2. INTRODUÇÃO
• “FASE DE ENGORDA”: Denominação errada.
• Sabendo corretamente como denomina-se esta fase de criação de
camarões, apresentaremos as diversas formas de criação, com as
determinadas vantagens e desvantagens de cada sistema e suas
peculiaridades.
3. Tipos de sistema de criação
• Extensivo
• Semi-extensivo
• Semi-Intensivo
• Contínuo
• Intermitente
• Intensivo
4. VARIAÇÕES NOS SISTEMAS DE
PRODUÇÃO
• Monocultivo;
• Policultivo;
• Cultivo consorciado;
• Cultivo em tranques-rede;
5. EXTENSIVO
• Criação de camarões de forma tradicional. Se aproxima o
máximo de seu ambiente natural.
• Utilizado como subsistência.
• Custos de implantação são baixos.
6. EXTENSIVO
• Praticado em corpos de água (represas);
• Precários e sem o emprego de tecnologias adequadas;
• Baixa densidade de povoamento;
• Não ocorre um controle zootécnico;
• Praticado em alguns países da Ásia (Vietnã);
• Trabalho de realizar os povoamentos (quando necessário) e
as capturas.
7. SEMI-EXTENSIVO
• Criação de um programa de produção;
• Intervalo entre povoamento e despesca são curtos;
• Demanda um pouco mais de mão-de-obra que o
extensivo.
9. INTENSIVO
• Produção mais tecnificada
e com maior tecnologia
dentro dos sistemas de
criação de camarões.
• É o mais artificial possível e
o mais controlado em
termos de ambiência.
10. INTENSIVO
• Viveiros pequenos (até 0,2
ha)
• Fundo natural ou de
alvenaria.
• Alta taxa de renovação da
água;
• Melhor eliminação de
resíduos e aeração contínua.
• Povoamento com juvenis;
• Densidade superior a 20/m².
11. INTENSIVO
• Alimentação total com
ração balanceada;
• Suprir as necessidades
nutricionais dos
camarões.
• Ausência de predadores
e competidores;
• Alto controle zootécnico
da produção;
• Produtividade pode
superar 5000 kg/ha/ano.
12. SEMI-INTENSIVO
• Avanço nas operações,
investimentos e
dedicação do produtor -
> área um pouco mais
tecnificada.
• É um sistema de criação
que se aproxima do
artificial.
• A criação semi-intensiva
13. SEMI-INTENSIVO
• Construídos viveiros de 0,1 a 0,5 ha, escavados no solo;
• Entrada de água e escoamento individuais;
• Realiza-se a Fertilização;
• Controle zootécnico presente;
• Povoamento com pós-larvas ou juvenis de até três
meses;
• Densidades entre 4 a 20/m²;
• Fornecimento de uma ração balanceada;
• Produtividade entre 500 a 4500 kg/ha/ano;
15. SISTEMA SEMI-INTENSIVO
CONTÍNUO
• Lotes de pós-larvas são introduzidos periodicamente
dentro dos viveiros.
• Mensalmente uso de rede de arrasto para retirar os
camarões com tamanho ideal para a venda;
• Fornece camarões o ano todo e de tamanho uniforme,
conforme a malha da rede utilizada;
16. SISTEMA SEMI-INTENSIVO
CONTÍNUO
• Viveiros cheios por longo tempo.
• Avanço do processo de sucessão
• Maior desenvolvimento e diversificação das comunidades bióticas;
• Ambiente quase que semelhante a natureza;
• A interação entre os componentes da comunidade é mais
intensa.
• Arrastos são fatores de estresse periódico e constante e realizados
para as despescas seletivas;
17. SISTEMA SEMI-INTENSIVO
CONTÍNUO
• Aumento das interações intraespecíficas.
• Ocorrência de canibalismo e inibição do crescimento devido à
estrutura social.
• Presença de camarões adultos no viveiro.
• Reduz a quantidade de predadores interespecíficos para pós-
larvas e juvenis;
19. SISTEMA SEMI-INTENSIVO
INTERMITENTE
• Camarões estocados apenas no início da criação.
• Maioria atinge o tamanho comercial, viveiros são esvaziados e ocorre a coleta
e comercialização, e após reinicia-se a operação.
• Despescas seletivas intermediárias.
• Retirar camarões de tamanho comercial precoce (machos dominantes e as
fêmeas maduras).
• Cultivo muito utilizado em locais de condições climáticas que não são
adequadas o ano todo. Períodos de seca e/ou baixas temperaturas.
