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Resenha sobre palestra do Professor Eduardo Leal na Faculdade AGES, dia 20 de 
maio de 2014.   
 
Rodrigo A. de Lima Araújo¹. 
 
Eduardo Leal Cunha, possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal da                     
Bahia (1989), mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e doutorado                         
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é professor da Universidade                         
Federal de Sergipe. Foi editor responsável pela Revista Psicologia: Ensino e Formação                       
de 2009 a 2012.  
 
O Professor Eduardo Leal, palestrou sobre um assunto bastante complexo. A suposta                       
“cura gay” e o embate entre ciência, política e religião. No início da palestra, observei o                               
professor comentar sobre a “disputa que se dar entorno de valores”, e logo procurei                           
definir o que de fato seria a palavra “valores”, e como a utilizamos. Em uma resposta a                                 
mim mesmo, definir que os valores nada mais seriam do que um tipo de representação                             
social. E uma representação social é moldada de acordo com a mentalidade cultural de                           
um determinado indivíduo. Em prática, a minha ideia de valor, muito provavelmente, será                         
diferente da sua, devido as diferentes culturas que vivenciamos. Então, por isso o                         
comentário do professor Eduardo, em afirmar sobre uma “disputa de valores”, cabe                       
muito bem no âmbito deste assunto.  
 
Em um determinado momento da palestra, corri empolgante em busca do meu lápis para                           
anotar uma fala do professor que me deixou bastante intrigado. E acredito que ele tenha a                               
feito com este objetivo. “A homossexualidade é uma genética, ou seja, eu não escolhi”,                           
logo depois ele explica, “segundo os gays”. Nesta parte, ele se referiu a um comentário                             
dos próprios manifestantes militantes gays. Ai vem a indagação que o professor sugere,                         
se os gays dizem que homossexualismo não é doença, como podem defender que é uma                             
condição genética?  
 
Ao pensarmos sobre “cura gay”, automaticamente imaginamos um remédio para uma                     
doença, mas que remédio seria esse, religioso, ou científico? Eduardo Leal sugeriu uma                         
pergunta: “do que querem nos curar?” Realmente um debate difícil de chegar a um                           
entendimento, e com certeza não chegará tão cedo. Porém algo na palestra ficou                         
devendo presença, dados ao meu ver, importantíssimos que não foram levantados em                       
questão.  
 
 
¹ Estudante de primeiro período de História da Faculdade AGES ­ Paripiranga ­BA 
 
 
Como por exemplo abordou o site (Portal EBC, da matéria de Bruna Ramos, “Entenda o                             
projeto da cura gay” de 19/07/2013), foi do interesse do Conselho Federal de Psicologia                           
(CFP), criar uma resolução (1999), proibindo os profissionais a participarem de terapia                       
para alterar a orientação sexual. Sendo que o CFP estava se baseando no                         
posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), de que em 1990, descartou a                         
homossexualidade como sendo uma doença. Assim, dei o exemplo referente a visão                       
profissional do psicólogo e da ciência. Ou seja, existe uma ética a ser seguida por esse                               
profissional. Segundo o seu próprio conselho, não existe doença a ser tratada ou                         
orientada, quando se refere a homossexualidade.  
 
Agora, referindo­se ao embate político, como esclarece o site (explica.tumblr.com), e não                       
foi mencionado na palestra, que o projeto 234, mais conhecido como “cura gay”, não foi                             
criado pelo Deputado Marco Feliciano do PSC­SP, e sim pelo Deputado João Campos                         
do PSDB­GO. Muitos defensores da bandeira gay, infelizmente, nem sabem quem de fato                         
criou este projeto. E o que se vê, é uma crítica enorme em cima de Feliciano. Que claro,                                   
não tiro seu dedo neste projeto, chegarei lá. Existe também, a ideia errada sobre o tal                               
projeto. Como eu disse anteriormente, o CFP, apoiou­se na OMS, quando criou a                         
resolução de que proíbe o psicólogo de promover orientação ou algum tratamento para                         
os homossexuais. Sendo assim, na visão do Deputado João Campos do PSDB­GO, este                         
papel de sancionar ou não, pertence ao poder Legislativo, dos Deputados e Senadores.                         
E tem mais, ainda segundo ele, esta resolução impede o livre­exercício da profissão de                           
psicólogo. Agora o papel que tem o Deputado Marco Feliciano neste projeto é simples,                           
ele é apenas o presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias e aprovou o                             
projeto. Esta seria ao meu ver, a visão política que deveria ter sido debatida na palestra                               
pelo professor Eduardo Leal.  
 
