SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
Baixar para ler offline
7. IMAGEM RADIOGRÁFICA

7.1     FORMAÇÃO DA IMAGEM                                apresenta índices de absorção de radiação bastante
                                                          diferenciados. Isso se dá pelo fato do corpo ser com-
                                                          posto por estruturas de diferentes espessuras e tam-
         Na realização de um exame radiológico, a         bém de diferentes números atômicos, o que lhes
partir da interação dos raios X com a matéria, a últi-    confere diferentes graus de capacidade de interação
ma etapa da cadeia de obtenção de uma imagem ra-          com a radiação. Sabemos, por exemplo, que para que
diográfica é o registro da imagem da anatomia de          os ossos sejam penetrados por raios X, estes preci-
interesse sobre um elemento sensível à radiação. O        sam ser de maior energia do que para a penetração de
elemento sensor, que será o filme radiográfico, está      tecidos moles. Após a interação da radiação com as
posicionado atrás do paciente, dentro de um acessó-       diferentes estruturas do corpo, emerge destas uma ra-
rio chamado chassi, que é colocado em uma gaveta          diação cuja distribuição é diferente daquela que pene-
(porta-chassi), sob a mesa de exames. Para alguns ti-     trou no corpo, devido ao fato de, no trajeto, haver
pos de exames, o chassi pode ser posicionado em su-       transposto estruturas de características diferenciadas.
portes verticais acoplados ao Bucky vertical (grade       A essa nova distribuição de energias que compõem o
antidifusora), ou ainda sob pacientes radiografados       feixe, dá-se o nome de imagem aérea.
em leitos.                                                         A partir disso, podemos definir uma grande-
         Uma vez que o filme radiográfico é pouco         za bastante útil quando tratamos da produção de uma
sensível à radiação X, pois somente 5% dos fótons         imagem. Essa grandeza é o que chamamos de con-
incidentes são absorvidos e contribuem para a forma-      traste do sujeito e é dada pela relação que existe en-
ção da imagem, é necessário utilizar outro tipo de        tre a intensidade de um feixe que sai de uma parte de
sensor para detectar e registrar a imagem formada pe-     um objeto e outra intensidade, proveniente de outra
la radiação ao atravessar o paciente. Os melhores e-      parte adjacente com maior capacidade de absorção
lementos de interação com a radiação são os fósforos      desse feixe.
(elementos que convertem ondas eletromagnéticas de
diversas freqüências em luz). Porém os fósforos não                                      corte transversal
                                                                                             do braço
têm “memória”, ou seja, não tem capacidade de re-
gistrar a imagem por um longo período. Por isso, um
acessório chamado de tela intensificadora, composta
de uma lâmina plástica recoberta com fósforo, é co-
                                                                                          Técnica: 50 kV
locada na frente do filme para converter a radiação X                                              80 mA
em luz. Assim, o filme é construído para ser sensível                   fótons
à luz, e não à radiação. Por esse motivo, o filme deve            300
ser protegido da luz para que não vele durante o ma-              200
nuseio, antes ou após o exame radiográfico.                                      osso    músculo
         A seguir, vamos tratar da relação existente              100
entre o elemento sensor da radiação, o filme radio-
                                                                                         largura
gráfico, suas características construtivas e sua influ-
ência na produção de uma imagem com qualidade              Fig. 7.1. Intensidade relativa do feixe de raios X
diagnóstica, bem como dos acessórios necessários ao                   após transpassar o paciente.
registro da imagem.
                                                                   Podemos exemplificar o exposto comparando
                                                          as intensidades emergentes de estruturas como osso e
                                                          músculo. Se as duas intensidades tiverem uma rela-
7.2     IMAGEM AÉREA                                      ção de magnitude entre si de 4 vezes, podemos dizer
                                                          que o contraste do sujeito terá o valor 4. Esse con-
                                                          traste do sujeito é afetado pelos fatores que influem
       Ao tratarmos das aplicações médicas dos rai-       na qualidade da radiação (tensão, tipo de ânodo, fil-
os X, devemos levar em conta que o corpo humano           tração). A Figura 7.1 mostra um gráfico onde se pode


                       Núcleo de Tecnologia Clí nica                               © Copyright       CEFET/SC
40    Parte 2 – RADIOGRAFIA CONVENCIONAL

notar as diferentes intensidades de um feixe que e-       trigonométricas sobre a geometria da formação da
merge de estruturas distintas, no caso osso e músculo     imagem e o tamanho do foco anódico. Usaremos a
do braço. Assim, existem alguns fatores de exposição      figura 7.2 para equacionar o problema.
que afetam a imagem aérea, cujas influências serão                 Há uma relação entre os triângulos formados
sintetizadas a seguir.                                    pelo dois raios X que saem de cada extremidade do
         A tensão, a corrente, a distância focal e a      foco anódico e passam pelo objeto, atingindo o filme.
forma de onda da tensão de alimentação do circuito        Da trigonometria, podemos dizer que os dois triângu-
de alta tensão afetam diretamente a intensidade da        los são semelhantes e por isso, seus lados são propor-
imagem aérea, mas quando alteramos os valores de          cionais dois a dois. Porém, como não sabemos
corrente ou distância focal, o contraste do sujeito não   exatamente a distância que percorrem estes raios en-
é alterado. Porém, quando aumentamos a tensão ou          tre o foco e filme, podemos extrapolar e utilizar o tri-
modificamos a forma de onda, estamos modificando          ângulo eqüilátero formado pelas alturas H (distância
a intensidade do feixe mas também o contraste do su-      foco-paciente) e h (distância paciente-filme) e as
jeito. Dependendo do número de fases utilizadas nos       bases F e P. Assim, podemos dizer que a base P do
transformadores associados ao equipamento, teremos        triângulo está para a base F assim como a altura h
uma tensão mais ou menos constante para alimentar a       está para a altura H. Matematicamente, temos a i-
ampola, o que afeta substancialmente a qualidade do       gualdade das frações:
feixe gerado.                                                      P   h
                                                                     =   , que pode ser equacionada para o
                                                                   F H
                                                          cálculo da penumbra P:
7.3     CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS                                            P = F ⋅h
                                                                                        H
                                                                  Vejamos um exemplo para verificar qual a
         Existem alguns fatores que influem na quali-     real dimensão da penumbra num exame radiográfico:
dade de uma imagem radiográfica e que se relacio-         seja um foco anódico com 2 mm de largura e um e-
nam com agentes externos ao filme. Um dos fatores         xame realizado com distância foco-paciente de 100
que exercem influência na imagem é o que chama-           cm e distância paciente-filme de 10 cm. Aplicando-se
mos de efeito penumbra e tem a ver com o tamanho          a equação acima, temos:
do ponto focal. A sombra que aparece na imagem, ou                               10 cm
a falta de definição entre o início de uma anatomia e               P = 2 mm ⋅            P = 0,2 mm
                                                                                100 cm
o término de outra, é, pois, uma conseqüência inevi-
                                                                  Esta relação também vale para o cálculo do
tável do tamanho do foco.
                                                          borramento total causado pelo foco, ou seja, a área
                                                          do foco e a área da penumbra. Com o mesmo exem-
                                 Foco                     plo anterior, se a área do foco anódico for de 4 mm2,
                                                          então:
                                                                               10 cm       P = 0,4 mm 2
                                                                  P = 4 mm 2 ⋅
                                                                               100 cm
           DiFoPa     H                                           Logo, podemos perceber que cada ponto da
                                                          anatomia do paciente aparecerá na imagem radiográ-
                                                          fica com um tamanho mínimo de 0,4 mm2.

                                                                                  FOCO


           DiPaFi
                            h

                 penumbra
                                                                                OBJETO
 Fig. 7.2. Relação trigonométrica entre o foco a-
               nódico e a penumbra.
                                                                                 FILME
        O tamanho geométrico da penumbra pode ser
calculado, permitindo assim, verificar-se previamente                           penumbra
a qualidade da imagem e a influência do foco anódi-
co. Para tanto, basta que utilizemos algumas relações      Figura 7.3. Efeito penumbra no filme devido ao
                                                                       tamanho do ponto focal.

© Copyright      CEFET/SC                                 Núcleo de Tecnologia Clí nica
IMAGEM RADIOGRÁFICA       41

        Quando o tamanho do foco é pequeno, a i-
magem produzida tem o efeito penumbra fortemente
reduzido, conforme mostra a Figura 7.3. Por isso, que
muitos equipamentos fixos são vendidos com a op-
ção de dois focos, conhecidos por foco fino e foco
grosso. Este recurso dá opção ao técnico em escolher
a qualidade da imagem que quer produzir, com mais
ou menos detalhes.
        Assim, além das características elétricas do
equipamento a ser adquirido, como tipo de alimenta-
ção e comandos disponíveis, o técnico também deve                 (a)                          (b)
se preocupar com o tamanho do foco anódico.