• Cultivo apenas na época adequada.
• Após a despesca, viveiros permanecem vazios à chegada da próxima estação
climática favorável.
21. SISTEMA SEMI-INTENSIVO
INTERMITENTE
• Sucessão ecológica em curto período.
• Esvaziamento do viveiro, fator ecológico catastrófico, truncando o
desenvolvimento do ecossistema.
• Quando enchido novamente a outro povoamento reinicia-
se o processo sucessional.
• Comunidades presentes são sempre estágios serais bem iniciais.
• Poucas interações entre os indivíduos.
• Alta produção líquida da comunidade e poucos consumidores de
ordem elevada.
22. SISTEMA SEMI INTENSIVO –
POVOAMENTO
PÓS-LARVAS RECÉM-
METAMORFOSEADAS
• Fase inicial de intensa competição e pressão de
predação.
• A alimentação alóctone será mais utilizada pelos outros
organismos detritivos
• Camarões, podem suprir suas necessidades a partir do alimento
natural.
• A alimentação fornecida
• Incrementar as populações de organismos da fauna bentônica com
benefício ao cultivo.
• 2/3 meses de povoamento.
• Camarões se transformam nos grandes consumidores do
ambiente.
23. Povoamento com pós-
larvas recém
metamorfoseadas.
Intensa competição
e predação.
Alimentação
fornecida
Desenvolvimento da
fauna bentônica
Todos os bentos
tornam-se presas e
alimentos dos camarões
Após 2/3 meses
24. SISTEMA SEMI-INTENSIVO
INTERMITENTE - POVOAMENTO COM
JUVENIS
• Introduzidos na comunidade como predadores de uma
ordem mais elevada.
• A competição e pressão de predação são reduzidas.
• Alimentação alóctone pode ser aproveitada diretamente pelos
camarões.
25. SISTEMA SEMI-INTENSIVO
INTERMITENTE
• Esvaziamento dos viveiros.
• Reduz a diversificação e o desenvolvimento de predadores e
competidores.
• Diminui interações intraespecíficas negativas devido à remoção
completa dos adultos na despesca total.
• Povoamento após o enchimento do viveiro.
• “Efeito de chegada”, organismos que se instalam primeiro têm
mais chances de sucesso competitivo num primeiro momento.
26. SEMI-
INTENSIVO
INTERMITENTE
NÍVEIS
TECNOLÓGICO
S
BAIXA TECNOLOGIA
Povoamento dos viveiros com pós-larvas recém-
metamorfoseadas (povoamento direto).
Baixas densidades, de 4 a 10/m².
Manejo alimentar é imperfeito e são fornecidas
rações de baixo custo.
Controle da qualidade da água é pequeno e
rudimentar.
Um ciclo anual de produção é realizado.
Produtividade: 500 a 1500 kg/ha/ano
27. SEMI-
INTENSIVO
INTERMITENTE
NÍVEIS
TECNOLÓGICO
S
MÉDIA TECNOLOGIA
PLs pré-estocadas em tanques ou viveiros berçários.
Povoamento realizado com juvenis.
Baixas densidades, de 4 a 10/m².
Manejo alimentar adequado: rações balanceadas de
acordo com as exigências nutricionais.
Controle de qualidade da água mais eficiente.
Até 2 ciclos anuais de produção.
Produtividade: 1500 a 2500 kg/ha/ano.
28. SEMI-
INTENSIVO
INTERMITENTE
NÍVEIS
TECNOLÓGICO
S
ALTA TECNOLOGIA*
Pré-cultivo bifásico (Duas fases de berçário antes de
serem estocados nos viveiros de crescimento)
Povoamento realizado com juvenis.
Média/Alta densidade: 12 a 20/m²
Manejo alimentar adequado: rações de boa
qualidade e balanceadas quanto à exigência
nutricional.
Sistemas de aeração artificial.
Rigoroso controle da qualidade da água.
(Monitoramento contínuo)
3 ciclos de produção. Produtividade de 3000 a
4500kg/ha/ano.*Os cultivos altamente tecnificado só podem ser
realizados em regiões sem limitações climáticas,
onde a temperatura e a disponibilidade de água
permitam a criação o ano todo.
30. SISTEMA EXTENSIVO
VANTAGENS
Baixo custo de instalação e
operação;
Possibilidade de utilização de
policultivo.
Uso de locais que não seriam
aproveitados;
DESVANTAGENS
Baixa densidade de povoamento;
Exposição à predadores;
Sem controle de qualidade da agua
e populacional;
Dificuldade na despesca;
Produtividade inferior a 500
kg/ha/ano.
