em todo lugar, a qualquer hora, convivemos com a música, sem nos darmos conta disso. A música faz parte da nossa vida, muitas vezes funcionando como estímulo a comportamentos, provocando reações inclusive fisiológicas.
  • 86. Para LEINIG (1977) os efeitos fisiológicos da música se englobam sob a categoria de reações sensoriais, hormonais e fisiomotoras, entre elas, a mudanças no metabolismo, liberação de adrenalina, aumento do limiar de vários estímulos sensoriais.
  • 87. Essas reações provocadas pela música podem se dar em diferentes graus dependendo do caráter das diversas músicas, do ambiente, do estado de ânimo do ouvinte, além do gosto e do conhecimento musical.
  • 88. A música pode provocar no indivíduo a comunicação, a identificação, a expressão pessoal e conduzi-lo ao conhecimento de si mesmo. Por estes fatores, ela vem sendo utilizada, ao longo dos tempos, por profissionais de diversas áreas com as mais diversas funções.
  • 89. Conforme Jung observa: “O homem que fala com imagens primordiais fala com mil línguas...Eis o segredo da verdadeira arte”. A expressão musical pode estimular experiências antigas, como ansiedade, pranto, excitação, santuário. Isto ocorre quando estas experiências da carga emocional universal vão de encontro com o nosso inconsciente profundo para mente superficial, por isso a música difere das outras artes, pois ela é mais precisa e poderosa para efetivar esta transferência.
  • 90. "O nome semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo“.
  • 91. A ciência é relativamente nova e teve como maiores expoentes o americano Charles S. Peirce e o suíço Ferdinand de Saussure. Os problemas concernentes à semiótica, também chamada semiologia (apesar de muitos teóricos diferenciarem os dois termos), podem retroceder a pensadores como Platão e Santo Agostinho, por exemplo.
  • 92. Somente no início do século XX com os trabalhos paralelos de Ferdinand de Saussure e C. S. Peirce, começa a adquirir estatuto de ciência e autonomia. Às vezes a semiótica é considerada parte da lingüística, e às vezes o inverso.
  • 93. A semiótica propriamente dita teve seu início com filósofos como o inglês John Locke (1632-1704) que, no seu Essay on human understanding, de 1690, postulou uma "doutrina dos signos" com o nome de Semeiotiké. O termo também é mencionado por Johann Heinrich Lambert (1728- 1777) que, em 1764, foi um dos primeiros filósofos a escrever um tratado específico intitulado Semiotik.
  • 95. “Teorias são redes; somente aqueles que as lançam pescarão alguma coisa”. Karl Popper Cientistas pertencem ao mesmo ‘clube’ dos caçadores, pescadores e detetives. Teorias são enunciados acerca do comportamento dos objetos de interesse do cientista.
  • 96. Um cientista é uma pessoa que sabe usar asUm cientista é uma pessoa que sabe usar as redes teóricas para apanhar as entidades queredes teóricas para apanhar as entidades que lhe interessam.lhe interessam. A ciência tem a ver com aA ciência tem a ver com a regularidaderegularidade dosdos hábitos da caça. Ela não se interessa pelahábitos da caça. Ela não se interessa pela diferença, mais pelodiferença, mais pelo comumcomum..
  • 97. A lei é o comum. Por ser comum, é também universal (nas ciências, leis são os enunciados da rotina dos objetos). Na ciência, porém, a analogia da rede deixa a desejar (o cientista necessita de resultados precisos e específicos). Anzóis são mais precisos: dependendo do peixe que você espera pegar, usa anzóis grandes ou pequenos.
  • 98. Devemos tomar cuidado com a arrogância do pescador que, com um peixinho na mão, pretende haver desvendado o mistério da lagoa escura...
