SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
Baixar para ler offline
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA NAVAL
ALEF MAIA DE MELO
VIBRAÇÃO DE UMA VIGA SUBMETIDA À FORÇA DE DESBALANCEAMENTO
BELÉM, 2016
ALEF MAIA DE MELO
VIBRAÇÃO DE UMA VIGA SUBMETIDA À FORÇA DE DESBALANCEAMENTO
Trabalho referente à Disciplina de Vibrações
Mecânicas da Faculdade de Engenharia Naval,
ministrada pelo Professor Dr. Newton Soeiro.
BELÉM, 2016
3
RESUMO
O experimento, a respeito de uma viga sendo forçada permanentemente
por meio de um motor, no qual rotacionava um disco desbalanceado, fez-se
importante para analisar a influência da excitação sobre os efeitos do sistema.
Analisaram-se, por via analítica e experimental, a influência da excitação sobre
a razão de amplitude, amplitude propriamente dita e ângulo de fase da resposta.
Determinaram-se também a frequência natural e o fator de amortecimento do
sistema. Muitos dos resultados são apresentados por meio de tabelas ou
gráficos.
Palavras – chaves: Ressonância. Amortecimento. Frequência.
Comportamento dinâmico.
4
1) INTRODUÇÃO
Diz-se que um sistema mecânico ou estrutural sofre vibração forçada sempre
que a energia externa é fornecida ao sistema durante vibração. A energia externa
pode ser fornecida por meio de uma força aplicada ou por excitação de
deslocamento imposta. A resposta de um sistema dinâmico a excitação não-
periódica aplicadas repetidamente é denominada resposta transitória (Rao,
2008).
Se a freqüência de excitação coincidir com a freqüência natural do sistema,
a resposta do sistema será muito grande. Essa condição, conhecida como
ressonância, deve ser evitada, para impedir falha do sistema. A vibração
produzida por uma máquina rotativa desbalanceada, as oscilações de uma
chaminé alta provocadas por emissão de vórtices (redemoinhos) sob ventos
constantes, e o movimento vertical de um automóvel sobre a superfície senoidal
de uma estrada são exemplos de vibração excitada harmonicamente. (Rao,
2008).
Este trabalho trata do relato de um experimento vibratório causado pelo
desbalanceamento de um disco que rotaciona com um furo – ausência de massa
– a certa distância de seu centro, denominada aqui por excentricidade. A partir
disso, a fundamentação teórica se faz útil para explicar todo o conhecimento
necessário para o completo entendimento do experimento.
Como principais objetivos do experimento, tem-se a geração de um gráfico,
para o modelo equivalente, relacionando a resposta com a frequência imposta
ao sistema e outro entre o ângulo de fase em função da mesma frequência,
contrastando estas informações com a resposta e ângulo de fase referente ao
modelo real.
2) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Determinação da constante de rigidez da viga bi apoiada. Demonstrar se há
neste trabalho o valor analítico da constante de rigidez de uma viga bi apoiada.
5
Para tanto, a partir do conteúdo base fundamentado por Nash (1982), realizar-
se-á uma extensa análise matemática a respeito das deduções da equação da
tensão normal devido ao momento fletorM e da equação diferencial da linha
elástica da viga.
Considera-se a viga abaixo sendo solicitada por flexão pura através de dois
momentos. Para determinar a distribuição das tensões normais numa seção
transversal qualquer, admite-se que se corte a viga ao longo dessa seção
transversal. Portanto, os esforços em questão passam a ser externos
relativamente à parte externa que se conservou, embora sejam internos
relativamente ao corpo inicial.
A figura 1 abaixo ilustra o “corte” a certa distância da extremidade da
esquerda da viga, bem como a área da seção transversal localizada à esquerda
do “corte”.
Figura 1-Viga sendo fletida.
Evidentemente, atua-se um momento M na seção transversal
correspondente ao corte efetuado, para que a mesma esteja em equilíbrio. Este
momento representa o efeito da parte direita ao corte sobre a parte da esquerda.
Tal efeito é a soma dos momentos das forças atuantes na parte da viga, à direita
do corte efetuado, em relação ao centro da gravidade da seção transversal
considerada. Para determinar as tensões relacionadas ao momento M,
necessita-se de certas hipóteses.
Como hipóteses, supõe-se que a viga seja constituída de um número finito
de fibras paralelas entre si e dispostas longitudinalmente, sem que haja
dependência entre as mesmas. Então, cada fibra está submetida à força axial de
tração ou de compressão. Além do mais, considera-se que as seções
transversais permaneçam planas durante o carregamento e que o material
obedeça à Lei de Hook e ainda que os módulos de elasticidade do material, tanto
de compressão, quanto de tração, sejam iguais.
6
A figura 2 mostra a viga sendo carregada por momento externo, assim
como as seções transversais aa e bb. Antes do carregamento, as referidas
seções eram paralelas entre si, após o carregamento, portanto, elas giraram,
entretanto, ainda se encontram planas. Observa-se que as fibras superiores
diminuem de comprimento, são comprimidas, e as inferiores são tracionadas. A
linha cd representa a semi-reta conferida à linha neutra. Considera-se a fibra
distante y da linha neutra – yé paralelo à aa. Sendo ρ o raio de curvatura da viga
deformada, por semelhança de triângulos (cOde edf), onde O é o centro da
curvatura, determina-se a deformação correspondente à tal fibra em y.
Figura 2-Viga fletida.
Eq. 1:
𝜖 =
𝑒𝑓
𝑐𝑑
=
𝑑𝑒
𝑐𝑂
=
𝑦
𝜌