Por último sobraria a visão religiosa à ter sido debatida com mais ênfase do que foi neste                                 
dia. Sinceramente eu não precisaria ter buscado nenhuma fonte para argumentar sobre                       
esse assunto, porém, não quis parecer desprovido de credibilidade. Segundo o site                       
veja.abril.com.br, mais exatamente na coluna do Ricardo Setti, na reportagem de João                       
Batista Jr, em 25/05/2014, as igrejas não tratam diretamente, referindo­se como “cura”.                       
Mas existe sim uma mensagem bem direta, que nos remete a entender, cura. Nas Dez                             
igrejas da cidade de São Paulo de diversos seguimentos, pesquisadas pela reportagem,                       
nove delas os pastores tratavam a homossexualidade como pecado e davam conselho                       
para a conversão. Essa reportagem mostrou também a contradição por parte dos                       
religiosos, pois ao pregarem que a homossexualidade é considerado um dos pecados                       
mortais, assegurados pela bíblia, o próprio meio religioso prega que “Deus ama a todos                           
em sua plenitude”.  
 
Ou seja, um assunto muito polêmico e difícil de chegar a um acordo. Segundo o Professor                               
Eduardo Leal ele afirma que “nossa moral, nossos valores, se apoiam ao pensamento                         
científico na sua totalidade.” Eu discordo da fala dele, de forma que para mim, os nossos                               
valores e a nossa moral, recebe influência tanto da ciência quanto da religião. E                           
francamente, o que mais observo é um valor mais religioso do que qualquer outra coisa.                             
O que faz com que, no campo da religião, existam diversas linhas interpretativas é o                             
interesse pessoal daquele indivíduo. Ou seja, de qual maneira a religião pode lhe servir?  