7.4     GRADE ANTIDIFUSORA

         Como foi visto no capítulo anterior, a grade
antidifusora exerce um papel importante na produção
da imagem, na medida em que é projetada para ate-
nuar os efeitos da radiação secundária que chega ao
filme, causando um borramento adicional, com con-
seqüente perda de nitidez. Vamos analisar abaixo os
efeitos da má utilização de grades antidifusoras, tais
como o posicionamento incorreto do raio central do                      (c)                   (d)
feixe ou ainda da distância inadequada quando utili-
zadas grades focalizadas.                                Fig. 7.4. Posicionamento da grade: a) uso de gra-
                                                         de não focalizada na distância incorreta; b) grade
         A figura 7.4(a) mostra um desfocalização
                                                         focalizada na distância correta; c) distância e ân-
causado pela utilização de grade paralela, onde se no-           gulos corretos; d) ângulo incorreto.
ta um sombreamento não uniforme na imagem, pela
absorção dos raios que tendem a chegar ao filme de
forma não perpendicular a ele. Na Figura 7.4(b), ob-
servamos a correta utilização de uma grade dita          7.5     EFEITO ANÓDICO
focalizada, onde a distância focal recomendada pelo
fabricante foi observada, fazendo com que os raios
primários sejam paralelos às lâminas de chumbo da                Um fator às vezes esquecido pelos técnicos é
grade. Esta inclinação das lâminas da grade são reali-   a não uniformidade do feixe de radiação ao longo do
zadas para uma certa faixa de distância do cabeçote.     eixo ânodo-cátodo (eixo longitudinal da mesa). Co-
Por exemplo, uma grade focalizada foi construída pa-     nhecido por efeito anódico, esta deformidade na in-
ra uma distância entre 75 cm e 120 cm, se o cabeçote     tensidade do feixe pode provocar a diminuição da
for colocada fora destes limites, a imagem radiogra-     qualidade da imagem radiográfica. Como o efeito
fada será afetada da mesma forma como a apresenta-       anódico irá resultar num contraste do sujeito diferen-
da na figura 7.4(a).                                     ciado ao longo do eixo ânodo-cátodo, podemos con-
         Já na Figura 7.4.(c) podemos observar a uti-    siderar que este efeito altera a qualidade da imagem
lização correta da grade focalizada, pela colocação da   aérea. A figura 1.5 nos esclarece que para distâncias
mesma na distância padrão, onde aparecem as som-         de 1 metro do ponto focal, a diferença entre a inten-
bras uniformes, produzida pelo não paralelismo dos       sidade de radiação de uma extremidade para outra
raios em relação às lâminas. Porém, com a Figura         pode ser de até 40 %. A inclinação do ponto focal
7.4(d) nos é mostrado uma desfocagem causada pelo        quando da confecção do ânodo irá influir na absorção
posicionamento da grade de forma não perpendicular       da radiação produzida pelo próprio ânodo. Por isso,
ao feixe primário e a sombra não uniforme causada        na aquisição de equipamentos novos, o técnico, além
por isto. Este erro normalmente só pode ocorrer após     do tamanho do foco deverá se preocupar com o ângu-
a manutenção do equipamento pelo fabricante, pois o      lo de construção deste ponto focal e informar-se so-
técnico em radiologia não tem acesso e nunca deve        bre a redução da intensidade do feixe devido ao
mexer na grade ou em seu mecanismo.                      efeito anódico.

                       Núcleo de Tecnologia Clí nica                             © Copyright        CEFET/SC
42     Parte 2 – RADIOGRAFIA CONVENCIONAL


                                                          7.6      EXERCÍCIOS
                     ânodo
                                     eixo                         1. Defina o que você entende por imagem
                                    central               aérea e quais os fatores que influem sobre ela.
      absorção da                                                  2. O que é contraste do sujeito?
     radiação pelo
     próprio ânodo                                              3. Qual a influência da grade antidifusora na
                                                          imagem aérea?
                                                                  4. Como o posicionamento do paciente em
                                                          relação ao tubo influi na produção da imagem?
                                                                 5. Qual a influência do tamanho do foco a-
                                                          nódico na imagem radiográfica?
              80%           100%           120%
                                                                6. Para os dados abaixo, calcule a medida da
             Figura 7.5. Efeito anódico.
                                                          penumbra em cada caso.
         Para exemplificar, vamos utilizar uma radio-                h         F      H               P
grafia das vértebras torácicas (Fig. 7.6), onde o paci-      a     8 cm     2,5 mm 95 cm
ente foi inicialmente posicionado com as vértebras           b     10 cm     4 mm   90 cm
cervicais mais próximas do cátodo e as torácicas             c     4 cm     3,2 mm 80 cm
mais próximas do ânodo. Observando as imagens                d     12 cm     2 mm2 100 cm
podemos notar que as vértebras cervicais, mais finas         e     10 cm     3 mm2 100 cm
e menos absorventes, receberam a porção mais inten-          f     15 cm    1,5 mm2 80 cm
sa do feixe, tornando a imagem mais escura do lado
das cervicais e não mostrando adequadamente as vér-                7. Sobre a imagem aérea podemos dizer que:
tebras torácicas, objetivo inicial do exame.
                                                              a. sofre influência direta da tela intensificadora.
                                                              b. depende do paciente para ser criada.
                                                              c. é influenciada pela construção do cabeçote.
                                                              d. aparece após os fótons incidirem na tela inten-
                                                          sificadora.
                                                              e. depende da técnica para existir.

                                                                 8. São fatores que influenciam no tamanho
                                                          da penumbra:
                                                              a. distâncias entre foco-paciente-filme, tamanho
                                                          do foco e largura da grade anti-difusora.
                                                              b. tamanho do foco, espessura da grade anti-
                                                          difusora e tipo de tela intensificadora.
                                                              c. distâncias entre foco-paciente-filme, tamanho
                                                          do foco e espessura da grade anti-difusora.
                                                              d. tamanho do foco, distâncias entre foco-
                                                          paciente-filme e tipo de tela intensificadora.
               (a)                  (b)                       e. espessura da grade anti-difusora, distâncias en-
Figura 7.6. Radiografia torácica mostrando efeito         tre foco-paciente-filme, tamanho do foco e qualidade
anódico: a) paciente posicionado erroneamente;            da tela intensificadora.
     b) paciente corretamente posicionado.
                                                                  9. Se o foco dobrar de tamanho e a distância
        Neste caso, o paciente deve ser colocado com      paciente-filme reduzir a metade, a penumbra:
a cabeça (tórax) do lado do cátodo, e os pés (abdo-
me) do lado do ânodo. Isto é fácil de ser lembrado           a.   reduz a metade do tamanho inicial.
em exames de tórax ou abdome, porém o técnico de-            b.   quadruplica de tamanho em relação ao inicial.
ve-se lembrar quando for realizar radiografias de ex-        c.   dobra de tamanho em relação ao inicial.
tremidades ou do crânio, por exemplo.                        d.   permanece com o mesmo tamanho.
                                                             e.   reduz a 1/4 do tamanho inicial.


© Copyright      CEFET/SC                                 Núcleo de Tecnologia Clí nica
8. MESA DE COMANDO

8.1       ESTRUTURA

         A mesa de comando é a parte do equipamen-       8.2     COMANDOS
to que permite ao técnico ter todo o controle da parte
elétrica do exame radiográfico a ser realizado. As
mesas podem ser complexas, com várias opções para
a escolha dos parâmetros, ou mais simples, onde tudo     8.2.1. Interruptor ligado/desligado
é automático e o técnico escolhe apenas um parâme-
tro da técnica.                                                  Os controles de liga/desliga possuem coman-
         Basicamente, as mesas podem ser divididas       dos independentes.
em 2 tipos:
• analógicas, com botões rotativos, chaves liga e
     desliga e mostradores de ponteiros; ou                              ON



                                                                        OFF

                                                          Figura 8.3. Botões liga/desliga típicos encontra-
                                                                   dos em mesas de comandos.

                                                                 Quando ligado, é imediatamente iluminada a
                                                         mesa e feito um check-up nos circuitos do gerador,
                                                         ao mesmo tempo que o foco grosso do dispositivo é
                                                         ativado (permite maior carga em maior tempo. Se o
                                                         operador desejar trabalhar com o foco fino, deverá
                                                         acionar o botão correspondente, mostrado na figura
    Figura 8.1. Mesa de comando analógica. (Cortesia     abaixo.
                  Hospital Reg. de Joinville).


•     digitais, com botões de pressão suave e mostra-
      dores digitais.
                                                                           Foco        Foco
                                                                          grosso       fino
                                                               Figura 8.4. Botões de foco fino e grosso.


                                                         8.2.2. Seletores de KV, mA e tempo

                                                                 Dependendo do tipo de equipamento, pode-
                                                         mos ter controles de funções múltiplas, como segue:
                                                         • três comandos independentes; KV, mA, tempo;
                                                         • dois comandos, KV e mAs;
                                                         • um comando, KV;
                                                         • um código de programação, para valores de téc-
Figura 8.2. Mesa de comando digital. (Cortesia Clínica
                                                            nicas já memorizadas;
              São Marcos – Joinville - SC).


                                  Tecnologia
                        Núcleo de Tecnologia Clí nica                            © Copyright    CEFET/SC
44    Parte 2 – RADIOGRAFIA CONVENCIONAL