As deformações das fibras longitudinais são proporcionais à distância y
da linha neutra.
Valendo-se da Lei de Hook, onde E=σ/ϵ, tem-se que as tensões são
propocionais às distâncias y, ou seja:
Eq. 2:
𝜎 =
𝐸
𝜌
. 𝑦
Portanto, tem-se a equação 3 relacionada à força axial atuante na fibra:
7
Eq. 3:
𝑑𝐹 =
𝐸
𝜌
. 𝑦. 𝑑𝑆
Onde dS representa a área infinitesimal da seção transversal da viga.
Entretanto, a resultante de todas as forças atuantes em todas as fibras deve se
manter nula, já que se considera que apenas haja momento fletor como agente
externo sobre a seção, logo:
Eq. 4:
ʃ = 𝑑𝐹 = ʃ(𝑠)
𝐸
𝜌
. 𝑦. 𝑑𝑆 =
𝐸
𝜌
. ʃ(𝑠) 𝑦. 𝑑𝑆
O momento da força dF, em relação à linha neutra, é:
Eq. 5:
𝑑𝑀 = 𝑦. 𝑑𝐹 = 𝑦. (
𝐸
𝜌
. 𝑦. 𝑑𝑆)
A soma de todos os momentos relativa à seção transversal considerada
deve ser igual ao momento fletor que nela atua:
Eq. 6:
𝑀 = ʃ(𝑠)
𝐸
𝜌
. 𝑦². 𝑑𝑆
Mas, sabe-se que:
Eq. 7:
𝐽 = ʃ(𝑠) 𝑦². 𝑑𝑆
Portanto:
Eq. 8:
𝑀 =
𝐸. 𝐽
𝜌
Utilizando a Eq. 2, tem-se que:
8
Eq. 9:
𝜎 =
𝑀
𝐽
. 𝑦
Chamando-se de c a distância da linha neutra à uma das extremidades
da seção transversal, tem-se a expressão da tensão máxima:
Eq. 10:
𝜎 =
𝑀
𝐽
. 𝑦
Por sequência, Branco (1998) explica como obteve a equação diferencial
da linha elástica. Para isso, a figura 3 representa a forma da curva elástica, em
que o centro de curvatura de um ponto qualquer do eixo neutro é o ponto O.
Figura 3-Forma elástica submetida à flexão por um momento fletor M.
O raio de curvatura correspondente a esse ponto O será ρ e a relação
entre a curvatura e o momento fletor já foi mostrado na Eq. 8.
Para deduzir uma equação que dê a relação entre a curvatura e a forma
do eixo neutro, consideram-se dois pontos adjacentes, a e b, a uma distância ds.
Sendo dO o ângulo que a tangente no ponto a faz com o eixo xx, o ângulo entre
as normais à curva em a e b será dO. O centro da curvatura será definido pela
interseção dessas normais, onde se define o comprimento ρ do raio de curvatura.
Portanto, tem-se a E. 11.
9
Eq. 11:
𝑑𝑠=𝜌.𝑑𝑂
E
1
𝜌
= −
𝑑𝑂
𝑑𝑠
Considerou-se o sinal negativo da equação acima porque o ângulo O
decresce à medida que o ponto a se desloca na curva de A para B. Portanto, a
um aumento positivo de ds corresponde a um negativo para dO. Na prática, os
deslocamentos permitidos são muito pequenos e por conseguinte as linhas
elásticas serão muito achatadas. Portanto, neste caso, pode escrever-se com
precisão suficiente.
Eq. 12:
ds = dx e O = tgO =
𝑑𝑦
𝑑𝑥
Substituindo os valores da Eq. 12 na E1. 11, tem-se:
Eq. 13:
1
𝜌
= −
𝑑²𝑦
𝑑𝑥²
Logo,
Eq.14:
−
𝑑²𝑦
𝑑𝑥²
=
𝑀
𝐸𝐽
Retomando ao conteúdo de Nash (1982), determinar-se-á a equação da
linha elástica de uma viga bi-apoiada, como mostra a figura 4.
10
Figura 4-Viga bi-apoiada carregada por uma força P.
Por simetria, as reações de apoio são iguais a P/2. O momento fletor, para
x compreendido entre zero e 0,5.l, é:
Eq. 15: para 0 <= x<= 0,5.l
M =
𝑃
2
. 𝑥
Então, para esse trecho de viga:
𝐸𝐽.
𝑑²𝑦
𝑑𝑥²
= 𝑀 =
𝑃
2
. 𝑥
Integrando a E. 15, tem-se:
Eq. 16:
𝐸𝐽.
𝑑²𝑦
𝑑𝑥²
= (
𝑥²
2
) + 𝑐1
Por simetria, a rotação O = dy/dx é nula para x = 0,5.l, logo:
Eq. 17:
𝑐1 = −
𝑃
2
. (
(
𝑙
2
)
2
2
)
Portanto,
𝐸𝐽.
𝑑𝑦
𝑑𝑥
=
𝑃
4
. 𝑥2
−
𝑃
16
. 𝑙²
11
Integrando a Eq. 17, tem-se:
Eq. 18:
𝐸𝐽. 𝑦 =
𝑃
4
. (
𝑥
3
)
3
−
𝑃
16
. 𝑙2
. 𝑥
Evidentemente, a flecha máxima é dada quando x = l/2, portanto:
Eq. 19:
𝐸𝐽. 𝑦𝑚á𝑥. =
𝑃. 𝑙³
48
Ou
3) RESULTADOS
No dado experimento foram dadas entradas de frequência, 9 no total, e para
cada valor, foram observadas uma amplitude e uma fase, conforme mostrado na
tabela seguinte.
Tabela1: Dados experimentais.
Medida Ângulo de fase (°)
Amplitude
(mm)
Frequência
rpm Rad/s
1 145 1,24 825 86,39
2 170 1,49 950 99,48
3 180 1,8 1000 104,72
4 190 2,39 1025 107,33
5 270 6,74 1050 109,95
6 295 4,08 1075 112,57
7 310 2,66 1100 115,19
8 335 1,76 1150 120,42
9 345 1,55 1200 125,66
Como pode ser observado na tabela, a maior amplitude corresponde à
frequência de 1050 rpm (ou 109,95 rad/s) e à fase 90°, a qual já era conhecida.
12
Sabe-se que o maior valor da amplitude é atingido na ressonância, quando a
frequência de excitação é igual a frequência natural do sistema. Portanto, pode-
se concluir que a frequência natural deste sistema é 1050 rpm (ou 109,95 rad/s).
Para continuar os resultados do experimento, deve-se calcular a frequência
natural analítica ou teórica do sistema. Para isso, deve-se encontrar rigidez e
massa equivalentes. Rigidez equivalente 𝐾 = 48𝐸𝐼 𝐿 3 𝐼 = 𝑏ℎ 3 12 = 25,4 × 10−3
× (12,75 × 10−3 ) 3 12 = 4,387 × 10−9𝑚4. Sabendo que 𝐸 vale 210 𝐺𝑃𝑎, podemos
calcular 𝐾: 𝐾 = 48 × 210 × 109 × 4,387 × 10−9 0,8143, 𝐾 = 81,988 × 103 𝑁⁄𝑚.
Deve-se atentar para os detalhes das massas envolvidas, onde m corresponde
à massa da viga e M à soma das massas do motor e do disco, considerando-se
o furo 𝑚𝑒𝑞 = 17𝑚 35 + 𝑀. Então, para encontrar a massa m, basta multiplicar
seu volume total pela massa específica do material: 𝑚 = 𝑏 × ℎ × 𝑙 × 𝜌 = 0,0254 ×
0,01275 × 0,814 × 7800 = 2,056 𝐾𝑔 𝑀 = 3,226 + 0,4046 (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜
𝑓𝑢𝑟𝑜) = 3,6306 𝐾𝑔. Logo, a massa equivalente será: 𝑚𝑒𝑞 = 17𝑚 35 + 𝑀 = 17 ×
2,056 35 + 3,6306 = 4,629 𝐾𝑔. Frequência natural analítica 𝜔𝑛 = √ 𝐾𝑒𝑞 𝑚𝑒𝑞 𝜔𝑛
= √ 81,988 × 103 4,629 𝜔𝑛 = 133,08 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠 𝑜𝑢 1270,92 𝑟𝑝𝑚. Com as frequências
naturais experimentais e analíticas em mãos, é possível calcular o erro
percentual relativo e relação de frequência (𝑟) e o fator amplificação (R) para