  • 99. “O que está em jogo não é a transmissão daquilo que se inventa, mas antes a transmissão do poder de inventar.” Juan David Nasio
  • 100. “O termo ‘método’, que significa literalmente ‘seguindo um caminho’ (do grego méta, ‘junto’, ‘em companhia’, e hodós, ‘caminho’), refere-se à especificação dos passos que devem ser tomados, em certa ordem, a fim de se alcançar determinado fim”
  • 101. Gauss, na afirmação acima, está declarando: “Cheguei lá sem seguir caminho algum, premeditadamente. Estou pensando para ver se descubro o método...”
  • 102. Descobrimos que não existe uma única regra, porDescobrimos que não existe uma única regra, por mais plausível que pareça, por mais alicerçadamais plausível que pareça, por mais alicerçada sobre a epistemologia, que não sejasobre a epistemologia, que não seja desrespeitada numa ou noutra ocasião.” (Pauldesrespeitada numa ou noutra ocasião.” (Paul Feyerabend, Contra el método, p. 15).Feyerabend, Contra el método, p. 15).
  • 103. Se Gauss está correto, é possível pensar que osSe Gauss está correto, é possível pensar que os inovadores chegam a suas idéias por meio deinovadores chegam a suas idéias por meio de saltos, só então parando para descobrir osaltos, só então parando para descobrir o caminho, que deverá posteriormente sercaminho, que deverá posteriormente ser ensinado aos mais medíocres, destituídos deensinado aos mais medíocres, destituídos de asas. – Função do insight.asas. – Função do insight.
  • 104. Kant, Comte, Freud, Marx, todos eles acreditam no advento de uma ciência livre de emoções. Kant denunciava as paixões como “cancros da razão pura”. Comte falava sobre os três estágios do pensamento, o mais primitivo, habitado por mágicos e sacerdotes e representado pela imaginação, enquanto o último era constituído de cientistas, sábios o bastante para amordaçar a imaginação. Freud caminha na mesma procissão e saúda o pensamento científico como o que definitivamente abandonou as fantasias e se ajustou à realidade. Enquanto isso, no marxismo, a ciência devora antropofagicamente sua própria mãe, a ideologia.
  • 105. “A ciência, por mais pura que seja, é o produto de seres humanos engajados na fascinante aventura de viver suas vidas pessoais” (Frederick Perls, et al., Gestal Therapy, p. 24).
  • 106. “(...) e, porque eu desejava me entregar inteiramente à busca da verdade, pensei que seria necessário (...) rejeitar como absolutamente falsa qualquer coisa acerca da qual eu pudesse imaginar o menor fundamento para a dúvida, a fim de ver se, depois disso, alguma coisa permanecia que, segundo minha crença, era absolutamente certa.” Descartes.
  • 107. O QUE É FENOMENOLOGIA?O QUE É FENOMENOLOGIA? • É o estudo da experiência vivida (van Manen,É o estudo da experiência vivida (van Manen, 1990).1990). • Experiência vivida é o que experimentamos deExperiência vivida é o que experimentamos de forma pré-reflexiva (Laverty, 2003; van Manenforma pré-reflexiva (Laverty, 2003; van Manen 1990).1990). • Qualquer coisa que se apresente àQualquer coisa que se apresente à consciência é potencialmente de interesse daconsciência é potencialmente de interesse da fenomenologia, seja um objeto real oufenomenologia, seja um objeto real ou imaginário, empiricamente mensurável ouimaginário, empiricamente mensurável ou subjetivamente sentido (van Manen, 1990).subjetivamente sentido (van Manen, 1990).
  • 109. HUSSERL (1859-1938) Edmund Husserl é considerado o pai da fenomenologia.Fez doutorado em matemática teórica antes de iniciar seus estudos em filosofia.Criticou a psicologia como uma ciência que está indo na direção errada ao tentar aplicar os métodos das ciências naturais às questões humanas. (Laverty, 2003).