•    botões de seleção de projeções radiográficas.       dispositivo de disparo seja construído com um botão
         Se a seleção é feita independentemente entre    do tipo dois estágios. Esta obrigatoriedade vem em
mA e tempo, o operador precisa fazer cálculos men-       prol da segurança do paciente, do técnico e do con-
tais, de maneira a adequar esses parâmetros quando       trole total que o técnico deve ter sobre o equipamen-
aplicar uma determinada dose no paciente.                to. Além do sistema de botão de dois estágios, exige-
         Normalmente, em equipamentos que propor-        se que o disparador seja solto no equipamento móvel,
cionam dois comandos (KV e mAs), o seletor permi-        com cabo de 2 metros, no mínimo.
te variar a tensão de 1 em 1 KV, sendo que a seleção
de corrente é feita em passos de 30%. Em equipa-
mentos digitais, a seleção de KV e mAs é feita por
meio de códigos, dependendo do tipo de técnica em-
pregada.
         Também temos disponíveis na mesa, o ampe-
rímetro e voltímetro, que medem a intensidade de
corrente e tensão utilizadas em determinada técnica.
                                                            repouso            preparo            disparo
                                                               Figura 8.5. Etapas do disparo do feixe.
8.3     REALIZAÇÃO DO EXAME
                                                                 Em posição de preparação, estamos ativando
                                                         o circuito de filamento, responsável pelo controle da
                                                         produção de elétrons no filamento, que se torna in-
                                                         candescente. Quando pressionamos o botão superior,
8.3.1. Preparação do Exame
                                                         estamos preparando o equipamento para o disparo,
        A primeira coisa que o técnico deve fazer,       ou seja, começamos a girar o rotor e, conseqüente-
após chamar o paciente e identificar o exame a ser       mente, o ânodo. Poucos segundos depois (1 ou 2 se-
realizado, é posicionar o paciente. Se o exame for re-   gundos), o equipamento está pronto para o disparo,
alizado na mesa, o técnico coloca o chassi no porta-     pois o ânodo precisa adquirir uma velocidade mínima
chassi, posiciona o paciente e ajusta o cabeçote para    para isto poder acontecer. O disparo é feito ao pres-
que o feixe esteja alinhado com a anatomia a ser ra-     sionarmos o botão totalmente, ouseja, ao acionar o
diografada e o filme. Se precisar, ajusta a colimação    segundo estágio.
para que apenas a anatomia seja abrangida pelo cam-
po de irradiação.                                        8.3.3. Exposição
        Se o exame for realizado no Bucky mural,
então o paciente fica de pé, e após colocar o filme no           Na posição de exposição, o equipamento está
porta-chassi, o técnico ajusta o cabeçote, girando-o     com seus circuitos de temporização e de alta tensão
90o. Em seguida, ajusta a colimação e se dirige para a   ativados. Após decorrido o tempo pré-selecionado, os
mesa de comando.                                         interruptores abrem os circuitos de alta tensão e tem-
                                                         porização. Qualquer tentativa de nova exposição (a-
                                                         livio do botão) antes de terminar o tempo pré-
8.3.2. Preparação de Exposição
                                                         selecionado, causa a interrupção da exposição. Nor-
         O técnico deve sempre usar a técnica mais       malmente, os tempos são curtos (milisegundos) e isto
adequada na realização do exame solicitado pelo me-      se torna difícil de ocorrer, porém pode ocorrer em si-
dico. Isto implica em conhecer a altura e peso do pa-    tuações de grande tempo de exposição (caso de pro-
ciente, a presença de algum implante ou sonda em         jeção lateral de coluna lombar em adulto obeso). Os
seu corpo e o total conhecimento do aparelho, tela       circuitos de exposição e temporização são indepen-
intensificadora e filme que se está utilizando no ser-   dentes.
viço radiológico.                                                O interruptor de exposição normalmente está
         Uma vez determinada a melhor técnica para       colocado no primário do transformador da alta tensão
o exame, o operador deve selecionar na mesa de co-       (interruptor primário). Em alguns equipamentos pro-
mando a tensão, corrente e tempo de exposição. De-       jetados para exposições repetitivas em curto tempo
pois, deve selecionar a utilização ou não de grade       (angiografia), ele está colocado no circuito de alta-
antidifusora, ou Bucky mural, se for o caso. Depois      tensão (interruptor secundário).
de conferir todos os parâmetros, o técnico está pronto           O temporizador é composto por um circuito
para realizar o disparo.                                 eletrônico, o que permite controlar o tempo de expo-
         A legislação vigente no Brasil exige que o      sição de uma maneira bastante precisa.

© Copyright      CEFET/SC                                Núcleo de Tecnologia Clí nica
MESA DE COMANDO       45

8.4                    PARÂMETROS DE EXPOSIÇÃO               géticos, os elétrons podem interagir com um maior
                                                             número de átomos.
                                                                     Resumindo, o controle de kV afeta:
        Existem alguns fatores que influem direta-           • a energia cinética (velocidade) dos elétrons pro-
mente na intensidade do feixe de fótons produzidos,              duzidos pelo filamento;
ou seja, na qualidade e quantidade desse feixe ener-         • o tipo de raio gerado (raios mais ou menos pene-
gético. É importante que o técnico consiga associar              trantes), dependendo se o valor é alto ou baixo;
os comandos da mesa com as variações da técnica              • a seleção da radiação de baixa ou alta energia
radiológica.                                                     (poder de penetração).
        A exposição do paciente ao feixe de raios X
está condicionada, basicamente, a três parâmetros                                       95 kVp
principais, que irão definir a qualidade do feixe, a sa-




                                                             No de fótons
ber:

8.4.1. Corrente (mA)
                                                                               80 kVp
        Quando falamos em corrente elétrica influin-
do na intensidade de um feixe de radiação, estamos
nos referindo ao número de elétrons que são produzi-
dos no filamento e que serão acelerados em direção                             25         50           75     keV
ao ânodo. Logicamente, quanto maior for o número                                    Energia dos fótons
de elétrons disponíveis no cátodo, maior será o nú-
mero de interações que ocorrerão no ânodo e mais                     Figura 8.7. Variação da tensão na formação
denso será o feixe de fótons gerados.                                                  do feixe.


                                              400 mA         8.4.3. Tempo de Exposição (s)
    Número de fótons




                                                                     O circuito que controla o tempo de exposição
                                                             é eletrônico e permite a seleção de tempos da ordem
                                                             de milisegundos com extensa faixa de variação. O
                                                             filamento muitas vezes fica ligado o tempo todo, pré-
                                               200 mA        aquecido. O ânodo giratório é ativado alguns segun-
                                                             dos antes da exposição. A radiação só ocorre mesmo
                                                             durante o tempo em que a ampola está sob a ação de
                           25       50      75     100 KeV   dezenas de quilovolts. E este tempo é controlado com
                                Energia dos fótons           precisão pelo circuito temporizador.
  Figura 8.6. Variação da corrente na formação                       O aumento do tempo de exposição implica
                     do feixe.                               num aumento do tempo de radiação, o que produzirá
                                                             imagens mais escuras. A diminuição do tempo acar-
                                                             reta em imagens mais claras.
8.4.2. Tensão (kV)

         Quando estudamos eletricidade, analisamos,
entre outros assuntos, o conceito de diferença de po-
tencial elétrico (tensão). O que acontece quando apli-       8.5            DOSE DE RADIAÇÃO
camos uma grande tensão a uma ampola é que
estamos aumentando a energia dos elétrons gerados
                                                                     A dose de radiação é determinada pelo pro-
no filamento do cátodo. Dessa forma, esses elétrons,
                                                             duto da corrente pelo tempo e oferece muitas possibi-
ao chegarem ao ânodo, estarão com energia cinética
                                                             lidades, mediante a variação de mA e s.
suficiente para interagirem com os átomos do metal-
alvo e, através dos processos de interação, produzi-
                                                                     Exemplo: Considere que numa determinada
rem radiação cujos fótons possuem energias desde
                                                             técnica temos mAs = 200. Poderíamos obter os mes-
poucos KeV até energias do nível daquelas dos elé-
                                                             mos 200 mAs, ou seja, sem alterar a dose no pacien-
trons incidentes. Da tensão aplicada, depende a má-
                                                             te, a partir da variação dos parâmetros relativos à
xima energia dos fótons gerados. Da mesma forma,
                                                             corrente e ao tempo, de forma que o produto mAs
através da tensão estamos alterando indiretamente o
                                                             permaneça constante, conforme mostra a tabela 2.
número de fótons gerados, por que sendo mais ener-

                                    Núcleo de Tecnologia Clí nica                       © Copyright    CEFET/SC
46    Parte 2 – RADIOGRAFIA CONVENCIONAL

Tabela 2: Constância no valor de dose com vari-                  Exemplo: Um exame selecionado para 70
        ações sincronizadas de mA e s.                  kV, 100 mA e 0,12 s produz uma imagem borrada
                                                        por movimento. Devemos reduzir o tempo de exposi-
       Corrente (mA)   Tempo (s)      mAs
                                                        ção para 0,004 s, qual o mA que mantém a dose no
            200              1        200               paciente?
                                                                 Solução: Como o produto mAs deve ser
            400            0,5        200
                                                        mantido constante, temos que calcular o novo valor
            800           0,25        200               de corrente que compense a redução do tempo. Para
           2000            0,1        200               isto, temos:
                                                                    100 mA x 0,12 s = 12 mAs
        O exemplo a seguir mostra como podemos                   O produto 12 mAs é constante. Portanto, a
eliminar o efeito produzido pelo movimento do paci-     corrente é a incógnita a ser calculada da seguinte
ente durante a exposição. Isto pode ocorrer, por e-     forma:
xemplo, em exames feitos em crianças. Logicamente,                   I x 0,04 s = 12mAs    logo,
isto pode ser obtido com a redução do tempo, como
mostra a solução do problema proposto.                           I = 0,012 / 0,04 = 0,3 A = 300 mA




8.6    SÍMBOLOS UTILIZADOS EM EQUIPAMENTOS RADIOLÓGICOS

 Símbolo                  Significado                  Símbolo                  Significado
            Ligado, para as conexões diretas com a
                                                                  Radiografia direta
            rede. Circuito primário

            Desligado, para as conexões diretas com
                                                                  Radiografia indireta
            a rede. Circuito primário
            Comutação adicional para funções se-
            qüenciais e grupos de funções. Circuito               Fluoroscopia - Radioscopia
            secundário.
            Comutação de preparo de funções se-
            qüenciais ou grupo de função. Circuito                Foco finíssimo
            secundário.
            Desconexão para funções seqüenciais ou
                                                                  Foco fino
            grupo de função. Circuito secundário.
            Aumento ou redução de um va-
            lor/grandeza de forma contínua. Controle              Foco grosso
            deslizante.
            Aumento ou redução de um va-
            lor/grandeza em etapas. Controle desli-               Grade antidifusora fixa
            zante.
            Aumento ou redução de um va-
            lor/grandeza de forma contínua. Controle              Grade antidifusora móvel
            giratório.
            Aumento ou redução de um va-
            lor/grandeza em etapas. Controle girató-              Sem grade antidifusora (ou desligada)
            rio
            Aumento ou redução de um va-
                                                                  Iluminação da área ou campo limitado por
            lor/grandeza de forma contínua. Controle
                                                                  um colimador tipo diafragma
            giratório com desconexão definida

                                                                  Colimador tipo diafragma de lâminas ou
            Partida, início de movimento
                                                                  multiplano (aberto)




© Copyright       CEFET/SC                             Núcleo de Tecnologia Clí nica
MESA DE COMANDO        47

 Símbolo                 Significado                Símbolo                 Significado

                                                              Colimador tipo diafragma de lâminas ou
            Parada, fim de movimento
                                                              multiplano (fechado)



            Controle manual                                   Colimador tipo diafragma circular (aberto)



                                                              Colimador tipo diafragma circular (fecha-
            Controle automático
                                                              do)


                                                              Visor luminoso (linhas projetas sobre a
            Chave de pedal                                    mesa para posicionamento do pacien-
                                                              te/tubo)


            Chave manual                                      Tubo compressor



            Comutação entre mesas de comando                  Sem tubo compressor



                                                              Compressão



                                                              Descompressão




8.7    EXERCÍCIOS

      1. Quais são os principais comandos que
uma mesa de controle deve possuir?
       2. Por que o botão de disparo da ampola
tem dois estágios?
       3. Na qualidade da imagem, o que influi o
aumento da corrente e o aumento da tensão?
       4. Quais são as medidas de segurança que
devem ser tomadas durante a realização de um exa-
me radiográfico?