ambos os casos. Erro percentual da frequência natural relativo ao valor
experimental 𝐸𝑟𝑟𝑜𝜔𝑛% = |𝜔𝑛𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 – 𝜔𝑛𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜| 𝜔𝑛𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 × 100
= |109,95 – 133,08| 109,95 × 100 = 21,03% Gráfico das amplitudes teóricas e
experimentais em função da relação de frequência. As amplitudes experimentais
foram medidas no micrômero durante o experimento e as teóricas são
encontradas utilizando-se a força resultante do processo de desbalanceamento.
O desbalanceamento pode ser encontrado substituindo os valores da rotação,
da excentricidade e da massa excêntrica. Lembrando que: 𝑋 = 𝐹0 𝑘𝑒𝑞 ⁄ √(1−𝑟
2)2+(2𝜉𝑟)2 (𝑎𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒) (14) E 𝑟 = 𝜔 𝜔𝑛 (𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎).
13
Tabela 2: Amplitude (X) x relação de frequência (r)
X
r Experimental Analítico
0,78571 1,24 1,50
0,90476 1,49 1,80
0,95238 1,8 2,18
0,97619 2,39 2,89
1 6,74 8,16
1,02381 4,08 4,94
1,04762 2,66 3,22
1,09524 1,76 2,13
1,14286 1,55 1,88
Fonte: Autor
Gráfico 1: Amplitude x relação de frequência
Gráfico dos fatores de ampliação e experimentais em função da relação
de frequência. O fator de amplificação, ainda não apresentado no relatório, é
uma relação entre a amplitude da vibração no regime permanente, 𝑋, e o
deslocamento 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 AMPLITUDE
14
(X) RELAÇÃO DE FREQUÊNCIA (R) Amplitude x Relação de frequência
Experimental Analítico devido à aplicação estática da amplitude dessa mesma
força, 𝐹0⁄𝐾𝑒𝑞, ou seja, o fator de amplificação é a relação entre o efeito dinâmico
da aplicação da força harmônica 𝐹(𝑡) e o efeito estático da aplicação da
amplitude dessa mesma força:
𝑅 =
𝑋
𝐹𝑜
𝐾𝑒𝑞
=
1
√(1 − 𝑟2)2 + (2𝜉𝑟)²
Para criar a tabela de dados, apenas esta fórmula será utilizada.
Diferentemente da amplitude, o fator de amplificação experimental não é colhido
no ato do experimento e deve ser calculado assim como o teórico.
Tabela 3: fator de ampliação (𝑅) x relação de frequência (𝑟)
R
r Experimental Analítico
0,78 1,99 2,4085
0,90 1,81 2,1906
0,95 1,97 2,3843
0,98 2,49 3,0136
1 6,69 8,0969
1,02 3,87 4,6839
1,05 -2,41 2,9168
1,01 1,45 1,7549
1,14 1,17 1,4161
Fonte:Autor
15
Gráfico 2: fator de ampliação de frequência
Fonte: Autor
Gráfico das fases em função da relação de frequência. As fases
experimentais foram medidas com o auxílio da lâmpada estroboscópica durante
o experimento.
Tabela 4: relação de frequência (r) x ângulo de fase (ϕ)
r
Ângulo de
fase
0,78 145
0,90 170
0,95 180
0,98 190
1 270
1,02 295
1,05 310
1,01 335
1,14 345
Fonte: Autor
16
Gráfico 3: Ângulo de fase x relação de frequência
Fonte: Autor
4) CONCLUSÃO
O experimento foi de suma importância devido à total compreensão a respeito
do fenômeno da ressonância. Percebeu-se a imensa influência da frequência de
excitação sobre o comportamento da viga. Pode-se entender com melhor clareza
o comportamento de um sistema quando excitado por uma força permanente,
bem como entender maior clareza as notas de aula da disciplina vibrações
mecânicas. A respeito dos resultados, primeiramente, determinou-se o valor da
frequência natural do sistema e o comparou com seu resultado quando definido
pela fórmula analítica. Como resultado de comparação, houve um erro de pouco
mais de 29%. Outro valor possível de ser confirmado através dos resultados do
experimento foi o fator de amortecimento, o qual se apresentou bastante
desprezível, sendo quase nulo. Atribui-se o amortecimento devido à histerese
mecânica proveniente da movimentação dos planos cristalinos dos materiais
envolvidos. Como próximo passo, determinou-se, por via analítica e
experimental, a influência da razão de frequência sobre a razão de amplitudes.
O resultado foi apresentado por meio de um gráfico, o qual mostrou uma
17
semelhança entre métodos. 130 150 170 190 210 230 250 270 290 310 330 350
0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 ÂNGULO DE FASE
RELAÇÃO DE FREQUÊNCIA Ângulo de fase x Relação de frequência
Determinou-se em seguida, também por meio analítico e experimental, a
influência da razão de frequência sobre a amplitude dinâmica da viga. O
resultado também se baseou por um gráfico, entretanto, mostra-se certa
disparidade entre as formas de obtenção. A via analítica evidencia a elevada
amplitude da viga quando em ressonância. Já a via experimental de obtenção
dos resultados mostra os mesmos sem bastante significância naquela região.
Isso se deve ao fato de o sistema, quando em pouco tempo, consegue transmitir
a energia que se faria como preponderante para elevar o deslocamento aos
extremos, a ponto de estabelecer um colapso permanente na viga. Como último
resultado, comparou-se a influência da razão de frequência, por via analítica e
experimental, sobre o ângulo de fase de resposta do sistema. Os resultados se
estabeleceram com certa disparidade devido a imprecisões em coleta dos
dados, principalmente.
5) REFERÊNCIAS
RAO, S.S. Vibrações mecânicas – 4ª Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2008;
SOEIRO, N.S. Curso de Fundamentos de Vibrações e Balanceamento de
Rotores. Belém, 2008.
SOEIRO, N.S. Notas de Aula, Apostila de Vibrações Mecânicas. Pará:
Universidade Federal do Pará, 2013.
THOMSON, W. T. Teoria da vibração: com aplicações. 3ª ed. Rio de Janeiro:
Editora Interciência, 1978;

