O documento resume uma palestra sobre a "cura gay" e o embate entre ciência, política e religião. O palestrante discutiu a homossexualidade como uma condição genética versus escolha, e questionou "do que querem nos curar?". O autor do documento sugere que a palestra poderia ter explorado mais a visão do Conselho de Psicologia sobre a ética da "cura", as posições políticas por trás do "Projeto 234", e a mensagem das igrejas sobre a homossexualidade ser pecado.
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Resenhacuragay
1. Resenha sobre palestra do Professor Eduardo Leal na Faculdade AGES, dia 20 de
maio de 2014.
Rodrigo A. de Lima Araújo¹.
Eduardo Leal Cunha, possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal da
Bahia (1989), mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e doutorado
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é professor da Universidade
Federal de Sergipe. Foi editor responsável pela Revista Psicologia: Ensino e Formação
de 2009 a 2012.
O Professor Eduardo Leal, palestrou sobre um assunto bastante complexo. A suposta
“cura gay” e o embate entre ciência, política e religião. No início da palestra, observei o
professor comentar sobre a “disputa que se dar entorno de valores”, e logo procurei
definir o que de fato seria a palavra “valores”, e como a utilizamos. Em uma resposta a
mim mesmo, definir que os valores nada mais seriam do que um tipo de representação
social. E uma representação social é moldada de acordo com a mentalidade cultural de
um determinado indivíduo. Em prática, a minha ideia de valor, muito provavelmente, será
diferente da sua, devido as diferentes culturas que vivenciamos. Então, por isso o
comentário do professor Eduardo, em afirmar sobre uma “disputa de valores”, cabe
muito bem no âmbito deste assunto.
Em um determinado momento da palestra, corri empolgante em busca do meu lápis para
anotar uma fala do professor que me deixou bastante intrigado. E acredito que ele tenha a
feito com este objetivo. “A homossexualidade é uma genética, ou seja, eu não escolhi”,
logo depois ele explica, “segundo os gays”. Nesta parte, ele se referiu a um comentário
dos próprios manifestantes militantes gays. Ai vem a indagação que o professor sugere,
se os gays dizem que homossexualismo não é doença, como podem defender que é uma
condição genética?
Ao pensarmos sobre “cura gay”, automaticamente imaginamos um remédio para uma
doença, mas que remédio seria esse, religioso, ou científico? Eduardo Leal sugeriu uma
pergunta: “do que querem nos curar?” Realmente um debate difícil de chegar a um
entendimento, e com certeza não chegará tão cedo. Porém algo na palestra ficou
devendo presença, dados ao meu ver, importantíssimos que não foram levantados em
questão.
¹ Estudante de primeiro período de História da Faculdade AGES Paripiranga BA
2.
Como por exemplo abordou o site (Portal EBC, da matéria de Bruna Ramos, “Entenda o
projeto da cura gay” de 19/07/2013), foi do interesse do Conselho Federal de Psicologia
(CFP), criar uma resolução (1999), proibindo os profissionais a participarem de terapia
para alterar a orientação sexual. Sendo que o CFP estava se baseando no
posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), de que em 1990, descartou a
homossexualidade como sendo uma doença. Assim, dei o exemplo referente a visão
profissional do psicólogo e da ciência. Ou seja, existe uma ética a ser seguida por esse
profissional. Segundo o seu próprio conselho, não existe doença a ser tratada ou
orientada, quando se refere a homossexualidade.
Agora, referindose ao embate político, como esclarece o site (explica.tumblr.com), e não
foi mencionado na palestra, que o projeto 234, mais conhecido como “cura gay”, não foi
criado pelo Deputado Marco Feliciano do PSCSP, e sim pelo Deputado João Campos
do PSDBGO. Muitos defensores da bandeira gay, infelizmente, nem sabem quem de fato
criou este projeto. E o que se vê, é uma crítica enorme em cima de Feliciano. Que claro,
não tiro seu dedo neste projeto, chegarei lá. Existe também, a ideia errada sobre o tal
projeto. Como eu disse anteriormente, o CFP, apoiouse na OMS, quando criou a
resolução de que proíbe o psicólogo de promover orientação ou algum tratamento para
os homossexuais. Sendo assim, na visão do Deputado João Campos do PSDBGO, este
papel de sancionar ou não, pertence ao poder Legislativo, dos Deputados e Senadores.
E tem mais, ainda segundo ele, esta resolução impede o livreexercício da profissão de
psicólogo. Agora o papel que tem o Deputado Marco Feliciano neste projeto é simples,
ele é apenas o presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias e aprovou o
projeto. Esta seria ao meu ver, a visão política que deveria ter sido debatida na palestra
pelo professor Eduardo Leal.
Por último sobraria a visão religiosa à ter sido debatida com mais ênfase do que foi neste
dia. Sinceramente eu não precisaria ter buscado nenhuma fonte para argumentar sobre
esse assunto, porém, não quis parecer desprovido de credibilidade. Segundo o site
veja.abril.com.br, mais exatamente na coluna do Ricardo Setti, na reportagem de João
Batista Jr, em 25/05/2014, as igrejas não tratam diretamente, referindose como “cura”.
Mas existe sim uma mensagem bem direta, que nos remete a entender, cura. Nas Dez
igrejas da cidade de São Paulo de diversos seguimentos, pesquisadas pela reportagem,
nove delas os pastores tratavam a homossexualidade como pecado e davam conselho
para a conversão. Essa reportagem mostrou também a contradição por parte dos
religiosos, pois ao pregarem que a homossexualidade é considerado um dos pecados
3. mortais, assegurados pela bíblia, o próprio meio religioso prega que “Deus ama a todos
em sua plenitude”.
Ou seja, um assunto muito polêmico e difícil de chegar a um acordo. Segundo o Professor
Eduardo Leal ele afirma que “nossa moral, nossos valores, se apoiam ao pensamento
científico na sua totalidade.” Eu discordo da fala dele, de forma que para mim, os nossos
valores e a nossa moral, recebe influência tanto da ciência quanto da religião. E
francamente, o que mais observo é um valor mais religioso do que qualquer outra coisa.
O que faz com que, no campo da religião, existam diversas linhas interpretativas é o
interesse pessoal daquele indivíduo. Ou seja, de qual maneira a religião pode lhe servir?