                     Núcleo de Tecnologia Clí nica                          © Copyright      CEFET/SC
48   Parte 2 – RADIOGRAFIA CONVENCIONAL




© Copyright   CEFET/SC                    Núcleo de Tecnologia Clí nica
9. BIBLIOGRAFIA

       BUSHONG, Stewart C. Radiologic science for technologists: physics, biology, and protection. 6 ed.
Mosby-Year Book, Inc. St. Louis 1997, 600 pp.
       EISENBERG, Ronald L. Radiology: an illustrated history. Mosby-Year Book, Inc. St. Louis 1992, 606
pp.
       HOXTER, Erwin A. Introdução a técnica radiográfica. Simens AG - Editora Edgard Blücher Ltda. São
Paulo 1977, 223 pp.

       Manuais de fabricantes: Philips, Siemens, General Electric.




                     Núcleo de Tecnologia Clí nica                          © Copyright     CEFET/SC

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012
Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012
Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012Cláudio Silva
 
Acessorios-radiologicos
 Acessorios-radiologicos Acessorios-radiologicos
Acessorios-radiologicosRayomara Lima
 
Física das Radiações 2a
Física das Radiações 2aFísica das Radiações 2a
Física das Radiações 2aRenata Cristina
 
Formação das imagens convencionais e digitais: raios X
Formação das imagens convencionais e digitais: raios XFormação das imagens convencionais e digitais: raios X
Formação das imagens convencionais e digitais: raios XPaulo Fonseca
 
Aula filmes écrans_(elementos_da_radiologia) (3)
Aula filmes écrans_(elementos_da_radiologia) (3)Aula filmes écrans_(elementos_da_radiologia) (3)
Aula filmes écrans_(elementos_da_radiologia) (3)Manu Medeiros
 
Radioterapia - braquiterapia - teleterapia - introdução a radioterapia, colim...
Radioterapia - braquiterapia - teleterapia - introdução a radioterapia, colim...Radioterapia - braquiterapia - teleterapia - introdução a radioterapia, colim...
Radioterapia - braquiterapia - teleterapia - introdução a radioterapia, colim...Wendesor Oliveira
 
Aula 3 imaginologia contraste da imagem e radiação espalhada
Aula 3 imaginologia contraste da imagem e radiação espalhadaAula 3 imaginologia contraste da imagem e radiação espalhada
Aula 3 imaginologia contraste da imagem e radiação espalhadaradiomed
 
Radiação espalhada Transparências.ppt
Radiação espalhada Transparências.pptRadiação espalhada Transparências.ppt
Radiação espalhada Transparências.pptMariaFleitas8
 
200610201944550.2 aula interacao da radiacao com a materia
200610201944550.2 aula   interacao da radiacao com a materia200610201944550.2 aula   interacao da radiacao com a materia
200610201944550.2 aula interacao da radiacao com a materiaacacioandrade
 
INTERAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS COM A MATÉRIA
INTERAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS COM A MATÉRIAINTERAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS COM A MATÉRIA
INTERAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS COM A MATÉRIAThassiany Sarmento
 
Fontes de energia.
Fontes de energia.Fontes de energia.
Fontes de energia.Robs
 
Aula de tomografia 2019
Aula de tomografia   2019Aula de tomografia   2019
Aula de tomografia 2019FLAVIO LOBATO
 
2015 aula 05 nocoes calculo de blindagem
2015 aula 05 nocoes calculo de blindagem2015 aula 05 nocoes calculo de blindagem
2015 aula 05 nocoes calculo de blindagemIPEN - CNEN / SP
 

Mais procurados (20)

Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012
Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012
Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012
 
Acessorios-radiologicos
 Acessorios-radiologicos Acessorios-radiologicos
Acessorios-radiologicos
 
Radioterapia
RadioterapiaRadioterapia
Radioterapia
 
Física das Radiações 2a
Física das Radiações 2aFísica das Radiações 2a
Física das Radiações 2a
 
Formação das imagens convencionais e digitais: raios X
Formação das imagens convencionais e digitais: raios XFormação das imagens convencionais e digitais: raios X
Formação das imagens convencionais e digitais: raios X
 
Aula filmes écrans_(elementos_da_radiologia) (3)
Aula filmes écrans_(elementos_da_radiologia) (3)Aula filmes écrans_(elementos_da_radiologia) (3)
Aula filmes écrans_(elementos_da_radiologia) (3)
 
Radioterapia - braquiterapia - teleterapia - introdução a radioterapia, colim...
Radioterapia - braquiterapia - teleterapia - introdução a radioterapia, colim...Radioterapia - braquiterapia - teleterapia - introdução a radioterapia, colim...
Radioterapia - braquiterapia - teleterapia - introdução a radioterapia, colim...
 
Aula 3 imaginologia contraste da imagem e radiação espalhada
Aula 3 imaginologia contraste da imagem e radiação espalhadaAula 3 imaginologia contraste da imagem e radiação espalhada
Aula 3 imaginologia contraste da imagem e radiação espalhada
 
Radiação espalhada Transparências.ppt
Radiação espalhada Transparências.pptRadiação espalhada Transparências.ppt
Radiação espalhada Transparências.ppt
 
200610201944550.2 aula interacao da radiacao com a materia
200610201944550.2 aula   interacao da radiacao com a materia200610201944550.2 aula   interacao da radiacao com a materia
200610201944550.2 aula interacao da radiacao com a materia
 
Cálculo de dosimetria na industria
Cálculo de dosimetria na industriaCálculo de dosimetria na industria
Cálculo de dosimetria na industria
 
Equipamentos Radiológicos
Equipamentos RadiológicosEquipamentos Radiológicos
Equipamentos Radiológicos
 
INTERAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS COM A MATÉRIA
INTERAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS COM A MATÉRIAINTERAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS COM A MATÉRIA
INTERAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS COM A MATÉRIA
 
Fontes de energia.
Fontes de energia.Fontes de energia.
Fontes de energia.
 
RADIOLOGIA CONVENCIONAL E FORMAÇÃO DOS RAIOS X
RADIOLOGIA CONVENCIONAL E FORMAÇÃO DOS RAIOS XRADIOLOGIA CONVENCIONAL E FORMAÇÃO DOS RAIOS X
RADIOLOGIA CONVENCIONAL E FORMAÇÃO DOS RAIOS X
 
Principios da radiologia
Principios da radiologiaPrincipios da radiologia
Principios da radiologia
 
Aula de tomografia 2019
Aula de tomografia   2019Aula de tomografia   2019
Aula de tomografia 2019
 
2015 aula 05 nocoes calculo de blindagem
2015 aula 05 nocoes calculo de blindagem2015 aula 05 nocoes calculo de blindagem
2015 aula 05 nocoes calculo de blindagem
 
Aula 1 câmara escura
Aula 1   câmara escuraAula 1   câmara escura
Aula 1 câmara escura
 
Camaraescura radiologia
Camaraescura radiologiaCamaraescura radiologia
Camaraescura radiologia
 

Destaque

Radiology formação e qualidade da imagem em filme - écran
Radiology formação e qualidade da imagem em filme - écranRadiology formação e qualidade da imagem em filme - écran
Radiology formação e qualidade da imagem em filme - écranCristiane Dias
 
Detector de Radiacao Ionizante
Detector de Radiacao IonizanteDetector de Radiacao Ionizante
Detector de Radiacao IonizanteDiego Santos
 
Dosímetro
DosímetroDosímetro
Dosímetroradiomed
 
Avaliação sistemática da radiografia do tórax
Avaliação sistemática da radiografia do tóraxAvaliação sistemática da radiografia do tórax
Avaliação sistemática da radiografia do tóraxBruna Cesário
 
Produção da Imagem Radiográfica: histórico - Conteúdo vinculado ao blog ...
Produção da Imagem Radiográfica: histórico - Conteúdo vinculado ao blog      ...Produção da Imagem Radiográfica: histórico - Conteúdo vinculado ao blog      ...
Produção da Imagem Radiográfica: histórico - Conteúdo vinculado ao blog ...Rodrigo Penna
 
Fatores que influenciam a qualidade da imagem
Fatores que influenciam a qualidade da imagemFatores que influenciam a qualidade da imagem
Fatores que influenciam a qualidade da imagemChristiane Fust
 
Proteção Radiologica palestra
Proteção Radiologica palestraProteção Radiologica palestra
Proteção Radiologica palestraRenata Cristina
 
Proteçao radiologica
Proteçao radiologicaProteçao radiologica
Proteçao radiologicaÁlex Jesus
 
Vitaminas hidrossolúveis
Vitaminas hidrossolúveisVitaminas hidrossolúveis
Vitaminas hidrossolúveisrafael
 
Exames Radiológicos-Otimização de Imagens - TR Mardônio Linhares
Exames Radiológicos-Otimização de Imagens - TR Mardônio LinharesExames Radiológicos-Otimização de Imagens - TR Mardônio Linhares
Exames Radiológicos-Otimização de Imagens - TR Mardônio LinharesMardônio Linhares
 

Destaque (20)

Radiology formação e qualidade da imagem em filme - écran
Radiology formação e qualidade da imagem em filme - écranRadiology formação e qualidade da imagem em filme - écran
Radiology formação e qualidade da imagem em filme - écran
 
Detectores de Radiação
Detectores de RadiaçãoDetectores de Radiação
Detectores de Radiação
 
ProteçãO Radiologica Ipen
ProteçãO  Radiologica   IpenProteçãO  Radiologica   Ipen
ProteçãO Radiologica Ipen
 
dosimetria
dosimetriadosimetria
dosimetria
 
Aula 04 proteção e higiene das radiações
Aula 04 proteção e higiene das radiaçõesAula 04 proteção e higiene das radiações
Aula 04 proteção e higiene das radiações
 
Detector de Radiacao Ionizante
Detector de Radiacao IonizanteDetector de Radiacao Ionizante
Detector de Radiacao Ionizante
 
Aula 03 proteção radológica
Aula 03 proteção radológicaAula 03 proteção radológica
Aula 03 proteção radológica
 
Dosímetro
DosímetroDosímetro
Dosímetro
 
Vitaminas 2
Vitaminas 2Vitaminas 2
Vitaminas 2
 
Avaliação sistemática da radiografia do tórax
Avaliação sistemática da radiografia do tóraxAvaliação sistemática da radiografia do tórax
Avaliação sistemática da radiografia do tórax
 
Produção da Imagem Radiográfica: histórico - Conteúdo vinculado ao blog ...
Produção da Imagem Radiográfica: histórico - Conteúdo vinculado ao blog      ...Produção da Imagem Radiográfica: histórico - Conteúdo vinculado ao blog      ...
Produção da Imagem Radiográfica: histórico - Conteúdo vinculado ao blog ...
 