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Flexão normal simples e composta
Flexão normal simples e compostaFlexão normal simples e composta
Flexão normal simples e compostaEDER OLIVEIRA
 
Aplicação das derivadas
Aplicação das derivadasAplicação das derivadas
Aplicação das derivadasmeirellles
 
5 projeto de vigas em flexao
5 projeto de vigas em flexao5 projeto de vigas em flexao
5 projeto de vigas em flexaoDande_Dias
 
Aula 1 resultante de um sistema de forças
Aula 1   resultante de um sistema de forçasAula 1   resultante de um sistema de forças
Aula 1 resultante de um sistema de forçasFrancisco Netto
 
Fisica formulario 1pg
Fisica formulario 1pgFisica formulario 1pg
Fisica formulario 1pgGersson Frank
 
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas Isostáticas
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas IsostáticasAplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas Isostáticas
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas Isostáticasdanielceh
 
Equações diferenciais aplicada à flexao de vigas
Equações diferenciais aplicada à flexao de vigasEquações diferenciais aplicada à flexao de vigas
Equações diferenciais aplicada à flexao de vigasLucas Menezes
 
Apostila sensacional !! deformacao de vigas em flexao
Apostila sensacional !! deformacao de vigas em flexaoApostila sensacional !! deformacao de vigas em flexao
Apostila sensacional !! deformacao de vigas em flexaoHenrique Almeida
 
Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3Emerson Assis
 
resumao resistencia dos materiais
resumao resistencia dos materiaisresumao resistencia dos materiais
resumao resistencia dos materiaisEclys Montenegro
 
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Linhas Elásticas de ...
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Linhas Elásticas de ...Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Linhas Elásticas de ...
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Linhas Elásticas de ...danielceh
 

Mais procurados (19)

Flexão normal simples e composta
Flexão normal simples e compostaFlexão normal simples e composta
Flexão normal simples e composta
 
Aplicação das derivadas
Aplicação das derivadasAplicação das derivadas
Aplicação das derivadas
 
Cap. 08
Cap. 08Cap. 08
Cap. 08
 
Momento inercia
Momento inerciaMomento inercia
Momento inercia
 
5 projeto de vigas em flexao
5 projeto de vigas em flexao5 projeto de vigas em flexao
5 projeto de vigas em flexao
 
Flexão pura ii
Flexão pura iiFlexão pura ii
Flexão pura ii
 
Estatica diagramas de esforcos
Estatica diagramas de esforcosEstatica diagramas de esforcos
Estatica diagramas de esforcos
 
Rota derivadas
Rota derivadasRota derivadas
Rota derivadas
 
Aula 1 resultante de um sistema de forças
Aula 1   resultante de um sistema de forçasAula 1   resultante de um sistema de forças
Aula 1 resultante de um sistema de forças
 
Fisica formulario 1pg
Fisica formulario 1pgFisica formulario 1pg
Fisica formulario 1pg
 
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas Isostáticas
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas IsostáticasAplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas Isostáticas
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas Isostáticas
 
Equações diferenciais aplicada à flexao de vigas
Equações diferenciais aplicada à flexao de vigasEquações diferenciais aplicada à flexao de vigas
Equações diferenciais aplicada à flexao de vigas
 
Flexibilidade
FlexibilidadeFlexibilidade
Flexibilidade
 
Apostila sensacional !! deformacao de vigas em flexao
Apostila sensacional !! deformacao de vigas em flexaoApostila sensacional !! deformacao de vigas em flexao
Apostila sensacional !! deformacao de vigas em flexao
 
Movimento harmonico
Movimento harmonicoMovimento harmonico
Movimento harmonico
 
Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3
 
resumao resistencia dos materiais
resumao resistencia dos materiaisresumao resistencia dos materiais
resumao resistencia dos materiais
 
flexão composta
flexão compostaflexão composta
flexão composta
 
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Linhas Elásticas de ...
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Linhas Elásticas de ...Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Linhas Elásticas de ...
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Linhas Elásticas de ...
 

Destaque (6)

Sistemas
SistemasSistemas
Sistemas
 
Virus informaticos
Virus informaticosVirus informaticos
Virus informaticos
 
Practicas iii power point
Practicas iii power pointPracticas iii power point
Practicas iii power point
 
Trabajo final avatar
Trabajo final avatarTrabajo final avatar
Trabajo final avatar
 
Didi taxi
Didi taxiDidi taxi
Didi taxi
 
Didi taxi
Didi taxiDidi taxi
Didi taxi
 

Semelhante a Exp 3 vibrações alef

Capítulo 2 mecânica da conformação
Capítulo 2 mecânica da conformaçãoCapítulo 2 mecânica da conformação
Capítulo 2 mecânica da conformaçãoMaria Adrina Silva
 
Exame unificado de física 2011 2 solution
Exame unificado de física 2011 2  solutionExame unificado de física 2011 2  solution
Exame unificado de física 2011 2 solution17535069649
 