  • 110. • A análise fenomenológica de Husserl dá ênfase ao fenômeno, ao que é dado imediato, à coisa que aparece diante da consciência (Padovani, 1990). • No dado está contida a sua essência (Padovani, 1990).
  • 111. O papel da fenomenologia é conhecer e descrever o mundo das essências, “a qual faz uma coisa o que ela é, e sem a qual não seria o que é” (van Manen, 1990). As essências são os objetos de estudo da fenomenologia, enquanto que os fatos são os objetos da psicologia (Padovani, 1990).
  • 112. • Duas técnicas são fundamentais na fenomenologia de Husserl: a intencionalidade e a “epoché”. • A compreensão de um fenômeno é, de acordo com Husserl, um processo intencional. • Através da intencionalidade, a mente é direcionada para o objeto de estudo (Laverty, 2003).
  • 113. A consciência funde-se com o objeto para o qual está intencionado, não podendo jamais ser separado daquele objeto (LeVasseur, 2003). É da natureza do ser-humano estar com a consciência sempre direcionada para alguma coisa que não a si mesma. Sendo a consciência sempre intencional e indivisível de seu objeto, ela não pode ser uma coisa que subsiste independentemente, como no cartesianismo (LeVasseur, 2003).
  • 114. Praticar a “epoché” é colocar em suspensão todas as crenças prévias, uma redução de quaisquer teoria e explicação apriorística (Garnica, 1997). “Epoché”, suspensão e redução fenomenológicas são tidas como sinônimos. Husserl propôs que é necessário “suspender” as pressuposições pessoais para ter contato com a essência do fenômeno (Laverty, 2003).
  • 115. Husserl via no seu método uma forma de alcançar oHusserl via no seu método uma forma de alcançar o verdadeiro significado das coisas: “ver as coisasverdadeiro significado das coisas: “ver as coisas como elas são”.como elas são”. Julgou ter descoberto a verdadeira natureza doJulgou ter descoberto a verdadeira natureza do conhecimento da realidade e dos conceitosconhecimento da realidade e dos conceitos universais (Padovani, 1990).universais (Padovani, 1990). A fenomenologia de Husserl é denominadaA fenomenologia de Husserl é denominada Fenomenologia Transcendental.Fenomenologia Transcendental.
  • 117. HEIDEGGER (1889-1976) Formação inicial em teologia católica. Heidegger trabalhou com Husserl, que o treinou nos processos de redução fenomenológica e intencionalidade (Laverty, 2003). Contudo, Heidegger decidiu seguir um caminho alternativo ao de Husserl. A forma como a exploração da experiência vivida é realizada diferencia o trabalho de Husserl e Heidegger (Laverty, 2003).
  • 118. Heidegger rejeitava a idéia de que nós somos seres observadores separados do mundo dos objetos que queremos conhecer. Pelo contrário, nós somos inseparáveis de um mundo em existência (Draucker, 1999).
  • 119. • Para Heidegger, não é a essência que dá significado à existência, mas o contrário (Padovani, 1990). • Heidegger argumenta que o humano “sendo-no mundo” está sempre buscando significados para suas experiências. • A filosofia deve desvendar a existência, determinar a essência do “estar- no-mundo”.
  • 120. Epistemologia e Ciência FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976) • Apesar de ter tido origem na fenomenologia de Husserl, sua filosofia caracteriza-se como um sistema filosófico distinto, enquadrando-se no Existencialismo. • Heidegger modificou o método fenomenológico, ajustando-o para o seu próprio sistema filosófico.
  • 121. Epistemologia e Ciência FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976) • Para Heiddeger, as pressuposições não podem ser suspensas, pois são elas que possibilitam a construção de significado das experiências. • Linguagem e compreensão são aspectos estruturais inseparáveis do humano “sendo-no-mundo”. • Interpretação é vista como crítica para o processo de entendimento da experiência (Laverty, 2003). • As experiências só podem ser entendidas em termos do background e do contexto social da experiência.