Fatores que influenciam a qualidade da imagem
Fatores que influenciam a qualidade da imagemFatores que influenciam a qualidade da imagem
Fatores que influenciam a qualidade da imagem
 
Proteção Radiologica palestra
Proteção Radiologica palestraProteção Radiologica palestra
Proteção Radiologica palestra
 
Proteçao radiologica
Proteçao radiologicaProteçao radiologica
Proteçao radiologica
 
Radioanatomia Conceptos Basicos
Radioanatomia Conceptos BasicosRadioanatomia Conceptos Basicos
Radioanatomia Conceptos Basicos
 
Vitaminas hidrossolúveis
Vitaminas hidrossolúveisVitaminas hidrossolúveis
Vitaminas hidrossolúveis
 
Aula radioproteção
Aula radioproteçãoAula radioproteção
Aula radioproteção
 
Aula 01 proteção radiológica
Aula 01  proteção radiológicaAula 01  proteção radiológica
Aula 01 proteção radiológica
 
Exames Radiológicos-Otimização de Imagens - TR Mardônio Linhares
Exames Radiológicos-Otimização de Imagens - TR Mardônio LinharesExames Radiológicos-Otimização de Imagens - TR Mardônio Linhares
Exames Radiológicos-Otimização de Imagens - TR Mardônio Linhares
 
INTRODUÇÃO A RADIOLOGIA
INTRODUÇÃO A RADIOLOGIAINTRODUÇÃO A RADIOLOGIA
INTRODUÇÃO A RADIOLOGIA
 

Semelhante a Rad conv7

Aula 24 ensaio por raio x
Aula 24   ensaio por raio xAula 24   ensaio por raio x
Aula 24 ensaio por raio xRenaldo Adriano
 
Aula 02 - Formação da Imagem Radiológica.pptx
Aula 02 - Formação da Imagem Radiológica.pptxAula 02 - Formação da Imagem Radiológica.pptx
Aula 02 - Formação da Imagem Radiológica.pptxAdenildoBartender
 
2015 aula 6f dosimetria individual medicao
2015 aula 6f dosimetria individual medicao2015 aula 6f dosimetria individual medicao
2015 aula 6f dosimetria individual medicaoIPEN - CNEN / SP
 
Exp 3 vibrações alef
Exp 3 vibrações alefExp 3 vibrações alef
Exp 3 vibrações alefAlef Maia
 
UV-Vis_parte_01.pptx
UV-Vis_parte_01.pptxUV-Vis_parte_01.pptx
UV-Vis_parte_01.pptxssusercd91e6
 
Fqe2 exp10 espectrofotometria
Fqe2 exp10 espectrofotometriaFqe2 exp10 espectrofotometria
Fqe2 exp10 espectrofotometriaCelicris Dias
 
ANANTOMIA RADIOLÓGICA aula.pptx
ANANTOMIA RADIOLÓGICA aula.pptxANANTOMIA RADIOLÓGICA aula.pptx
ANANTOMIA RADIOLÓGICA aula.pptxJoelLucasMartins1
 
Aula 25 ensaio por raios gama
Aula 25   ensaio por raios gamaAula 25   ensaio por raios gama
Aula 25 ensaio por raios gamaRenaldo Adriano
 
Apresentação - Comprimento da luz branca.pptx
Apresentação - Comprimento da luz branca.pptxApresentação - Comprimento da luz branca.pptx
Apresentação - Comprimento da luz branca.pptxRodrigoDeSiqueira1
 
Serie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdfSerie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdfrafel27
 
Função de onda
Função de ondaFunção de onda
Função de ondaMFilipe24PT
 
Fotometria compartilhar.pptx
Fotometria compartilhar.pptxFotometria compartilhar.pptx
Fotometria compartilhar.pptxNairysFreitas
 
Modelos teóricos para a compreensão da estrutura da matéria
Modelos teóricos para a compreensão da estrutura da matériaModelos teóricos para a compreensão da estrutura da matéria
Modelos teóricos para a compreensão da estrutura da matériaManoel Barrionuevo
 

Semelhante a Rad conv7 (20)

Aula 24 ensaio por raio x
Aula 24   ensaio por raio xAula 24   ensaio por raio x
Aula 24 ensaio por raio x
 
Ensaio por raio x
Ensaio por raio xEnsaio por raio x
Ensaio por raio x
 
Aula 02 - Formação da Imagem Radiológica.pptx
Aula 02 - Formação da Imagem Radiológica.pptxAula 02 - Formação da Imagem Radiológica.pptx
Aula 02 - Formação da Imagem Radiológica.pptx
 
Relatorio difração e interferência
Relatorio difração e interferênciaRelatorio difração e interferência
Relatorio difração e interferência
 
2015 aula 6f dosimetria individual medicao
2015 aula 6f dosimetria individual medicao2015 aula 6f dosimetria individual medicao
2015 aula 6f dosimetria individual medicao
 
Difracao de raios X wfa
Difracao de raios X wfaDifracao de raios X wfa
Difracao de raios X wfa
 
Exp 3 vibrações alef
Exp 3 vibrações alefExp 3 vibrações alef
Exp 3 vibrações alef
 
UV-Vis_parte_01.pptx
UV-Vis_parte_01.pptxUV-Vis_parte_01.pptx
UV-Vis_parte_01.pptx
 
Fqe2 exp10 espectrofotometria
Fqe2 exp10 espectrofotometriaFqe2 exp10 espectrofotometria
Fqe2 exp10 espectrofotometria
 
Radiologianota10 Elementos
Radiologianota10 ElementosRadiologianota10 Elementos
Radiologianota10 Elementos
 
ANANTOMIA RADIOLÓGICA aula.pptx
ANANTOMIA RADIOLÓGICA aula.pptxANANTOMIA RADIOLÓGICA aula.pptx
ANANTOMIA RADIOLÓGICA aula.pptx
 
Tomografia feixe conico
Tomografia feixe conicoTomografia feixe conico
Tomografia feixe conico
 
Aula 25 ensaio por raios gama
Aula 25   ensaio por raios gamaAula 25   ensaio por raios gama
Aula 25 ensaio por raios gama
 
Apresentação - Comprimento da luz branca.pptx
Apresentação - Comprimento da luz branca.pptxApresentação - Comprimento da luz branca.pptx
Apresentação - Comprimento da luz branca.pptx
 
Parcial física 2
Parcial física 2Parcial física 2
Parcial física 2
 
Serie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdfSerie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdf
 
Função de onda
Função de ondaFunção de onda
Função de onda
 
Fotometria compartilhar.pptx
Fotometria compartilhar.pptxFotometria compartilhar.pptx
Fotometria compartilhar.pptx
 
Modelos teóricos para a compreensão da estrutura da matéria
Modelos teóricos para a compreensão da estrutura da matériaModelos teóricos para a compreensão da estrutura da matéria
Modelos teóricos para a compreensão da estrutura da matéria
 
Aula 07 ultrassonografia
Aula 07 ultrassonografiaAula 07 ultrassonografia
Aula 07 ultrassonografia
 

Mais de Luanapqt

4 tomo-linear
4 tomo-linear4 tomo-linear
4 tomo-linearLuanapqt
 
Reforma sanitaria e a consolidação
Reforma sanitaria e a consolidaçãoReforma sanitaria e a consolidação
Reforma sanitaria e a consolidaçãoLuanapqt
 
Politica nacional atencao_basica_2006
Politica nacional atencao_basica_2006Politica nacional atencao_basica_2006
Politica nacional atencao_basica_2006Luanapqt
 
Normas operacional da assistencia a saude
Normas operacional da assistencia a saudeNormas operacional da assistencia a saude
Normas operacional da assistencia a saudeLuanapqt
 
Manifesto final
Manifesto finalManifesto final
Manifesto finalLuanapqt
 
Luiz anatomia
Luiz anatomiaLuiz anatomia
Luiz anatomiaLuanapqt
 
Leis do sus na integra
Leis do sus na integraLeis do sus na integra
Leis do sus na integraLuanapqt
 
Lei 8080 1990 8pg
Lei 8080 1990 8pgLei 8080 1990 8pg
Lei 8080 1990 8pgLuanapqt
 
Humanizasus 2004
Humanizasus 2004Humanizasus 2004
Humanizasus 2004Luanapqt
 
Estatuto do idoso comentado
Estatuto do idoso comentadoEstatuto do idoso comentado
Estatuto do idoso comentadoLuanapqt
 
Consolidação do sus e suas diretrizes
Consolidação do sus e suas diretrizesConsolidação do sus e suas diretrizes
Consolidação do sus e suas diretrizesLuanapqt
 
Código de ética do servidor público 1
Código de ética do servidor público 1Código de ética do servidor público 1
Código de ética do servidor público 1Luanapqt
 

Mais de Luanapqt (20)