Exame unificado de física 2011 2 solution
Exame unificado de física 2011 2  solutionExame unificado de física 2011 2  solution
Exame unificado de física 2011 2 solutionMarcosPacheco65
 
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.Equacionamento das ondas planas - Eletromag.
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.william chagas
 
Trigonometria no Triângulo Retângulo (Telecomunicações)
Trigonometria no Triângulo Retângulo (Telecomunicações)Trigonometria no Triângulo Retângulo (Telecomunicações)
Trigonometria no Triângulo Retângulo (Telecomunicações)Equipe_FAETEC
 
Aula 1 - Turma Inf./Ele.
Aula 1 - Turma Inf./Ele.Aula 1 - Turma Inf./Ele.
Aula 1 - Turma Inf./Ele.albertaratri
 
Serie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdfSerie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdfrafel27
 
Aula Eletr Magn 15.pdf
Aula Eletr Magn 15.pdfAula Eletr Magn 15.pdf
Aula Eletr Magn 15.pdfPedroNkadilu
 
Circuitos de corrente alternada
Circuitos de corrente alternadaCircuitos de corrente alternada
Circuitos de corrente alternadaRammon Carvalho
 
Física – eletromagnetísmo indução eletromagnética 01 – 2013
Física – eletromagnetísmo indução eletromagnética 01 – 2013Física – eletromagnetísmo indução eletromagnética 01 – 2013
Física – eletromagnetísmo indução eletromagnética 01 – 2013Jakson Raphael Pereira Barbosa
 
Exame unificado fisica 2010 1 solution
Exame unificado fisica 2010 1 solutionExame unificado fisica 2010 1 solution
Exame unificado fisica 2010 1 solutionMarcosPacheco65
 
Exame unificado fisica 2010 1 solution
Exame unificado fisica 2010 1 solutionExame unificado fisica 2010 1 solution
Exame unificado fisica 2010 1 solution17535069649
 
Exercicios area 1 com resposta
Exercicios area 1 com respostaExercicios area 1 com resposta
Exercicios area 1 com respostaBruna Racoski
 
Trabalho ondas eletromagneticas 1
Trabalho  ondas eletromagneticas 1Trabalho  ondas eletromagneticas 1
Trabalho ondas eletromagneticas 1ggeisa
 

Semelhante a Exp 3 vibrações alef (20)

Capítulo 2 mecânica da conformação
Capítulo 2 mecânica da conformaçãoCapítulo 2 mecânica da conformação
Capítulo 2 mecânica da conformação
 
Fisica 2014 tipo_a
Fisica 2014 tipo_aFisica 2014 tipo_a
Fisica 2014 tipo_a
 
Tensoes
TensoesTensoes
Tensoes
 
Exame unificado de física 2011 2 solution
Exame unificado de física 2011 2  solutionExame unificado de física 2011 2  solution
Exame unificado de física 2011 2 solution
 
Exame unificado de física 2011 2 solution
Exame unificado de física 2011 2  solutionExame unificado de física 2011 2  solution
Exame unificado de física 2011 2 solution
 
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.Equacionamento das ondas planas - Eletromag.
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.
 
Trigonometria no Triângulo Retângulo (Telecomunicações)
Trigonometria no Triângulo Retângulo (Telecomunicações)Trigonometria no Triângulo Retângulo (Telecomunicações)
Trigonometria no Triângulo Retângulo (Telecomunicações)
 
Aula 1 - Turma Inf./Ele.
Aula 1 - Turma Inf./Ele.Aula 1 - Turma Inf./Ele.
Aula 1 - Turma Inf./Ele.
 
Relatorio difração e interferência
Relatorio difração e interferênciaRelatorio difração e interferência
Relatorio difração e interferência
 
Serie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdfSerie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdf
 
Aula Eletr Magn 15.pdf
Aula Eletr Magn 15.pdfAula Eletr Magn 15.pdf
Aula Eletr Magn 15.pdf
 
Circuitos de corrente alternada
Circuitos de corrente alternadaCircuitos de corrente alternada
Circuitos de corrente alternada
 
Física – eletromagnetísmo indução eletromagnética 01 – 2013
Física – eletromagnetísmo indução eletromagnética 01 – 2013Física – eletromagnetísmo indução eletromagnética 01 – 2013
Física – eletromagnetísmo indução eletromagnética 01 – 2013
 
Exame unificado fisica 2010 1 solution
Exame unificado fisica 2010 1 solutionExame unificado fisica 2010 1 solution
Exame unificado fisica 2010 1 solution
 
Exame unificado fisica 2010 1 solution
Exame unificado fisica 2010 1 solutionExame unificado fisica 2010 1 solution
Exame unificado fisica 2010 1 solution
 
1º lista de exercícios
1º lista de exercícios 1º lista de exercícios
1º lista de exercícios
 
Fisica 2014 tipo_c
Fisica 2014  tipo_cFisica 2014  tipo_c
Fisica 2014 tipo_c
 
Exercicios area 1 com resposta
Exercicios area 1 com respostaExercicios area 1 com resposta
Exercicios area 1 com resposta
 
Sensor de Campo Magnético
Sensor de Campo MagnéticoSensor de Campo Magnético
Sensor de Campo Magnético
 
Trabalho ondas eletromagneticas 1
Trabalho  ondas eletromagneticas 1Trabalho  ondas eletromagneticas 1
Trabalho ondas eletromagneticas 1
 