  • 122. Epistemologia e Ciência FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976) A fenomenologia de Heidegger é denominada: • Fenomenologia Existencialista. • Fenomenologia Interpretativa. • Fenomenologia Hermenêutica.
  • 124. GADAMER (1900-2002) Gadamer deu continuidade ao trabalho de Heidegger na Fenomenologia Hermenêutica. Avançou o estudo sobre o papel das pressuposições na fenomenologia, que desempenham papel importante na interpretação.
  • 125. Epistemologia e Ciência FENOMENOLOGIA DE GADAMER (1900-2002) • Gadamer considera que é somente através do pré- entendimento que o entendimento é possível (Fleming et. al, 2003). • A interpretação é um processo em evolução, assim uma interpretação definitiva jamais é possível.
  • 126. Epistemologia e Ciência FENOMENOLOGIA DE GADAMER (1900-2002) • “Quando interpretamos o significado de alguma coisa, nós interpretamos uma interpretação” (Gadamer apud van Manen, 1990) • Gadamer colocou uma ênfase maior na linguagem do que fez Heidegger. • Para ele, a redução fenomenológica não é apenas impossível, mas um absurdo (Laverty, 2003). • O que é essencial não é a “redução”, mas estarmos consciente de nossos pré-conceitos e pressuposições.
  • 127. Epistemologia e Ciência FENOMENOLOGIA DE GADAMER (1900-2002) • Gadamer também está ligado ao movimento da hermenêutica crítica. • Ele afirma que a interpretação é inibida e influenciada pelas forças sociais, políticas e econômicas. • Ele acentuou a importância da tradição, do background e da história em nossas formas de entendimento.
  • 128. Epistemologia e Ciência QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS • Husserl focou em questões epistemológicas da relação entre o conhecedor e o objeto de estudo (Laverty, 2003); • Fez distinção entre o objeto que é intencionado e o ato de intencionar.
  • 129. Epistemologia e Ciência QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS • Heidegger revisou a fenomenologia para incluir a ontologia (Jones, 2001). • Apagou qualquer distinção entre o indivíduo e a experiência, interpretando eles como coexistentes (Laverty, 2003). • Nessa perspectiva, a redução fenomenológica ou “epoché” é impossível
  • 130. Epistemologia e Ciência QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS • Husserl parecia ter uma necessidade profunda pela certeza, que o levava em direção de fazer da filosofia uma ciência rigorosa. • A suspensão fenomenológica ou “epoché” é considerada uma forma de indicar rigor científico na abordagem fenomenológica (LeVasseur, 2003)
  • 131. Epistemologia e Ciência QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS • Apesar de Husserl não ser visto exatamente no enquadramento positivista da ontologia e epistemologia, sua educação formal em matemática é visto como uma influência na sua conceitualização de filosofia (Laverty, 2003).
  • 132. Epistemologia e Ciência QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS • Na fenomenologia hermenêutica, o pré-julgamento pode ser usado positivamente como parte dos dados da experiência e ajuda a estabelecer o horizonte de significado (LeVasseur, 2003). • A essência do que se procura nas manifestações do fenômeno nunca é totalmente apreendida, mas sua busca possibilita novas compreensões (Garnica, 1997).
  • 133. Epistemologia e Ciência QUESTÕES METODOLÓGICAS • O método fenomenológico não é dedutivo nem empírico (Gil, 1999). • Qualquer coisa que se apresente à consciência é potencialmente de interesse da fenomenologia, seja um objeto real ou imaginário, empiricamente mensurável ou subjetivamente sentido (van Manen, 1990). • A experiência não é decomposta em partes, mas descrita/compreendida de forma holística.
  • 134. Epistemologia e Ciência QUESTÕES METODOLÓGICAS • A fenomenologia ressalta a idéia de que o mundo é criado pela consciência, o que implica o reconhecimento da importância do sujeito no processo da construção do conhecimento (Gil, 1999).