4 tomo-linear
4 tomo-linear4 tomo-linear
4 tomo-linear
 
Reforma sanitaria e a consolidação
Reforma sanitaria e a consolidaçãoReforma sanitaria e a consolidação
Reforma sanitaria e a consolidação
 
Politica nacional atencao_basica_2006
Politica nacional atencao_basica_2006Politica nacional atencao_basica_2006
Politica nacional atencao_basica_2006
 
Normas operacional da assistencia a saude
Normas operacional da assistencia a saudeNormas operacional da assistencia a saude
Normas operacional da assistencia a saude
 
Noas
NoasNoas
Noas
 
Manifesto final
Manifesto finalManifesto final
Manifesto final
 
Luiz anatomia
Luiz anatomiaLuiz anatomia
Luiz anatomia
 
Leis do sus na integra
Leis do sus na integraLeis do sus na integra
Leis do sus na integra
 
Lei
LeiLei
Lei
 
Lei 8080 1990 8pg
Lei 8080 1990 8pgLei 8080 1990 8pg
Lei 8080 1990 8pg
 
Humanizasus 2004
Humanizasus 2004Humanizasus 2004
Humanizasus 2004
 
Estatuto do idoso comentado
Estatuto do idoso comentadoEstatuto do idoso comentado
Estatuto do idoso comentado
 
Consolidação do sus e suas diretrizes
Consolidação do sus e suas diretrizesConsolidação do sus e suas diretrizes
Consolidação do sus e suas diretrizes
 
Código de ética do servidor público 1
Código de ética do servidor público 1Código de ética do servidor público 1
Código de ética do servidor público 1
 