Exp 3 vibrações alef

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA NAVAL ALEF MAIA DE MELO VIBRAÇÃO DE UMA VIGA SUBMETIDA À FORÇA DE DESBALANCEAMENTO BELÉM, 2016
  • 2. ALEF MAIA DE MELO VIBRAÇÃO DE UMA VIGA SUBMETIDA À FORÇA DE DESBALANCEAMENTO Trabalho referente à Disciplina de Vibrações Mecânicas da Faculdade de Engenharia Naval, ministrada pelo Professor Dr. Newton Soeiro. BELÉM, 2016
  • 3. 3 RESUMO O experimento, a respeito de uma viga sendo forçada permanentemente por meio de um motor, no qual rotacionava um disco desbalanceado, fez-se importante para analisar a influência da excitação sobre os efeitos do sistema. Analisaram-se, por via analítica e experimental, a influência da excitação sobre a razão de amplitude, amplitude propriamente dita e ângulo de fase da resposta. Determinaram-se também a frequência natural e o fator de amortecimento do sistema. Muitos dos resultados são apresentados por meio de tabelas ou gráficos. Palavras – chaves: Ressonância. Amortecimento. Frequência. Comportamento dinâmico.
  • 4. 4 1) INTRODUÇÃO Diz-se que um sistema mecânico ou estrutural sofre vibração forçada sempre que a energia externa é fornecida ao sistema durante vibração. A energia externa pode ser fornecida por meio de uma força aplicada ou por excitação de deslocamento imposta. A resposta de um sistema dinâmico a excitação não- periódica aplicadas repetidamente é denominada resposta transitória (Rao, 2008). Se a freqüência de excitação coincidir com a freqüência natural do sistema, a resposta do sistema será muito grande. Essa condição, conhecida como ressonância, deve ser evitada, para impedir falha do sistema. A vibração produzida por uma máquina rotativa desbalanceada, as oscilações de uma chaminé alta provocadas por emissão de vórtices (redemoinhos) sob ventos constantes, e o movimento vertical de um automóvel sobre a superfície senoidal de uma estrada são exemplos de vibração excitada harmonicamente. (Rao, 2008). Este trabalho trata do relato de um experimento vibratório causado pelo desbalanceamento de um disco que rotaciona com um furo – ausência de massa – a certa distância de seu centro, denominada aqui por excentricidade. A partir disso, a fundamentação teórica se faz útil para explicar todo o conhecimento necessário para o completo entendimento do experimento. Como principais objetivos do experimento, tem-se a geração de um gráfico, para o modelo equivalente, relacionando a resposta com a frequência imposta ao sistema e outro entre o ângulo de fase em função da mesma frequência, contrastando estas informações com a resposta e ângulo de fase referente ao modelo real. 2) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Determinação da constante de rigidez da viga bi apoiada. Demonstrar se há neste trabalho o valor analítico da constante de rigidez de uma viga bi apoiada.
  • 5. 5 Para tanto, a partir do conteúdo base fundamentado por Nash (1982), realizar- se-á uma extensa análise matemática a respeito das deduções da equação da tensão normal devido ao momento fletorM e da equação diferencial da linha elástica da viga. Considera-se a viga abaixo sendo solicitada por flexão pura através de dois momentos. Para determinar a distribuição das tensões normais numa seção transversal qualquer, admite-se que se corte a viga ao longo dessa seção transversal. Portanto, os esforços em questão passam a ser externos relativamente à parte externa que se conservou, embora sejam internos relativamente ao corpo inicial. A figura 1 abaixo ilustra o “corte” a certa distância da extremidade da esquerda da viga, bem como a área da seção transversal localizada à esquerda do “corte”. Figura 1-Viga sendo fletida. Evidentemente, atua-se um momento M na seção transversal correspondente ao corte efetuado, para que a mesma esteja em equilíbrio. Este momento representa o efeito da parte direita ao corte sobre a parte da esquerda. Tal efeito é a soma dos momentos das forças atuantes na parte da viga, à direita do corte efetuado, em relação ao centro da gravidade da seção transversal considerada. Para determinar as tensões relacionadas ao momento M, necessita-se de certas hipóteses. Como hipóteses, supõe-se que a viga seja constituída de um número finito de fibras paralelas entre si e dispostas longitudinalmente, sem que haja dependência entre as mesmas. Então, cada fibra está submetida à força axial de tração ou de compressão. Além do mais, considera-se que as seções transversais permaneçam planas durante o carregamento e que o material obedeça à Lei de Hook e ainda que os módulos de elasticidade do material, tanto de compressão, quanto de tração, sejam iguais.
  • 6. 6 A figura 2 mostra a viga sendo carregada por momento externo, assim como as seções transversais aa e bb. Antes do carregamento, as referidas seções eram paralelas entre si, após o carregamento, portanto, elas giraram, entretanto, ainda se encontram planas. Observa-se que as fibras superiores diminuem de comprimento, são comprimidas, e as inferiores são tracionadas. A linha cd representa a semi-reta conferida à linha neutra. Considera-se a fibra distante y da linha neutra – yé paralelo à aa. Sendo ρ o raio de curvatura da viga deformada, por semelhança de triângulos (cOde edf), onde O é o centro da curvatura, determina-se a deformação correspondente à tal fibra em y. Figura 2-Viga fletida. Eq. 1: 𝜖 = 𝑒𝑓 𝑐𝑑 = 𝑑𝑒 𝑐𝑂 = 𝑦 𝜌 As deformações das fibras longitudinais são proporcionais à distância y da linha neutra. Valendo-se da Lei de Hook, onde E=σ/ϵ, tem-se que as tensões são propocionais às distâncias y, ou seja: Eq. 2: 𝜎 = 𝐸 𝜌 . 𝑦 Portanto, tem-se a equação 3 relacionada à força axial atuante na fibra:
  • 7. 7 Eq. 3: 𝑑𝐹 = 𝐸 𝜌 . 𝑦. 𝑑𝑆 Onde dS representa a área infinitesimal da seção transversal da viga. Entretanto, a resultante de todas as forças atuantes em todas as fibras deve se manter nula, já que se considera que apenas haja momento fletor como agente externo sobre a seção, logo: Eq. 4: ʃ = 𝑑𝐹 = ʃ(𝑠) 𝐸 𝜌 . 𝑦. 𝑑𝑆 = 𝐸 𝜌 . ʃ(𝑠) 𝑦. 𝑑𝑆 O momento da força dF, em relação à linha neutra, é: Eq. 5: 𝑑𝑀 = 𝑦. 𝑑𝐹 = 𝑦. ( 𝐸 𝜌 . 𝑦. 𝑑𝑆) A soma de todos os momentos relativa à seção transversal considerada deve ser igual ao momento fletor que nela atua: Eq. 6: 𝑀 = ʃ(𝑠) 𝐸 𝜌 . 𝑦². 𝑑𝑆 Mas, sabe-se que: Eq. 7: 𝐽 = ʃ(𝑠) 𝑦². 𝑑𝑆 Portanto: Eq. 8: 𝑀 = 𝐸. 𝐽 𝜌 Utilizando a Eq. 2, tem-se que:
  • 8. 8 Eq. 9: 𝜎 = 𝑀 𝐽 . 𝑦 Chamando-se de c a distância da linha neutra à uma das extremidades da seção transversal, tem-se a expressão da tensão máxima: Eq. 10: 𝜎 = 𝑀 𝐽 . 𝑦 Por sequência, Branco (1998) explica como obteve a equação diferencial da linha elástica. Para isso, a figura 3 representa a forma da curva elástica, em que o centro de curvatura de um ponto qualquer do eixo neutro é o ponto O. Figura 3-Forma elástica submetida à flexão por um momento fletor M. O raio de curvatura correspondente a esse ponto O será ρ e a relação entre a curvatura e o momento fletor já foi mostrado na Eq. 8. Para deduzir uma equação que dê a relação entre a curvatura e a forma do eixo neutro, consideram-se dois pontos adjacentes, a e b, a uma distância ds. Sendo dO o ângulo que a tangente no ponto a faz com o eixo xx, o ângulo entre as normais à curva em a e b será dO. O centro da curvatura será definido pela interseção dessas normais, onde se define o comprimento ρ do raio de curvatura. Portanto, tem-se a E. 11.
  • 9. 9 Eq. 11: 𝑑𝑠=𝜌.𝑑𝑂 E 1 𝜌 = − 𝑑𝑂 𝑑𝑠 Considerou-se o sinal negativo da equação acima porque o ângulo O decresce à medida que o ponto a se desloca na curva de A para B. Portanto, a um aumento positivo de ds corresponde a um negativo para dO. Na prática, os deslocamentos permitidos são muito pequenos e por conseguinte as linhas elásticas serão muito achatadas. Portanto, neste caso, pode escrever-se com precisão suficiente. Eq. 12: ds = dx e O = tgO = 𝑑𝑦 𝑑𝑥 Substituindo os valores da Eq. 12 na E1. 11, tem-se: Eq. 13: 1 𝜌 = − 𝑑²𝑦 𝑑𝑥² Logo, Eq.14: − 𝑑²𝑦 𝑑𝑥² = 𝑀 𝐸𝐽 Retomando ao conteúdo de Nash (1982), determinar-se-á a equação da linha elástica de uma viga bi-apoiada, como mostra a figura 4.
  • 10. 10 Figura 4-Viga bi-apoiada carregada por uma força P. Por simetria, as reações de apoio são iguais a P/2. O momento fletor, para x compreendido entre zero e 0,5.l, é: Eq. 15: para 0 <= x<= 0,5.l M = 𝑃 2 . 𝑥 Então, para esse trecho de viga: 𝐸𝐽. 𝑑²𝑦 𝑑𝑥² = 𝑀 = 𝑃 2 . 𝑥 Integrando a E. 15, tem-se: Eq. 16: 𝐸𝐽. 𝑑²𝑦 𝑑𝑥² = ( 𝑥² 2 ) + 𝑐1 Por simetria, a rotação O = dy/dx é nula para x = 0,5.l, logo: Eq. 17: 𝑐1 = − 𝑃 2 . ( ( 𝑙 2 ) 2 2 ) Portanto, 𝐸𝐽. 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑃 4 . 𝑥2 − 𝑃 16 . 𝑙²
  • 11. 11 Integrando a Eq. 17, tem-se: Eq. 18: 𝐸𝐽. 𝑦 = 𝑃 4 . ( 𝑥 3 ) 3 − 𝑃 16 . 𝑙2 . 𝑥 Evidentemente, a flecha máxima é dada quando x = l/2, portanto: Eq. 19: 𝐸𝐽. 𝑦𝑚á𝑥. = 𝑃. 𝑙³ 48 Ou 3) RESULTADOS No dado experimento foram dadas entradas de frequência, 9 no total, e para cada valor, foram observadas uma amplitude e uma fase, conforme mostrado na tabela seguinte. Tabela1: Dados experimentais. Medida Ângulo de fase (°) Amplitude (mm) Frequência rpm Rad/s 1 145 1,24 825 86,39 2 170 1,49 950 99,48 3 180 1,8 1000 104,72 4 190 2,39 1025 107,33 5 270 6,74 1050 109,95 6 295 4,08 1075 112,57 7 310 2,66 1100 115,19 8 335 1,76 1150 120,42 9 345 1,55 1200 125,66 Como pode ser observado na tabela, a maior amplitude corresponde à frequência de 1050 rpm (ou 109,95 rad/s) e à fase 90°, a qual já era conhecida.
  • 12. 12 Sabe-se que o maior valor da amplitude é atingido na ressonância, quando a frequência de excitação é igual a frequência natural do sistema. Portanto, pode- se concluir que a frequência natural deste sistema é 1050 rpm (ou 109,95 rad/s). Para continuar os resultados do experimento, deve-se calcular a frequência natural analítica ou teórica do sistema. Para isso, deve-se encontrar rigidez e massa equivalentes. Rigidez equivalente 𝐾 = 48𝐸𝐼 𝐿 3 𝐼 = 𝑏ℎ 3 12 = 25,4 × 10−3 × (12,75 × 10−3 ) 3 12 = 4,387 × 10−9𝑚4. Sabendo que 𝐸 vale 210 𝐺𝑃𝑎, podemos calcular 𝐾: 𝐾 = 48 × 210 × 109 × 4,387 × 10−9 0,8143, 𝐾 = 81,988 × 103 𝑁⁄𝑚. Deve-se atentar para os detalhes das massas envolvidas, onde m corresponde à massa da viga e M à soma das massas do motor e do disco, considerando-se o furo 𝑚𝑒𝑞 = 17𝑚 35 + 𝑀. Então, para encontrar a massa m, basta multiplicar seu volume total pela massa específica do material: 𝑚 = 𝑏 × ℎ × 𝑙 × 𝜌 = 0,0254 × 0,01275 × 0,814 × 7800 = 2,056 𝐾𝑔 𝑀 = 3,226 + 0,4046 (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑓𝑢𝑟𝑜) = 3,6306 𝐾𝑔. Logo, a massa equivalente será: 𝑚𝑒𝑞 = 17𝑚 35 + 𝑀 = 17 × 2,056 35 + 3,6306 = 4,629 𝐾𝑔. Frequência natural analítica 𝜔𝑛 = √ 𝐾𝑒𝑞 𝑚𝑒𝑞 𝜔𝑛 = √ 81,988 × 103 4,629 𝜔𝑛 = 133,08 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠 𝑜𝑢 1270,92 𝑟𝑝𝑚. Com as frequências naturais experimentais e analíticas em mãos, é possível calcular o erro percentual relativo e relação de frequência (𝑟) e o fator amplificação (R) para ambos os