  • 135. Epistemologia e Ciência QUESTÕES METODOLÓGICAS • A fenomenologia como um método está longe de ter uma abordagem única (LeVasseur, 2003). • É possível fazer uma distinção entre a fenomenologia (como uma descrição pura da experiência vivida) e a fenomenologia hermenêutica (como uma interpretação da experiência) (van Manen, 1990).
  • 136. Epistemologia e Ciência QUESTÕES METODOLÓGICAS • Enquanto o foco e os resultados da pesquisa, incluindo a coleta de dados, a seleção dos sujeitos e o entendimento da experiência vivida, pode ser similar nas duas abordagens, a posição do pesquisador, o processo de análise dos dados e as questões de rigor e credibilidade podem ter um grande contraste (Laverty, 2003).
  • 137. Epistemologia e Ciência QUESTÕES METODOLÓGICAS • Os seguidores rigorosos do método transcendental de Husserl insistem que a pesquisa fenomenológica é puramente descritiva (van Manen, 1990). • A fenomenologia descritiva tem o compromisso da redução fenomenológica (LeVasseur, 2003);
  • 138. Epistemologia e Ciência QUESTÕES METODOLÓGICAS • A pesquisa hermenêutica é interpretativa e preocupada com o significado histórico da experiência. • O entendimento é derivado do envolvimento pessoal do pesquisador com o tema, pois o pesquisador é um “ser-no- mundo” buscando significado de suas experiências.
  • 139. Epistemologia e Ciência O MÉTODO DE VAN MANEN • A abordagem de Van Manen (1990) é fenomenológica, hermenêutica e semiótica ou orientada pela linguagem. • A pesquisa fenomenológica interpretativa não pode ser separada da prática textual (van Manen, 1990).
  • 140. Epistemologia e Ciência O MÉTODO DE VAN MANEN • A epistemologia da experiência e percepção mudou para a epistemologia da linguagem (van Manen, 1990). • A mudança dessa epistemologia é a conscientização de que a experiência vivida está imersa na linguagem. • Nós somos capazes de relembrar e refletir sobre as experiências graças à linguagem.
  • 141. Epistemologia e Ciência O MÉTODO DE VAN MANEN • Suspensão fenomenológica, nessa abordagem, é se tornar consciente de nossas crenças, pré- suposições, preconceitos, suposições e teorias através de sua explicitação.
  • 142. Epistemologia e Ciência O MÉTODO DE VAN MANEN Estrutura de pesquisa sugerida por van Manen (1990) • Orientando-se para a natureza da experiência vivida • Investigando a experiência vivida • Refletindo sobre os significados da experiência • Descrevendo a experiência • Mantendo uma orientação para o fenômeno • Balanceando o contexto da pesquisa
  • 143. Epistemologia e Ciência REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DRAUCKER, C. B. The critique of Heideggerian hermeneutical nursing research. Journal of Advanced Nursing, v. 39, n. 2, 1999, pp. 360-373. FLEMING, V.; GAIDYS, U. and ROBB, Y. Hermeneutic research in nursing: developing a Gadamerian-based research method. Nursing Inquiry, v. 10, n. 2, 2003, pp. 113-120. GARNICA, A. V. M. Algumas notas sobre pesquisa qualitativa e fenomenologia. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, v. 1, n. 1, Agosto 1997, pp. 109-119. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo : Atlas, 1999. HUGHES, J. A filosofia da pesquisa social. Rio de Janeiro : Zahr, 1980, p. 11-24. JONES, A. Absurdity and being-in-itself. The third phase of phenomenology: Jean-Paul Sartre and existencial psychoanalysis. Journal of Psychiatric and Mental Health Nursing, v. 8, 2001, pp. 367-372.