31. SISTEMA SEMI-INTENSIVO
VANTAGENS
Maior produtividade em se comparar
com o extensivo;
Controle da qualidade da água;
Controle populacional;
Maior facilidade na despesca;
Utilização de grande parte de
alimentação natural (muito
importante).
DESVANTAGENS
Necessidade de utilização de uma
ração de alta qualidade devido a
pouca quantidade que é fornecida;
Maior custo com relação ao
extensivo;
Demanda cuidados que não eram
necessários no sistema extensivo.
32. SISTEMA SEMI-INTENSIVO
CONTÍNUO
VANTAGENS
Permite produção o ano todo;
Lotes uniformes, uma vez que é
passada a rede no diâmetro que se
quer;
Diversificação da comunidade
biótica.
DESVANTAGENS
Proporciona maior competição;
Possibilita aparecimento de
espécies mais adaptadas do que os
camarões;
Arrastos constantes para despesca
proporciona um maior estresse aos
animais;
A despesca mal feita pode ocasionar
novas interações intraespecíficas
dos camarões que ficam mais
velhos. A mais importante é o
canibalismo e inibição de
crescimento devido a estrutura
33. SISTEMA SEMI-INTENSIVO
INTERMITENTE
VANTAGENS
Despesca selecionada com animais
do tamanho desejado;
Desagregação da estrutura social,
não impedindo crescimento;
Menor competição interespecífica.
DESVANTAGENS
Produção em apenas épocas
favoráveis;
Maior trabalho de manejo na
despesca;
Por ocorrer sucessão ecológica
apenas no momento da despesca
final, ocorre maior competição com
canibalismo na inserção das larvas.
34. SISTEMA INTENSIVO
VANTAGENS
Produtividade imbatível;
Manejo facilidade desde a cria ate a
engorda;
Despesca facilitada;
Controle, se não total, praticamente
de toda a produção;
Camarões de melhor tamanho e
qualidade;
Menor tempo do ciclo produtivo.
DESVANTAGENS
Alto custo de alimentação;
Alto custo de estruturas;
Exige atenção e controle total;
Mínima margem de erro, visto que
os prejuízos seriam enormes devido
ao alto investimento.
35. MANEJO NUTRICIONAL
• Possuem requerimentos nutricionais diferentes.
• Ao longo do seu ciclo de vida.
• Com a temperatura da água.
• Maturidade sexual.
• Estratégia de crescimento ou posição que ocupa na hierarquia
social.
• Taxa de estocagem e outras condições ambientais.
(Zimmermann, 1988).
37. MANEJO NUTRICIOAL -
INGREDIENTES
• No Brasil, os mais comuns utilizados são:
• Alimentos de origem animal (farinha de peixe, farinha de camarão);
• Sementes oleaginosas (farelo de soja, amendoim, algodão e girassol);
• Grãos de cereais e seus subprodutos (farelo de trigo e farinha de
trigo, farelo de arroz, farelo de milho, cevada, sorgo, aveia e centeio);
• Raízes (farinha de mandioca, polvilho de mandioca, raspa de
mandioca, batata, batata-doce, beterraba);
• Forrageiras (farinhas de diversas gramíneas e leguminosas, secas e
moídas);
• Proteínas unicelulares (leveduras desidratadas provenientes de
fermentação, algas filamentosas, fungos e bactérias);
• Aditivos (antioxidantes, emulsificantes, promotores de crescimento,
atrativos e estimulantes, corantes, sal, areia, calcário, fosfatos, farinha
de conchas/ostras, pré-misturas vitamínio-minerais).
38. Quantidade de ração fornecida
• As rações são formuladas para atender todos os
nutrientes essenciais em níveis considerados ideais, de
acordo com as diferentes fases de desenvolvimento,
condições de cultivo e intensificação.
39. Mostrando os tipos de rações a serem ofertadasde
acordo com as fases de crescimento
Tipos de
rações
Fase do
camarão
Proteína
bruta (%)
Larval <PL30 40 a 50
Pré-inicial 0,5 a 2,0 g 40 a 45
Inicial 2,0 a 5,0 g 40 a 45
Cresciment
o
5,0 a 10 g 30 a 35
Terminação >10g 25 a 30
Maturação >15g >40
41. Despesca
• O período de cultivo é dado quando os camarões atingem
o tamanho comercial, que corresponde entre 10 a 14
gramas, que em geral varia de 90 a 120 dias.
• Após esse período, a despesca deve ser realizada.