casos. Erro percentual da frequência natural relativo ao valor experimental 𝐸𝑟𝑟𝑜𝜔𝑛% = |𝜔𝑛𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 – 𝜔𝑛𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜| 𝜔𝑛𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 × 100 = |109,95 – 133,08| 109,95 × 100 = 21,03% Gráfico das amplitudes teóricas e experimentais em função da relação de frequência. As amplitudes experimentais foram medidas no micrômero durante o experimento e as teóricas são encontradas utilizando-se a força resultante do processo de desbalanceamento. O desbalanceamento pode ser encontrado substituindo os valores da rotação, da excentricidade e da massa excêntrica. Lembrando que: 𝑋 = 𝐹0 𝑘𝑒𝑞 ⁄ √(1−𝑟 2)2+(2𝜉𝑟)2 (𝑎𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒) (14) E 𝑟 = 𝜔 𝜔𝑛 (𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎).
  • 13. 13 Tabela 2: Amplitude (X) x relação de frequência (r) X r Experimental Analítico 0,78571 1,24 1,50 0,90476 1,49 1,80 0,95238 1,8 2,18 0,97619 2,39 2,89 1 6,74 8,16 1,02381 4,08 4,94 1,04762 2,66 3,22 1,09524 1,76 2,13 1,14286 1,55 1,88 Fonte: Autor Gráfico 1: Amplitude x relação de frequência Gráfico dos fatores de ampliação e experimentais em função da relação de frequência. O fator de amplificação, ainda não apresentado no relatório, é uma relação entre a amplitude da vibração no regime permanente, 𝑋, e o deslocamento 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 AMPLITUDE
  • 14. 14 (X) RELAÇÃO DE FREQUÊNCIA (R) Amplitude x Relação de frequência Experimental Analítico devido à aplicação estática da amplitude dessa mesma força, 𝐹0⁄𝐾𝑒𝑞, ou seja, o fator de amplificação é a relação entre o efeito dinâmico da aplicação da força harmônica 𝐹(𝑡) e o efeito estático da aplicação da amplitude dessa mesma força: 𝑅 = 𝑋 𝐹𝑜 𝐾𝑒𝑞 = 1 √(1 − 𝑟2)2 + (2𝜉𝑟)² Para criar a tabela de dados, apenas esta fórmula será utilizada. Diferentemente da amplitude, o fator de amplificação experimental não é colhido no ato do experimento e deve ser calculado assim como o teórico. Tabela 3: fator de ampliação (𝑅) x relação de frequência (𝑟) R r Experimental Analítico 0,78 1,99 2,4085 0,90 1,81 2,1906 0,95 1,97 2,3843 0,98 2,49 3,0136 1 6,69 8,0969 1,02 3,87 4,6839 1,05 -2,41 2,9168 1,01 1,45 1,7549 1,14 1,17 1,4161 Fonte:Autor
  • 15. 15 Gráfico 2: fator de ampliação de frequência Fonte: Autor Gráfico das fases em função da relação de frequência. As fases experimentais foram medidas com o auxílio da lâmpada estroboscópica durante o experimento. Tabela 4: relação de frequência (r) x ângulo de fase (ϕ) r Ângulo de fase 0,78 145 0,90 170 0,95 180 0,98 190 1 270 1,02 295 1,05 310 1,01 335 1,14 345 Fonte: Autor
  • 16. 16 Gráfico 3: Ângulo de fase x relação de frequência Fonte: Autor 4) CONCLUSÃO O experimento foi de suma importância devido à total compreensão a respeito do fenômeno da ressonância. Percebeu-se a imensa influência da frequência de excitação sobre o comportamento da viga. Pode-se entender com melhor clareza o comportamento de um sistema quando excitado por uma força permanente, bem como entender maior clareza as notas de aula da disciplina vibrações mecânicas. A respeito dos resultados, primeiramente, determinou-se o valor da frequência natural do sistema e o comparou com seu resultado quando definido pela fórmula analítica. Como resultado de comparação, houve um erro de pouco mais de 29%. Outro valor possível de ser confirmado através dos resultados do experimento foi o fator de amortecimento, o qual se apresentou bastante desprezível, sendo quase nulo. Atribui-se o amortecimento devido à histerese mecânica proveniente da movimentação dos planos cristalinos dos materiais envolvidos. Como próximo passo, determinou-se, por via analítica e experimental, a influência da razão de frequência sobre a razão de amplitudes. O resultado foi apresentado por meio de um gráfico, o qual mostrou uma
  • 17. 17 semelhança entre métodos. 130 150 170 190 210 230 250 270 290 310 330 350 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 ÂNGULO DE FASE RELAÇÃO DE FREQUÊNCIA Ângulo de fase x Relação de frequência Determinou-se em seguida, também por meio analítico e experimental, a influência da razão de frequência sobre a amplitude dinâmica da viga. O resultado também se baseou por um gráfico, entretanto, mostra-se certa disparidade entre as formas de obtenção. A via analítica evidencia a elevada amplitude da viga quando em ressonância. Já a via experimental de obtenção dos resultados mostra os mesmos sem bastante significância naquela região. Isso se deve ao fato de o sistema, quando em pouco tempo, consegue transmitir a energia que se faria como preponderante para elevar o deslocamento aos extremos, a ponto de estabelecer um colapso permanente na viga. Como último resultado, comparou-se a influência da razão de frequência, por via analítica e experimental, sobre o ângulo de fase de resposta do sistema. Os resultados se estabeleceram com certa disparidade devido a imprecisões em coleta dos dados, principalmente. 5) REFERÊNCIAS RAO, S.S. Vibrações mecânicas – 4ª Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008; SOEIRO, N.S. Curso de Fundamentos de Vibrações e Balanceamento de Rotores. Belém, 2008. SOEIRO, N.S. Notas de Aula, Apostila de Vibrações Mecânicas. Pará: Universidade Federal do Pará, 2013. THOMSON, W. T. Teoria da vibração: com aplicações. 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 1978;