Mn10
Mn10Mn10
Mn10
 
Mn9
Mn9Mn9
Mn9
 
Mn08
Mn08Mn08
Mn08
 
Mn07
Mn07Mn07
Mn07
 
Mn06
Mn06Mn06
Mn06
 
Mn04 05
Mn04 05Mn04 05
Mn04 05
 

Rad conv7

  • 1. 7. IMAGEM RADIOGRÁFICA 7.1 FORMAÇÃO DA IMAGEM apresenta índices de absorção de radiação bastante diferenciados. Isso se dá pelo fato do corpo ser com- posto por estruturas de diferentes espessuras e tam- Na realização de um exame radiológico, a bém de diferentes números atômicos, o que lhes partir da interação dos raios X com a matéria, a últi- confere diferentes graus de capacidade de interação ma etapa da cadeia de obtenção de uma imagem ra- com a radiação. Sabemos, por exemplo, que para que diográfica é o registro da imagem da anatomia de os ossos sejam penetrados por raios X, estes preci- interesse sobre um elemento sensível à radiação. O sam ser de maior energia do que para a penetração de elemento sensor, que será o filme radiográfico, está tecidos moles. Após a interação da radiação com as posicionado atrás do paciente, dentro de um acessó- diferentes estruturas do corpo, emerge destas uma ra- rio chamado chassi, que é colocado em uma gaveta diação cuja distribuição é diferente daquela que pene- (porta-chassi), sob a mesa de exames. Para alguns ti- trou no corpo, devido ao fato de, no trajeto, haver pos de exames, o chassi pode ser posicionado em su- transposto estruturas de características diferenciadas. portes verticais acoplados ao Bucky vertical (grade A essa nova distribuição de energias que compõem o antidifusora), ou ainda sob pacientes radiografados feixe, dá-se o nome de imagem aérea. em leitos. A partir disso, podemos definir uma grande- Uma vez que o filme radiográfico é pouco za bastante útil quando tratamos da produção de uma sensível à radiação X, pois somente 5% dos fótons imagem. Essa grandeza é o que chamamos de con- incidentes são absorvidos e contribuem para a forma- traste do sujeito e é dada pela relação que existe en- ção da imagem, é necessário utilizar outro tipo de tre a intensidade de um feixe que sai de uma parte de sensor para detectar e registrar a imagem formada pe- um objeto e outra intensidade, proveniente de outra la radiação ao atravessar o paciente. Os melhores e- parte adjacente com maior capacidade de absorção lementos de interação com a radiação são os fósforos desse feixe. (elementos que convertem ondas eletromagnéticas de diversas freqüências em luz). Porém os fósforos não corte transversal do braço têm “memória”, ou seja, não tem capacidade de re- gistrar a imagem por um longo período. Por isso, um acessório chamado de tela intensificadora, composta de uma lâmina plástica recoberta com fósforo, é co- Técnica: 50 kV locada na frente do filme para converter a radiação X 80 mA em luz. Assim, o filme é construído para ser sensível fótons à luz, e não à radiação. Por esse motivo, o filme deve 300 ser protegido da luz para que não vele durante o ma- 200 nuseio, antes ou após o exame radiográfico. osso músculo A seguir, vamos tratar da relação existente 100 entre o elemento sensor da radiação, o filme radio- largura gráfico, suas características construtivas e sua influ- ência na produção de uma imagem com qualidade Fig. 7.1. Intensidade relativa do feixe de raios X diagnóstica, bem como dos acessórios necessários ao após transpassar o paciente. registro da imagem. Podemos exemplificar o exposto comparando as intensidades emergentes de estruturas como osso e músculo. Se as duas intensidades tiverem uma rela- 7.2 IMAGEM AÉREA ção de magnitude entre si de 4 vezes, podemos dizer que o contraste do sujeito terá o valor 4. Esse con- traste do sujeito é afetado pelos fatores que influem Ao tratarmos das aplicações médicas dos rai- na qualidade da radiação (tensão, tipo de ânodo, fil- os X, devemos levar em conta que o corpo humano tração). A Figura 7.1 mostra um gráfico onde se pode Núcleo de Tecnologia Clí nica © Copyright CEFET/SC
  • 2. 40 Parte 2 – RADIOGRAFIA CONVENCIONAL notar as diferentes intensidades de um feixe que e- trigonométricas sobre a geometria da formação da merge de estruturas distintas, no caso osso e músculo imagem e o tamanho do foco anódico. Usaremos a do braço. Assim, existem alguns fatores de exposição figura 7.2 para equacionar o problema. que afetam a imagem aérea, cujas influências serão Há uma relação entre os triângulos formados sintetizadas a seguir. pelo dois raios X que saem de cada extremidade do A tensão, a corrente, a distância focal e a foco anódico e passam pelo objeto, atingindo o filme. forma de onda da tensão de alimentação do circuito Da trigonometria, podemos dizer que os dois triângu- de alta tensão afetam diretamente a intensidade da los são semelhantes e por isso, seus lados são propor- imagem aérea, mas quando alteramos os valores de cionais dois a dois. Porém, como não sabemos corrente ou distância focal, o contraste do sujeito não exatamente a distância que percorrem estes raios en- é alterado. Porém, quando aumentamos a tensão ou tre o foco e filme, podemos extrapolar e utilizar o tri- modificamos a forma de onda, estamos modificando ângulo eqüilátero formado pelas alturas H (distância a intensidade do feixe mas também o contraste do su- foco-paciente) e h (distância paciente-filme) e as jeito. Dependendo do número de fases utilizadas nos bases F e P. Assim, podemos dizer que a base P do transformadores associados ao equipamento, teremos triângulo está para a base F assim como a altura h uma tensão mais ou menos constante para alimentar a está para a altura H. Matematicamente, temos a i- ampola, o que afeta substancialmente a qualidade do gualdade das frações: feixe gerado. P h = , que pode ser equacionada para o F H cálculo da penumbra P: 7.3 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS P = F ⋅h H Vejamos um exemplo para verificar qual a Existem alguns fatores que influem na quali- real dimensão da penumbra num exame radiográfico: dade de uma imagem radiográfica e que se relacio- seja um foco anódico com 2 mm de largura e um e- nam com agentes externos ao filme. Um dos fatores xame realizado com distância foco-paciente de 100 que exercem influência na imagem é o que chama- cm e distância paciente-filme de 10 cm. Aplicando-se mos de efeito penumbra e tem a ver com o tamanho a equação acima, temos: do ponto focal. A sombra que aparece na imagem, ou 10 cm a falta de definição entre o início de uma anatomia e P = 2 mm ⋅ P = 0,2 mm 100 cm o término de outra, é, pois, uma conseqüência inevi- Esta relação também vale para o cálculo do tável do tamanho do foco. borramento total causado pelo foco, ou seja, a área do foco e a área da penumbra. Com o mesmo exem- Foco plo anterior, se a área do foco anódico for de 4 mm2, então: 10 cm P = 0,4 mm 2 P = 4 mm 2 ⋅ 100 cm DiFoPa H Logo, podemos perceber que cada ponto da anatomia do paciente aparecerá na imagem radiográ- fica com um tamanho mínimo de 0,4 mm2. FOCO DiPaFi h penumbra OBJETO Fig. 7.2. Relação trigonométrica entre o foco a- nódico e a penumbra. FILME O tamanho geométrico da penumbra pode ser calculado, permitindo assim, verificar-se previamente penumbra a qualidade da imagem e a influência do foco anódi- co. Para tanto, basta que utilizemos algumas relações Figura 7.3. Efeito penumbra no filme devido ao tamanho do ponto focal. © Copyright CEFET/SC Núcleo de Tecnologia Clí nica
  • 3. IMAGEM RADIOGRÁFICA 41 Quando o tamanho do foco é pequeno, a i- magem produzida tem o efeito penumbra fortemente reduzido, conforme mostra a Figura 7.3. Por isso, que muitos equipamentos fixos são vendidos com a op- ção de dois focos, conhecidos por foco fino e foco grosso. Este recurso dá opção ao técnico em escolher a qualidade da imagem que quer produzir, com mais ou menos detalhes. Assim, além das características elétricas do equipamento a ser adquirido, como tipo de alimenta- ção e comandos disponíveis, o técnico também deve (a) (b) se preocupar com o tamanho do foco anódico. 7.4 GRADE ANTIDIFUSORA Como foi visto no capítulo anterior, a grade antidifusora exerce um papel importante na produção da imagem, na medida em que é projetada para ate- nuar os efeitos da radiação secundária que chega ao filme, causando um borramento adicional, com con- seqüente perda de nitidez. Vamos analisar abaixo os efeitos da má utilização de grades antidifusoras, tais como o posicionamento incorreto do raio central do (c) (d) feixe ou ainda da distância inadequada quando utili- zadas grades focalizadas. Fig. 7.4. Posicionamento da grade: a) uso de gra- de não focalizada na distância incorreta; b) grade A figura 7.4(a) mostra um desfocalização focalizada na distância correta; c) distância e ân- causado pela utilização de grade paralela, onde se no- gulos corretos; d) ângulo incorreto. ta um sombreamento não uniforme na imagem, pela absorção dos raios que tendem a chegar ao filme de forma não perpendicular a ele. Na Figura 7.4(b), ob- servamos a correta utilização de uma grade dita 7.5 EFEITO ANÓDICO focalizada, onde a distância focal recomendada pelo fabricante foi observada, fazendo com que os raios primários sejam paralelos às lâminas de chumbo da Um fator às vezes esquecido pelos técnicos é grade. Esta inclinação das lâminas da grade são reali- a não uniformidade do feixe de radiação ao longo do zadas para uma certa faixa de distância do cabeçote. eixo ânodo-cátodo (eixo longitudinal da mesa). Co- Por exemplo, uma grade focalizada foi construída pa- nhecido por efeito anódico, esta deformidade na in- ra uma distância entre 75 cm e 120 cm, se o cabeçote tensidade do feixe pode provocar a diminuição da for colocada fora destes limites, a imagem radiogra- qualidade da imagem radiográfica. Como o efeito fada será afetada da mesma forma como a apresenta- anódico irá resultar num contraste do sujeito diferen- da na figura 7.4(a). ciado ao longo do eixo ânodo-cátodo, podemos con- Já na Figura 7.4.(c) podemos observar a uti- siderar que este efeito altera a qualidade da imagem lização correta da grade focalizada, pela colocação da aérea. A figura 1.5 nos esclarece que para distâncias mesma na distância padrão, onde aparecem as som- de 1 metro do ponto focal, a diferença entre a inten- bras uniformes, produzida pelo não paralelismo dos sidade de radiação de uma extremidade para outra raios em relação às lâminas. Porém, com a Figura pode ser de até 40 %. A inclinação do ponto focal 7.4(d) nos é mostrado uma desfocagem causada pelo quando da confecção do ânodo irá influir na absorção posicionamento da grade de forma não perpendicular da radiação produzida pelo próprio ânodo. Por isso, ao feixe primário e a sombra não uniforme causada na aquisição de equipamentos novos, o técnico, além por isto. Este erro normalmente só pode ocorrer após do tamanho do foco deverá se preocupar com o ângu- a manutenção do equipamento pelo fabricante, pois o lo de construção deste ponto focal e informar-se so- técnico em radiologia não tem acesso e nunca deve bre a redução da intensidade do feixe devido ao mexer na grade ou em seu mecanismo. efeito anódico. Núcleo de Tecnologia Clí nica © Copyright CEFET/SC
  • 4. 42 Parte 2 – RADIOGRAFIA CONVENCIONAL 7.6 EXERCÍCIOS ânodo eixo 1. Defina o que você entende por imagem central aérea e quais os fatores que influem sobre ela. absorção da 2. O que é contraste do sujeito? radiação pelo próprio ânodo 3. Qual a influência da grade antidifusora na imagem aérea? 4. Como o posicionamento do paciente em relação ao tubo influi na produção da imagem? 5. Qual a influência do tamanho do foco a- nódico na imagem radiográfica? 80% 100% 120% 6. Para os dados abaixo, calcule a medida da Figura 7.5. Efeito anódico. penumbra em cada caso. Para exemplificar, vamos utilizar uma radio- h F H P grafia das vértebras torácicas (Fig. 7.6), onde o paci- a 8 cm 2,5 mm 95 cm ente foi inicialmente posicionado com as vértebras b 10 cm 4 mm 90 cm cervicais mais próximas do cátodo e as torácicas c 4 cm 3,2 mm 80 cm mais próximas do ânodo. Observando as imagens d 12 cm 2 mm2 100 cm podemos notar que as vértebras cervicais, mais finas e 10 cm 3 mm2 100 cm e menos absorventes, receberam a porção mais inten- f 15 cm 1,5 mm2 80 cm sa do feixe, tornando a imagem mais escura do lado das cervicais e não mostrando adequadamente as vér- 7. Sobre a imagem aérea podemos dizer que: tebras torácicas, objetivo inicial do exame. a. sofre influência direta da tela intensificadora. b. depende do paciente para ser criada. c. é influenciada pela construção do cabeçote. d. aparece após os fótons incidirem na tela inten- sificadora. e. depende da técnica para existir. 8. São fatores que influenciam no tamanho da penumbra: a. distâncias entre foco-paciente-filme, tamanho do foco e largura da grade anti-difusora. b. tamanho do foco, espessura da grade anti- difusora e tipo de tela intensificadora. c. distâncias entre foco-paciente-filme, tamanho do foco e espessura da grade anti-difusora. d. tamanho do foco, distâncias entre foco- paciente-filme e tipo de tela intensificadora. (a) (b) e. espessura da grade anti-difusora, distâncias en- Figura 7.6. Radiografia torácica mostrando efeito tre foco-paciente-filme, tamanho do foco e qualidade anódico: a) paciente posicionado erroneamente; da tela intensificadora. b) paciente corretamente posicionado. 9. Se o foco dobrar de tamanho e a distância Neste caso, o paciente deve ser colocado com paciente-filme reduzir a metade, a penumbra: a cabeça (tórax) do lado do cátodo, e os pés (abdo- me) do lado do ânodo. Isto é fácil de ser lembrado a. reduz a metade do tamanho inicial. em exames de tórax ou abdome, porém o técnico de- b. quadruplica de tamanho em relação ao inicial. ve-se lembrar quando for realizar radiografias de ex- c. dobra de tamanho em relação ao inicial. tremidades ou do crânio, por exemplo. d. permanece com o mesmo tamanho. e. reduz a 1/4 do tamanho inicial. © Copyright CEFET/SC Núcleo de Tecnologia Clí nica