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Resenhacuragay

  • 1. Resenha sobre palestra do Professor Eduardo Leal na Faculdade AGES, dia 20 de  maio de 2014.      Rodrigo A. de Lima Araújo¹.    Eduardo Leal Cunha, possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal da                      Bahia (1989), mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e doutorado                          pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é professor da Universidade                          Federal de Sergipe. Foi editor responsável pela Revista Psicologia: Ensino e Formação                        de 2009 a 2012.     O Professor Eduardo Leal, palestrou sobre um assunto bastante complexo. A suposta                        “cura gay” e o embate entre ciência, política e religião. No início da palestra, observei o                                professor comentar sobre a “disputa que se dar entorno de valores”, e logo procurei                            definir o que de fato seria a palavra “valores”, e como a utilizamos. Em uma resposta a                                  mim mesmo, definir que os valores nada mais seriam do que um tipo de representação                              social. E uma representação social é moldada de acordo com a mentalidade cultural de                            um determinado indivíduo. Em prática, a minha ideia de valor, muito provavelmente, será                          diferente da sua, devido as diferentes culturas que vivenciamos. Então, por isso o                          comentário do professor Eduardo, em afirmar sobre uma “disputa de valores”, cabe                        muito bem no âmbito deste assunto.     Em um determinado momento da palestra, corri empolgante em busca do meu lápis para                            anotar uma fala do professor que me deixou bastante intrigado. E acredito que ele tenha a                                feito com este objetivo. “A homossexualidade é uma genética, ou seja, eu não escolhi”,                            logo depois ele explica, “segundo os gays”. Nesta parte, ele se referiu a um comentário                              dos próprios manifestantes militantes gays. Ai vem a indagação que o professor sugere,                          se os gays dizem que homossexualismo não é doença, como podem defender que é uma                              condição genética?     Ao pensarmos sobre “cura gay”, automaticamente imaginamos um remédio para uma                      doença, mas que remédio seria esse, religioso, ou científico? Eduardo Leal sugeriu uma                          pergunta: “do que querem nos curar?” Realmente um debate difícil de chegar a um                            entendimento, e com certeza não chegará tão cedo. Porém algo na palestra ficou                          devendo presença, dados ao meu ver, importantíssimos que não foram levantados em                        questão.       ¹ Estudante de primeiro período de História da Faculdade AGES ­ Paripiranga ­BA 
  • 2.     Como por exemplo abordou o site (Portal EBC, da matéria de Bruna Ramos, “Entenda o                              projeto da cura gay” de 19/07/2013), foi do interesse do Conselho Federal de Psicologia                            (CFP), criar uma resolução (1999), proibindo os profissionais a participarem de terapia                        para alterar a orientação sexual. Sendo que o CFP estava se baseando no                          posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), de que em 1990, descartou a                          homossexualidade como sendo uma doença. Assim, dei o exemplo referente a visão                        profissional do psicólogo e da ciência. Ou seja, existe uma ética a ser seguida por esse                                profissional. Segundo o seu próprio conselho, não existe doença a ser tratada ou                          orientada, quando se refere a homossexualidade.     Agora, referindo­se ao embate político, como esclarece o site (explica.tumblr.com), e não                        foi mencionado na palestra, que o projeto 234, mais conhecido como “cura gay”, não foi                              criado pelo Deputado Marco Feliciano do PSC­SP, e sim pelo Deputado João Campos                          do PSDB­GO. Muitos defensores da bandeira gay, infelizmente, nem sabem quem de fato                          criou este projeto. E o que se vê, é uma crítica enorme em cima de Feliciano. Que claro,                                    não tiro seu dedo neste projeto, chegarei lá. Existe também, a ideia errada sobre o tal                                projeto. Como eu disse anteriormente, o CFP, apoiou­se na OMS, quando criou a                          resolução de que proíbe o psicólogo de promover orientação ou algum tratamento para                          os homossexuais. Sendo assim, na visão do Deputado João Campos do PSDB­GO, este                          papel de sancionar ou não, pertence ao poder Legislativo, dos Deputados e Senadores.                          E tem mais, ainda segundo ele, esta resolução impede o livre­exercício da profissão de                            psicólogo. Agora o papel que tem o Deputado Marco Feliciano neste projeto é simples,                            ele é apenas o presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias e aprovou o                              projeto. Esta seria ao meu ver, a visão política que deveria ter sido debatida na palestra                                pelo professor Eduardo Leal.     Por último sobraria a visão religiosa à ter sido debatida com mais ênfase do que foi neste                                  dia. Sinceramente eu não precisaria ter buscado nenhuma fonte para argumentar sobre                        esse assunto, porém, não quis parecer desprovido de credibilidade. Segundo o site                        veja.abril.com.br, mais exatamente na coluna do Ricardo Setti, na reportagem de João                        Batista Jr, em 25/05/2014, as igrejas não tratam diretamente, referindo­se como “cura”.                        Mas existe sim uma mensagem bem direta, que nos remete a entender, cura. Nas Dez                              igrejas da cidade de São Paulo de diversos seguimentos, pesquisadas pela reportagem,                        nove delas os pastores tratavam a homossexualidade como pecado e davam conselho                        para a conversão. Essa reportagem mostrou também a contradição por parte dos                        religiosos, pois ao pregarem que a homossexualidade é considerado um dos pecados                       
  • 3. mortais, assegurados pela bíblia, o próprio meio religioso prega que “Deus ama a todos                            em sua plenitude”.     Ou seja, um assunto muito polêmico e difícil de chegar a um acordo. Segundo o Professor                                Eduardo Leal ele afirma que “nossa moral, nossos valores, se apoiam ao pensamento                          científico na sua totalidade.” Eu discordo da fala dele, de forma que para mim, os nossos                                valores e a nossa moral, recebe influência tanto da ciência quanto da religião. E                            francamente, o que mais observo é um valor mais religioso do que qualquer outra coisa.                              O que faz com que, no campo da religião, existam diversas linhas interpretativas é o                              interesse pessoal daquele indivíduo. Ou seja, de qual maneira a religião pode lhe servir?