  • 144. Epistemologia e Ciência REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LAVERTY, S. M. Hermeneutic phenomenology and phenomenology: a comparison of historical and methodological considerations. International Journal of Qualitative Methods, v. 2, n. 3, September 2003, pp. 1-29. LeVASSEUR, J. J. The problem of Bracketing in Phenomenology. Qualitative Health Research, v. 13, n. 3, March 2003, pp. 408-420. MORGAN, G. and SMIRCICH, L. The case for qualitative research. Academy of Management Review, v. 5, n. 4, 1980, pp. 491-500. PADOVANI, U. A história da filosofia. 15a ed. São Paulo : Melhoramentos, 1990. VAN MANEN, M. Researching lived experience. New York : State University of New York Press, 1990.
  • 145. INTRODUÇÃO • CONHECIMENTO • ESTRATÉGIA DA PESQUISA • CONSIDERAÇÕES FINAIS Conhecimento & Estratégia da Pesquisa REFERÊNCIAS MAGALHÃES, Gildo. Introdução à metodologia da pesquisa: caminhos da ciência e tecnologia. 1.ed. São Paulo: Ática, 2005. 263p. ASHBY, M. (2000) How to write a paper. Engineering Department, University of Cambridge, Version 5, 38 p. [http://www-mech.eng.cam.ac.uk/mmd/ashby-paper.pdf] POSSAMAI, Osmar; SELIG, Paulo. TÉCNICA DE AUXÍLIO À DEFINIÇÃO DO TEMA DE DISSERTAÇÃO E TESE. Disponível em http://www.egc.ufsc.br/. Acesso em: 21 nov. 2005. Orientações do PEGC/UFSC sobre o que deve conter um projeto de tese, 2005. SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. Florianópolis: Laboatório de Ensino à distância da UFSC, 2001. 121p. PPEGC. Guia de preparação de artigos. Preparado para o Programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento por Grupo Stela. Célula de Comunicação Científica, Célula de Documentação. Versão preliminar. 2004. 24p. SVEIBY, K. E. Gestão do conhecimento: as lições dos pioneiros, 2001. Disponível em: <http://www.intangiveis.com.br>. Acesso em: 25 out. 2001. DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998. DESCARTES, René – Discurso do método, V. XV, 1975.
  • 146.
  • 147.
  • 148.
  • 149.
  • 150. One thing I have learned in a long life — that all our science, measured against reality, is primitive and childlike. Albert Einstein
  • 151. O nosso sentimento de belo, prazeroso, agradável possui clara ressonância explícita com a métrica áurea. Outros padrões ou regularidades nos fazem perguntar como Braille a Lavoisier sobre o artesão por detrás do artesanato.
  • 152. “... Diotima: – Eu te direi Sócrates, embora a explicação seja longa:‘... Quando nasceu Afrodite banqueteavam-se os deuses e entre os demais se encontravam também o filho de Prudência, Poros, (o recurso), Embriagado com o néctar adormece nos jardins de Zeus; ... Pênia (a pobreza), a miséria ficou na porta, procurando as sobras do festim. Barrada na entrada, por nada ter para oferecer, a sem Recursos
  • 153. Pênia vê Poros adormecido, deita-se ao seu lado, enlaça-o e concebe com o amor (Eros), gerando Afrodite. Eis seu natalício : ao mesmo tempo, que por sua natureza amante do belo, porque também Afrodite é bela e por ser filha de Poros (o Recurso) e de Pênia (a pobreza, que tudo falta). ... foi essa a condição em que ficou o amor:
  • 154. Primeiramente o Amor é sempre pobre, é duro, seco, descalço e sem lar, sempre por terra e sem forro, deitando e ao desabrigo, as portas e ao caminho, tendo da natureza da mãe a falta, a carência.
  • 155. Segundo o pai, é insidioso com o que é belo e bom corajoso, decidido e enérgico caçador terrível sempre a tecer maquinações ávido de sabedoria e cheio de recursos, a filosofar por toda a vida temível mago, feiticeiro, sofista e nem imortal é a sua natureza e nem mortal e no mesmo dia, ora ele germina e vive, ora morre e de novo ressuscita...