  • 5. 8. MESA DE COMANDO 8.1 ESTRUTURA A mesa de comando é a parte do equipamen- 8.2 COMANDOS to que permite ao técnico ter todo o controle da parte elétrica do exame radiográfico a ser realizado. As mesas podem ser complexas, com várias opções para a escolha dos parâmetros, ou mais simples, onde tudo 8.2.1. Interruptor ligado/desligado é automático e o técnico escolhe apenas um parâme- tro da técnica. Os controles de liga/desliga possuem coman- Basicamente, as mesas podem ser divididas dos independentes. em 2 tipos: • analógicas, com botões rotativos, chaves liga e desliga e mostradores de ponteiros; ou ON OFF Figura 8.3. Botões liga/desliga típicos encontra- dos em mesas de comandos. Quando ligado, é imediatamente iluminada a mesa e feito um check-up nos circuitos do gerador, ao mesmo tempo que o foco grosso do dispositivo é ativado (permite maior carga em maior tempo. Se o operador desejar trabalhar com o foco fino, deverá acionar o botão correspondente, mostrado na figura Figura 8.1. Mesa de comando analógica. (Cortesia abaixo. Hospital Reg. de Joinville). • digitais, com botões de pressão suave e mostra- dores digitais. Foco Foco grosso fino Figura 8.4. Botões de foco fino e grosso. 8.2.2. Seletores de KV, mA e tempo Dependendo do tipo de equipamento, pode- mos ter controles de funções múltiplas, como segue: • três comandos independentes; KV, mA, tempo; • dois comandos, KV e mAs; • um comando, KV; • um código de programação, para valores de téc- Figura 8.2. Mesa de comando digital. (Cortesia Clínica nicas já memorizadas; São Marcos – Joinville - SC). Tecnologia Núcleo de Tecnologia Clí nica © Copyright CEFET/SC
  • 6. 44 Parte 2 – RADIOGRAFIA CONVENCIONAL • botões de seleção de projeções radiográficas. dispositivo de disparo seja construído com um botão Se a seleção é feita independentemente entre do tipo dois estágios. Esta obrigatoriedade vem em mA e tempo, o operador precisa fazer cálculos men- prol da segurança do paciente, do técnico e do con- tais, de maneira a adequar esses parâmetros quando trole total que o técnico deve ter sobre o equipamen- aplicar uma determinada dose no paciente. to. Além do sistema de botão de dois estágios, exige- Normalmente, em equipamentos que propor- se que o disparador seja solto no equipamento móvel, cionam dois comandos (KV e mAs), o seletor permi- com cabo de 2 metros, no mínimo. te variar a tensão de 1 em 1 KV, sendo que a seleção de corrente é feita em passos de 30%. Em equipa- mentos digitais, a seleção de KV e mAs é feita por meio de códigos, dependendo do tipo de técnica em- pregada. Também temos disponíveis na mesa, o ampe- rímetro e voltímetro, que medem a intensidade de corrente e tensão utilizadas em determinada técnica. repouso preparo disparo Figura 8.5. Etapas do disparo do feixe. 8.3 REALIZAÇÃO DO EXAME Em posição de preparação, estamos ativando o circuito de filamento, responsável pelo controle da produção de elétrons no filamento, que se torna in- candescente. Quando pressionamos o botão superior, 8.3.1. Preparação do Exame estamos preparando o equipamento para o disparo, A primeira coisa que o técnico deve fazer, ou seja, começamos a girar o rotor e, conseqüente- após chamar o paciente e identificar o exame a ser mente, o ânodo. Poucos segundos depois (1 ou 2 se- realizado, é posicionar o paciente. Se o exame for re- gundos), o equipamento está pronto para o disparo, alizado na mesa, o técnico coloca o chassi no porta- pois o ânodo precisa adquirir uma velocidade mínima chassi, posiciona o paciente e ajusta o cabeçote para para isto poder acontecer. O disparo é feito ao pres- que o feixe esteja alinhado com a anatomia a ser ra- sionarmos o botão totalmente, ouseja, ao acionar o diografada e o filme. Se precisar, ajusta a colimação segundo estágio. para que apenas a anatomia seja abrangida pelo cam- po de irradiação. 8.3.3. Exposição Se o exame for realizado no Bucky mural, então o paciente fica de pé, e após colocar o filme no Na posição de exposição, o equipamento está porta-chassi, o técnico ajusta o cabeçote, girando-o com seus circuitos de temporização e de alta tensão 90o. Em seguida, ajusta a colimação e se dirige para a ativados. Após decorrido o tempo pré-selecionado, os mesa de comando. interruptores abrem os circuitos de alta tensão e tem- porização. Qualquer tentativa de nova exposição (a- livio do botão) antes de terminar o tempo pré- 8.3.2. Preparação de Exposição selecionado, causa a interrupção da exposição. Nor- O técnico deve sempre usar a técnica mais malmente, os tempos são curtos (milisegundos) e isto adequada na realização do exame solicitado pelo me- se torna difícil de ocorrer, porém pode ocorrer em si- dico. Isto implica em conhecer a altura e peso do pa- tuações de grande tempo de exposição (caso de pro- ciente, a presença de algum implante ou sonda em jeção lateral de coluna lombar em adulto obeso). Os seu corpo e o total conhecimento do aparelho, tela circuitos de exposição e temporização são indepen- intensificadora e filme que se está utilizando no ser- dentes. viço radiológico. O interruptor de exposição normalmente está Uma vez determinada a melhor técnica para colocado no primário do transformador da alta tensão o exame, o operador deve selecionar na mesa de co- (interruptor primário). Em alguns equipamentos pro- mando a tensão, corrente e tempo de exposição. De- jetados para exposições repetitivas em curto tempo pois, deve selecionar a utilização ou não de grade (angiografia), ele está colocado no circuito de alta- antidifusora, ou Bucky mural, se for o caso. Depois tensão (interruptor secundário). de conferir todos os parâmetros, o técnico está pronto O temporizador é composto por um circuito para realizar o disparo. eletrônico, o que permite controlar o tempo de expo- A legislação vigente no Brasil exige que o sição de uma maneira bastante precisa. © Copyright CEFET/SC Núcleo de Tecnologia Clí nica
  • 7. MESA DE COMANDO 45 8.4 PARÂMETROS DE EXPOSIÇÃO géticos, os elétrons podem interagir com um maior número de átomos. Resumindo, o controle de kV afeta: Existem alguns fatores que influem direta- • a energia cinética (velocidade) dos elétrons pro- mente na intensidade do feixe de fótons produzidos, duzidos pelo filamento; ou seja, na qualidade e quantidade desse feixe ener- • o tipo de raio gerado (raios mais ou menos pene- gético. É importante que o técnico consiga associar trantes), dependendo se o valor é alto ou baixo; os comandos da mesa com as variações da técnica • a seleção da radiação de baixa ou alta energia radiológica. (poder de penetração). A exposição do paciente ao feixe de raios X está condicionada, basicamente, a três parâmetros 95 kVp principais, que irão definir a qualidade do feixe, a sa- No de fótons ber: 8.4.1. Corrente (mA) 80 kVp Quando falamos em corrente elétrica influin- do na intensidade de um feixe de radiação, estamos nos referindo ao número de elétrons que são produzi- dos no filamento e que serão acelerados em direção 25 50 75 keV ao ânodo. Logicamente, quanto maior for o número Energia dos fótons de elétrons disponíveis no cátodo, maior será o nú- mero de interações que ocorrerão no ânodo e mais Figura 8.7. Variação da tensão na formação denso será o feixe de fótons gerados. do feixe. 400 mA 8.4.3. Tempo de Exposição (s) Número de fótons O circuito que controla o tempo de exposição é eletrônico e permite a seleção de tempos da ordem de milisegundos com extensa faixa de variação. O filamento muitas vezes fica ligado o tempo todo, pré- 200 mA aquecido. O ânodo giratório é ativado alguns segun- dos antes da exposição. A radiação só ocorre mesmo durante o tempo em que a ampola está sob a ação de 25 50 75 100 KeV dezenas de quilovolts. E este tempo é controlado com Energia dos fótons precisão pelo circuito temporizador. Figura 8.6. Variação da corrente na formação O aumento do tempo de exposição implica do feixe. num aumento do tempo de radiação, o que produzirá imagens mais escuras. A diminuição do tempo acar- reta em imagens mais claras. 8.4.2. Tensão (kV) Quando estudamos eletricidade, analisamos, entre outros assuntos, o conceito de diferença de po- tencial elétrico (tensão). O que acontece quando apli- 8.5 DOSE DE RADIAÇÃO camos uma grande tensão a uma ampola é que estamos aumentando a energia dos elétrons gerados A dose de radiação é determinada pelo pro- no filamento do cátodo. Dessa forma, esses elétrons, duto da corrente pelo tempo e oferece muitas possibi- ao chegarem ao ânodo, estarão com energia cinética lidades, mediante a variação de mA e s. suficiente para interagirem com os átomos do metal- alvo e, através dos processos de interação, produzi- Exemplo: Considere que numa determinada rem radiação cujos fótons possuem energias desde técnica temos mAs = 200. Poderíamos obter os mes- poucos KeV até energias do nível daquelas dos elé- mos 200 mAs, ou seja, sem alterar a dose no pacien- trons incidentes. Da tensão aplicada, depende a má- te, a partir da variação dos parâmetros relativos à xima energia dos fótons gerados. Da mesma forma, corrente e ao tempo, de forma que o produto mAs através da tensão estamos alterando indiretamente o permaneça constante, conforme mostra a tabela 2. número de fótons gerados, por que sendo mais ener- Núcleo de Tecnologia Clí nica © Copyright CEFET/SC
  • 8. 46 Parte 2 – RADIOGRAFIA CONVENCIONAL Tabela 2: Constância no valor de dose com vari- Exemplo: Um exame selecionado para 70 ações sincronizadas de mA e s. kV, 100 mA e 0,12 s produz uma imagem borrada por movimento. Devemos reduzir o tempo de exposi- Corrente (mA) Tempo (s) mAs ção para 0,004 s, qual o mA que mantém a dose no 200 1 200 paciente? Solução: Como o produto mAs deve ser 400 0,5 200 mantido constante, temos que calcular o novo valor 800 0,25 200 de corrente que compense a redução do tempo. Para 2000 0,1 200 isto, temos: 100 mA x 0,12 s = 12 mAs O exemplo a seguir mostra como podemos O produto 12 mAs é constante. Portanto, a eliminar o efeito produzido pelo movimento do paci- corrente é a incógnita a ser calculada da seguinte ente durante a exposição. Isto pode ocorrer, por e- forma: xemplo, em exames feitos em crianças. Logicamente, I x 0,04 s = 12mAs logo, isto pode ser obtido com a redução do tempo, como mostra a solução do problema proposto. I = 0,012 / 0,04 = 0,3 A = 300 mA 8.6 SÍMBOLOS UTILIZADOS EM EQUIPAMENTOS RADIOLÓGICOS Símbolo Significado Símbolo Significado Ligado, para as conexões diretas com a Radiografia direta rede. Circuito primário Desligado, para as conexões diretas com Radiografia indireta a rede. Circuito primário Comutação adicional para funções se- qüenciais e grupos de funções. Circuito Fluoroscopia - Radioscopia secundário. Comutação de preparo de funções se- qüenciais ou grupo de função. Circuito Foco finíssimo secundário. Desconexão para funções seqüenciais ou Foco fino grupo de função. Circuito secundário. Aumento ou redução de um va- lor/grandeza de forma contínua. Controle Foco grosso deslizante. Aumento ou redução de um va- lor/grandeza em etapas. Controle desli- Grade antidifusora fixa zante. Aumento ou redução de um va- lor/grandeza de forma contínua. Controle Grade antidifusora móvel giratório. Aumento ou redução de um va- lor/grandeza em etapas. Controle girató- Sem grade antidifusora (ou desligada) rio Aumento ou redução de um va- Iluminação da área ou campo limitado por lor/grandeza de forma contínua. Controle um colimador tipo diafragma giratório com desconexão definida Colimador tipo diafragma de lâminas ou Partida, início de movimento multiplano (aberto) © Copyright CEFET/SC Núcleo de Tecnologia Clí nica
  • 9. MESA DE COMANDO 47 Símbolo Significado Símbolo Significado Colimador tipo diafragma de lâminas ou Parada, fim de movimento multiplano (fechado) Controle manual Colimador tipo diafragma circular (aberto) Colimador tipo diafragma circular (fecha- Controle automático do) Visor luminoso (linhas projetas sobre a Chave de pedal mesa para posicionamento do pacien- te/tubo) Chave manual Tubo compressor Comutação entre mesas de comando Sem tubo compressor Compressão Descompressão 8.7 EXERCÍCIOS 1. Quais são os principais comandos que uma mesa de controle deve possuir? 2. Por que o botão de disparo da ampola tem dois estágios? 3. Na qualidade da imagem, o que influi o aumento da corrente e o aumento da tensão? 4. Quais são as medidas de segurança que devem ser tomadas durante a realização de um exa- me radiográfico? Núcleo de Tecnologia Clí nica © Copyright CEFET/SC
  • 10. 48 Parte 2 – RADIOGRAFIA CONVENCIONAL © Copyright CEFET/SC Núcleo de Tecnologia Clí nica
  • 11. 9. BIBLIOGRAFIA BUSHONG, Stewart C. Radiologic science for technologists: physics, biology, and protection. 6 ed. Mosby-Year Book, Inc. St. Louis 1997, 600 pp. EISENBERG, Ronald L. Radiology: an illustrated history. Mosby-Year Book, Inc. St. Louis 1992, 606 pp. HOXTER, Erwin A. Introdução a técnica radiográfica. Simens AG - Editora Edgard Blücher Ltda. São Paulo 1977, 223 pp. Manuais de fabricantes: Philips, Siemens, General Electric. Núcleo de Tecnologia Clí nica © Copyright CEFET/SC