O documento descreve o processo de fé de um indivíduo a partir da taxonomia de Bloom e do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA). Apresenta seis níveis cognitivo-afetivo-volitivos que descrevem como a fé se desenvolve, desde o primeiro contato até a maturidade, e as ações correspondentes da Igreja em cada nível, como o testemunho, catequese e compromisso comunitário.
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
O processo de fé
1. Modelos e Práticas Catequéticas – João Miguel Pereira, joaofreigil@hotmail.com
O processo de fé a partir da taxonomia de Bloom e do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos
Nível Cognitivo Afetivo Volitivo Ações da Igreja RICA
1
Lembrar
O indivíduo é capaz
de debitar alguns
conceitos básicos
da fé cristã que
memorizou, mesmo
sem ainda os
entender.
Receber
O indivíduo
predispõem-se
livremente a ouvir e
a experimentar o
que outro lhe
mostra e diz sobre a
fé cristã.
Confiar
O indivíduo confia
em outro (garante)
que o introduz num
conjunto de
práticas e
conhecimentos.
Deseja imitá-lo.
Testemunho e
Kerigma
A Igreja testemunha a fé
com alegria e é
acolhedora.
Primeira exposição do
Evangelho.
O indivíduo toma um primeiro
contacto com a fé a partir da
vivência de outros (p/ex. a figura
do padrinho). Memoriza alguns
conceitos e práticas mesmo sem
ainda os entender. Predispõe-se e
deseja conhecer mais e imitar o
que vê os outros fazerem. Pode
começar a manifestar uma
incipiente prática de oração.
Pré-catecumenado
2
Entender
O indivíduo começa
a criar algumas
ligações entre os
conceitos
adquiridos que é
capaz de reproduzir
valendo-se de nova
linguagem.
Responder
O indivíduo oferece
resposta aos
estímulos
exteriores: levanta
questões, imita o
que outros fazem…
Absorver
O indivíduo
memoriza a forma
de atuar do outro e
começa a tentar
reproduzi-la.
Integração num
grupo
A Igreja aproveita as
aptidões inatas e
desejos do sujeito para o
integrar. Convite a
participar em
catequeses ao estilo da
celebração da Palavra.
O indivíduo começa a procurar
entender os conteúdos e as
práticas que presenciou,
começando também ele a praticá-
las. Manifesta vontade.
Ele começa a estabelecer ligação
entre a fé e a sua vida, aquela
começa a fazer sentido a esta:
interroga-se sobre a presença de
Deus na sua vida.
Catecumenado
3
Aplicar
O indivíduo procura
pôr em prática, na
sua vida, os
conceitos que
adquiriu e
interligou.
Valorizar
O indivíduo cria
uma pirâmide de
valores ordenando
as competências
adquiridas
conforme as suas
próprias
preferências.
Significar
O indivíduo é capaz
de optar e de
conferir sentido
próprio àquilo que
faz.
Compromisso com
a comunidade
num ministério
específico (p/ex. canto;
caridade).
Confronto da vida com
a Palavra: celebrações
penitenciais (com
confissão para os
batizados).
O indivíduo percebe que a fé tem
implicações na sua vida. Ele
começa a procurar viver e crescer
na fé e para isso insere-se no
ambiente de fé de uma
comunidade e é assíduo à oração
pessoal (relação com Deus). Ele
procura aprofundar a fé e tirar
consequências práticas para a sua
vida: confronta a vida à luz da fé.
4
Analisar
O indivíduo é capaz
de aprofundar o
conhecimento
sobre os conteúdos
que adquiriu e já
pratica a partir da
sua divisão e
compreensão das
partes.
Organizar
O individuo é capaz
de selecionar aquilo
que lhe interessa e
lhe é útil do que lhe
é menos necessário
ou supérfluo,
descartando-o.
Experienciar
O indivíduo é capaz
de pôr em prática,
por iniciativa
própria e
conscientemente,
aquilo que
apreendeu.
Compromisso
semanal
em que o indivíduo põe
em prática a Palavra de
Deus.
Participação
semanal na
Eucaristia
para escutar a Palavra
de Deus (não comunga).
Compromisso de
apostolado.
O indivíduo procura fecundar a
sua vida com a fé e testemunhar
aquilo (Aquele) em que acredita.
Desejando testemunhar a sua fé,
ele procura cooperar com a
missão evangelizadora.
Participa na liturgia onde recebe
o alimento da Palavra de Deus,
recebe as bênçãos e os
sacramentais.
5
Avaliar
O indivíduo toma
posição diante dos
conceitos
apreendidos e
compreendidos.
Caracterizar
Diante das
situações concretas
da vida, o indivíduo
é capaz de recorrer-
-se do que
aprendeu,
identificar soluções
e optar pela que lhe
parece mais
adequada.
Decidir
O sujeito é capaz de
discernir se as suas
ações estão em
consonância com os
seus valores e
princípios.
A comunidade realiza os
escrutínios.
O sujeito realiza
oração contínua
onde avalia a mudança
da sua vida e a sua
relação com Deus
(exercícios espirituais;
exame de consciência;
obras de penitência,
etc.)
Agora já não é apenas o sujeito
que diz que acredita, é também a
sua forma de viver e pensar que o
comprovam (mudança de
costumes, conhecimento
suficiente da doutrina cristã e
sentido da fé e da caridade) e a
comunidade que o ratifica
(eleição para receber os
sacramentos de iniciação).
O individuo decide fazer uma
sincera adesão à fé.
ConversãoeIluminação
6
Criar
O sujeito é capaz
de, partindo do
que aprendeu,
criar novos
conceitos e novas
formas de ação.
Abandonar-se
O sujeito já tem um
conjunto de
valores, que
considera sólido, no
qual confia
completamente e a
partir dele orienta
toda a sua vida.
Amar
O sujeito confia
totalmente naquilo
que escolheu como
sendo o melhor e a
partir disso orienta
toda a vida.
Assiduidade:
Oração
(lectio divina;
participação plena nos
sacramentos; etc)
Compromisso com
a comunidade
(caridade e
evangelização)
O individuo concretiza toda a sua
vida numa relação próxima e de
amor com Deus. Essa relação
continua a ser alimentada e
aprofundada, fecundando toda a
existência do sujeito. Diante de
novos desafios ele é capaz de criar
novas respostas permanecendo
fiel à adesão a Deus. Há uma fé
amadurecida.
Mistagogia