  • 156. Graças a natureza do pai é que consegue sempre escapar de modo que nem empobrece o amor nem enriquece assim como está no meio da sabedoria e da ignorância’. ... Sócrates: ‘ – do que me diz Diotima, estou convencido... ... Afirmo que todo homem deve honrar o amor, e que eu próprio prezo o que lhes concerne e particularmente cultivo e aos outros exorto e agora e sempre elogio a excelência do amor.”
  • 157. E que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos e a boca Por que metade de mim é o que eu grito mas a outra metade é silêncio Que a música que eu ouço ao longe seja linda ainda que tristeza
  • 158. Que a mulher que eu amo seja sempre amada mesmo que distante Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, apenas respeitadas,
  • 159. Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento Porque metade de mim é o que ouço mas a outra metade é o que calo Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço
  • 160. Que esta tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada Porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão Que o medo da solidão se afaste Que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
  • 161. Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso Que eu me lembro de ter dado na infância Porque metade de mim é a lembrança do que fui, A outra metade eu não sei
  • 162. Que não seja preciso mais do que uma simples alegria Pra me fazer aquietar o espírito E que o teu silêncio me fale cada vez mais Porque metade de mim é abrigo mas a outra metade é cansaço
  • 163. Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer Porque metade de mim é platéia e a outra metade é canção
  • 164. E que a minha loucura seja perdoada Porque metade de mim é amor TAMBÉM e a outra metade
  • 165.
  • 166. BARBOSA, Laura Monte Serrat. 2001. O manifesto da transdisciplinaridade. Disponível em <www.psicopedagogia.pro.br/Ambito_da_Sociedade/Resenhas/Transdisciplinari dade/transdisciplinaridade.html>. Acesso em 15 nov. 2005. CAPES. Multidisciplinaridade. CHAVES, Mário M. Complexidade e transdisciplinaridade: uma abordagem multidimensional do setor saúde. 1988. Disponível em <www.ufrrj.br/leptrans/3.pdf>. Acesso em 29 de out. 2005. KORTE, Gustavo. 2000. Introdução a metodologia Transdisciplinar. Disponível em <http://www.gustavokorte.com.br/publicacoes/Metodologia_Transdiciplinar.pdf>. Acesso em 28 nov. 2005. MAGALHÃES, Everton Moreira. Interdisciplinaridade: por uma pedagogia não fragmentada. Disponível em <www.ichs.ufop.br/AnaisImemorial%20do %20ICHS/trab/e3_3.doc>. Acesso em 15 nov. 2005. MAHEU, Cristina d’Ávila. 2000. Interdisciplinaridade e mediação pedagógica. Disponível em < www.nuppead.unifacs.br/artigos/Interdisciplinaridade.pdf>. Acesso em 15 nov. 2005. MASETTO, Marcos Tarciso. Multi, Inter e Transdisciplinaridade. Palestra. Abeno – Camboriú, 2005. Nature Neuroscience Editorial February 2000 Volume 3 Number 2 p 97 < http://www.nature.com/neuro/> NICOLESCU, Basarab. The transdisciplinary evolution of learning. Disponível em <www.learndev.org/dl/nicolescu_f.pdf>. Acesso em 8 nov. 2005. WEILL, Peirre; D’ANBROSIO, Ubiratan; CREMA, Roberto. Rumo à nova transdisciplinaridade. São Paulo: Summus, 1993. PRINCIPAIS REFERÊNCIAIS TEÓRICOS
  • 167. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência – Introdução ao jogo e as suas regras. São Paulo : Loyola, 2005 • COMTE, Augusto. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo : Escala, 2005 • DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo : Escala, 2005
  • 168. OUTRAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Sítio de pesquisa sobre filosofia, epistemologia, etc.: • http://www.criticanarede.com