• No Brasil, faz-se a despesca usando redes com cerca de
8 m de comprimento do tipo “bag-nets” (com 7 mm2)
42. • Deve-se evitar a exposição dos camarões ao sol após a
despesca. Esse fato deve-se ao aumento da deterioração
dos mesmos quando expostos por um longo período.
• Por isso, é aconselhado que a despesca de um viveiro
seja realizada à noite.
43. • Logo após a retirada da rede, os camarões são
imediatamente imersos em água gelada a uma
temperatura de 3º a 5ºC, contendo metabissulfito de
sódio a uma concentração de 7 a 9% em volume, para
provocar uma morte rápida
44. • Deve-se evitar a exposição dos camarões ao sol após a
despesca. Esse fato deve-se ao aumento da deterioração
dos mesmos quando expostos por um longo período.
• Por isso, é aconselhado que a despesca de um viveiro
seja realizada à noite.
47. BENEFICIAMENTO DE
CAMARÕES COM CABEÇA
• Recepção e manutenção
• Procedimentos operacionais
• Transporte e recepção dos camarões
despescados
• Seleção
• Limpeza e higienização dos camarões na
esteira alimentadora
• Inspeção e classificação manual do camarão
• Procedimentos de envase
48. Recepção e manutenção
• O beneficiamento dos camarões produzidos em viveiros
tem início no ato da despesca.
• Ao sair do viveiro, os camarões devem ser transferidos
da rede-funil (de captura) para as caixas de resfriamento,
isto é, tanques de PVC com água e gelo.
• A água gelada mantém a qualidade do pescado. Á água
com gelo adiciona-se um antioxidante o metabissulfito de
sódio (7 a 8%) que tem a função de reduzir o
aparecimento de melanose (pontos pretos na carapaça).
50. Transporte e recepção dos camarões
despescados
• Os camarões devem ser transportados para o
beneficiamento no menor espaço de tempo possível
• Ao chegar à unidade de beneficiamento, o
descarregamento da produção deve ser realizado com
rapidez para que não ocorra o rompimento da cadeia fria.
• Os camarões, que estão na caixa de transporte com
metabissulfito, são dela retirados com o uso de um monobloco
(caixa de plástico vazada) e são levados para a câmara de
espera ou colocados diretamente no separador de gelo.
51. Seleção
• Os camarões são retirados do separador por uma esteira
alimentadora e seguem para o salão de beneficiamento.
52. Limpeza e higienização dos camarões na
esteira alimentadora
• Na esteira alimentadora são retirados pequenos peixes,
moluscos ou pequenas pedras que venham misturados
aos camarões despescados.
• Também são descartados camarões eventualmente
machucados devido ao manuseio do processo de
despesca.
53. • Após a limpeza, os camarões passam para a esteira
elevatória.
54. • A máquina classificadora é regulada de acordo com os
tamanhos dos camarões que serão processados.
55. • Os camarões começam a cair nas aberturas
correspondentes às classificações 80/100, 100/120 e
120/150.
56. Procedimentos de envase
• Pegue a embalagem - A caixa de papelão é certificada e
possui capacidade de acondicionar 2kg, ou seja, 4 a 5 libras
de camarões;
• Encha a embalagem de camarões;
• Feche a embalagem;
• Entregue a caixa para pesagem.
• As caixas devem possuir indicações de peso e classificação
gravados na sua capa, substâncias preservativas, S.I.F., data
e origem, atendendo assim a legislação de especificação de
rotulagem
57.
58. BENEFICIAMENTO CAMARÕES SEM
CABEÇA
• Para beneficiar os camarões que irão ficar sem cabeça,
utiliza-se o mesmo fluxograma do beneficiamento dos
com cabeça, até a etapa em que se faz a regulagem da
máquina para classificação.
• Os camarões são postos no separador de gelo,
encaminhados para a esteira alimentadora (momento em
que se retiram as impurezas) e passam para a esteira
elevatória em direção à máquina classificadora.
59. Seleção
• Os camarões são despejados numa bancada para
realizar a seleção e separar a cabeça da cauda
60. Separação e classificação da cabeça
• As bancadas de classificação apresentam um desnível
onde as caudas dos camarões são transportados através
de um a lâmina d´àgua, até uma caixa plástica.
•
61. Conservação
• Os camarões sem cabeça devem ficar conservados no
gelo a uma temperatura aproximada de 5ºC, para
aguardar a sua classificação e seguir todo
• processo de embalagem e expedição para o envio ao
porto de embarque